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GRAMÁTICA

VERBOS

Livro Eletrônico
GRAMÁTICA
Verbos
Prof.ª Claudia Kozlowski

SUMÁRIO
Verbos.......................................................................................................3
Questões de Concurso................................................................................ 84
Gabarito................................................................................................. 112

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VERBOS

Olá!

Esta aula é muito importante, pois envolve aspectos relativos ao VERBO, o ver-

dadeiro “coração” na unidade oracional.

Você já notou que quase tudo no estudo da gramática envolve verbo – concor-

dância verbal, regência verbal, conjugação verbal, colocação pronominal (a posição

do pronome em relação ao verbo), análise sintática etc.

Então, estudaremos os seguintes pontos, além de outros assuntos incidentais:

conjugação verbal (como os verbos se flexionam); o emprego do tempo, modo e

das formas nominais; correlação verbal (a relação entre os verbos que compõem

o período); vozes verbais (basicamente, voz ativa e passiva, e a transposição de

uma para outra).

Lembro que, na parte final do nosso estudo, estão todas as questões sem os co-

mentários e o gabarito simples. Se você preferir, imprima as últimas páginas, faça

os exercícios e, somente depois disso, veja os comentários.

Bons estudos.

Conceito: VERBO é uma palavra variável (pode flexionar-se em número, pes-

soa, modo, tempo e voz) que indica uma ação, estado ou fenômeno.

A classificação dos verbos nos modos verbais depende da relação que o fa-

lante tem com aquilo que enuncia – se constata um fato (indicativo); se apresenta

uma hipótese, uma suposição (subjuntivo); se faz um pedido (imperativo).

Os tempos verbais, por sua vez, têm, em regra, a função de indicar o momen-

to em que são enunciados os fatos.

Vejamos, agora, as questões que tratam de MODOS E TEMPOS VERBAIS.

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1. (FCC/TÉCNICO EM GESTÃO/SABESP/2014)

Sobre a dificuldade de ler

Gostaria de lhes falar não da leitura e dos riscos que ela comporta, mas de um risco

ainda maior, ou seja, da dificuldade ou da impossibilidade de ler; gostaria de tentar

lhes falar não da leitura, mas da ilegibilidade.

Cada um de vocês terá feito a experiência daqueles momentos nos quais gostaría-

mos de ler, mas não conseguimos, nos quais nos obstinamos a folhear as páginas

de um livro, mas ele nos cai literalmente das mãos.

Gostaria de lhes sugerir que prestassem atenção aos seus momentos de não leitura,

quando o livro do mundo cai das suas mãos, porque a impossibilidade de ler lhes

diz respeito tanto quanto a leitura e é, talvez, tanto ou mais instrutiva do que esta.

Há também uma outra e mais radical impossibilidade de ler, que até poucos anos

atrás era, antes de tudo, comum. Refiro-me aos analfabetos, que, há apenas um

século, eram a maioria. Um grande poeta espanhol do século 20 dedicou um livro

de poesia seu “ao analfabeto para/por quem eu escrevo”. É importante compreen-

der o sentido desse “para/por”.

Gostaria que vocês refletissem sobre o estatuto especial desse livro que, na sua es-

sência, é destinado aos olhos que não podem lê-lo e foi escrito com uma mão que,

em um certo sentido, não sabe escrever. O poeta ou escritor que escreve pelo/para

o analfabeto tenta escrever o que não pode ser lido, põe no papel o ilegível. Mas

precisamente isso torna a sua escrita mais interessante do que a que foi escrita

somente por/para quem sabe ler.

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Há, finalmente, um outro caso de não leitura do qual gostaria de lhes falar. Refiro-

-me aos livros que foram escritos e publicados, mas estão − talvez para sempre − à

espera de serem lidos. Eu conheço − e cada um de vocês, eu acredito, poderia citar

− livros que mereciam ser lidos e não foram lidos, ou foram lidos por pouquíssimos

leitores. Eu penso que, se esses livros eram verdadeiramente bons, não se deveria

falar de uma espera, mas de uma exigência. Esses livros não esperam, mas exigem

ser lidos, mesmo que não o tenham sido ou não o serão jamais.

Mas agora gostaria de dar um conselho aos editores e àqueles que se ocupam de

livros: parem de olhar para as infames, sim, infames classificações de livros mais

vendidos e − presume-se − mais lidos e tentem construir em vez disso na mente

de vocês uma classificação dos livros que exigem ser lidos. Só uma editora fundada

nessa classificação mental poderia fazer o livro sair da crise que − pelo que ouço

ser dito e repetido − está atravessando.


(Adaptado de: AGAMBEN, Giorgio. Sobre a dificuldade de ler. Trad. de Cláudio Oliveira.
Revista Cult, ano 16, n. 180. São Paulo: Bregantini, junho de 2013. p. 46 e 47)

Ao final do texto, para dar conselho aos editores e a quem se interessa por livros,

o autor utiliza no imperativo os verbos

a) exigir e poder.

b) gostar e ocupar.

c) sair e atravessar.

d) parar e tentar.

e) presumir e construir.

Letra d.

São três modos verbais:

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INDICATIVO – como sugere o nome, indica um fato real, que pode pertencer ao

presente, passado ou futuro.

SUBJUNTIVO – enuncia um fato hipotético, duvidoso, provável ou possível.

IMPERATIVO – expressa ideias de ordem, pedido, desejo, convite.

Enquanto o modo INDICATIVO situa o fato no plano da realidade, da certeza, o

SUBJUNTIVO coloca o fato no plano do que é provável, hipotético, possível, sem a

certeza apresentada pelo modo indicativo.

O modo SUBJUNTIVO também é bastante usado com determinadas conjunções

(embora, caso, conquanto etc.).

O modo IMPERATIVO serve para exprimir um desejo, uma ordem ou uma súplica.

Como se conjugam os verbos no imperativo?

Conjugamos os verbos a partir das formas do presente do subjuntivo em todo o

imperativo negativo (para todas as pessoas) e para quase todo o imperativo afir-

mativo, com exceção das formas de 2ª pessoa, do singular e do plural. Essas duas

pessoas (tu/vós) buscam a conjugação do presente do indicativo, retirando a

letra “s”:

Observe a seguir o quadro indicativo:

Presente do Imperativo Presente do Imperativo


indicativo afirmativo Subjuntivo negativo
PARAR Eu paro - Eu pare -
Tu paras Para (tu) Tu pares Não pares
Ele (você) para Pare (você) Ele (você) pare Não pare
Nós paramos Paremos (nós) Nós paremos Não paremos
Vós parais Parai (vós) Vós pareis Não pareis
Eles (você) param Parem (vocês) Eles (vocês) parem Não parem

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No texto, é usada a 3ª pessoa (você/vocês), por isso, na construção do modo im-

perativo, usamos a forma do presente do subjuntivo: que vocês parem / que vocês

tentem.

No último parágrafo, como forma de “conselho” aos editores e àqueles que se ocu-

pam de livros, o autor usa os verbos PARAR (“parem de olhar...”) e TENTAR (“ten-

tem construir...”).

2. (FCC/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-GO/2012/ADAPTADO) Não sejais

mais comportados do que o necessário; ponde alguma sobriedade no bom compor-

tamento.

A frase acima permanecerá correta com a substituição das formas verbais subli-

nhadas, respectivamente, por:

a) sejas - ponhais

b) seja - põe

c) sede - ponhais

d) sejas - põe

e) sejas - ponhas

Letra d.

Relembrando:

IMPERATIVO NEGATIVO: todas as pessoas buscam a conjugação do PRESENTE DO

SUBJUNTIVO.

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IMPERATIVO AFIRMATIVO: 2as pessoas (tu/vós) pegam a forma do PRESENTE DO

INDICATIVO e retiram a letra “s”; as demais buscam a conjugação do PRESENTE

DO SUBJUNTIVO.

Assim, no IMPERATIVO NEGATIVO, a conjugação do verbo segue o presente do

subjuntivo em relação a todas as pessoas: não sejas (tu), não seja (VOCÊ) ou

não sejais (vós).

Já no IMPERATIVO AFIRMATIVO, a 3ª pessoa mantém a formação a partir do PRE-

SENTE DO SUBJUNTIVO: ponha (você), mas as 2as pessoas se conjugam a partir

do PRESENTE DO INDICATIVO, sem o “s”: põe (tu), ponde (vós).

No enunciado, foi empregada a forma de tratamento para a 2ª pessoa do plural

(vós): NÃO SEJAIS/PONDE.

Se usarmos a conjugação de 3ª pessoa (você), teremos: NÃO SEJA/PONHA –

não há essa opção.

Se usarmos a 2ª pessoa do singular (tu), teremos: NÃO SEJAS/PÕE = essa é a in-

dicação da opção d.

3. (FCC/ADVOGADO/SABESP/2014)1

É importante que a inserção da perspectiva da sustentabilidade na cultura empre-

sarial, por meio das ações e projetos de Educação Ambiental, esteja alinhada a

esses conceitos.

O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado na frase acima

está em:

a) ... e incorporou [...] também aspectos de desenvolvimento humano.

b) ... e reforce a identidade das comunidades.

c) ... a Empresa desenvolve todas as suas ações, políticas...

1
Letra b.

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d) ... as definições de Educação Ambiental são abrangentes...

e) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentável...

Vimos que o modo SUBJUNTIVO situa a ação no campo da hipótese, possibilida-

de, probabilidade. Foi isso o que aconteceu na passagem “esteja alinhada a esses

conceitos”. Por ser uma construção apresentada de forma incerta (não se tem cer-

teza se ocorrerá, mas é importante que ocorra), o modo verbal é o SUBJUNTIVO.

A única opção que apresenta um verbo conjugado neste modo é a b (REFORCE).

Os demais verbos estão conjugados no modo indicativo:

a) incorporou - pretérito perfeito do indicativo

c) desenvolve - presente do indicativo

d) são - presente do indicativo

e) associa - presente do indicativo

Quais são os tempos do modo subjuntivo?

O modo SUBJUNTIVO apresenta os seguintes tempos verbais:

• PRESENTE: “(que) eu SAIBA”

• PRETÉRITO IMPERFEITO: “(se) eu SOUBESSE”

• FUTURO: “(quando) ele SOUBER”

E também as formas compostas:

• PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO: “eu TINHA SABIDO”

• PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO: “eu TIVESSE SABIDO”

 Obs.: eu gosto muito de usar os conectivos que estão entre parênteses nos exem-

plos para facilitar a conjugação verbal, mas não é necessário que eles este-

jam na construção, ok? (É só um “macete”!)

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Mais adiante iremos estudar os tempos verbais e suas aplicações, tanto no

modo indicativo, quanto no subjuntivo. Aguarde!

4. (FCC/ASSESSOR JURÍDICO/TCE-PI/2014) A pregação de um sermão e a publi-

cação de uma ordem de delação faziam parte da rotina dos inquisidores medievais

quando chegavam a uma nova localidade em seu itinerário. A ordem de delação,

embrião do futuro édito da fé, não era tão minuciosa na descrição dos crimes − em

uma sociedade onde predominava a comunicação oral, os inquisidores conside-

ravam fundamental o papel do sermão. É apenas mais tarde que se inverte essa

relação de dominação do édito pelo sermão − tendência tornada irreversível com a

fundação da Inquisição espanhola.

Com efeito, o édito não era apenas lido depois do sermão: ele era afixado à porta

da igreja. Como suporte de comunicação, ele se torna cada vez mais importante,

pois assegura uma definição clara dos delitos sob alçada da Inquisição. Não é sur-

preendente que, em uma sociedade onde as elites urbanas são progressivamente

alfabetizadas, a publicação do édito se torne o ato central da fundação dos novos

tribunais e das visitas de distrito, um ato que adquire uma tal autonomia que é uti-

lizado todos os anos para reafirmar os contornos da jurisdição inquisitorial. Mas a

publicação do édito, embora breve e subordinada nos séculos XIII e XIV, era acom-

panhada pela proclamação de um “tempo de graça” de que podiam se beneficiar to-

dos os culpados dos delitos de heresia que se apresentassem espontaneamente

para confessar suas faltas aos inquisidores. A publicação do tempo de graça, que

se estendia geralmente até um mês, adquire uma tal rotina que é frequentemente

incluída no protocolo final do édito − nesse caso, o édito passa a ser designado por

“édito da graça”.

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(BETHENCOURT, Francisco. História das Inquisições: Portugal, Espanha e Itália − séculos


XV-XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 155 e 156)

Considerando a norma-padrão escrita, avalie o que se afirma a seguir.

A forma verbal em que se apresentassem enuncia a ação como eventual, enquanto

a forma presente em que se estendia encerra ideia de continuidade da ação.

Certo.

A forma verbal “que se apresentassem” está conjugada no modo subjuntivo (pre-

térito imperfeito). Isso se justifica, pois não era evento certo que todos os culpados

de heresia se apresentassem (fato incerto).

Já a forma “que se estendia” indica uma ação que apresentava certa continuidade

no tempo passado: “a publicação do tempo de graça”. Por isso, o verbo se conjugou

no modo indicativo (fato certo), no tempo verbal PRETÉRITO IMPERFEITO.

O examinador, portanto, apresentou corretamente os empregos dos tempos e mo-

dos verbais.

Vejamos, então, os tempos do modo indicativo.

• PRESENTE: enuncia algo que acontece no momento em que se menciona

(Ouço ruídos na escada.); fato comum de ocorrer (Durmo bem todas as noi-

tes.); princípios ou conceitos (Mãe é tudo igual.).


• PRETÉRITO PERFEITO: fato ocorrido e concluído perfeitamente no passado
(Comprei um apartamento novo.).
• PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO: fato que se iniciou no passado e se esten-
de até o momento presente (Tenho apresentado febre e dores pelo corpo.).

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• PRETÉRITO IMPERFEITO: fato ocorrido e não concluído (Ele queria ser ma-
rinheiro.); fato passado que apresentou certa duração (Permanecia imóvel
durante o procedimento.); ocorrência de ações simultâneas no passado (Foi
roubado enquanto andava pelo centro.); ação habitual ou repetida no passa-
do (Ele gastava todo seu dinheiro com jogo.).
• PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO: fato ocorrido antes de outro fato no passa-
do. (Estivera com o médico antes de sua morte).
• PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO: indica o mesmo evento da for-
ma simples, mas é mais comum de ser usado em nosso cotidiano (Tinha es-
tado com o médico antes de sua morte.).
• FUTURO DO PRESENTE: evento certo de ocorrer no futuro (Viajarei para a
Disney em janeiro próximo.).
• FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO: fato de certa duração que se concluirá
no futuro (Até 2020, terei acumulado uma fortuna em dívidas.); ação futura
que será consumada antes de outra também no futuro (Antes de você chegar,
terei terminado meu trabalho.).
• FUTURO DO PRETÉRITO: fato relacionado a uma condição (Se tivesse dinhei-
ro [= CONDIÇÃO], iria para a Disney.); fato que não se chegou a se realizar/
situação hipotética (Eu seria feliz com aquele homem.); denota incerteza (O
corpo seria do rapaz desaparecido há meses [não se sabe se o corpo é dele].).

• FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO: denota incerteza sobre fatos (Carlos

teria recebido mais de um milhão de reais em propina.); fato que não chegou

a ser realizado (Ele teria sido um ótimo marido.).

Você notou que, em alguns tempos, há uma forma simples (só o verbo) e uma

forma composta (verbo auxiliar TER/HAVER + verbo principal).

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No modo indicativo, apenas o PRESENTE e o PRETÉRITO IMPERFEITO NÃO

POSSUEM forma composta.

A banca da FCC costuma exigir que o candidato indique em qual opção está fle-

xionado o verbo, nos mesmos tempo e modo, que o do enunciado.

Vejamos.

5. (FCC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/METRÔ SP/2014) Não há melhor repre-

sentante da boemia paulistana do que o compositor e cientista Paulo Vanzolini. Por

mais incrível que possa parecer, ele conciliava as noites de boemia com a rotina de

professor, pesquisador e zoólogo famoso.

A obra do zoólogo-compositor retrata as contradições da metrópole. São Paulo, nos

anos 1960, já era um estado que reunia parte significativa do PIB brasileiro. No

meio da multidão de migrantes, imigrantes e paulistanos, Vanzolini usava a mesma

lupa de suas pesquisas para observar as peculiaridades do dia a dia urbano: uma

briga de bar, a habilidade de um batedor de carteira e, em Capoeira do Arnaldo, os

fortes laços que unem campo e cidade.

Em 1967, Paulo Vanzolini lança o primeiro LP. A história desse disco é curiosa. Foi

o primeiro trabalho feito pelo selo Marcus Pereira. A música Volta por cima estava

fazendo muito sucesso. Só que o já lendário Vanzolini ainda não tinha disco auto-

ral e andava irritado com as gravadoras por ter sido preterido pelo americano Ray

Charles na escolha da confecção de um LP. Aos poucos, Marcus Pereira ganhou a

confiança do compositor, que acabou cedendo ao lançamento do LP Onze sambas

e uma capoeira, com arranjos de Toquinho e Portinho e participação de Chico Bu-

arque, Adauto Santos, Luiz Carlos Paraná, entre outros. As músicas eram todas de

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Vanzolini: Praça Clóvis, Samba erudito, Chorava no meio da rua. Vanzolini não era

um compositor de muitos parceiros. Tem músicas com Toquinho, Elton Medeiros e

Paulinho Nogueira. Só mesmo a pena elegante do crítico da cultura Antonio Can-

dido para sintetizar a obra de Vanzolini: “Como autor de letra e música ele é de

certo modo o oposto da loquacidade, porque não espalha, concentra; não esbanja,

economiza − trabalhando sempre com o mínimo para atingir o máximo”.


(Adaptado de DINIZ, André. Almanaque do samba. Rio de Janeiro, Zahar, 2012, formato
ebook).

... ele conciliava as noites de boemia com a rotina de professor, pesquisador e zo-

ólogo famoso.

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima se encontra em:

a) ... porque não espalha...

b) Tem músicas com Toquinho, Elton Medeiros e Paulinho Nogueira.

c) As músicas eram todas de Vanzolini.

d) Por mais incrível que possa parecer...

e) ... os fortes laços que unem campo e cidade.

Letra c.

Eram – PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO

O tempo verbal de conciliava é PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO, pois in-

dica uma ação habitual.

Vejamos as opções:

a) espalha – PRESENTE DO INDICATIVO

b) tem – PRESENTE DO INDICATIVO

d) possa – PRESENTE DO SUBJUNTIVO

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e) unem – PRESENTE DO INDICATIVO

6. (FCC/ADVOGADO/SABESP/2014) É importante que a inserção da perspectiva da

sustentabilidade na cultura empresarial, por meio das ações e projetos de Educa-

ção Ambiental, esteja alinhada a esses conceitos.

O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado na frase acima

está em:

a) ... e incorporou [...] também aspectos de desenvolvimento humano.

b) ... e reforce a identidade das comunidades.

c) ... a Empresa desenvolve todas as suas ações, políticas...

d) ... as definições de Educação Ambiental são abrangentes...

e) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentável...

Letra b.

Reforce – PRESENTE DO SUBJUNTIVO

Agora, o verbo do enunciado está no PRESENTE DO SUBJUNTIVO (esteja). Vejamos

os verbos das opções.

a) incorporou – PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO

c) desenvolve – PRESENTE DO INDICATIVO

d) são – PRESENTE DO INDICATIVO

e) associa – PRESENTE DO INDICATIVO

7. (FCC/ANALISTA/TRT 2ª/2014)

1 A áspera controvérsia sobre a importância da liberdade

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 política é bem capaz de ocultar o essencial nessa


 matéria, ou seja, a liberdade existe como um valor ético
 em si mesmo, independentemente dos benefícios concretos
5 que a sua fruição pode trazer aos homens. [...]
 A liberdade tem sido, em todos os tempos, a causa
 das maiores conquistas do ser humano. E, efetivamente,
 que valor teriam a descoberta da verdade, a criação
 da beleza, a invenção das utilidades ou a realização da
10 justiça, se os homens não tivessem a possibilidade de
 escolher livremente o contrário de tudo isso?
 Heródoto foi um dos primeiros a sublinhar que o estado
 de liberdade torna os povos fortes, na guerra e na
 paz. Ao relatar a estupenda vitória que os atenienses,
15 sob o comando de Cleômenes, conquistaram contra os
 calcídeos e os beócios, ele comenta: “Aliás, verifica-se,
 sempre e em todo lugar, que a igualdade entre os cidadãos
 é uma vantagem preciosa: submetidos aos tiranos,
 os atenienses não tinham mais valor na guerra que
20 seus vizinhos; livres, porém, da tirania, sua superioridade
 foi manifesta. Por aí se vê que na servidão eles se
 recusavam a manifestar seu valor, pois labutavam para
 um senhor; ao passo que, uma vez livres, cada um no
 seu próprio interesse colaborava, por todas as maneiras,
25 para o triunfo do empreendimento coletivo”.
 O mesmo fenômeno de súbita libertação de energias
 e de multiplicação surpreendente de forças humanas
 voltou a repetir-se vinte e quatro séculos depois, com a
 Revolução Francesa. Pela primeira vez na história moderna,
30 as forças armadas de um país não eram compostas
 de mercenários, nem combatiam por um príncipe,
 sob o comando de nobres, mas eram formadas de
 homens livres e iguais, comandados por generais plebeus,
 sendo todos movidos tão só pelo amor à pátria.
(COMPARATO, Fábio Konder. A liberdade como valor ético. Ética: direito, moral e religião no
mundo moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 546-547)

Observadas as orientações da gramática normativa, analise o seguinte comentário:

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(Linhas 16 a 21) Tanto em ele comenta, quanto em Por aí se vê, observa-se o em-

prego do tempo presente pelo pretérito (presente histórico), para dar vivacidade a

fatos ocorridos no passado.

