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A CSL - Consultoria de Engenharia e Economia S/C Ltda, apresenta neste documento o Estudo de Impacto
Ambiental – EIA, indicado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos renováveis - IBAMA,
para integrar o processo de licenciamento na etapa de Licença Prévia do Projeto de Duplicação da rodovia
BR-153 Goiás, subtrecho: Porangatu (km 68,5) a Anápolis (km 435,4), em atendimento ao contrato
assinado com o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT, que é o empreendedor
do projeto.
O Estudo de Impacto Ambiental - EIA integra um documento único, apresentado em 08 (oito) volumes:
Volume 1 Itens Introdutórios, Dados do Empreendimento, Área de Influência do Empreendimento e
Percepção Ambiental
Volume 2 Diagnóstico ambiental do Meio Físico
Volume 3 Diagnóstico Ambiental do Meio Biótico
Volume 4 Diagnóstico Ambiental do Meio Sócioeconômico
Volume 4A Anexo do Patrimônio Histórico e Cultural
Volume 5 Passivos Ambientais, Análise Integrada, Prognóstico Ambiental e Avaliação dos Impactos
Ambientais
Volume 6 Medidas Mitigadoras, Compensatórias e Programas Ambientais, Conclusões e Itens Finais
Volume 7 Atlas Geográfico
SUMÁRIO
IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR..........................................................................9
CAPÍTULO 1 - Introdução.....................................................................................13
1.1 - Contextualização do estudo de impacto ambiental.................................................15
2.1.3 - Justificativas.................................................................................................................... 24
Lista de Figuras
Lista de Quadros
EMPREENDEDOR
Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT
CNPJ: 04.892.707/0001-00
ENDEREÇO
SAN - setor de Autarquias Norte - Quadra 3 - Lote A
Edifício Núcleo dos Transportes Q-3, B-A
Brasília - DF
CEP: 70.040-902
FONE: (31) 3315-4000
FAX: (31) 3315-4083
www.dnit.gov.br
ENDEREÇO
Rua Turfa, 951
Prado - Belo Horizonte, MG
CEP: 30.410-370
Coordenador Geral
Engo. Paulo César Martins de Carvalho
CPF: 303.782.736-04
Endereço eletrônico: paulomc@cslconsultoria.com.br
Coordenador Técnico
Geógrafa Maria Cristina Schindler
CPF: 607.180.649-68
Endereço eletrônico: cristinams@cslconsultoria.com.br
1
Estudo elaborado no âmbito do Convênio BRA/95/02 firmado pelo Banco do Nordeste e Instituto Interamericano de Cooperação para
a Agricultura (IICA).
Estudo de Impacto Ambiental - EIA 17
dois lados de uma ferrovia são, geralmente, mais acentuados que nos casos da rodovia, enquanto
impactos como a poluição visual, auditiva e por gases e fuligem costumam ser maiores nas rodovias.
Embora existam diferentes impactos negativos nas fases de planejamento, construção, operação e
manutenção de estradas, os diretos e mais significativos estão relacionados com a construção e
correspondem à limpeza do terreno, ao nivelamento e à pavimentação.
As rodovias apresentam impactos ambientais indiretos no que diz respeito ao acesso a áreas de
significativo interesse ambiental, expondo-as aos riscos da degradação da flora e fauna, especialmente
devido ao desmatamento, à pesca e a caça ilegal. Alguns dos recursos naturais, anteriormente protegidas
da exploração, por serem inacessíveis, podem imediatamente tornar-se desprotegidos, com a implantação
de determinada estrada. Esses aspectos levantados sobre o potencial de modificação ambiental das
rodovias, em parte, aplicam-se ao projeto em estudo no EIA e, como tal, referenciam os estudos.
A partir dos aspectos conceituais adotados, foi estruturado o EIA em doze capítulos, distribuídos em 7
volumes, incluindo o Capítulo I que compreende os itens introdutórios abordados.
As metodologias dos diversos temas encontram-se explicitadas nos próprios capítulos, sendo seus
conteúdos descritos a seguir.
O Empreendimento
Neste capítulo são apresentados os critérios de delimitação e a identificação das áreas de influência do
empreendimento.
Para delimitação da área diretamente afetada (ADA), área de influência direta (AID) e área de influência
indireta (AII) foram consideradas unidades espaciais representativas do meio natural e do meio
socioeconômico.
Percepção Ambiental
O diagnóstico ambiental das condições atuais do meio físico partiu da análise das macro-estruturas,
correspondentes a área de influência indireta do empreendimento, sendo analisados os fatores e elementos
ambientais seguintes: clima, geologia, solos, aptidão agrícola, recursos hídricos, qualidade e usos da água,
níveis de ruído e poluição atmosférica.
Em seguida, a partir das informações obtidas no levantamento de campo, foi realizada uma análise mais
detalhada dos mesmos fatores e elementos na AID e ADA.
As condições ambientais atuais do meio biótico foram obtidas através da caracterização da flora
(levantamentos florísticos das formações vegetais) e dos corredores ecológicos. Ainda foi efetuada a
estimativa da área em que ocorrerá a supressão vegetal. Em relação ao levantamento da fauna, seguiu-se
a metodologia constante na IN do IBAMA nº 146/200, para os seguintes grupos: entomofauna,
herpetofauna, ictiofauna, avifauna e mastofauna. Ainda, foram identificadas as unidades de conservação
existentes na região de inserção do empreendimento.
Essas condições foram analisadas inicialmente no âmbito da área de influencia indireta (AII) e, em seguida,
detalhadas para a AID e ADA.
Passivo Ambiental
Como o projeto em análise no EIA refere-se a obras a serem executadas em rodovia já implantada, são
também considerados na análise ambiental os passivos ambientais instalados.
São considerados passivos ambientais da BR-153/GO as formas de degradação do meio ambiente,
instaladas em decorrência da rodovia ou geradas por terceiros em propriedades lindeiras à faixa de
domínio que afetem a rodovia.
A abordagem desse tema consta da identificação dos passivos existentes e da indicação daqueles que
serão corrigidos pela implantação das obras rodoviárias propostas. Os passivos não corrigidos pelas obras
serão objeto de medidas de recuperação, integrantes do plano de controle ambiental do empreendimento.
Neste capitulo é realizada uma análise integrada dos indicadores dos meios físico, biótico e as variáveis do
meio socioeconômico, visando uma regionalização da área de influência do empreendimento em unidades
geoambientais.
Essas unidades espaciais refletem as diferenças internas da área de influência indireta, quanto à qualidade
ambiental atual da região.
Prognóstico Ambiental
Esta avaliação é fundamentada na análise das características técnicas e funcionais das obras propostas
para a BR-153/Goiás e das condições atuais do meio ambiente da área de influência delimitada. O
processo de AIA se desenvolve partindo da identificação dos impactos, seguindo-se a qualificação e
classificação dos mesmos segundo a significância.
A análise desenvolvida aborda os impactos potenciais do projeto apresentado pelo DNIT, ou seja, as
alterações ambientais que poderão ocorrer, na alternativa de traçado proposta no Projeto Básico, bem
como as medidas mitigadoras para os mesmos.
Como para os demais temas do EIA, a metodologia adotada para a AIA é apresentada no capitulo da
avaliação.
Conclusões
O EIA finaliza com a apresentação das conclusões sobre a viabilidade ambiental do empreendimento, as
quais se fundamentam nos resultados do estudo realizado. Em especial, foram considerados os resultados
da avaliação de impacto e as possibilidades do efetivo controle ambiental das modificações ambientais a
serem potencializadas pelo empreendimento, bem como do passivo ambiental que não será corrigido pelas
obras rodoviárias.
A estruturação temática adotada para o EIA, encontra-se sintetizada no fluxograma seguinte.
O Projeto de Duplicação do subtrecho da BR-153, com extensão nominal de 366,9 km, ligando Porangatu
(região norte) a Anápolis (região Central) fortalecerá o grande eixo de integração das economias dessas
regiões com as de São Paulo e do Triângulo Mineiro, melhorando a integração entre o Norte/Nordeste e o
sul do País.
A ampliação e modernização da BR-153 facilitarão o acesso ao complexo portuário de Belém, no Pará e o
fluxo de importação/exportação, criando nova frente de investimentos, gerando mais emprego e maior
circulação de riquezas, fortalecendo a especialização produtiva característica das regiões e incentivando a
complementação e expansão de áreas industriais existentes.
A Rodovia BR-153 na parte sul do Brasil, seqüência natural da rodovia BR-153/Norte, é uma importante via
de acesso aos principais mercados do País e atende, tanto aos fluxos inter-regionais de cargas, para
abastecimento interno, quanto para exportação de produtos, através do Porto de Santos ou por vias
internas, em direção aos demais países do Mercosul.
A rodovia BR-153 é um símbolo de progresso, de integração e de união nacional. Com a segurança e o
conforto de uma via pavimentada e duplicada, otimizará a ligação, de um lado, entre Goiás e São Paulo e
de outro, “aproximará” o nordeste do sul do país.
Sua duplicação tem como objetivos a redução do custo do transporte de cargas na área que abrange os
Estado de Goiás e Pará e a promoção da recuperação e a interiorização de transportes para a região como
fator preponderante para o seu desenvolvimento econômico e social.
