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GRAMÁTICA

Verbos – Parte I

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
GRAMÁTICA
Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

Sumário
Verbos – Parte I.................................................................................................................................................................3
Mapas Mentais. . ..............................................................................................................................................................47
Questões Comentadas em Aula.. ...........................................................................................................................49
Gabarito...............................................................................................................................................................................70

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Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

VERBOS – PARTE I
Olá, pessoal,
Esta aula e a próxima serão muito importantes, pois envolvem aspectos relativos ao VER-
BO, o verdadeiro “coração” na unidade oracional.
Você já notou que quase tudo no estudo da gramática envolve verbo – concordância verbal,
regência verbal, conjugação verbal, colocação pronominal (a posição do pronome em relação
ao verbo), análise sintática etc.
Então, estudaremos os seguintes pontos, além de outros assuntos incidentais: conjugação
verbal (como os verbos se flexionam); o emprego do tempo, modo e das formas nominais;
correlação verbal (a relação entre os verbos que compõem o período); vozes verbais (basica-
mente, voz ativa e passiva, e a transposição de uma para outra).
Lembro que, na parte final do nosso estudo, estão todas as questões sem os comentários
e o gabarito simples. Se você preferir, imprima as últimas páginas, faça os exercícios e, somen-
te depois disso, veja os comentários.
Bons estudos.

001. (FUNDATEC/PREFEITURA DE IMBÉ/2020) Assinale a alternativa que indica o número


de formas verbais presentes no trecho:
“Espero que as pessoas sejam generosas e amplas para compreender e amar seus parceiros em
suas dúvidas, fragilidades, divisões e pequenas paixões”.
a) 2.
b) 3.
c) 4.
d) 5.
e) 6.

A partir dessa questão, vamos entender o que são os verbos e seu papel na estrutura oracional.
Conceito: VERBO é uma palavra variável (pode flexionar-se em número, pessoa, modo, tempo
e voz) que indica uma ação, estado ou fenômeno.
O trecho em análise é:
Espero que as pessoas sejam generosas e amplas para compreender e amar seus parceiros em
suas dúvidas, fragilidades, divisões e pequenas paixões.
Já “de cara” temos um verbo: ESPERAR (1). Esse é um verbo que indica uma ação.
E o que se espera?
“que as pessoas SEJAM (2) generosas e amplas...” – agora, é o verbo SER, que indica um estado.
Na sequência:
“... amplas para COMPREENDER (3) e AMAR (4)...” – outros dois verbos indicativos de AÇÕES.
São, portanto, QUATRO verbos nesse período.
Letra c.
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002. (FUNDATEC/PREFEITURA DE IMBÉ/2020) Na linha 31, em “espero por você”, a forma


verbal está no presente do indicativo. Assinale a alternativa que indica a correta conjugação
desse verbo no pretérito perfeito do indicativo, mantendo-se a mesma pessoa do discurso.
a) Esperei.
b) Esperava.
c) Esperaria.
d) Esperara.
e) Esperaste.

No início deste curso, vimos que os verbos são palavras VARIÁVEIS, que se flexionam em MODO,
TEMPO, NÚMERO (singular e plural), PESSOA (1ª, 2ª, 3ª) e VOZ (ativa, passiva, reflexiva, recíproca).
As pessoas do discurso são três:
• 1ª pessoa – quem fala (eu = singular / nós = plural);
• 2ª pessoa – com quem se fala (tu = singular / vós = plural);
• 3ª pessoa – de que se fala (ele/ela = singular / eles/elas = plural).
Essa questão explora as pessoas do discurso.
A forma ESPERO é a conjugação do verbo ESPERAR na 1ª pessoa do singular (eu). O examina-
dor pede que se indique, no pretérito perfeito do indicativo, a conjugação do mesmo verbo na
mesma pessoa / número. A resposta é ESPEREI.
Para conseguir resolver essa questão, além de compreender o que são as pessoas do discur-
so, o candidato precisa conhecer os tempos e modos verbais, e esse é nosso próximo assunto.
A classificação dos verbos nos modos verbais depende da relação que o falante tem com aqui-
lo que enuncia – se constata um fato (indicativo); se apresenta uma hipótese, uma suposição
(subjuntivo); se faz um pedido (imperativo).
Os tempos verbais, por sua vez, têm, em regra, a função de indicar o momento em que são
enunciados os fatos.
Vejamos, agora, as questões que tratam de MODOS E TEMPOS VERBAIS.
Letra a.

003. (FCC/SABESP – TÉCNICO EM GESTÃO/2014)


Sobre a dificuldade de ler
Gostaria de lhes falar não da leitura e dos riscos que ela comporta, mas de um risco ainda maior,
ou seja, da dificuldade ou da impossibilidade de ler; gostaria de tentar lhes falar não da leitura,
mas da ilegibilidade.
Cada um de vocês terá feito a experiência daqueles momentos nos quais gostaríamos de ler,
mas não conseguimos, nos quais nos obstinamos a folhear as páginas de um livro, mas ele nos
cai literalmente das mãos.
Gostaria de lhes sugerir que prestassem atenção aos seus momentos de não leitura, quando o
livro do mundo cai das suas mãos, porque a impossibilidade de ler lhes diz respeito tanto quanto
a leitura e é, talvez, tanto ou mais instrutiva do que esta.

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Há também uma outra e mais radical impossibilidade de ler, que até poucos anos atrás era, antes
de tudo, comum. Refiro-me aos analfabetos, que, há apenas um século, eram a maioria. Um gran-
de poeta espanhol do século 20 dedicou um livro de poesia seu “ao analfabeto para/por quem eu
escrevo”. É importante compreender o sentido desse “para/por”.
Gostaria que vocês refletissem sobre o estatuto especial desse livro que, na sua essência, é des-
tinado aos olhos que não podem lê-lo e foi escrito com uma mão que, em um certo sentido, não
sabe escrever. O poeta ou escritor que escreve pelo/para o analfabeto tenta escrever o que não
pode ser lido, põe no papel o ilegível. Mas precisamente isso torna a sua escrita mais interessan-
te do que a que foi escrita somente por/para quem sabe ler.
Há, finalmente, um outro caso de não leitura do qual gostaria de lhes falar. Refiro-me aos livros que
foram escritos e publicados, mas estão − talvez para sempre − à espera de serem lidos. Eu conheço
− e cada um de vocês, eu acredito, poderia citar − livros que mereciam ser lidos e não foram lidos, ou
foram lidos por pouquíssimos leitores. Eu penso que, se esses livros eram verdadeiramente bons, não
se deveria falar de uma espera, mas de uma exigência. Esses livros não esperam, mas exigem ser
lidos, mesmo que não o tenham sido ou não o serão jamais.
Mas agora gostaria de dar um conselho aos editores e àqueles que se ocupam de livros: parem
de olhar para as infames, sim, infames classificações de livros mais vendidos e − presume-se −
mais lidos e tentem construir em vez disso na mente de vocês uma classificação dos livros que
exigem ser lidos. Só uma editora fundada nessa classificação mental poderia fazer o livro sair da
crise que − pelo que ouço ser dito e repetido − está atravessando.
(Adaptado de: AGAMBEN, Giorgio. Sobre a dificuldade de ler. Trad. de Cláudio Oliveira. Revista Cult, ano 16, n.
180. São Paulo: Bregantini, junho de 2013. p. 46 e 47)

Ao final do texto, para dar conselho aos editores e a quem se interessa por livros, o autor utiliza
no imperativo os verbos
a) exigir e poder.
b) gostar e ocupar.
c) sair e atravessar.
d) parar e tentar.
e) presumir e construir.

MODOS VERBAIS
São três modos verbais:
• INDICATIVO – como sugere o nome, indica um fato real, que pode pertencer ao presen-
te, passado ou futuro.
• SUBJUNTIVO – enuncia um fato hipotético, duvidoso, provável ou possível.
• IMPERATIVO – expressa ideias de ordem, pedido, desejo, convite.
Enquanto o modo INDICATIVO situa o fato no plano da realidade, da certeza, o SUBJUNTIVO
coloca o fato no plano do que é provável, hipotético, possível, sem a certeza apresentada pelo
modo indicativo.

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O modo SUBJUNTIVO também é bastante usado com determinadas conjunções (embora,


caso, conquanto etc.).
O modo IMPERATIVO serve para exprimir um desejo, uma ordem ou uma súplica.

IMPERATIVO
Como se conjugam os verbos no IMPERATIVO?
Conjugamos os verbos a partir das formas do presente do subjuntivo em todo o imperativo
negativo (para todas as pessoas) e para quase todo o imperativo afirmativo, com exceção das
formas de 2ª pessoa, do singular e do plural. Essas duas pessoas (tu/vós) buscam a conjuga-
ção do presente do indicativo, retirando a letra “s”:
Observe a seguir o quadro indicativo:

Presente do Imperativo Presente do Imperativo


indicativo afirmativo Subjuntivo negativo
Eu paro - Eu pare -
Tu paras Para (tu) Tu pares Não pares
Ele (você) para Pare (você) (Você) pare Não pare
Nós paramos Paremos (nós) Nós paremos Não paremos
Vós parais Parai (vós) Vós pareis Não pareis
Eles (você) param Parem (vocês) (Vocês) parem Não parem

Como expressa um pedido / desejo / ordem, na posição de 3ª pessoa não está “a pessoa de
quem se fala” (ele/ela/eles/elas), mas a pessoa para quem se fala com pronome de tratamen-
to. Os pronomes de tratamento exigem a conjugação dos verbos e emprego dos pronomes de
3ª pessoa, e o mais usual pronome de tratamento é VOCÊ.
No texto, é usada a 3ª pessoa (você/vocês), por isso, na construção do modo imperativo, usa-
mos a forma do presente do subjuntivo: que vocês parem / que vocês tentem.
No último parágrafo, como forma de “conselho” aos editores e àqueles que se ocupam de li-
vros, o autor usa os verbos PARAR (“parem de olhar...”) e TENTAR (“tentem construir...”).
Observe que, para a conjugação do IMPERATIVO, temos de observar qual a pessoa usamos (se
a 2ª pessoa – tu/vós – ou 3ª – você/vocês) e se o modo é imperativo afirmativo ou negativo.
Letra d.

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004. (CEBRASPE/PREFEITURA DE BOA VISTA – PROCURADOR MUNICIPAL/2019)

Internet: <www.amazoniaprotege.mpf.mp.br> (com adaptações).

Julgue o seguinte item, considerando os aspectos textuais e gramaticais do cartaz precedente


veiculado pelo Ministério Público Federal, no âmbito do projeto Amazônia Protege.
As formas verbais “Acesse”, “conheça” e “consulte” caracterizam-se por uma uniformidade na
flexão de modo e de pessoa.

Já sabemos que se trata do modo IMPERATIVO. As formas acesse, consulte, conheça, por
buscarem a conjugação do PRESENTE DO SUBJUNTIVO, são formas da 3ª pessoa do singular
(você) do modo afirmativo.
Assim, está correta a afirmação de que se caracterizam “por uma uniformidade na flexão de
modo e de pessoa”.

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UNIFORMIDADE DE TRATAMENTO é isto: manter a mesma pessoa do discurso. Note que, no


cartaz, o enunciador mantém a 3ª pessoa o tempo todo. Nem sempre esse cuidado é tomado.
Em algumas músicas, por exemplo, costuma ocorrer mistura de formas de 2ª pessoa (tu) com
3ª (você). Observe um trecho da letra de Vambora, de Adriana Calcanhoto:
“Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida”
Note que a autora, quando emprega a forma “você”, mantém corretamente os verbos do impe-
rativo conjugados nas formas entre e diga.
Certo.

005. (FCC/TCE GO/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2012/ADAPTADA)


Nãosejaismaiscomportadosdoqueonecessário;pondealgumasobriedadenobomcomportamento.
A frase acima permanecerá correta com a substituição das formas verbais sublinhadas, res-
pectivamente, por:
a) sejas – ponhais
b) seja – põe
c) sede – ponhais
d) sejas – põe
e) sejas – ponhas

Relembrando: no IMPERATIVO NEGATIVO, a conjugação do verbo segue o presente do subjun-


tivo em relação a todas as pessoas:

Não sejas (tu), Não seja (VOCÊ) ou Não sejais (vós).

No IMPERATIVO AFIRMATIVO para 3ª pessoa (você / vocês), segue-se a regra geral: PRESEN-
TE DO SUBJUNTIVO

* Ponha (você)

Já no IMPERATIVO AFIRMATIVO, as 2as pessoas (tu/vós) se conjugam a partir do PRESENTE


DO INDICATIVO, sem o “s”:

Põe (tu), Ponde (vós)

No enunciado, foi empregada a forma de tratamento para a 2ª pessoa do plural (vós): NÃO
SEJAIS / PONDE.

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Se usarmos a conjugação de 3ª pessoa (você), teremos: NÃO SEJA / PONHA → não há essa opção.
Se usarmos a 2ª pessoa do singular (tu), teremos: NÃO SEJAS / PÕE = essa é a indicação
da opção D.
Letra d.

006. (FGV/CBM AM/SOLDADO BOMBEIRO MILITAR/2022) A questão desta prova é elabora-


da a partir de pequenos textos e pretendem avaliar sua capacidade em interpretar e compreen-
der textos, assim como em redigir de forma correta e adequada.
“Sê breve em teus raciocínios, que a ninguém agrada seres longo.” A frase está expressa na se-
gunda pessoa do singular; assinale a opção que mostra a forma adequada se a reescrevermos
na terceira pessoa do singular.
a) Seja breve em seus raciocínios, que a ninguém agrada seres longo.
b) Seja breve em teus raciocínios, que a ninguém agrada ser longo.
c) Sê breve em seus raciocínios, que a ninguém agrada seres longo.
d) Sê breve em seus raciocínios, que a ninguém agrada ser longo.
e) Seja breve em seus raciocínios, que a ninguém agrada ser longo.

Devemos transpor o discurso da 2ª pessoa do singular para a 3ª.


Para isso, precisamos alterar alguns termos:
• sê = Imperativo afirmativo da 2ª pessoa do singular busca a conjugação do presente
do indicativo, sem a letra S, contudo, caso do verbo SER, não funciona dessa forma. Há
uma conjugação específica: sê. Na 3ª pessoa do singular, buscamos a conjugação do
presente do subjuntivo: seja (você)
• teus – Pronome possessivo de 3ª pessoa do singular: seus
• seres – Agora, infinitivo flexionado de 2ª pessoa do singular – o correspondente de 3ª
pessoa do singular é ser.
Assim, a frase nova é: “Seja breve em seus raciocínios, que a ninguém agrada ser longo.”.
Letra e.

007. (FGV/SEFAZ ES/CONSULTOR CIÊNCIAS ECONÔMICAS/2022) Uma frase do Ecle-


siastes 8, 3 diz:
“Não discutas com um falador, não amontoes lenha ao fogo.”
Se passássemos essa frase para a forma afirmativa, as formas verbais adequadas seriam:
a) discuta / amontoe.
b) discute / amontoa.
c) discutes / amontoas.
d) discute / amontoe.
e) discuta / amontoa.

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Pelas formas verbais “não discutas / não amontoes”, notamos que o verbo está conjugado na
2ª pessoa do singular. O examinador exige que se passe a forma verbal do imperativo negativo
para o imperativo afirmativo.
Aqui está a pegadinha! A regra de conjugação do IMPERATIVO NEGATIVO é diferente daquela
do IMPERATIVO AFIRMATIVO.
No negativo, todas as pessoas são conjugadas a partir da forma do PRESENTE DO SUBJUN-
TIVO:
DISCUTIR = discuta / discutas / discuta / discutamos / discutais / discutam
Assim, o imperativo negativo, para a 2ª pessoa do singular, é não discutas.
Só que, no imperativo afirmativo, essa pessoa busca a conjugação do presente do indicativo
(e não mais do subjuntivo), e ainda precisamos retirar a letra S dessa conjugação. Assim, no
presente do indicativo, assume a forma discutes, que, no imperativo, forma “discute (tu)”.
A forma do verbo AMONTOAR segue o mesmo padrão:
Imperativo negativo: não amontoe
Presente do indicativo: tu amontoas
Imperativo afirmativo (presente do indicativo sem o “s”): amontoa
Assim, a opção que atende ao enunciado é DISCUTE / AMONTOA.
Letra b.

008. (FCC/SABESP/ADVOGADO/2014)
É importante que a inserção da perspectiva da sustentabilidade na cultura empresarial, por meio
das ações e projetos de Educação Ambiental, esteja alinhada a esses conceitos.
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado na frase acima está em:
a)... e incorporou [...] também aspectos de desenvolvimento humano.
b)... e reforce a identidade das comunidades.
c)... a Empresa desenvolve todas as suas ações, políticas...
d)... as definições de Educação Ambiental são abrangentes...
e)... também se associa o Desenvolvimento Sustentável...

SUBJUNTIVO
Vimos que o modo SUBJUNTIVO situa a ação no campo da hipótese, possibilidade, probabili-
dade. Foi isso o que aconteceu na passagem “esteja alinhada a esses conceitos”. Por ser uma
construção apresentada de forma incerta (não se tem certeza se ocorrerá, mas é importante
que ocorra), o modo verbal é o SUBJUNTIVO.
A única opção que apresenta um verbo conjugado neste modo é a B (REFORCE). Os demais
verbos estão conjugados no modo indicativo:
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a) Errada. Incorporou – pretérito perfeito do indicativo


c) Errada. Desenvolve – presente do indicativo
d) Errada. São – presente do indicativo
e) Errada. Associa – presente do indicativo

Quais são os tempos do modo subjuntivo?


O modo SUBJUNTIVO apresenta os seguintes tempos verbais:

SIMPLES COMPOSTA

PRESENTE (que) eu sabia

PRETÉRITO
PERFEITO (que) eu tenha sabido
COMPOSTO
SUBJUNTIVO

PRETÉRITO
(se) eu soubesse
IMPERFEITO
PRETÉRITO MAIS-
QUE-PERFEITO (se) eu tivesse sabido
COMPOSTO

FUTURO (quando) eu souber (quando) eu tiver sabido

 Obs.: Eu gosto muito de usar os conectivos que estão entre parênteses nos exemplos para
facilitar a conjugação verbal, mas não é necessário que eles estejam na construção,
ok? (É só um “macete”!)

Mais adiante iremos estudar os tempos verbais e suas aplicações, tanto no modo indicativo,
quanto no subjuntivo. Aguarde!
Letra b.