Errado.

No intuito de enganar o candidato, o examinador expõe um conceito existente para

apresentar uma falsa ocorrência.

De fato, existe a figura do “presente narrativo ou histórico”, quando usamos o pre-

sente no lugar do pretérito com a intenção de tornar o fato mais dinâmico, mais

próximo do interlocutor. Isso acontece muito em textos jornalísticos, quando a ação

foi praticada no passado, mas, para dar a impressão de ser uma “notícia quente,

fresca”, é usado o verbo no PRESENTE, no lugar do PRETÉRITO PERFEITO. Também

usado em textos históricos, daí o nome. No caso de textos históricos, sugere-se

que se inicie a redação com os verbos no pretérito e, somente depois, seja usado

o presente histórico.

Isso acontece na seguinte passagem do texto:

“Heródoto foi um dos primeiros a sublinhar que o estado de liberdade torna os

povos fortes, na guerra e na paz. Ao relatar a estupenda vitória que os atenien-

ses, sob o comando de Cleômenes, conquistaram contra os calcídeos e os beócios,

ele comenta: “Aliás, verifica-se, sempre e em todo lugar, que a igualdade entre

os cidadãos é uma vantagem preciosa: submetidos aos tiranos, os atenienses não

tinham mais valor na guerra que seus vizinhos; livres, porém, da tirania, sua supe-

rioridade foi manifesta.”

Veja que há um concomitante emprego de formas verbais no passado (“Heródoto

foi um dos primeiros”) e no presente (“… ele comenta”).

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Contudo, isso não ocorre no segundo exemplo apresentado pelo examinador. A se-

guir, a passagem em análise:

“Por aí se vê que na servidão eles se recusavam a manifestar seu valor, pois la-

butavam para um senhor; ao passo que, uma vez livres, cada um no seu próprio

interesse colaborava, por todas as maneiras, para o triunfo do empreendimento

coletivo.”

Em “por aí se vê”, o autor tenta tornar o leitor mais próximo de sua argumenta-

ção, usando uma expressão com o verbo no presente. Esse verbo, portanto, não

se encontra conjugado em um “presente histórico”, mas no presente do indicativo,

mesmo! Por isso, a afirmação do examinador está errada.

O texto a seguir servirá de base para as questões 8 a 10.

(FCC/AUDITOR/TCE-PI/2014/ADAPTADO)

A cognoscibilidade do planeta

1 O período histórico atual vai permitir o que nenhum
 outro período ofereceu ao homem, isto é, a possibilidade
 de conhecer o planeta extensiva e aprofundadamente.
 Isto nunca existiu antes, e deve-se, exatamente,
5 aos progressos da ciência e da técnica (melhor ainda,
 aos progressos da técnica devidos aos progressos da
 ciência).
 Esse período técnico-científico da história permite
 ao homem não apenas utilizar o que encontra na natureza:
10 novos materiais são criados nos laboratórios como
 um produto da inteligência do homem, e precedem a
 produção dos objetos. Até a nossa geração, utilizávamos
 os materiais que estavam à nossa disposição. Mas
 a partir de agora podemos conceber os objetos que desejamos
15 utilizar e então produzimos a matéria-prima indispensável

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 à sua fabricação. Sem isso não teria sido


 possível fazer os satélites que fotografam o planeta a
 intervalos regulares, permitindo uma visão mais completa
 e detalhada da Terra. Por meio dos satélites,
20 passamos a conhecer todos os lugares e a observar outros
 astros. O funcionamento do sistema solar torna-se
 mais perceptível, enquanto a Terra é vista em detalhe;
 pelo fato de que os satélites repetem suas órbitas, podemos
 captar momentos sucessivos, isto é, não mais
25 apenas retratos momentâneos e fotografias isoladas do
 planeta. Isso não quer dizer que tenhamos, assim, os
 processos históricos que movem o mundo, mas ficamos
 mais perto de identificar momentos dessa evolução. Os
 objetos retratados nos dão geometrias, não propriamente
30 geografias, porque nos chegam como objetos em
 si, sem a sociedade vivendo dentro deles. O sentido que
 têm as coisas, isto é, seu verdadeiro valor, é o fundamento
 da correta interpretação de tudo o que existe.
 Sem isso, corremos o risco de não ultrapassar uma interpretação
35 coisicista de algo que é muito mais que uma
 simples coisa, como os objetos da história. Estes estão
 sempre mudando de significado, com o movimento das
 sociedades e por intermédio das ações humanas sempre
 renovadas.
(SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: Do pensamento único à consciência universal.
6. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Editora Record, 2001, p. 31)

8. (FCC/AUDITOR/TCE-PI/2014/ADAPTADO) Considerado o contexto, analise as


afirmações:
(linhas 12 e 13) A forma verbal utilizávamos descreve ação pontual, iniciada e con-
cluída em uma extensão do passado explicitamente indicada no texto.

Certo.
O emprego do PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO indica que a ação, situação

inteiramente no passado, apresentou certa duração. Vejamos a passagem do texto:

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“Esse período técnico-científico da história permite ao homem não apenas utilizar o

que encontra na natureza: novos materiais são criados nos laboratórios como um

produto da inteligência do homem, e precedem a produção dos objetos. Até a nos-

sa geração, utilizávamos os materiais que estavam à nossa disposição.”

Note que o ato de utilizar não ocorria em um único momento. Era ato contínuo. Por

isso, está perfeita a afirmação do examinador.

9. (FCC/AUDITOR/TCE-PI/2014/ADAPTADO) Com base no texto da questão ante-

rior, avalie.

(Linhas 16 e 17) Em...não teria sido possível fazer os satélites..., o segmento des-

tacado faz menção a evento efetivamente realizado.

Errado.

O trecho em análise é:

“Mas a partir de agora podemos conceber os objetos que desejamos utilizar e então

produzimos a matéria-prima indispensável à sua fabricação. Sem isso não teria

sido possível fazer os satélites que fotografam o planeta a intervalos regulares…”

O emprego do verbo SER no futuro do pretérito composto (teria sido) indica um

fato que não chegou a ser realizado, ou seja, de uma forma situa a ação em um

plano hipotético, apesar de ser o modo indicativo.

Aliás, como veremos em seguida, em Correlação Verbal, o FUTURO DO PRE-

TÉRITO DO INDICATIVO tem estreita relação com o PRETÉRITO IMPERFEITO DO

SUBJUNTIVO. Normalmente, essa “dobradinha” relaciona “condição” + “hipótese”.

Como o examinador afirma ter sido o evento “efetivamente realizado”, a afirmação

está errada.

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10. (FCC/AUDITOR/TCE-PI/2014/ADAPTADO) Com base no texto da questão 8 e 9,

avalie a afirmação a seguir.

(Linhas 26 e 27) No que concerne à correlação entre tempos e modos verbais, na

norma-padrão escrita, o emprego de tenhamos é incompatível com o de ficamos.

Errado.

“O funcionamento do sistema solar torna-se mais perceptível, enquanto a Terra

é vista em detalhe; pelo fato de que os satélites repetem suas órbitas, podemos

captar momentos sucessivos, isto é, não mais apenas retratos momentâneos e

fotografias isoladas do planeta. Isso não quer dizer que tenhamos, assim, os

processos históricos que movem o mundo, mas ficamos mais perto de identificar

momentos dessa evolução.”

O emprego do PRESENTE DO SUBJUNTIVO, em tenhamos, indica que a ação verbal

está situada no campo da “suposição” (“Isso não quer dizer que TENHAMOS, assim,

os processos históricos que movem o mundo”). Já o PRESENTE DO INDICATIVO,

em ficamos, apresenta uma situação real: “ficamos mais perto de identificar mo-

mentos dessa evolução”.

Não há nenhum problema na correlação desses tempos e modos verbais, uma vez

que expõem situações independentes.

O que seria CORRELAÇÃO VERBAL?

Consiste na articulação entre as formas verbais no período. Os verbos estabele-

cem, assim, uma correspondência entre si.

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A “vantagem” das questões que envolvem correlação verbal é que, muitas ve-

zes, mesmo sem entender o porquê, seu ouvido percebe o problema, veja só:

“você quer que eu saio?”.

Com certeza, você notou que o segundo verbo não poderia estar conjugado

como “saio”, mas “saia”. Isso acontece porque houve problema na correlação entre

os dois verbos do período.

A título de curiosidade (e somente com esse propósito – nada de ficar deco-

rando listas), seguem alguns exemplos de construções corretas sob o aspecto de

correlação verbal:

a) “Exijo que me diga a verdade.” Presente do Indicativo + Presente do Subjun-

tivo

b) “Exigi que me dissesse a verdade.” Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito

Imperfeito do Subjuntivo

c) “Espero que ele tenha feito uma boa prova.” Presente do Indicativo + Preté-

rito Perfeito Composto do Subjuntivo

d) “Gostaria que ele tivesse vindo.” Futuro do Pretérito do Indicativo + Pretérito

mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo

e) “Se você quiser o material, eu o trarei.” Futuro do Subjuntivo + Futuro do

Presente do Indicativo

f) “Se você quisesse o livro, eu o traria.” Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

+ Futuro do Pretérito do Indicativo

Vejamos, agora, as questões que tratam de correlação verbal.

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11. (FCC/ANALISTA TI/TRT 16ª/2014) Está inteiramente adequada a correlação


entre os tempos e os modos verbais da frase:
a) Os prefácios correriam o risco de serem inúteis caso tenham sido escritos se-
gundo as instruções convencionais.
b) Houvesse enorme interesse pela leitura de prefácios e as editorias certamente
cuidariam que fossem mais criativos.
c) Quando se fizesse uma glosa de frase de um grande autor deve-se citar a fonte
original: esse é um dever ético.
d) Caso o autor viesse a infirmar tanto o nome do grande poeta como o da frágil
poetisa, muitos o acusarão de indiscreto.
e) Menos que seja objeto de preconceito, um bom prefácio sempre resistiria aos
critérios de um crítico rigoroso.

Letra b.
Mesmo não explícita a conjunção, podemos perceber relação de causa e efeito en-
tre as orações: “Houvesse enorme interesse pela leitura de prefácio [causa/con-
dição] e as editoras [erro de grafia do original] certamente cuidariam que fossem
mais criativos [efeito/consequência]”.
Temos aí uma “dobradinha” futuro do pretérito do indicativo (cuidariam) e pretérito
imperfeito do subjuntivo (houvesse/fossem). Perfeita a correlação entre os tempos
verbais das orações.

a) Nesta opção, deveríamos ter aquela mesma “dobradinha” futuro do pretérito x

pretérito imperfeito do subjuntivo: “correriam” x “tivessem sido escritos”, contudo

foi registrada a forma “tenham sido escritos”. Errou.

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b) Além de um erro de pontuação (faltou uma vírgula após “autor”), que será obje-

to de estudo em aula específica, não houve correspondência entre o verbo “fizesse”

(pretérito imperfeito do subjuntivo) e “deve” (presente do indicativo). Melhor seria

colocar o primeiro verbo também no presente do indicativo ou no futuro do sub-

juntivo: “quando se faz (situação real)/se fizer (situação hipotética) uma glosa de

frase de um grande autor, deve-se citar a fonte original...”.

c) Começa-se a construção com uma situação hipotética: “Caso o autor viesse

a infirmar...”, para, em seguida, situar o fato no futuro do presente do indicativo

(acusarão)? Não dá, não é? Melhor manter tudo no plano da hipótese: “... muitos

o acusariam de indiscreto.”.

Em tempo: “infirmar” significa “enfraquecer, retirar a autoridade”.

d) A exemplo do que vimos na opção a, o examinador insiste em empregar o pre-

sente do subjuntivo (seja) com o futuro do pretérito do indicativo: melhor usar, no

lugar do presente, o futuro do pretérito: “Menos que fosse objeto de preconceito,

um bom prefácio sempre resistiria aos critérios...”.

Ao usar o presente do subjuntivo na primeira oração, devemos empregar o presen-

te do indicativo na segunda: “menos que seja objeto de preconceito, um bom pre-

fácio sempre resiste aos critérios...”. Olhe aí novamente a “dobradinha” PRESENTE

DO SUBJUNTIVO + PRESENTE DO INDICATIVO!

12. (FCC/AUDITOR/SEFAZ-RJ/2014) Na história da República das Províncias Uni-

das dos Países Baixos, a independência nacional e a expansão colonial marcharam

de mãos dadas no decurso dos oitenta anos de guerra contra a Espanha (1568-

1648). A historiografia tende basicamente a encarar de duas maneiras, que não são

excludentes, as origens do império marítimo que os batavos começaram a edificar

em fins do século XVI e que em boa parte chegou até a Segunda Guerra Mundial e a

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independência da Indonésia. A primeira maneira, estritamente monocausal, inter-

preta o surto ultramarino em função do imperativo de aceder às fontes de comércio

e de riqueza que os embargos opostos pela Espanha à navegação da Holanda lhes

negavam; a segunda maneira, como uma das facetas do processo pelo qual a Ho-

landa tornou-se, no umbral do seu Século de Ouro, “a primeira economia moderna”

e a principal potência marítima.

Portugal e os Países Baixos tinham uma longa história de relações comerciais quan-

do, em 1580, o Reino uniu-se à monarquia plural dos Habsburgo madrilenos, na

esteira da crise dinástica desencadeada pela morte de d. Sebastião no norte da

África. Tais relações não poderiam escapar às consequências do conflito hispano-

-neerlandês, a começar pelos sucessivos embargos sofridos por navios batavos

em portos da Península, medidas que afetavam o suprimento de certos produtos

indispensáveis à economia das Províncias Unidas, em especial o sal português de

que dependia a indústria da pesca, então uma das vigas mestras da prosperidade

holandesa, além do produto crucial ao moeder negotie, isto é, às atividades mer-

cantis da República do Báltico. Malgrado a guerra contra a Espanha, as relações

comerciais de Portugal com as Províncias Unidas contavam com a cumplicidade de

autoridades e de homens de negócio lusitanos e com o contrabando capitaneado

por testas de ferro estabelecidos em Lisboa, no Porto e em Viana, com o que se

atenuaram os efeitos das medidas restritivas decretadas pela corte de Madri.


(“Introdução” a O Brasil Holandês (1630-1654). Seleção, Introdução e notas de Evaldo Cabral
de Mello. São Paulo: Penguin Classics, 2010, p. 11 e 12)

Considere a assertiva que segue, acerca de aspectos do excerto.

Na frase inicial do segundo parágrafo, a correlação entre as formas verbais em-

pregadas evidencia que, em um cenário de ação prolongada, foi fixada uma outra

ação, enquadrada em um espaço de tempo determinado.

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Certo.

Retomemos a frase inicial do segundo parágrafo, destacando alguns dos verbos das

orações:

“Portugal e os Países Baixos tinham uma longa história de relações comerciais

quando, em 1580, o Reino uniu-se à monarquia plural dos Habsburgo madrilenos,

na esteira da crise dinástica desencadeada pela morte de d. Sebastião no norte da

África.”

O verbo TER, no pretérito imperfeito do indicativo, permite a indicação da ocor-

rência de ação continuada e prolongada (tinham uma longa história de relações

comerciais), ao passo que o verbo no pretérito perfeito do indicativo situa um fato

em certo momento pontual passado (o Reino uniu-se à monarquia plural dos Ha-

bsburgo).

Está, portanto, perfeita a afirmação do examinador a respeito da correlação dos

verbos do período. Basta ter calma, retomar o texto e analisá-lo com cuidado.

13. (FCC/AUDITOR/SEFAZ RJ/2014) Avalie se está clara e correta a redação deste

livre comentário sobre o texto:

Sendo função das leis regular a distribuição de justiça, Voltaire não admitia que seu

espírito venha a sofrer prejuízo em sua concepção, mormente quando mal aplicada.

Errado.

Houve um deslize na correlação entre os verbos da passagem. “Voltaire não admi-

tia que seu espírito VENHA A SOFRER...”

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O primeiro verbo se conjuga no PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO. Contudo,

a construção “venha a sofrer” dá uma ideia de algo hipotético que ainda está por

acontecer (futuro). Melhor seria situar essa locução verbal em um contexto hipoté-

tico, mas no passado, com o emprego do pretérito imperfeito do subjuntivo:

“Voltaire não admitia que seu espírito VIESSE A SOFRER...”

14. (FCC/AUDITOR/TCE-PI/2014) A cognoscibilidade do planeta


1 O período histórico atual vai permitir o que nenhum
 outro período ofereceu ao homem, isto é, a possibilidade
 de conhecer o planeta extensiva e aprofundadamente.
 Isto nunca existiu antes, e deve-se, exatamente,
5 aos progressos da ciência e da técnica (melhor ainda,
 aos progressos da técnica devidos aos progressos da
 ciência).
 Esse período técnico-científico da história permite
 ao homem não apenas utilizar o que encontra na natureza:
10 novos materiais são criados nos laboratórios como
 um produto da inteligência do homem, e precedem a
 produção dos objetos. Até a nossa geração, utilizávamos
 os materiais que estavam à nossa disposição. Mas
 a partir de agora podemos conceber os objetos que desejamos
15 utilizar e então produzimos a matéria-prima indispensável
 à sua fabricação. Sem isso não teria sido
 possível fazer os satélites que fotografam o planeta a
 intervalos regulares, permitindo uma visão mais completa
 e detalhada da Terra. Por meio dos satélites,
20 passamos a conhecer todos os lugares e a observar outros
 astros. O funcionamento do sistema solar torna-se
 mais perceptível, enquanto a Terra é vista em detalhe;
 pelo fato de que os satélites repetem suas órbitas, podemos
 captar momentos sucessivos, isto é, não mais
25 apenas retratos momentâneos e fotografias isoladas do
 planeta. Isso não quer dizer que tenhamos, assim, os

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 processos históricos que movem o mundo, mas ficamos


 mais perto de identificar momentos dessa evolução. Os
 objetos retratados nos dão geometrias, não propriamente
30 geografias, porque nos chegam como objetos em
 si, sem a sociedade vivendo dentro deles. O sentido que
 têm as coisas, isto é, seu verdadeiro valor, é o fundamento
 da correta interpretação de tudo o que existe.
 Sem isso, corremos o risco de não ultrapassar uma interpretação
35 coisicista de algo que é muito mais que uma
 simples coisa, como os objetos da história. Estes estão
 sempre mudando de significado, com o movimento das
 sociedades e por intermédio das ações humanas sempre
 renovadas.
(SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: Do pensamento único à consciência universal.
6. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Editora Record, 2001, p. 31)

Considerado o contexto, avalie a afirmação a seguir:

(linha 15) A forma produzimos deve, em um registro linguístico mais cuidado, ser

substituída por “produzirmos”, que melhor denota o caráter hipotético do período

sintático em que se insere.

Errado.

Esse texto já serviu de base para outra questão, que explorava um outro aspecto

verbal. Agora, em análise está a correlação entre verbos de um período.

Cuidado com a banca! O objetivo dela é enganar o candidato, por isso faz afirma-

ções bastante verossímeis, mas que carecem de correção.

Vamos rever a passagem do texto.

Até a nossa geração, utilizávamos os materiais que estavam à nossa disposição.