A elaboração do EIA/RIMA relativo à obra de duplicação correspondente, tem como objetivos específicos a
adequação do empreendimento às normatizações estabelecidas pelos órgãos governamentais
competentes, a promoção da presença do estado, através de obras e serviços visando à ordenação e o
desenvolvimento da região, respeitando e assegurando suas peculiaridades, de maneira harmônica com o
meio ambiente antrópico e natural.
1.3.3. Justificativas
A BR-153 faz a ligação norte-sul do estado. Essa rodovia foi a redenção desenvolvimentista desta porção
de Goiás que se achava isolada em seu próprio estado e do Brasil, sendo o principal vetor de penetração
do capital econômico e tecnológico, bem como fator de desbravamento e de ocupação demográfica da
região e permitindo o desenvolvimento, em escala mercantil, da agropecuária, mineração, e do comércio
regional. Em seu trajeto prosperaram cidades pólos da região como Porangatu e Uruaçu, além de outras de
menor porte.
A Região apresenta condições naturais e socioeconômicas favoráveis para a instalação de um processo
duradouro de desenvolvimento. As condições de solo e clima, a perspectiva de desempenho de sua
economia e a integração de sua rede de transporte ao sistema intermodal, a partir dos investimentos como
da implantação da BR-080/GO, no segmento entre São Miguel do Araguaia e Uruaçu e da Ferrovia Norte-
Sul, permitem prever excelentes possibilidades de desencadear projetos complementares, que contribuirão
para que o desenvolvimento da região, se dê com integração e equidade, visto que, a região ocupa uma
posição geográfica privilegiada e será altamente beneficiada pela duplicação da principal via de integração
nacional, a BR-153, colocando-a na posição de “zona de fronteira econômica” e integrando-a no contexto
da economia de mercado.
O empreendimento em questão se insere em uma área de pouca complexidade do ponto de vista
ambiental.
O trecho a ser duplicado da BR-153, entre Porangatu e Anápolis, no Estado de Goiás, desempenha
algumas funções significativas para a estrutura sócio-produtiva regional, com destaque para:
Base vetorial
A base cartográfica do estudo foi gerada na escala 1:250.000 a partir da documentação disponível
comercializada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Diretoria do Serviço Geográfico
do Exército (DSG).
A escala 1:250.000 apresenta boa adequação às finalidades do projeto, representando os elementos
necessários tanto à análise integrada quanto às figuras e ilustrações básicas. O próprio IBGE (1999)
recomenda o uso dessa escala na elaboração de projetos e estudos que envolvam ou modifiquem o meio
ambiente.
Portanto, a maior parte da base para o estudo encontra-se na escala 1:250.000, apresentando a Área de
Influência Direta (AID), Área de Influência Indireta (AII), além das faixas de 60 metros, 2, 3 e 5 quilômetros
de cada lado do eixo da rodovia, utilizadas nas análises dos meios físico, biótico e socioeconômico, como
área de influência direta e indireta. As camadas de informações pertencentes a esse grupo é composto dos
seguintes temas:
Limite estadual e municipal
Sedes municipais
Núcleos urbanos (Vilas, povoados) da AID e AII
Principais áreas rurais produtivas atravessadas
Curvas de nível
Hidrografia (Principais cursos de água transpostos)
Limites de bacias hidrográficas
Limites de parques e terras indígenas
Áreas de proteção ambiental - APAs
Malha viária existente e prevista
Linhas de transmissão
Limite das áreas de influência
Áreas de pesquisa e exploração mineral
Parte da base vetorial encontra-se em escala 1: 1.000.000 como:
Cavernas
Geologia
Geomorfologia
Solo
O mapeamento do Uso e cobertura do solo foi realizado a partir da classificação das imagens de satélites
componentes deste banco de dados geográficos e, sua resolução espacial é compatível com a escala de
1:30.000.
Como complementações da base vetorial são apresentados os dados colhidos em GPS:
Eixo da Rodovia BR-153
Pontos de coleta de água
Pontos de qualidade de ar
Pontos de análise de ruído
Pontos de visita do meio físico
Pontos de visita do meio biótico
Pontos de visita do meio antrópico
Pontos de comunidades tradicionais
Pontos de patrimônio histórico
Pontos de patrimônio arqueológico
Os arquivos rasters utilizados neste estudo se encontram no formato geotiff e GRID, portando, já
devidamente georreferenciado. O Quadro 2.1 traz a relação das cartas topográficas utilizadas no estudo.
Quadro 2.1
Cartas topográficas da região na escala 1:100.000
Código Nome Órgão executor Mi
SE.22-X-B-II Anápolis ME-DSG 2257
SD.22-X-C-VI Bonópolis ME-DSG 2034
SD.22-Z-B-I Campinorte ME-DSG 2079
SD.22-Z-C-III Ceres ME-DSG 2167
SD.22-X-D-V Formoso ME-DSG 2036
SD.22-Z-D-I Goianésia ME-DSG 2168
SD.22-Z-C-VI Itaguaru ME-DSG 2211
SD.22-Z-A-VI Itapaci ME-DSG 2122
SD.22-Z-D-IV Jaraguá ME-DSG 2212
SD.22-X-B-V Jau ME-DSG 1938
SD.22-X-D-II Mata Azul ME-DSG 1989
SD.22-X-D-IV Mutunópolis ME-DSG 2035
SE.22-X-B-I Nerópolis ME-DSG 2256
SD.22-X-C-III Novo planalto ME-DSG 1987
SD.22-ZD-V Pirenópolis ME-DSG 2213
SD.22-X-D-I Porangatu ME-DSG 1988
SD.22-Z-A-III Santa Terezinha de Goiás ME-DSG 2078
SD.22-X-B-IV Talismã ME-DSG 1937
SD.22-Z-B-II Tupiracaba ME-DSG 2080
SD.22-Z-B-IV Uruacu ME-DSG 2123
Para as dez cenas utilizadas, as bandas 2,3 e 4 foram empregadas para a composição colorida, neste caso
RGB – 342. A banda 2 referente à cor azul no espectro eletromagnético foi posicionada no canal Azul
(Blue). A banda 3 referente à cor Vermelha no espectro eletromagnético foi posicionada no canal Vermelho
O Geoprocessamento contém toda a base de dados geográficos apresentadas para o Estudo de Impacto
Ambiental – EIA, para o projeto de duplicação da BR-153, subtrecho: Porangatu - Anápolis.
Como foi descrito no ínício deste item, a organização da Base de Dados Geográficos é apresentada em
três tipos distintos: Vetores, Tabelas e Raster. No primeiro disco chamado de Disco 1 estão os arquivos de
Mapas para impressão, os metadados, as tabelas e vetores, dispostos nos diretórios a seguir:
Mapas_impressão: Mapas presentes nos produtos já apresentados em formato CDR e PDF;
Tabelas: Informações complementares das Bases Geográficas vetoriais em formato Access;
Vetores: Base de Dados Geográficos, do tipo vetorial, em formato Shapefile;
Metadados: Arquivos Access contendo tabelas e formulários.
A mascara a seguir representa a tela do formulário Bases do arquivo access, que descreve as principais
características sobre as informações geográficas utilizadas.
Neste item é apresentada a análise completa das inter-relações do empreendimento, com os planos e/ou
programas em andamento ou propostos na área de influência, bem como a legislação ambiental vigente,
considerando:
Identificação dos programas públicos ou da iniciativa privada que possam interferir, positiva ou
negativamente, no projeto;
Informação das atividades da área de influência que venham potencializar os impactos ambientais
gerados, e também outras atividades similares na mesma área de influência;
Verificação da compatibilidade do projeto com a legislação do meio ambiente, em níveis federal,
estadual e municipal.
1.3.5.1. Inter-relações do empreendimento com planos e/ou programas
A implantação de mais de um empreendimento numa mesma região, tende a gerar sinergias, ou seja,
modificações ambientais que se produzem quando o efeito conjunto de vários empreendimentos resulta em
modificações de maior magnitude, do que aquelas geradas isoladamente.
Entretanto, a falta de articulações entre os vários programas governamentais tem gerado políticas
desencontradas, muitas vezes fazendo com que os recursos destinados aos setores produtivos, sociais e
ambientais se percam em ações que se sobrepõem ou que não estão direcionados para objetivos comuns.
Salienta-se, ainda, que a falta de interação impede um processo de avaliação de resultados das políticas
públicas e planos implementados anteriormente no Estado.
Assim, pressupõe-se que a integração entre os planos, programas e projetos ampliem soluções nos
campos, socioeconômico, político e ambiental.
Partindo-se desse pressuposto, foi realizado um levantamento abrangendo a área de influência do projeto
de duplicação da BR-153, visando identificar planos, programas e projetos governamentais e privados que
pudessem com ele interferir, de forma direta ou indireta, considerando que o mesmo também faz parte de
um programa que visa o crescimento econômico do País.
Como temáticas prioritárias para o levantamento, foram consideradas as áreas de transporte,
desenvolvimento socioeconômico (assentamentos, agropecuários, turísticos, etc.) e proteção ambiental.
Para a identificação das principais iniciativas a cargo do governo adotou-se como prioritária a fonte de
informações - o Plano Plurianual - PPA, 2008/2011 - federal, o Plano Plurianual - estadual, para o período
2008/2011 além de entrevistas em prefeituras da área de influência do empreendimento.