009. (FUNDATEC/PREFEITURA DE IMBÉ/2020)

A dor de se sentir invisível


A invisibilidade consta como elemento de desejo na lista de superpoderes. Quem nunca dese-
jou ter uma capa de invisibilidade igual à do Harry Potter, ou “ser uma mosquinha”, para passar
despercebido e poder estar em algum lugar específico para poder ver e ouvir sem ser visto ou
ouvido? Esse desejo de não ser identificado está associado às situações das quais por alguma
razão somos ou fomos excluídos por não pertencimento ou não aceitação daquele grupo ora
reunido; essa exclusão desperta dentro de nós, além da curiosidade natural, uma vontade de
possuir o poder de resistir à situação da margem, de não obedecer a placas de “proibido en-
trar”, de se rebelar contra a barreira do não pertencimento.
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No entanto, há um outro tipo de invisibilidade que contraria toda possibilidade de alcançar


algum poder: ser ou estar invisível aos olhos do outro, mesmo estando de corpo e alma pre-
sentes, ao vivo, em cores, em 3D, com direito a cheiros e odores. Esse tipo de invisibilidade fere
a gente num lugar fundo da alma, porque é uma mensagem direta do outro para nós, por meio
da qual deixa explícito que, por opção ou falta de capacidade, não tem olhos para nos ver, olhar
e, muito menos, enxergar. E, verdade seja dita, cada um de nós já esteve dos dois lados dessa
cena. Basta parar pra pensar um instantinho em quantas vezes, engolidos pelas nossas urgên-
cias, negligenciamos os outros ao nosso redor. Quantas vezes até identificamos que aquela
colega que senta na mesa ali adiante tem andado mais calada ou com os olhos vermelhos e
dizemos para nós mesmos que não é ético perscrutar os sentimentos alheios porque não que-
remos ser invasivos, quando na verdade o que nos impede de tentar furar a bolha – a nossa e
a do outro – é um fervoroso instinto de auto- preservação, uma mania adquirida de não prestar
atenção em nada que não nos seja útil imediatamente, ou pior: o hábito de achar que a dor do
outro não é da nossa conta.
O fato é que estamos cercados de seres invisíveis e que certamente somos invisíveis para
muitos daqueles que compartilham conosco o nosso dia a dia, o nosso ambiente de trabalho,
o nosso lugar de estudo, a nossa roda de amigos, a nossa casa e até a nossa própria cama.
Sentir-se invisível é uma das dores mais cruéis a que um ser humano pode ser submetido, por-
que tira dele a possibilidade de ser real; é como se ele não existisse; ou pior, como se ele existir
fosse tão inconveniente que a melhor forma de lidar com ele é fingir que ele não existe.
Ainda pior que ser invisível, ou sentir-se invisível, é tornar-se visível ao outro apenas em situa-
ções em que o simples fato de você existir torna-se um transtorno ao equilíbrio do entorno. É
ver a mulher ou o homem que segue pelas ruas arrastando uma carroça só na hora em que a
sua existência atrapalha o tráfego. É notar aquela pessoa gorda sentada na lanchonete e pen-
sar que ela não deveria estar ali comendo aquele sanduíche gigante e imediatamente julgá-la
com a autoridade de um juiz: “tá vendo! Por isso que é gorda!”.
A invisibilidade é rompida por meio de uma visibilidade que marginaliza, e quando isso acon-
tece fica escancarada a nossa falta de jeito para lidar com tudo o que não nos é familiar,
confortável, ou parecido conosco. O diferente ainda nos assusta tanto porque ainda estamos
enraizados em crenças de uma sociedade pasteurizada, de modo que é obrigação de todos
submeter-se a determinados padrões para poder caber bem direitinho nas caixinhas que lhe
são destinadas. É urgente tomarmos ciência de que essa nossa cegueira voluntária e seletiva
constitui o elemento base para que se instale no nosso mundo uma cultura tácita de exclusão,
abandono e violência. Enquanto continuarmos a cruzar os braços diante da falta de equidade
em todos os níveis da esfera humana, não só seremos coniventes com a manutenção dos in-
visíveis, como corremos o sério risco de, num futuro breve, sequer sermos capazes de sermos
visíveis a nós mesmos.
(Disponível em https://www.contioutra.com/a-dor-de-se-sentir-invisivel/ – Texto adaptado especialmente
para esta prova.)

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No fragmento “como se ele existir fosse tão inconveniente”, a forma verbal sublinhada está
conjugada no:
a) Pretérito perfeito do modo indicativo.
b) Pretérito imperfeito do modo indicativo.
c) Pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo.
d) Futuro do pretérito do modo indicativo.
e) Pretérito imperfeito do modo subjuntivo.

Um elemento que ajuda na identificação do PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO é a


desinência –sse, presente em todas as conjugações desse tempo/modo verbal:

eu fosse nós fôssemos


tu fosses vós fôsseis
ele fosse eles fossem

Como indica TEMPO E MODO (pretérito imperfeito do subjuntivo), chama-se desinência


modo-temporal.
As desinências que indicam NÚMERO E PESSOA são chamadas desinência número-pessoal,
e, no caso do exemplo acima, somente a 2ª pessoa do singular (tu) e as três pessoas do plural
(nós, vós, eles) a possuem (respectivamente, -s / -mos / -is / -m).
Letra e.

010. (FCC/TCE PI/ASSESSOR JURÍDICO/2014)


A pregação de um sermão e a publicação de uma ordem de delação faziam parte da rotina dos inqui-
sidores medievais quando chegavam a uma nova localidade em seu itinerário. A ordem de delação,
embrião do futuro édito da fé, não era tão minuciosa na descrição dos crimes − em uma sociedade
onde predominava a comunicação oral, os inquisidores consideravam fundamental o papel do ser-
mão. É apenas mais tarde que se inverte essa relação de dominação do édito pelo sermão − tendência
tornada irreversível com a fundação da Inquisição espanhola.
Com efeito, o édito não era apenas lido depois do sermão: ele era afixado à porta da igreja. Como
suporte de comunicação, ele se torna cada vez mais importante, pois assegura uma definição
clara dos delitos sob alçada da Inquisição. Não é surpreendente que, em uma sociedade onde as
elites urbanas são progressivamente alfabetizadas, a publicação do édito se torne o ato central
da fundação dos novos tribunais e das visitas de distrito, um ato que adquire uma tal autono-
mia que é utilizado todos os anos para reafirmar os contornos da jurisdição inquisitorial. Mas a
publicação do édito, embora breve e subordinada nos séculos XIII e XIV, era acompanhada pela
proclamação de um “tempo de graça” de que podiam se beneficiar todos os culpados dos delitos
de heresia que se apresentassem espontaneamente para confessar suas faltas aos inquisido-
res. A publicação do tempo de graça, que se estendia geralmente até um mês, adquire uma tal
rotina que é frequentemente incluída no protocolo final do édito − nesse caso, o édito passa a ser
designado por “édito da graça”.
(BETHENCOURT, Francisco. História das Inquisições: Portugal, Espanha e Itália − séculos XV-XIX. São Paulo:
Companhia das Letras, 2000, p. 155 e 156)

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Considerando a norma-padrão escrita, avalie o que se afirma a seguir.


A forma verbal em que se apresentassem enuncia a ação como eventual, enquanto a forma
presente em que se estendia encerra ideia de continuidade da ação.

A forma verbal “que se apresentassem” está conjugada no modo subjuntivo (pretérito imperfei-
to). Isso se justifica, pois não era evento certo que todos os culpados de heresia se apresen-
tassem (fato incerto).
Já a forma “que se estendia” indica uma ação que apresentava certa continuidade no tempo
passado: “A publicação do tempo de graça”. Por isso, o verbo se conjugou no modo indicativo
(fato certo), no tempo verbal PRETÉRITO IMPERFEITO.
O examinador, portanto, apresentou corretamente os empregos dos tempos e modos verbais.
Certo.

011. (CEBRASPE/PM AL – SOLDADO POLICIAL MILITAR/2018)


Dói. Dói muito. Dói pelo corpo inteiro. Principia nas unhas, passa pelos cabelos, contagia os
ossos, penaliza a memória e se estende pela altura da pele. Nada fica sem dor. Também os
olhos, que só armazenam as imagens do que já fora, doem. A dor vem de afastadas distâncias,
sepultados tempos, inconvenientes lugares, inseguros futuros. Não se chora pelo amanhã. Só
se salga a carne morta.
No princípio, se um de nós caía, a dor doía ligeiro.Um beijo seu curava a cabeça batida na terra,
o dedo espremido na dobradiça da porta, o pé tropeçado no degrau da escada, o braço torci-
do no galho da árvore. Seu beijo de mãe era um santo remédio. Ao machucar, pedia-se: mãe,
beija aqui!
Há que experimentar o prazer para, só depois, bem suportar a dor. Vim ao mundo molhado pelo
desenlace. A dor do parto é também de quem nasce. Todo parto decreta um pesaroso aban-
dono. Nascer é afastar-se — em lágrimas — do paraíso, é condenar-se à liberdade. Houve, e só
depois, o tempo da alegria ao enxergar o mundo como o mais absoluto e sucessivo milagre:
fogo, terra, água, ar e o impiedoso tempo. Sem a mãe, a casa veio a ser um lugar provisório.
Uma estação com indecifrável plataforma, onde espreitávamos um cargueiro para ignorado
destino. Não se desata com delicadeza o nó que nos amarra à mãe. Impossível adivinhar, ao
certo, a direção do nosso bilhete de partida. Sem poder recuar, os trilhos corriam exatos diante
de nossos corações imprecisos. Os cômodos sombrios da casa — antes bem- aventurança pri-
mavera — abrigavam passageiros sem linha do horizonte. Se fora o lugar da mãe, hoje ventilava
obstinado exílio.
Bartolomeu Campos de Queirós. Vermelho amargo. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 5 (com adaptações).

Ainda a respeito de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto 1A1-I, julgue o item
que se segue.
No segundo parágrafo do texto, as formas verbais “caía”, “doía”, “curava” e “pedia” designam
ações frequentes ou contínuas no passado.
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GRAMÁTICA
Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

A partir de agora, vamos estudar um dos pontos mais recorrentes em provas de concursos
públicos: tempos verbais do modo indicativo (a forma composta dos verbos pode ser formada
pelos verbos TER / HAVER)

INDICATIVO

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


Tempos verbais COMPRAR BEBER PARTIR

PRESENTE SIMPLES Compro Bebo Parto

SIMPLES Comprei Bebi Parti


PRETÉRITO
PERFEITO
COMPOSTO Tenho comprado Tenho bebido Tenho partido

PRETÉRITO SIMPLES Comprava Bebia Partia


IMPERFEITO

SIMPLES Comprara Bebera Partira


PRETÉRITO
MAIS-QUE-
PERFEITO COMPOSTO Tinha comprado Tinha bebido Tinha partido

SIMPLES Comprarei Beberei Partirei


FUTURO DO
PRESENTE
COMPOSTO Terei comprado Terei bebido Terei partido

SIMPLES Compraria Beberia Partiria


FUTURO DO
PRETÉRITO
COMPOSTO Teria comprado Teria bebido Teria partido

Em quais situações empregamos os tempos verbais do indicativo.

enunciar algo que acontece no momento em que se menciona (Ouço


ruídos na escada.);
PRESENTE fato comum de ocorrer (Durmo bem todas as noites.);
princípios ou conceitos (Mãe é tudo igual.).

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Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

fato ocorrido e concluído perfeitamente no passado


SIMPLES
PRETÉRITO (Comprei um apartamento novo.).
PERFEITO fato que se iniciou no passado e se estende até o momento
COMPOSTO
presente (Tenho apresentado febre e dores pelo corpo.).

fato ocorrido e não concluído (Ele queria ser marinheiro.);

fato passado que apresentou certa duração (Permanecia imóvel durante o


PRETÉRITO procedimento.);
IMPERFEITO ocorrência de ações simultâneas no passado (Foi roubado enquanto
andava pelo centro.);

ação habitual ou repetida no passado (Ele gastava todo seu dinheiro com jogo.).

fato ocorrido antes de outro fato no passado. (Estivera com


PRETÉRITO SIMPLES
o médico antes de sua morte).
MAIS-QUE-
PERFEITO indica o mesmo que a forma simples, mas é mais comum
COMPOSTO
(Tinha estado com o médico antes de sua morte.).
evento certo de ocorrer no futuro (Viajarei para a Disney em
SIMPLES
janeiro próximo.).
FUTURO DO fato de certa duração que se concluirá no futuro (Até 2020,
PRESENTE terei acumulado uma fortuna em dívidas.);
COMPOSTO
ação futura que será consumada antes de outra também no
futuro (Antes de você chegar, terei terminado meu trabalho.).
fato relacionado a uma condição (Se tivesse dinheiro [=
CONDIÇÃO], iria para a Disney.);
fato que não se chegou a se realizar/situação hipotética (Eu
SIMPLES
seria feliz com aquele homem.);
FUTURO DO denota incerteza (O corpo seria do rapaz desaparecido há
PRETÉRITO meses [não se sabe se o corpo é dele].).
denota incerteza sobre fatos (Carlos teria recebido mais de
um milhão de reais em propina.)
COMPOSTO
fato que não chegou a ser realizado (Ele teria sido um
ótimo marido.).

Você notou que, em alguns tempos, há uma forma simples (só o verbo) e uma forma composta
(verbo auxiliar TER/HAVER + verbo principal).
No modo indicativo, apenas o PRESENTE e o PRETÉRITO IMPERFEITO NÃO POSSUEM
forma composta.

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Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

De volta à questão, as formas verbais curava, pedia, doía, caía são conjugadas no PRETÉRITO
IMPERFEITO DO INDICATIVO que, como vimos acima, indicam ações passadas habituais, fre-
quentes ou contínuas, como sugeriu o examinador.
Certo.

012. (FUNDATEC/CÂMARA MUNICIPAL DE ITUPORANGE – ASSESSOR JURÍDICO/2019)

Calce os tênis, seu cérebro agradecerá


Somos capazes de criar novos neurônios, inclusive na idade adulta. A descoberta é relativa-
mente nova, porque se pensava que nascíamos com um determinado “banco de neurônios”
que ia diminuindo com o passar do tempo e que não éramos capazes de aumentar. No entanto,
as últimas descobertas da neurociência derrubaram essa crença. Nosso cérebro é plástico: po-
demos criar conexões diferentes e inclusive, em algumas áreas, como o hipocampo, podemos
fazer com que novos neurônios nasçam, como explica o professor Terry Sejnowski, do The
Salk Institute for Biological Studies. Assim, temos margem de manobra, independentemente
da idade. Uma boa notícia!
O hipocampo tem a forma de cavalo-marinho e é um dos responsáveis por nossa memória e
nossa capacidade espacial. As pesquisas sobre o hipocampo começaram com roedores: vá-
rias imagens foram mostradas aos ratos, que tinham que diferenciá-las. Quando os roedores
aprenderam a distingui-las depois da prática, observou- se que novos neurônios haviam sido
gerados em seu hipocampo. Curiosamente, se o animal parasse de fazer esse exercício, os
neurônios jovens desapareciam. E se retomasse a atividade, voltavam a aparecer. Assim, já
temos uma pista importante: a prática repetida ajuda a gerar novos neurônios em nosso hi-
pocampo. Mas se tivéssemos de decidir qual atividade nos permite realmente manter nosso
cérebro jovem, Sejnowski não hesita: o esporte é o melhor presente que podemos nos dar, é o
melhor medicamento antienvelhecimento para nossa massa cinzenta.
Sabíamos que praticar esportes é uma maneira de cuidar do nosso corpo e reduzir o estresse,
graças às danças hormonais desencadeadas pela dopamina, serotonina e noradrenalina. Mas
pesquisas mais recentes mostram que o exercício também melhora a secreção do fator neu-
rotrófico cerebral (o que influencia positivamente na memória e em um estado de ânimo mais
positivo ) e permite que novos neurônios nasçam em nosso hipocampo. No entanto, apesar
de suas vantagens, não parece haver muita sensibilidade na relação entre aprendizagem e
esporte. De fato, o exercício físico nas escolas é frequentemente visto como uma disciplina
fácil de aprovar e sem muito valor. Mas estávamos errados. Educar crianças e adultos nos
esportes não apenas ajuda nosso corpo a estar melhor e mais saudável como também ajuda
nosso cérebro a permanecer mais jovem e com capacidade de gerar novos neurônios. E, como
Sejnowski resume, “a academia e a recreação são as partes mais importantes do currículo”.
Então, se nosso cérebro é capaz de gerar novos neurônios com o esporte, o que precisamos fa-
zer para que isso aconteça? Bem, mais uma vez, frequência. Como os especialistas sugerem,

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Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

precisamos praticar exercícios três vezes por semana, com duração mínima de 30 minutos.
Portanto, pense em você. Qual a sua relação com o esporte? Se não é exatamente um amor
constante, vale a pena lembrar as vantagens físicas e neuronais, buscar um exercício bom para
você, com um grupo de amigos se você tem dificuldade para se motivar sozinho e calçar os
tênis. Seu hipocampo agradecerá.
Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/27/ciencia/1540643073_895649.html (Adaptado para esta
prova)

Relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando os verbos às suas ações temporais, considerando


o contexto de ocorrência no texto.
Coluna 1
1. Fato atual.
2. Fato passado concluído.
3. Fato passado anterior a outro também passado.
4. Fato a ser realizado.
5. Fato futuro situado no passado.
Coluna 2

( ) as últimas descobertas da neurociência derrubaram essa crença...


( ) novos neurônios haviam sido gerados em seu hipocampo...
( ) voltavam a aparecer...
( ) pesquisas mais recentes mostram que o exercício também melhora a secreção do fator
neurotrófico cerebral...

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:


a) 2 – 3 – 5 – 1.
b) 4 – 2 – 1 – 5.
c) 3 – 1 – 4 – 2.
d) 5 – 2 – 3 – 4.
e) 1 – 4 – 2 – 3.

O tempo verbal que indica TEMPO ATUAL é o PRESENTE DO INDICATIVO. Da coluna 2, a cons-
trução que apresenta um verbo nesse tempo é “pesquisas mais recentes mostram...”. Assim,
o número 1 ficará na última posição – só existe UMA opção com essa indicação, chegando à
resposta correta em alguns segundos!!!!!
Tempo é elemento decisivo em prova e, naquele momento, bastaria isso para você marcar a
resposta e partir para a próxima questão.
Como estamos aqui para estudar, vamos analisar as demais indicações.
Fato passado concluído é indicado pelo PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO, cujo exem-
plo está na construção “as últimas descobertas da neurociência derrubaram...”. O item 2
ficará na primeira posição.

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Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

Um fato passado anterior a outro também passado é indicado pelo PRETÉRITO MAIS-QUE-
-PERFEITO, que pode se apresentar na forma simples ou composta (auxiliar TER / HAVER +
particípio). Isso está na construção “novos neurônios haviam sido gerados em seu hipocam-
po...”.
Por fim, a construção “voltavam a aparecer” tem o verbo VOLTAR no PRETÉRITO IMPERFEITO
DO INDICATIVO, tempo que indica uma ação habitual do passado. A dificuldade dessa opção
está na indicação da coluna 1 de que esse tempo indicaria “fato futuro situado no passado”.
Isso só é possível compreender se voltarmos ao texto:

Curiosamente, se o animal parasse de fazer esse exercício, os neurônios jovens desapareciam. E se


retomasse a atividade, voltavam a aparecer.

A ação de “voltar a aparecer” está relacionada a uma condição (“se retomasse a atividade”), por
isso o examinador afirmou ser uma indicação de fato futuro (em relação à condição) situado
no passado, porque a forma mais indicada de conjugação do verbo VOLTAR seria o FUTURO
DO PRETÉRITO, que se correlaciona com o PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO (... se
retomasse a atividade, voltariam a aparecer)– essa é uma situação que será estudada em COR-
RELAÇÃO VERBAL, ainda nessa aula. Muito comum essas alterações de tempos verbais, como
veremos no decorrer dos nossos estudos.
Graças a Deus, as demais opções de preenchimento só nos mostram a indicação de ser cor-
reta a resposta da opção A.
Letra a.