Mas a partir de agora podemos conceber os objetos que desejamos utilizar e en-

tão produzimos a matéria-prima indispensável à sua fabricação.

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Note que foi empregado o presente do indicativo nas duas ocorrências: podemos

(conceber) e produzimos.

O presente foi usado por se apresentar um evento real e atual, situando as duas

ações em ordem sucessiva (podemos conceber os objetos – produzimos matéria-

-prima), ou seja, a partir da concepção do que será utilizado, há a produção da

matéria-prima necessária. Tudo real e certo, portanto no presente do indicativo.

O emprego de apenas o segundo verbo no modo subjuntivo retiraria esse valor

real e atual que o autor pretendeu empregar à passagem, prejudicando o sentido

original.

15. (FCC/TÉCNICO/MANAUSPREV/2015) Na frase “Desejaríamos que falassem,

como falam os animais...”, caso o verbo em negrito assuma o mesmo tempo e

modo que o sublinhado, teremos as seguintes formas verbais no segmento inicial:

a) Desejam que falem

b) Desejamos que falassem

c) Desejam que falassem

d) Desejamos que falem

e) Desejemos que falam

Letra d.

Em primeiro lugar, o candidato deveria identificar o tempo e modo do verbo subli-

nhado (falam). Esse verbo está no PRESENTE DO INDICATIVO.

Em seguida, ao empregar a forma DESEJAR neste mesmo modo e tempo, precisa-

ria fazer a correlação entre este e o verbo da sequência (FALAR).

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Com a primeira providência, já poderia eliminar três das cinco opções, restando

50% de chances de acertar a questão (que ótimo!).

Então, o verbo DESEJAR no PRESENTE DO INDICATIVO será “desejamos” (opções b

e d). Note que não poderia ser “desejam” (opções a e c), pois, desta forma, haveria

a troca da pessoa (de “nós” para “eles”), e o examinador não fez essa proposta.

Agora, ficou mais fácil! A letra b apresenta o verbo FALAR no PRETÉRITO IMPER-

FEITO DO SUBJUNTIVO, prejudicando a cadência das ações verbais (“Desejamos

que falassem…”).

Melhor será a relação entre PRESENTE DO INDICATIVO + PRESENTE DO SUBJUN-

TIVO, em “Desejamos que falem”, como indica a letra d.

16. (FCC/TÉCNICO/TRT 9ª REGIÃO/2015) ... é preciso cautela para que nossos

planos não se transformem em fontes de tensão.

Alterando-se as formas verbais da frase acima, a correlação entre as novas formas,

considerando a norma culta, está correta em:

a) era − transformaram

b) seria − transformassem

c) fosse − transformaram

d) seria − transformavam

e) seja − transformariam

Letra b.

b) Seria preciso cautela para que nossos planos se TRANSFORMASSEM.

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O período acima relaciona verbos que estão, respectivamente, no PRESENTE DO

INDICATIVO e no PRESENTE DO SUBJUNTIVO.

A banca sugere algumas trocas, devendo o candidato observar se foi mantida a

correlação entre os verbos das opções.

a) Era preciso cautela para que nossos planos se TRANSFORMARAM – Não respeita

a correlação.

Melhor seria empregar o segundo verbo no PRESENTE DO SUBJUNTIVO ou PRETÉ-

RITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO: Era preciso cautela para que nossos planos se

TRANSFORMEM/TRANSFORMASSEM

c) Fosse preciso cautela? Já começou mal!

d) Seria preciso cautela para que nossos planos se TRANSFORMAVAM – Não deu

certo!

e) Seja preciso cautela…? Também não!

Não sei você, mas meu ouvido chega a doer com certas correlações erradas!

17. (FCC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/TRE TOCANTINS/2011) Quando eu sair da-

qui, vamos começar vida nova numa cidade antiga, onde todos se cumprimentam e

ninguém nos conheça. Vou lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes talheres

e copos de vinho, escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler.

Sinto que você leva jeito porque é aplicada, tem meigas mãos, não faz cara ruim

nem quando me lava, em suma, parece uma moça digna apesar da origem humil-

de. Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe

nunca entendeu por que eu escolhera justamente aquela, entre tantas meninas de

uma família distinta.


(Chico Buarque. Leite derramado, São Paulo, Cia. das Letras, 2009, p. 29)

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Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca

entendeu por que eu escolhera justamente aquela, entre tantas meninas de uma

família distinta.

O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, sem que se altere o sentido e

a correção originais, e o modo verbal, por:

a) escolheria.

b) havia escolhido.

c) houvera escolhido.

d) escolhesse.

e) teria escolhido.

Letra b.

O que o examinador sugere é que se substitua o tempo simples (escolhera) pela

forma composta correspondente.

O pretérito mais-que-perfeito é o tempo que indica um acontecimento passado an-

terior a outro igualmente passado. Veja como Chico Buarque usa com brilhantismo

o pretérito mais-que-perfeito! O ato de escolher (escolhera) ocorreu antes de outro

também no passado (minha mãe nunca entendeu).

Vamos, agora, relembrar como são formados os tempos compostos.

Poucos tempos verbais possuem somente a forma simples – presente do indicativo/

pretérito imperfeito do indicativo.

Os demais possuem as formas simples (o próprio verbo) e composta (locução ver-

bal formada pelo verbo auxiliar TER/HAVER e o verbo principal no particípio).

Assim, a forma correspondente a “escolhera” (pretérito mais-que-perfeito simples)

seria “tinha escolhido” ou “havia escolhido”.

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Cuidado com a letra c. Não existe essa forma composta (houvera comprado)! Lem-

bre-se de que, nos pretéritos que possuem formas compostas (pretérito perfeito

e pretérito mais-que-perfeito), o verbo auxiliar não fica no mesmo tempo verbal,

mas busca a conjugação do tempo imediatamente anterior (respectivamente, pre-

sente e pretérito imperfeito).

18. (FCC/SEFAZ-SP/2013) Talvez seja exagero prever uma “Primavera Europeia”

em países como Espanha, Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de

desemprego. É inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho

surto de aflições.

Considerado o trecho acima transcrito, analise a seguinte proposição:

Se, na frase “É inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho

surto de aflições”, tivesse sido empregada a forma “que pouco se fez” não haveria

perda de nenhum traço de sentido.

Errado.

A banca explorou de forma brilhante a diferença entre as formas simples e com-

posta de um tempo verbal.

“Pouco se tem feito” é diferente de “pouco se fez”. A forma composta indica uma

ação de efeito durativo, que teve início no passado e persiste até o presente.

Aplique em outra construção:

“Eu tenho estudado muito” (no pretérito perfeito composto do indicativo) significa

que você deu início a essa ação (estudar) no passado e continua praticando a ação

até o presente momento.

Agora, compare com

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“Eu estudei muito” (pretérito perfeito simples), que apresenta a ideia de algo que

teve início e fim no passado.

Desse modo, não se pode alterar “pouco se tem feito” por “pouco se fez” sem que

haja prejuízo de sentido.

Como as duas construções se apresentam na voz passiva, esse é a nossa chan-

ce de falar sobre o assunto Vozes Verbais, que cai tanto em relação a aspectos

verbais, como em questões que envolvam Sintaxe de Concordância.

Quais são as VOZES VERBAIS?

As vozes verbais indicam a relação entre o sujeito e a ação indicada pelo verbo.

São ATIVA, PASSIVA (sintética e analítica), REFLEXIVA e, segundo Bechara, RECÍ-

PROCA.

Na voz ativa, o sujeito é o agente da ação verbal.

Na voz passiva, o sujeito sofre ou recebe a ação, praticada por outro elemen-

to. A passiva se divide em analítica, ou seja, a formada por uma locução verbal

(verbo auxiliar + verbo principal no particípio) e pode indicar o agente da ação

(função sintática “agente da passiva”), e sintética, a forma passiva mais “enxuta”,

basicamente formada por verbo principal acompanhado de pronome “se” (chamado

“partícula apassivadora” ou “pronome apassivador”) e, regra geral, não apresenta

o agente da passiva.

Na voz reflexiva, o sujeito ao mesmo tempo pratica e sofre a ação (daí a ideia

de “reflexo”). Ele é o agente-paciente, já que pratica e sofre a ação por ele prati-

cada. É muito importante identificar esse elemento reflexivo, já que em algumas

construções isso pode não ficar bem claro.

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Na voz recíproca, há pelo menos dois agentes verbais, já que um pratica a ação

contra o outro (essa é a diferença entre voz reflexiva e voz recíproca).

As questões da FCC exploram basicamente a transposição de vozes verbais

(passar de voz ativa para passiva, de passiva analítica para passiva sintética etc.).

Para que um verbo admita a voz passiva, ele deve possuir um objeto direto

(deve ser, portanto, um verbo transitivo direto – TD ou transitivo direto e indireto

– TDI, também chamado de “bitransitivo”), porque, na voz passiva, é este termo

(o “antigo” objeto direto) que irá exercer a tão importante função de “sujeito pa-

ciente”. Veja só como ocorre essa transposição.

VOZ ATIVA O professor deu o livro ao aluno.


SUJEITO OBJETO OBJETO
VERBO
(AGENTE) DIRETO INDIRETO

VOZ PASSIVA O livro foi dado pelo professor ao aluno.


ANALÍTICA SUJEITO LOCUÇÃO AGENTE DA OBJETO
(PACIENTE) VERBAL PASSIVA INDIRETO
VOZ PASSIVA O livro deu-se - ao aluno.
SINTÉTICA Note que na passiva sintética, normalmente o verbo antecede o
sujeito, formando:
Deu-se o livro ao aluno.

Cuidados que devem ser tomados na transposição:

• identificar corretamente o objeto direto da voz ativa, que exercerá a função

de sujeito da voz passiva e com o qual o verbo irá concordar;

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• respeitar a concordância verbal (concordar em gênero e número com o núcleo

do sujeito paciente);

• manter a conjugação do verbo auxiliar da locução passiva no mesmo tempo

e modo do verbo apresentado na voz ativa.

Vamos, então, praticar.

19. (FCC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/METRÔ SP/2014) ...’sertanejo’ indicava

indistintamente as músicas produzidas no interior do país... (último parágrafo)

Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:

a) foi indicada.

b) vinham indicadas.

c) era indicado.

d) eram indicadas.

e) tinha indicado.

Letra d.

Para realizar a transposição de voz ativa para a passiva, o primeiro passo é identi-

ficar o OBJETO DIRETO, pois será este termo o SUJEITO da voz passiva.

Na oração “o sertanejo indicava as músicas”, o objeto direto é “as músicas”. O nú-

cleo é, portanto, um termo plural e feminino (músicas).

Em seguida, vamos identificar o tempo e modo da forma “indicava”: o verbo está

conjugado no pretérito imperfeito do indicativo. Assim, o verbo auxiliar SER

deve manter essa conjugação (eram).

Assim, a forma verbal adequada será: eram indicadas.

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A opção que indica essa resposta é d.

Então, para verificar a transposição DA VOZ ATIVA PARA PASSIVA:

1) identifique o objeto direto da construção – esse será o sujeito da voz passiva;

2) verifique em qual tempo e modo está o verbo da voz ativa – você precisa manter

nessa conjugação o verbo auxiliar da voz passiva;

3) respeite a concordância verbal – se o objeto direto for um termo no plural, na

voz passiva o verbo deve realizar a concordância com ele, ou seja, o verbo auxiliar

deve ficar no mesmo tempo e modo originais, bem como concordar com o sujeito

paciente.

Sugiro que você, antes de olhar as opções, faça esse “passo a passo” acima, e,

somente então, busque a resposta dentre as opções. Essa é a melhor maneira de

resolver esse tipo de questão, pois você não se “contamina” com as indicações da

banca e vai diretamente à resposta certa.

20. (FCC/ANALISTA/TRF 3/2014) A frase que admite transposição para a voz pas-

siva está em:

a) ... para a gente bem entender a voz das águas e dos caracóis.

b) Isso é traquinagem da sua imaginação.

c) ... nem há pedras de sacristias por aqui.

d) Já vem você com suas visões!

e) ... para sair daquele lugar imensamente e sem lado.

Letra a.

“... para a gente bem ENTENDER a voz...” - TRANSITIVO DIRETO. Foi fácil desta

vez, hem? O objeto direto é “a voz”. Essa é a resposta.

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Lembrando que, para ocorrer a transposição para a voz passiva, é necessário existir

o OBJETO DIRETO, ou seja, o verbo deve apresentar a transitividade DIRETA ou

DIRETA E INDIRETA.

Então, vamos analisar a transitividade dos verbos de cada opção, e a transitividade

só pode ser analisada NA CONSTRUÇÃO.

b) “Isso é traquinagem...” - Verbo de ligação.

c) “... nem há pedras...” - TRANSITIVO DIRETO. Ué, professora? E agora? Veja só

que curioso! Apesar de o verbo HAVER ser transitivo direto também, é um verbo

especial, pois ele não admite a transposição para a voz passiva – não é possível

falar “pedras são havidas”! Nem todos os verbos que possuem objeto direto podem

formar voz passiva.

d) “Já vem você com suas visões” - INTRANSITIVO. Você deve estar estranhando

essa classificação, e não é para menos. A banca faz das suas também para enga-

nar o candidato. Costuma apresentar construções fora da ordem direta, ou seja,

em vez de vir tudo “organizadinho” (SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO), o verbo

se apresenta DEPOIS do sujeito, causando uma confusão na sua cabeça. A ordem

correta é “você vem”, confirmando a intransitividade do verbo.

e) “para sair daquele lugar...” – INTRANSITIVO, e “daquele lugar” tem valor adverbial.

21. (FCC/ANALISTA/TRF 4ª REGIÃO/2015) O conceito de vergonha recobre um

campo de significados bastante amplo e rico. Para o Dicionário Aurélio, por exem-

plo, vergonha significa: a) desonra humilhante; opróbrio, ignomínia; b) sentimento

penoso de desonra, humilhação ou rebaixamento diante de outrem; c) sentimento

de insegurança provocada pelo medo do ridículo, por escrúpulos etc.; timidez, aca-

nhamento; d) sentimento da própria dignidade, brio, honra. O Dicionário Larousse

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traz aproximadamente as mesmas definições, mas acrescenta novas associações

como: medo da desonra e embaraço. O Dicionário Lexis apresenta ainda algumas

definições com nuanças diferentes: indignidade, sentimento penoso de baixeza,

de confusão, sentimento de desconforto provocado pela modéstia, sentimento de

remorso. O que chama a atenção nas definições de vergonha é não somente a di-

versidade dos significados atribuídos a este sentimento, mas também, e sobretudo,

o fato de alguns destes significados serem opostos: desonra/honra, indignidade/

dignidade, humilhação/brio. Tal oposição, observada por Harkot-de- -La-Taille, faz

esta autora perguntar-se que palavra é esta que recobre o não e o sim, a ausência

e a presença, o temível e o desejável.

Uma forma comum de pensar este sentimento é afirmar que ele é simplesmente

desencadeado pela opinião de outrem. É o que, por exemplo, sugere a definição

de Spinoza segundo a qual a vergonha é a tristeza que acompanha a ideia de al-

guma ação que imaginamos censurada pelos outros. E é o que, explicitamente, a

antropóloga Benedict afirma em seu estudo sobre a sociedade japonesa. Para ela,

as culturas da vergonha enfatizam as sanções externas, opondo-se às verdadeiras

culturas da culpa, que interiorizam a convicção do pecado. Quanto ao sentimento

de vergonha, escreve que alguém poderá envergonhar-se quando é ridicularizado

abertamente, ou quando criar a fantasia para si mesmo de que o tenha sido. Toda-

via, não acreditamos que tudo esteja dito assim; a vergonha pressupõe um con-

trole interno: quem sente vergonha julga a si próprio. Lembremos o fato notável

de que a vergonha pode ser despertada pela simples exposição, mesmo que não

acompanhada de juízo negativo por parte dos observadores. Com efeito, certas

pessoas sentem vergonha pelo simples fato de estarem sendo observadas. O rubor

pode subir às faces de alguém que está sendo objeto da atenção de uma plateia,

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mesmo que esta atenção seja motivada pelo elogio, pelo recebimento de um prê-

mio, portanto acompanhada de um juízo positivo. Este tipo de vergonha não deixa

de ser psicologicamente misterioso: por que será que as pessoas sentem descon-

forto ao serem “apenas” observadas, mesmo que esta observação não contenha

ameaças precisas, mesmo que ela seja lisonjeira?

(Adaptado de: LA TAILLE, Y. O sentimento de vergonha e suas relações com a mo-

ralidade. Psicologia: Reflexão e Crítica, São Paulo: Scielo, 2002, 15(1), p. 13-25)

Analise a correção da proposição a seguir:

(linhas 4 e 5) Convertida para a voz passiva, a frase O Dicionário Larousse traz

aproximadamente as mesmas definições apresentará a forma “é trazida”.

Errado.

A frase, na voz ativa, é:

“O Dicionário Larousse traz aproximadamente as mesmas definições”.

1) O objeto direto é “as mesmas definições”.

2) O verbo, na construção de voz ativa, está no presente do indicativo; assim, o

verbo SER deverá ser conjugado nesse tempo e modo.

3) Respeite a concordância: “As mesmas definições são trazidas pelo Dicionário

Larousse.”.

Agora, veja o que o examinador sugeriu: “é trazida”.

Portanto, está errada a questão.

Fazendo aquele “passo a passo”, fica fácil acertar questões sobre transposição de

voz verbal.

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22. (FCC/TÉCNICO/TRE AP/2011) Decerto que em muitos casos o uso do véu é

imposto pela família e pode ser um símbolo de sujeição da mulher, mas basta uma

que o faça por vontade própria para que a lei resulte em violação de seus direitos.

Considerado o trecho acima, julgue a seguinte afirmação:

Transpondo o uso do véu é imposto pela família para a voz ativa, a forma verbal

obtida é “impõe”.

Certo.

Agora, o caminho é inverso: passaremos da voz passiva para a ativa. Por isso, o

passo a passo será diferente:

1) identifique se há agente da passiva na construção – este será o SUJEITO da ora-

ção na voz ativa; identifique, também, o sujeito da voz passiva – ele será o OBJETO

DIRETO da voz ativa;

2) verifique o tempo e modo do verbo auxiliar (caso exista mais de um verbo auxi-

liar, encontre o verbo SER e faça essa análise);

3) identifique o verbo PRINCIPAL (aquele que carrega o sentido) – este verbo deve-

rá ser conjugado no mesmo tempo e modo do verbo SER (auxiliar) da voz passiva;

4) respeite a concordância – agora, o verbo principal deverá concordar com o su-

jeito da voz ativa.

A oração de voz passiva é “o uso do véu é imposto pela família”; assim, podemos

identificar:

• o sujeito paciente (“o uso do véu”), que exercerá na voz ativa a função de

OBJETO DIRETO;

• o verbo auxiliar (é) e em qual tempo e modo está conjugado (presente do

indicativo);

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• o verbo principal (impor), tomando o cuidado de manter esse verbo no mes-

mo tempo e modo verbais do verbo auxiliar original;

• e o agente da passiva (a família), termo que, na voz ativa, será o SUJEITO

(olha a concordância! O núcleo do sujeito está no singular: família).

Agora, é só “recolocar” os termos nas posições da voz ativa:

“A família impõe o uso do véu.”

Dessa forma, está certa a afirmação.

Quando, na forma passiva, não estiver claro qual termo exerce a função de agente

da passiva (ou por não ter sido indicado este termo, ou por estar em construção

de voz passiva sintética), o candidato deverá tomar um cuidado adicional. Veja só

a próxima questão.

23. (FCC/ANALISTA/TRF 1/2011) Assim como os antigos moralistas escreviam má-

ximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia chamar de mínimas, ou seja,

alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de

experiência vivida, que não chega a alcançar a sabedoria mas que, de qualquer

modo, é resultado de viver.

Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e

ofereço-as ao leitor, sem que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá-lo a

repensar suas ideias. São palavras que, de modo canhestro, aspiram a enveredar

pelo avesso das coisas, admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre

perceptível, mas às vezes curioso ou surpreendente.

C.D.A.
(Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas [aforismos]. 5.ed. Rio de Janeiro: Record,
2007, p. 3)

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...em que estas anotações vadias foram feitas...

Observando o contexto em que a frase acima foi empregada, a sua transposição

para a voz ativa produz corretamente a seguinte forma verbal:

a) fizeram-se.

b) tinha feito.

c) fiz.

d) faziam.

e) poderia fazer.

Letra c.