Uma das prioridades da Administração Pública Federal, que terão tratamento diferenciado durante o
período de execução do Plano Plurianual 2008-2011, refere-se às ações do Programa de Aceleração do
Crescimento - PAC.
Os investimentos em infra-estrutura aparecem como um dos pontos centrais do Programa para estimular
um crescimento mais consistente da economia brasileira. Trata-se de um volume de recursos bastante
expressivo, estimado em cerca de R$ 500 bilhões ao longo dos próximos quatro anos.
Esses investimentos serão feitos nas seguintes áreas: logística (rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e
hidrovias); energia (geração e transmissão de energia elétrica, petróleo e gás natural e combustível
renováveis) e infra-estrutura social e urbana (saneamento, habitação, transporte urbano, Luz para Todos e
recursos hídricos).
O programa prevê a construção, adequação, duplicação e recuperação, em quatro anos, de 42 mil
quilômetros de estradas, 2.518 quilômetros de ferrovias, a ampliação de 12 portos e 20 aeroportos. Além
disso, a geração de mais de 12.386 megawatts de energia elétrica, a construção de 13.826 km de linhas de
transmissão, a instalação de quatro novas unidades de refino ou petroquímicas, a construção de 4.526 km
de gasodutos e instalação de 46 usinas de biodiesel. Haverá ainda a construção de rede de água e esgoto
para 22,5 milhões de domicílios.
Para a área de influência do projeto de duplicação da BR-153 foram identificados, no PAC, os seguintes
empreendimentos já codificados ou com autorização para movimentação e empenho:
Esgotamento sanitário/implantação - sede de Anápolis;
Urbanização de assentamentos precários - município de Anápolis/ Bairro Setor Sul;
Saneamento básico/elaboração de estudos e projetos - município de Pirenópolis;
Esgotamento sanitário/abastecimento de água - município de Estrela do Norte;
Esgotamento sanitário/abastecimento de água, melhorias domiciliares sanitárias - município de
Campinorte;
Abastecimento de água - município de Hidrolina;
Abastecimento de água/ habitação/assistência técnica - município de São Francisco de Goiás;
Esgotamento sanitário - município de Itapaci;
Habitação/assistência técnica e elaboração do Plano Municipal de Habitação - município de Itapaci;
Estudo de Impacto Ambiental - EIA 32
Produção habitacional - município de Itapaci, Setor Regina;
Elaboração do Plano Municipal de Habitação e produção habitacional Loteamento Santa Fé;
Habitação/assistência técnica e elaboração do Plano Municipal de Habitação - município de
Porangatu;
Produção de lotes urbanizados - Residencial Marlene Vaz - município de Porangatu;
Produção habitacional - município de Porangatu, Residencial Marlene;
Habitação/assistência técnica e elaboração do Plano Municipal de Habitação - município de São Luís
do Norte;
Elaboração do Plano Municipal de Habitação - município de Uruaçu;
Habitação/assistência técnica - sede do município de Santa Isabel;
LT Colinas - Serra da Mesa C2/TO-GO - implantação - 695 km - 500 kV;
UHE Buriti Queimado/GO - implantação - 142 MW.
Em relação a infra-estrutura logística, o PAC prevê investimentos do DNIT no estado de Goiás, em
empreendimentos que contribuam, sobretudo, para o escoamento da produção agrícola da região. Dessa
forma, para a área de influência do empreendimento, citam-se:
BR-060/GO - Conservação e recuperação
BR-070/GO - Conservação e recuperação
BR-080/GO - Conservação e recuperação
BR-153/GO - Conservação e recuperação
BR-251/GO - Conservação e recuperação
Ferrovia de Integração Centro-Oeste - Uruaçu (GO) - Vilhena (RO) - estudo
Ferrovia Norte-Sul - Palmas (TO) - Uruaçu (GO)
O projeto de duplicação da BR-153, juntamente com as obras previstas pelo PAC para a região, trarão
inúmeros benefícios sociais e econômicos.
Outro empreendimento do Governo Federal em Goiás é a construção da Ferrovia Norte-Sul, obra da
VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., empresa pública, do Ministério dos Transportes, que
detém a concessão para sua construção e operação.
O traçado inicial da Ferrovia Norte-Sul previa a construção de 1.550 quilômetros de trilhos, cortando os
estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. Com a Lei nº 11.297, de 09 de maio de 2006, da Presidência da
República, que incorporou o trecho Açailândia-Belém ao traçado inicialmente projetado, a Ferrovia Norte-
Sul terá, quando concluída, 1980 quilômetros de extensão.
Segundo os Estudos Ambientais Complementares ao EIA/RIMA da Ferrovia Norte-Sul nos Estados de
Goiás e Tocantins, 2002, no estado de Goiás, do ponto de vista político-administrativo a área de influência
indireta da ferrovia, compreende parte de 19 municípios: Anápolis, Petrolina de Goiás, Campinorte,
Porangatu, Campo Limpo de Goiás, Rialma, Damolândia, Rianápolis, Estrela do Norte, Santa Isabel,
Goianésia, Santa Rita do Novo Destino, Jaraguá, Santa Tereza de Goiás, Jesúpolis, São Luiz do Norte,
Mara Rosa, Uruaçu e Ouro Verde de Goiás.
A Área de Influência Indireta é aquela que se liga diretamente à operação ferroviária, e se interrompe na
presença de barreiras físicas naturais ou construídas. A área correspondente, no que se refere à Ferrovia
Norte-Sul deve obedecer, como delimitação, o rio Tocantins e a rodovia Belém-Brasília, como barreiras
físicas a Leste e a Oeste da área de interesse, conforme apresentado na Figura 2.1.
Como a Belém-Brasília está situada aproximadamente no divisor de águas Tocantins-Araguaia, a área de
influência indicada envolve todas as bacias contribuintes da margem esquerda do rio Tocantins.
Após Brejinho de Nazaré - TO, o traçado da ferrovia se aproxima da BR-153, utilizando a bacia do rio Santa
Teresa, afluente do Tocantins. Nesse trecho, estendendo-se até Porangatu, o limite Leste passa a ser o rio
Santa Tereza. A montante do reservatório da UHE Serra da Mesa, a área de Influência passa a considerar
como limites aproximados a BR-153 e a bacia do Rio das Almas (um dos formadores do rio Tocantins) até
as nascentes de seus afluentes (rio dos Patos; rio Pari e rio Padre Souza) e até Anápolis.
Assim, dos municípios da área de influência da ferrovia, no estado de Goiás, 13 deles, também pertencem
a área de influência do projeto de duplicação da BR-153, que são: Porangatu, Santa Tereza de Goiás,
A ferrovia Norte/Sul foi projetada para promover a integração nacional, minimizando custos de transporte
de longa distância interligando as regiões do país, principalmente, às produtoras de grãos. Desta forma, a
operação da ferrovia num futuro próximo, através da intermodalidade e políticas governamentais, vir a
interagir com a BR-153 duplicada, pois o empreendimento visa ampliar a capacidade de tráfego, a redução
do tempo de viagem e dos custos operacionais dos veículos de carga.
A articulação da Ferrovia Norte-Sul com a BR-153 e outros eixos rodoviários será positiva, e irá
potencializar os benefícios para região, como, por exemplo, agilizar o escoamento da produção
agropecuária, setor em franca expansão na região bem como favorecer a implantação de diferentes ramos
de negócios, com reflexos diretos na economia regional e resultando na melhoria da qualidade de vida da
população da região.
Programa Finalístico
Na área de influência do empreendimento foram identificados três acampamentos, muito próximo da faixa
de domínio da BR-153 ou no seu interior: acampamento Boa Sorte, acampamento Terra Nossa e
acampamento Maria Bonita. Essa situação configura como uma “invasão”, por não estar regularizada pelos
órgãos competentes e podendo constituir futuramente num conflito com a rodovia na fase de implantação.
O Programa Assentamentos para Trabalhadores Rurais poderá interagir de maneira positiva com o projeto
de duplicação da BR-153, pois objetiva promover o acesso a terra. Assim, poderá ocorrer a transferência
desses acampamentos para local apropriado e legalizado, liberando a faixa de domínio da rodovia.
Meio Ambiente
- Programa: Conservação e Recuperação dos Biomas Brasileiros
A BR-153 é um dos principais eixos rodoviários do estado de Goiás, que o atravessa de Sul a Norte, sendo
muito utilizada por caminhões levando matérias-primas, mercadorias e produtos perigosos, que trafegam
entre as regiões Sul, Sudeste e Norte do Brasil.
O transporte rodoviário de produtos perigosos é tema de interesse em todas as esferas governamentais
(federal, estadual e municipal). As questões ligadas a esse tipo de transporte, também, interessam aos
fabricantes, transportadores, organizações públicas e privadas que, de alguma forma, estão ligadas à
segurança do trânsito em redes viárias.
As conseqüências de qualquer acidente envolvendo um veículo transportando produto perigoso podem ser
sentidas não só por usuários das vias, mas, sobretudo, por comunidades próximas ao local da ocorrência.
Os danos ambientais, também, poderão ser bastante amplos, como por exemplo, a contaminação de um
corpo d’água, que poderá afetar toda a dinâmica de uma bacia hidrográfica.
Assim sendo, quanto maiores e melhores forem os mecanismos de controle, aperfeiçoamento do processo
de prevenção, preparação e resposta rápida a emergências ambientais com produtos químicos perigosos,
menor será a intensidade dos riscos ambientais.
