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Vitória da Conquista – BA
2022
JOÃO PEDRO AMORIM SIMONASSI
Vitória da Conquista – BA
2022
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por estar presente durante toda a minha trajetória no curso
e na vida. Aos meus pais e irmãos que sempre me apoiaram e incentivaram em todos os
momentos, alegres e triste. Aos meus professores que contribuíram com a minha
formação profissional durante o curso. A todos que contribuíram para a execução desse
trabalho e as empresas que forneceram os materiais para o trabalho. Muito obrigado a
todos.
RESUMO
FIGURA 07- Lavagem da Cinza da Casca do Café na peneira de mesh número 325...............................33
FIGURA 08 - Vista lateral direita da extrusora utilizada no experimento (a); Vista frontal da extrusora
utilizada (b)..................................................................................................................................................35
FIGURA 12 - Corpos de prova dos quatro proporções de misturas do experimento queimados no forno à
900 °C..........................................................................................................................................................46
FIGURA 13 - Corpos de prova após ruptura no Teste de Resistência a Flexão organizados da esquerda
para a direita, com o primeiro a esquerda sendo o de maior porcentagem de cinza e o último sem cinza na
mistura.........................................................................................................................................................47
𝐴𝐴 – Absorção de água;
𝐷 – Densidade;
𝑀𝐸 – Massa Específica;
𝜎𝑓 − Tensão na Flexão;
2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 13
REFERENCIAS ............................................................................................................ 58
1 INTRODUÇÃO
Sendo um estudo necessário para dar uma destinação adequada para esse
resíduo em regiões produtoras de café. Vale ressaltar o pioneirismo do experimento na
adição da Cinza da Casca do Café em cerâmicas vermelhas, que esse trabalho
proporciona.
.
13
2 OBJETIVOS
• Avaliar qual o percentual de Cinza da Casca do Café (0%, 3%, 6% e 10%) que
pode ser introduzido nas composições da massa cerâmica industrial para a
fabricação de tijolos e telhas;
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para Boch e Nièpce (2007) o termo cerâmica não tem uma definição simples.
Dependendo do ponto de vista adotado, assumindo diferentes significados a partir do
ponto de vista do autor. Um físico tem uma abordagem muito diferente de um historiador
sobre o tema. Para a Associação Brasileira de Cerâmica (ABCERAM) os materiais
cerâmicos são definidos como compostos inorgânicos sem comportamento metálico, que
obtidos geralmente após o tratamento térmico em temperaturas elevadas.
Segundo Bauer (2009), as cerâmicas podem ser definidas como pedras artificiais que
passam pelo processo de moldagem, secagem e cozimento de compostos com argila.
Sendo a argila aglutinada em uma baixa quantidade de vidro, para o surgimento da ação
do calor de queima nas argilas.
h. Vidro, Cimento e Cal: Materiais que têm um tratamento diferente dos citados
acima, mas também são considerados cerâmicas.
De acordo com Padilha (2000), como foi citado por Guimarães (2017), de um modo
geral os materiais cerâmicos possuem como características o módulo de elasticidade
muito elevado, o comportamento frágil, a alta dureza e além das características isolantes,
elétricas e térmicas. Em relação as características mecânicas, a resistência à tração
desses materiais frágeis é inferior à resistências à compressão e módulo de ruptura. Além
de ter um comportamento de retração insignificante a temperatura ambiente. Também
segundo Padilha (2000) as cerâmicas são classificadas em dois grandes grupos que são
as cerâmicas avançadas e tradicionais. Os materiais cerâmicos avançados
compreendem os materiais modernos, como: cerâmicas piezelétricas, fibras ópticas,
capacitores, biomateriais (próteses), produtos de alta resistência (ferramentas de corte e
abrasivos), de alta temperatura (refratários para indústria cimentícia e metalúrgica), entre
outros. O grupo das cerâmicas tradicionais inclui os materiais tipicamente utilizados na
construção civil, tais como: tijolo, telha, grés, azulejos e louças sanitárias. Ainda neste
grupo encontram-se a porcelana elétrica, com forte aplicação na indústria elétrica, e os
utensílios de mesa.