Nessa construção, APARENTEMENTE não poderíamos identificar o “agente da passi-

va”, termo que será, na voz ativa, o sujeito (note o significado da palavra “agente”

– é ele quem efetivamente pratica a ação verbal).

Nesse caso, poderíamos estar diante de uma construção com sujeito indetermi-

nado, ponto que estudaremos na aula sobre Concordância.

Por ora, basta-nos saber que podemos construir uma oração com sujeito indeter-

minado de duas maneiras:

• com o verbo no SINGULAR e pronome “se” (chamado de “índice de indeter-

minação do sujeito”) – “Precisa-se de operários.”;

• com o verbo conjugado na 3ª pessoa do plural – “Roubaram seu carro.”

Assim, relembrando que, na voz passiva originalmente, o verbo principal é FAZER

(“foram feitas”), com o verbo auxiliar conjugado no pretérito perfeito do indicativo

(“foram”), na voz ativa, a construção seria:

“Fizeram estas anotações vazias.”

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Tudo estaria bem, não fosse um “detalhe” (ai, Jesus!): observe que o examinador

pede que se analise o contexto. Por isso, precisamos ler o 3º parágrafo inteira-

mente.

Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e

ofereço-as ao leitor, sem que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá-lo a

repensar suas ideias. São palavras que, de modo canhestro, aspiram a enveredar

pelo avesso das coisas, admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre

perceptível mas às vezes curioso ou surpreendente.

Pergunto a você: podemos identificar o agente daquela ação verbal, ou seja, quem

foi que fez aquelas anotações vazias?

Sim, foi o próprio poeta, Carlos Drummond de Andrade (“sem que pretenda con-

vencê-lo do que penso...”). Assim, por estar o texto produzido na 1ª pessoa do sin-

gular (eu), certo seria que considerássemos, como agente da voz passiva, a forma

“por mim”: “... estas anotações vadias foram feitas (por mim)”.

Desse modo, no lugar de sujeito da construção ativa, teríamos o pronome pessoal

reto “Eu” e o verbo deveria com ele concordar: “(Eu) fiz estas anotações vadias...”.

Logo, não estávamos diante de um caso de sujeito indeterminado, mas de su-

jeito oculto, elíptico, implícito, contextual (vários nomes para a mesma figu-

ra), já que poderíamos identificar o agente da ação verbal a partir do contexto.

Esse assunto também será objeto de estudo posteriormente – não se preocupe

com isso agora!

Então, vamos fazer aquele “passo a passo”:

1) agente da passiva: [por mim] – sujeito da voz ativa: eu

2) locução verbal da voz passiva: foram feitas

Verbo auxiliar foram (pretérito perfeito do indicativo) + verbo principal (FAZER)

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Construção verbal na voz ativa: fiz

3) sujeito da voz passiva: estas anotações vadias

Realizando a transposição da voz passiva para a voz ativa, teremos:

“Eu fiz estas anotações vadias”

Excelente questão que pegaria o candidato desprevenido e apressado – ainda bem

que não é o seu caso, não é mesmo? (rs...)

24. (FCC/TÉCNICO/TRT 4ª REGIÃO/2015) A vida é uma tapeçaria que elaboramos,

enquanto somos urdidos dentro dela. Aqui e ali podemos escolher alguns fios, um

tom, a espessura certa, ou até colaborar no desenho.

Linhas de bordado podem ser cordas que amarram ou rédeas que se deixam ma-

nejar: nem sempre compreendemos a hora certa ou o jeito de as segurarmos. Nem

todos somos bons condutores; ou não nos explicaram direito qual o desenho a se-

guir, nem qual a dose de liberdade que podíamos – com todos os riscos – assumir.

(LUFT, L. O rio do meio. São Paulo: Mandarim, 1997, 3. ed, p. 105)

... enquanto somos urdidos dentro dela.

O verbo urdir na frase acima está transposto para a voz passiva.

Dentre as opções abaixo, o verbo que admite essa transposição está em:

a) A vida é, para todos, comparável a uma tapeçaria de desenho, cores e espes-

sura individuais.

b) Necessitamos, habitualmente, de orientação segura na tomada de decisões cor-

retas em nossa vida.

c) Pessoas próximas colaboram conosco na definição de projetos ao longo de toda

a vida.

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d) Durante toda a vida, estamos sempre fazendo opções acerca de nossos objeti-

vos.

e) As cores escolhidas para o bordado parecem ser o propósito definitivo de uma

vida.

Letra d.

“… estamos fazendo opções…” – transitivo direto! Alguém faz alguma coisa. O verbo

FAZER pode ser usado na voz passiva (algo é feito). Esta é a resposta.

“Urdir” significa “dispor os fios para depois tecer”. Em metáfora, a autora, Lia Luft,

se coloca como um fio, que será usado em uma tapeçaria, que é a vida. Seres hu-

manos cruzados, formando um todo único (tecido = a sociedade) – que lindo!

De volta à gramática, a banca busca a construção que apresenta um verbo que

admite essa transposição para a voz passiva, ou seja, a que possui um verbo TRAN-

SITIVO DIRETO (TD) ou TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO (TDI).

Vejamos.

a) “A vida é, para todos, comparável…” = verbo SER é um verbo de ligação.

b) “Necessitamos, (…), de orientação…” = verbo transitivo INDIRETO (o comple-

mento vem antecedido de preposição obrigatória: necessitamos de algo).

c) “Pessoas próximas colaboram conosco na definição…” = transitivo INDIRETO

(colaborar com alguém).

e) “As cores (…) parecem ser o propósito…” – Cuidado! A análise da transitividade é

em relação ao verbo PRINCIPAL, e não o verbo auxiliar. O verbo SER é de ligação,

por isso não forma voz passiva.

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25. (FCC/AUDITOR/TCM GO/2015) Transpondo-se para a voz passiva a frase “Eles

alardeavam o insuportável som instalado nos carros”, obtém-se a forma verbal

a) era alardeado.

b) tinha sido alardeado.

c) têm alardeado.

d) eram alardeados.

e) fora alardeado.

Letra a.

Vamos, agora, treinar um pouco mais a transposição de voz passiva.

Voz ativa:

Eles alardeavam o insuportável som instalado nos carros.

• Sujeito (vai virar agente da passiva): Eles

• Verbo: alardeavam (pretérito imperfeito do indicativo)

• OD: o insuportável som instalado nos carros (vai virar sujeito)

Voz passiva analítica:

O insuportável som instalado nos carros ERA ALARDEADO por eles.

26. (FCC/ANALISTA/TRE AP/2015) ... onde percorreu as regiões mal-afamadas do

rio Doce...

A forma verbal resultante da transposição da frase acima para a voz PASSIVA é:

a) foi percorrido.

b) percorreu-se.

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c) foram percorridas.

d) eram percorridas.

e) percorreram.

Letra c.

Voz ativa: onde (quem? Qual é o sujeito?) percorreu as regiões mal-afamadas do

rio Doce.

• Sujeito: não sei, mas não interessa saber, pois este termo passaria a ser o

agente da passiva, sem influenciar a flexão do verbo, e a questão versa sobre

o verbo da voz passiva.

• Verbo: percorreu (pretérito perfeito do indicativo).

• Objeto direto: as regiões mal-afamadas do rio Doce.

• Voz passiva analítica:

• As regiões mal-afamadas do rio Doce foram percorridas.

27. (FCC/ANALISTA/TRT 22/2011) ... a ciência jamais será capaz de responder a

todas as perguntas.

Utilizou-se corretamente a voz passiva, preservando-se o sentido original, nesta

nova redação da frase acima:

a) Jamais ocorrerá que todas as perguntas sejam respondidas pela ciência.

b) Nenhuma das perguntas jamais obterá resposta pela ciência.

c) A nem todas as perguntas será jamais a ciência capaz de dar respostas.

d) Todas as perguntas, em qualquer tempo, deixarão de obter resposta pela ciência.

e) A capacidade da ciência deixará de dar resposta a todas as perguntas.

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Letra a.

Olhe como essa questão é capciosa!

Vimos exaustivamente que só admitem voz passiva verbos que possuam objeto

direto (TD/TDI). Além disso, a transitividade de um verbo só pode ser identificada

na construção.

Ora, como é que o examinador quer que eu passe para a voz passiva uma constru-

ção em que o verbo se apresenta como TRANSITIVO INDIRETO (responder a

todas as perguntas)?! Ele está louco ou quer me enlouquecer?!

Calma, meu bem! Muita calma nessa hora!

O “detalhe” dessa questão (que faria toda a diferença na hora da resposta) é que,

em relação à regência (emprego de preposição), há verbos que são “mutantes”

(pensei na Rita Lee agora...rs...eu, hem?!), ou seja, podem se apresentar como

transitivos diretos ou transitivos indiretos, indiferentemente (mais sobre isso, só na

aula sobre Regência, eu prometo!...rs...).

E um desses verbos é o verbo RESPONDER. Eu posso “responder sua pergunta”

(transitivo direto) ou “responder à sua pergunta” (transitivo indireto), “responder o

aluno” (transitivo direto) ou “responder ao aluno” (transitivo indireto).

Originalmente, na voz ativa, o verbo se apresentou como transitivo indireto, mas,

dada sua possibilidade de “mutação”, poderia ser construído em voz passiva, já que

ele também admite a transitividade direta.

Então, mãos à obra. Vamos seguir os mesmos passos para encontrar a resposta.

O complemento da voz ativa era “todas as perguntas”, então esse será nosso novo

sujeito.

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GRAMÁTICA
Verbos
Prof.ª Claudia Kozlowski

Como há apenas uma opção em que a estrutura “todas as perguntas” atua como

sujeito em uma construção de voz passiva, a resposta é a letra a.

Na opção b, o sujeito é “perguntas”, mas está em voz ativa (obterá).

Na letra c, o que o examinador fez foi mudar as coisas de ordem, sem alterar a voz

verbal (o sujeito continuou sendo “a ciência”).

Não foi respeitado o sentido original nas sugestões das letras d e e.

Questão boa essa, hem? Eu gostei...rs...

28. (FCC/ANALISTA/TRT 2ª/2014) Analise a afirmação a seguir.

Transpondo para a voz passiva o segmento os argentinos Sarmiento e Alberdi de-

senvolveram uma publicística, a forma correta obtida é “tinha sido desenvolvida”.

Errado.

Você já está ficando “craque” nesse negócio de transposição para a voz passiva,

não é?

Então pode acelerar e resolver correndo… Opa, opa!

Cuidado! Bote o chinelinho da humildade e não corra!...rs...

VOZ ATIVA: “os argentinos Sarmiento e Alberdi desenvolveram uma publicística”

Sujeito: os argentinos Sarmiento e Alberdi

Verbo: desenvolveram => pretérito perfeito do indicativo

Objeto direto: uma publicística

VOZ PASSIVA:

Sujeito: uma publicística

Locução verbal => pretérito perfeito do indicativo: foi desenvolvida

O examinador veio com uma história de “tinha sido” que não existia no original.

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Verbos
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29. (FCC/ANALISTA/TRF 4ª REGIÃO/2010) “O que temos de alcançar no México é

tudo o que deveríamos ter alcançado aqui.”

Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, as formas sublinhadas devem ser

substituídas, na ordem dada, por:

a) tem de ser alcançado – deveria ter sido alcançado

b) será alcançado – devia ser alcançado

c) tinha de ser alcançado – deveria ser alcançado

d) tem de alcançar-se – deverá alcançar-se

e) teremos alcançado – devia ser alcançado

Letra a.

Essa é “cascuda”, hem? Vamos lá.

Em “temos de alcançar”, o verbo principal (alcançar) está no infinitivo, forma em

que deverá ficar o novo verbo auxiliar (SER).

Como o objeto direto do verbo ALCANÇAR é a expressão “o que” (não irei me apro-

fundar na identificação dos termos, pois não é esse o objeto da questão), o verbo

auxiliar TER será conjugado no mesmo tempo e modo – presente do indicativo –,

realizando a concordância com essa expressão: “O que tem de ser alcançado...”.

Agora, a próxima construção tem o mesmo sujeito (“o que”), com uma “dificuldade”

maior: originalmente já havia dois verbos auxiliares: DEVER e TER, além do verbo

principal, ALCANÇAR. Ora, quem vê problema nisso? Basta colocar mais um verbo

auxiliar (“três?!” Sim!), o verbo SER (que caracteriza a voz passiva), tomando o

cuidado de empregar o primeiro deles (DEVER) no futuro do pretérito do indicativo

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Verbos
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(tempo e modo do verbo originalmente) e realizar a concordância com a expressão

“o que” (novo sujeito paciente): “o que deveria ter sido alcançado...”.

30. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRF 4ª/2010) O engajamento moral e político não

chegou a constituir um deslocamento da atenção intelectual de Said... (2º parágrafo)

Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante é:

a) teria chegado a constituir.

b) chega a se constituir.

c) chegaria a ser constituído.

d) se constituiu.

e) chegou a ser constituído.

Letra e.

“E agora, professora? Como posso colocar na voz passiva se o verbo CHEGAR é

transitivo indireto (chegou a...)?”

Ora, ele é transitivo indireto, sim, mas não é o verbo PRINCIPAL da locução. Pega-

dinha, hem?

Seu papel na construção é servir de AUXILIAR MODAL (aquele que denota certa

circunstância ao verbo principal).

E qual é, afinal, o verbo principal? Resposta: constituir (chegou a constituir). Esse,

sim, é que precisa ser transitivo direto, e é! Seu objeto direto é “um deslocamento

da ação intelectual de Said...”.

Como originalmente o verbo auxiliar estava no pretérito perfeito do indicativo,

só nos resta incluir mais um verbo auxiliar (SER) à construção, empregar o verbo

principal no particípio e manter a concordância (esse o maior cuidado!): “um des-

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locamento [não perca o foco: esse é o núcleo do sujeito] da atenção intelectual não

chegou a ser constituído...”.

Siga meu conselho: só depois de trilhar esse caminho e montar a resposta é que

você deve dirigir-se às opções, para não cair em nenhuma armadilha da banca.

31. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-PR/2012) ... do antigo ginásio até a década

de 70, e era ensinada com esmero na sala de aula. (final do 2º parágrafo)

A forma verbal que mantém o sentido e a correção da que está grifada acima é:

a) ensinavam.

b) se ensinava.

c) foi se ensinando.

d) tinham-se ensinado.

e) teria sido ensinado.

Letra b.

Nessa questão, associa-se tempo verbal a vozes. Na construção original, em “era

ensinada”, o verbo auxiliar se encontra no pretérito imperfeito do indicativo.

Se passarmos para a construção passiva sintética, retiramos o verbo auxiliar, inclu-

ímos o pronome apassivador e o verbo principal deve se manter no mesmo tempo

e modo originais: ensinava-se.

Note que o examinador exige que se mantenham o sentido e a correção gramati-

cal, por isso não estaria correta a forma “ensinavam”, pois o sujeito (mesmo não

indicado aqui) apresentava forma singular (quem nos indica isso é o verbo auxiliar

da passiva analítica: era ensinada).

Em “foi se ensinando” (letra c), tem-se indicação de ato contínuo, não presente

na construção original (isso para não falar que os gramáticos não recomendam o

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emprego do pronome “solto” no meio da locução verbal – assunto de “Pronomes -

Colocação Pronominal”).

Em “tinham-se ensinado”, além da mudança de sentido que acarreta o emprego da

forma verbal composta (com o emprego do auxiliar “ter”, também presente na letra

e), o verbo auxiliar foi flexionado no plural, incorrendo em erro de concordância.

32. (FCC/TÉCNICO/TRT 1ª REGIÃO/2013) ... aquelas que um observador pode vis-

lumbrar a partir do Museu de Arte Contemporânea de Niterói...

Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:

a) pode ser vislumbrado.

b) vislumbra-se.

c) podem ser vislumbradas.

d) pode-se vislumbrar.

e) podem vislumbrar.

Letra c.

Agora, você já sabe tudo sobre transposição de vozes verbais.

Ao partir da voz ativa para a voz passiva, identificamos o objeto direto (será o su-

jeito paciente), introduzimos o verbo SER (se for uma construção passiva analítica)

ou o pronome SE (se for voz passiva sintética), tomamos cuidado em manter, no

verbo auxiliar, o tempo e modo originais e, por fim, observar a concordância. Va-

mos lá.

“... aquelas que um observador pode vislumbrar...”

Ué? Onde foi parar o objeto direto, professora?

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Calma! Você deve ter percebido que temos um “que”, pronome relativo, e que este

elemento retoma um antecedente: o pronome demonstrativo “aquelas”.

Pronto! São esses os elementos que nos interessam. O pronome relativo exerce a

função de objeto direto na oração subordinada adjetiva, mas ele não possui nenhu-

ma flexão ou significado – ele remete a concordância para o termo antecedente:

aquelas.

Na voz ativa, tínhamos uma locução verbal com um verbo auxiliar modal (poder)

e um verbo principal, que carrega o sentido da ação (vislumbrar). Na construção

passiva, iremos incluir mais um verbo auxiliar, que irá indicar a passividade da lo-

cução: SER. Como o verbo auxiliar modal se encontrava no presente do indicativo,

devemos manter esse tempo e modo na nova oração. Por fim, lembre-se de realizar

a concordância com “aquelas”.

Assim será a nova construção passiva:

“... aquelas que PODEM SER VISLUMBRADAS por um observador...”

33. (FCC/ADVOGADO/METRÔ SP/2014) Delicadezas colhidas com mão leve

Era sábado e estávamos os dois na redação vazia da revista. Esparramado na ca-

deira, Guilherme roía o que lhe restava das unhas, levantava-se, andava de um

lado para outro, folheava um jornal velho, suspirava. Aí me veio com esta:

− Meu texto é melhor que eu.

A frase me fez rir, devolveu a alegria a meu amigo e poderia render uma discussão

sobre quem era melhor, Guilherme Cunha Pinto ou o texto do Guilherme Cunha

Pinto.

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Os que foram apenas leitores desse jornalista tão especial, morto já faz tempo, não

teriam problema em escolher as matérias que ele assinava, que me enchiam de

uma inveja benigna.

Inveja, por exemplo, da mão leve com que ele ia buscar e punha em palavras as

coisas mais incorpóreas e delicadas. Não era com ele, definitivamente, a simplifica-

ção grosseira que o jornalismo tantas vezes se concede, com a desculpa dos espa-

ços e horários curtos, e que acaba fazendo do mundo algo chapado, previsível, sem

graça. Guilherme não aceitava ser um mero recolhedor de aspas, nas entrevistas,

nem sair à rua para ajustar os fatos a uma pauta. Tinha a capacidade infelizmente

rara de se deixar tocar pelas coisas e pessoas sobre as quais ia escrever, sem ideias

prontas nem pé atrás. Pois gostava de coisas e de pessoas, e permitia que elas o

surpreendessem.

Olhava-as com amorosa curiosidade − donde os detalhes que faziam o singular

encanto de suas matérias. O personagem mais batido se desdobrava em ângulos

inéditos quando o repórter era ele. Com suavidade descia ao fundo da alma de seus

entrevistados, sem jamais pendurá-los no pau de arara do jornalismo inquisitorial.

Deu forma a textos memoráveis e produziu um título desde então citado e recitado

nas redações paulistanas: “Picasso morreu, se é que Picasso morre”.

(Adaptado de: WERNECK Humberto. Esse inferno vai acabar. Porto Alegre: Ar-

quipélago, 2001. p.45 e 46)

Considerado o contexto e transpondo-se para a voz passiva o segmento sem ja-

mais pendurá-los no pau de arara, a forma resultante será

a) sem que jamais fossem pendurados no pau de arara.

b) sem que no pau de arara jamais se os pendurasse.

c) sem que jamais tivessem sido pendurados no pau de arara.

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d) sem que o pau de arara jamais os pendurasse.

e) sem que jamais se pendurassem no pau de arara.

Letra a.

O examinador, nesta questão, decidiu alterar uma estrutura reduzida de infinitivo

(“sem jamais PENDURÁ-LOS no pau de arara”) para uma desenvolvida.

Afinal, o que são orações reduzidas? São as que se formam com verbos no infini-

tivo (comer, beber, pendurar), particípio (comido, bebido, pendurado) ou gerún-

dio (comendo, bebendo, pendurando). Essas são chamadas FORMAS NOMINAIS,

porque, muitas vezes, esses verbos atuam como nomes.

Por sua vez, “orações desenvolvidas” são as que se iniciam por uma conjunção.