Com o projeto de duplicação da BR-153 espera-se um aumento na circulação de veículos de transporte de
cargas e passageiros e, por conseguinte, a probabilidade de aumento acidentes, também será maior.
Dessa forma, o P2R2 será muito positivo para a BR-153 duplicada, pois, apresenta ações preventivas e
corretivas, de forma a evitar acidentes.
Saúde
- Programa de Saúde da Família (PSF)
Órgão Responsável: Ministério da Saúde
Objetivo: oferecer assistência médica por meio de equipes multiprofissionais, com
acompanhamento da situação de saúde da família em uma determinada área geográfica.
Público-Alvo: população
Ações: promoção e recuperação da saúde, prevenção, reabilitação de doenças e agravos mais
freqüentes e na manutenção da saúde da comunidade.
- Programa Nacional de DST e AIDS (PN-DST/AIDS)
Órgão Responsável: Ministério da Saúde
Objetivo: reduzir a incidência do HIV/AIDS e melhorar a qualidade de vida das pessoas vivendo
com HIV/AIDS”. As suas metas principais são: redução da transmissão vertical do HIV e da sífilis;
aumento da cobertura do diagnóstico e do tratamento das DST e da infecção pelo HIV; aumento
da cobertura das ações de prevenção em mulheres e populações com maior vulnerabilidade;
redução do estigma e da discriminação e a melhoria da gestão e da sustentabilidade”.
A indústria de turismo desponta atualmente como um dos mais promissores segmentos econômicos no
mundo moderno, empregando um número expressivo de pessoas e empresas.
O poder público, ciente da importância dessa indústria para a economia do estado de Goiás, deve garantir,
de forma abrangente, todos os recursos que beneficiem e facilitem o desenvolvimento do turismo.
Assim, os projetos turísticos associados com projetos de pavimentação, recuperação e adequação de
rodovias são aspectos considerados fundamentais para a expansão das atividades turísticas.
Nesse setor, alguns municípios da área de influência do projeto da BR-153, que apresentam potencial
turístico, serão beneficiados com a duplicação da rodovia. Dessa forma, a interação dos programas
turísticos com o projeto de duplicação será positiva.
Infra-Estrutura energética, logística e obras públicas
- Plano de Desenvolvimento do Sistema de Transporte do Estado de Goiás - PDTG
Órgão Gestor: SEINFRA - Secretaria de Estado de Infra-Estrutura
Objetivo: tornar o Estado mais competitivo nos mercados brasileiro e mundial, por meio de um
estudo detalhado da malha multimodal (rodoviária, ferroviária e hidroviária) com projeções
econômicas, expectativas de demanda e possíveis intervenções para melhorar o esquema de
logística existente dos próximos 15 anos.
Público-Alvo: estado de Goiás
O PDTG visa estabelecer um plano diretor de transporte a longo prazo para o estado de Goiás, com base
em detalhadas informações sobre o transporte de cargas até os locais de destino, dos produtos goianos,
seja em outros estados ou com outros países, com a identificação de obstáculos, as possíveis soluções e
os investimentos necessários.
Através do estudo da malha rodoviária do estado de Goiás, o Plano conseguiu traçar um perfil do sistema
de transporte atual do estado e aponta as principais rodovias goianas e as intervenções que serão
necessárias para atender o aumento de demanda a longo prazo.
O PDTG não foi concebido exclusivamente para realizar obras e sim para otimizar ao máximo a utilização
da rede de transporte existente.
Segundo o PDTG um dos investimentos incluídos como obras concluídas até o final de 2007, seria a
recuperação da BR-153 Norte entre Anápolis e o estado de Tocantins. O Plano indicou que conclusão da
restauração da rodovia faria retornar o tráfego a essa via que vem se desviando à BR-080 e à GO-080.
Obs.: Os Segmentos:- Entr. BR- 414/GO - Padre Bernardo = 47,0 km, e Barro Alto à BR-153/GO = 59,20km
- foram concluídos através de Convênios de Delegação - AGETOP/DNIT.
Deve-se prever, com muito critério, os impactos da rodovia sobre o meio ambiente, não só sobre o espaço
físico e biótico, como também sobre a comunidade diretamente afetada. A rodovia tem impacto direto sobre
a população lindeira ao longo da via e nas cidades que interceptam.
Para a BR-153, uma rodovia já implantada e em utilização, a análise está centrada na identificação,
correção ou recuperação dos problemas ambientais que serão gerados com as obras de duplicação e a
sua futura operação.
Mas , verificou-se que a maioria dos municípios da área de influência do empreendimento, não possuem
legislação ambiental específica para as questões ambientais e Conselhos Municipais de Meio Ambiente. As
Secretárias Municipais de Meio Ambiente existentes estão vinculadas a outros órgãos municipais, sendo
algumas com pouca expressividade e atuação.
Dentro desse contexto, a implantação dos programas ambientais propostos serão bastante positivos para a
região, e, por conseguinte, para o projeto de duplicação da BR-153. As medidas de controle, que serão
propostas no estudo ambiental, serão potencializadas com a implantação de programas ambientais
governamentais e a participação da sociedade civil nas tomadas de decisões.
Urbanização
O presente trabalho possui como objetivo a analise das principais leis ambientais de interesse na
duplicação da BR-153 no Estado de Goiás.
É importante que a duplicação da BR-153 ocorra dentro da legalidade, sendo que tal trabalho deverá ser
utilizado no intuito de auxiliar o órgão ambiental competente na concessão das licenças ambientais para
instalação e inicio das obras, como auxiliar o empreendedor em sua atividade.
Princípios ambientais
Antes de adentrar nas normas propriamente presentes no caso concreto da duplicação da BR - 153/GO é
importante a compreensão da competência de todos os entes federativos em matéria ambiental.
A Constituição Federal adotou o principio da predominância dos interesses ao estipular as competências
dos Entes Federados. De acordo com esse princípio, é da União a competência de matérias de interesse
geral; dos Estado-Membros, de interesse Regional e dos Municípios, de interesse local.
O legislador constitucional ainda levou em conta qual a competência: se legislativa ou administrativa
(material). Estas ainda se subdividem nos seguintes critérios, segundo Alexandre de Moraes (2007):
- Competência Administrativa: competência exclusiva (art. 21, 30 e 25 § 1º da CF) e comum dos entes
federados (art. 23 da CF);
- Competência Legislativa: competência privativa da União (art. 22 da CF), possibilidade de delegação
de competência da União para os Estados (art. 22 §Ú da CF), competência concorrente (art. 24 da
CF), competência remanescente do Estado (art. 25 §1º da CF), competência exclusiva do município
(art. 30,I da CF), competência suplementar do município (art. 30, II da CF) e competência reservada
do Distrito Federal (art. 32, § 1º da CF).
Assim, é elaborada uma análise de todas as competências dos entes federados, tanto legislativa quanto
administrativa, para conhecimento da área de atuação de cada um deles em matéria ambiental.
Competência Legislativa
A Constituição Federal, ao delimitar a competência legislativa em matéria ambiental, determinou em seu
art. 24 da CF:
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
(...)
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.”
Trata-se assim de competência legislativa concorrente em matéria de direito ambiental entre a União,
Estados-Membros e Distrito Federal, onde a União deverá editar normas gerais e os Estados-Membros
deverão complementá-las, segundo o § 1º do art. 24 da nossa Constituição Federal.
De óbvio que os Estados-Membros nunca poderão suplementar um texto legal federal com intuito de
descumpri-lo ou de modificar seu sentido. Nesse sentido, Paulo Affonso Leme Machado (2005) ressalta:
“Não se pode suplementar um texto legal para descumpri-lo ou para dertupar sua intenção, isto é,
para desviar-se da mens legis ambiental federal.”
Assim, essa complementação deve ser feita com o objetivo de aperfeiçoar, melhorar ou suprir as lacunas
deixadas, lacunas estas deixadas para que os Estados-Membros possam preencher sob seu melhor
interesse, sob a luz do já citado interesse regional.
Já em relação à competência municipal legislativa, em matéria ambiental, cita-se o art. 30, I e II da Carta
Magna:
“Art. 30. Compete aos Municípios:
I. legislar sobre assuntos de interesse local;
II. suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;”
A lei 6.938 de 1981 estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, legislação esta que estabelece as
principais diretrizes e princípios básicos de conservação e preservação do meio ambiente. Em tal legislação
Ao estabelecer a Política Nacional do Meio Ambiente o legislador infra-constitucional, em seu art. 2º,
estabelece os princípios a serem seguidos:
“Art. 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao
desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade
da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
I. Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como
um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso
coletivo;
II. Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV. Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V. Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI. Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos
recursos ambientais;
VII. Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII. Recuperação de áreas degradadas;
IX. Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X. Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade,
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. “
De tais princípios pode-se perceber a intenção do legislador em preservar o meio ambiente com seus
recursos naturais, sempre objetivando uma melhora no meio ambiente. Nesse sentido Paulo de Bessa
Antunes (2001) aduz:
“A melhoria do meio ambiente significa dar-lhe condições mais adequadas do que aquelas que este
apresenta. Isto é, a Política Nacional de Meio Ambiente busca estimular o manejo ambiental de
forma que a qualidade do meio ambiente seja, progressivamente, superior.