As cerâmicas tradicionais são geralmente divididas entre três grupos, que têm
matérias com composições associadas e sua maioria aos minerais silicatos: cerâmica
vermelha, cerâmica branca e vidros. As cerâmicas vermelhas são muito comuns e são
fazem parte do estudo principal desse trabalho.
Para MOTTA (2002), a matéria prima pode ser separa em outros dois grupos, as
plásticas e as não-plásticas. As com comportamento plástico são responsáveis pela
conformação da peça cerâmica antes da secagem, a trabalhabilidade, e a resistência
mecânica do material cru. Já as não-plásticas têm a função de controlar a retração na
secagem da peça e acelerar esse processo, além de ter papel da sinterização da
cerâmica, sendo classificada como: inerte, vitrificante e fundente.
3.2 Argilas
Figura 03 – Escalas de classificação de solo das instituições: A.S.T.M., A.A.S.H.T.O, USCS. e ABNT.
Para Santos (1989), a argila pode ser definida como uma rocha decomposta
finamente, que é constituída essencial por argilominerais. Os compostos presentes
podem não considerados como argilominerais, como a calcita, a dolomita, a gibsita, o
quartzo, a aluminita, a pirita e outros combinações, além de matéria orgânica e outras
impurezas.
Segundo Callister (2002), as argilas são definidas como alumino silicatos, sendo
composta pela sílica (𝑆𝑖𝑂2 ) e pela alumina (𝐴𝑙2 𝑂3 ), tendo esses materiais ligados
quimicamente a moléculas de água (𝐻2 𝑂). São encontras em sua composição química
silicatos hidratados de alumínio (𝐴𝑙2 𝑂3 .4𝑆𝑖𝑂2 . 𝐻2 𝑂), ferro (Fe) e magnésio (Mg). Sua
estrutura é composta por redes cristalinas constituídas de folhas tetraédricas e
octaédrica. Tendo variadas características físicas de acordo com a presença de
impurezas, que são geralmente óxidos a base de bário, cálcio, sódio, potássio e ferro,
além das já citadas matérias orgânicas. Com a adição da água na mistura com a argila,
a molécula de água se posiciona entre as lâminas em forma de camadas, gerando uma
21
película fica no entorno da partícula da argila. Por esse fato, as partículas estão mais
livres para e movimentarem, gerando a grande plasticidade e trabalhabilidade das argilas,
sendo nesse estado facilmente conformados e suscetíveis a modelagem.
I. Óxido de silício:
a. Um dos minerais mais abundantes no planeta Terra;
b. Geralmente representa de 40% a 80% do total da matéria-prima da
cerâmica;
c. É um redutor da plasticidade e da retração;
d. Reduz a resistência mecânica, em percentuais elevados;
e. O coeficiente de dilatação aumenta;
f. Facilita a secagem pelo fato de amentar a permeabilidade;
22
I. Extração do barro;
II. Preparo da matéria-prima;
III. Moldagem;
IV. Secagem;
V. Cozimento;
VI. Esfriamento.
Extração do barro: cada tipo de cerâmica requer um tipo próprio de barro. Assim
sendo, inicialmente se deve proceder à escolha do barro, porque, como foi visto, o teor
de argila, a composição granulométrica, a profundidade da barreira, a umidade e diversos
outros fatores influem no resultado a obter (FALCÃO BAUER, 2009). A extração é
normalmente feita a céu aberto em jazidas de argila, com equipamentos e maquinários
apropriados. A jazida pode se localizar em várzeas de rios, lagoas ou em barrancos.