O que o candidato deve observar é que o único verbo auxiliar a ser incluído na nova

construção passiva é o verbo SER. Então, devem ser eliminadas todas as opções

que incluam outros verbos (como a letra c, que propõe a forma “tivessem sido pen-

durados”, com a locução verbal TER SIDO PENDURADO) ou que não apresentem o

verbo auxiliar SER, característico da construção passiva analítica.

A resposta é “sem que jamais FOSSEM PENDURADOS no pau de arara”.

Em b, o emprego do pronome “se” (apassivador) em conjunto com o oblíquo “os”

forma uma construção inadequada, pois não pode, neste caso, o pronome atuar

como sujeito.

Na opção d, não se formou voz passiva, apenas a construção desenvolvida (= com

conjunção).

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Finalmente, na construção e, o emprego do pronome “se” pode dar margem a um

valor reflexivo, e não passivo, por isso é preferível o emprego da passiva analítica

à passiva sintética.

Essa foi uma questão difícil, daquelas que fazem a diferença na hora do resultado.

Acertá-las significa garantir sua vaga na lista de aprovados.

Já que falamos sobre as FORMAS NOMINAIS, vejamos uma questão que tratou

desse assunto de forma magnífica.

34. (FCC/ANALISTA/TRT 8ª/2010) A manhã, toldo de um tecido tão aéreo / que,

tecido, se eleva por si: luz balão.

Sobre os versos acima, avalie a seguinte afirmação:

No segundo verso, a palavra tecido pode ser interpretada como o particípio do ver-

bo tecer.

Certo.

Note que há dois registros da palavra “tecido” – no primeiro verso, é um substan-

tivo; no segundo verso, na passagem “que, tecido, se eleva por si...”, tem valor

verbal e, portanto, é o particípio do verbo TECER (“uma vez tecido / por ter sido

tecido”).

Vamos falar sobre as FORMAS NOMINAIS.

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Verbos
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Denominam-se formas nominais as palavras, de origem verbal, que também

podem ser empregadas nas funções próprias de adjetivos, substantivos ou advér-

bios. São elas: PARTICÍPIO, GERÚNDIO E INFINITIVO.

• PARTICÍPIO:

Ele havia lavado o chão da casa antes do temporal. (verbo)

O uniforme lavado ficou todo sujo após o vendaval. (adjetivo)

• GERÚNDIO:

O presidente ficou persistindo na argumentação de que nada sabia sobre o escân-

dalo de corrupção. (verbo)

Persistindo os sintomas, o médico deverá ser consultado. (advérbio de condi-

ção = “Caso persistam os sintomas...”)

• INFINITIVO:

Ele precisa pôr os nomes nos livros. (verbo)

O pôr do sol é lindo nessa época do ano. (substantivo)

As formas nominais (particípio, gerúndio e infinitivo) podem também fazer parte

de uma locução verbal.

35. (FCC/NIVEL SUPERIOR/METRÔ SP/2010) Transpondo-se para a voz passiva a

construção “Mais tarde vim a entender a tradução completa”, a forma verbal resul-

tante será:

a) veio a ser entendida.

b) teria entendido.

c) fora entendida.

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d) terá sido entendida.

e) tê-la-ia entendido.

Letra a.

Na forma ativa, já temos uma locução: “vim a entender”.

Ora, nada complicado aí. Para formar a voz passiva, a única coisa que precisamos

fazer é acrescentar o verbo SER a essa locução. “Como assim, professora?! Locução

com três verbos?” – E qual é o problema, meu bem?...rs...

Vamos lá, no passo a passo.

Voz ativa: vim a entender a tradução completa

Sujeito: eu

Objeto direto: a tradução completa (núcleo no singular).

Locução verbal: vim a entender (pretérito perfeito do indicativo)

Sendo uma locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal), com a transposição da

voz para a passiva, teremos de incluir mais um verbo auxiliar, que é o verbo SER.

Só que, na nova construção, o verbo SER não irá se flexionar. A flexão continuará

sendo exercida pelo auxiliar original, no caso o verbo VIR: vir a ser entendido.

A única diferença é que, na voz ativa, o verbo VIR realizava a concordância com o

sujeito, que era “eu”, e agora irá concordar com o “novo” sujeito, que é o “antigo”

objeto direto: a tradução completa.

Então, a construção na voz passiva será:

“A tradução completa veio a ser entendida...”

Mas, afinal, o que é uma locução verbal? Qual a importância de saber como fun-

ciona uma locução verbal?

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Verbos
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Locução verbal é o conjunto semântico de dois ou mais verbos. Forma-se com

um verbo principal e um ou mais verbos auxiliares. Às vezes, no meio da locução

verbal pode aparecer uma preposição (de, a), como em “comecei a trabalhar”, “hei

de vencer” ou “tenho de esquecer”.

VERBO AUXILIAR (1 OU +) + VERBO PRINCIPAL

Enquanto o principal vem sob uma forma nominal (infinitivo, gerúndio ou parti-

cípio), seu(s) auxiliar(es) pode(m) vir em uma forma finita (indicativo, subjuntivo,

imperativo) ou também nominal. Nessa relação, o que se flexiona é o verbo auxi-

liar, mas do jeito como o verbo principal iria variar.

Em outras palavras, o verbo auxiliar faz tudo o que o verbo principal iria fazer

se estivesse sozinho.

Até agora, vimos dois tipos de locuções verbais: a de tempo composto (pretérito

perfeito composto, futuro do pretérito composto etc.) e a de voz passiva (com o

famoso verbo SER). Então, vamos entender quais são as diversas possibilidades de

formar locuções verbais, além dessas duas.

Formam-se locuções verbais em:

• tempos compostos, com os verbos auxiliares TER e HAVER.

• construções de voz passiva, principalmente com os verbos auxiliares SER e

ESTAR (nosso próximo assunto);

• construções com auxiliares modais, que determinam com mais rigor o modo

como se realiza – ou deixa de se realizar – a ação verbal.

Expressam circunstâncias de: início ou fim (comecei a estudar, acabei de acor-

dar), continuidade (vai andando), obrigação (tive de entregar), possibilidade

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(posso escrever), dúvida (parece gostar), tentativa (procura entender) e outras

tantas.

Como em qualquer ambiente de trabalho, onde quem manda é o chefe e quem

“rala” é o empregado (não me diga que você já viu algum chefe trabalhando?...

rs...), na locução verbal, quem exerce a função de “chefe” é o verbo principal – ele

fica “paradão”, só mandando, e o pobre do auxiliar se flexiona de acordo com as

suas ordens.

Já que falei em “verbo auxiliar modal”, veja a próxima questão.

36. (FCC/AUDITOR/SEFAZ-RJ/2014) Na história da República das Províncias Uni-

das dos Países Baixos, a independência nacional e a expansão colonial marcharam

de mãos dadas no decurso dos oitenta anos de guerra contra a Espanha (1568-

1648). A historiografia tende basicamente a encarar de duas maneiras, que não são

excludentes, as origens do império marítimo que os batavos começaram a edificar

em fins do século XVI e que em boa parte chegou até a Segunda Guerra Mundial e

a independência da Indonésia.

Avalie a assertiva que segue, acerca de aspectos do excerto.

Em começaram a edificar, o verbo auxiliar empresta um matiz semântico ao verbo

principal, indicando a iminência da ação de edificar.

Errado.

O papel do auxiliar modal é, como bem disse o examinador, “emprestar um matiz

semântico”, ou seja, uma modalidade de sentido ao verbo principal.

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Uma coisa é dizer que “Fulano estuda.”. Outra é dizer que “Ele começou a estudar.”

Com o verbo auxiliar “começar”, tenho a ideia de algo que teve início recentemente,

alterando em parte o sentido de “estudar”. Por isso se chama “auxiliar modal”.

Como auxiliar modal, o verbo COMEÇAR se emprega no sentido de “início de ação”,

ou seja, a ação de “edificar” já teria sido iniciada, e não “na iminência de ocorrer”,

como sugere o examinador.

37. (FCC/TÉCNICO/TRE-RS/2010) O governo deve enviar o projeto de lei ao Con-

gresso nas próximas semanas. Haverá oportunidade para aperfeiçoamentos na Câ-

mara e no Senado, mas o texto, em linhas gerais, é satisfatório.

Avalie a afirmação a seguir.

No trecho acima, a alteração que propicia a equivalência de sentido e mantém a

correção original é a de deve enviar por “está obrigado a enviar”.

Errado.

A banca explorou nessa questão um verbo auxiliar modal que pode apresentar mais

de um sentido. Leia e compare:

“Ele deve chegar antes do almoço.” – pergunto: o que você entendeu dessa afir-

mação?

Existem duas possibilidades de interpretação:

1ª. ele tem a obrigação de chegar antes do almoço. (verbo DEVER como obrigação);

2ª. é provável que ele chegue antes do almoço. (verbo DEVER como algo provável

de acontecer).

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Tudo depende do contexto, pois o verbo DEVER, como auxiliar, pode empregar as-

pecto de obrigação ou de possibilidade. Por esse motivo, as duas respostas pode-

riam estar certas.

Agora, avalie o contexto e responda novamente:

“Nós nos revezamos no cuidado com a nossa avó, que está adoentada. Como eu só

trabalho à tarde, fico com a vovó pela manhã. Já avisei a ele que ele deve chegar

antes do almoço, pois preciso ainda tomar meu banho para sair.”

E agora? Ah... a resposta seria letra a: ele tem a obrigação de chegar antes do al-

moço.

Vamos analisar a construção da questão de prova.

“O governo deve enviar o projeto de lei ao Congresso nas próximas semanas.”

O que você entendeu? “O governo tem a obrigação de enviar o projeto de lei nas

próximas semanas” ou “É provável que o governo envie o projeto de lei nas próxi-

mas semanas”?

Acredito que a segunda interpretação seja mais plausível. Então, está incorreta a

sugestão de troca por “está obrigado a enviar”.

38. (FCC/ANALISTA/TRT 2ª/2014) Analise a afirmação abaixo.

(Linha 9) Em dissera-se que fora criada, a substituição das formas verbais preserva

o sentido original se forem trocadas, respectivamente, por “haviam dito” e “teria

sido criada”.

Errado.

Vimos que o pretérito mais-que-perfeito é o tempo verbal que indica uma ação no

passado antes de outra também no passado.

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Verbos
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Também vimos que a forma mais comum deste tempo é a composta, ou seja, no

lugar de “dissera”, muitos usam “tinham dito”. O verbo auxiliar, nesse caso, é con-

jugado no pretérito imperfeito e o verbo principal fica no particípio.

Então, se trocarmos a forma simples pela forma composta do pretérito mais-que-

-perfeito, teremos:

Dissera: tinha/havia dito

Fora: tinha/havia sido

As sugestões do examinador estão, portanto, incorretas.

Vamos estudar, agora, como se conjugam os verbos.

39. (FCC/TÉCNICO/TRF 2/2014)2

Observadas a regência e a flexão verbal, está correta a seguinte frase:

a) Ressentiu-se, com razão, da oposição da prima, e pensou que, se expusesse

com calma seus motivos, poderia obter sua concordância.

b) A casa que, na época, nos instalamos era a que podíamos pagar, mas tínhamos

um pacto: se todos se mantessem firmes em seus empregos, moraríamos melhor.

c) Aborreceu-se de tanta conferência de abaixo-assinados e requis transferência

para outro setor da administração.

d) Dizem que é ele que obstroi a discussão, por isso, para defender-se, aludiu o

nome do responsável pelo atraso.

e) Medio, sim, seu encontro com esse advogado mais experiente, pois sei como

você está temeroso pelo poder de argumentação do promotor.

2
Letra a.

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Verbos
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Agora, a técnica do paradigma volta a funcionar. Mas o que significa mesmo

isso? Nós a vimos na aula sobre Ortografia. Lá nem sempre dá certo, porque a eti-

mologia da palavra pode alterar essa regra, mas em conjugação verbal a coisa é

mais “redonda”. Vamos entender.

Na dúvida em relação à conjugação de um verbo, buscamos um que apresente

a mesma terminação e seja mais “familiar” a nós (o tal “verbo paradigma”). O que

acontecer com este verbo acontecerá com o outro. Veja um exemplo:

“O governo espera que as pessoas... (consumar) operações de compra e venda

de imóveis, para movimentar a economia.”

Será que você acertaria “de primeira” a conjugação desse verbo pouco usual?

Cuidado para não confundir com um verbo mais “popular”: consumir.

O verbo acima seria conjugado no PRESENTE DO SUBJUNTIVO.

CONSUMIR é conjugado como PARTIR: “(que) eles partam” => “(que) eles con-

sumam”.

Só que o verbo não é CONSUMIR, mas CONSUMAR, de primeira conjugação

(-AR) e, por isso, segue o paradigma FALAR: “(que) eles falem” => “(que) eles

consumem”.

Então, sendo o verbo regular (não modifica seu radical na conjugação verbal),

procure outro também regular com a mesma terminação:

• 1ª conjugação: o paradigma é FALAR

• 2ª conjugação: o paradigma é BEBER

• 3ª conjugação: o paradigma é PARTIR

“E se o verbo for irregular, professora?”

Nesse caso, tente encontrar outro verbo também irregular de mesma termina-

ção. Veremos, em nosso estudo, alguns casos assim.

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Finalmente, se o verbo for derivado de outro, irá conservar sua conjugação. Por

isso, o verbo MANTER segue a conjugação do primitivo TER:

“Se ele tiver...” => “Se ele mantiver...”

O verbo CONVIR segue a conjugação do verbo VIR:

“Se ele veio…” – “Ele conveio”

Alguns são “falsos derivados”, ou seja, parecem que derivam de um verbo, mas

isso é mentira. É o caso de PROVER, que não é derivado do verbo VER.

Vamos às questões e iremos nos deparar com todo tipo de verbo, para o seu (e

o meu) deleite!…rs…

40. (FCC/TÉCNICO LEGISLATIVO/CMSP/2014) Todas as formas verbais estão cor-

retamente empregadas, grafadas e flexionadas na frase:

a) O autor do texto parece considerar que já está para se proscrever a validade do

livro convencional.

b) Um direito que não se pustula, como o da alfabetização, é um direito que se

fragiliza.

c) Foi grande sua emoção quando, alfabetizado, sentiu-se capaz de destrinçar o

sentido de um texto.

d) O prazer da leitura é um direito que poucos assessam nos países mais pobres.

e) Eles se absteram de votar porque achavam que encontrariam dificuldade na

leitura das instruções.

Letra c.

Muitos devem ter marcado essa opção por desconhecerem o verbo DESTRINÇAR,

mas certamente conhecem outra forma variante, de mesmo significado, que é DES-

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TRINCHAR. Ambos significam “separar em fios ou fibras, desenredar” ou mesmo

“resolver, achar a solução” (destrinchou o mistério). As duas formas estão certas e

a resposta é essa!

a) Cuidado com alguns parônimos. PROSCREVER significa “banir, afastar, exilar,

deportar”. Acho que não é bem isso o que acontece com a “validade” de alguma

coisa. Nesse caso, o verbo adequado seria PRESCREVER, que significa, dentre tan-

tas acepções, “perder a validade, caducar”.

b) O verbo é POSTULAR, e, por ser um verbo regular, não tem a forma do radical

alterada. Por isso, a conjugação correta é “postula”.

d) O verbo, na passagem, seria “acessar”, que tem relação com a palavra “acesso”

(ter acesso ao prazer da leitura).

e) Como o verbo ABSTER(-SE) é derivado do verbo TER, aquele conjuga-se como

este. No pretérito perfeito do indicativo, seria “Eles TIVERAM”, logo “Eles se ABS-

TIVERAM…”.

41. (FCC/ADVOGADO/METRÔ SP/2014) Na frase Caso os leitores...... (vir) a ler o

jornal com maior rigor, certamente...... (poder) perceber os estereótipos que......

(predominam) nas reportagens de hoje, as lacunas serão corretamente preenchi-

das, na ordem dada, por:

a) vierem − poderiam − predominariam

b) virem − poderão − predominam

c) viessem − poderão − predominassem

d) vierem − podem − predominem

e) viessem − poderiam − predominam

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Verbos
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Letra e.

Esse tipo de questão devemos resolver por eliminação. Isso facilita muito a vida do

candidato, que não perde tempo com opções inválidas.

A primeira lacuna é uma casca de banana na vida dos estudantes. Muitos têm di-

ficuldades e confundem muitas vezes a conjugação do verbo VIR com a do verbo

VER, especialmente nos tempos do subjuntivo.

Então, vamos definitivamente entender as diferenças.

O radical da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo (ontem

eles...) dá origem a diversos tempos, dentre eles o futuro do subjuntivo:

Verbo VER

"Quando ele VIR o filme..." (futuro do subjuntivo)


"Ontem eles VIRAM
"Se ele VISSE o filme..." (pretérito imperfeito do subjuntivo)
o filme..." =>
"Depois que ele VIRA o filme..." (pretérito mais-que-perfeito do indicativo)

Compare, agora, com o verbo VIR

"Quando ele VIER..." (futuro do subjuntivo)


"Ontem eles
"Se ele VIESSE..." (pretérito imperfeito do subjuntivo)
VIERAM..." =>
"Depois que ele VIERA..." (pretérito mais-que-perfeito do indicativo)

Na primeira lacuna da questão, o verbo VIR poderia ser conjugado como “Caso os

leitores vierem a ler…” (situação hipotética futura) ou “Caso os leitores viessem

a ler…” (situação hipotética passada).

Com isso, eliminamos a letra b.

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Agora, teremos de analisar a correlação entre a locução “vir a ler” (1ª lacuna) com

a locução da 2ª lacuna.

Se a escolha tiver sido “Caso os leitores vierem a ler…” (= futuro), o verbo auxiliar

em seguida deverá se situar no mesmo tempo ou em tempo correlacionado.

“Caso os leitores vierem a ler (…), certamente poderão perceber …” (tudo no fu-

turo) – não há essa opção. Esse tipo de questão devemos resolver por eliminação.

Isso facilita muito a vida do candidato, que não perde tempo com opções inválidas.

Se a escolha for “Caso os leitores viessem a ler…” (= passado), o próximo verbo

deverá com aquele se articular:

“Caso os leitores viessem a ler (…), certamente poderiam perceber…” – nesta

opção, teríamos a “dobradinha” pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pre-

térito do indicativo.

Essa é a letra e. Então, vamos conferir se a terceira lacuna poderia ser preenchida

com “predominam” (presente do indicativo):

“… os estereótipos que predominam nas reportagens de hoje.”

Opa! O advérbio “hoje” já está lá, bonitão, indicando que o verbo não só pode,

como deve ficar no presente do indicativo! Bingo!

42. (FCC/AUDITOR/SEFAZ-RJ /2014) Verifique a clareza e correção deste livre co-

mentário sobre o texto:

Para quem se ater ao espírito das leis, segundo Voltaire, é preferível fazer justiça

com os leigos ponderados do que deixar-lhe nas mãos de juristas empertigados e

autoritários.

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Errado.

Além do problema de regência, que será objeto de comentário em aula própria, há

um erro de conjugação verbal. O verbo ATER (queridinho da FCC) É DERIVADO DO

VERBO “TER”.

Para quem tiver – Para quem se ativer

Simples assim.

43. (FCC/ANALISTA/TRT 1ª REGIÃO/2014) Todas as formas verbais estão adequa-

damente empregadas quanto ao sentido e corretamente flexionadas na frase:

a) Ainda ontem nos contemos diante do seu entusiasmo, desistindo de o dissuadir

de que nós é que está vamos certos.

b) O que contribue para a globalização não diminui os abismos que sempre se in-

terporam entre as classes sociais.

c) Muitas pessoas já se contraporam, no passado, aos abusos que adviram com as

novidades tecnológicas.

d) O que sobrevier à globalização proverá ou não de razão os argumentos utiliza-

dos pelo autor do texto.

e) Se alguém se dispor a concordar com suas opiniões, satisfazer-se-á em se man-

ter passivo diante da globalização?

Letra d.

Esse enunciado vai povoar seus sonhos nesta noite, de tanto que você vai lê-lo

(rs…).

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Vamos diretamente às opções.

O verbo SOBREVIR é derivado do VIR. Logo, “o que VIER” leva a “o que SOBRE-

VIER”. Acertou, mas ainda não acabou.