013. (FCC/METRÔ SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2014)


Não há melhor representante da boemia paulistana do que o compositor e cientista Paulo Van-
zolini. Por mais incrível que possa parecer, ele conciliava as noites de boemia com a rotina de
professor, pesquisador e zoólogo famoso.
A obra do zoólogo-compositor retrata as contradições da metrópole. São Paulo, nos anos 1960,
já era um estado que reunia parte significativa do PIB brasileiro. No meio da multidão de migran-
tes, imigrantes e paulistanos, Vanzolini usava a mesma lupa de suas pesquisas para observar as
peculiaridades do dia a dia urbano: uma briga de bar, a habilidade de um batedor de carteira e,
em Capoeira do Arnaldo, os fortes laços que unem campo e cidade.
Em 1967, Paulo Vanzolini lança o primeiro LP. A história desse disco é curiosa. Foi o primeiro
trabalho feito pelo selo Marcus Pereira. A música Volta por cima estava fazendo muito sucesso.
Só que o já lendário Vanzolini ainda não tinha disco autoral e andava irritado com as gravadoras
por ter sido preterido pelo americano Ray Charles na escolha da confecção de um LP. Aos pou-
cos, Marcus Pereira ganhou a confiança do compositor, que acabou cedendo ao lançamento do
LP Onze sambas e uma capoeira, com arranjos de Toquinho e Portinho e participação de Chico
Buarque, Adauto Santos, Luiz Carlos Paraná, entre outros. As músicas eram todas de Vanzolini:
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Verbos – Parte I
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Praça Clóvis, Samba erudito, Chorava no meio da rua. Vanzolini não era um compositor de muitos
parceiros. Tem músicas com Toquinho, Elton Medeiros e Paulinho Nogueira. Só mesmo a pena
elegante do crítico da cultura Antonio Candido para sintetizar a obra de Vanzolini: “Como autor
de letra e música ele é de certo modo o oposto da loquacidade, porque não espalha, concentra;
não esbanja, economiza − trabalhando sempre com o mínimo para atingir o máximo”.
(Adaptado de DINIZ, André. Almanaque do samba. Rio de Janeiro, Zahar, 2012, formato ebook).

... ele conciliava as noites de boemia com a rotina de professor, pesquisador e zoólogo famoso.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima se encontra em:
a) ... porque não espalha...
b) Tem músicas com Toquinho, Elton Medeiros e Paulinho Nogueira.
c) As músicas eram todas de Vanzolini.
d) Por mais incrível que possa parecer...
e)... os fortes laços que unem campo e cidade.

O tempo verbal de conciliava é PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO, pois indica uma ação
habitual.
Vejamos as opções:
a) Errada. Espalha – PRESENTE DO INDICATIVO.
b) Errada. Tem – PRESENTE DO INDICATIVO.
c) Certa. Eram – PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO.
d) Errada. Possa – PRESENTE DO SUBJUNTIVO.
e) Errada. Unem – PRESENTE DO INDICATIVO.
Letra c.

014. (CEBRASPE/TCM BA/AUDITOR ESTADUAL – CONTROLE EXTERNO/2018)


Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma
desordem ou um delito, mas também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a
própria natureza. “Inadmissível”, “escandalosa”, “revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro,
comentando uma greve recente. Para dizer a verdade, trata-se de uma linguagem do tempo
da Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a época em que a burguesia, que
assumira o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral e a nature-
za, oferecendo a uma a garantia da outra. Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a
natureza; finge-se confundir a ordem política e a ordem natural, e decreta-se imoral tudo o que
conteste as leis estruturais da sociedade que se quer defender. Para os prefeitos de Carlos X,
assim como para os leitores do Figaro de hoje, a greve constitui, em primeiro lugar, um desafio
às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é zombar de todos nós”, isto é, mais do que
infringir uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade “natural”, atentar contra o bom senso,
misto de moral e lógica, fundamento filosófico da sociedade burguesa.

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Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque
incomoda precisamente aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta:
a causalidade direta, mecânica, essa causalidade é perturbada; o efeito se dispersa incompre-
ensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que é intolerável e chocante. Ao contrário do que
se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma concepção tirânica,
infinitamente suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo
algum mágico, mas, sim, racional. Simplesmente, trata-se de uma racionalidade linear, estreita,
fundada, por assim dizer, numa correspondência numérica entre as causas e os efeitos. O que
falta a essa racionalidade é, evidentemente, a ideia das funções complexas, a imaginação de
um desdobramento longínquo dos determinismos, de uma solidariedade entre os aconteci-
mentos, que a tradição materialista sistematizou sob o nome de totalidade.
Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias. Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e
Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 (com adaptações).

No texto, com o emprego da forma verbal “assumira”, exprime-se


a) a continuidade de uma ação ocorrida no passado.
b) a concomitância de uma ação em relação a outra.
c) o resultado presente de ação ocorrida no passado.
d) o ponto inicial de ação ocorrida no passado.
e) a anterioridade de uma ação em relação a outra.

A forma verbal assumira está conjugada no PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO, tempo verbal


que situa a ação em um passado mais remoto que outra ação também do passado (passado:
PRETÉRITO PERFEITO / mais passado ainda: PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO).
Essa definição está presente na opção E: anterioridade de uma ação em relação a outra.
Esse tempo verbal é o queridinho da Cebraspe – veja só a próxima questão.
Letra e.

015. (CEBRASPE/SEFAZ RS – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2019)


Pixis foi um músico medíocre, mas teve o seu dia de glória no distante ano de 1837.
Em um concerto em Paris, Franz Liszt tocou uma peça do (hoje) desconhecido composi-
tor, junto com outra, do admirável, maravilhoso e extraordinário Beethoven (os adjetivos
aqui podem ser verdadeiros, mas — como se verá — relativos). A plateia, formada por um
público refinado, culto e um pouco bovino, como são, sempre, os homens em ajuntamen-
tos, esperava com impaciência.
Liszt tocou Beethoven e foi calorosamente aplaudido. Depois, quando chegou a vez do obs-
curo e inferior Pixis, manifestou-se o desprezo coletivo. Alguns, com ouvidos mais sensíveis,
depois de lerem o programa que anunciava as peças do músico menor, retiraram-se do teatro,
incapazes de suportar música de má qualidade.

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Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

Como sabemos, os melômanos são impacientes com as obras de epígonos, tão céleres em
reproduzir, em clave rebaixada, as novas técnicas inventadas pelos grandes artistas.
Liszt, no entanto, registraria que um erro tipográfico invertera, no programa do concerto, os
nomes de Pixis e Beethoven...
A música de Pixis, ouvida como sendo de Beethoven, foi recebida com entusiasmo e paixão, e
a de Beethoven, ouvida como sendo de Pixis, foi enxovalhada.
Esse episódio, cômico se não fosse doloroso, deveria nos tornar mais atentos e menos arro-
gantes a respeito do que julgamos ser arte.
Desconsiderar, no fenômeno estético, os mecanismos de recepção é correr o risco de aplaudir
Pixis como se fosse Beethoven.
Charles Kiefer. O paradoxo de Pixis. In: Para ser escritor. São Paulo: Leya, 2010 (com adaptações).

Os sentidos originais e a correção gramatical do texto 1A11-I seriam preservados se a forma


verbal “invertera” fosse substituída por
a) inverteria.
b) teria invertido.
c) invertesse.
d) havia invertido.
e) houve de inverter.

A forma verbal INVERTERA, conjugada no PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO, equivale, na forma


composta a TINHA/HAVIA INVERTIDO.
Como vimos no quadro dos tempos verbais, tanto a forma simples quanto a composta desse tempo
verbal indicam a mesma coisa, sendo que a forma composta é a mais usada por nós na linguagem.
Letra d.

016. (FCC/MANAUSPREV/ANALISTA PREVIDENCIÁRIO/2021)


A beleza total
A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam
diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não
ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do
banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços.
A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por
sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou
uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa.
O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia con-
finada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto
de Gertrudes sobre o peito.
Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza.
E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um

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Verbos – Parte I
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dia cerrou os olhos para sempre. Sua beleza saiu do corpo e ficou pairando, imortal. O corpo
já então enfezado de Gertrudes foi recolhido ao jazigo, e a beleza de Gertrudes continuou cin-
tilando no salão fechado a sete chaves.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2012)

O narrador relata uma série de eventos ocorridos no passado. Um evento anterior a esse tempo
passado está indicado pela forma verbal sublinhada em
a) A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suici-
dara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. (3º parágrafo)
b) A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. (1º parágrafo)
c) Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil
estilhaços. (1º parágrafo)
d) A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes,
por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. (2º parágrafo)
e) Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um dia cerrou os olhos para sem-
pre. (4º parágrafo)

Agora, ficou mais fácil. Para identificar “o evento anterior a esse tempo passado”, basta procu-
rar o verbo que estiver no PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO, aquele com a desinência especial
(-ara / -era / -ira).
Está na opção A: suicidara.
O suicídio do mordomo antecede as ações indicadas no passado, assim é um evento anterior
a outro também no passado.
Letra a.

017. (FCC/SEFAZ SP/2013)


Talvez seja exagero prever uma “Primavera Europeia” em países como Espanha, Grécia e Por-
tugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É inegável, entretanto, que pouco se
tem feito para dissipar tamanho surto de aflições.
Considerado o trecho acima transcrito, analise a seguinte proposição:
Se, na frase É inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de aflições,
tivesse sido empregada a forma “que pouco se fez” não haveria perda de nenhum traço de sentido.

A banca explorou de forma brilhante a diferença entre as formas simples e composta de um


tempo verbal.
“Pouco se tem feito” é diferente de “pouco se fez”. A forma composta indica uma ação de efei-
to durativo, que teve início no passado e persiste até o presente.
Aplique em outra construção:
• “Eu tenho estudado muito” (no pretérito perfeito composto do indicativo) significa que
você deu início a essa ação (estudar) no passado e continua praticando a ação até o
presente momento.

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Claudia Kozlowski

Agora, compare com


• “Eu estudei muito” (pretérito perfeito simples), que apresenta a ideia de algo que teve
início e fim no passado.
Desse modo, não se pode alterar “pouco se tem feito” por “pouco se fez” sem que haja
prejuízo de sentido.
Errado.

018. (CEBRASPE/PGE PE – ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA/2019)


Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram simulta-
neamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam épo-
ca, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o
fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia
na Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o
advento da sociedade industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, que
desorientaram gerações inteiras.
Se observarmos bem, essas ondas longas da história, como as chamava Braudel, torna-
ram-se cada vez mais curtas. Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricul-
tura pela indústria, ocorrida no século XX, e, em menos de um século, um novo salto de
época nos tomou de surpresa, lançando-nos na confusão. Dessa vez o salto coincidiu
com a rápida passagem de uma sociedade de tipo industrial dominada pelos proprietários
das fábricas manufatureiras para uma sociedade de tipo pós-industrial dominada pelos
proprietários dos meios de informação.
O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade pós-industrial foi extraída do ventre da socie-
dade industrial anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico, pela globaliza-
ção, pelas guerras mundiais, pelas revoluções proletárias, pelo ensino universal e pelos meios
de comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses fenômenos produziram uma ava-
lanche ciclópica — talvez a mais irresistível de toda a história humana — na qual nós, contem-
porâneos, temos o privilégio e a desventura de estar envolvidos em primeira pessoa.
Ninguém poderia ficar impassível diante de uma mudança dessa envergadura. Por isso a sen-
sação mais difundida é a desorientação.
A nossa desorientação afeta as esferas econômica, familiar, política, sexual, cultural... É um
sintoma de crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque quem está deso-
rientado sente-se em crise, e quem se sente em crise deixa de projetar o próprio futuro. Se
deixarmos de projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em função de nossos
interesses, mas do seu próprio proveito.
Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: para entender o nosso tempo. Trad. Silvana Cobucci e
Federico Carotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com adaptações).

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GRAMÁTICA
Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item que se segue.
A coerência e a correção gramatical do texto seriam preservadas se a forma verbal “mudaram”
(R.2) fosse substituída por mudam.

A questão aborda mudanças dos tempos verbais, e isso acontece, por exemplo, com o PRE-
SENTE HISTÓRICO, quando usamos o presente no lugar do pretérito com a intenção de tornar
o fato mais dinâmico, mais próximo do interlocutor, ou seja, para dar a impressão de ser uma
“notícia quente, fresca”, por isso é usado o verbo no PRESENTE.
Furacão mata milhares de pessoas em cidades americanas.
O furacão já matou (notícia no passado), mas o jornalista opta pelo verbo no presente para
causar impacto, atualidade da mensagem. Esse é o presente histórico.
Também usado em textos históricos, daí o nome. No caso de textos históricos, sugere-se que se
inicie a redação com os verbos no pretérito e, somente depois, seja usado o presente histórico.
No texto, a passagem em análise é:
Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram simultanea-
mente.
Ao substituir a forma verbal MUDARAM por MUDAM, o autor indicaria que essa mudança si-
multânea continua sendo rara nos dias de hoje.
Perceba que o examinador mencionou COERÊNCIA e CORREÇÃO GRAMATICAL, e não mudan-
ça semântica. Essa ocorre, sem dúvida, mas o texto continua sendo coerente e gramaticalmen-
te correto a partir dessa substituição.
Certo.

019. (FCC/TRT 2ª – ANALISTA/2014)


1. A áspera controvérsia sobre a importância da liberdade
política é bem capaz de ocultar o essencial nessa
matéria, ou seja, a liberdade existe como um valor ético
em si mesmo, independentemente dos benefícios concretos
5. que a sua fruição pode trazer aos homens. [...]
A liberdade tem sido, em todos os tempos, a causa
das maiores conquistas do ser humano. E, efetivamente,
que valor teriam a descoberta da verdade, a criação
da beleza, a invenção das utilidades ou a realização da
10. justiça, se os homens não tivessem a possibilidade de
escolher livremente o contrário de tudo isso?
Heródoto foi um dos primeiros a sublinhar que o estado
de liberdade torna os povos fortes, na guerra e na
paz. Ao relatar a estupenda vitória que os atenienses,
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Verbos – Parte I
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15. sob o comando de Cleômenes, conquistaram contra os


calcídeos e os beócios, ele comenta: “Aliás, verifica-se,
sempre e em todo lugar, que a igualdade entre os cidadãos
é uma vantagem preciosa: submetidos aos tiranos,
os atenienses não tinham mais valor na guerra que
20. seus vizinhos; livres, porém, da tirania, sua superioridade
foi manifesta. Por aí se vê que na servidão eles se
recusavam a manifestar seu valor, pois labutavam para
um senhor; ao passo que, uma vez livres, cada um no
seu próprio interesse colaborava, por todas as maneiras,
25. para o triunfo do empreendimento coletivo”.
O mesmo fenômeno de súbita libertação de energias
e de multiplicação surpreendente de forças humanas
voltou a repetir-se vinte e quatro séculos depois, com a
Revolução Francesa. Pela primeira vez na história moderna,
30. as forças armadas de um país não eram compostas
de mercenários, nem combatiam por um príncipe,
sob o comando de nobres, mas eram formadas de
homens livres e iguais, comandados por generais plebeus,
sendo todos movidos tão só pelo amor à pátria.
(COMPARATO, Fábio Konder. A liberdade como valor ético. Ética: direito, moral e religião no mundo moderno. São
Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 546-547)

Observadas as orientações da gramática normativa, analise o seguinte comentário:


(linhas 16 a 21) Tanto em ele comenta, quanto em Por aí se vê, observa-se o emprego do tempo
presente pelo pretérito (presente histórico), para dar vivacidade a fatos ocorridos no passado.

No intuito de enganar o candidato, o examinador expõe um conceito existente para apresentar


uma falsa ocorrência.
De fato, existe a figura do “presente narrativo ou histórico”, como acabamos de ver na questão
anterior. Isso acontece na seguinte passagem do texto:
“Heródoto foi um dos primeiros a sublinhar que o estado de liberdade torna os povos fortes, na
guerra e na paz. Ao relatar a estupenda vitória que os atenienses, sob o comando de Cleômenes,
conquistaram contra os calcídeos e os beócios, ele comenta: “Aliás, verifica-se, sempre e em
todo lugar, que a igualdade entre os cidadãos é uma vantagem preciosa: submetidos aos tiranos,
os atenienses não tinham mais valor na guerra que seus vizinhos; livres, porém, da tirania, sua
superioridade foi manifesta.”

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Verbos – Parte I
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Veja que há um concomitante emprego de formas verbais no passado (“Heródoto foi um dos
primeiros”) e no presente (“… ele comenta”).
Contudo, isso não ocorre no segundo exemplo apresentado pelo examinador. A seguir, a pas-
sagem em análise:
“Por aí se vê que na servidão eles se recusavam a manifestar seu valor, pois labutavam para um
senhor; ao passo que, uma vez livres, cada um no seu próprio interesse colaborava, por todas as
maneiras, para o triunfo do empreendimento coletivo.”
Em “por aí se vê”, o autor tenta tornar o leitor mais próximo de sua argumentação, usando uma
expressão com o verbo no presente. Esse verbo, portanto, não se encontra conjugado em um
“presente histórico”, mas no presente do indicativo, mesmo! Por isso, a afirmação do examina-
dor está errada.
Errado.

020. (CEBRASPE/PM AL/SOLDADO POLICIAL MILITAR/2018)


Preguiça e covardia são as causas que explicam por que uma grande parte dos seres huma-
nos, mesmo muito após a natureza tê-los declarado livres da orientação alheia, ainda perma-
necem, com gosto e por toda a vida, na condição de menoridade. As mesmas causas explicam
por que parece tão fácil outros afirmarem-se como seus tutores. É tão confortável ser menor!
Tenho à disposição um livro que entende por mim, um pastor que tem consciência por mim, um
médico que me prescreve uma dieta etc.: então não preciso me esforçar. Não me é necessário
pensar, quando posso pagar; outros assumirão a tarefa espinhosa por mim.
A maioria da humanidade vê como muito perigoso, além de bastante difícil, o passo a ser dado
rumo à maioridade, uma vez que tutores já tomaram para si de bom grado a sua supervisão.
Após terem previamente embrutecido e cuidadosamente protegido seu gado, para que essas
pacatas criaturas não ousem dar qualquer passo fora dos trilhos nos quais devem andar, os tu-
tores lhes mostram o perigo que as ameaça caso queiram andar por conta própria. Tal perigo,
porém, não é assim tão grande, pois, após algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar;
basta, entretanto, o exemplo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para
que não façam novas tentativas.
Kant. Resposta à pergunta: Que é esclarecimento? Tradução de Pedro Caldas. In: Danilo Marcondes. Textos bási-
cos de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 4.ª edição, 2008 (com adaptações).

A respeito das propriedades linguísticas do texto 1A12-I, julgue o item a seguir.


A forma verbal “assumirão” expressa uma ação futura, ainda não concretizada, mas que se
acredita que certamente se realizará, de acordo com os sentidos do texto.

Agora, o tempo estudado é FUTURO DO PRESENTE DO INDICATIVO. Ele indica uma ação futura
e certa, por isso a assertiva é exatamente o conceito do tempo em questão.
Certo.