“magra”, menos plástica e com granulometria grossa, rica em quartzo, que funciona
como um redutor da plasticidade. Em seguida, a massa é umedecida em teor
médio de 20% e homogeneizada para na sequência fazer a conformação dos
produtos cerâmicos. Nessa etapa, utilizam-se os seguintes equipamentos: moinho,
caixão alimentador, destorroador ou desintegrador, misturador e laminador
(MOTTA et al., 2001, apud CRUZ, 2012, p. 18).
Secagem: processo que antecede a queima, que deve ocorrer lentamente para que a
água saia da peça de maneira gradual, minimizando as chances do aparecimento de
trincas.
Queima: o processo de queima pode ser feito em diversos tipos de fornos, onde o
material já seco é submetido a um tratamento térmico. Para Lucena (2007) a queima
pode ser dividida em três etapas:
• Desidratação: momento em que a secagem é completada, de 150 °C a 600 °C;
• Oxidação: quando é eliminado o carvão e a matéria orgânica é queimada;
• Vitrificação: quando são formadas quantidades pequenas de vidros que aglutinam
os outros elementos na cerâmica. Ocorre quando a sílica é fundida.
Esfriamento: assim como na secagem, esse processo deve ser o mais lento possível.
Quando feito de maneira acelerada pode gerar trincas devido ao choque térmico gerado.
Segundo Santos (1989), para medir a utilização tecnológica de uma argila os tópicos
a seguir são necessários.
• Textura;
• Composição Mineralógica;
• Íons trocáveis;
• Propriedades micrométricas;
• Sistema argila + água;
• Propriedades físico-mecânicas em função da temperatura;
• Propriedades tecnológicas especificas mensuradas em laboratório.
a) Resíduos Classe I – Perigosos: que podem apresentar risco a saúde pública, gerando
mortalidade ou doença, e risco ambiental, quando descartados de forma incorreta.
– Resíduos Classe II A – Não inertes: são resíduos que não apresentam notória
periculosidade, mas podem ter propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade
ou solubilidade em água.
De acordo com MODESTO et al. (2003), conforme citado por Dultra (2010, p. 32),
a indústria cerâmica sozinha gera uma grande quantidade de resíduos em seus
processos, mas são passíveis de manipulação e transformação. Na Itália os resíduos da
indústria cerâmica são reaproveitados totalmente.
3.5.3 Cinzas
Pelo fato dos combustíveis sólidos, como a madeira e outras biomassas, serem
uma fonte de anergia extremamente usada no Brasil e do resíduo da combustão desse
tipo energia serem as cinzas, em boa parte das vezes não há destino para esse resíduo.
Gerando problemas ambientais.
As cascas dos grãos de café no Brasil constituem resíduo de baixo custo, renováveis
e às vezes mal aproveitados, ambientalmente corretos e potencialmente capazes de
gerar calor, vapor e energia elétrica, podendo, dessa forma, contribuírem como
combustível alternativo na geração de energia (VALE et al., 2007 apud DULTRA, 2010,
p. 36). Estoque de casca do café na Figura 04 a seguir, demonstrando o grande volume
de casca utilizada na produção cafeeira.
De acordo com balanços realizados expressos em base seca mostram que a polpa
constitui 28,7 % da matéria seca que resta, a mucilagem a 4,9 % e a segunda casca (o
pergaminho) 11,9 %, por fim o grão que corresponde a 55,4% (NUNES e SILVEIRA.,
2004). A casca do café representa uma grande parcela do volume do café sendo
necessário uma destinação.
29
Figura 05 – Cinza da Casca do Café retirada de propriedade próxima à Vitória da Conquista – BA.
Segundo Dultra (2010), a Cinza da Casca do Café, que atualmente não tem um
valor comercial é um material rico em metais alcalinos, 𝐾2 𝑂, e os alcalinos-terrosos (𝐶𝑎𝑂
e 𝑀𝑔𝑂). Acima na Figura 05 está representada uma imagem da cinza.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Materiais
4.2 Métodos
% EM PESO DA MATERIA
PRIMA
NÚMERO DE
TEOR DE MASSA
CINZA DA CORPOS DE
CINZA (%) CERÂMICA
CASCA DO PROVA
INDUSTRIAL
CAFÉ (%)
(%)
0 100 0 24
3 97 3 24
6 94 6 24
10 90 10 24
TOTAL 96
Figura 08 – Vista lateral direita da extrusora utilizada no experimento (a); Vista frontal da extrusora
utilizada (b).
