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DEPARTAMENTO DE DIREITO

LICENCIATURA EM DIREITO

UNIVERSIDADE AUTÓNOMA DE LISBOA

“LUÍS DE CAMÕES”

“Cultura de Paz”

Relatório de investigação apresentado como avaliação de Filosofia do Direito

Autor: Raquel Alexandra Silveira Valente

Número do Aluno: 30006893

Novembro

Lisboa
Índice
Introdução...................................................................................................................................3
1. Conceito Cultura de Paz...................................................................................................4
2. Nações unidas..................................................................................................................5
3. Contributos de relevo.......................................................................................................5
3.1) Federico mayor Zaragoza.............................................................................................5
3.2) Bienal de Luanda..........................................................................................................6
3.3) Vicent Martinez Guzmán.............................................................................................6
4. Cultura de paz em tempo de pandemia............................................................................7
4.1) A questão da saúde e da OMS, de que maneira está associada à cultura de paz?........7
4.2) A pandemia Covid- 19.................................................................................................8
5. Cultura de paz e a influência que pode ter no meio do diálogo inter-religioso...............9
5.1) Diálogo no âmbito da compreensão e da cooperação entre religiões..........................9
5.2) Contenção do extremismo..........................................................................................10
6. Importância da ideologia da cultura de paz para o gozo pleno de direitos humanos.....10
6.1) Antiga conceção de paz..............................................................................................10
6.2) Cultura de paz em termos de direitos humanos em igualdade...................................11
Conclusão..................................................................................................................................13
Bibliografia...............................................................................................................................14
Introdução

O relatório de investigação em questão pretende abordar o tema da Cultura da Paz


visto por várias perspetivas. O presente relatório tem como finalidade mostrar as diversas
vertentes na promoção da paz e a dependência de cada uma delas para a implementação de
modo mais efetivo possível desta cultura.

Há uma grande exigência na mudança de paradigma para uma cultura onde predomine
a paz, tendo em conta os anos e todo o passado de guerras e conflitos armados entre Estados.
Os conflitos armados aconteciam por falta de diálogo e mediação, deste modo recorriam à
violência de um modo demasiado célere. Estando sobre a ameaça constante de guerra, as
pessoas não conseguem disfrutar em pleno dos seus direitos fundamentais. Como por
exemplo, o direito à saúde sempre ficou em risco e lesado em estado de guerra.

Assim, o pretendido com este relatório passa por uma reflexão sobre a importância de
uma mudança de cultura, ou seja, a paz tem de deixar de ser um objetivo de difícil alcance
para um constante trabalho de promoção e valorização da paz para todos os povos.
1. Conceito Cultura de Paz

De modo introdutório, a expressão cultura de paz teve a sua origem em África em


1989. No Congresso Internacional sobre a “Paz nas Mentes dos Homens”, organizado pela
UNESCO em Yamoussoukro, Costa do Marfim. Após o surgimento deste conceito foram
feitas várias experiências sociais na América Central e em África. Assim não apenas se criou
um conceito, mas uma ideologia com um propósito. As Nações Unidas tiveram um papel
preponderante não só na criação como também na manutenção deste conceito. Em 1999,
oficialmente se dá início à implementação deste conceito com a “Declaração e Programa de
Acão sobre uma Cultura de Paz” e o ano 2000 é denominado como o “Ano Internacional da
Cultura de Paz”. Importa ressalvar que não é apenas uma declaração em que se dá destaque a
esta problemática, mas também se inclui um programa de ação. Logo, consegue-se logo
delimitar objetivos e medidas para não se ficar apenas por uma ideologia, mas sim algo posto
em ação.

No primeiro artigo desta “Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura de paz”
encontra-se o conceito de Cultura de Paz, que consiste em:

“em valores, atitudes e comportamentos que refletem e inspiram a interação social e a partilha
com base nos princípios de liberdade, justiça e democracia, todos os direitos humanos,
tolerância e solidariedade, que rejeitam a violência e se esforçam para prevenir conflitos,
enfrentando suas causas profundas para resolver problemas através do diálogo e da
negociação e que garantem o pleno exercício de todos os direitos e os meios para participar
plenamente no processo de desenvolvimento de sua sociedade.”

