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XXIII SEMANA DE HISTÓRIA DO VALE DO IGUAÇU

CADERNO DE RESUMOS

Comissão Científica e Organização:


Prof. Dr. Everton Grein
Prof. Dr. Jefferson William Gohl
Profª Drª Kelly Cristina B. Viana
Profª Drª Naiara B. Krachenski
Prof. Dr. Alexandre R. de Souza
Prof. Dr. Wanilton Tadeu Durek
Profª Mª Priscila Cozer
Profª Mª Zuleide Matulle

Monitoria:
Discente Maria Eduarda Lombardi

30-11-2023 - UNESPAR – CAMPUS UVA

União da Vitória, Paraná/Brasil. 27 nov.- 01 dez. de 2023.


XXIII SEMANA DE HISTÓRIA DO VALE DO IGUAÇU

SUMÁRIO
MESA 2: HISTÓRIA, GUERRA E TERROR ....................... 5
MESA 1: GÊNERO E VIOLÊNCIA ..................................... 2 A MATERNIDADE NA ALEMANHA NACIONAL-SOCIALISTA A
VIOLÊNCIA SEXUAL: UM ESTUDO SOBRE CRIMES SEXUAIS NA PARTIR DA REVISTA FEMININA FRAUEN WARTE ......................... 5
COMARCA DE UNIÃO DA VITÓRIA – PR NA DÉCADA DE 1970. .... 2 “VOCÊS JAMAIS FICARÃO EM PAZ”: A ATUAÇÃO DO
TIPIFICANDO SUJEITOS: GÊNERO, ETNICIDADES, COR, MOVIMENTO ROSA BRANCA NO COMBATE AOS NAZISTAS. ...... 5
INSTRUÇÃO E OUTRAS QUALIFICAÇÕES NOS PROCESSOS-
AUSCHWITZ: O SONDERKOMMANDO ...................................... 6
CRIME DE UNIÃO DA VITÓRIA NO INÍCIO DO SÉCULO XX ........... 2
GUERRA E GÊNERO NA UNIÃO SOVIÉTICA: UMA ANÁLISE DA
DAS HORAS E DOS LOCAIS: UNIÃO DA VITÓRIA E OS CRIMES
PERSPECTIVA DE ROZA SHANINA .......................................... 6
NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX .................................. 2
DRAMA DA HONRA: ANÁLISE DE CASA DE PENSÃO DE ALUÍSIO MEMORIALES PÚBLICOS CONTEMPORÁNEOS: SENTIMIENTOS
PÚBLICOS DE DUELO A PARTIR DEL COVID-19 EN PLAZA DE
AZEVEDO E A QUESTÃO CAPISTRANO .......................................... 3
MAYO ................................................................................................. 7
MANUEL DA MOTTA COQUEIRO, PENA DE MORTE E ROMANCE:
CONVERGÊNCIA ENTRE JORNALISMO E LITERATURA ............... 3
CRIMINALIDADE E TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS: UM OLHAR MESA 3: DA ANTIGUIDADE AO BRASIL COLONIAL ...... 8
SOBRE A SOCIEDADE CARIOCA EM “MEMÓRIAS DE UM RATO “COMPARADOS ÀS CRIANÇAS DE NOSSA RAÇA”: SAINT-HILAIRE
DE HOTEL” DE JOÃO DO RIO ................................................. 4 E SUAS REPRESENTAÇÕES SOBRE OS GUARANIS DOS
SERTÕES MERIDIONAIS (1820-1821) ....................................... 8

União da Vitória, Paraná/Brasil. 27 nov.- 01 dez. de 2023.