(a) (b)
Fonte: Autoria Própria.
(𝐶𝑖 – 𝐶𝑓 )100
𝑅𝐿 (%) = (1)
𝐶𝑖
Onde:
(𝑀𝑢 – 𝑀𝑠 )100
𝐴𝐴 (%) = (2)
𝑀𝑠
Onde:
A massa específica (𝑀𝐸) das peças cerâmicas após a queima foi determinada a
partir da densidade (𝐷) do corpo de prova, que é a razão entre a massa de um material
e o seu volume em uma dada temperatura e pressão. Pelo fato de o corpo de prova ser
uma massa cerâmica homogênea, a densidade do material é igual a massa específica.
O corpo de prova foi conformado no formato de prisma com secção de acordo com
a Figura 09 a seguir e a altura sendo o comprimento do corpo de prova. Onde o raio dos
dois semicírculos laterais é igual a metade da espessura.
38
O volume do corpo de prova foi considerado como uma secção prismática com o
comprimento sendo a altura, como demonstra a Equação 5. A Equação 4 representa a
massa específica do corpo de prova.
𝑀𝑠
𝑀𝐸 = 𝐷 = (4)
𝑉
𝜋.𝐸𝑠𝑝2
𝑉 = 𝐶𝑜𝑚𝑝[𝐸𝑠𝑝(𝐿𝑎𝑟𝑔 − 𝐸𝑠𝑝) + ] (5)
4
Onde:
𝐷 – Densidade (g/cm³);
A tensão de ruptura a flexão foi analisada por testes de flexão em três pontos,
onde foi carregada gradualmente uma força pontual, medida em Kg.f, centrada entre os
dois apoios do corpo de prova. Como é demonstrado pelo Figura 10 a seguir. A medição
da carga aplicada é feita através de uma célula de carga com precisão de medição de
0,01 Kg.f. Os testes foram feitos de acordo com a ABNT/NBR 13818: 1997 (anexo C).
𝑃𝐿
𝜎𝑓 = 4𝑊 (6)
𝑥
40
Onde:
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na indústria de onde a matéria prima foi extraída o material passa por um processo
de beneficiamento, que é a moagem através do equipamento Moinho à Martelo (processo
recomentado para argilas não-plásticas), onde a matéria prima adquire uma maior
uniformidade. Por esse fato, a amostra da argila não apresentou material retido na
peneira mesh #10, diferente da amostra de CCCF que apresentou 6% nessa faixa. Sendo
explicado pela ineficiência da queima da casca do café, onde algumas cascas não
queimam e se misturam à cinza, gerando impurezas, como mostra a Figura 05 do tópico
3.5.4.1 acima.
peneiras utilizadas mais próxima da medida máxima do silte que é de 2 µm. Já a matéria
prima industrial teve apenas 77% de material passante por essa peneira.
Em geral uma massa mais plástica aceita mais água até fluir (comportamento de
uma barbotina). Isto significa que uma argila mais plástica precisa de mais água, para
desenvolver a plasticidade, do que outra menos plástica. Este é o fundamento de índice
de plasticidade de Atterberg (RIBEIRO, FERREIRA e LABRINCHA, 2003).
Esse dado pode ser confirmado durante o experimento durante a extrusão das
massas. Quanto maior foi a porcentagem de CCCF na mistura maior foi a quantidade de
água necessária para a conformação das peças. As partículas de CCCF são mais finas
do que a matéria prima original, aumentando a plasticidade.