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Verbos – Parte I
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021. (CEBRASPE/CGM JOÃO PESSOA – TÉCNICO MUNICIPAL DE CONTROLE INTERNO/2018)


A corrupção é uma doença da alma. Como todas as doenças, ela não acomete a todos. Muitas
pessoas são suscetíveis a ela, outras não. A corrupção é uma doença que deve ser combatida
por meio de uma vacina: a educação. Uma educação de qualidade para todos os brasileiros
deverá exercitar o pensamento e a crítica argumentada e, principalmente, introduzir e conso-
lidar virtudes como a solidariedade e a ética. Devemos preparar uma nova geração na qual a
corrupção seja um fenômeno do passado. Nesse futuro não tão remoto, teremos conquistado
a utopia de uma verdadeira justiça social.
Isaac Roitman. Corrupção e democracia. Internet: <https://noticias.unb.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o
item a seguir.
A substituição de “teremos conquistado” por conquistaremos manteria os sentidos origi-
nais do texto.

A forma simples do FUTURO DO PRESENTE indica ação futura e certa. Já o mesmo tempo na
forma composta apresenta outros sentidos: no caso, uma ação ocorrida no futuro anterior-
mente a outra também no futuro.
O trecho em análise é:
Devemos preparar uma nova geração na qual a corrupção seja um fenômeno do passado.
→ ação no futuro
Nesse futuro não tão remoto, teremos conquistado a utopia de uma verdadeira justiça so-
cial. → ação ocorrida no futuro anteriormente à outra
Quando da preparação de uma nova geração em que a corrupção seja um fenômeno do pas-
sado, já teremos conquistado a utopia de uma verdadeira justiça social. Poderíamos ilustrar a
seguinte linha do tempo:

conquista de uma verdadeira justiça social ⇒ fim da corrupção ⇒ surgimento de uma gera-
ção em que a corrupção não exista mais

Assim, a troca de uma locução verbal no futuro do presente composto pelo futuro do presente
simples não é válida, pois altera o sentido da passagem.
Errado.

022. (FCC/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA AP – ASSISTENTE LEGISLATIVO/2020) Atenção:


Para responder a próxima questão, considere o texto abaixo.
1. “Máquinas similares às hoje existentes serão construídas a custos mais baixos, mas com
velocidades mais rápidas de processamento.” Assim, em um artigo de 1965, o empreendedor
Gordon Moore, hoje com 90 anos de idade, apresentou sua célebre ideia. Pela “Lei de Moore”,

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a cada dois anos, em média, o desempenho dos chips de computador dobra, sem que aumen-
tem os custos de fabricação. A máxima, irretocável, à exceção de pequenos detalhes, funcio-
nou tal qual intuíra Moore. É uma regra que pode, contudo, estar com os dias contados.
2. Vive-se, hoje, uma revolução tecnológica afeita a deixar no passado o raciocínio da duplica-
ção de capacidade de cálculos à base de silício: é a computação quântica. Ela poderá nos levar
a distâncias inimagináveis: tarefas que o computador mais poderoso do planeta demoraria
10.000 anos para completar seriam feitas em minutos.
3. A computação quântica, até o início desta década, não passava de teoria. Nos últimos anos,
começou a ser testada, com sucesso parcial, até conseguir tração que parece se encaminhar
para uma nova história. Um documento da NASA, vazado recentemente, mostra que uma em-
presa, ao criar o primeiro computador quântico funcional da história, pode estar próxima de
romper com o paradigma imposto pela Lei de Moore.
4. A revelação foi resultado de uma distração. Algum funcionário da NASA, também envolvido
com o projeto, acidentalmente publicou no site da agência espacial um estudo que mostra
o feito, realizado por meio de uma máquina, ainda sob sigilo. O arquivo, já programado para
ser divulgado oficialmente, permaneceu poucos segundos no ar, mas foi flagrado pelo jornal
Financial Times.
5. O avanço ainda se restringe a âmbitos estritamente técnicos, sem utilidade cotidiana, mas
já é apelidado de “o Santo Graal da computação”. Isso porque o feito, se comprovado, atin-
giu o que se conhece como “supremacia quântica”. A nomenclatura indica um momento da
civilização em que os computadores talvez sejam tão (ou mais) competentes quanto os se-
res humanos.
6. O cientista da computação Scott Aaronson disse, em entrevista: “Isso não causará mudança
imediata na vida das pessoas. Mas só por enquanto, pois se trata do início de um caminho
que levará a transformações radicais em diversas áreas”. Vale lembrar que o computador que
usamos hoje também começou com um passo singelo, em 1843, quando a matemática ingle-
sa Ada Lovelace (1815-1852) publicou um diagrama numérico que veio a ser considerado o
primeiro algoritmo computacional.
(Adaptado de: Revista Veja, edição de 09/10/2019, p. 79)

O tempo verbal empregado indica o caráter hipotético do que se afirma no seguinte trecho:
a) tarefas que o computador mais poderoso do planeta demoraria 10.000 anos
b) A computação quântica, até o início desta década, não passava de teoria
c) com atributos que hoje se restringem à imaginação
d) o computador que usamos hoje
e) um caminho que levará a transformações radicais em diversas áreas

Se aparecer a expressão “hipotético”, estamos usando, no subjuntivo, qualquer dos tempos


(teremos de avaliar a construção) ou, no indicativo, o futuro do pretérito, isso porque, como
vimos na tabela, um dos papéis desse tempo do indicativo é indicar uma situação hipotética.
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Encontramos a resposta no seguinte item:


a) Certa. Tarefas que o computador mais poderoso do planeta demoraria 10.000 anos (= futuro
do pretérito do indicativo). A partir de uma simples leitura, podemos identificar valor hipotético.
b) Errada. Passava – pretérito imperfeito do indicativo.
c) Errada. Restringem – presente do indicativo.
d) Errada. Usamos – presente do indicativo.
e) Errada. Levará – futuro do presente do indicativo.
Letra a.

O texto a seguir servirá de base para as próximas quatro questões.


A cognoscibilidade do planeta
1. O período histórico atual vai permitir o que nenhum
outro período ofereceu ao homem, isto é, a possibilidade
de conhecer o planeta extensiva e aprofundadamente.
Isto nunca existiu antes, e deve-se, exatamente,
5. aos progressos da ciência e da técnica (melhor ainda,
aos progressos da técnica devidos aos progressos da
ciência).
Esse período técnico-científico da história permite
ao homem não apenas utilizar o que encontra na natureza:
10. novos materiais são criados nos laboratórios como
um produto da inteligência do homem, e precedem a
produção dos objetos. Até a nossa geração, utilizávamos
os materiais que estavam à nossa disposição. Mas
a partir de agora podemos conceber os objetos que desejamos
15. utilizar e então produzimos a matéria-prima indispensável
à sua fabricação. Sem isso não teria sido
possível fazer os satélites que fotografam o planeta a
intervalos regulares, permitindo uma visão mais completa
e detalhada da Terra. Por meio dos satélites,
20. passamos a conhecer todos os lugares e a observar outros
astros. O funcionamento do sistema solar torna-se
mais perceptível, enquanto a Terra é vista em detalhe;
pelo fato de que os satélites repetem suas órbitas, podemos
captar momentos sucessivos, isto é, não mais
25. apenas retratos momentâneos e fotografias isoladas do
planeta. Isso não quer dizer que tenhamos, assim, os
processos históricos que movem o mundo, mas ficamos
mais perto de identificar momentos dessa evolução. Os
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objetos retratados nos dão geometrias, não propriamente


30. geografias, porque nos chegam como objetos em
si, sem a sociedade vivendo dentro deles. O sentido que
têm as coisas, isto é, seu verdadeiro valor, é o fundamento
da correta interpretação de tudo o que existe.
Sem isso, corremos o risco de não ultrapassar uma interpretação
35. coisicista de algo que é muito mais que uma
simples coisa, como os objetos da história. Estes estão
sempre mudando de significado, com o movimento das
sociedades e por intermédio das ações humanas sempre
renovadas.
(SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: Do pensamento único à consciência universal. 6. ed. Rio de
Janeiro/São Paulo: Editora Record, 2001, p. 31)

023. (FCC/TCE PI/AUDITOR/2014/ADAPTADA) Considerado o contexto, analise as afirmações:


(linhas 12 e 13) A forma verbal utilizávamos descreve ação pontual, iniciada e concluída em
uma extensão do passado explicitamente indicada no texto.

O emprego do PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO indica que a ação, situação inteira-


mente no passado, apresentou certa duração, ou seja, uma ação contínua, e não pontual, como
sugere o examinador.
Errado.

024. (FCC/TCE PI/AUDITOR/2014/ADAPTADA) Com base no texto da questão anterior, avalie.


(linhas 16 e 17) Em...não teria sido possível fazer os satélites..., o segmento destacado faz
menção a evento efetivamente realizado.

O trecho em análise é:
“Mas a partir de agora podemos conceber os objetos que desejamos utilizar e então produzimos
a matéria-prima indispensável à sua fabricação. Sem isso não teria sido possível fazer os saté-
lites que fotografam o planeta a intervalos regulares…”
O caráter hipotético é resultado do emprego do verbo auxiliar no futuro do pretérito do indi-
cativo do tempo verbal composto (teria sido), contudo esse tempo verbal faz menção a uma
situação do passado.
Aliás, como veremos em seguida, em Correlação Verbal, o FUTURO DO PRETÉRITO DO INDI-
CATIVO tem estreita relação com o PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO. Normalmente,
essa “dobradinha” relaciona “condição” + “hipótese”.
Certo.

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025. (FCC/TCE PI/AUDITOR/2014/ADAPTADA) Com base no texto da questão anterior, ava-


lie a afirmação a seguir.
(linhas 26 e 27) No que concerne à correlação entre tempos e modos verbais, na norma-padrão
escrita, o emprego de tenhamos é incompatível com o de ficamos.

“O funcionamento do sistema solar torna-se mais perceptível, enquanto a Terra é vista em deta-
lhe; pelo fato de que os satélites repetem suas órbitas, podemos captar momentos sucessivos,
isto é, não mais apenas retratos momentâneos e fotografias isoladas do planeta. Isso não quer
dizer que tenhamos, assim, os processos históricos que movem o mundo, mas ficamos mais
perto de identificar momentos dessa evolução.”
O emprego do PRESENTE DO SUBJUNTIVO, em tenhamos, indica que a ação verbal está si-
tuada no campo da “suposição” (“Isso não quer dizer que TENHAMOS, assim, os processos
históricos que movem o mundo”). Já o PRESENTE DO INDICATIVO, em ficamos, apresenta uma
situação real: “ficamos mais perto de identificar momentos dessa evolução”.
Não há nenhum problema na correlação desses tempos e modos verbais, uma vez que ex-
põem situações independentes.
Errado.

CORRELAÇÃO VERBAL

O que seria CORRELAÇÃO VERBAL, professora?

Consiste na articulação entre as formas verbais no período. Os verbos estabelecem, assim,


uma correspondência entre si.
A “vantagem” das questões que envolvem correlação verbal é que, muitas vezes, mesmo
sem entender o porquê, seu ouvido percebe o problema, veja só: “Você quer que eu saio?”.
Com certeza, você notou que o segundo verbo não poderia estar conjugado como “saio”,
mas “saia”. Isso acontece porque houve problema na correlação entre os dois verbos do período.
A título de curiosidade (e somente com esse propósito – nada de ficar decorando listas),
seguem alguns exemplos de construções corretas sob o aspecto de correlação verbal:
a) “Exijo que me diga a verdade.” Presente do Indicativo + Presente do Subjuntivo
b) “Exigi que me dissesse a verdade.” – Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Imper-
feito do Subjuntivo
c) “Espero que ele tenha feito uma boa prova.” – Presente do Indicativo + Pretérito Perfeito
Composto do Subjuntivo
d) “Gostaria que ele tivesse vindo.” – Futuro do Pretérito do Indicativo + Pretérito mais-que-
-perfeito Composto do Subjuntivo

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e) “Se você quiser o material, eu o trarei.” – Futuro do Subjuntivo + Futuro do Presente do


Indicativo
f) “Se você quisesse o livro, eu o traria.” – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo + Futuro do
Pretérito do Indicativo
Vejamos, agora, as questões que tratam de correlação verbal.

026. (FCC/TCE PI/AUDITOR/2014/ADAPTADA) Com base no texto da questão anterior, ava-


lie a afirmação a seguir.
(linha 15) A forma produzimos deve, em um registro linguístico mais cuidado, ser substituída por
“produzirmos”, que melhor denota o caráter hipotético do período sintático em que se insere.

Esse texto já serviu de base para todas as últimas questões, e agora em análise estará o aspec-
to de correlação entre verbos de um período.
Cuidado com a banca! O objetivo dela é enganar o candidato, por isso faz afirmações bastante
verossímeis, mas que carecem de correção.
Vamos rever a passagem do texto.
Até a nossa geração, utilizávamos os materiais que estavam à nossa disposição. Mas a
partir de agora podemos conceber os objetos que desejamos utilizar e então produzimos a ma-
téria-prima indispensável à sua fabricação.
Note que foi empregado o presente do indicativo nas duas ocorrências: podemos (conceber) e
produzimos.
O presente foi usado por se apresentar um evento real e atual, situando as duas ações em or-
dem sucessiva (podemos conceber os objetos → produzimos matéria-prima), ou seja, a partir
da concepção do que será utilizado, há a produção da matéria-prima necessária. Tudo real e
certo, portanto no presente do indicativo.
O emprego de apenas o segundo verbo no modo subjuntivo retiraria esse valor real e atual que
o autor pretendeu empregar à passagem, prejudicando o sentido original.
Errado.

027. (FGV/TJ AL – ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) Texto:


A Copa do Mundo da Rússia só começa no dia 22 de junho, mas a febre dos álbuns com os
jogadores das seleções já se espalhou e chegou até ao plenário de uma assembleia legislativa
brasileira. O flagrante de dois assessores trocando figurinhas durante uma sessão foi divulga-
do pelas redes sociais e a cena se espalhou.
No post, que teve mais de 16 mil compartilhamentos e 26 mil curtidas no Twitter, o internauta
chega a especular que seriam deputados, mas a direção da casa esclareceu tratarem-se de as-
sessores. “Votação importante hoje (19/02) e os deputados ao invés de estarem trabalhando

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Verbos – Parte I
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e fazendo jus ao salário superior a 25 mil reais, estão trocando e colando figurinha da Copa do
Mundo em meio à votação. Se eu falasse, ninguém acreditaria”, diz o post.
Outro post com mais de 40 mil compartilhamentos traz um vídeo mostrando que a troca ocor-
reu enquanto uma deputada discursava sobre uma proposta.
A direção da casa legislativa confirmou que as imagens foram feitas durante a sessão da quarta
feira e esclareceu que elas mostram dois “assessores de deputados” trocando figurinhas durante a
sessão. “O comportamento não é justificável. Os gabinetes dos deputados aos quais os assessores
pertencem, já foram informados, e cabe aos parlamentares decidir como proceder”. (adaptado)
“Se eu falasse, ninguém acreditaria”.
O emprego de tempos verbais nesse segmento do texto está correto, segundo a norma culta;
a frase abaixo em que se mantém a correção gramatical é:
a) Se eu falasse, ninguém acreditava;
b) Se eu falo, ninguém acreditaria;
c) Caso eu falasse, ninguém acreditava;
d) Caso eu fale, ninguém acredita;
e) Se eu falava, ninguém acreditaria.

Nesse período, temos uma oração que apresenta uma situação hipotética e a suposta conse-
quência dela. O cuidado que se deve tomar é que a conjunção CASO admite apenas o modo
subjuntivo, ao passo que a conjunção SE aceita outras possibilidades (indicativo ou subjunti-
vo), desde que associadas a verbos em correlação possível.
Assim, as possibilidades são:
• Se eu falo, ninguém acredita → presente indicativo + presente indicativo
• Se eu falasse, ninguém acreditaria → pretérito imperfeito subjuntivo + futuro do pretéri-
to indicativo
• Se eu falar, ninguém acreditará → futuro subjuntivo + futuro do presente do indicativo
• Caso eu fale, ninguém acredita → presente subjuntivo + presente indicativo
• Caso eu falasse, ninguém acreditaria → pretérito imperfeito subjuntivo + futuro do pre-
térito indicativo = DUPLA CAMPEÃ DE ALGUMAS BANCAS!
O emprego do PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO (opções A e C: ninguém acreditava)
não é abonado pela norma culta, apesar de muito usado na linguagem coloquial.
Logo, das opções, aquela que atende ao enunciado é “Caso eu fale, ninguém acredita”.
Letra d.

028. (FCC/TRT 16ª – ANALISTA TI/2014) Está inteiramente adequada a correlação entre os
tempos e os modos verbais da frase:
a) Os prefácios correriam o risco de serem inúteis caso tenham sido escritos segundo as ins-
truções convencionais.

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Verbos – Parte I
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b) Houvesse enorme interesse pela leitura de prefácios e as editorias certamente cuidariam


que fossem mais criativos.
c) Quando se fizesse uma glosa de frase de um grande autor deve-se citar a fonte original: esse
é um dever ético.
d) Caso o autor viesse a infirmar tanto o nome do grande poeta como o da frágil poetisa, mui-
tos o acusarão de indiscreto.
e) Menos que seja objeto de preconceito, um bom prefácio sempre resistiria aos critérios de
um crítico rigoroso.

Mesmo não explícita a conjunção, podemos perceber relação de causa e efeito entre as ora-
ções: “Houvesse enorme interesse pela leitura de prefácio [causa / condição] e as editoras [erro
de grafia do original] certamente cuidariam que fossem mais criativos [efeito/consequência]”.
Temos aí uma “dobradinha” futuro do pretérito do indicativo (cuidariam) e pretérito imperfeito
do subjuntivo (houvesse / fossem). Perfeita a correlação entre os tempos verbais das orações.
a) Errada. Nesta opção, deveríamos ter aquela mesma “dobradinha” futuro do pretérito x pre-
térito imperfeito do subjuntivo: “correriam” x “tivessem sido escritos”, contudo foi registrada a
forma “tenham sido escritos”, no PRESENTE DO SUBJUNTIVO. Errou.
c) Errada. Além de um erro de pontuação (faltou uma vírgula após “autor”), que será objeto de estudo
em aula específica, não houve correspondência entre o verbo “fizesse” (pretérito imperfeito do sub-
juntivo) e “deve” (presente do indicativo). Melhor seria colocar o primeiro verbo também no presente
do indicativo ou no futuro do subjuntivo: “Quando se faz (situação real) / se fizer (situação hipotética)
uma glosa de frase de um grande autor, deve-se citar a fonte original...”.
d) Errada. Começa-se a construção com uma situação hipotética: “Caso o autor viesse a infir-
mar...”, para, em seguida, situar o fato no futuro do presente do indicativo (acusarão)? Não dá,
não é? Melhor manter tudo no plano da hipótese: “... muitos o acusariam de indiscreto.”.
Em tempo: “infirmar” significa “enfraquecer, retirar a autoridade”.
e) Errada. A exemplo do que vimos na opção A, o examinador insiste em empregar o pre-
sente do subjuntivo (seja) com o futuro do pretérito do indicativo: melhor usar, no lugar do
presente, o futuro do pretérito: “Menos que fosse objeto de preconceito, um bom prefácio
sempre resistiria aos critérios...”.
Ao usar o presente do subjuntivo na primeira oração, devemos empregar o presente do indicativo
na segunda: “Menos que seja objeto de preconceito, um bom prefácio sempre resiste aos critérios...”.
Olhe aí novamente a “dobradinha” PRESENTE DO SUBJUNTIVO + PRESENTE DO INDICATIVO!
Letra b.

