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A contribuição da Tópica aristotélica para o Direito: uma análise a partir de Theodor Viehweg
RIBEIRÃO PRETO
2021
1. Título:
A contribuição da Tópica aristotélica para o Direito: uma análise a partir de Theodor Viehweg
2. Resumo
múltiplos aspectos e caminhos que o autor levou para elaborar sua contribuição à investigação
dos fundamentos jurídico-científicos. Há outros autores, não menos importantes, que apenas
Para citar um exemplo destes últimos, tem-se Luis Recaséns Siches, que, na sua Nueva
pensamento jurídico não pode ser sistemático e nem dedutivo, porque deve ser um
pensamento sobre problemas3. Não apenas isto, deve-se considerar todos os componentes
desses problemas, além dos valores em consonância com os critérios apropriados. Deve,
leitura que aquele faz deste, e se esta estaria de acordo com a nossa — obviamente, sem
Jurisprudência5 — aqui, entendida como a Ciência do Direito. É, pois, por este caminho que a
3. Justificativa
Tópica6, mas ele quem a nomeia, tornando-se um dos grandes autores, se não o maior, no
esforço de sua sistematização. E este trabalho, presente principalmente na obra Tópicos, foi,
por muito tempo, deixado de lado e pouco abordado pelos comentadores, conforme observa
Slomkowski (1997, pp. 1-2), não existindo muitos textos pertinentes sobre o assunto, por
exemplo, dos anos 1900-1950. Otto Bird (1962, p. 307) constata que, da Grécia a Ockham, os
Tópicos ocuparam um relevante espaço no estudo da lógica e da linguagem, mas que o tratado
Viehweg até então, houve muito debate acerca do corpus aristotélico. Manual Berrón (2017,
p. 209), por exemplo, argumenta, citando diversos trabalhos recentes, que “La discusión
actual sobre el carácter de la exposición aristotélica en sus tratados científicos sigue siendo
materia de polémicas”. E com tratado Ton Topikon, uma das principais fontes para este
Justamente por essa razão, precisa-se revisitar a obra de Viehweg, que ainda continua
a influenciar juristas brasileiros. Sabe-se que a contribuição de Viehweg foi enorme, e, aqui,
não se desconsiderará seu mérito. Porém, é necessário analisar se sua leitura e interpretação
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Jurisprudenz, em alemão, assim como Jurisprudence, em inglês, não significa jurisprudência tal como significa
em português, aquelas decisões estabilizadas, uniformes sobre determinado assunto, de um determinado tribunal
ou de todos os tribunais de um país. Jurisprudência, em seu sentido mais originário, embora continue guardando
esse sentido, significa Ciência do Direito, significa saber dos juristas.
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Segundo Viehweg (2008, p. 18), ela é patrimônio da antiguidade, tendo sido trabalhada bem antes de
Aristóteles.
de Aristóteles se sustenta. Sabe-se, também, que o autor esteve limitado durante a sua
pesquisa, tendo apenas uma biblioteca escondida dentro de um claustro como sua fonte
principal, haja vista que ficou desempregado durante a guerra e precisou se refugiar fora de
Munique7.
continuidade)
Não se aplica. Todavia, as reflexões que originaram a ideia para a pesquisa são fruto
http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/501138
5. Objetivos
Com base na introdução do tema e problema, assim como sua respectiva justificativa,
principais conceitos nesse estudo de Viehweg e neste trabalho. Pretende-se, com isso, no
âmbito formacional do bolsista, proporcioná-lo uma formação sólida não só da teoria, como,
igualmente, do saber prático, já que trabalhará conceitos de lógica e argumentação, tão úteis
para a prática jurídica, que lhe será útil em sua vida acadêmica e profissional.
No campo da pesquisa, esse estudo será essencial para verificar, na obra de Viehweg,
como o trabalho do pensador grego foi assimilado e interpretado, sem deixar de verter
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Viehweg ficou desempregado durante a guerra — era juiz —, quando os nazistas fizeram a limpeza étnica e
ideológica. Quando terminou a guerra, continuava desempregado, e no fim da guerra estava no interior, vivendo
em uma fazenda, com uma enxada na mão, fazendo o que podia fazer para comer, trabalhava como trabalhador
rural e encontrou uma biblioteca de um mosteiro, no interior da Alemanha, e começou a consultar. E, nesses
anos, sozinho, escreveu a tese de habilitação dele de livre-docência.
6. Métodos
mais relevantes para o problema, seja nacional ou internacional, além dos originais dos
interpretação. No primeiro caso, será feita uma análise crítica e atenta dos conteúdos já
levantados e a serem levantados, com a devida observação daquilo que contribui com a
avanço da pesquisa. O aluno deverá ler as obras já levantadas, assim como as que serão
partes essenciais dos textos, pois isto será útil para as redações parciais e final.
Independentemente de ter errado ou não em certos pontos de sua análise sobre a tópica
de Aristóteles, como apontam alguns de seus críticos, Viehweg foi um dos pioneiros a tratar
daquilo que se convencionou como tópica jurídica, e seus esforços são consideráveis. E nessa
edificação, a leitura que ele fez de Aristóteles foi uma das precípuas. Por isso, esperamos
que, conciliando principalmente esses dois autores, os resultados advindos desta pesquisa
Além disso, prevê-se que resultados advindos desta pesquisa sejam transformados em
preferencialmente A1-B1.
9. Cronograma de execução
Tarefas/Meses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Redação do esboço
BIBLIOGRAFIA INICIAL:
a) Fontes primárias:
_____________. Tópicos.
VIEHWEG, Theodor. Tópica e Jurisprudência: uma contribuição à investigação dos
b) Fontes secundárias:
Bird, Otto. “The Tradition of the Logical Topics: Aristotle to Ockham.” Journal of the
on the Topical Nature of Legal Argumentation in the Continental Law Tradition.” Informal
LARENZ, Karl. Metodologia da ciência do direito. 2. ed. Tradução de José Lameto. Lisboa:
OWEN, Gwilym Ellis Lane (ed). Aristotle on Dialectic: the Topics. Proceedings of the Third
RIBAS, Jéssica Erd. O Método de Análise Estrutural de Textos Filosóficos em Jean Maugué,
<http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/o-metodo-de-analise-estrutural-de-textos-filos
oficos-em-jean-maugue-martial-gueroult-e-victor-goldschmidt-consideracoes-sobre-a-heranca
-formativa-uspiana>.
RUBINELLI, Sara. Ars Topica: the Classical Technique of Constructing Arguments from
SICHES, Luis Recasens. Nueva filosofía de la interpretación del derecho. Ciudad de México:
335–358.
SLOMKOWSKI, Paul. Aristotle’s Topics. Philosophia Antiqua, v. 74. Leiden; New York;