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Chimamanda afirma que a questão de gêneros é importante, que é necessário

planejar um mundo mais justo, um mundo em que homens e mulheres sejam felizes e
autênticos com eles mesmos. E que se deve iniciar educando as crianças de maneira
diferente.

Chimamanda trabalhou, magistralmente, com temas como racismo, desigualdade de


gênero, imigração, preconceito contra imigrantes. Seus personagens - principalmente
Ifemelu - são profundos, múltiplos, com seu lado bom e ruim. Eles podem ser
simpáticos em um momento, arrogantes em outro.

19 frases da
Chimamanda para
inspirar todas as
pessoas a ser
feministas
7 de Março de 2021 às 14:02
Chimamanda Ngozi Adichie é uma das principais escritoras e
pensadoras contemporâneas sobre raça, gênero e feminismo. Nasceu
em 1977 e cresceu em uma família de classe média na Nigéria, onde
seu pai foi professor universitário de estatística, e sua mãe, a primeira
mulher a ocupar o cargo de registrar (algo como assistente executiva)
na mesma Universidade da Nigéria.
LEIA MAIS: Aju Paraguassu, ilustradora de livro da Chimamanda:
"Queria proclamar crianças livres"
A escritora Chimamanda Ngozi Adichie

Aos 19 anos, foi para os Estados Unidos fazer faculdade e ali


começou a publicar seus livros, além de construir uma bem-sucedida
carreira acadêmica. Escreveu os romances Meio sol amarelo (2008),
que ganhou o Orange Prize, Hibisco roxo (2011)
e Americanah (2014), além do volume de contos No seu
pescoço (2017) e o livro Notas sobre o luto (2021), todos publicados
pela Companhia das Letras no Brasil. Seus TED Talks, que deram
origem aos livros Sejamos todos feministas, Para educar crianças
feministas e O perigo de uma história única, têm mais de 20
milhões de visualizações.

Capa da edição infantojuvenil ilustrada e em capa


dura do sucesso de Chimamanda Ngozi Adichie. Leia +.
No mês da mulher, Sejamos todos feministas é lançado em edição
para jovens leitores pela Companhia das Letrinhas. A versão tem
adaptações de texto em relação ao original (publicado pela
Companhia das Letras em 2015) e conta com as ilustrações da
designer Aju Paraguassu, que pesquisou cores, texturas e materiais
da cultura nigeriana para criar as imagens desta edição especial.
Muito consciente das histórias que são contadas às crianças sobre os
lugares que a mulher ocupa e as limitações de gênero que lhes são
impostas desde cedo, Chimamanda oferece reflexões para desviar o
olhar de meninas e meninos e fazê-los questionar uma estrutura social
que faz muito mal tanto para as mulheres quanto para os homens.

Para assistir ao TEDx que originou Sejamos todos feministas, é só


dar o play aqui:
Para inspirar a luta das mulheres por uma sociedade mais igualitária,
diversa, justa e com muitas possibilidades de narrativas, selecionamos
algumas frases de livros, tanto da edição infantojuvenil de Sejamos
todos feministas, como dos livros adultos Para educar crianças
feministas e O perigo de uma história única. Confira as frases de
empoderamento feminino abaixo!
LEIA MAIS: Para criar meninos e meninas feministas
mericanah é um romance escrito por Chimamanda Ngozi Adichie, lançado
neste ano no Brasil e tem resenha dele aqui. Abaixo uma seleção das frases que
mais me chamaram a atenção durante a leitura.

Mas Ifemelu não tivera uma grande epifania, não existia um motivo; simplesmente,
camadas e camadas de descontentamento haviam se assentado sobre ela e formado uma
massa que a impelia. (p. 14)

Aceitaria que os romances dos quais ele gostava eram superiores, romances escritos por
homens jovens ou quase jovens e repletos de coisas, um acúmulo fascinante e confuso
de marcas, músicas, revistas em quadrinhos e ícones, que lidavam apenas de maneira
superficial com as emoções e com cada frase estilosamente consciente de seu próprio
estilo. Ifemelu havia lido muitos deles porque Blaine os recomendava, mas eram como
algodão-doce, dissolvendo fácil na língua da memória. (p. 19)

Obinze descobriria mais tarde que os homens e as mulheres importantes não


conversavam com as pessoas, só falavam com elas, e aquela noite Chief falou e falou,
discursando sobre política enquanto seus convidados exclamavam “Exatamente! Você
tem razão, Chief! Obrigado!”. Eles usavam o uniforme das pessoas mais ou menos
jovens e mais ou menos ricas de Lagos – mocassins de couro, jeans e camisas justas de
gola aberta, todas com a assinatura de estilistas conhecidos – mas, em sua manira de
agir, havia a ansiedade insistente dos homens necessitados. (p. 3)

As frases dela continham uma pressa. (p. 40)

Ifemelu não se interessava pela igreja e era indiferente a fazer qualquer esforço
religioso, talvez porque sua mãe já fizesse tantos. Mas a fé da mãe a confortava; em sua
mente, era uma nuvem branca que ficava acima de sua cabeça e ia onde quer que ela
fosse. (p. 53)

E sua alegria se tornava inquieta, batendo as asas dentro dela, como quem busca uma
chance de sair voando. (p. 72)

A cada mês de silêncio que se passava entre eles, Ifemelu sentia o próprio silêncio se
calcificar e se tornar uma estátua imensa e sólida, impossível de derrotar. (p. 213)

Não conseguiam entender por que as pessoas como ele, criadas com todo o necessário
para satisfazer suas necessidades básicas, mas chafurdando na insatisfação,
condicionadas desde o nascimento a olhar para outro lugar, eternamente convencidas de
que a vida real acontecia nesse outro lugar, agora estavam resolvidas a fazer coisas
perigosas, ilegais, para poder ir embora, sem estar passando fome, ter sido estupradas
nem estar fugindo de aldeias em chama. Apenas famintas por escolhas e certezas. (p.
299)

Obinze descobrira que a tristeza não diminuía com o tempo; na verdade, era um estado
volátil. (p. 400)

Entre eles, cresceu um silêncio, um silêncio ancestral que ambos conheciam. Ela estava
dentro desse silêncio, e estava segura. (p. 474)

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