XXIII SEMANA DE HISTÓRIA DO VALE DO IGUAÇU
DOENÇAS E ESCRAVIDÃO: O SABER MÉDICO COLONIAL SOBRE
AS ENFERMIDADES VENÉREAS ............................................. 8
A ICONOGRAFIA DE CARLOS JULIÃO E A REPRESENTAÇÃO DA
VIDA COTIDIANA DE ESCRAVIZADOS NO BRASIL DO SÉCULO
XVIII ..................................................................................... 8
TRAJES E TRADIÇÕES: UMA ANÁLISE DAS AQUARELAS DE
CARLOS JULIÃO NO BRASIL COLONIAL DO SÉCULO XVIII ........ 9
PÃ E O DIABO: A DEMONIZAÇÃO DE ASPECTOS CULTURAIS
GREGOS NO CRISTIANISMO DO IMPÉRIO ROMANO ORIENTAL
DURANTE A ANTIGUIDADE TARDIA ........................................ 9
BEOWULF: UMA EPOPEIA DE DOIS MUNDOS ........................ 10

União da Vitória, Paraná/Brasil. 27 nov.- 01 dez. de 2023.


XXIII SEMANA DE HISTÓRIA DO VALE DO IGUAÇU
TIPIFICANDO SUJEITOS: GÊNERO, ETNICIDADES, COR,
MESA 1: GÊNERO E VIOLÊNCIA
INSTRUÇÃO E OUTRAS QUALIFICAÇÕES NOS PROCESSOS-
LOCAL: UNESPAR – CAMPUS UVA
CRIME DE UNIÃO DA VITÓRIA NO INÍCIO DO SÉCULO XX
SALA: 21 (SALA DO CURSO DE HISTÓRIA – UNESPAR)
DEBATEDOR(A): Prof. Dr. Alexandre Rodrigues de Souza
Aline Elizabethe Felix
Graduando em História– Unespar/UV
VIOLÊNCIA SEXUAL: UM ESTUDO SOBRE CRIMES SEXUAIS NA Orientador: Jefferson Willian Gohl
COMARCA DE UNIÃO DA VITÓRIA – PR NA DÉCADA DE 1970.
A partir do uso de fontes presentes nos processos criminais alocados
Priscila Emanoeli Rodrigues Cozer no Arquivo Histórico da Universidade Estadual do Paraná – Campus
Doutoranda em história – UDESC de União da Vitória o objetivo deste artigo é analisar e explicitar o
manejo, as noções de justiça e interesse policial sobre casos que
O resumo tem como objetivo analisar os casos de violência sexual envolvem mulheres e suas definições sociais no final da década de 70
cometidos na cidade de União da Vitória e região durante a década de em União da Vitória. Analisando as narrativas presentes nos processos
1970, buscando analisar as questões de gênero estabelecidas nos seremos capazes de investigar as relações de poder presentes no
processos-crime relacionando com as transformações culturais e processo, a posição de vulnerabilidade em que as mulheres envolvidas
sociais, verificando o discurso policial e a forma como a justiça e outros estão inseridas, bem como investigar a presença de misoginia dentro
setores da sociedade abordam o crime sexual e suas vítimas. Esse dos autos. Para além disso, poderemos perceber como a agressão
período é marcado por mudanças relacionadas ao período da ditadura voltada a essas mulheres foi “esquecida” durante o andamento do
militar e percebe-se que em diferentes aspectos sociais os crimes processo, explicitando um desinteresse policial a esse recorte que
sexuais aparecem de forma mais expressiva. Os processos criminais envolve a vida e segurança dessas mulheres que podem ser lidas
analisados configuram os crimes de atentado violento ao pudor, como indignas.
estupro e defloramento, especialmente com vítimas menores de 16
anos do sexo feminino. Dessa maneira, esta pesquisa propõe-se a DAS HORAS E DOS LOCAIS: UNIÃO DA VITÓRIA E OS CRIMES
compreender como a definição de "vítima" foi historicamente NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX
construída, procurando entender quem eram as vítimas, quem foram
os acusados e como eles foram descritos nos discursos jurídicos. Gislaine Ferreira de Paula
Graduando em História– Unespar/UV
Voluntária PIBIC/Fundação Araucária
Orientador: Jefferson William Gohl