029. (FCC/SEFAZ RJ/AUDITOR/2014)


Na história da República das Províncias Unidas dos Países Baixos, a independência nacional e
a expansão colonial marcharam de mãos dadas no decurso dos oitenta anos de guerra contra
a Espanha (1568-1648). A historiografia tende basicamente a encarar de duas maneiras, que

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não são excludentes, as origens do império marítimo que os batavos começaram a edificar em
fins do século XVI e que em boa parte chegou até a Segunda Guerra Mundial e a independência
da Indonésia. A primeira maneira, estritamente monocausal, interpreta o surto ultramarino em
função do imperativo de aceder às fontes de comércio e de riqueza que os embargos opostos
pela Espanha à navegação da Holanda lhes negava; a segunda maneira, como uma das face-
tas do processo pelo qual a Holanda tornou-se, no umbral do seu Século de Ouro, “a primeira
economia moderna” e a principal potência marítima.
Portugal e os Países Baixos tinham uma longa história de relações comerciais quando, em
1580, o Reino uniu-se à monarquia plural dos Habsburgo madrilenos, na esteira da crise dinás-
tica desencadeada pela morte de d.Sebastião no norte da África. Tais relações não poderiam
escapar às consequências do conflito hispano-neerlandês, a começar pelos sucessivos em-
bargos sofridos por navios batavos em portos da Península, medidas que afetavam o supri-
mento de certos produtos indispensáveis à economia das Províncias Unidas, em especial o sal
português de que dependia a indústria da pesca, então uma das vigas mestras da prosperida-
de holandesa, além do produto crucial ao moeder negotie, isto é, às atividades mercantis da
República do Báltico. Malgrado a guerra contra a Espanha, as relações comerciais de Portugal
com as Províncias Unidas contavam com a cumplicidade de autoridades e de homens de ne-
gócio lusitanos e com o contrabando capitaneado por testas de ferro estabelecidos em Lisboa,
no Porto e em Viana, com o que se atenuaram os efeitos das medidas restritivas decretadas
pela corte de Madri.
(“Introdução” a O Brasil Holandês (1630-1654). Seleção, Introdução e notas de Evaldo Cabral de Mello. São
Paulo: Penguin Classics, 2010, p. 11 e 12)

Considere a assertiva que segue, acerca de aspectos do excerto.


Na frase inicial do segundo parágrafo, a correlação entre as formas verbais empregadas evi-
dencia que, em um cenário de ação prolongada, foi fixada uma outra ação, enquadrada em um
espaço de tempo determinado.

Retomemos a frase inicial do segundo parágrafo, destacando alguns dos verbos das orações:
“Portugal e os Países Baixos tinham uma longa história de relações comerciais quando,
em 1580, o Reino uniu-se à monarquia plural dos Habsburgo madrilenos, na esteira da crise di-
nástica desencadeada pela morte de d.Sebastião no norte da África.”
O verbo TER, no pretérito imperfeito do indicativo, permite a indicação da ocorrência de ação
continuada e prolongada (tinham uma longa história de relações comerciais), ao passo que o
verbo no pretérito perfeito do indicativo situa um fato em certo momento pontual passado (o
Reino uniu-se à monarquia plural dos Habsburgo).
Está, portanto, perfeita a afirmação do examinador a respeito da correlação dos verbos do pe-
ríodo. Basta ter calma, retomar o texto e analisá-lo com cuidado.
Certo.

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030. (FCC/SEFAZ RJ/AUDITOR/2014) Avalie se está clara e correta a redação deste livre co-
mentário sobre o texto:
Sendo função das leis regular a distribuição de justiça, Voltaire não admitia que seu espírito
venha a sofrer prejuízo em sua concepção, mormente quando mal aplicada.

Houve um deslize na correlação entre os verbos da passagem. “Voltaire não admitia que seu
espírito VENHA A SOFRER...”
O primeiro verbo se conjuga no PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO. Contudo, a cons-
trução “venha a sofrer” dá uma ideia de algo hipotético que ainda está por acontecer (futuro).
Melhor seria situar essa locução verbal em um contexto hipotético, mas no passado, com o
emprego do pretérito imperfeito do subjuntivo:
“Voltaire não admitia que seu espírito VIESSE A SOFRER...”
Errado.

031. (FCC/MANAUSPREV – TÉCNICO/2015) Na frase Desejaríamos que falassem, como fa-


lam os animais..., caso o verbo em negrito assuma o mesmo tempo e modo que o sublinhado,
teremos as seguintes formas verbais no segmento inicial:
a) Desejam que falem
b) Desejamos que falassem
c) Desejam que falassem
d) Desejamos que falem
e) Desejemos que falam

Em primeiro lugar, o candidato deveria identificar o tempo e modo do verbo sublinhado (falam).
Esse verbo está no PRESENTE DO INDICATIVO.
Em seguida, ao empregar a forma DESEJAR neste mesmo modo e tempo, precisaria fazer a
correlação entre este e o verbo da sequência (FALAR).
Com a primeira providência, já poderia eliminar três das cinco opções, restando 50% de chan-
ces de acertar a questão (que ótimo‼!).
Então, o verbo DESEJAR no PRESENTE DO INDICATIVO será “desejamos” (opções B e D). Note
que não poderia ser “desejam” (opções A e C), pois, desta forma, haveria a troca da pessoa (de
“nós” para “eles”), e o examinador não fez essa proposta.
Agora, ficou mais fácil! A opção B apresenta o verbo FALAR no PRETÉRITO IMPERFEITO DO
SUBJUNTIVO, prejudicando a cadência das ações verbais (“Desejamos que falassem…”).
Melhor será a relação entre PRESENTE DO INDICATIVO + PRESENTE DO SUBJUNTIVO, em “De-
sejamos que falem”, como indica a opção D.
Letra d.

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032. (FCC/TRT 9ª REGIÃO – TÉCNICO/2015)


... é preciso cautela para que nossos planos não se transformem em fontes de tensão.
Alterando-se as formas verbais da frase acima, a correlação entre as novas formas, conside-
rando a norma culta, está correta em:
a) era − transformaram
b) seria − transformassem
c) fosse − transformaram
d) seria − transformavam
e) seja − transformariam

O período acima relaciona verbos que estão, respectivamente, no PRESENTE DO INDICATIVO e


no PRESENTE DO SUBJUNTIVO.
A banca sugere algumas trocas, devendo o candidato observar se foi mantida a correlação
entre os verbos das opções.
a) Errada. Era preciso cautela para que nossos planos se TRANSFORMARAM – Não respeita
a correlação.
Melhor seria empregar o segundo verbo no PRESENTE DO SUBJUNTIVO ou PRETÉRITO IM-
PERFEITO DO SUBJUNTIVO: Era preciso cautela para que nossos planos se TRANSFORMEM/
TRANSFORMASSEM
b) Certa. Seria preciso cautela para que nossos planos se TRANSFORMASSEM → PERFEI-
TA RELAÇÃO!
c) Errada. Fosse preciso cautela???? Já começou mal!
d) Errada. Seria preciso cautela para que nossos planos se TRANSFORMAVAM – Não deu certo!
e) Errada. Seja preciso cautela…??? Também não‼!
Não sei vocês, mas meu ouvido chega a doer com certas correlações erradas‼!
Letra b.

033. (FGV/PC RJ – AUXILIAR NECROPSIA/2022) Entre os empregos do pretérito imperfeito


do indicativo há um que expressa uma relação de cortesia, como no seguinte caso:
a) Francisco tinha uma voz bonita;
b) Enquanto dormia, os ladrões roubaram a casa;
c) Eu pensava em ir à escola hoje;
d) Olhe onde estava a minha carteira;
e) Boa tarde, o que queria?

O pretérito imperfeito do indicativo é conjugado para indicar:


• entre ações simultâneas, aquela em curso quando outra sobreveio;
• uma ação habitual;
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• fato realizado, mas não concluído;


• fato de certa duração.
Acrescente-se a isso mais um emprego, mas, antes de expô-lo, uma explicação.
A forma verbal que os autores indicam como de cortesia é o FUTURO DO PRETÉRITO DO IN-
DICATIVO (Você poderia pegar o copo para mim?), só que ocorre um fenômeno entre o futuro
do pretérito e o pretérito imperfeito, ambos do indicativo: é o emprego de um no lugar do outro
em algumas circunstâncias.
No lugar de “poderia pegar”, muitas vezes o falante usa o imperfeito: “podia pegar”. Com isso,
essa “cortesia linguística” acabou também sendo empregada com o pretérito imperfeito tam-
bém.
Lindley Cintra e Celso Cunha indicam que essa é uma forma de polidez que, no lugar do presen-
te do indicativo, atenua um pedido ou uma afirmação (IMPERFEITO DE CORTESIA).
Nessa aplicação, a linguagem polida se faz necessária para evitar uma forma impositiva “o que
quer?”, que beira a deselegância.
Esse foi o gabarito da questão: “Boa tarde, o que queria?”.
Letra e.

034. (FUNDATEC/PROFESSOR/2019) Sobre vozes verbais, afirma-se que:


I – Uma variante da voz reflexiva é a que denota reciprocidade, ação mútua ou correspondida.
Os verbos dessa voz, por alguns chamados recíprocos, usam-se, geralmente, no plural e po-
dem ser reforçados pelas expressões um ao outro, reciprocamente, mutuamente.
II – Não se deve atribuir sentido reflexivo a verbos que designam sentimentos, como queixar-
-se, alegrar-se, arrepender-se, zangar-se, indignar-see outros meramente pronominais. O prono-
me átono como que se dilui nesses verbos, dos quais é parte integrante.
III – Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos, alguns gramáticos chamam ‘neutros’.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Com essa questão, passamos a tratar das VOZES VERBAIS, assunto que voltará a ser estudado
em CONCORDÂNCIA.

VOZES VERBAIS
Quais são as VOZES VERBAIS?
As vozes verbais indicam a relação entre o sujeito e a ação indicada pelo verbo. São ATIVA,
PASSIVA (sintética e analítica), REFLEXIVA e, segundo Bechara, RECÍPROCA.
Na voz ativa, o sujeito é o agente da ação verbal.
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Na voz passiva, o sujeito sofre ou recebe a ação, praticada por outro elemento. A passiva se
divide em analítica, ou seja, a formada por uma locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal
no particípio) e pode indicar o agente da ação (função sintática “agente da passiva”), e sintéti-
ca, a forma passiva mais “enxuta”, basicamente formada por verbo principal acompanhado de
pronome “se” (chamado “partícula apassivadora” ou “pronome apassivador”) e, regra geral, não
apresenta o agente da passiva.
Na voz reflexiva, o sujeito ao mesmo tempo pratica e sofre a ação (daí a ideia de “reflexo”). Ele é
o agente-paciente, já que pratica e sofre a ação por ele praticada. É muito importante identificar
esse elemento reflexivo, já que em algumas construções isso pode não ficar bem claro.
Na voz recíproca, há pelo menos dois agentes verbais, já que um pratica a ação contra o outro
(essa é a diferença entre voz reflexiva e voz recíproca).
As questões de concursos exploram basicamente a transposição de vozes verbais (passar de
voz ativa para passiva, de passiva analítica para passiva sintética etc.).
Para que um verbo admita a voz passiva, ele deve possuir um objeto direto (deve ser, portanto,
um verbo transitivo direto – TD ou transitivo direto e indireto – TDI, também chamado de “bi-
transitivo”), porque, na voz passiva, é este termo (o “antigo” objeto direto) que irá exercer a tão
importante função de “sujeito paciente”. Veja só como ocorre essa transposição.

O professor deu o livro ao aluno.


VOZ ATIVA SUJEITO OBJETO OBJETO
VERBO
(AGENTE) DIRETO INDIRETO

O livro foi dado pelo professor ao aluno.


VOZ PASSIVA
ANALÍTICA SUJEITO LOCUÇÃO AGENTE DA OBJETO
(PACIENTE) VERBAL PASSIVA INDIRETO
O livro deu-se - ao aluno.
VOZ PASSIVA Note que na passiva sintética, normalmente o verbo antecede o
SINTÉTICA sujeito, formando:
Deu-se o livro ao aluno.

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Cuidados que devem ser tomados na transposição:


• identificar corretamente o objeto direto da voz ativa, que exercerá a função de sujeito
da voz passiva e com o qual o verbo irá concordar;
• respeitar a concordância verbal (concordar em gênero e número com o núcleo do
sujeito paciente);
• manter a conjugação do verbo auxiliar da locução passiva no mesmo tempo e modo
do verbo apresentado na voz ativa.

Vamos, então, praticar.


Nessa questão, a banca explorou aspectos conceituais das vozes verbais.
A partir dessa questão, observamos que a banca segue Domingos Paschoal Cegalla (Novís-
sima Gramática da Língua Portuguesa), pois foram reproduzidas integralmente suas palavras
acerca dos assuntos tratados na questão.
Analisaremos cada item:
I – Uma variante da voz reflexiva é a que denota reciprocidade, ação mútua ou correspondida. Os
verbos dessa voz, por alguns chamados recíprocos, usam-se, geralmente, no plural e podem ser
reforçados pelas expressões um ao outro, reciprocamente, mutuamente.
Certa. Alguns autores admitem a existência da voz recíproca, caso em que há necessaria-
mente dois sujeitos, que praticam e sofrem, um em relação ao outro, a ação. Por isso, o verbo
fica no plural. Essa reciprocidade é reforçada por expressões como mutuamente, um ao outro,
reciprocamente. Observe o que Cegalla escreveu a esse respeito e compare com o enunciado
da questão.

Uma variante da voz reflexiva é a que denota reciprocidade, ação mútua ou correspondida.
Os verbos dessa voz, por alguns chamados recíprocos, usam-se, geralmente, no plural e podem ser
reforçados pelas expressões um ao outro, reciprocamente, mutuamente.

II – Não se deve atribuir sentido reflexivo a verbos que designam sentimentos, como queixar-se,
alegrar-se, arrepender-se, zangar-se, indignar-se e outros meramente pronominais. O pronome
átono como que se dilui nesses verbos, dos quais é parte integrante.
Certa. Veja o que consta da gramática de Cegalla a esse respeito:

Não se deve atribuir sentido reflexivo a verbos que designam sentimentos, como queixar-se, alegrar-
-se, arrepender-se, zangar-se, indignar-se e outros meramente pronominais. O pronome átono como
que se dilui nesses verbos, dos quais é parte integrante. A prova de que não são reflexivos é que não
se pode dizer, por exemplo, zango-me a mim mesmo.

Não trocou nem uma vírgula!


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III – Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos, alguns gramáticos chamam
‘neutros’.
Certa. Para terminar, leia o seguinte trecho, também de Cegalla:

Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos, alguns gramáticos chamam neutros: O
vinho é bom. Aqui chove muito.
Letra e.

035. (FCC/METRÔ SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2014)


...’sertanejo’ indicava indistintamente as músicas produzidas no interior do país... (último parágrafo)
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:
a) foi indicada.
b) vinham indicadas.
c) era indicado.
d) eram indicadas.
e) tinha indicado.

Para realizar a transposição de voz ativa para a passiva, o primeiro passo é identificar o OBJE-
TO DIRETO, pois será este termo o SUJEITO da voz passiva.
Na oração “o sertanejo indicava as músicas”, o objeto direto é “as músicas”. O núcleo é, por-
tanto, um termo plural e feminino (músicas).
Em seguida, vamos identificar o tempo e modo da forma “indicava”: o verbo está conjugado no
pretérito imperfeito do indicativo. Assim, o verbo auxiliar SER deve manter essa conjugação
(eram).
Assim, a forma verbal adequada será: eram indicadas.
A opção que indica essa resposta é D.

Então, para verificar a transposição DA VOZ ATIVA PARA PASSIVA:


1) Identifique o objeto direto da construção – esse será o sujeito da voz passiva;
2) Verifique em qual tempo e modo está o verbo da voz ativa – você precisa manter nessa
conjugação o verbo auxiliar da voz passiva;
3) Respeite a concordância verbal – se o objeto direto for um termo no plural, na voz passiva
o verbo deve realizar a concordância com ele, ou seja, o verbo auxiliar deve ficar no mesmo
tempo e modo originais, bem como concordar com o sujeito paciente.

Sugiro que você, antes de olhar as opções, faça esse “passo a passo” acima, e, somente então,
busque a resposta dentre as opções. Essa é a melhor maneira de resolver esse tipo de questão,
pois você não se “contamina” com as indicações da banca e vai diretamente à resposta certa.
Letra d.
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Verbos – Parte I
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036. (FCC/TRF 3 – ANALISTA/2014) A frase que admite transposição para a voz passi-
va está em:
a) ... para a gente bem entender a voz das águas e dos caracóis.
b) Isso é traquinagem da sua imaginação.
c) ... nem há pedras de sacristias por aqui.
d) Já vem você com suas visões!
e) ... para sair daquele lugar imensamente e sem lado.

Lembrando que, para ocorrer a transposição para a voz passiva, é necessário existir o OBJETO
DIRETO, ou seja, o verbo deve apresentar a transitividade DIRETA ou DIRETA E INDIRETA.
Então, vamos analisar a transitividade dos verbos de cada opção, e a transitividade só pode ser
analisada NA CONSTRUÇÃO.
a) Certa. “... para a gente bem ENTENDER a voz...” – TRANSITIVO DIRETO. Foi fácil desta vez,
hem? O objeto direto é “a voz”. Essa é a resposta.
b) Errada. “Isso é traquinagem...” – Verbo de ligação.
c) Errada. “... nem há pedras...” – TRANSITIVO DIRETO. Ué, professora? E agora? Veja só que
curioso! Apesar de o verbo HAVER ser transitivo direto também, é um verbo especial, pois ele
não admite a transposição para a voz passiva – não é possível falar “pedras são havidas”!!!
Nem todos os verbos que possuem objeto direto podem formar voz passiva.
d) Errada. “Já vem você com suas visões” – INTRANSITIVO. Você deve estar estranhando essa clas-
sificação, e não é para menos. A banca faz das suas também para enganar o candidato. Costuma
apresentar construções fora da ordem direta, ou seja, em vez de vir tudo “organizadinho” (SUJEITO
+ VERBO + COMPLEMENTO), o verbo se apresenta DEPOIS do sujeito, causando uma confusão na
sua cabeça. A ordem correta é “você vem”, confirmando a intransitividade do verbo.
e) Errada. “para sair daquele lugar...” – INTRANSITIVO, e “daquele lugar” tem valor adverbial.
Letra a.

037. (FCC/TCM GO/AUDITOR/2015) Transpondo-se para a voz passiva a frase Eles alardea-
vam o insuportável som instalado nos carros, obtém-se a forma verbal
a) era alardeado.
b) tinha sido alardeado.
c) têm alardeado.
d) eram alardeados.
e) fora alardeado.

Vamos, agora, treinar um pouco mais a transposição de voz passiva.