Sobre os objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente, de acordo com o art. 4º da lei 6.938/81, esta
visa:
”Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
I. À compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do
meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II. À definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio
ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
dos Municípios;
III. Ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e
manejo de recursos ambientais;
IV. Ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de
recursos ambientais;
V. À difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações
ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da
qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VI. À preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à
vida;
Licenciamento Ambiental
A Administração Pública pode emitir três tipos de licença ambiental, dependendo do caso especifico em
que se encontra o empreendimento. Esses três tipos de licença são enumerados no art. 8º da Resolução
CONAMA nº 237, de 1997:
A Constituição Federal estabeleceu em seus art. 21 e 22 as competências tanto material quanto legislativa
sobre o Sistema Nacional de Transportes e Viação:
Art. 21. Compete à União:
(...)
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
Art. 22. Compete privativamente a União legislar sobre :
(...)
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
Seguindo estes preceitos constitucionais, o legislador infraconstitucional editou a norma 9.503 de 1997 que
institui o Código de Trânsito Brasileiro. Em seu artigo 1º ficou estabelecido:
“Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à circulação,
rege-se por este Código.
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em
grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou
descarga.
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades
componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas
competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito.
(...)
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes no Sistema Nacional de Trânsito darão
prioridade em suas ações à defesa da vida, nela incluída a preservação da saúde e do meio-
ambiente.”
Ficou claro, pelo transcrito acima, que o legislador, ao elaborar o Código de Trânsito Brasileiro, teve sua
preocupação voltada principalmente à segurança e ao meio ambiente.
O Sistema Nacional de Trânsito, instituído pelo art. 5º desta lei, possui como objetivos básicos:
“Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de Trânsito:
I. Estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à segurança , à fluidez, ao
conforto, à defesa ambiental e à educação para o trânsito, e fiscalizar seu cumprimento;
II. Fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização de critérios técnicos, financeiros e
administrativos para a execução das atividades de trânsito;
III. Estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de informações entre os seus diversos órgãos e
entidades, a fim de facilitar o processo decisório e a integração do Sistema.”
Desta forma, deve a Administração Pública, ao construir ou duplicar rodovias, como no caso em tela, prezar
sempre pela segurança, bem como pela preservação do meio ambiente.
Sendo assim, é importante a compreensão da legislação relativa ao Sistema Nacional de Trânsito para se
entender a legalidade ambiental do empreendimento.
Lei 10.233 de 2001
A lei 10.233 de 2001, responsável pela reestruturação do transporte terrestre, em seu art. 79, cria o
Departamento Nacional de Trânsito - DNIT, vinculando ao Ministério dos Transportes.
Faixas de domínio
A faixa de domínio é a base física sobre a qual se situa a rodovia, não se constituindo somente a pista de
rolamento, ou seja, o local onde trafega o veículo. Também engloba a faixa de domínio, o acostamento e a
sinalização. Esta faixa de domínio é de responsabilidade do DNIT, e varia de dimensão de rodovia para
rodovia, sendo normalmente uma reserva de 60 metros a 100 metros.
No Manual, já citado do DNIT, de Ordenamento do Uso do Solo nas Faixas de Domínio e Lindeiras na
Rodovia Federal, fica especificado:
“As rodovias integrantes da Rede Rodoviária Federal que atravessam as áreas rurais, ao serem
projetadas, têm suas faixas de domínio dimensionadas em função das condições de relevo, de
acordo com as normas vigentes. Nas situações em que a rodovia atravessar áreas urbanas, onde
houver necessidade de definir acessos e travessias, deverão ser elaborados planos funcionais que
indicarão com detalhamento minucioso os principais tipos de uso do solo, os tipos de travessia e
suas interseções, além das medidas relativas a controle de acessos.”
Tais dimensões são estipuladas pelo Manual de Projeto Geométrico de Rodovias Rurais do extinto DNER,
que levam em conta, exclusivamente o tipo do relevo atravessado pela rodovia.
Além de tal área de responsabilidade do DNIT, existe ainda uma área particular ao redor de toda a rodovia
que é não-edificável. Essa área não-edificável é de 15 metros pra cada lado. Tal questão é justificável por
questões de segurança.
A lei 6766 de 1979 aduz dessa maneira no art. 4º III:
Art. 4º - Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos:
(...)
III - ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e
ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não-edificável de 15 (quinze) metros de cada lado,
salvo maiores exigências da legislação específica;
Conforme já demonstrado, a lei 6766 de 1979 aduz que ao longo das faixas de domínio público das
rodovias será obrigatória a reserva mínima de uma faixa não-edificável de 15 (quinze) metros de cada lado.
No caso do proprietário privado lindeiro não respeitar tais faixas não-edificáveis, pode haver ação judicial
de demolição contra o empreendimento construído por este, ação esta a ser proposta pelo próprio DNIT,
sem ter o proprietário privado direito a qualquer indenização, já que tal edificação vai diretamente contra o
ordenamento legal vigente.
Porém, interessante mesmo, é a situação do lindeiro que construiu em tal faixa não-edificante antes da
edição da lei 6766 de 1979. Em tais casos deverá ser indenizado o proprietário da edificação antes da
demolição de sua obra.
No caso de construção de uma nova rodovia federal, se houver edificação anterior na nova faixa não-
edificante, deverá também o proprietário de tal edificação ser indenizado.
Fica claro que, mesmo com prévia autorização da prefeitura para construção na faixa não-edificante, pode
o DNIT promover a ação judicial demolitória sem prévia indenização ao proprietário, já que tal faixa não-
edificante é estipulada em lei federal e é de responsabilidade do órgão federal.
Tal lei está de acordo com a Constituição Federal, que inúmeras vezes, fala sobre a função social da
propriedade. Tais faixas não-edificantes têm como fundamentação a segurança dos motoristas e dos
próprios lindeiros, devendo sempre ser estas respeitadas.
Maria Sylvia Zanella di Pietro (2006) define serviço público da seguinte maneira:
“”...nossa definição de serviço público como toda atividade material que a lei atribui ao Estado para
que exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente
às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público
Fica assim definido que serviços públicos são atividades que deverão ser realizadas pelo Estado, ou pela
iniciativa privada, quando delegado a esta tal serviço pelo Estado, que possuem o objetivo de satisfazer as
necessidades coletivas da população.
Devido à grande importância destas atividades prestadas à população pelo Estado ou pela iniciativa
privada, foi editado o decreto 84.398 de 1980, que em seu art. 1º aduz:
Art. 1º - A ocupação de faixas de domínio de rodovias, ferrovias e de terrenos de domínio público, e a
travessia de hidrovias, rodovias e ferrovias, por linhas de transmissão, subtransmissão e distribuição
de energia elétrica, por concessionários de serviços públicos de energia elétrica, serão objeto de
autorização de órgão público federal, estadual ou municipal ou entidade competente, sob cuja
jurisdição estiver a via a ser ocupada ou atravessada e do Departamento Nacional de Água e
Energia Elétrica - DNAEE.
A utilização das faixas de domínio ou da faixa não edificante pelas prestadoras de serviço público ocorrerá
mediante um termo de compromisso no qual ficarão regulamentadas as condições do uso da faixa de
domínio ou da faixa não-edificável pela prestadora de serviço público. Tal termo de compromisso a ser
assinado com as prestadoras de serviço público possui, em regra, caráter precário e, no caso de
descumprimento pela prestadora de qualquer cláusula, deverá ocorrer a rescisão do termo de compromisso.
Deverá ainda ficar explicito no termo de compromisso que os outorgados deverão ser responsabilizados
civilmente por danos que venham a ser ocasionados à rodovia ou às instalações do órgão.
De acordo com o Manual do DNIT, podem ser três os tipos de utilização da faixa de domínio e lindeira.
A. Travessia subterrânea: usadas para adutoras, redes de esgotos, cabos óticos, etc;
B. Travessia aérea: adotadas para as redes de transmissão de eletricidade, cabos telefônicos,
correias transportadoras, etc;
C. Lançamento ao longo da rodovia: no interior das faixas, como no caso de adutoras, linhas de
transmissão de energia, oleodutos e outros.
Deverão constar nos termos de compromisso as seguintes condições técnicas:
a) Nas travessias subterrâneas:
O Decreto nº. 96044 de 1988, que aprova o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos e da outras providência, aduz:
“Art. 1º O transporte, por via pública, de produto que seja perigoso ou represente risco para a saúde
de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente, fica submetido às regras e
procedimentos estabelecidos neste Regulamento, sem prejuízo do disposto em legislação e
disciplina peculiar a cada produto.”
Assim, fica demonstrada a importância novamente dada ao meio ambiente na questão rodoviária no Brasil.
Além da existência de especificidades no Decreto citado, há de se considerar que, como respaldado pelo
artigo 22 da CRFB/88, somente a União Federal é competente para legislar sobre o assunto, cabendo aos
Estados, Municípios e órgãos responsáveis por transporte, regulamentar, no que diz respeito aos seus
interesses, e, em consonância com os direitos fundamentais do homem e do cidadão, toda e qualquer
especificidade territorial existente, sem contrariar o dispositivo constitucional e o decreto federal, sob pena
de tornar-se incompatível com os dizeres do decreto ora analisado.