Após esclarecer o conceito, importa aprofundar o que contribuiu para não só colocar
em prática, como também perpetuar no tempo esta ideologia.
2. Nações unidas

Como já referi anteriormente, o conceito do qual este relatório se debruça advém de uma
necessidade especifica identificada pelas Nações Unidas. Logo, não se pode falar em cultura
de Paz sem se falar das Nações Unidas. Sendo esta instituição criada após as duas grandes
guerras, logo no Artigo 1 nº1, tem como objetivo basilar da carta das Nações Unidas, manter a
paz e para tal tomar medidas coletivas eficazes.

Esta mudança de paradigma para uma Cultura de Paz é um passo muito importante
impulsionado pelas Nações Unidas. Os estados têm de trabalhar para que os seus povos
gozem em pleno dos seus direitos fundamentais e isso só é possível em clima de paz.
Conflitos armados não podem estar em cima da mesa como modo de resolução de interesses
estatais opostos. Sendo que a viver e a divulgar a Cultura de Paz, existe uma maior propensão
para abranger o máximo de população possível, que é o objetivo das Nações Unidas.

O modo operandi das nações unidas promove o diálogo e na resolução de conflitos dar
sempre primazia à mediação.

3. Contributos de relevo

3.1) Federico mayor Zaragoza.

Considero que há certos autores que tem e tiveram um papel preponderante na difusão
da cultura de paz. Em primeiro lugar, considero que Federico Mayor Zaragoza seja um
contributo de relevo. Federico é o presidente da Fundação Cultura da Paz, criada em Madrid,
no mês de março em 2000. O Professor Mayor Zaragoza continua o trabalho realizado como
Diretor Geral da UNESCO para promover a transição de uma cultura de violência e
imposição para uma cultura de paz. Acredito que são figuras como esta que dão credibilidade
a estes conceitos, como a cultura de paz. Acreditou enquanto desempenhava um cargo na
UNESCO, mas também posteriormente realiza e promove ações para este conceito. A
referência à Unesco, dá-se por ser a Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura - é uma agência especializada com sede
em Paris. Aqui saliento a importância da continuidade do
trabalho para uma maior continuidade para vivermos numa
cultura de paz e não violência.

“A paz é um grande objetivo intelectual e educativo da Unesco.” – 21 de dezembro de 2021, Federico


mayor Zaragoza

3.2) Bienal de Luanda

Os autores que quero apresentar não se trata apenas de pessoas individuais como
também ações e iniciativas. A iniciativa que mais me chamou atenção foi a Bienal de Luanda.
A Bienal de Luanda – “Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz” é uma iniciativa conjunta
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a
União Africana (UA) e o governo de Angola. Esta iniciativa pretende promover a prevenção
da violência e um maior relevo para a coexistência em paz. Para este fim pretendem uma
maior transmissão de ideias e valores, assim incentivando o intercâmbio cultural em África e
o diálogo entre gerações. Como um espaço de reflexão e divulgação de obras artísticas,
conceitos e boas práticas relacionadas à Cultura de Paz, o evento agrupa representantes de
governos e instituições internacionais.

3.3) Vicent Martinez Guzmán

Depois de um dos grandes autores da cultura de paz, depois de uma das grandes
iniciativas da Unesco, senti necessidade de abordar alguém responsável na discussão da paz
em si. Para isto saliento a importância do trabalho realizado por Vicent Guzmán. Vicent foi
um intelectual e professor universitário, atrevo-me a referir que foi uma figura mundial no
campo dos estudos, com finalidade a paz.
Num dos trabalhos deste autor, o que me chamou a
atenção foi o um estudo filosófico sobre as nossas
competências, enquanto seres humanos para fazer as pazes. O
objeto de estudo recaía sobre o facto dos seres humanos, sendo seres sociais têm ferramentas
para a interação social. Estas ferramentas podem fazer uso da guerra ou qualquer outro tipo de
violência ou podem ser ferramentas de acordo com a Cultura de Paz. O ser humano, segundo
Vicent Guzmán, tem competências para organizar as suas relações de modo pacifico,
exprimindo ternura e afeto nas suas relações interpessoais. São necessários estudos e
pensamentos filosóficos sobre estes temas, pois acredito que sustentem melhor a ideologia de
uma Cultura de Paz.