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XXIII SEMANA DE HISTÓRIA DO VALE DO IGUAÇU
Ao longo dos quase 110 anos de sua história, o Poder Judiciário da
Comarca de União da Vitória produziu um vasto e intrigante acervo de O estudo analisa o romance “Casa de Pensão” de Aluísio Azevedo,
processos criminais. Os mais antigos agora compõem o arquivo físico publicado em 1883, que inspirou-se em um crime de grande
do Laboratório de Fontes Jurídicas e Documentação Histórica, repercussão ocorrido no Rio de Janeiro em 1876. O assassinato de
vinculado ao curso de História da Universidade Estadual do Paraná, João Capistrano da Cunha por Alexandre Pereira, tinha como pano de
campus de União da Vitória. Neste arquivo, encontram-se diversas fundo questões como a honra própria, sedução e defloramento, então
contravenções penais, cujos inquéritos policiais e jurídicos possibilitam amplamente explorado pela imprensa. Objetiva-se, portanto,
a observação das dinâmicas sociais e criminais ao longo de diferentes compreender a relação de Azevedo com o caso real, analisando o
períodos. Escritos em sua maioria de forma manuscrita, esses romance e a narrativa jornalística da “Questão Capistrano” através de
documentos desafiam os historiadores no exercício de compreensão jornais e revistas fluminenses entre 1876-1884, além das
dos autos. Além disso, devido à sua originalidade, oferecem um indispensáveis contribuições de autoras como Lillian Fessler Vaz e Ana
conteúdo não encontrado na literatura. Os casos abrangem diferentes Gomes Porto. O estudo destaca ainda as discussões em torno da
recortes temporais, ocorrendo na região da Comarca de União da honra da mulher, a participação estudantil e a legitimidade do
Vitória, em ambientes diversos e em horários variados. Desde festas assassinato na imprensa fluminense do final do século XIX, como
de comemoração em escolas até um latrocínio na casa paroquial, que também retrata a crise habitacional e social vivenciada pelo Rio de
teve como vítima fatal o Frei Policarpo, então pároco da cidade, em Janeiro.
1939. Autores como Margareth Rago, Bóris Fausto e Sidney Chalhoub
proporcionaram um melhor entendimento do tema, especialmente das MANUEL DA MOTTA COQUEIRO, PENA DE MORTE E ROMANCE:
dinâmicas e relações sociais próprias do período estudado, permitindo CONVERGÊNCIA ENTRE JORNALISMO E LITERATURA
assim uma análise das semelhanças ou diferenças na dinâmica
criminal da época. Foram selecionados quatro casos que ocorreram Beatriz Trindade Mazzeo Viana
entre os anos de 1938 e 1949, definindo esse intervalo temporal como Graduando em História– Unespar/UV
o foco da pesquisa, a qual foi produzida, em sua maioria, a partir de Orientadora: Kelly Cristina Benjamim Viana
fontes primárias.
Nas grandes fazendas do Vale do Paraíba Fluminense a ascensão dos
DRAMA DA HONRA: ANÁLISE DE CASA DE PENSÃO DE ALUÍSIO barões e baronesas do café foi o que marcou e trouxe identidade para
AZEVEDO E A QUESTÃO CAPISTRANO esta região não muito conhecida ou urbanizada, em meados de 1850,
é neste contexto que surge uma figura e um personagem histórico,
Gabriel Antônio Prechlak Manuel da Motta Coqueiro, ele foi grande fazendeiro o qual ergueu
Graduando em História – Unespar/UV suas fazendas sob diversas desavenças, inimizades e principalmente
Orientadora: Kelly Cristina Benjamim Viana escândalos no entremeio regional, com posses referentes a venda de