• Voz ativa: Eles alardeavam o insuportável som instalado nos carros.
• Sujeito (vai virar agente da passiva): Eles

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Verbos – Parte I
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• Verbo: alardeavam (pretérito imperfeito do indicativo)


• OD: o insuportável som instalado nos carros (vai virar sujeito)
• Voz passiva analítica: O insuportável som instalado nos carros ERA ALARDEADO por eles.
Letra a.

038. (FCC/TRF 4ª REGIÃO – ANALISTA/2010)


“O que temos de alcançar no México é tudo o que deveríamos ter alcançado aqui.”
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, as formas sublinhadas devem ser substituí-
das, na ordem dada, por:
a) tem de ser alcançado – deveria ter sido alcançado
b) será alcançado – devia ser alcançado
c) tinha de ser alcançado – deveria ser alcançado
d) tem de alcançar-se – deverá alcançar-se
e) teremos alcançado – devia ser alcançado

Essa é “cascuda”, hem? Vamos lá.


Em “temos de alcançar”, o verbo principal (alcançar) está no infinitivo, forma em que deverá
ficar o novo verbo auxiliar (SER).
Como o objeto direto do verbo ALCANÇAR é a expressão “o que” (não irei me aprofundar na
identificação dos termos, pois não é esse o objeto da questão), o verbo auxiliar TER será con-
jugado no mesmo tempo e modo – presente do indicativo -, realizando a concordância com
essa expressão: “O que tem de ser alcançado...”.
Agora, a próxima construção tem o mesmo sujeito (“o que”), com uma “dificuldade” maior: ori-
ginalmente já havia dois verbos auxiliares: DEVER e TER, além do verbo principal, ALCANÇAR.
Ora, quem vê problema nisso? Basta colocar mais um verbo auxiliar (“três?!?!”... Sim!), o verbo
SER (que caracteriza a voz passiva), tomando o cuidado de empregar o primeiro deles (DEVER)
no futuro do pretérito do indicativo (tempo e modo do verbo originalmente) e realizar a concor-
dância com a expressão “o que” (novo sujeito paciente): “o que deveria ter sido alcançado...”.
Letra a.

039. (FCC/TRF 4ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO/2010) O engajamento moral e político não che-


gou a constituir um deslocamento da atenção intelectual de Said... (2º parágrafo)
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante é:
a) teria chegado a constituir.
b) chega a se constituir.
c) chegaria a ser constituído.
d) se constituiu.
e) chegou a ser constituído.

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Verbos – Parte I
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E agora, professora? Como posso colocar na voz passiva se o verbo CHEGAR é transitivo
indireto (chegou a...)?

Ora, ele é transitivo indireto, sim, mas não é o verbo PRINCIPAL da locução. Pegadinha, hem?
Seu papel na construção é servir de AUXILIAR MODAL (aquele que denota certa circunstância
ao verbo principal).
E qual é, afinal, o verbo principal? Resposta: constituir (chegou a constituir). Esse, sim, é que precisa
ser transitivo direto, e é! Seu objeto direto é “um deslocamento da ação intelectual de Said...”.
Como originalmente o verbo auxiliar estava no pretérito perfeito do indicativo, só nos resta
incluir mais um verbo auxiliar (SER) à construção, empregar o verbo principal no particípio e
manter a concordância (esse o maior cuidado!): “Um deslocamento [não perca o foco: esse é
o núcleo do sujeito] da atenção intelectual não chegou a ser constituído...”.
Siga meu conselho: só depois de trilhar esse caminho e montar a resposta é que você deve
dirigir-se às opções, para não cair em nenhuma armadilha da banca.
Letra e.

040. (FCC/TRT 1ª REGIÃO – TÉCNICO/2013)


... aquelas que um observador pode vislumbrar a partir do Museu de Arte Contemporânea de
Niterói...
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:
a) pode ser vislumbrado.
b) vislumbra-se.
c) podem ser vislumbradas.
d) pode-se vislumbrar.
e) podem vislumbrar.

Agora, você já sabe tudo sobre transposição de vozes verbais.


Ao partir da voz ativa para a voz passiva, identificamos o objeto direto (será o sujeito paciente),
introduzimos o verbo SER (se for uma construção passiva analítica) ou o pronome SE (se for
voz passiva sintética), tomamos cuidado em manter, no verbo auxiliar, o tempo e modo origi-
nais e, por fim, observar a concordância. Vamos lá.
“... aquelas que um observador pode vislumbrar...”

Ué? Onde foi parar o objeto direto, professora?

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GRAMÁTICA
Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

Calma! Você deve ter percebido que temos um “que”, pronome relativo, e que este elemento
retoma um antecedente: o pronome demonstrativo “aquelas”.
Pronto! São esses os elementos que nos interessam. O pronome relativo exerce a função de
objeto direto na oração subordinada adjetiva, mas ele não possui nenhuma flexão ou significa-
do – ele remete a concordância para o termo antecedente: aquelas.
Na voz ativa, tínhamos uma locução verbal com um verbo auxiliar modal (poder) e um verbo
principal, que carrega o sentido da ação (vislumbrar). Na construção passiva, iremos incluir
mais um verbo auxiliar, que irá indicar a passividade da locução: SER. Como o verbo auxiliar
modal se encontrava no presente do indicativo, devemos manter esse tempo e modo na nova
oração. Por fim, lembre-se de realizar a concordância com “aquelas”.
Assim será a nova construção passiva:
“... aquelas que PODEM SER VISLUMBRADAS por um observador...”
Letra c.

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GRAMÁTICA
Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

MAPAS MENTAIS
Modos e Tempos Verbais

TEMPOS VERBAIS

PRESENTE SIMPLES

SIMPLES
PRETÉRITO PERFEITO
COMPOSTO
MODOS VERBAIS
PRETÉRITO IMPERFEITO SIMPLES

SIMPLES
INDICATIVO
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
COMPOSTO

SIMPLES
FUTURO DO PRESENTE
COMPOSTO
SIMPLES
FUTURO DO PRETÉRITO
COMPOSTO

PRESENTE
VERBOS PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO

PRETÉRITO IMPERFEITO
SUBJUNTIVO
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
COMPOSTO

SIMPLES
FUTURO
COMPOSTO

AFIRMATIVO
IMPERATIVO
NEGATIVO

Locuções Verbais

TER
TEMPOS COMPOSTOS + PARTICÍPIO (sem flexão)
HAVER

SER
LOCUÇÕES VERBAIS VOZ PASSIVA + PARTICÍPIO (com flexão)
ESTAR

AUXILIARES MODAIS

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Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

Vozes Verbais

ATIVA

ANALÍTICA
PASSIVA
SINTÉTICA
VOZES VERBAIS

REFLEXIVA

RECÍPROCA

Transposição de Vozes Verbais

DE ATIVA PARA PASSIVA ANALÍTICA

DE ATIVA PARA PASSIVA SINTÉTICA

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GRAMÁTICA
Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (FUNDATEC/PREFEITURA DE IMBÉ/2020) Assinale a alternativa que indica o número
de formas verbais presentes no trecho:
“Espero que as pessoas sejam generosas e amplas para compreender e amar seus parceiros em
suas dúvidas, fragilidades, divisões e pequenas paixões”.
a) 2.
b) 3.
c) 4.
d) 5.
e) 6.

002. (FUNDATEC/PREFEITURA DE IMBÉ/2020) Na linha 31, em “espero por você”, a forma


verbal está no presente do indicativo. Assinale a alternativa que indica a correta conjugação
desse verbo no pretérito perfeito do indicativo, mantendo-se a mesma pessoa do discurso.
a) Esperei.
b) Esperava.
c) Esperaria.
d) Esperara.
e) Esperaste.

003. (FCC/SABESP – TÉCNICO EM GESTÃO/2014)


Sobre a dificuldade de ler
Gostaria de lhes falar não da leitura e dos riscos que ela comporta, mas de um risco ainda maior,
ou seja, da dificuldade ou da impossibilidade de ler; gostaria de tentar lhes falar não da leitura,
mas da ilegibilidade.
Cada um de vocês terá feito a experiência daqueles momentos nos quais gostaríamos de ler,
mas não conseguimos, nos quais nos obstinamos a folhear as páginas de um livro, mas ele nos
cai literalmente das mãos.
Gostaria de lhes sugerir que prestassem atenção aos seus momentos de não leitura, quando o
livro do mundo cai das suas mãos, porque a impossibilidade de ler lhes diz respeito tanto quanto
a leitura e é, talvez, tanto ou mais instrutiva do que esta.
Há também uma outra e mais radical impossibilidade de ler, que até poucos anos atrás era, antes
de tudo, comum. Refiro-me aos analfabetos, que, há apenas um século, eram a maioria. Um gran-
de poeta espanhol do século 20 dedicou um livro de poesia seu “ao analfabeto para/por quem eu
escrevo”. É importante compreender o sentido desse “para/por”.
Gostaria que vocês refletissem sobre o estatuto especial desse livro que, na sua essência, é des-
tinado aos olhos que não podem lê-lo e foi escrito com uma mão que, em um certo sentido, não
sabe escrever. O poeta ou escritor que escreve pelo/para o analfabeto tenta escrever o que não
pode ser lido, põe no papel o ilegível. Mas precisamente isso torna a sua escrita mais interessan-
te do que a que foi escrita somente por/para quem sabe ler.

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GRAMÁTICA
Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

Há, finalmente, um outro caso de não leitura do qual gostaria de lhes falar. Refiro-me aos livros que
foram escritos e publicados, mas estão − talvez para sempre − à espera de serem lidos. Eu conheço
− e cada um de vocês, eu acredito, poderia citar − livros que mereciam ser lidos e não foram lidos, ou
foram lidos por pouquíssimos leitores. Eu penso que, se esses livros eram verdadeiramente bons, não
se deveria falar de uma espera, mas de uma exigência. Esses livros não esperam, mas exigem ser
lidos, mesmo que não o tenham sido ou não o serão jamais.
Mas agora gostaria de dar um conselho aos editores e àqueles que se ocupam de livros: parem
de olhar para as infames, sim, infames classificações de livros mais vendidos e − presume-se −
mais lidos e tentem construir em vez disso na mente de vocês uma classificação dos livros que
exigem ser lidos. Só uma editora fundada nessa classificação mental poderia fazer o livro sair da
crise que − pelo que ouço ser dito e repetido − está atravessando.
(Adaptado de: AGAMBEN, Giorgio. Sobre a dificuldade de ler. Trad. de Cláudio Oliveira. Revista Cult, ano 16, n.
180. São Paulo: Bregantini, junho de 2013. p. 46 e 47)

Ao final do texto, para dar conselho aos editores e a quem se interessa por livros, o autor utiliza
no imperativo os verbos
a) exigir e poder.
b) gostar e ocupar.
c) sair e atravessar.
d) parar e tentar.
e) presumir e construir.

004. (CEBRASPE/PREFEITURA DE BOA VISTA – PROCURADOR MUNICIPAL/2019)

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Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

Julgue o seguinte item, considerando os aspectos textuais e gramaticais do cartaz precedente


veiculado pelo Ministério Público Federal, no âmbito do projeto Amazônia Protege.
As formas verbais “Acesse”, “conheça” e “consulte” caracterizam-se por uma uniformidade na
flexão de modo e de pessoa.

005. (FCC/TCE GO/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2012/ADAPTADA)


Nãosejaismaiscomportadosdoqueonecessário;pondealgumasobriedadenobomcomportamento.
A frase acima permanecerá correta com a substituição das formas verbais sublinhadas, res-
pectivamente, por:
a) sejas – ponhais
b) seja – põe
c) sede – ponhais
d) sejas – põe
e) sejas – ponhas

006. (FGV/CBM AM/SOLDADO BOMBEIRO MILITAR/2022) A questão desta prova é elabora-


da a partir de pequenos textos e pretendem avaliar sua capacidade em interpretar e compreen-
der textos, assim como em redigir de forma correta e adequada.
“Sê breve em teus raciocínios, que a ninguém agrada seres longo.” A frase está expressa na se-
gunda pessoa do singular; assinale a opção que mostra a forma adequada se a reescrevermos
na terceira pessoa do singular.
a) Seja breve em seus raciocínios, que a ninguém agrada seres longo.
b) Seja breve em teus raciocínios, que a ninguém agrada ser longo.
c) Sê breve em seus raciocínios, que a ninguém agrada seres longo.
d) Sê breve em seus raciocínios, que a ninguém agrada ser longo.
e) Seja breve em seus raciocínios, que a ninguém agrada ser longo.

007. (FGV/SEFAZ ES/CONSULTOR CIÊNCIAS ECONÔMICAS/2022) Uma frase do Ecle-


siastes 8, 3 diz:
“Não discutas com um falador, não amontoes lenha ao fogo.”
Se passássemos essa frase para a forma afirmativa, as formas verbais adequadas seriam:
a) discuta / amontoe.
b) discute / amontoa.
c) discutes / amontoas.
d) discute / amontoe.
e) discuta / amontoa.

008. (FCC/SABESP/ADVOGADO/2014)
É importante que a inserção da perspectiva da sustentabilidade na cultura empresarial, por meio
das ações e projetos de Educação Ambiental, esteja alinhada a esses conceitos.

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Verbos – Parte I
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O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado na frase acima está em:
a) ... e incorporou [...] também aspectos de desenvolvimento humano.
b) ... e reforce a identidade das comunidades.
c) ... a Empresa desenvolve todas as suas ações, políticas...
d) ... as definições de Educação Ambiental são abrangentes...
e) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentável...

009. (FUNDATEC/PREFEITURA DE IMBÉ/2020)

A dor de se sentir invisível


A invisibilidade consta como elemento de desejo na lista de superpoderes. Quem nunca dese-
jou ter uma capa de invisibilidade igual à do Harry Potter, ou “ser uma mosquinha”, para passar
despercebido e poder estar em algum lugar específico para poder ver e ouvir sem ser visto ou
ouvido? Esse desejo de não ser identificado está associado às situações das quais por alguma
razão somos ou fomos excluídos por não pertencimento ou não aceitação daquele grupo ora
reunido; essa exclusão desperta dentro de nós, além da curiosidade natural, uma vontade de
possuir o poder de resistir à situação da margem, de não obedecer a placas de “proibido en-
trar”, de se rebelar contra a barreira do não pertencimento.
No entanto, há um outro tipo de invisibilidade que contraria toda possibilidade de alcançar
algum poder: ser ou estar invisível aos olhos do outro, mesmo estando de corpo e alma pre-
sentes, ao vivo, em cores, em 3D, com direito a cheiros e odores. Esse tipo de invisibilidade fere
a gente num lugar fundo da alma, porque é uma mensagem direta do outro para nós, por meio
da qual deixa explícito que, por opção ou falta de capacidade, não tem olhos para nos ver, olhar
e, muito menos, enxergar. E, verdade seja dita, cada um de nós já esteve dos dois lados dessa
cena. Basta parar pra pensar um instantinho em quantas vezes, engolidos pelas nossas urgên-
cias, negligenciamos os outros ao nosso redor. Quantas vezes até identificamos que aquela
colega que senta na mesa ali adiante tem andado mais calada ou com os olhos vermelhos e
dizemos para nós mesmos que não é ético perscrutar os sentimentos alheios porque não que-
remos ser invasivos, quando na verdade o que nos impede de tentar furar a bolha – a nossa e
a do outro – é um fervoroso instinto de auto- preservação, uma mania adquirida de não prestar
atenção em nada que não nos seja útil imediatamente, ou pior: o hábito de achar que a dor do
outro não é da nossa conta.
O fato é que estamos cercados de seres invisíveis e que certamente somos invisíveis para
muitos daqueles que compartilham conosco o nosso dia a dia, o nosso ambiente de trabalho,
o nosso lugar de estudo, a nossa roda de amigos, a nossa casa e até a nossa própria cama.
Sentir-se invisível é uma das dores mais cruéis a que um ser humano pode ser submetido, por-
que tira dele a possibilidade de ser real; é como se ele não existisse; ou pior, como se ele existir
fosse tão inconveniente que a melhor forma de lidar com ele é fingir que ele não existe.
Ainda pior que ser invisível, ou sentir-se invisível, é tornar-se visível ao outro apenas em situa-
ções em que o simples fato de você existir torna-se um transtorno ao equilíbrio do entorno. É

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Verbos – Parte I
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ver a mulher ou o homem que segue pelas ruas arrastando uma carroça só na hora em que a
sua existência atrapalha o tráfego. É notar aquela pessoa gorda sentada na lanchonete e pen-
sar que ela não deveria estar ali comendo aquele sanduíche gigante e imediatamente julgá-la
com a autoridade de um juiz: “tá vendo! Por isso que é gorda!”.
A invisibilidade é rompida por meio de uma visibilidade que marginaliza, e quando isso acon-
tece fica escancarada a nossa falta de jeito para lidar com tudo o que não nos é familiar,
confortável, ou parecido conosco. O diferente ainda nos assusta tanto porque ainda estamos
enraizados em crenças de uma sociedade pasteurizada, de modo que é obrigação de todos
submeter-se a determinados padrões para poder caber bem direitinho nas caixinhas que lhe
são destinadas. É urgente tomarmos ciência de que essa nossa cegueira voluntária e seletiva
constitui o elemento base para que se instale no nosso mundo uma cultura tácita de exclusão,
abandono e violência. Enquanto continuarmos a cruzar os braços diante da falta de equidade
em todos os níveis da esfera humana, não só seremos coniventes com a manutenção dos in-
visíveis, como corremos o sério risco de, num futuro breve, sequer sermos capazes de sermos
visíveis a nós mesmos.
(Disponível em https://www.contioutra.com/a-dor-de-se-sentir-invisivel/ – Texto adaptado especialmente
para esta prova.)

No fragmento “como se ele existir fosse tão inconveniente”, a forma verbal sublinhada está
conjugada no:
a) Pretérito perfeito do modo indicativo.
b) Pretérito imperfeito do modo indicativo.
c) Pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo.
d) Futuro do pretérito do modo indicativo.
e) Pretérito imperfeito do modo subjuntivo.

010. (FCC/TCE PI/ASSESSOR JURÍDICO/2014)


A pregação de um sermão e a publicação de uma ordem de delação faziam parte da rotina dos inqui-
sidores medievais quando chegavam a uma nova localidade em seu itinerário. A ordem de delação,
embrião do futuro édito da fé, não era tão minuciosa na descrição dos crimes − em uma sociedade
onde predominava a comunicação oral, os inquisidores consideravam fundamental o papel do ser-
mão. É apenas mais tarde que se inverte essa relação de dominação do édito pelo sermão − tendência
tornada irreversível com a fundação da Inquisição espanhola.
Com efeito, o édito não era apenas lido depois do sermão: ele era afixado à porta da igreja. Como
suporte de comunicação, ele se torna cada vez mais importante, pois assegura uma definição
clara dos delitos sob alçada da Inquisição. Não é surpreendente que, em uma sociedade onde as
elites urbanas são progressivamente alfabetizadas, a publicação do édito se torne o ato central
da fundação dos novos tribunais e das visitas de distrito, um ato que adquire uma tal autono-
mia que é utilizado todos os anos para reafirmar os contornos da jurisdição inquisitorial. Mas a
publicação do édito, embora breve e subordinada nos séculos XIII e XIV, era acompanhada pela
proclamação de um “tempo de graça” de que podiam se beneficiar todos os culpados dos delitos
de heresia que se apresentassem espontaneamente para confessar suas faltas aos inquisidores. A
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Verbos – Parte I
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publicação do tempo de graça, que se estendia geralmente até um mês, adquire uma tal rotina
que é frequentemente incluída no protocolo final do édito − nesse caso, o édito passa a ser de-
signado por “édito da graça”.
(BETHENCOURT, Francisco. História das Inquisições: Portugal, Espanha e Itália − séculos XV-XIX. São Paulo:
Companhia das Letras, 2000, p. 155 e 156)

Considerando a norma-padrão escrita, avalie o que se afirma a seguir.


