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A Grande Assembleia Dos Bichos Pestilentos e Peçonhentos

De Ivan Jav
Como Compreender o Capítulo 6 – pág. 35
Antes de adentrarmos no capítulo 6, vamos conhecer algumas fotografias
tiradas em 1903, pelo fotógrafo Augusto de Cesar Malta de Campos, contratado
pelo então Presidente da República Rodrigues Alves, para registrar em fotos a
reforma urbana na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil.
Estas fotografias estão no blog: Vivípara: O fotógrafo oficial do Rio de Janeiro de 1900:
Augusto Malta (vivipara.blogspot.com)

Fig.1

Observe que as casas à esquerda representam uma arquitetura peculiar aos


séculos XVIII e XIX, que podemos chamar de colonial. A praça – à direita -, uma
modernização.
Na fotografia da próxima página, temos a Avenida Rio Branco, com uma
aparência europeia, francesa. Antes, esta avenida era chamada de Av. Central.
Nela, percebemos automóveis importados dos E.U.A e da Europa.
Lembre que a ideia de limpar e modernizar a Capital do Brasil estava na ideia
de mostrar um Brasil “civilizado”, de acordo com os padrões dos países mais
desenvolvidos industrial e economicamente.
Avenida Rio Branco Antigamente

A avenida foi inaugurada em 7 de setembro de 1904 pelo presidente da


República, Rodrigues Alves, e entregue ao tráfego em 15 de novembro de
1905. Recebeu bela arborização, iniciada em 22 de outubro de 1905 com o
plantio da primeira árvore de pau-brasil. Quando a aumentaram, porém, as
árvores foram retiradas, assim como a calçada que a dividia ao meio.

Em 21 de fevereiro de 1912, o nome da avenida foi mudado para avenida Rio


Branco, em homenagem ao Barão do Rio Branco, diplomata brasileiro
responsável por tratados que garantiram as fronteiras brasileiras que tinha
morrido em 11 de fevereiro.

A partir dos anos 1940, com o avanço da arquitetura do concreto armado, a


avenida começou a descaracterizar-se arquitetonicamente, a tal ponto que,
hoje em dia, apenas um punhado dos edifícios originais estão preservados.

Avenida Rio Branco Rio de Janeiro – Cidade do Rio (RJ) (wordpress.com)

Fig. 2

As calçadas da Avenida Rio Branco são largas, apresentando lojas, bancos


nos prédios feitos para escritórios. À esquerda temos um bonde elétrico.
Fig. 3

Acima temos o famoso Bonde “Camarão”, por ser aberto lateralmente. Movido
por energia elétrica. O motorneiro na frente, de pé e o bilheteiro atrás, em pé.
Os trajes dos homens são semelhantes aos dos europeus.
Abaixo temos outra fotografia da Avenida Rio Branco, da década de 1900.
Perceba que a fotografia foi tirada dentro da janela de um dos andares de um
prédio. Para época, era uma novidade. O Brasil parecia uma cidade europeia,
com ruas largas, automóveis, bondes, calçadas largas e prédios no estilo
neoclássico.

Observe os toldos abertos, protegendo as entradas das lojas do Sol e da


chuva. Prédios com dois ou três andares.
Olhe bem para as calçadas, largas com detalhe em branco e preto. Já viu este
detalhe em algum lugar? _____________ .
O designer é estilo ao da Praça do Rossio, Lisboa, Portugal. Feito em pedras
brancas e pretas, em linhas geométricas. Um estilo importado da Europa. As
pedras são de calcário, cortadas em quadrados.

Sobre a Avenida Rio Branco e a Reforma Urbana do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro dos primeiros anos da República ainda conservava grande parte da sua
malha urbana colonial, que a esta altura parecia ultrapassada e anacrônica tanto em termos
arquitetônicos quanto urbanísticos. Além disso, o velho centro colonial da cidade era
superpovoado e propenso a doenças, como a febre amarela e a varíola. Nesse contexto se
encaixa a abertura da avenida Central, parte de um grande programa de modernização do Rio
de Janeiro seguindo cânones europeus urbanísticos e sanitários.

O responsável pelas reformas foi o engenheiro Francisco Pereira Passos, designado prefeito
do Distrito Federal pelo presidente Rodrigues Alves em 1902. As obras iniciaram-se em março
de 1904 com a demolição de 641 casas, desalojando quase 3.900 pessoas. Após seis meses
de trabalho estava aberta de ponta a ponta.

Avenida Rio Branco Rio de Janeiro – Cidade do Rio (RJ) (wordpress.com)

No final do Capítulo 5, o Dr. Traça fala da cidade do Rio de Janeiro como a


“cidade maldita”, “túmulo dos estrangeiros”. A Avenida Rio Branco, em sua
origem, em 1904, chamava-se Av. Central. Em sua construção, como você leu
acima, foram demolidas _______ casas e desalojadas _________ pessoas.
A Reforma Urbana do Rio de Janeiro, iniciada em 1903, serviu para expulsar
a população mais pobre da cidade para os morros marginais.
Em consequência a esse
desalojamento da população pobre
de várias partes da cidade, ocorreu
em 1904 a “Revolta da Vacina”,
quando não apenas a população
pobre, como também vários
membros da população mais
abastada, recusam-se a tomar a
‘Vacina’ contra as doenças
tropicais presentes na cidade.
Cortiço no Rio de Janeiro – Final Século XIX

Devido à falta de emprego no Rio de Janeiro e à falta de moradia, muitas


pessoas moravam no centro da cidade em cortiços. E, esses cortiços e as casas
antigas, estilo colonial, foram destruídas dando origem à “limpeza” do Rio e à
“segregação” étnica e social.
RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO ATUAIS
Essas duas grandes cidades brasileiras, em pleno início do século XXI, ainda
atraem migrantes de toda parte do Brasil e até mesmo de outros países,
principalmente da América Latina e África. Temos também refugiados do Oriente
Médio, em grande número na cidade de São Paulo.
O Brasil de hoje, como o Brasil no final do século XIX e início do XX, continua
sendo um grande exportador de produtos agropecuários.
A partir do final da década de 1980 para cá, o setor secundário brasileiro – o
produtor de bens industrializados, principalmente – entrou em decadência.
O setor terciário – o de prestação de serviços -, foi crescendo.
Várias fábricas, indústrias, foram fechando, por causa da concorrência
externa e do avanço tecnológico na produção.
Aumenta-se o número de desemprego no país.
No final da década de 1980, muitas pessoas desempregadas nas áreas rurais
migram para as grandes capitais.
Nas áreas rurais, a monocultura de soja, cana-de-açúcar e de gado crescem
em proporção, fazendo com que os pequenos agricultores, por falta de recursos
financeiros, vendam suas terras para os grandes produtores reais
(monocultores) ou, por dívida, entreguem suas terras para os bancos. Assim,
sem empregos, partem para os grandes centros urbanos, onde pelo menos
podem fazer um bico, como vendedores, empregados domésticos, peões de
obra e outros trabalhos braçais.
O ÊXODO RURAL

A Reforma Urbana no Rio de Janeiro de 1903 levou muita gente para o morro.

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