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madeira, açúcar e café, seus negócios e benfeitorias de grande como livro em 1912. Com cenário político e desenvolvimento da
influência , chegaram a serem listados no Almanak Administrativo do segregação urbana da cidade do Rio de Janeiro influência as obras de
Rio de Janeiro diversas vezes por seus lucros na região do Campos João do Rio e a narrativa sobre criminalidade. Análise da sociedade
dos Goytacazes. A fama e o enriquecimento fizeram com que o carioca no final do século XIX e início do séc. XX, as modificações
fazendeiro ficasse conhecido, porém sua visibilidade e reconhecimento políticas que ocorreram com a nomeação de Pereira Passos como
acentuou-se exponencialmente devido a uma atribuição de autoria de prefeito em 1902, política de modernização dos centros urbanos, e o
um crime que chocou não somente a cidade de Macaé mas chegou até nascimento de um discurso higienista. O autor promove a escrita
os jornais da Capital. Uma chacina em sua fazenda marata seu jornalística nos principais cenários de produção literária. Engajado em
agregado e família, a brutalidade e o número de mortos sendo a maioria questões políticas do Rio de Janeiro, isso se mostra em várias de suas
crianças e menores de idade fez com que esta notícia se espalhasse obras, mas em “Memórias de um Rato de Hotel” podemos
em jornais e folhetins, e todas as acusações recaíssem sob o dono da compreender melhor as estruturas sociais ligadas à criminalidade. A
Fazenda, Motta Coqueiro. Utilizando como fonte histórica a obra Motta obra traz uma perspectiva sobre o olhar de uma criminalidade na
Coqueiro e a Pena de Morte, serão trabalhados os nuances do caso, sociedade carioca influenciada por fatores políticos. Com uso de
do julgamento tão injusto e ilegal assim como as comoções sociais e fontes, como jornais do mesmo período, foi comparado a criminalidade
regionais que inspiraram o jovem escritor José do Patrocínio na em hotéis do Rio de Janeiro e suas recorrências na obra, e enfatizado
literatura, transformando fatos e relatos de jornais e folhetins em uma a importância da literatura no estudo da história.
narrativa envolvente. Pretende-se, portanto, traçar uma conexão entre
a sociedade, a condenação e acima o evento jurídico injusto com a
expressão e representação literária, buscando compreender como este
crime real influenciou na literatura da época e posteriormente nas
mudanças perante a condenação à pena de morte e seus resultados
no sistema legal brasileiro.

CRIMINALIDADE E TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS: UM OLHAR


SOBRE A SOCIEDADE CARIOCA EM “MEMÓRIAS DE UM RATO
DE HOTEL” DE JOÃO DO RIO

Agatha Maciel Bueno


Cursando História/Licenciatura– Unespar/UV

Criminalidade na obra “Memórias de um Rato de Hotel” do autor João


do Rio publicada primeiramente em folhetim em dezembro de 1911 e

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XXIII SEMANA DE HISTÓRIA DO VALE DO IGUAÇU
(1991). Contudo, observou-se como o regime nazista separou e ditou
MESA 2: HISTÓRIA, GUERRA E TERROR o papel de determinadas mulheres na sociedade alemã, sem
LOCAL: UNESPAR – CAMPUS UVA considerar suas escolhas, seus projetos de vida; como manipulou e
SALA 24 (SALA DO CURSO DE HISTÓRIA – UNESPAR) ditou regras no que diz respeito a maternidade.
DEBATEDOR(A): Prof. Dr. Wanilton Tadeu Durek
“VOCÊS JAMAIS FICARÃO EM PAZ”: A ATUAÇÃO DO
A MATERNIDADE NA ALEMANHA NACIONAL-SOCIALISTA A MOVIMENTO ROSA BRANCA NO COMBATE AOS NAZISTAS.
PARTIR DA REVISTA FEMININA FRAUEN WARTE
Eloisa Szyminovicz
MATULLE, Zuleide Maria Graduanda em História, Licenciatura – Unespar/UV
UNESPAR, União da Vitória Orientador: Wanilton Dudek