Vê-se neste tema, a preocupação do Estado/País com a coexistência harmônica entre a liberdade e
necessidade de crescimento (essencialmente econômico) e o homem e o meio ambiente seguros contra
grandes destruições que possam causar o transporte de cargas perigosas, fazendo-se transparecer os
principio do desenvolvimento sustentável, o qual tem por conteúdo a manutenção das bases vitais da
produção e reprodução do homem e de suas atividades, garantindo igualmente uma relação satisfatória
entre os homens, e destes com o seu ambiente, para que as futuras gerações também tenham
oportunidade de desfrutar os mesmos recursos existentes na atualidade.
Conclui-se, neste ponto, que a importância da observação de parâmetros de transporte de produtos
perigosos, para que estejam em consonância com o principio do desenvolvimento sustentável e a
CRFB/88, é essencial ao perfeito desenvolvimento dos trabalhos para a duplicação da BR – 153/GO.
Espaços ambientais
Espaços ambientais são porções de território delimitados pelo Poder Público que possuem a finalidade de
proteção e preservação do meio ambiente. Tal proteção e preservação pode ser total ou parcial. Segundo
Celso Antonio Pacheco Fiorillo, estes são divididos em espaços especialmente protegidos e zoneamento
ambiental.
Flora
O art. 1º, § 1º II da Lei 4771 de 1965, lei que institui o Código Florestal, dispõe:
“Art. 1° As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas
de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País,
exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e
especialmente esta Lei estabelecem.
§ 2o Para os efeitos deste Código, entende-se por:
(...)
II - área de preservação permanente: área protegida nos termos dos arts. 2o e 3o desta Lei, coberta
ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem,
a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações humanas;”
Reserva legal
A Reserva Legal, também prevista no Código Florestal, é a reserva de uma porção continua de propriedade
rural privada para preservação ambiental, tanto da vegetação quanto do solo. Para Edis Milaré (2001):
“A reserva legal, prevista nos art. 16 e 44 do Código Florestal, consiste na destinação de uma porção
contínua de cada propriedade rural para preservação da vegetação e solo.”
Tal restrição ao uso da propriedade é constitucionalmente garantida pelo art. 225, § 1º, III. Vejamos o
artigo 16 da lei 4771 de 1965:
“Art. 16 As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de
preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto
de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de
reserva legal, no mínimo:
I. oitenta por cento, na propriedade rural situada em área de floresta localizada na Amazônia Legal;
II. trinta e cinco por cento, na propriedade rural situada em área de cerrado localizada na Amazônia
Legal, sendo no mínimo vinte por cento na propriedade e quinze por cento na forma de
compensação em outra área, desde que esteja localizada na mesma microbacia, e seja averbada
nos termos do § 7o deste artigo;
III. vinte por cento, na propriedade rural situada em área de floresta ou outras formas de vegetação
nativa localizada nas demais regiões do País;
IV. vinte por cento, na propriedade rural em área de campos gerais localizada em qualquer região do
País.
§ 1o O percentual de reserva legal na propriedade situada em área de floresta e cerrado será definido
considerando separadamente os índices contidos nos incisos I e II deste artigo.
§ 2o A vegetação da reserva legal não pode ser suprimida, podendo apenas ser utilizada sob regime de
manejo florestal sustentável, de acordo com princípios e critérios técnicos e científicos estabelecidos no
regulamento, ressalvadas as hipóteses previstas no § 3o deste artigo, sem prejuízo das demais legislações
específicas.
§ 3o Para cumprimento da manutenção ou compensação da área de reserva legal em pequena propriedade
ou posse rural familiar, podem ser computados os plantios de árvores frutíferas ornamentais ou industriais,
compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas.
§ 4o A localização da reserva legal deve ser aprovada pelo órgão ambiental estadual competente ou,
mediante convênio, pelo órgão ambiental municipal ou outra instituição devidamente habilitada, devendo
ser considerados, no processo de aprovação, a função social da propriedade, e os seguintes critérios e
instrumentos, quando houver:
I. o plano de bacia hidrográfica;
II. o plano diretor municipal;
III. o zoneamento ecológico-econômico;
IV. outras categorias de zoneamento ambiental; e
Fauna
Primeiramente, faz-se necessário conceituar fauna. Edis Milaré (2001) conceitua fauna da seguinte
maneira:
“Segundo a Zoologia, a quantidade e a variedade das espécies animais existentes numa região são
proporcionais à quantidade e à qualidade de vegetação. Em vista disso, podemos falar de faunas (no
plural), como conjuntos de animais dependentes de determinadas regiões ou habitats ou meios
ecológicos particulares; por aí se compreende as designações correspondentes à adaptação animal aos
fatores de ordem geográfica ou de fatores ecológicos. Não se pode esquecer que a fauna está sempre
relacionada a um ecossistema.”
Paulo Affonso Leme Machado (2005) aduz que “fauna pode ser conceituada como o conjunto de espécies
animais de um determinado país ou região”.
A competência legislativa sobre o quesito fauna é concorrente da União, Estados e Distrito Federal,
segundo o art. 24, VI da Constituição Federal de 1988.
Já a competência administrativa no quesito fauna é comum de todos os entes federados, segundo o art. 23,
VII da CF.
A lei federal de proteção a fauna é a lei nº 5197 de 1967, que em seu 1º artigo aduz:
“Art. 1º Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem
naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e
criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição,
destruição, caça ou apanha.”
Assim, a fauna silvestre é constituída de todos os animais que vivem naturalmente fora de cativeiro, tendo
esses animais proteção especial.
Fica nítido também que a fauna silvestre é de domínio público. Não significa que a fauna é de propriedade
Estatal, mas sim de interesse coletivo, tendo assim o Estado o dever de proteção. Paulo Affonso Leme
Machado (2005) ainda aduz que a fundamentação de tal domínio público é a utilidade pública:
“O fundamento da submissão dos bens ao regime público é a utilidade pública. Não foi pela vontade de
aumentar seu patrimônio que a União procurou tornar-se proprietária da fauna silvestre; razões de proteção
de proteção do equilíbrio ecológico ditaram essa transformação da lei brasileira.”
Tal proteção é tamanha que o art. 1º, § 2º da lei de proteção a fauna ainda aduz:
“Art. 1º. Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem
naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e
criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição,
destruição, caça ou apanha.
§ 1º Se peculiaridades regionais comportarem o exercício da caça, a permissão será estabelecida em
ato regulamentador do Poder Público Federal.
§ 2º A utilização, perseguição, caça ou apanha de espécies da fauna silvestre em terras de domínio
privado, mesmo quando permitidas na forma do parágrafo anterior, poderão ser igualmente proibidas
pelos respectivos proprietários, assumindo estes a responsabilidade de fiscalização de seus domínios.
Nestas áreas, para a prática do ato de caça é necessário o consentimento expresso ou tácito dos
proprietários, nos termos dos arts. 594, 595, 596, 597 e 598 do Código Civil.”
Assim, mesmo animais que estejam dentro da área de propriedade privada, desde que vivam fora de
cativeiro, estão protegidos por essa lei.
Da Caça
O art. 2º da Lei de Proteção a Fauna aduz:
“Art. 2º É proibido o exercício da caça profissional.”
Estudo de Impacto Ambiental - EIA 76
É inclusive crime a prática de caça profissional, segundo o art. 27 desta mesma lei. Além do que “é
proibido o comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos que impliquem na sua caça,
perseguição, destruição ou apanha” (art. 3º da lei 5197 de 1967).
Em relação à caça amadora e esportiva, estas podem ou não serem autorizadas. Inclusive o art. 6º da lei nº
5197, de 1967 aduz:
“Art. 6º O Poder Público estimulará:
a. a formação e o funcionamento de clubes e sociedades amadoristas de caça e de tiro ao vôo
objetivando alcançar o espírito associativista para a prática desse esporte.”
Sobre a caça de controle, que é a destruição de animais silvestres nocivos a agricultura e saúde pública, tal
é permitida pela lei 5197 de 1967 no art. 3º § 2º, desde que haja licença prévia da autoridade competente.
Ainda é descrito, no Código de Proteção a Fauna, a chamada Caça Cientifica em seu art. 14.
“Art. 14. Poderá ser concedida a cientistas, pertencentes a instituições científicas, oficiais ou
oficializadas, ou por estas indicadas, licença especial para a coleta de material destinado a fins
científicos, em qualquer época.
§ 1º Quando se tratar de cientistas estrangeiros, devidamente credenciados pelo país de origem, deverá
o pedido de licença ser aprovado e encaminhado ao órgão público federal competente, por intermédio
de instituição científica oficial do pais.
§ 2º As instituições a que se refere este artigo, para efeito da renovação anual da licença, darão ciência
ao órgão público federal competente das atividades dos cientistas licenciados no ano anterior.
§ 3º As licenças referidas neste artigo não poderão ser utilizadas para fins comerciais ou esportivos.
§ 4º Aos cientistas das instituições nacionais que tenham por Lei, a atribuição de coletar material
zoológico, para fins científicos, serão concedidas licenças permanentes.”