100%
90%
Porcentagem Acumulada (%) 80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,001 0,01 0,1 1
Granulometria (mm)
Figura 12 – Corpos de prova dos quatro proporções de misturas do experimento queimados no forno à
900 °C.
Durante o processo de secagem a 110 °C, toda a água presente no corpo de prova
é evaporada. Portanto, o material que necessita de maior quantidade de água durante o
48
0% 3% 6% 10%
800 °C 0,44 +- 0,39 0,59 +- 0,26 0,47 +- 0,39 0,45 +- 0,29
900 °C 0,61 +- 0,37 0,63 +- 0,18 0,84 +- 0,42 1,33 +- 0,19
990 °C 1,41 +- 0,52 2,09 +- 0,29 2,76 +- 0,67 2,56 +- 0,52
Fonte: Autoria Própria.
49
1,5
0,5
0
750 800 850 900 950 1000 1050
Temperatura de Queima (°C)
0% 3% 6% 10%
Para Sousa Santos (1989) os limites de retração linear recomendados para blocos
cerâmicos não devem ultrapassar 10%, considerando-se, para isso, a soma das
retrações lineares a 110ºC e a da temperatura de queima. A partir dessa afirmação, todas
as misturas estão respeitando o parâmetro estabelecido, mesmo com a constatação de
que a adição da Cinza da Casca do Café aumenta a retração linear. Os corpos de prova
com 10% de cinza na mistura que foram ao forno a 990 °C tiveram uma retração total
média (retração de secagem + retração de queima) de 7,1%, sendo a maior registrada.
50
Como esperado, a 990 °C, todas misturas tiveram seus menores valores de
absorção, como demonstra a Figura 15 a seguir. Pelo fato de quanto mais sinterizado o
material, menor a porosidade da peça cerâmica. Também foi observado que nessa
temperatura de 990 °C a mistura de 10% de cinza apresentou a menor absorção de água
entra todas as misturas, contrastando com a resistência à flexão desses corpos de prova,
que foi pior do que aos 900 °C.
0% 3% 6% 10%
800 °C 13,38 +- 1,41 16,45 +- 1,66 16,21 +- 1,67 17,76 +- 1,33
900 °C 13,85 +- 1,02 15,58 +- 1,66 16,12 +- 1,14 14,87 +- 1,29
990 °C 12,30 +- 1,58 14,62 +- 1,51 12,48 +- 1,45 11,86 +- 1,40
Fonte: Autoria Própria.
51
18
17
Absorção de Água (%)
16
15
14
13
12
11
750 800 850 900 950 1000 1050
Temperatura de Queima (°C)
0% 3% 6% 10%
0% 3% 6% 10%
800 °C 1,69 +- 0,04 1,63 +- 0,02 1,61 +- 0,04 1,55 +- 0,02
900 °C 1,73 +- 0,02 1,66 +- 0,03 1,62 +- 0,01 1,58 +- 0,04
990 °C 1,79 +- 0,03 1,73 +- 0,04 1,74 +- 0,05 1,72 +- 0,02
Fonte: Autoria Própria.
52
1,80
1,70
1,65
1,60
1,55
1,50
750 800 850 900 950 1000 1050
Temperatura de Queima (°C)
0% 3% 6% 10%
Foi possível observar, a partir da análise da Figura 16, que a adição da Cinza da
Casca do Café diminuiu a densidade da peça cerâmica proporcionalmente a dosagem.
Essa queda na densidade é mais evidenciada na temperatura de queima mais baixa de
queima, a 800 °C, onde a ação do material fundente, óxidos, ainda aconteceu em
pequena quantidade, mantendo as características anteriores a queima que
demonstravam uma retração maior quanto maior a quantidade de CCCF na mistura.
Diferente das temperaturas mais elevadas, a 990 °C, onde a fase líquida começa a
aparecer na composição da cerâmica, pela reação do material fundente. Nas peças
cerâmicas em estudo foi observado nas temperaturas maiores uma tendência de
aumento de densidade maior nos corpos de prova com maior porcentagem de cinza, mas
é explicada pela ação dos componentes presentes na matéria prima original.