A presente comunicação tem como objetivo socializar algumas Durante o Terceiro Reich, os grupos de resistência na Alemanha
reflexões realizadas sobre a maternidade na Alemanha nacional- encararam momentos de intensa opressão e violência, mas
socialista (1933-1945), tendo como fonte a revista feminina Frauen movimentos de reação político-social também se fizeram presentes.
Warte, sobretudo, as edições do mês de maio de 1936, 1939, 1943, Entre os movimentos instituídos, identifica-se o Rosa Branca, conjunto
1944, referente ao Müttertag, o Dia da Mães. Tratou-se de uma reflexão de jovens que, em anonimato, atuaram em Munique de forma política
pertinente, na medida em que tocou em questões históricas sensíveis, no combate ao nazismo, ativamente, estabelecendo contato com o
complexas, permeadas de violência de gênero, que ainda precisam ser povo por meio de panfletos. O objetivo da pesquisa em produção é
visitadas, problematizadas e compreendidas de forma acadêmica. Ao identificar o processo da resistência, a natureza ideológica, e a
longo da pesquisa foi possível observar que o Estado nazista tratou a dimensão da atuação do grupo Rosa Branca. As fontes analisadas são,
maternidade como uma política de Estado. A Frauen Warte, publicação especificamente, os panfletos, identificados como manifestos de ação
quinzenal do partido nazista, apresentou de forma escrita e imagética, e manuais para uma luta antinazista, produzidos entre 1942 e 1944,
as mulheres, consideradas arianas, como reprodutoras da raça, com o disponibilizados pela instituição alemã “Weiße Rose Stiftung e.V.”,
papel de regenerar a nação alemã. Essas mulheres eram encorajadas memorial do movimento. A metodologia aplicada para a pesquisa está
a engravidar visando o interesse público, em sintonia com o slogan “dar vinculada as teorias da História Social, na qual o foco é a análise das
um filho ao Führer”, como informa Jaime Pinsky (2018). A maternidade disputas políticas a partir de manifestações sociais e populares,
também era incentivada através de medidas estatais como os visando apontar a relevância de uma política vista de baixo para cima.
empréstimos matrimoniais, que a partir 1933, eram pagos aos maridos Trata-se de uma pesquisa em andamento, com intenção de identificar
cujas mulheres tivessem renunciado ao emprego por ocasião do a influência ideológica do grupo de reação no contexto político da
casamento e os cuidados com a família, como explica Gisela Bock

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XXIII SEMANA DE HISTÓRIA DO VALE DO IGUAÇU
Ditadura Hitlerista, e como as lutas estabelecidas por essas pessoas GUERRA E GÊNERO NA UNIÃO SOVIÉTICA: UMA ANÁLISE DA
foram de suma importância social. PERSPECTIVA DE ROZA SHANINA

AUSCHWITZ: O SONDERKOMMANDO Gabriele Alves


Graduanda em História - Unespar/UV
Jennifer Moucha Sena da Silva Orientador: Wanilton Dudek
Graduanda em história – Unespar/UV
O presente projeto de pesquisa visa explorar a perspectiva da mulher
militar soviética na Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), conflito
Nesse resumo será abordada a questão do nazismo e como funcionava global militar que envolveu grandes nações do mundo, incluindo a
a unidade de trabalho formada por judeus “selecionados”, chamados União Soviética, que em meio a esse conflito teve a participação
de Sonderkommandos. A pesquisa foi baseada no livro “Médico em feminina na Guerra não só nos bastidores, mas diretamente, com o
Auschwitz”, do médico judeu Miklos Nyiszli que trabalhou de maneira alistamento de diversas mulheres no exército. Com isso, a partir do
forçada para os nazistas nessa unidade. Quando o médico judeu foi diário da ex-combatente Roza Iegórovna Shanina, que inclui seus
parar no campo de concentração de Auschwitz, ele foi escolhido por relatos de experiências no front e suas relações pessoais, será
Josef Mengele, por conta de seu conhecimento em dissecações de analisada a vivência da mulher militar soviética considerando a
cadáveres e por falar alemão fluente (que ele aprendeu enquanto perspectiva feminina em um ambiente socialmente dito masculino.
estava em uma universidade alemã). O médico relata em seu livro Além disso, o projeto proposto visa trabalhar e desenvolver uma obra
como era fazer parte do Sonderkommando e os trabalhos que a maioria de história sobre o período, se encaixando nos campos da história
era designada a fazer, sendo esse grupo geralmente responsável pela social. Assim, a obra de Michel Foucault "Microfísica do poder" será útil
incineração dos corpos dos milhares de judeus que morriam nos para analisar as transformações sociais que ocorreram durante o
campos de concentração. Os nazistas ofereciam condições básicas de período, pensando nas relações de poder e gênero na sociedade
saúde e higiene para chantagear essas pessoas a fazerem o trabalho, soviética durante a guerra. O projeto pretende contribuir para a
dando roupas limpas, direito a banho todos os dias, comida descente, ampliação do conhecimento sobre a participação da União Soviética e,
cigarro e aguardente. Com isso os judeus, que já sabiam das condições principalmente, a participação feminina em meio ao campo de batalha,
de sobrevivência dentro dos campos de trabalho forçado, aceitavam bem como para a compreensão da sociedade soviética da época e os
migalhas para fazerem esse trabalho sujo e desumano que os soldados papeis de gênero impostos.
nazistas se recusavam a fazer.