4. Cultura de paz em tempo de pandemia

4.1) A questão da saúde e da OMS, de que maneira está associada à cultura de


paz?
Em situação de pandemia, o direito à saúde não está a ser efetivado na sua totalidade.
Logo, direitos fundamentais não estão a ser exercidos na sua totalidade, e assim não estamos a
praticar uma cultura onde predomine o respeito, liberdade individual e deste modo promover
a paz. A cultura de paz não se afigura apenas ausência de guerra, mas também ausência de
bem-estar.

De modo, a materializar este bem-estar e o direito à saúde, encontra-se previsto na


Constituição da Républica Portuguesa o direito à saúde, no Artigo 64. Estando previsto na
constituição é um princípio basilar a ser respeitado. Assim, as atividades relacionadas com a
promoção, prevenção e tratamento da saúde, traduzem a concretização do direito fundamental
à proteção da saúde, consagrado constitucionalmente, que reclama a existência de um sistema
de saúde devidamente estruturado e regulado. Sistema este que necessita abranger todos os
cidadãos por igual.

Quando se deram as guerras mundiais, houve uma grande perda de vidas e um número
demasiado elevado de feridos. Deste modo, com a cultura de paz as pessoas podem viver de
modo mais pleno possível sem receio de acontecer outra guerra desta magnitude ou mesmo de
menor escala. A cultura de paz permite esta mudança de pensamento onde se prioriza o
diálogo, onde se dá o máximo valor à vida humana e em que o
recurso à guerra nem deveria ser uma hipótese.

A Organização Mundial de Saúde surge da necessidade de direcionar e coordenar a


saúde internacional dentro daquilo que é a instituição das Nações Unidas. A OMS começou
no dia 7 de abril em 1948, data que sinaliza e se celebra o Dia Mundial da Saúde.

A importância de haver uma organização fidedigna que estabelece linhas orientadoras


para todos os países faz com que os países se orientem e trabalhem todos no mesmo sentido.
A existência da OMS materializa o direito à saúde. Não é apenas um direito contemplado em
declarações e constituições, mas sim tem um trabalho a ser realizado para toda a gente poder
gozar deste direito fundamental.

A OMS, ao longo dos anos, tem muitos feitos a nível da saúde mundial. Nos quais eu
destaco a importância da promoção da saúde, não apenas curar, mas também prevenir com
cuidados recomendados por esta organização.

4.2) A pandemia Covid- 19

Dentro do tema da saúde, importa ressalvar as consequências que uma pandemia


mundial pode ter. A pandemia covid-19 teve um impacto significativo nos níveis de conflito e
violência no mundo, causando instabilidade civil e política, de acordo com o Instituto de
Economia e Paz (IEP). Referir que o “Índice Global de Paz” decresceu 0,07% com dados
relativos a 2020, o ano em que a pandemia teve mais impacto. Podemos questionar como é
que é possível estes dados tendo em conta que existiram restrições e as pessoas tiveram o
mais isoladas possível. A violência doméstica foi um dos crimes que ajudou neste decréscimo,
tendo em conta a instabilidade social vivida. Sendo que a revolta associada a crimes se
manifestou de maneira cada vez mais violenta até ao final da pandemia. O facto de serem
tomadas medidas em que limitam a liberdade individual do individuo em prol da saúde, criou
discórdia e violência nas populações.
A economia dos países também foi afetada pela pandemia e teve de acontecer um
conjunto de adaptações que foram feitas para permitir que as pessoas continuassem a
trabalhar. Todos estas alterações tiveram repercussões a nível económico que aumentou a
instabilidade social com o descontentamento e deterioração do estilo de vida das populações.