Existem situações especificas que a caça sempre será proibida. O art. 10º enumera em quais casos:
a) com visgos, atiradeiras, fundas, bodoques, veneno, incêndio ou armadilhas que maltratem a caça;
b) com armas a bala, a menos de três quilômetros de qualquer via térrea ou rodovia pública;
c) com armas de calibre 22 para animais de porte superior ao tapiti (sylvilagus brasiliensis);
d) com armadilhas, constituídas de armas de fogo;
e) nas zonas urbanas, suburbanas, povoados e nas estâncias hidrominerais e climáticas;
f) nos estabelecimentos oficiais e açudes do domínio público, bem como nos terrenos adjacentes, até
a distância de cinco quilômetros;
g) na faixa de quinhentos metros de cada lado do eixo das vias férreas e rodovias públicas;
h) nas áreas destinadas à proteção da fauna, da flora e das belezas naturais;
i) nos jardins zoológicos, nos parques e jardins públicos;
j) fora do período de permissão de caça, mesmo em propriedades privadas;
l) à noite, exceto em casos especiais e no caso de animais nocivos;
m) do interior de veículos de qualquer espécie.
Recursos hídricos
O art. 21º da Constituição Federal, em seu inciso XIX, aduz ser competência da União instituir o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso.
Seguindo tal determinação constitucional, o legislador infraconstitucional editou a Política Nacional de
Recursos Hídricos, na lei nº 9433 de 1997. Em seu art. 1º já se define as bases da referida Política.
Nacional dos Recursos Hídricos:
“Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:
I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a
dessedentação de animais;
O art. 33º da lei nº 9433, de 1997, que teve sua redação dada pela Lei 9984, de 2000, estipula da seguinte
forma:
“Art. 33. Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos:
I - o Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
I - a Agência Nacional de Águas;
II - os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal;
III - os Comitês de Bacia Hidrográfica;
IV - os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas
competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos;
V - as Agências de Água.”
Importante a análise mais aprofundada dos Comitês de Bacia Hidrográfica, previstos nos art. 37º e 38º.
“Art. 37. Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão como área de atuação:
I - a totalidade de uma bacia hidrográfica;
II - sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia, ou de tributário desse
tributário; ou
III - grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas.
Parágrafo único. A instituição de Comitês de Bacia Hidrográfica em rios de domínio da União será
efetivada por ato do Presidente da República.
Qualidade de água
O legislador estipulou, nos arts. 9º e 10º da lei que Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, sobre
os objetivos e classes de corpos de água.
“Art. 9º. O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da
água, visa a:
I - assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas;
II - diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes.
Art. 10. As classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação ambiental”.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente, seguindo tais preceitos acima, editou a Resolução nº 20, de 1986,
que enquadra os corpos de águas em classes, visando uma melhor proteção às águas. Vejamos tal
classificação:
Águas doces
1 - Classe Especial - águas destinadas:
a) ao abastecimento doméstico sem prévia ou com simples desinfecção.
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.
ll - Classe 1 - águas destinadas:
a) ao abastecimento doméstico após tratamento simplificado;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho);
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao Solo e que
sejam ingeridas cruas sem remoção de película.
e) à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas á alimentação humana.
lll - Classe 2 - águas destinadas:
Estudo de Impacto Ambiental - EIA 81
a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário (esqui aquático, natação e mergulho);
d) à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas;
e) à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.
lV - Classe 3 - águas destinadas:
a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c) à dessedentação de animais.
V - Classe 4 - águas destinadas:
a) à navegação;
b) à harmonia paisagística;
c) aos usos menos exigentes.
Águas salinas
VI - Classe 5 - águas destinadas:
a) à recreação de contato primário;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.
VII - Classe 6 - águas destinadas:
a) à navegação comercial;
b) à harmonia paisagística;
c) à recreação de contato secundário.
Águas salobras
VIII - Classe 7 - águas destinadas:
a) à recreação de contato primário;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.
IX - Classe 8 - águas destinadas:
a) à navegação comercial;
b) à harmonia paisagística;
c) à recreação de contato secundário
Tal classificação feita pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente tem como objetivo otimizar o uso dos
recursos hídricos causando o menor impacto ambiental possível a determinado tipo de água, havendo
assim uma melhor distribuição dos usos das águas, especificando de maneira mais eficiente os parâmetros
e limites associados aos níveis de qualidade da água.
Patrimônio Cultural
A Constituição Federal prevê em seu artigo 216, o seguinte conceito sobre patrimônio cultural:
“Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
Poluição
O termo poluição encontra a seguinte definição na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente.
“Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
(...)
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; “
Paulo Affonso Leme Machado (2005) aduz sobre o conceito de poluição:
“No conceito são protegidos os homem e sua comunidade, o patrimônio público e privado, o lazer e o
desenvolvimento econômico através das diferentes atividades (alínea b), a flora e a fauna (biota), a
paisagem e os monumentos naturais, inclusive os arredores naturais desses monumentos – que
encontram também proteção constitucional (art. 216 e 225 da CF/88).”
Entende-se, assim, como poluição, a degradação da qualidade ambiental que prejudique o homem, a flora
e a fauna.
Poluição atmosférica
A poluição atmosférica cada vez mais preocupa a civilização atual, devido ao grande nível que esta
poluição atinge hoje. Podemos vislumbrar hoje vários fenômenos causados por este tipo de poluição, como
o efeito estufa e as chuvas ácidas.
Celso Antonio Pacheco Fiorillo (2005) cita que as “principais causas de poluição atmosférica são
decorrentes dos processos de obtenção de energia, das atividades industriais, principalmente aquelas que
“Art. 4º - Compete ao Estado, sem prejuízo de outras competências que exerça isoladamente ou em
comum com a União ou com os Municípios:
(...)
II – legislar, concorrentemente com a União, sobre:
(...)
f) florestas, fauna, caça e pesca, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
g) proteção do patrimônio histórico e de bens e direitos de valor artístico, estético, cultural, turístico e
paisagístico e responsabilidade por dano aos mesmos;
(...)
§ 4º - O Estado criará mecanismos para o controle das atividades que utilizem produtos florestais e
de fomento ao reflorestamento, para minimizar o impacto da exploração dos adensamentos vegetais
nativos.”
Por fim, sobre os recursos hídricos e minerais temos os artigos 140 e 141 da CE de Goiás, que, em
complementação a Constituição Federal, estabelece:
“Art. 140 - O Estado elaborará e manterá atualizado Plano Estadual de Recursos Hídricos e Minerais,
instituirá sistema de gestão por organismos estaduais e municipais e pela sociedade civil, bem como
assegurará recursos financeiros e mecanismos institucionais necessários para garantir:
I - a utilização racional das águas superficiais e subterrâneas;
II - o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos e rateio dos custos das respectivas obras, na
forma da lei;
III - a proteção das águas contra ações que possam comprometer o seu uso atual ou futuro;
IV - a defesa contra eventos críticos que ofereçam riscos à saúde e segurança públicas e prejuízos
econômicos ou sociais;
V - a proteção dos recursos hídricos, impedindo a degradação dos depósitos aluviais, o emprego de
produtos tóxicos por atividades de garimpagem e outras ações que possam comprometer suas
condições físicas, químicas ou biológicas, bem como seu uso no abastecimento.
A legislação estadual goiana, que dispõe sobre o meio ambiente, é vasta, merecendo destaque algumas
legislações.
Lei 8544, de 1878 – Dispõe sobre a Poluição do Meio Ambiente
A lei 8544, de 1978, dispõe sobre o sistema de prevenção e controle da poluição do meio ambiente. Fica
estabelecido o conceito de poluição ambiental, medidas de coerção aos poluidores e tipos de licenças
necessárias para a permissão de atividade poluente. Nos dispostos artigos 4º, 5º e 6º desta lei:
“Art. 4º - A atividade fiscalizadora e repressiva da poluição do meio ambiente será exercida, no que
diz respeito a despejos, pelo órgão estadual incumbido de seu controle em todo e qualquer corpo ou
curso da água situado nos limites do território do Estado, ainda que não pertença ao seu domínio e
não esteja sob sua jurisdição.
Parágrafo Único - Para cumprimento do disposto neste artigo, o órgão estadual representará ao
federal competente sempre que a poluição tiver origem fora do território do Estado, ocasionando
conseqüências que se façam sentir dentro de seus limites.
Art. 5º - A instalação, a construção ou ampliação, bem como a operação ou funcionamento das fontes de
poluição que forem enumeradas no regulamento desta lei, ficam sujeitas à prévia autorização do órgão
estadual de controle de poluição do meio ambiente, mediante licenças de instalação e de funcionamento.
Parágrafo Único - Considera-se fonte de poluição qualquer atividade, sistema, processo, operação,
maquinário, equipamento ou dispositivos, móvel ou não, previsto no regulamento desta lei, que
cause ou possa vir a causar a emissão de poluentes.
Art. 6º - Os órgãos da administração direta ou indireta do Estado e dos Municípios deverão exigir a
apresentação das licenças de que trata o artigo anterior, antes de aprovarem projetos de ampliação,
instalação ou construção de fontes de poluição que forem enumeradas em regulamento, ou de autorizarem
a operação ou funcionamento dessas fontes, sob pena de nulidade de seus atos.”
Interessante ainda é a redação dada ao art. 13, que permite ao Poder Executivo Estadual determinar
medidas de emergência, a fim de evitar episódios críticos de poluição ambiental, em casos de grave e
eminente risco para vidas humanas ou recursos econômicos.
“Art. 13 - Fica o Poder Executivo autorizado a determinar medidas de emergência, a fim de evitar
episódios críticos de poluição ambiental ou impedir sua continuidade, em casos de grave e eminente
risco para vidas humanas ou recursos econômicos.