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MEMORIALES PÚBLICOS CONTEMPORÁNEOS: SENTIMIENTOS impacto de los cambios en los rituales de duelo debido a la pandemia
PÚBLICOS DE DUELO A PARTIR DEL COVID-19 EN PLAZA DE de Covid-19 en Buenos Aires y analiza la importancia de los
MAYO monumentos temporales/permanentes y las entrevistas públicas con
turistas y familiares de las víctimas para comprender el impacto
Michel Kobelinski, Unespar-Universidad Nacional de Quilmes, UNQ, emocional de la pandemia.
mkobelinski@gmail.com

La pandemia de la Covid-19 ha dejado un impacto global devastador,


con un alto número de víctimas mortales y un profundo pesar en las
familias afectadas. En Buenos Aires, el gobierno liderado por el
presidente Alberto Fernández ha enfrentado críticas por la gestión de
la pandemia, con datos alarmantes de 9,426,171 infecciones y 129,451
muertes. La conducta del presidente, que impuso decretos de
aislamiento mientras participaba en encuentros sociales sin barbijo, ha
generado indignación en la población. La Marcha de las Piedras,
convocada a través de las redes sociales en agosto de 2021, permitió
que los argentinos rindieran homenaje a sus seres queridos y
protestaran contra el gobierno. Portaron pancartas de apoyo a las
familias afectadas y piedras con los nombres de los fallecidos,
depositándolas junto al Monumento Ecuestre al General Manuel
Belgrano (en el patio de la Casa Rosada). El Proyecto de Ley
Monumento La Marcha de Las Piedras aseguró la protección de estas
piedras en la Plaza de Mayo. Un proyecto de reubicación y
construcción de un memorial en el Parque Florentino Ameghino
propuesto por Emmanuel Ferrario (PRO), enfrento la resistencia de los
residentes del barrio Parque Patricios, que argumentan que esto
afectaría el valor histórico y arqueológico del lugar, que albergó
víctimas de epidemias en el siglo XIX. El proyecto busca revitalizar la
zona sur de Buenos Aires, pero los residentes enfatizan la importancia
de preservar la memoria de los 15 mil fallecidos enterrados allí. La
investigación explora, a partir de la historia pública y la historia oral, el