Por fim, importa ressalvar que de uma análise breve aos impactos da mais recente
pandemia mundial, verificamos de que maneira a saúde pode afetar significativamente o bem-
estar e por consequente a cultura de paz. Cultura esta que é construída e sedimentada ano após
ano.

5. Cultura de paz e a influência que pode ter no meio do diálogo inter-religioso

5.1) Diálogo no âmbito da compreensão e da cooperação entre religiões

Após o tema da saúde segue-se um tema que se enquadra mais diretamente no que é a
construção da ideologia da Cultura de Paz. O Diálogo inter-religioso não só tem de ser uma
realidade, como também um objetivo a que os altos cargos estatais devem dar das maiores
importâncias. Para se viver no gozo pleno dos seus direitos fundamentais e viver de acordo a
sua liberdade individual, também implica viver segundo a sua fé.

Em Portugal, no ano de 2001 foi aprovada a primeira lei onde se estabelece a liberdade
religiosa, denominada assim por Lei da Liberdade Religiosa (Lei nº16/2001, de 22 de junho).
Esta lei vem representar uma vitória no modo de evolução do pensamento e na necessidade de
se estabelecer que cada um é livre para praticar a sua religião.

Quanto mais houver diálogo mais se pratica a Cultura de Paz. O diálogo tem de ter em
vista uma convivência harmoniosa. As crenças de cada individuo tem de ser respeitadas, pois
só assim vivemos numa sociedade onde se prioriza o bem-estar do ser humano.
5.2) Contenção do extremismo
No modo em como nos organizamos em sociedade, os indivíduos têm uma maior
tendência para se agruparem em grupos de interesse em comum e assim surge um sentimento
de pertença de grupo. Este sentimento de pertença de grupo vem das mais variadas áreas,
como clubes de desporto ou religião, e muitos mais. Contudo, se esta pertença de grupo
evoluir para uma cegueira desmedida, encontramos nos no extremismo. O extremismo
violento religioso corresponde a atrocidades cometidas com o uso de violência, de acordo,
com um compromisso ideológico, no sentido de atingir determinados objetivos de índole
religiosa. Esses atos atrozes vêm tanto por um individuo como de um grupo organizado.

A antecipação e prevenção do extremismo é extremamente labiríntica e envolve várias


partes interessadas. Apesar de a educação ser alvo de extremismo violento, como se dá o caso
das universidades nos Estados Unidos da América, também pode e deve ser parte da solução
para minimizar as formas de violência. Assim, a educação pode promover a inclusão e
instigar a uma maior coesão social. Apoiar e incentivar ao diálogo desde tenra idade, vai fazer
com que quando defenderem as suas ideias e convicções tenham como recurso primário o
diálogo. Tem de haver uma grande urgência em promover o diálogo neste caso inter-religioso
como maneira de contenção do extremismo.

“Por extremismo violento entende-se o uso da violência decorrente de um compromisso ideológico e com o
intuito de concretizar determinados objetivos políticos, religiosos ou sociais.” (Scott Atran, 2015)

6. Importância da ideologia da cultura de paz para o gozo pleno de direitos humanos

6.1) Antiga conceção de paz

Após algumas reflexões de áreas distintas que se podem debruçar sobre a Cultura de
Paz, importa saber de que maneira era definida a paz, antes da mudança de ideologia. Na sua
maioria, a definição de paz vai recair na conceção de ausência de guerra ou conflito. Contudo,
paz será só ausência de algo?
Deu-se uma evolução da definição da palavra paz. A
maneira como eu, enquanto individua de um determinado
lugar e com determinadas características, encaro a paz vai ser
diferente de qualquer outra pessoa, pois temos perceções diferentes de tudo. Haverá ainda
mais diferenças se se tratar de uma pessoa do lado oposto do globo. As culturas vão
influenciar muito a maneira como olhamos para o que é estar em paz. Não só as culturas de
agora, o ano de 2023, mas há toda uma evolução desta conceção desde o início dos tempos.