A forma verbal em que se apresentassem enuncia a ação como eventual, enquanto a forma
presente em que se estendia encerra ideia de continuidade da ação.

011. (CEBRASPE/PM AL – SOLDADO POLICIAL MILITAR/2018)


Dói. Dói muito. Dói pelo corpo inteiro. Principia nas unhas, passa pelos cabelos, contagia os
ossos, penaliza a memória e se estende pela altura da pele. Nada fica sem dor. Também os
olhos, que só armazenam as imagens do que já fora, doem. A dor vem de afastadas distâncias,
sepultados tempos, inconvenientes lugares, inseguros futuros. Não se chora pelo amanhã. Só
se salga a carne morta.
No princípio, se um de nós caía, a dor doía ligeiro.Um beijo seu curava a cabeça batida na terra,
o dedo espremido na dobradiça da porta, o pé tropeçado no degrau da escada, o braço torci-
do no galho da árvore. Seu beijo de mãe era um santo remédio. Ao machucar, pedia-se: mãe,
beija aqui!
Há que experimentar o prazer para, só depois, bem suportar a dor. Vim ao mundo molhado pelo
desenlace. A dor do parto é também de quem nasce. Todo parto decreta um pesaroso aban-
dono. Nascer é afastar-se — em lágrimas — do paraíso, é condenar-se à liberdade. Houve, e só
depois, o tempo da alegria ao enxergar o mundo como o mais absoluto e sucessivo milagre:
fogo, terra, água, ar e o impiedoso tempo. Sem a mãe, a casa veio a ser um lugar provisório.
Uma estação com indecifrável plataforma, onde espreitávamos um cargueiro para ignorado
destino. Não se desata com delicadeza o nó que nos amarra à mãe. Impossível adivinhar, ao
certo, a direção do nosso bilhete de partida. Sem poder recuar, os trilhos corriam exatos diante
de nossos corações imprecisos. Os cômodos sombrios da casa — antes bem- aventurança pri-
mavera — abrigavam passageiros sem linha do horizonte. Se fora o lugar da mãe, hoje ventilava
obstinado exílio.
Bartolomeu Campos de Queirós. Vermelho amargo. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 5 (com adaptações).

Ainda a respeito de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto 1A1-I, julgue o item
que se segue.
No segundo parágrafo do texto, as formas verbais “caía”, “doía”, “curava” e “pedia” designam
ações frequentes ou contínuas no passado.

012. (FUNDATEC/CÂMARA MUNICIPAL DE ITUPORANGE – ASSESSOR JURÍDICO/2019)

Calce os tênis, seu cérebro agradecerá


Somos capazes de criar novos neurônios, inclusive na idade adulta. A descoberta é relativa-
mente nova, porque se pensava que nascíamos com um determinado “banco de neurônios”

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Verbos – Parte I
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que ia diminuindo com o passar do tempo e que não éramos capazes de aumentar. No entanto,
as últimas descobertas da neurociência derrubaram essa crença. Nosso cérebro é plástico: po-
demos criar conexões diferentes e inclusive, em algumas áreas, como o hipocampo, podemos
fazer com que novos neurônios nasçam, como explica o professor Terry Sejnowski, do The
Salk Institute for Biological Studies. Assim, temos margem de manobra, independentemente
da idade. Uma boa notícia!
O hipocampo tem a forma de cavalo-marinho e é um dos responsáveis por nossa memória e
nossa capacidade espacial. As pesquisas sobre o hipocampo começaram com roedores: vá-
rias imagens foram mostradas aos ratos, que tinham que diferenciá-las. Quando os roedores
aprenderam a distingui-las depois da prática, observou- se que novos neurônios haviam sido
gerados em seu hipocampo. Curiosamente, se o animal parasse de fazer esse exercício, os
neurônios jovens desapareciam. E se retomasse a atividade, voltavam a aparecer. Assim, já
temos uma pista importante: a prática repetida ajuda a gerar novos neurônios em nosso hi-
pocampo. Mas se tivéssemos de decidir qual atividade nos permite realmente manter nosso
cérebro jovem, Sejnowski não hesita: o esporte é o melhor presente que podemos nos dar, é o
melhor medicamento antienvelhecimento para nossa massa cinzenta.
Sabíamos que praticar esportes é uma maneira de cuidar do nosso corpo e reduzir o estresse,
graças às danças hormonais desencadeadas pela dopamina, serotonina e noradrenalina. Mas
pesquisas mais recentes mostram que o exercício também melhora a secreção do fator neu-
rotrófico cerebral (o que influencia positivamente na memória e em um estado de ânimo mais
positivo ) e permite que novos neurônios nasçam em nosso hipocampo. No entanto, apesar
de suas vantagens, não parece haver muita sensibilidade na relação entre aprendizagem e
esporte. De fato, o exercício físico nas escolas é frequentemente visto como uma disciplina
fácil de aprovar e sem muito valor. Mas estávamos errados. Educar crianças e adultos nos
esportes não apenas ajuda nosso corpo a estar melhor e mais saudável como também ajuda
nosso cérebro a permanecer mais jovem e com capacidade de gerar novos neurônios. E, como
Sejnowski resume, “a academia e a recreação são as partes mais importantes do currículo”.
Então, se nosso cérebro é capaz de gerar novos neurônios com o esporte, o que precisamos fa-
zer para que isso aconteça? Bem, mais uma vez, frequência. Como os especialistas sugerem,
precisamos praticar exercícios três vezes por semana, com duração mínima de 30 minutos.
Portanto, pense em você. Qual a sua relação com o esporte? Se não é exatamente um amor
constante, vale a pena lembrar as vantagens físicas e neuronais, buscar um exercício bom para
você, com um grupo de amigos se você tem dificuldade para se motivar sozinho e calçar os
tênis. Seu hipocampo agradecerá.
Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/27/ciencia/1540643073_895649.html (Adaptado para esta
prova)

Relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando os verbos às suas ações temporais, considerando


o contexto de ocorrência no texto.
Coluna 1
1. Fato atual.
2. Fato passado concluído.

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3. Fato passado anterior a outro também passado.


4. Fato a ser realizado.
5. Fato futuro situado no passado.
Coluna 2

( ) as últimas descobertas da neurociência derrubaram essa crença...


( ) novos neurônios haviam sido gerados em seu hipocampo...
( ) voltavam a aparecer...
( ) pesquisas mais recentes mostram que o exercício também melhora a secreção do fator
neurotrófico cerebral...

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:


a) 2 – 3 – 5 – 1.
b) 4 – 2 – 1 – 5.
c) 3 – 1 – 4 – 2.
d) 5 – 2 – 3 – 4.
e) 1 – 4 – 2 – 3.

013. (FCC/METRÔ SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2014)


Não há melhor representante da boemia paulistana do que o compositor e cientista Paulo Van-
zolini. Por mais incrível que possa parecer, ele conciliava as noites de boemia com a rotina de
professor, pesquisador e zoólogo famoso.
A obra do zoólogo-compositor retrata as contradições da metrópole. São Paulo, nos anos 1960,
já era um estado que reunia parte significativa do PIB brasileiro. No meio da multidão de migran-
tes, imigrantes e paulistanos, Vanzolini usava a mesma lupa de suas pesquisas para observar as
peculiaridades do dia a dia urbano: uma briga de bar, a habilidade de um batedor de carteira e,
em Capoeira do Arnaldo, os fortes laços que unem campo e cidade.
Em 1967, Paulo Vanzolini lança o primeiro LP. A história desse disco é curiosa. Foi o primeiro
trabalho feito pelo selo Marcus Pereira. A música Volta por cima estava fazendo muito sucesso.
Só que o já lendário Vanzolini ainda não tinha disco autoral e andava irritado com as gravadoras
por ter sido preterido pelo americano Ray Charles na escolha da confecção de um LP. Aos pou-
cos, Marcus Pereira ganhou a confiança do compositor, que acabou cedendo ao lançamento do
LP Onze sambas e uma capoeira, com arranjos de Toquinho e Portinho e participação de Chico
Buarque, Adauto Santos, Luiz Carlos Paraná, entre outros. As músicas eram todas de Vanzolini:
Praça Clóvis, Samba erudito, Chorava no meio da rua. Vanzolini não era um compositor de muitos
parceiros. Tem músicas com Toquinho, Elton Medeiros e Paulinho Nogueira. Só mesmo a pena
elegante do crítico da cultura Antonio Candido para sintetizar a obra de Vanzolini: “Como autor
de letra e música ele é de certo modo o oposto da loquacidade, porque não espalha, concentra;
não esbanja, economiza − trabalhando sempre com o mínimo para atingir o máximo”.
(Adaptado de DINIZ, André. Almanaque do samba. Rio de Janeiro, Zahar, 2012, formato ebook).

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Verbos – Parte I
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... ele conciliava as noites de boemia com a rotina de professor, pesquisador e zoólogo famoso.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima se encontra em:
a) ... porque não espalha...
b) Tem músicas com Toquinho, Elton Medeiros e Paulinho Nogueira.
c) As músicas eram todas de Vanzolini.
d) Por mais incrível que possa parecer...
e)... os fortes laços que unem campo e cidade.

014. (CEBRASPE/TCM BA/AUDITOR ESTADUAL – CONTROLE EXTERNO/2018)


Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma
desordem ou um delito, mas também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a
própria natureza. “Inadmissível”, “escandalosa”, “revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro,
comentando uma greve recente. Para dizer a verdade, trata-se de uma linguagem do tempo
da Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a época em que a burguesia, que
assumira o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral e a nature-
za, oferecendo a uma a garantia da outra. Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a
natureza; finge-se confundir a ordem política e a ordem natural, e decreta-se imoral tudo o que
conteste as leis estruturais da sociedade que se quer defender. Para os prefeitos de Carlos X,
assim como para os leitores do Figaro de hoje, a greve constitui, em primeiro lugar, um desafio
às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é zombar de todos nós”, isto é, mais do que
infringir uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade “natural”, atentar contra o bom senso,
misto de moral e lógica, fundamento filosófico da sociedade burguesa.
Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque
incomoda precisamente aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta:
a causalidade direta, mecânica, essa causalidade é perturbada; o efeito se dispersa incompre-
ensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que é intolerável e chocante. Ao contrário do que
se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma concepção tirânica,
infinitamente suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo
algum mágico, mas, sim, racional. Simplesmente, trata-se de uma racionalidade linear, estreita,
fundada, por assim dizer, numa correspondência numérica entre as causas e os efeitos. O que
falta a essa racionalidade é, evidentemente, a ideia das funções complexas, a imaginação de
um desdobramento longínquo dos determinismos, de uma solidariedade entre os aconteci-
mentos, que a tradição materialista sistematizou sob o nome de totalidade.
Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias. Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e
Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 (com adaptações).

No texto, com o emprego da forma verbal “assumira”, exprime-se


a) a continuidade de uma ação ocorrida no passado.
b) a concomitância de uma ação em relação a outra.
c) o resultado presente de ação ocorrida no passado.
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d) o ponto inicial de ação ocorrida no passado.


e) a anterioridade de uma ação em relação a outra.

015. (CEBRASPE/SEFAZ RS – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2019)


Pixis foi um músico medíocre, mas teve o seu dia de glória no distante ano de 1837.
Em um concerto em Paris, Franz Liszt tocou uma peça do (hoje) desconhecido composi-
tor, junto com outra, do admirável, maravilhoso e extraordinário Beethoven (os adjetivos
aqui podem ser verdadeiros, mas — como se verá — relativos). A plateia, formada por um
público refinado, culto e um pouco bovino, como são, sempre, os homens em ajuntamen-
tos, esperava com impaciência.
Liszt tocou Beethoven e foi calorosamente aplaudido. Depois, quando chegou a vez do obs-
curo e inferior Pixis, manifestou-se o desprezo coletivo. Alguns, com ouvidos mais sensíveis,
depois de lerem o programa que anunciava as peças do músico menor, retiraram-se do teatro,
incapazes de suportar música de má qualidade.
Como sabemos, os melômanos são impacientes com as obras de epígonos, tão céleres em
reproduzir, em clave rebaixada, as novas técnicas inventadas pelos grandes artistas.
Liszt, no entanto, registraria que um erro tipográfico invertera, no programa do concerto, os
nomes de Pixis e Beethoven...
A música de Pixis, ouvida como sendo de Beethoven, foi recebida com entusiasmo e paixão, e
a de Beethoven, ouvida como sendo de Pixis, foi enxovalhada.
Esse episódio, cômico se não fosse doloroso, deveria nos tornar mais atentos e menos arro-
gantes a respeito do que julgamos ser arte.
Desconsiderar, no fenômeno estético, os mecanismos de recepção é correr o risco de aplaudir
Pixis como se fosse Beethoven.
Charles Kiefer. O paradoxo de Pixis. In: Para ser escritor. São Paulo: Leya, 2010 (com adaptações).

Os sentidos originais e a correção gramatical do texto 1A11-I seriam preservados se a forma


verbal “invertera” fosse substituída por
a) inverteria.
b) teria invertido.
c) invertesse.
d) havia invertido.
e) houve de inverter.

016. (FCC/MANAUSPREV/ANALISTA PREVIDENCIÁRIO/2021)


A beleza total
A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam
diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não
ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do
banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços.

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A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por
sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou
uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa.
O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia con-
finada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto
de Gertrudes sobre o peito.
Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza.
E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um
dia cerrou os olhos para sempre. Sua beleza saiu do corpo e ficou pairando, imortal. O corpo
já então enfezado de Gertrudes foi recolhido ao jazigo, e a beleza de Gertrudes continuou cin-
tilando no salão fechado a sete chaves.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2012)

O narrador relata uma série de eventos ocorridos no passado. Um evento anterior a esse tempo
passado está indicado pela forma verbal sublinhada em
a) A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suici-
dara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. (3º parágrafo)
b) A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. (1º parágrafo)
c) Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil
estilhaços. (1º parágrafo)
d) A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes,
por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. (2º parágrafo)
e) Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um dia cerrou os olhos para sem-
pre. (4º parágrafo)

017. (FCC/SEFAZ SP/2013)


Talvez seja exagero prever uma “Primavera Europeia” em países como Espanha, Grécia e Por-
tugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É inegável, entretanto, que pouco se
tem feito para dissipar tamanho surto de aflições.
Considerado o trecho acima transcrito, analise a seguinte proposição:
Se, na frase É inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de aflições,
tivesse sido empregada a forma “que pouco se fez” não haveria perda de nenhum traço de sentido.

018. (CEBRASPE/PGE PE – ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA/2019)


Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram simulta-
neamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam épo-
ca, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o
fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia
na Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o
advento da sociedade industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, que
desorientaram gerações inteiras.

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Se observarmos bem, essas ondas longas da história, como as chamava Braudel, torna-
ram-se cada vez mais curtas. Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricul-
tura pela indústria, ocorrida no século XX, e, em menos de um século, um novo salto de
época nos tomou de surpresa, lançando-nos na confusão. Dessa vez o salto coincidiu
com a rápida passagem de uma sociedade de tipo industrial dominada pelos proprietários
das fábricas manufatureiras para uma sociedade de tipo pós-industrial dominada pelos
proprietários dos meios de informação.
O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade pós-industrial foi extraída do ventre da socie-
dade industrial anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico, pela globaliza-
ção, pelas guerras mundiais, pelas revoluções proletárias, pelo ensino universal e pelos meios
de comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses fenômenos produziram uma ava-
lanche ciclópica — talvez a mais irresistível de toda a história humana — na qual nós, contem-
porâneos, temos o privilégio e a desventura de estar envolvidos em primeira pessoa.
Ninguém poderia ficar impassível diante de uma mudança dessa envergadura. Por isso a sen-
sação mais difundida é a desorientação.
A nossa desorientação afeta as esferas econômica, familiar, política, sexual, cultural... É um
sintoma de crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque quem está deso-
rientado sente-se em crise, e quem se sente em crise deixa de projetar o próprio futuro. Se
deixarmos de projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em função de nossos
interesses, mas do seu próprio proveito.
Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: para entender o nosso tempo. Trad. Silvana Cobucci e
Federico Carotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com adaptações).

A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item que se segue.
A coerência e a correção gramatical do texto seriam preservadas se a forma verbal “mudaram”
(R.2) fosse substituída por mudam.

019. (FCC/TRT 2ª – ANALISTA/2014)


1. A áspera controvérsia sobre a importância da liberdade
política é bem capaz de ocultar o essencial nessa
matéria, ou seja, a liberdade existe como um valor ético
em si mesmo, independentemente dos benefícios concretos
5. que a sua fruição pode trazer aos homens. [...]
A liberdade tem sido, em todos os tempos, a causa
das maiores conquistas do ser humano. E, efetivamente,
que valor teriam a descoberta da verdade, a criação
da beleza, a invenção das utilidades ou a realização da
10. justiça, se os homens não tivessem a possibilidade de

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escolher livremente o contrário de tudo isso?


Heródoto foi um dos primeiros a sublinhar que o estado
de liberdade torna os povos fortes, na guerra e na
paz. Ao relatar a estupenda vitória que os atenienses,
15. sob o comando de Cleômenes, conquistaram contra os
calcídeos e os beócios, ele comenta: “Aliás, verifica-se,
sempre e em todo lugar, que a igualdade entre os cidadãos
é uma vantagem preciosa: submetidos aos tiranos,
os atenienses não tinham mais valor na guerra que
20. seus vizinhos; livres, porém, da tirania, sua superioridade
foi manifesta. Por aí se vê que na servidão eles se
recusavam a manifestar seu valor, pois labutavam para
um senhor; ao passo que, uma vez livres, cada um no
seu próprio interesse colaborava, por todas as maneiras,
25. para o triunfo do empreendimento coletivo”.
O mesmo fenômeno de súbita libertação de energias
e de multiplicação surpreendente de forças humanas
voltou a repetir-se vinte e quatro séculos depois, com a
Revolução Francesa. Pela primeira vez na história moderna,
30. as forças armadas de um país não eram compostas
de mercenários, nem combatiam por um príncipe,
sob o comando de nobres, mas eram formadas de
homens livres e iguais, comandados por generais plebeus,
sendo todos movidos tão só pelo amor à pátria.
(COMPARATO, Fábio Konder. A liberdade como valor ético. Ética: direito, moral e religião no mundo moderno. São
Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 546-547)

Observadas as orientações da gramática normativa, analise o seguinte comentário:


(linhas 16 a 21) Tanto em ele comenta, quanto em Por aí se vê, observa-se o emprego do tempo
presente pelo pretérito (presente histórico), para dar vivacidade a fatos ocorridos no passado.

