Nesta apostila, vamos analisar um é o que os executivos da Monster.com
caso emblemático que nos ajudará a foram: AMADORES. Depois de cinco compreender por que não podemos nos anos de operações eles entenderam que apegar a modelos estratégico prontos o modelo de negócio que funcionava e querer aplicar o mesmo padrão de bem nos EUA e outros mercados mais execução a diferentes realidades. Em 2006, desenvolvidos não emplacava no Brasil. E a Monster.com era uma gigante global aí já era tarde demais. do setor de recrutamento e seleção de profissionais e estava entre os 20 sites mais A resposta formal é: a Monster.com falhou visitados no mundo. Foi quando resolveu na execução da estratégia, que era boa, já se expandir para a América Latina e, em tinha se provado eficiente, mas precisava 2007, iniciou suas atividades no Brasil com de adequações para ter resultados por um investimento de mais de 15 milhões de aqui. dólares e o objetivo de dominar o mercado. Você verá ao longo das aulas com o Em 2012 a companhia fechou as portas por professor Renato Grinberg no seu curso aqui e o mundo se perguntou: como é que Consultoria de Execução que nenhuma uma gigante global foi sufocada por uma estratégia pode ser estática e precisa ser concorrência local cheia de falhas e odiada reavaliada ao longo do caminho. A Monster. por quase todos os clientes? com não fez isso e tentou reinventar o mercado no Brasil, sem sucesso. A primeira resposta é a clássica “O Brasil não é para amadores”. Em termos de Brasil,
Quando chegou ao Brasil, a Monster. O modelo da Monster.com era
com estava no auge de sua operação. diferente nos EUA e na Europa e Funcionando a todo vapor nos EUA. ela quis implementá-lo da mesma Nosso país vivia um momento de maneira aqui. Em vez de cobrar dos grande euforia econômica, com profissionais que buscavam emprego, perspectivas extremamente otimistas a companhia cobrava das empresas. e atraindo investimentos de todos os Ou seja: em vez de oferecer cantos do globo. Tinha a promessa emprego a trabalhadores, oferecia do pré-sal, as grandes obras de trabalhadores a empresas. Com uma infraestrutura, a expectativa pelos estrutura de algoritmo bem mais grandes eventos esportivos (Copa do avançada que a das empresas locais Mundo e Olimpíadas), uma demanda e considerando o cenário econômico cada vez maior por profissionais de alta demanda por profissionais qualificados. A Monster.com julgou qualificados em funções muito que era a hora exata de vir para cá. E específicas e ainda pouco populares era mesmo. Mas ela não conseguiu se por aqui (como especialistas na área encaixar. de petróleo e gás), aquilo fazia até certo sentido. Mas aí entra em cena a Ao contrário dos EUA e da Europa, realidade brasileira. o Brasil tinha historicamente mais gente procurando emprego do que Nossa história mostra que empresas oferecendo vagas. Nesse instabilidade é a regra na nossa cenário, as empresas locais tinham economia e que o risco de aquele um modelo de negócio baseado na boom, cheio de otimismo, virar cobrança do serviço aos candidatos. decepção era real. E foi o que Ou seja, as pessoas pagavam para aconteceu. Veio a crise, nossa terem seus currículos incluídos na economia esfriou, as empresas plataforma e, assim, serem vistas por passaram a demitir em vez de empresas que pudessem contratá-las. contratar e não fazia mais sentido gastar dinheiro pagando um serviço como o oferecido pela Monster.com.
Na outra ponta, os concorrentes o mercado de recrutamento que continuavam cobrando dos lucra mesmo é oferecendo a candidatos estavam então na crista trabalhadores a esperança de da onda, com o mercado cheio uma oportunidade (mesmo que de desempregados em busca de nunca aconteça para alguns). oportunidades. Quando anunciou o encerramento de É cruel, mas a verdade é: a Monster. suas atividades, a própria Monster. com chegou ao Brasil com seu com afirmou em comunicado que o generoso lema “Metade é sobre um modelo do Brasil era único no mundo bom emprego, a outra é sobre uma e se tornou inviável para ela. vida melhor” e não foi páreo para os concorrentes que entendiam nossa realidade e sabiam que, por aqui,
outro final possível
A Monster.com se apegou ao seu e adotar o mesmo modelo das modelo padrão de execução e insistiu concorrentes. Mas depois de cinco nele mesmo depois de ver como as anos bancando a “diferentona” talvez coisas funcionavam por aqui. Faltou não houvesse mais espaço para ser olhar para o passado do Brasil, algo apenas mais uma no mercado. Afinal, fundamental para prever o futuro, você vai aprender nas aulas com o e apostou na longevidade do nosso professor Renato Grinberg que a boom econômico para sobreviver. diferenciação, inclusive na execução Quando as coisas começaram a da estratégia, é um dos pontos mais degringolar, ficou sem opção. fortes que qualquer empresa pode ter. O único caminho possível para sobreviver seria entrar no jogo
o que você poderia ter feito pela Monster.com, enquanto consultor? É muito provável que a Monster. Sua tarefa não será fácil e deverá com tenha contado com alguma ter como ponto de partida um consultoria para implementar sua diagnóstico preciso, capaz de entrada no Brasil. Nem sempre, no apontar com precisão as lacunas e entanto, isso é feito da maneira orientar um processo consistente de mais apropriada. Em casos como solução dos problemas dados. esses é comum a empresa trazer seus experts e apenas contratar Você verá nas aulas e na apostila executivos locais. E aí reside o sobre Processo de Mudança esse primeiro grande erro: impor a visão assunto de maneira mais detalhada. que vem de fora sem compreender a Leia com atenção e assista também realidade local é um problema sério, à aula sobre os 5Cs da execução, como se provou ser. que são materiais fundamentais para a compreensão desse ciclo de Mas e aí: o que você faria se assuntos. recebesse um convite da Monster. com para prestar uma consultoria no Agora, vamos em frente, que tem processo de entrada no Brasil? Em muito mais conteúdo para você sua carreira no mundo da consultoria, aprender! você já deve ter se deparado e ainda vai encontrar muitas situações parecidas com a desse caso: empresas com visões equivocadas e que resistem à mudança.