Por exemplo, segundo o índice global de paz, a Europa é considerada dos continentes
mais pacíficos para se viver. Um europeu terá à partida outro modo de encarar o direito à vida
do que um individuo que vive num local onde são assassinadas várias pessoas por dia. Tendo
em conta o valor que os cidadãos dão à vida e a sociedade que os rodeia. A verdade é que as
culturas que os indivíduos integram vão determinar ou moldar o modo como encaram a vida.

Em modo de desfecho desta tentativa de conceptualização de paz, importa referir que


aconteceram um número incontável de guerras e conflitos armados para se chegar a esta fase
de ambicionar uma Cultura de Paz.

6.2) Cultura de paz em termos de direitos humanos em igualdade

Perto do desfecho deste relatório, surge menção aos direitos humanos em termos de
igualdade em que a Cultura de Paz pode contribuir. Ao longo deste relatório foram feitas
várias menções ao facto de estar em paz afigura-se também ao facto de ser livre para disfrutar
em pleno dos seus direitos humanos. Encontra-se nesta fase final do relatório, pois considero
que depois dos temas abordados é relativamente mais intuitivo perceber de que modo a Paz
está associada aos direitos humanos. A Paz é um elemento essencial para os indivíduos
gozarem em pleno dos seus direitos humanos. Se tomarmos isto como princípio, um individuo
que se encontra num local considerado em guerra não vai ter garantidos os mesmos direitos de
alguém que está num Estado em paz.

Dá se uma inversão de paradigma da definição de paz, sendo que esta mudança é uma
grande necessidade para o maior e mais pleno desfrute dos direitos humanos em igualdade.
Como se deu esta inversão de paradigma? A antiga conceção de paz era muito limitadora,
pois determinava que Paz era sinónimo de ausência de guerra. Já a Cultura de Paz promove a
ideia de um conjunto de valores em que se dá prioridade a uma
interação social saudável, com base no diálogo e uma
convivência harmoniosa.

Em que medida termos uma definição de paz contribui para que sejam garantidos os
direitos humanos em igualdade? A definição de paz está ligada a um conceito que é o da vida,
que valor se dá à vida? Ou seja, quanto maior for o grau de respeito e valor dado à vida
humana menos tendência se vai ter para de modo leviano gerar ou entrar numa guerra. Este
valor à vida difere entre as culturas, em que sítios se dá mais valor? Ou menos?
Conclusão

Após uma reflexão sobre o objeto do relatório, que sendo muito abrangente caímos no
risco de deixar escapar tópicos essenciais. Na abordagem de temas como a saúde, diálogo
inter-religioso e direitos humanos, tudo em prol da Cultura de Paz, considero relevante
abordar estes temas e deste modo, promover o seu debate para sensibilizar para esta ideologia
o maior número de cidadãos. Importante trazer os tópicos para se falar e se debater, pois, só
desta forma se cria pensamento critico sobre o assunto. No seguimento de se criar pensamento
critico, a grande questão que me suscitou desde o início do trabalho, afigura-se na
possibilidade desta ideologia perpetuar no tempo. A verdade é que a ideologia de recurso à
guerra permaneceu durante muitos séculos, recentemente é que se deu uma inversão do
paradigma desta ideologia devido à importância que nos dias de hoje se dá aos direitos
humanos. De modo muito geral a cultura de paz é um grande passo para se viver. Em todos os
sentidos. Viver para se atingir em pleno as nossas vontades e não ficar apenas a existir.
Quanto maior for o grau de respeito e valor dado à vida humana menos tendência se vai ter
para de modo leviano gerar ou entrar numa guerra.

Em suma, acredito que pode perpetuar no tempo esta ideologia se se der continuidade
à relevância dos direitos humanos. A Cultura de Paz afigura-se um grande passo para o
pensamento moderno. Todas as iniciativas em vista a paz têm de ter o seu devido destaque
para criar maior sensibilidade ao tema.

Por fim, este relatório contribuiu para aprofundar a noção desta ideologia em
específico e conhecer as suas características muito próprias. Todos os objetivos enunciados
foram cumpridos o que resultou um aperfeiçoamento nas competências de investigação,
seleção e organização.
Bibliografia

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