Em seguida, temos o verbo PROVER, que tem uma peculiaridade. Como menciona-

mos, o verbo PROVER não é derivado do verbo VER, até porque não tem nenhuma

relação semântica com este. “Prover” significa “abastecer”. A curiosidade em rela-

ção a esse verbo é que, apesar de não ser derivado do verbo VER, no presente

do indicativo (e, consequentemente, no presente do subjuntivo e no imperativo),

a conjugação se parece com a do ver: eu provejo, tu provês, ele provê, nós

provemos, vós provedes, eles proveem.

Nos demais tempos verbais, segue o paradigma BEBER (pretérito perfeito do indi-

cativo: eu provi, tu proveste, ele proveu…).

Assim, no futuro será “proverá” (= beberá). Tudo certo, resposta certa!

a) CONTER é derivado de TER. Então, “ainda ontem tivemos” – “ainda ontem nos

contivemos…”. Em seguida, parece mentira, mas é verdade: no lugar de “estáva-

mos”, o examinador colocou nesta opção “está vamos” (como se fossem dois ver-

bos: estar + ir). É mole??

b) O verbo CONTRIBUIR é outra figurinha repetida nas provas da FCC, e eu explico

por quê.

A conjugação de verbos terminados em -UIR não segue o paradigma dos verbos

de 3ª conjugação (paradigma: PARTIR). Veja só:

Na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo (hoje ele), o verbo PARTIR con-

juga-se como “(ele) parte” (desinência: “e”).

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Com base nisso, a banca tenta induzir o candidato a acreditar que os verbos termi-

nados em -UIR (possuir, contribuir, retribuir) também recebem essa desinência, o

que é um engano!

Na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo (hoje ele), esses verbos rece-

bem a letra “i”: ele possui, ele retribui, ele contribui.

Assim, a forma correta seria “O que ele contribui…”.

Em seguida, outro erro de conjugação verbal. O verbo INTERPOR é derivado do

verbo PÔR. Logo, “sempre se PUSERAM” leva a “sempre se CONTRAPUSERAM”.

c) Mais um verbo derivado do verbo PÔR: CONTRAPOR. Assim, como seria “Muitas

pessoas já PUSERAM”, será “Muitas pessoas já se CONTRAPUSERAM”.

d) O verbo DISPOR é derivado do verbo PÔR (na mesma questão, três derivados

do verbo “pôr”, cruzes!). Então, “se alguém puser” leva a “se alguém se dispuser…”.

E, para piorar, provocou um monstro com aquela colocação pronominal, que me-

rece um breve comentário (apesar de não estarmos na aula de Pronomes). A me-

sóclise (colocação do pronome no “meio” do verbo) respeita a seguinte regra: só

pode ser realizada nos tempos futuro do presente e futuro do pretérito; deve seguir

a conjugação verbal, mantendo o radical do verbo de um lado e a desinência do

outro. Assim:

CALAR: calará + se = CALAR-SE-Á

FALAR: falará + se = FALAR-SE-Á

Tudo muito bom, tudo muito bem, mas…

Os verbos terminados em “-zer” apresentam conjugação atípica nos futuros do

indicativo. Não são mantidos seus radicais. Basta ver que o futuro de “trazer” é

“trarei”, e não “trazerei”. Por isso, além do problema da conjugação verbal já co-

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mentado, em mesóclise, a forma correta seria: satisfará (e não “satisfazerá”) + se

– satisfar-se-á.

Viu só? Se pode complicar, por que a banca vai facilitar, não é?

44. (FCC/TÉCNICO/TRF 2/2014) Observadas a regência e a flexão verbal, está cor-

reta a seguinte frase:

a) Ressentiu-se, com razão, da oposição da prima, e pensou que, se expusesse

com calma seus motivos, poderia obter sua concordância.

b) A casa que, na época, nos instalamos era a que podíamos pagar, mas tínhamos

um pacto: se todos se mantessem firmes em seus empregos, moraríamos melhor.

c) Aborreceu-se de tanta conferência de abaixo-assinados e requis transferência

para outro setor da administração.

d) Dizem que é ele que obstroi a discussão, por isso, para defender-se, aludiu o

nome do responsável pelo atraso.

e) Medio, sim, seu encontro com esse advogado mais experiente, pois sei como

você está temeroso pelo poder de argumentação do promotor.

Letra a.

Já estamos craques nesse tipo de questão, não é? Então, vamos além.

O verbo EXPOR é derivado do verbo PÔR (de novo…rs…). Então, “pensou que, se

pusesse” leva a “pensou que, se expusesse”. Certo! Essa é a resposta.

b) Além de alguns deslizes de regência (assunto de outra aula), há erro de conju-

gação verbal. O verbo MANTER é derivado de TER. Então “se todos tivessem” leva

a “se todos se mantivessem”.

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c) O verbo REQUERER é especial – apesar da aparência, não é derivado do verbo

QUERER, apesar de sua conjugação se parecer com a daquele em alguns tempos

verbais.

No presente do indicativo, conjuga-se: requeiro, requeres, requer, requere-

mos, requereis, requerem.

No presente do subjuntivo, forma: requeira, requeiras, requeira, requeiramos,

requeirais, requeiram.

No pretérito perfeito do indicativo e demais tempos verbais, conjuga-se como o

paradigma de segunda conjugação: BEBER.

eu BEBI => eu REQUERI (e não “requis”, como o examinador apresentou)

eu BEBEREI => eu REQUEREREI

d) Cuidado com os verbos terminados em -UIR. A maior parte deles segue o para-

digma POSSUIR, em vez de seguirem o paradigma “partir”, o que é o caso do verbo

OBSTRUIR:

Ele possui – ele obstrui

Eles possuem – eles obstruem

Alguns terminados em -UIR, contudo, são “ovelhas negras” e possuem outra conju-

gação: CONSTRUIR e DESTRUIR. São verbos abundantes, mas o que significa isso?

Possuem mais de uma forma de conjugação.

Além da forma regular de conjugação (igual à do verbo POSSUIR: construo, cons-

truis, construi, construímos, construís, construem), mais comum em Portugal,

apresenta também a conjugação irregular, bastante usada no Brasil, em que as 2ª

e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo formam o ditongo aberto “ói”:

construo, constróis, constrói, construímos, construís, constroem, da mesma

forma que os verbos terminados em -OER

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Por isso, a forma correta, na passagem, seria “Dizem que é ele que OBSTRUI a

discussão”.

e) Agora, a coisa ficou séria, porque entram em cartaz os verbos terminados em -IAR.

Em regra, esses verbos seguem o paradigma FALAR (1ª conjugação). É o caso dos

verbos MAQUIAR (que muita gente conjuga errado!), SACIAR, FATIAR, VARIAR.

São verbos regulares, que mantêm o radical e incluem a desinência dos verbos de

1ª conjugação:

eu FALO – eu MAQUIO – eu SACIO – eu FATIO – eu VARIO

Apenas CINCO verbos não seguem a conjugação dos regulares. Eles formam o

anagrama MARIO

Mediar (e seu derivado “intermediar”)

Ansiar

Remediar

Incendiar

Odiar

Na conjugação de formas rizotônicas, ou seja, quando a sílaba tônica recair no radi-


cal, devemos acrescentar um “e”. Melhor do que ficar pensando em “forma rizotôni-
ca” é seguir o paradigma “ODIAR” (certamente, o verbo desses cinco que você mais
usa, não é? Eu odeio estudar, eu odeio Português, eu odeio isso e aquilo...rs...)
ANSIAR (pensa em ODIAR) = eu (odeio =>) anseio / tu (odeias) anseias / ele
(odeia) anseia / nós (odiamos) ansiamos / vós (odiais) ansiais / eles (odeiam)
anseiam
Assim, o correto seria “Medeio, sim, seu encontro...”.

45. (FCC/JULGADOR/SEFAZ-PE/2015) Avalie se está clara e adequada, segundo a


norma-padrão escrita, a seguinte redação:

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As dificuldades por que passou na carreira e a lisura de sua vida profissional não
só o recomendam para que medeie os dois últimos debates, como também favo-
recem que o representante das mídias estrangeiras lhe reconheça as indiscutíveis
competência e discrição.

Certo.
Primeiramente, está correto o emprego de “por que” (separado sem acento), uma
vez que são vocábulos independentes (preposição + pronome), podendo ser subs-
tituídos por “pelas quais”:
“As dificuldades pelas quais passou…”.
Em seguida, o verbo MEDIAR, como vimos, foi corretamente grafado. Ele é um dos
cinco que fogem à regra dos verbos terminados em -IAR, que são regulares. Por-
tanto, recebe a letra e em sua conjugação de formas rizotônicas (sílaba tônica no
radical): (para que odeie) para que medeie. Lindo!

Construção perfeita!

46. (FCC/JULGADOR/SEFAZ-PE/2015) Avalie se está clara e adequada, segundo a

norma-padrão escrita, a seguinte redação:

Se elas reouvessem logo os documentos extraviados, muitas dúvidas do advogado

se desvaneceriam, e, principalmente, as providências legais para garantir a solução

do litígio a favor delas poderia tornar-se possível.

Errado.

Agora, em análise está o verbo REAVER. Este é um verbo DEFECTIVO, mas o que

significa isso?

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Verbo defectivo é aquele que apresenta defeito, ou seja, não possui todas as con-

jugações verbais. Acontece que esse defeito só aparece no PRESENTE DO INDI-

CATIVO e no PRESENTE DO SUBJUNTIVO (consequentemente, terá problemas no

emprego do IMPERATIVO). Nos demais tempos, conjugam-se normalmente.

Alguns verbos defectivos só se conjugam no presente do indicativo nas formas

correspondentes a “nós” e “vós” (1ª e 2ª pessoas do plural) – é o caso dos verbos

REAVER e PRECARVER-SE: nós nos precavemos e vós vos precaveis.

Não possui as outras conjugações de outras pessoas no presente do indicativo, nem

no presente do subjuntivo.

Em relação ao verbo REAVER, temos uma dica: por ser derivado do verbo HAVER,

o REAVER só se conjuga nas formas em que o verbo HAVER possui a letra “v”. Por

isso que, no presente, só possui “nós” e “vós”:

PRESENTE DO INDICATIVO:

Eu hei (-) / tu hás (-) / ele há (-) / nós havemos (= nós reavemos) / vós haveis

(= vós reaveis) / eles hão (-)

PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO:

Eu houve (reouve) / tu houveste (reouveste) / ele houve (reouve) / nós houvemos

(reouvemos) / vós houvestes (reouvestes) / eles houveram (reouveram)

PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO:

Eu houvesse (reouvesse) / tu houvesses (reouvesses) / ele houvesse (reouvesse)

/ nós houvéssemos (reouvéssemos) / vós houvésseis (reouvésseis) / eles houves-

sem (reouvessem)

Assim, como está no pretérito imperfeito do subjuntivo, a forma REOUVESSEM está

correta!

Se eles houvessem – se eles reouvessem

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O problema da questão é de Sintaxe de Concordância: “as PROVIDÊNCIAS legais

(…) PODERIAM TORNAR-SE POSSÍVEIS”.

Muita gente deve ter atirado no que viu (pensando que havia erro na conjugação

do verbo) e acertado no que não viu (considerada incorreta a opção) rs…

47. (FCC/JULGADOR/SEFAZ-PE/2015) Avalie se está clara e adequada, segundo a

norma-padrão escrita, a seguinte redação:

Estava convicto de que os percalços da sua vida de artista é que, em última ins-

tância, lhe indisporam com alguns colegas e diretores, mas acreditava que dessas

dificuldades advieram também o crescimento profissional e a perda da arrogância.

Errado.

O verbo INDISPOR também é derivado do verbo PÔR (já está ficando chato isso…

rs…).

Por isso, “os percalços da vida puseram” – “os percalços da vida lhe indispuseram”

Em relação ao verbo ADVIR (derivado do verbo VIR), o examinador acertou a con-

jugação:

“dessas dificuldades vieram” – “dessas dificuldades advieram”

48. (FCC/TÉCNICO/TRE AP/2015) Pesquisas que...... a identificar sítios geoturísti-

cos poderão favorecer o turismo em bases sustentáveis. O geoturismo, assim,......

assumir um grau de importância estratégica para o futuro do desenvolvimento tu-

rístico do Brasil, desde que não...... danos aos sítios geológicos, como a remoção

ilegal de fósseis e minerais.

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Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:

a) se proporem – deverá – ocorrem

b) se proporiam – devia − ocorresse

c) proporem-se – deveria – ocorram

d) se propuserem − deve − ocorram

e) propuserem-se – deverá − ocorrem

Letra d.

Mais uma vez, a questão mescla aspectos de conjugação verbal com correlação

verbal. Contudo, em algumas questões, o candidato consegue ganhar um tempo na

prova, pois, por eliminação, consegue rapidamente encontrar a resposta.

Essa questão de administrar o tempo também é crucial, porque, especialmente na

prova de Língua Portuguesa, o candidato muitas vezes enfrenta textos longos e/ou

de difícil compreensão. Assim, cada minuto economizado é bem usado em outra

questão mais complexa. Vamos lá.

Na primeira lacuna, o verbo PROPOR, que é derivado do PÔR (= se puserem), só

aceita a forma “se propuserem”. O pronome “se” só pode ficar antes do verbo por-

que existe um fator de atração, que obriga a próclise. Esse assunto será estudado

na aula sobre PRONOMES.

Com isso, achamos a resposta: letra d.

O verbo DEVER será conjugado no presente do indicativo (fato real e atual), e o

verbo OCORRER será conjugado no presente do subjuntivo, pois indica uma situa-

ção hipotética: “desde que não ocorram danos …”.

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49. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 3ª REGIÃO/2015) Considerando a norma-pa-

drão da língua e o emprego de forma verbal, é correta a seguinte frase:

a) Embora não apoiemos, não nos opomos a que gaste tanto tempo com assuntos

supérfluos, contanto que não interrompe a faculdade.

b) Independentemente de onde provierem os recursos, convirjam ou não os pare-

ceres dos técnicos consultados, eles, sempre destemidos, iniciarão a obra.

c) Eles proveem de uma região em que a destruição de bens naturais ou culturais

de importância reconhecida é considerada crime de lesa-pátria.

d) Os jogadores pleitearam que os juízes não intervissem a cada pequena confu-

são provocada por um choque de corpos ou por discussão banal.

e) Enquanto aquela norma vigiu, não houve como solucionar o impasse e retirar o

depósito que a justiça reteve em prol dos menores de idade.

Letra b.

A conjugação do verbo PROVIR (procedência) está perfeita, pois este verbo deriva

do verbo VIR: “vierem” – “provierem”. Esta é a resposta certa.

a) O erro está no emprego do verbo INTERROMPER. Por situar a ação verbal no

campo da hipótese (que não se deseja), o verbo deveria ter sido conjugado no PRE-

SENTE DO SUBJUNTIVO: “contanto que não interrompa a faculdade”.

c) Como vimos, o verbo PROVIR deriva do verbo VIR, portanto a forma correta é

“provém”. A respeito do acento desta e de outras formas verbais derivadas dos ver-

bos VIR e TER, devemos observar que, na 3ª pessoa do singular, recebem um acen-

to agudo, uma vez que acentuamos todas as oxítonas terminadas em “em(ens)”,

como vimos na aula sobre Ortografia.

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É isso o que diferencia “contem” (do verbo CONTAR) de “contém (do verbo CON-

TER) – para facilitar a compreensão, sublinhei a sílaba tônica.

Assim, no singular, esse acento tem função ortográfica (contém).

Já as formas da 3ª pessoa do plural, além de registrar essa acentuação gráfica, os

acentos circunflexos servem para distinguir a forma singular da plural:

contém (singular) / contêm (plural)

mantém (singular) / mantêm (plural)

provém (singular) / provêm (plural).

O erro da letra c está nessa conjugação: o correto seria “provêm”.

Se alguém teve dúvidas em relação à forma “lesa-pátria”, aproveito para registrar

que está correta a grafia e flexão. Por ser a palavra “leso” um adjetivo, é flexionada

conforme gênero e número: leso-patriotismo / lesa-pátria / lesas-pátrias.

d) O verbo PLEITEAR segue a conjugação dos verbos terminados em -EAR, como

PENTEAR. Se “eles pentearam”, “eles pleitearam”. Está certa a conjugação. Só que

o verbo INTERVIR está conjugado errado. Este verbo é derivado do verbo VIR.

Logo, “se os juízes não viessem” leva a “se os juízes interviessem”.

e) Agora, o verbo VIGER (ato de vigorar), que assusta muita gente, mas não é tão

feio assim. Quem estuda matérias da área do Direito já o conhece. Alguns autores

já registram a conjugação completa, no entanto muitos ainda o consideram de-

fectivo (sempre no presente), sem a 1ª pessoa do singular. Nas demais, segue o

paradigma “beber” (tu viges, ele vige, nós vigemos, vós vigeis, eles vigem). Note

que o gerúndio é “vigendo”, e não “vigindo”, como escutamos por aí.

Fugindo dessa polêmica, a banca apresentou a forma “vigiu”, quando a forma cor-

reta seria “vigeu” (como em “bebeu”, seu paradigma).

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50. (FCC/ANALISTA/TRT 2ª/2014) Analise se a frase a seguir está em conformida-

de com a norma-padrão escrita:

Em conversas insossas como essas que soem acontecer em situações formais,

nada mais admissível que, se antevermos um assunto palpitante, nos agarremos à

possibilidade de introduzi-lo e distendê-lo o máximo possível.

Errado.

O verbo SOER significa “ser hábito ou costume”. Geralmente é considerado defecti-

vo. O defeito seria não possuir a 1ª pessoa do singular no presente do indicativo e,

como consequência, os tempos derivados deste (presente do subjuntivo e algumas

conjugações no imperativo afirmativo); em relação às demais conjugações, tudo

tranquilo, por isso apresenta a forma da 3ª pessoa do plural: soem. Está certa a

questão nesta parte.

O problema está na conjugação do verbo ANTEVER, derivado do verbo VER.

se virmos um assunto – se antevirmos um assunto

Com essa questão, encerramos a aula de hoje.

Até a próxima.

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (FCC/TÉCNICO EM GESTÃO/SABESP/2014)

Sobre a dificuldade de ler

Gostaria de lhes falar não da leitura e dos riscos que ela comporta, mas de um risco

ainda maior, ou seja, da dificuldade ou da impossibilidade de ler; gostaria de tentar

lhes falar não da leitura, mas da ilegibilidade.

Cada um de vocês terá feito a experiência daqueles momentos nos quais gostaría-

mos de ler, mas não conseguimos, nos quais nos obstinamos a folhear as páginas

de um livro, mas ele nos cai literalmente das mãos.

Gostaria de lhes sugerir que prestassem atenção aos seus momentos de não lei-

tura, quando o livro do mundo cai das suas mãos, porque a impossibilidade de ler

lhes diz respeito tanto quanto a leitura e é, talvez, tanto ou mais instrutiva do que

esta.

Há também uma outra e mais radical impossibilidade de ler, que até poucos anos

atrás era, antes de tudo, comum. Refiro-me aos analfabetos, que, há apenas um

século, eram a maioria. Um grande poeta espanhol do século 20 dedicou um livro

de poesia seu “ao analfabeto para/por quem eu escrevo”. É importante compreen-

der o sentido desse “para/por”.

Gostaria que vocês refletissem sobre o estatuto especial desse livro que, na sua es-

sência, é destinado aos olhos que não podem lê-lo e foi escrito com uma mão que,

em um certo sentido, não sabe escrever. O poeta ou escritor que escreve pelo/para

o analfabeto tenta escrever o que não pode ser lido, põe no papel o ilegível. Mas

precisamente isso torna a sua escrita mais interessante do que a que foi escrita

somente por/para quem sabe ler.

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Há, finalmente, um outro caso de não leitura do qual gostaria de lhes falar. Refiro-

-me aos livros que foram escritos e publicados, mas estão − talvez para sempre − à

espera de serem lidos. Eu conheço − e cada um de vocês, eu acredito, poderia citar

− livros que mereciam ser lidos e não foram lidos, ou foram lidos por pouquíssimos

leitores. Eu penso que, se esses livros eram verdadeiramente bons, não se deveria

falar de uma espera, mas de uma exigência. Esses livros não esperam, mas exigem

ser lidos, mesmo que não o tenham sido ou não o serão jamais.

Mas agora gostaria de dar um conselho aos editores e àqueles que se ocupam de

livros: parem de olhar para as infames, sim, infames classificações de livros mais

vendidos e − presume-se − mais lidos e tentem construir em vez disso na mente

de vocês uma classificação dos livros que exigem ser lidos. Só uma editora fundada

nessa classificação mental poderia fazer o livro sair da crise que − pelo que ouço

ser dito e repetido − está atravessando.