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XXIII SEMANA DE HISTÓRIA DO VALE DO IGUAÇU
DOENÇAS E ESCRAVIDÃO: O SABER MÉDICO COLONIAL
MESA 3: DA ANTIGUIDADE AO BRASIL COLONIAL SOBRE AS ENFERMIDADES VENÉREAS
LOCAL: UNESPAR – CAMPUS UVA
SALA: 21 (SALA DO CURSO DE HISTÓRIA – UNESPAR) Maria Eduarda Lombardi
DEBATEDOR(A): Profª Drª Naiara B. Krachenski Graduanda em História – Unespar/UV
Voluntária PIBIC/Fundação Araucária
“COMPARADOS ÀS CRIANÇAS DE NOSSA RAÇA”: SAINT- Orientador: Alexandre Rodrigues de Souza
HILAIRE E SUAS REPRESENTAÇÕES SOBRE OS GUARANIS
DOS SERTÕES MERIDIONAIS (1820-1821) Esta proposta busca investigar as concepções, circulação de leituras e
práticas de cura nos livros médicos que dissertaram sobre as doenças
Jessica Caroline de Oliveira no Brasil Colonial. Argumenta-se que os discursos médicos produzidos
Doutoranda pela Universidade do Oeste do Paraná. sobre essas moléstias moldaram estigmas sociais ligados à formação
escravista, reforçado a imagem de corpos negros como foco de
Os povos indígenas e os sertões brasileiros foram objeto de escrita, proliferação de uma suposta “luxúria” degenerada. O trabalho
contemplação e de representações heterogêneas durante o século envolverá o exame do tratado Observações sobre enfermidades dos
XIX, cujo teor narrativo refletia os interesses, valores e o lugar social negros escrito por Jean Barthelemy Dazille, durante sua experiência
de quem o produzia. Neste sentido, é possível encontrar descrições em São Domingos, publicado em Paris em 1776, mas com ampla
que exaltavam sujeitos e espaços enquanto elementos da circulação na colônia, com a tradução de Antônio Vieira de Carvalho,
grandiosidade e beleza do Brasil, como também, haviam aqueles em 1801.
escritos que nivelam e hierarquizam povos e culturas conforme os
modelos europeus, denotando assim, o caráter de atrasados, A ICONOGRAFIA DE CARLOS JULIÃO E A REPRESENTAÇÃO DA
incivilizados e distantes do progresso. Dentro deste caleidoscópio de VIDA COTIDIANA DE ESCRAVIZADOS NO BRASIL DO SÉC. XVIII
experiências e percepções, identifica-se ainda sujeitos que transitavam
e perambulavam por estes sertões, conhecendo, mapeando e Isabeli Mayeski
delineando os grupos humanos a partir de contatos mais diretos, Graduanda em História-UNESPAR
traçando parâmetros de compreensão e interpretação dos contextos Voluntária PIBIC/Fundação Araucária
aos quais estavam vinculados. Dito isso, este trabalho tem por objetivo Orientador: Alexandre Rodrigues de Souza
analisar as representações sobre os indígenas descritas nos relatos de
viagem de Auguste de Saint-Hilaire, tomando como fonte de pesquisa O Projeto de Iniciação Científica tem como objetivo central analisar a
as viagens realizadas aos sertões meridionais, entre os anos de 1820 obra iconográfica de Carlos Julião, “Figurinos de Brancos e Negros dos
e 1821. Uzos do Rio de Janeiro e Serro do Frio”, que foram produzidas no fim
do século XVIII, que será a fonte de pesquisa. Partindo deste

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XXIII SEMANA DE HISTÓRIA DO VALE DO IGUAÇU
documento, as discussões serão voltadas a discorrer sobre os produzidas. O autor destaca a influência europeia nos trajes e a relação
discursos formados e os estigmas empregados sobre a população entre Portugal e sua possessão americana. A interpretação das
negra, e entender principalmente os efeitos e consequências causadas coleções de Carlos Julião exige uma abordagem cuidadosa e
pelo do discurso do período. A iconografia será analisada na tentativa contextualizada. Assim, através da metodologia de análise visual,
de buscar perceber os parâmetros da vida cotidiana de negros e pretende-se mostrar como as representações artísticas podem ser
brancos, principalmente relacionado com as dinâmicas escravistas influenciadas por ideologias da época, preconceitos e restrições
estabelecidas na convivência entre os dois grupos. Por fim, a pesquisa
culturais. Além disso, no contexto colonial, a indumentária pode ter
se voltará a discussão do contexto escravista colonial, em uma visão
múltiplos significados, variando de acordo com a região e grupo social.
sobre o processo histórico violento da escravidão no Brasil.
PÃ E O DIABO: A DEMONIZAÇÃO DE ASPECTOS CULTURAIS
TRAJES E TRADIÇÕES: UMA ANÁLISE DAS AQUARELAS DE GREGOS NO CRISTIANISMO DO IMPÉRIO ROMANO ORIENTAL
CARLOS JULIÃO NO BRASIL COLONIAL DO SÉCULO XVIII DURANTE A ANTIGUIDADE TARDIA