020. (CEBRASPE/PM AL/SOLDADO POLICIAL MILITAR/2018)


Preguiça e covardia são as causas que explicam por que uma grande parte dos seres huma-
nos, mesmo muito após a natureza tê-los declarado livres da orientação alheia, ainda perma-
necem, com gosto e por toda a vida, na condição de menoridade. As mesmas causas explicam
por que parece tão fácil outros afirmarem-se como seus tutores. É tão confortável ser menor!
Tenho à disposição um livro que entende por mim, um pastor que tem consciência por mim, um
médico que me prescreve uma dieta etc.: então não preciso me esforçar. Não me é necessário
pensar, quando posso pagar; outros assumirão a tarefa espinhosa por mim.

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A maioria da humanidade vê como muito perigoso, além de bastante difícil, o passo a ser dado
rumo à maioridade, uma vez que tutores já tomaram para si de bom grado a sua supervisão.
Após terem previamente embrutecido e cuidadosamente protegido seu gado, para que essas
pacatas criaturas não ousem dar qualquer passo fora dos trilhos nos quais devem andar, os tu-
tores lhes mostram o perigo que as ameaça caso queiram andar por conta própria. Tal perigo,
porém, não é assim tão grande, pois, após algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar;
basta, entretanto, o exemplo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para
que não façam novas tentativas.
Kant. Resposta à pergunta: Que é esclarecimento? Tradução de Pedro Caldas. In: Danilo Marcondes. Textos bási-
cos de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 4.ª edição, 2008 (com adaptações).

A respeito das propriedades linguísticas do texto 1A12-I, julgue o item a seguir.


A forma verbal “assumirão” expressa uma ação futura, ainda não concretizada, mas que se
acredita que certamente se realizará, de acordo com os sentidos do texto.

021. (CEBRASPE/CGM JOÃO PESSOA – TÉCNICO MUNICIPAL DE CONTROLE INTERNO/2018)


A corrupção é uma doença da alma. Como todas as doenças, ela não acomete a todos. Muitas
pessoas são suscetíveis a ela, outras não. A corrupção é uma doença que deve ser combatida
por meio de uma vacina: a educação. Uma educação de qualidade para todos os brasileiros
deverá exercitar o pensamento e a crítica argumentada e, principalmente, introduzir e conso-
lidar virtudes como a solidariedade e a ética. Devemos preparar uma nova geração na qual a
corrupção seja um fenômeno do passado. Nesse futuro não tão remoto, teremos conquistado
a utopia de uma verdadeira justiça social.
Isaac Roitman. Corrupção e democracia. Internet: <https://noticias.unb.br> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o
item a seguir.
A substituição de “teremos conquistado” por conquistaremos manteria os sentidos origi-
nais do texto.

022. (FCC/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA AP – ASSISTENTE LEGISLATIVO/2020) Atenção:


Para responder a próxima questão, considere o texto abaixo.
1. “Máquinas similares às hoje existentes serão construídas a custos mais baixos, mas com
velocidades mais rápidas de processamento.” Assim, em um artigo de 1965, o empreendedor
Gordon Moore, hoje com 90 anos de idade, apresentou sua célebre ideia. Pela “Lei de Moore”,
a cada dois anos, em média, o desempenho dos chips de computador dobra, sem que aumen-
tem os custos de fabricação. A máxima, irretocável, à exceção de pequenos detalhes, funcio-
nou tal qual intuíra Moore. É uma regra que pode, contudo, estar com os dias contados.
2. Vive-se, hoje, uma revolução tecnológica afeita a deixar no passado o raciocínio da duplica-
ção de capacidade de cálculos à base de silício: é a computação quântica. Ela poderá nos levar
a distâncias inimagináveis: tarefas que o computador mais poderoso do planeta demoraria
10.000 anos para completar seriam feitas em minutos.
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3. A computação quântica, até o início desta década, não passava de teoria. Nos últimos anos,
começou a ser testada, com sucesso parcial, até conseguir tração que parece se encaminhar
para uma nova história. Um documento da NASA, vazado recentemente, mostra que uma em-
presa, ao criar o primeiro computador quântico funcional da história, pode estar próxima de
romper com o paradigma imposto pela Lei de Moore.
4. A revelação foi resultado de uma distração. Algum funcionário da NASA, também envolvido
com o projeto, acidentalmente publicou no site da agência espacial um estudo que mostra
o feito, realizado por meio de uma máquina, ainda sob sigilo. O arquivo, já programado para
ser divulgado oficialmente, permaneceu poucos segundos no ar, mas foi flagrado pelo jornal
Financial Times.
5. O avanço ainda se restringe a âmbitos estritamente técnicos, sem utilidade cotidiana, mas
já é apelidado de “o Santo Graal da computação”. Isso porque o feito, se comprovado, atin-
giu o que se conhece como “supremacia quântica”. A nomenclatura indica um momento da
civilização em que os computadores talvez sejam tão (ou mais) competentes quanto os se-
res humanos.
6. O cientista da computação Scott Aaronson disse, em entrevista: “Isso não causará mudança
imediata na vida das pessoas. Mas só por enquanto, pois se trata do início de um caminho
que levará a transformações radicais em diversas áreas”. Vale lembrar que o computador que
usamos hoje também começou com um passo singelo, em 1843, quando a matemática ingle-
sa Ada Lovelace (1815-1852) publicou um diagrama numérico que veio a ser considerado o
primeiro algoritmo computacional.
(Adaptado de: Revista Veja, edição de 09/10/2019, p. 79)

O tempo verbal empregado indica o caráter hipotético do que se afirma no seguinte trecho:
a) tarefas que o computador mais poderoso do planeta demoraria 10.000 anos
b) A computação quântica, até o início desta década, não passava de teoria
c) com atributos que hoje se restringem à imaginação
d) o computador que usamos hoje
e) um caminho que levará a transformações radicais em diversas áreas

O texto a seguir servirá de base para as próximas quatro questões.


A cognoscibilidade do planeta
1. O período histórico atual vai permitir o que nenhum
outro período ofereceu ao homem, isto é, a possibilidade
de conhecer o planeta extensiva e aprofundadamente.
Isto nunca existiu antes, e deve-se, exatamente,
5. aos progressos da ciência e da técnica (melhor ainda,
aos progressos da técnica devidos aos progressos da
ciência).
Esse período técnico-científico da história permite

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ao homem não apenas utilizar o que encontra na natureza:


10. novos materiais são criados nos laboratórios como
um produto da inteligência do homem, e precedem a
produção dos objetos. Até a nossa geração, utilizávamos
os materiais que estavam à nossa disposição. Mas
a partir de agora podemos conceber os objetos que desejamos
15. utilizar e então produzimos a matéria-prima indispensável
à sua fabricação. Sem isso não teria sido
possível fazer os satélites que fotografam o planeta a
intervalos regulares, permitindo uma visão mais completa
e detalhada da Terra. Por meio dos satélites,
20. passamos a conhecer todos os lugares e a observar outros
astros. O funcionamento do sistema solar torna-se
mais perceptível, enquanto a Terra é vista em detalhe;
pelo fato de que os satélites repetem suas órbitas, podemos
captar momentos sucessivos, isto é, não mais
25. apenas retratos momentâneos e fotografias isoladas do
planeta. Isso não quer dizer que tenhamos, assim, os
processos históricos que movem o mundo, mas ficamos
mais perto de identificar momentos dessa evolução. Os
objetos retratados nos dão geometrias, não propriamente
30. geografias, porque nos chegam como objetos em
si, sem a sociedade vivendo dentro deles. O sentido que
têm as coisas, isto é, seu verdadeiro valor, é o fundamento
da correta interpretação de tudo o que existe.
Sem isso, corremos o risco de não ultrapassar uma interpretação
35. coisicista de algo que é muito mais que uma
simples coisa, como os objetos da história. Estes estão
sempre mudando de significado, com o movimento das
sociedades e por intermédio das ações humanas sempre
renovadas.
(SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: Do pensamento único à consciência universal. 6. ed. Rio de
Janeiro/São Paulo: Editora Record, 2001, p. 31)

023. (FCC/TCE PI/AUDITOR/2014/ADAPTADA) Considerado o contexto, analise as afirmações:


(linhas 12 e 13) A forma verbal utilizávamos descreve ação pontual, iniciada e concluída em
uma extensão do passado explicitamente indicada no texto.

024. (FCC/TCE PI/AUDITOR/2014/ADAPTADA) Com base no texto da questão anterior, avalie.


(linhas 16 e 17) Em...não teria sido possível fazer os satélites..., o segmento destacado faz
menção a evento efetivamente realizado.

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025. (FCC/TCE PI/AUDITOR/2014/ADAPTADA) Com base no texto da questão anterior, ava-


lie a afirmação a seguir.
(linhas 26 e 27) No que concerne à correlação entre tempos e modos verbais, na norma-padrão
escrita, o emprego de tenhamos é incompatível com o de ficamos.

026. (FCC/TCE PI/AUDITOR/2014/ADAPTADA) Com base no texto da questão anterior, ava-


lie a afirmação a seguir.
(linha 15) A forma produzimos deve, em um registro linguístico mais cuidado, ser substituída por
“produzirmos”, que melhor denota o caráter hipotético do período sintático em que se insere.

027. (FGV/TJ AL – ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) Texto:


A Copa do Mundo da Rússia só começa no dia 22 de junho, mas a febre dos álbuns com os
jogadores das seleções já se espalhou e chegou até ao plenário de uma assembleia legislativa
brasileira. O flagrante de dois assessores trocando figurinhas durante uma sessão foi divulga-
do pelas redes sociais e a cena se espalhou.
No post, que teve mais de 16 mil compartilhamentos e 26 mil curtidas no Twitter, o internauta
chega a especular que seriam deputados, mas a direção da casa esclareceu tratarem-se de as-
sessores. “Votação importante hoje (19/02) e os deputados ao invés de estarem trabalhando
e fazendo jus ao salário superior a 25 mil reais, estão trocando e colando figurinha da Copa do
Mundo em meio à votação. Se eu falasse, ninguém acreditaria”, diz o post.
Outro post com mais de 40 mil compartilhamentos traz um vídeo mostrando que a troca ocor-
reu enquanto uma deputada discursava sobre uma proposta.
A direção da casa legislativa confirmou que as imagens foram feitas durante a sessão da quarta
feira e esclareceu que elas mostram dois “assessores de deputados” trocando figurinhas durante a
sessão. “O comportamento não é justificável. Os gabinetes dos deputados aos quais os assessores
pertencem, já foram informados, e cabe aos parlamentares decidir como proceder”. (adaptado)
“Se eu falasse, ninguém acreditaria”.
O emprego de tempos verbais nesse segmento do texto está correto, segundo a norma culta;
a frase abaixo em que se mantém a correção gramatical é:
a) Se eu falasse, ninguém acreditava;
b) Se eu falo, ninguém acreditaria;
c) Caso eu falasse, ninguém acreditava;
d) Caso eu fale, ninguém acredita;
e) Se eu falava, ninguém acreditaria.

028. (FCC/TRT 16ª – ANALISTA TI/2014) Está inteiramente adequada a correlação entre os
tempos e os modos verbais da frase:
a) Os prefácios correriam o risco de serem inúteis caso tenham sido escritos segundo as ins-
truções convencionais.

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b) Houvesse enorme interesse pela leitura de prefácios e as editorias certamente cuidariam


que fossem mais criativos.
c) Quando se fizesse uma glosa de frase de um grande autor deve-se citar a fonte original: esse
é um dever ético.
d) Caso o autor viesse a infirmar tanto o nome do grande poeta como o da frágil poetisa, mui-
tos o acusarão de indiscreto.
e) Menos que seja objeto de preconceito, um bom prefácio sempre resistiria aos critérios de
um crítico rigoroso.

029. (FCC/SEFAZ RJ/AUDITOR/2014)


Na história da República das Províncias Unidas dos Países Baixos, a independência nacional e
a expansão colonial marcharam de mãos dadas no decurso dos oitenta anos de guerra contra
a Espanha (1568-1648). A historiografia tende basicamente a encarar de duas maneiras, que
não são excludentes, as origens do império marítimo que os batavos começaram a edificar em
fins do século XVI e que em boa parte chegou até a Segunda Guerra Mundial e a independência
da Indonésia. A primeira maneira, estritamente monocausal, interpreta o surto ultramarino em
função do imperativo de aceder às fontes de comércio e de riqueza que os embargos opostos
pela Espanha à navegação da Holanda lhes negava; a segunda maneira, como uma das face-
tas do processo pelo qual a Holanda tornou-se, no umbral do seu Século de Ouro, “a primeira
economia moderna” e a principal potência marítima.
Portugal e os Países Baixos tinham uma longa história de relações comerciais quando, em
1580, o Reino uniu-se à monarquia plural dos Habsburgo madrilenos, na esteira da crise dinás-
tica desencadeada pela morte de d.Sebastião no norte da África. Tais relações não poderiam
escapar às consequências do conflito hispano-neerlandês, a começar pelos sucessivos em-
bargos sofridos por navios batavos em portos da Península, medidas que afetavam o supri-
mento de certos produtos indispensáveis à economia das Províncias Unidas, em especial o sal
português de que dependia a indústria da pesca, então uma das vigas mestras da prosperida-
de holandesa, além do produto crucial ao moeder negotie, isto é, às atividades mercantis da
República do Báltico. Malgrado a guerra contra a Espanha, as relações comerciais de Portugal
com as Províncias Unidas contavam com a cumplicidade de autoridades e de homens de ne-
gócio lusitanos e com o contrabando capitaneado por testas de ferro estabelecidos em Lisboa,
no Porto e em Viana, com o que se atenuaram os efeitos das medidas restritivas decretadas
pela corte de Madri.
(“Introdução” a O Brasil Holandês (1630-1654). Seleção, Introdução e notas de Evaldo Cabral de Mello. São
Paulo: Penguin Classics, 2010, p. 11 e 12)

Considere a assertiva que segue, acerca de aspectos do excerto.


Na frase inicial do segundo parágrafo, a correlação entre as formas verbais empregadas evi-
dencia que, em um cenário de ação prolongada, foi fixada uma outra ação, enquadrada em um
espaço de tempo determinado.

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GRAMÁTICA
Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

030. (FCC/SEFAZ RJ/AUDITOR/2014) Avalie se está clara e correta a redação deste livre co-
mentário sobre o texto:
Sendo função das leis regular a distribuição de justiça, Voltaire não admitia que seu espírito
venha a sofrer prejuízo em sua concepção, mormente quando mal aplicada.

031. (FCC/MANAUSPREV – TÉCNICO/2015) Na frase Desejaríamos que falassem, como fa-


lam os animais..., caso o verbo em negrito assuma o mesmo tempo e modo que o sublinhado,
teremos as seguintes formas verbais no segmento inicial:
a) Desejam que falem
b) Desejamos que falassem
c) Desejam que falassem
d) Desejamos que falem
e) Desejemos que falam

032. (FCC/TRT 9ª REGIÃO – TÉCNICO/2015)


... é preciso cautela para que nossos planos não se transformem em fontes de tensão.
Alterando-se as formas verbais da frase acima, a correlação entre as novas formas, conside-
rando a norma culta, está correta em:
a) era − transformaram
b) seria − transformassem
c) fosse − transformaram
d) seria − transformavam
e) seja − transformariam

033. (FGV/PC RJ – AUXILIAR NECROPSIA/2022) Entre os empregos do pretérito imperfeito


do indicativo há um que expressa uma relação de cortesia, como no seguinte caso:
a) Francisco tinha uma voz bonita;
b) Enquanto dormia, os ladrões roubaram a casa;
c) Eu pensava em ir à escola hoje;
d) Olhe onde estava a minha carteira;
e) Boa tarde, o que queria?

034. (FUNDATEC/PROFESSOR/2019) Sobre vozes verbais, afirma-se que:


I – Uma variante da voz reflexiva é a que denota reciprocidade, ação mútua ou correspondida.
Os verbos dessa voz, por alguns chamados recíprocos, usam-se, geralmente, no plural e po-
dem ser reforçados pelas expressões um ao outro, reciprocamente, mutuamente.
II – Não se deve atribuir sentido reflexivo a verbos que designam sentimentos, como queixar-
-se, alegrar-se, arrepender-se, zangar-se, indignar-see outros meramente pronominais. O prono-
me átono como que se dilui nesses verbos, dos quais é parte integrante.
III – Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos, alguns gramáticos chamam ‘neutros’.

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GRAMÁTICA
Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

035. (FCC/METRÔ SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2014)


...’sertanejo’ indicava indistintamente as músicas produzidas no interior do país... (último parágrafo)
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:
a) foi indicada.
b) vinham indicadas.
c) era indicado.
d) eram indicadas.
e) tinha indicado.

036. (FCC/TRF 3 – ANALISTA/2014) A frase que admite transposição para a voz passi-
va está em:
a) ... para a gente bem entender a voz das águas e dos caracóis.
b) Isso é traquinagem da sua imaginação.
c) ... nem há pedras de sacristias por aqui.
d) Já vem você com suas visões!
e) ... para sair daquele lugar imensamente e sem lado.

037. (FCC/TCM GO/AUDITOR/2015) Transpondo-se para a voz passiva a frase Eles alardea-
vam o insuportável som instalado nos carros, obtém-se a forma verbal
a) era alardeado.
b) tinha sido alardeado.
c) têm alardeado.
d) eram alardeados.
e) fora alardeado.

038. (FCC/TRF 4ª REGIÃO – ANALISTA/2010)


“O que temos de alcançar no México é tudo o que deveríamos ter alcançado aqui.”
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, as formas sublinhadas devem ser substituí-
das, na ordem dada, por:
a) tem de ser alcançado – deveria ter sido alcançado
b) será alcançado – devia ser alcançado
c) tinha de ser alcançado – deveria ser alcançado
d) tem de alcançar-se – deverá alcançar-se
e) teremos alcançado – devia ser alcançado

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Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

039. (FCC/TRF 4ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO/2010) O engajamento moral e político não che-


gou a constituir um deslocamento da atenção intelectual de Said... (2º parágrafo)
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante é:
a) teria chegado a constituir.
b) chega a se constituir.
c) chegaria a ser constituído.
d) se constituiu.
e) chegou a ser constituído.

040. (FCC/TRT 1ª REGIÃO – TÉCNICO/2013)


... aquelas que um observador pode vislumbrar a partir do Museu de Arte Contemporânea de
Niterói...
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:
a) pode ser vislumbrado.
b) vislumbra-se.
c) podem ser vislumbradas.
d) pode-se vislumbrar.
e) podem vislumbrar.

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Verbos – Parte I
Claudia Kozlowski

GABARITO
1. c 37. a
2. a 38. a
3. d 39. e
4. C 40. c
5. d
6. e
7. b
8. b
9. e
10. C
11. C
12. a
13. c
14. e
15. d
16. a
17. E
18. C
19. E
20. C
21. E
22. a
23. E
24. C
25. E
26. E
27. d
28. b
29. C
30. E
31. d
32. b
33. e
34. e
35. d
36. a

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Claudia Kozlowski

Aprovada nos concursos de Analista Judiciário do TRF-2ª, em 1997; Técnico da Receita Federal (atual
Analista Tributário), em 1998; e Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, em 2001, cargo que ocupa até
hoje. Professora de Língua Portuguesa para concursos públicos desde 2002.

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