(Adaptado de: AGAMBEN, Giorgio. Sobre a dificuldade de ler. Trad. de Cláudio Oliveira.
Revista Cult, ano 16, n. 180. São Paulo: Bregantini, junho de 2013. p. 46 e 47)

Ao final do texto, para dar conselho aos editores e a quem se interessa por livros,

o autor utiliza no imperativo os verbos

a) exigir e poder.

b) gostar e ocupar.

c) sair e atravessar.

d) parar e tentar.

e) presumir e construir.

2. (FCC/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-GO/2012/ADAPTADO) Não sejais

mais comportados do que o necessário; ponde alguma sobriedade no bom compor-

tamento.

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A frase acima permanecerá correta com a substituição das formas verbais subli-

nhadas, respectivamente, por:

a) sejas - ponhais

b) seja - põe

c) sede - ponhais

d) sejas - põe

e) sejas - ponhas

3. (FCC/ADVOGADO/SABESP/2014) É importante que a inserção da perspectiva da

sustentabilidade na cultura empresarial, por meio das ações e projetos de Educa-

ção Ambiental, esteja alinhada a esses conceitos.

O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado na frase acima

está em:

a) ... e incorporou [...] também aspectos de desenvolvimento humano.

b) ... e reforce a identidade das comunidades.

c) ... a Empresa desenvolve todas as suas ações, políticas...

d) ... as definições de Educação Ambiental são abrangentes...

e) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentável...

4. (FCC/ASSESSOR JURÍDICO/TCE-PI/2014) A pregação de um sermão e a publi-

cação de uma ordem de delação faziam parte da rotina dos inquisidores medievais

quando chegavam a uma nova localidade em seu itinerário. A ordem de delação,

embrião do futuro édito da fé, não era tão minuciosa na descrição dos crimes − em

uma sociedade onde predominava a comunicação oral, os inquisidores conside-

ravam fundamental o papel do sermão. É apenas mais tarde que se inverte essa

relação de dominação do édito pelo sermão − tendência tornada irreversível com a

fundação da Inquisição espanhola.

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Com efeito, o édito não era apenas lido depois do sermão: ele era afixado à porta

da igreja. Como suporte de comunicação, ele se torna cada vez mais importante,

pois assegura uma definição clara dos delitos sob alçada da Inquisição. Não é sur-

preendente que, em uma sociedade onde as elites urbanas são progressivamente

alfabetizadas, a publicação do édito se torne o ato central da fundação dos novos

tribunais e das visitas de distrito, um ato que adquire uma tal autonomia que é uti-

lizado todos os anos para reafirmar os contornos da jurisdição inquisitorial. Mas a

publicação do édito, embora breve e subordinada nos séculos XIII e XIV, era acom-

panhada pela proclamação de um “tempo de graça” de que podiam se beneficiar to-

dos os culpados dos delitos de heresia que se apresentassem espontaneamente

para confessar suas faltas aos inquisidores. A publicação do tempo de graça, que

se estendia geralmente até um mês, adquire uma tal rotina que é frequentemente

incluída no protocolo final do édito − nesse caso, o édito passa a ser designado por

“édito da graça”.
(BETHENCOURT, Francisco. História das Inquisições: Portugal, Espanha e Itália − séculos
XV-XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 155 e 156)

Considerando a norma-padrão escrita, avalie o que se afirma a seguir.

A forma verbal em que se apresentassem enuncia a ação como eventual, enquanto

a forma presente em que se estendia encerra ideia de continuidade da ação.

5. (FCC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/METRÔ SP/2014) Não há melhor repre-

sentante da boemia paulistana do que o compositor e cientista Paulo Vanzolini. Por

mais incrível que possa parecer, ele conciliava as noites de boemia com a rotina de

professor, pesquisador e zoólogo famoso.

A obra do zoólogo-compositor retrata as contradições da metrópole. São Paulo, nos

anos 1960, já era um estado que reunia parte significativa do PIB brasileiro. No

meio da multidão de migrantes, imigrantes e paulistanos, Vanzolini usava a mesma

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lupa de suas pesquisas para observar as peculiaridades do dia a dia urbano: uma

briga de bar, a habilidade de um batedor de carteira e, em Capoeira do Arnaldo, os

fortes laços que

unem campo e cidade.

Em 1967, Paulo Vanzolini lança o primeiro LP. A história desse disco é curiosa. Foi

o primeiro trabalho feito pelo selo Marcus Pereira. A música Volta por cima estava

fazendo muito sucesso. Só que o já lendário Vanzolini ainda não tinha disco auto-

ral e andava irritado com as gravadoras por ter sido preterido pelo americano Ray

Charles na escolha da confecção de um LP. Aos poucos, Marcus Pereira ganhou a

confiança do compositor, que acabou cedendo ao lançamento do LP Onze sambas

e uma capoeira, com arranjos de Toquinho e Portinho e participação de Chico Bu-

arque, Adauto Santos, Luiz Carlos Paraná, entre outros. As músicas eram todas de

Vanzolini: Praça Clóvis, Samba erudito, Chorava no meio da rua. Vanzolini não era

um compositor de muitos parceiros. Tem músicas com Toquinho, Elton Medeiros e

Paulinho Nogueira. Só mesmo a pena elegante do crítico da cultura Antonio Can-

dido para sintetizar a obra de Vanzolini: “Como autor de letra e música ele é de

certo modo o oposto da loquacidade, porque não espalha, concentra; não esbanja,

economiza − trabalhando sempre com o mínimo para atingir o máximo”.


(Adaptado de DINIZ, André. Almanaque do samba. Rio de Janeiro, Zahar, 2012, formato
ebook).

... ele conciliava as noites de boemia com a rotina de professor, pesquisador e zo-

ólogo famoso.

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima se encontra em:

a) ... porque não espalha...

b) Tem músicas com Toquinho, Elton Medeiros e Paulinho Nogueira.

c) As músicas eram todas de Vanzolini.

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d) Por mais incrível que possa parecer...

e) ... os fortes laços que unem campo e cidade.

6. (FCC/ADVOGADO/SABESP/2014) É importante que a inserção da perspectiva da

sustentabilidade na cultura empresarial, por meio das ações e projetos de Educa-

ção Ambiental, esteja alinhada a esses conceitos.

O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado na frase acima

está em:

a) ... e incorporou [...] também aspectos de desenvolvimento humano.

b) ... e reforce a identidade das comunidades.

c) ... a Empresa desenvolve todas as suas ações, políticas...

d) ... as definições de Educação Ambiental são abrangentes...

e) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentável...

7. (FCC/ANALISTA/TRT 2ª/2014)

1 A áspera controvérsia sobre a importância da liberdade


 política é bem capaz de ocultar o essencial nessa
 matéria, ou seja, a liberdade existe como um valor ético
 em si mesmo, independentemente dos benefícios concretos
5 que a sua fruição pode trazer aos homens. [...]
 A liberdade tem sido, em todos os tempos, a causa
 das maiores conquistas do ser humano. E, efetivamente,
 que valor teriam a descoberta da verdade, a criação
 da beleza, a invenção das utilidades ou a realização da
10 justiça, se os homens não tivessem a possibilidade de
 escolher livremente o contrário de tudo isso?
 Heródoto foi um dos primeiros a sublinhar que o estado
 de liberdade torna os povos fortes, na guerra e na
 paz. Ao relatar a estupenda vitória que os atenienses,
15 sob o comando de Cleômenes, conquistaram contra os

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 calcídeos e os beócios, ele comenta: “Aliás, verifica-se,


 sempre e em todo lugar, que a igualdade entre os cidadãos
 é uma vantagem preciosa: submetidos aos tiranos,
 os atenienses não tinham mais valor na guerra que
20 seus vizinhos; livres, porém, da tirania, sua superioridade
 foi manifesta. Por aí se vê que na servidão eles se
 recusavam a manifestar seu valor, pois labutavam para
 um senhor; ao passo que, uma vez livres, cada um no
 seu próprio interesse colaborava, por todas as maneiras,
25 para o triunfo do empreendimento coletivo”.
 O mesmo fenômeno de súbita libertação de energias
 e de multiplicação surpreendente de forças humanas
 voltou a repetir-se vinte e quatro séculos depois, com a
 Revolução Francesa. Pela primeira vez na história moderna,
30 as forças armadas de um país não eram compostas
 de mercenários, nem combatiam por um príncipe,
 sob o comando de nobres, mas eram formadas de
 homens livres e iguais, comandados por generais plebeus,
 sendo todos movidos tão só pelo amor à pátria.
(COMPARATO, Fábio Konder. A liberdade como valor ético. Ética: direito, moral e religião no
mundo moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 546-547)

Observadas as orientações da gramática normativa, analise o seguinte comentário:

(linhas 16 a 21) Tanto em ele comenta, quanto em Por aí se vê, observa-se o em-

prego do tempo presente pelo pretérito (presente histórico), para dar vivacidade a

fatos ocorridos no passado.

O texto a seguir servirá de base para as questões 8 a 10.

(FCC/AUDITOR/TCE PI/2014/ADAPTADO)

A cognoscibilidade do planeta

1 O período histórico atual vai permitir o que nenhum
 outro período ofereceu ao homem, isto é, a possibilidade
 de conhecer o planeta extensiva e aprofundadamente.
 Isto nunca existiu antes, e deve-se, exatamente,
5 aos progressos da ciência e da técnica (melhor ainda,

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 aos progressos da técnica devidos aos progressos da


 ciência).
 Esse período técnico-científico da história permite
 ao homem não apenas utilizar o que encontra na natureza:
10 novos materiais são criados nos laboratórios como
 um produto da inteligência do homem, e precedem a
 produção dos objetos. Até a nossa geração, utilizávamos
 os materiais que estavam à nossa disposição. Mas
 a partir de agora podemos conceber os objetos que desejamos
15 utilizar e então produzimos a matéria-prima indispensável
 à sua fabricação. Sem isso não teria sido
 possível fazer os satélites que fotografam o planeta a
 intervalos regulares, permitindo uma visão mais completa
 e detalhada da Terra. Por meio dos satélites,
20 passamos a conhecer todos os lugares e a observar outros
 astros. O funcionamento do sistema solar torna-se
 mais perceptível, enquanto a Terra é vista em detalhe;
 pelo fato de que os satélites repetem suas órbitas, podemos
 captar momentos sucessivos, isto é, não mais
25 apenas retratos momentâneos e fotografias isoladas do
 planeta. Isso não quer dizer que tenhamos, assim, os
 processos históricos que movem o mundo, mas ficamos
 mais perto de identificar momentos dessa evolução. Os
 objetos retratados nos dão geometrias, não propriamente
30 geografias, porque nos chegam como objetos em
 si, sem a sociedade vivendo dentro deles. O sentido que
 têm as coisas, isto é, seu verdadeiro valor, é o fundamento
 da correta interpretação de tudo o que existe.
 Sem isso, corremos o risco de não ultrapassar uma interpretação
35 coisicista de algo que é muito mais que uma
 simples coisa, como os objetos da história. Estes estão
 sempre mudando de significado, com o movimento das
 sociedades e por intermédio das ações humanas sempre
 renovadas.
(SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: Do pensamento único à consciência universal.
6. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Editora Record, 2001, p. 31)

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8. (FCC/AUDITOR/TCE PI/2014/ADAPTADO) Considerado o contexto, analise as

afirmações:

(linhas 12 e 13) A forma verbal utilizávamos descreve ação pontual, iniciada e con-

cluída em uma extensão do passado explicitamente indicada no texto.

9. (FCC/AUDITOR/TCE PI/2014/ADAPTADO) Com base no texto da questão ante-

rior, avalie.

(linhas 16 e 17) Em...não teria sido possível fazer os satélites..., o segmento des-

tacado faz menção a evento efetivamente realizado.

10. (FCC/AUDITOR/TCE PI/2014/ADAPTADO) Com base no texto da questão 8 e 9,

avalie a afirmação a seguir.

(linhas 26 e 27) No que concerne à correlação entre tempos e modos verbais, na

norma-padrão escrita, o emprego de tenhamos é incompatível com o de ficamos.

11. (FCC/ANALISTA TI/TRT 16ª/2014) Está inteiramente adequada a correlação

entre os tempos e os modos verbais da frase:

a) Os prefácios correriam o risco de serem inúteis caso tenham sido escritos se-

gundo as instruções convencionais.

b) Houvesse enorme interesse pela leitura de prefácios e as editorias certamente

cuidariam que fossem mais criativos.

c) Quando se fizesse uma glosa de frase de um grande autor deve-se citar a fonte

original: esse é um dever ético.

d) Caso o autor viesse a infirmar tanto o nome do grande poeta como o da frágil

poetisa, muitos o acusarão de indiscreto.

e) Menos que seja objeto de preconceito, um bom prefácio sempre resistiria aos

critérios de um crítico rigoroso.

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12. (FCC/AUDITOR/SEFAZ-RJ/2014) Na história da República das Províncias Unidas

dos Países Baixos, a independência nacional e a expansão colonial marcharam de

mãos dadas no decurso dos oitenta anos de guerra contra a Espanha (1568-1648).

A historiografia tende basicamente a encarar de duas maneiras, que não são exclu-

dentes, as origens do império marítimo que os batavos começaram a edificar em

fins do século XVI e que em boa parte chegou até a Segunda Guerra Mundial e a

independência da Indonésia. A primeira maneira, estritamente monocausal, inter-

preta o surto ultramarino em função do imperativo de aceder às fontes de comércio

e de riqueza que os embargos opostos pela Espanha à navegação da Holanda lhes

negavam; a segunda maneira, como uma das facetas do processo pelo qual a Ho-

landa tornou-se, no umbral do seu Século de Ouro, “a primeira economia moderna”

e a principal potência marítima.

Portugal e os Países Baixos tinham uma longa história de relações comerciais quan-

do, em 1580, o Reino uniu-se à monarquia plural dos Habsburgo madrilenos, na

esteira da crise dinástica desencadeada pela morte de d. Sebastião no norte da

África. Tais relações não poderiam escapar às consequências do conflito hispano-

-neerlandês, a começar pelos sucessivos embargos sofridos por navios batavos

em portos da Península, medidas que afetavam o suprimento de certos produtos

indispensáveis à economia das Províncias Unidas, em especial o sal português de

que dependia a indústria da pesca, então uma das vigas mestras da prosperidade

holandesa, além do produto crucial ao moeder negotie, isto é, às atividades mer-

cantis da República do Báltico. Malgrado a guerra contra a Espanha, as relações

comerciais de Portugal com as Províncias Unidas contavam com a cumplicidade de

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autoridades e de homens de negócio lusitanos e com o contrabando capitaneado

por testas de ferro estabelecidos em Lisboa, no Porto e em Viana, com o que se

atenuaram os efeitos das medidas restritivas decretadas pela corte de Madri.


(“Introdução” a O Brasil Holandês (1630-1654). Seleção, Introdução e notas de Evaldo Cabral
de Mello. São Paulo: Penguin Classics, 2010, p. 11 e 12)

Considere a assertiva que segue, acerca de aspectos do excerto.

Na frase inicial do segundo parágrafo, a correlação entre as formas verbais em-

pregadas evidencia que, em um cenário de ação prolongada, foi fixada uma outra

ação, enquadrada em um espaço de tempo determinado.

13. (FCC/AUDITOR/SEFAZ-RJ/2014) Avalie se está clara e correta a redação deste

livre comentário sobre o texto:

Sendo função das leis regular a distribuição de justiça, Voltaire não admitia que seu

espírito venha a sofrer prejuízo em sua concepção, mormente quando mal aplicada.

14. (FCC/AUDITOR/TCE-PI/2014) A cognoscibilidade do planeta

1 O período histórico atual vai permitir o que nenhum


 outro período ofereceu ao homem, isto é, a possibilidade
 de conhecer o planeta extensiva e aprofundadamente.
 Isto nunca existiu antes, e deve-se, exatamente,
5 aos progressos da ciência e da técnica (melhor ainda,
 aos progressos da técnica devidos aos progressos da
 ciência).
 Esse período técnico-científico da história permite
 ao homem não apenas utilizar o que encontra na natureza:
10 novos materiais são criados nos laboratórios como
 um produto da inteligência do homem, e precedem a
 produção dos objetos. Até a nossa geração, utilizávamos
 os materiais que estavam à nossa disposição. Mas

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 a partir de agora podemos conceber os objetos que desejamos


15 utilizar e então produzimos a matéria-prima indispensável
 à sua fabricação. Sem isso não teria sido
 possível fazer os satélites que fotografam o planeta a
 intervalos regulares, permitindo uma visão mais completa
 e detalhada da Terra. Por meio dos satélites,
20 passamos a conhecer todos os lugares e a observar outros
 astros. O funcionamento do sistema solar torna-se
 mais perceptível, enquanto a Terra é vista em detalhe;
 pelo fato de que os satélites repetem suas órbitas, podemos
 captar momentos sucessivos, isto é, não mais
25 apenas retratos momentâneos e fotografias isoladas do
 planeta. Isso não quer dizer que tenhamos, assim, os
 processos históricos que movem o mundo, mas ficamos
 mais perto de identificar momentos dessa evolução. Os
 objetos retratados nos dão geometrias, não propriamente
30 geografias, porque nos chegam como objetos em
 si, sem a sociedade vivendo dentro deles. O sentido que
 têm as coisas, isto é, seu verdadeiro valor, é o fundamento
 da correta interpretação de tudo o que existe.
 Sem isso, corremos o risco de não ultrapassar uma interpretação
35 coisicista de algo que é muito mais que uma
 simples coisa, como os objetos da história. Estes estão
 sempre mudando de significado, com o movimento das
 sociedades e por intermédio das ações humanas sempre
 renovadas.
(SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: Do pensamento único à consciência universal.
6. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Editora Record, 2001, p. 31)

Considerado o contexto, avalie a afirmação a seguir:

(linha 15) A forma produzimos deve, em um registro linguístico mais cuidado, ser

substituída por “produzirmos”, que melhor denota o caráter hipotético do período

sintático em que se insere.

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15. (FCC/TÉCNICO/MANAUSPREV/2015) Na frase “Desejaríamos que falassem,

como falam os animais...”, caso o verbo em negrito assuma o mesmo tempo e

modo que o sublinhado, teremos as seguintes formas verbais no segmento inicial:

a) Desejam que falem

b) Desejamos que falassem

c) Desejam que falassem

d) Desejamos que falem

e) Desejemos que falam

16. (FCC/TÉCNICO/TRT 9ª REGIÃO/2015) ... é preciso cautela para que nossos

planos não se transformem em fontes de tensão.

Alterando-se as formas verbais da frase acima, a correlação entre as novas formas,

considerando a norma culta, está correta em:

a) era − transformaram

b) seria − transformassem

c) fosse − transformaram

d) seria − transformavam

e) seja − transformariam

17. (FCC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/TRE TOCANTINS/2011) Quando eu sair da-

qui, vamos começar vida nova numa cidade antiga, onde todos se cumprimentam e

ninguém nos conheça. Vou lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes talheres

e copos de vinho, escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler.

Sinto que você leva jeito porque é aplicada, tem meigas mãos, não faz cara ruim

nem quando me lava, em suma, parece uma moça digna apesar da origem humil-

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de. Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe

nunca entendeu por que eu escolhera justamente aquela, entre tantas meninas de

uma família distinta.


(Chico Buarque. Leite derramado, São Paulo, Cia. das Letras, 2009, p. 29)

Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca

entendeu por que eu escolhera justamente aquela, entre tantas meninas de uma

família distinta.

O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, sem que se altere o sentido e

a correção originais, e o modo verbal, por:

a) escolheria.

b) havia escolhido.

c) houvera escolhido.

d) escolhesse.

e) teria escolhido.

18. (FCC/SEFAZ SP/2013) Talvez seja exagero prever uma “Primavera Europeia”

em países como Espanha, Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de

desemprego. É inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho

surto de aflições.

Considerado o trecho acima transcrito, analise a seguinte proposição:

Se, na frase “É inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho

surto de aflições”, tivesse sido empregada a forma “que pouco se fez” não haveria

perda de nenhum traço de sentido.

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19. (FCC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/METRÔ SP/2014) ...’sertanejo’ indicava

indistintamente as músicas produzidas no interior do país... (último parágrafo)

Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:

a) foi indicada.

b) vinham indicadas.

c) era indicado.

d) eram indicadas.

e) tinha indicado.