As cerâmicas são materiais frágeis, por terem na maioria das vezes uma estrutura
cristalina. Por serem frágeis a fratura da peça quando sujeita ao esforço limite já acorre,
antes que qualquer deformação plástica ocorra. São materiais com baixíssima
ductibilidade.
0% 3% 6% 10%
800 °C 4,03 +- 0,25 2,78 +- 0,17 3,75 +- 0,35 4,57 +- 0,64
900 °C 6,72 +- 0,37 5,78 +- 0,38 5,86 +- 0,42 5,74 +- 0,28
990 °C 9,45 +- 0,44 8,38 +- 0,40 6,57 +- 0,60 5,47 +- 0,48
Fonte: Autoria Própria.
54
10
0% 3% 6% 10%
Como foi dito no tópico de métodos deste trabalho, todos processos de queima
tiveram uma taxa de aquecimento de 85 °C por hora até ser atingida a temperatura
máxima esperada, onde foi mantida constante por 3 horas, evidenciando as
características dos materiais que reagem naquela temperatura, e logo após um
resfriamento gradual. Os resultados positivos da mistura de 10% da cinza a temperatura
máxima de 800 °C em relação às outras porcentagens de mistura da cinza na mesma
temperatura máxima podem ser explicados pela presença de agentes que facilitaram a
síntese da massa, fundentes, que reagem em temperaturas mais baixas de queima,
menores que 800 °C, apesar da baixa densidade dos corpos de prova com maior
quantidade de cinza.
6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
6.1 Conclusão
Com base nas análises dos resultados, onde se buscou avaliar a adição da Cinza
da Casca do Café como parte da massa de peças cerâmicas, nas proporções de 3%, 6%
e 10% e 0%, com traços individuais levando em consideração a diferença na densidade
que a substituição causou. Estão aqui apresentadas as conclusões finais deste trabalho,
bem como sugestões para próximas pesquisas. A partir do experimento as características
físico-químicas da massa para peças cerâmicas com adição de cinza foram:
REFERENCIAS
MODESTO, C. . B. V. . M. G. . B. M. . M. M. . M. A. . B. G. . V. J. . G. M. . O. A. P. N.
Obtenção e Caracterização de Materiais Cerâmicos a partir de resíduos Industriais.
Cerâmica Industrial, 2003.
MOTTA, J. F. M. et al. Argila Plástica para Cerâmica Branca. CETEM, São Paulo, n. 2ª,
2008.
0 800 29,2 15,3 8,3 22,3 13,4 0,4 1,7 41,1 4,0 1,7
0 900 48,1 15,7 8,5 22,8 13,9 1,5 0,6 1,9 68,5 6,7 1,7
0 990 67,6 15,3 8,1 22,2 12,3 1,4 3,3 96,4 9,4 1,8
3 800 18,5 20,5 6,9 26,0 16,5 0,6 3,3 28,4 2,8 1,6
3 900 38,0 20,6 7,5 26,5 15,6 3,3 0,6 4,2 58,9 5,8 1,7
3 990 52,4 19,5 9,1 26,8 14,6 2,0 5,5 85,5 8,4 1,7
6 800 25,0 19,9 7,5 26,1 16,2 0,5 4,0 38,2 3,7 1,6
6 900 37,8 20,4 8,6 27,2 16,1 3,8 0,8 4,9 59,7 5,9 1,6
6 990 39,9 19,6 9,0 26,9 12,5 2,8 6,4 67,0 6,6 1,7
10 800 30,7 21,7 9,5 29,1 17,8 0,5 4,7 46,6 4,6 1,5
10 900 38,4 22,5 9,5 29,8 14,9 4,6 1,3 6,3 58,6 5,7 1,6
10 990 32,9 22,3 8,6 29,1 11,9 2,6 7,1 55,7 5,5 1,7
Fonte: Autoria Própria.