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Resenha crítica:

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia
das Letras, 2019, 64 p.

O livro “O perigo de uma história única” escrito pela autora nigeriana Chimamanda
Ngozi retrata uma adaptação da primeira palestra proferida por ela no TED Talk (2019).
É um vídeo com mais de 18 milhões de visualizações que expõe vertentes problemáticas
da história única, ou seja, visões precipitadas em relação ao que é analisado a partir de
somente uma versão do que é relatado.
Chimamanda Ngozi é escritora e feminista muito elogiada por diversas pessoas,
bem como considerada uma das maiores autoras contemporâneas. Possui mestrado em
estudos africanos pela Universidade Yale, mas também em escrita criativa pela
Universidade Johns Hopkins e cerca de seis obras publicadas pela Companhia das
Letras, sendo elas: “no seu pescoço (2017)”, “para educar crianças feministas (2017)”,
“sejamos todos feministas (2015)”, “americanah (2014)”, “hibisco roxo (2011)” e “meio
sol amarelo (2008)”.
No início, Chimamanda expõe alguns acontecimentos da sua infância sobre seu
interesse por ler e escrever desde cedo, como também seu contato com a literatura de
outros países, com narrativas de personagens brancos de olhos azuis que brincavam na
neve, comiam maçãs, conversavam sobre o tempo e como era bom o sol ter saído. O
que era bastante diferente da sua realidade, na qual seu país não tinha neve, por lá o
pessoal comia manga e não falavam sobre o tempo, pois não havia necessidade.
Ao decorrer do livro ela utiliza diversos exemplos para mostrar como somente um
ponto de vista em relação a alguma coisa pode causar interpretações equivocadas. Cita a
situação que passou quando foi fazer faculdade nos Estados Unidos, que uma colega de
quarto só imaginava coisas ruins da África, isso porque lia notícias que só relacionava
elementos negativos para o país. Por Ngozi ser africana, as pessoas olhavam de uma
forma diferente para ela, o que, querendo ou não, acontece até os dias de hoje. Um
problema que deve ser resolvido, visto que todos nós somos iguais independente da sua
cultura, cor e gênero.
A autora fala de histórias tristes que aconteceram envolvendo o tema do livro, isto é,
história única, além de reforçar o perigo que isso pode trazer para as pessoas. Sendo
assim, para que o problema seja resolvido é necessário que a sociedade procure saber
mais sobre o que está sendo discutido, a fim de não distorcer as informações e espalhá-
las de forma incorreta, dado que, como diz Chimamanda: “as histórias foram usadas
para espoliar e caluniar, mas também podem ser usadas para empoderar e humanizar.
Elas podem desperdiçar a dignidade de um povo, mas também pode reparar essa
dignidade despedaçada” (p. 32).
Por fim, apesar de ter poucas páginas, possui um conteúdo excelente que precisa ser
lido por todos, seja iniciantes ou especialistas, pois, com sua leitura clara e objetiva, nos
faz refletir sobre como é essencial conhecer mais a respeito de determinado assunto que
está sendo tratado, com o intuito de evitar situações constrangedoras que possa fazer
mal ao próximo.

Ruan Severino Alexandre Barbosa


Estudante do terceiro ano integrado ao curso de eletroeletrônica do IFPE – Campus
Garannhuns

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