20. (FCC/ANALISTA/TRF 3/2014) A frase que admite transposição para a voz pas-

siva está em:

a) ... para a gente bem entender a voz das águas e dos caracóis.

b) Isso é traquinagem da sua imaginação.

c) ... nem há pedras de sacristias por aqui.

d) Já vem você com suas visões!

e) ... para sair daquele lugar imensamente e sem lado.

21. (FCC/ANALISTA/TRF 4ª REGIÃO/2015) O conceito de vergonha recobre um

campo de significados bastante amplo e rico. Para o Dicionário Aurélio, por exem-

plo, vergonha significa: a) desonra humilhante; opróbrio, ignomínia; b) sentimento

penoso de desonra, humilhação ou rebaixamento diante de outrem; c) sentimento

de insegurança provocada pelo medo do ridículo, por escrúpulos etc.; timidez, aca-

nhamento; d) sentimento da própria dignidade, brio, honra. O Dicionário Larousse

traz aproximadamente as mesmas definições, mas acrescenta novas associações

como: medo da desonra e embaraço. O Dicionário Lexis apresenta ainda algumas

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definições com nuanças diferentes: indignidade, sentimento penoso de baixeza,

de confusão, sentimento de desconforto provocado pela modéstia, sentimento de

remorso. O que chama a atenção nas definições de vergonha é não somente a di-

versidade dos significados atribuídos a este sentimento, mas também, e sobretudo,

o fato de alguns destes significados serem opostos: desonra/honra, indignidade/

dignidade, humilhação/brio. Tal oposição, observada por Harkot-de- -La-Taille, faz

esta autora perguntar-se que palavra é esta que recobre o não e o sim, a ausência

e a presença, o temível e o desejável.

Uma forma comum de pensar este sentimento é afirmar que ele é simplesmente

desencadeado pela opinião de outrem. É o que, por exemplo, sugere a definição

de Spinoza segundo a qual a vergonha é a tristeza que acompanha a ideia de al-

guma ação que imaginamos censurada pelos outros. E é o que, explicitamente, a

antropóloga Benedict afirma em seu estudo sobre a sociedade japonesa. Para ela,

as culturas da vergonha enfatizam as sanções externas, opondo-se às verdadeiras

culturas da culpa, que interiorizam a convicção do pecado. Quanto ao sentimento

de vergonha, escreve que alguém poderá envergonhar-se quando é ridicularizado

abertamente, ou quando criar a fantasia para si mesmo de que o tenha sido. Toda-

via, não acreditamos que tudo esteja dito assim; a vergonha pressupõe um con-

trole interno: quem sente vergonha julga a si próprio. Lembremos o fato notável

de que a vergonha pode ser despertada pela simples exposição, mesmo que não

acompanhada de juízo negativo por parte dos observadores. Com efeito, certas

pessoas sentem vergonha pelo simples fato de estarem sendo observadas. O rubor

pode subir às faces de alguém que está sendo objeto da atenção de uma plateia,

mesmo que esta atenção seja motivada pelo elogio, pelo recebimento de um prê-

mio, portanto acompanhada de um juízo positivo. Este tipo de vergonha não deixa

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de ser psicologicamente misterioso: por que será que as pessoas sentem descon-
forto ao serem “apenas” observadas, mesmo que esta observação não contenha
ameaças precisas, mesmo que ela seja lisonjeira?
(Adaptado de: LA TAILLE, Y. O sentimento de vergonha e suas relações com a moralidade. Psi-
cologia: Reflexão e Crítica, São Paulo: Scielo, 2002, 15(1), p. 13-25)

Analise a correção da proposição a seguir:


(linhas 4 e 5) Convertida para a voz passiva, a frase O Dicionário Larousse traz
aproximadamente as mesmas definições apresentará a forma “é trazida”.

22. (FCC/TÉCNICO/TER-AP/2011) Decerto que em muitos casos o uso do véu é


imposto pela família e pode ser um símbolo de sujeição da mulher, mas basta uma
que o faça por vontade própria para que a lei resulte em violação de seus direitos.
Considerado o trecho acima, julgue a seguinte afirmação:
Transpondo o uso do véu é imposto pela família para a voz ativa, a forma verbal
obtida é “impõe”.

23. (FCC/ANALISTA/TRF 1/2011) Assim como os antigos moralistas escreviam má-


ximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia chamar de mínimas, ou seja,
alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de
experiência vivida, que não chega a alcançar a sabedoria mas que, de qualquer
modo, é resultado de viver.
Andei reunindo pedacinhos de papel em que estas anotações vadias foram feitas e
ofereço-as ao leitor, sem que pretenda convencê-lo do que penso nem convidá-lo a
repensar suas ideias. São palavras que, de modo canhestro, aspiram a enveredar
pelo avesso das coisas, admitindo-se que elas tenham um avesso, nem sempre
perceptível mas às vezes curioso ou surpreendente.

C.D.A.
(Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas [aforismos]. 5.ed. Rio de Janeiro: Record,
2007, p. 3)

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...em que estas anotações vadias foram feitas...

Observando o contexto em que a frase acima foi empregada, a sua transposição

para a voz ativa produz corretamente a seguinte forma verbal:

a) fizeram-se.

b) tinha feito.

c) fiz.

d) faziam.

e) poderia fazer.

24. (FCC/TÉCNICO/TRT 4ª REGIÃO/2015) A vida é uma tapeçaria que elaboramos,

enquanto somos urdidos dentro dela. Aqui e ali podemos escolher alguns fios, um

tom, a espessura certa, ou até colaborar no desenho.

Linhas de bordado podem ser cordas que amarram ou rédeas que se deixam ma-

nejar: nem sempre compreendemos a hora certa ou o jeito de as segurarmos. Nem

todos somos bons condutores; ou não nos explicaram direito qual o desenho a se-

guir, nem qual a dose de liberdade que podíamos – com todos os riscos – assumir.
(LUFT, L. O rio do meio. São Paulo: Mandarim, 1997, 3. ed, p. 105)

... enquanto somos urdidos dentro dela.

O verbo urdir na frase acima está transposto para a voz passiva.

Dentre as opções abaixo, o verbo que admite essa transposição está em:

a) A vida é, para todos, comparável a uma tapeçaria de desenho, cores e espes-

sura individuais.

b) Necessitamos, habitualmente, de orientação segura na tomada de decisões cor-

retas em nossa vida.

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c) Pessoas próximas colaboram conosco na definição de projetos ao longo de toda

a vida.

d) Durante toda a vida, estamos sempre fazendo opções acerca de nossos objeti-

vos.

e) As cores escolhidas para o bordado parecem ser o propósito definitivo de uma

vida.

25. (FCC/AUDITOR/TCM GO/2015) Transpondo-se para a voz passiva a frase “Eles

alardeavam o insuportável som instalado nos carros”, obtém-se a forma verbal

a) era alardeado.

b) tinha sido alardeado.

c) têm alardeado.

d) eram alardeados.

e) fora alardeado.

26. (FCC/ANALISTA/TRE-AP/2015) ... onde percorreu as regiões mal-afamadas do

rio Doce...

A forma verbal resultante da transposição da frase acima para a voz PASSIVA é:

a) foi percorrido.

b) percorreu-se.

c) foram percorridas.

d) eram percorridas.

e) percorreram.

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27. (FCC/ANALISTA/TRT 22/2011) ... a ciência jamais será capaz de responder a

todas as perguntas.

Utilizou-se corretamente a voz passiva, preservando-se o sentido original, nesta

nova redação da frase acima:

a) Jamais ocorrerá que todas as perguntas sejam respondidas pela ciência.

b) Nenhuma das perguntas jamais obterá resposta pela ciência.

c) A nem todas as perguntas será jamais a ciência capaz de dar respostas.

d) Todas as perguntas, em qualquer tempo, deixarão de obter resposta pela ciência.

e) A capacidade da ciência deixará de dar resposta a todas as perguntas.

28. (FCC/ANALISTA/TRT 2ª/2014) Analise a afirmação a seguir.

Transpondo para a voz passiva o segmento os argentinos Sarmiento e Alberdi de-

senvolveram uma publicística, a forma correta obtida é “tinha sido desenvolvida”.

29. (FCC/ANALISTA/TRF 4ª REGIÃO/2010) “O que temos de alcançar no México é

tudo o que deveríamos ter alcançado aqui.”

Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, as formas sublinhadas devem ser

substituídas, na ordem dada, por:

a) tem de ser alcançado - deveria ter sido alcançado

b) será alcançado - devia ser alcançado

c) tinha de ser alcançado - deveria ser alcançado

d) tem de alcançar-se - deverá alcançar-se

e) teremos alcançado - devia ser alcançado

30. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRF 4ª/2010) O engajamento moral e político não

chegou a constituir um deslocamento da atenção intelectual de Said... (2º pará-

grafo)

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Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante é:

a) teria chegado a constituir.

b) chega a se constituir.

c) chegaria a ser constituído.

d) se constituiu.

e) chegou a ser constituído.

31. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-PR/2012) ... do antigo ginásio até a década

de 70, e era ensinada com esmero na sala de aula. (final do 2º parágrafo)

A forma verbal que mantém o sentido e a correção da que está grifada acima é:

a) ensinavam.

b) se ensinava.

c) foi se ensinando.

d) tinham-se ensinado.

e) teria sido ensinado.

32. (FCC/TÉCNICO/TRT 1ª REGIÃO/2013) ... aquelas que um observador pode vis-

lumbrar a partir do Museu de Arte Contemporânea de Niterói...

Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:

a) pode ser vislumbrado.

b) vislumbra-se.

c) podem ser vislumbradas.

d) pode-se vislumbrar.

e) podem vislumbrar.

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33. (FCC/ADVOGADO/METRÔ SP/2014) Delicadezas colhidas com mão leve

Era sábado e estávamos os dois na redação vazia da revista. Esparramado na ca-

deira, Guilherme roía o que lhe restava das unhas, levantava-se, andava de um

lado para outro, folheava um jornal velho, suspirava. Aí me veio com esta:

− Meu texto é melhor que eu.

A frase me fez rir, devolveu a alegria a meu amigo e poderia render uma discussão

sobre quem era melhor, Guilherme Cunha Pinto ou o texto do Guilherme Cunha

Pinto.

Os que foram apenas leitores desse jornalista tão especial, morto já faz tempo, não

teriam problema em escolher as matérias que ele assinava, que me enchiam de

uma inveja benigna.

Inveja, por exemplo, da mão leve com que ele ia buscar e punha em palavras as

coisas mais incorpóreas e delicadas. Não era com ele, definitivamente, a simplifica-

ção grosseira que o jornalismo tantas vezes se concede, com a desculpa dos espa-

ços e horários curtos, e que acaba fazendo do mundo algo chapado, previsível, sem

graça. Guilherme não aceitava ser um mero recolhedor de aspas, nas entrevistas,

nem sair à rua para ajustar os fatos a uma pauta. Tinha a capacidade infelizmente

rara de se deixar tocar pelas coisas e pessoas sobre as quais ia escrever, sem ideias

prontas nem pé atrás. Pois gostava de coisas e de pessoas, e permitia que elas o

surpreendessem.

Olhava-as com amorosa curiosidade − donde os detalhes que faziam o singular

encanto de suas matérias. O personagem mais batido se desdobrava em ângulos

inéditos quando o repórter era ele. Com suavidade descia ao fundo da alma de seus

entrevistados, sem jamais pendurá-los no pau de arara do jornalismo inquisitorial.

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Deu forma a textos memoráveis e produziu um título desde então citado e recitado

nas redações paulistanas: “Picasso morreu, se é que Picasso morre”.


(Adaptado de: WERNECK Humberto. Esse inferno vai acabar. Porto Alegre: Arquipélago, 2001.
p.45 e 46)

Considerado o contexto e transpondo-se para a voz passiva o segmento sem ja-

mais pendurá-los no pau de arara, a forma resultante será

a) sem que jamais fossem pendurados no pau de arara.

b) sem que no pau de arara jamais se os pendurasse.

c) sem que jamais tivessem sido pendurados no pau de arara.

d) sem que o pau de arara jamais os pendurasse.

e) sem que jamais se pendurassem no pau de arara.

34. (FCC/ANALISTA/TRT 8ª/2010) A manhã, toldo de um tecido tão aéreo / que,

tecido, se eleva por si: luz balão.

Sobre os versos acima, avalie a seguinte afirmação:

No segundo verso, a palavra tecido pode ser interpretada como o particípio do ver-

bo tecer.

35. (FCC/NIVEL SUPERIOR/METRÔ SP/2010) Transpondo-se para a voz passiva a

construção “Mais tarde vim a entender a tradução completa”, a forma verbal resul-

tante será:

a) veio a ser entendida.

b) teria entendido.

c) fora entendida.

d) terá sido entendida.

e) tê-la-ia entendido.

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36. (FCC/AUDITOR/SEFAZ RJ/2014) Na história da República das Províncias Unidas

dos Países Baixos, a independência nacional e a expansão colonial marcharam de

mãos dadas no decurso dos oitenta anos de guerra contra a Espanha (1568-1648).

A historiografia tende basicamente a encarar de duas maneiras, que não são exclu-

dentes, as origens do império marítimo que os batavos começaram a edificar em

fins do século XVI e que em boa parte chegou até a Segunda Guerra Mundial e a

independência da Indonésia.

Avalie a assertiva que segue, acerca de aspectos do excerto.

Em começaram a edificar, o verbo auxiliar empresta um matiz semântico ao verbo

principal, indicando a iminência da ação de edificar.

37. (FCC/TÉCNICO/TER-RS/2010) O governo deve enviar o projeto de lei ao Con-

gresso nas próximas semanas. Haverá oportunidade para aperfeiçoamentos na Câ-

mara e no Senado, mas o texto, em linhas gerais, é satisfatório.

Avalie a afirmação a seguir.

No trecho acima, a alteração que propicia a equivalência de sentido e mantém a

correção original é a de deve enviar por “está obrigado a enviar”.

38. (FCC/ANALISTA/TRT 2ª/2014) Analise a afirmação abaixo.

(linha 9) Em dissera-se que fora criada, a substituição das formas verbais preserva

o sentido original se forem trocadas, respectivamente, por “haviam dito” e “teria

sido criada”.

39. (FCC/TÉCNICO/TRF 2/2014) Observadas a regência e a flexão verbal, está cor-

reta a seguinte frase:

a) Ressentiu-se, com razão, da oposição da prima, e pensou que, se expusesse

com calma seus motivos, poderia obter sua concordância.

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b) A casa que, na época, nos instalamos era a que podíamos pagar, mas tínhamos

um pacto: se todos se mantessem firmes em seus empregos, moraríamos melhor.

c) Aborreceu-se de tanta conferência de abaixo-assinados e requis transferência

para outro setor da administração.

d) Dizem que é ele que obstroi a discussão, por isso, para defender-se, aludiu o

nome do responsável pelo atraso.

e) Medio, sim, seu encontro com esse advogado mais experiente, pois sei como

você está temeroso pelo poder de argumentação do promotor.

40. (FCC/TÉCNICO LEGISLATIVO/CMSP/2014) Todas as formas verbais estão cor-

retamente empregadas, grafadas e flexionadas na frase:

a) O autor do texto parece considerar que já está para se proscrever a validade do

livro convencional.

b) Um direito que não se pustula, como o da alfabetização, é um direito que se

fragiliza.

c) Foi grande sua emoção quando, alfabetizado, sentiu-se capaz de destrinçar o

sentido de um texto.

d) O prazer da leitura é um direito que poucos assessam nos países mais pobres.

e) Eles se absteram de votar porque achavam que encontrariam dificuldade na

leitura das instruções.

41. (FCC/ADVOGADO/METRÔ SP/2014) Na frase Caso os leitores...... (vir) a ler o

jornal com maior rigor, certamente...... (poder) perceber os estereótipos que......

(predominam) nas reportagens de hoje, as lacunas serão corretamente preenchi-

das, na ordem dada, por:

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a) vierem − poderiam − predominariam

b) virem − poderão − predominam

c) viessem − poderão − predominassem

d) vierem − podem − predominem

e) viessem − poderiam − predominam

42. (FCC/AUDITOR/SEFAZ RJ/2014) Verifique a clareza e correção deste livre co-

mentário sobre o texto:

Para quem se ater ao espírito das leis, segundo Voltaire, é preferível fazer justiça

com os leigos ponderados do que deixar-lhe nas mãos de juristas empertigados e

autoritários.

43. (FCC/ANALISTA/TRT 1ª REGIÃO/2014) Todas as formas verbais estão adequa-

damente empregadas quanto ao sentido e corretamente flexionadas na frase:

a) Ainda ontem nos contemos diante do seu entusiasmo, desistindo de o dissuadir

de que nós é que está vamos certos.

b) O que contribue para a globalização não diminui os abismos que sempre se in-

terporam entre as classes sociais.

c) Muitas pessoas já se contraporam, no passado, aos abusos que adviram com as

novidades tecnológicas.

d) O que sobrevier à globalização proverá ou não de razão os argumentos utiliza-

dos pelo autor do texto.

e) Se alguém se dispor a concordar com suas opiniões, satisfazer-se-á em se man-

ter passivo diante da globalização?

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44. (FCC/JULGADOR/SEFAZ-PE/2015) Avalie se está clara e adequada, segundo a

norma-padrão escrita, a seguinte redação:

As dificuldades por que passou na carreira e a lisura de sua vida profissional não

só o recomendam para que medeie os dois últimos debates, como também favo-

recem que o representante das mídias estrangeiras lhe reconheça as indiscutíveis

competência e discrição.

45. (FCC/JULGADOR/SEFAZ-PE/2015) Avalie se está clara e adequada, segundo a

norma-padrão escrita, a seguinte redação:

Se elas reouvessem logo os documentos extraviados, muitas dúvidas do advogado

se desvaneceriam, e, principalmente, as providências legais para garantir a solução

do litígio a favor delas poderia tornar-se possível.

46. (FCC/JULGADOR/SEFAZ-PE/2015) Avalie se está clara e adequada, segundo a

norma-padrão escrita, a seguinte redação:

Estava convicto de que os percalços da sua vida de artista é que, em última ins-

tância, lhe indisporam com alguns colegas e diretores, mas acreditava que dessas

dificuldades advieram também o crescimento profissional e a perda da arrogância.

47. (FCC/TÉCNICO/TRE AP/2015) Pesquisas que...... a identificar sítios geoturísti-

cos poderão favorecer o turismo em bases sustentáveis. O geoturismo, assim,......

assumir um grau de importância estratégica para o futuro do desenvolvimento tu-

rístico do Brasil, desde que não...... danos aos sítios geológicos, como a remoção

ilegal de fósseis e minerais.

Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:

a) se proporem – deverá – ocorrem

b) se proporiam – devia − ocorresse

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c) proporem-se – deveria – ocorram

d) se propuserem − deve − ocorram

e) propuserem-se – deverá − ocorrem

48. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 3ª REGIÃO/2015) Considerando a norma-pa-

drão da língua e o emprego de forma verbal, é correta a seguinte frase:

a) Embora não apoiemos, não nos opomos a que gaste tanto tempo com assuntos

supérfluos, contanto que não interrompe a faculdade.

b) Independentemente de onde provierem os recursos, convirjam ou não os pare-

ceres dos técnicos consultados, eles, sempre destemidos, iniciarão a obra.

c) Eles proveem de uma região em que a destruição de bens naturais ou culturais

de importância reconhecida é considerada crime de lesa-pátria.

d) Os jogadores pleitearam que os juízes não intervissem a cada pequena confu-

são provocada por um choque de corpos ou por discussão banal.

e) Enquanto aquela norma vigiu, não houve como solucionar o impasse e retirar o

depósito que a justiça reteve em prol dos menores de idade.

49. (FCC/ANALISTA/TRT 2ª/2014) Analise se a frase a seguir está em conformida-

de com a norma-padrão escrita:

Em conversas insossas como essas que soem acontecer em situações formais,

nada mais admissível que, se antevermos um assunto palpitante, nos agarremos à

possibilidade de introduzi-lo e distendê-lo o máximo possível.

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Verbos
Prof.ª Claudia Kozlowski

GABARITO

1. d 25. a 49. E

2. d 26. c

3. b 27. a

4. C 28. E

5. c 29. a

6. b 30. e

7. E 31. b

8. C 32. c

9. E 33. a

10. E 34. C

11. b 35. a

12. C 36. E

13. E 37. E

14. E 38. E

15. d 39. a

16. b 40. c

17. b 41. e

18. E 42. E

19. d 43. d

20. a 44. C

21. E 45. E

22. C 46. E

23. c 47. d

24. d 48. b

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