Daniele Aparecida Oliveira Soares Gabriel Gawlouski


Graduanda em História – Unespar/UV Graduando (a) em História – Unespar/UV
Orientador: Alexandre Rodrigues de Souza Orientador: Everton Grein

O militar e engenheiro italiano Carlos Julião produziu uma série de O resumo tem como objetivo apresentar o tema a ser discutido, cuja
pesquisa faz parte de uma monografia ainda em desenvolvimento,
aquarelas retratando o cotidiano colonial brasileiro no século XVIII
onde através da metodologia da História Cultural busca analisar o
intitulada: Notícia sumária do gentilismo da Ásia: com dez riscos
processo de apropriação de aspectos da cultura grega relacionados à
iluminados. Ditos de figurinos de brancos e negros dos uzos do Rio de sexualidade e a moral pelos teólogos do Cristianismo Primitivo da
Janeiro e Serro Frio. Este trabalho tem como tema estudar a obra de Antiguidade Tardia no Oriente Próximo, com foco nos valores atribuídos
Carlos Julião e como ela revela as classificações sociais, diferentes de à deidade grega Pã e como adentraram a fé cristã de forma negativa;
pessoas e ocupações do mundo colonial. A indumentária retratada nas e como um dos principais teólogos da Igreja Cristã da época, Eusébio
telas desempenha um papel crucial no processo de identificação de Cesaréia, utilizou esses valores ao contribuir na formulação dos
desses tipos sociais. Argumenta-se que as roupas e acessórios usados dogmas da cristandade em sua obra Praeparatio Evangelica.
pelas pessoas nessas aquarelas podem indicar seu status social,
origem étnica e seu papel na sociedade. O militar destacou em sua
obra a indumentária de indivíduos negros brancos e indígenas, onde
maior representação foi de sujeitos negros, sendo 21 pranchas de 43

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XXIII SEMANA DE HISTÓRIA DO VALE DO IGUAÇU
BEOWULF: UMA EPOPEIA DE DOIS MUNDOS

Alexandre Alves de Almeida e Silva


Graduando em História – Unespar/UV
Orientador: Everton Grein

O referido projeto de pesquisa tem por objetivo analisar a perspectiva


de morte apresentada na obra anglo-saxônica conhecida como
Beowulf, um poema épico de autor desconhecido, escrito
provavelmente entre os séculos V-VI, embora que o manuscrito
utilizado para obras acadêmicas seja dos séculos X-XI. Busca-se a
partir dessa análise compreender ao longo da pesquisa os ideais de
medo e de morte presentes tanto na cultura nórdica (viking), bem como
esses elementos interagem e se metamorfoseam a partir da
cristianização da região conhecida como Escandinávia Medieval. Num
segundo momento, essa análise cultural das concepções vikings será
feita da mesma maneira com relação as características culturais do
cristão medieval, assim pretende-se chegar a um paralelo entre os dois
mundos e a sua interação na Era Viking, para que se possa levantar
hipóteses ou chegar a uma conclusão quanto aos eventos da obra de
Beowulf, que parece trilhar sua jornada em dois mundos ao apresentar
princípios e termos cristãos em uma narrativa que dado ao seu
contexto e período muito provavelmente seria uma obra pagã aos olhos
da igreja católica.

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