Parágrafo Único - Para a execução das medidas de emergência de que trata este artigo, poderão
durante o período crítico ser reduzidas quaisquer atividades em áreas atingidas pela ocorrência.”
Lei 12.596 de 1995 - Política Florestal do Estado de Goiás
A lei nº 12.596, de 1995, institui a Política Florestal do Estado de Goiás. No art. 2º já fica estabelecido da
seguinte forma:
Estudo de Impacto Ambiental - EIA 95
“Art. 2º - Todas as formas de vegetação existente no território do Estado de Goiás, nativas ou
plantadas, são bens de interesse coletivo a todos os habitantes do Estado, observando-se o direito
de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e, especialmente, esta lei estabelecer.”
Ficou observado nesse artigo, o princípio ambiental da participação e da Função Social da Propriedade,
podendo haver limitações no direito de propriedade.
No art. 4º de tal lei, o legislador goiano estabeleceu os objetivos da Política Florestal Estadual de Goiás:
“Art. 4º - São objetivos desta lei:
I - disciplinar a exploração e utilização da cobertura vegetal nativa;
II - disciplinar e controlar a exploração, a utilização e o consumo de produtos e subprodutos
florestais;
III - assegurar a conservação das formações vegetais;
IV - proteger o meio ambiente, garantir o seu uso racional e estimular a recuperação dos recursos
ambientais;
V - promover a recuperação de Áreas degradadas;
VI - fomentar a produção de sementes e mudas de essências nativas;
VII - incentivar o desenvolvimento de programas e projetos de pesquisas florestais;
VIII - incentivar o desenvolvimento de projetos de proteção aos mananciais de abastecimento
público;
IX - incentivar a preservação de faixas de vegetação que margeiam nascentes, cursos d'água, lagos
e lagoas;
X - proteger as espécies vegetais raras ou ameaçadas de extinção;
XI - incentivar o desenvolvimento de programas com essências nativas e exóticas.”
Nos art. 5º e 6º desta lei ficam definidas quais as áreas de Preservação Permanente no Estado de Goiás,
complementando o Código Florestal Federal, sendo que no art. 5º ficam estabelecidas as áreas criadas por
lei e no art. 6º, as criadas por ato do poder executivo, como na legislação federal.
“Art. 5º - Consideram-se de preservação permanente, em todo o território do Estado de Goiás, as
florestas e demais formas de vegetação natural situadas:
I - nos locais de pouso de aves de arribação, assim declaradas pelo Conselho Estadual do Meio
Ambiente - CEMAM, ou protegidos por convênio, acordo ou tratado internacional de que a Uniäo
Federal seja signatária;
II - ao longo dos rios ou qualquer curso d'água, desde seu nível mais alto, cuja largura mínima, em
cada margem, seja de:
a) 30m (trinta metros), para curso d'água com menos de 10m (dez metros) de largura;
b) 50m (cinqüenta metros), para o curso de água de 10m a 50m (dez a cinqüenta Metros) de largura;
c) 100m (cem metros), para cursos d'água de 50m a 200m (cinqüenta a duzentos metros de largura;
d) 200m (duzentos metros), para cursos d'água de 200m a 600m (duzentos e seiscentos metros) de
largura;
e) 500m (quinhentos metros), para cursos d'água com largura superior a 600m (seiscentos metros);
III - ao redor das lagoas ou reservatórios d'água naturais ou artificiais, desde que seu nível mais lato,
medido horizontalmente, em faixa marginal cuja largura mínima seja de:
a) 30m (trinta metros), para os que estejam situados em áreas urbanas;
b) 100m (cem metros), para os que estejam em área rural, exceto os corpos d'água com até 20 ha
(vinte hectares) da superfície, cuja faixa marginal seja de 50m (cinqüenta metros);
IV - nas nascentes, ainda que intermitentes, e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua
situação topográfica, num raio mínimo de 50m (cinqüenta metros) de largura;
V - no topo de morros, montes e montanhas, em áreas delimitadas a partir da curva de nível
correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima de elevação em relação à base;
Os recursos financeiros para a implantação desse empreendimento serão destinados pelo Governo
Federal, através do Ministério dos Transportes.
Quanto ao valor do empreendimento, por se tratar de projeto básico, não foi possível obter os orçamentos
com base no detalhamento do projeto executivo. Na etapa da elaboração do Plano Básico Ambiental - PBA
será apresentado o valor total do empreendimento e definido com o empreendedor o cronograma físico
financeiro para a execução das obras.
A seguir estão sintetizados os principais elementos do projeto básico de engenharia da BR-153, o qual foi
dividido em sete lotes de projetos, referente ao segmento rodoviário entre os municípios de Porangatu e
Anápolis.
Os dados básicos sobre os projetos básicos dos subtrechos e respectivos lotes são apresentados no
Quadro 2.6.
Quadro 2.6
Subtrechos do projeto básico de engenharia da BR-153
Lote Subtrecho Extensão (km) Responsabilidade pelo projeto básico Segmento (km)
Porangatu - Santa Tereza
1 33,50 Contécnica - Consultoria Técnica Ltda 73,50 - 107,00
de Goiás
Santa Tereza de Goiás -
2 33,70 Euler - Engenharia e Consultoria S/C Ltda 108,10 - 141,80
Mara Rosa
3 Mara Rosa - Uruaçu 56,90 ONA S.A - Engenharia, Comércio e Indústria 141,80 - 198,70
GEOSERV - Serviços de Geotecnia e
4 Uruaçu - São Luiz do Norte 40,50 200,80 - 241,30
Construção Ltda
5 São Luiz do Norte - Rialma 60,30 Strata Engenharia Ltda 243,70 - 304,00
6 Rialma - Jaraguá 51,20 Direção - Consultoria e Engenharia Ltda 304,00 -355,20
7 Jaraguá - Anápolis 65,90 Engespro Engenharia Ltda 362,20 - 428,10
Fonte: Edital de Licitação no 0547/01 - agosto de 2001
Quanto às passagens urbanas foi contratada pelo DNIT a elaboração de Projeto Básico de Adequação de
Perímetro Urbano e Eliminação de Pontos Críticos, desenvolvidos pela empresa PROMEDE - Agrimensura
e Engenharia Ltda. No Quadro 2.7 são apresentadas as passagens urbanas contempladas no estudo.
Quadro 2.7
Projeto básico de adequação de perímetro urbano e eliminação de pontos críticos
Perímetro Urbano Extensão (km) Responsabilidade pelo projeto básico Segmento (km)
Porangatu 5,20 68,30 - 73,50
Santa Tereza de Goiás 1,10 107,00 - 108,10
Uruaçu 2,10 198,70 - 200,80
PROMEDE - Agrimensura e Engenharia Ltda
São Luiz do Norte 2,40 241,30 - 243,70
Rialma 2,40 301,60 - 304,00
Jaraguá 7,00 355,20 - 362,20
Fonte: Edital de Licitação no 0547/01 - agosto de 2001
A descrição do projeto tem por objetivo caracterizar a atividade proposta modificadora do meio ambiente,
ou seja, a obra rodoviária, não só como um conjunto de serviços e ações construtivas, mas também como
um elemento indutor de desenvolvimento e estruturador do espaço.
No item são indicados os procedimentos adotados quanto ao estudo de alternativas, os elementos básicos
do projeto de engenharia e os aspectos da etapa construtiva e de operação da rodovia.
O segmento rodoviário entre Porangatu e Santa Tereza de Goiás, encontra-se situado entre os
km 73,5 e km 107,0 da BR-153/GO, integrante do PNV 0153BGO0350 limitado, respectivamente, pelas
travessias urbanas destes municípios.
A locação do eixo definida a partir das recomendações dos Estudos de Traçado teve seu início
materializado no km 73,50, posicionado no final da travessia urbana de Porangatu, dando continuidade ao
Projeto de Travessia do Perímetro Urbano de Porangatu, no intervalo do km 68,30 a 73,50. A diretriz
desenvolve-se a partir daí, até o início da travessia urbana de Santa Tereza de Goiás, km 107,00 seu
término, perfazendo uma extensão total de 33,50 km.
Os estudos de concepção do Projeto Básico de Duplicação definiram a implantação da segunda pista pelo
lado esquerdo da pista existente, separadas por canteiro central, com uma largura média de 12,0 m,
procedendo-se o alargamento deste nos locais onde foram previstos dispositivos de retorno.
O subtrecho Santa Teresa de Goiás - Mara Rosa, integrante da rodovia BR-153/GO, dá continuidade ao
trecho Porangatu - Santa Teresa, iniciando-se no km 108,10 dando seqüência ao Projeto de Travessia do
Perímetro Urbano de Santa Tereza de Goiás no intervalo do km 107,00 a 108,10. Os serviços de
implantação desenvolveram-se até as proximidades do Km 141,80, paralelamente à pista existente, com
extensão de 33,64 m.
Assim, o trecho foi percorrido definindo-se a posição do novo eixo, atendendo às conveniências de situar os
alargamentos preferencialmente em cortes, evitar acréscimo de escavações em material classificável e
ainda promover pequenas retificações ou melhoramentos que não implicassem em elevado acréscimo de
terraplenagem.
Esclarece-se, contudo que as características mínimas fixadas somente foram adotadas em segmentos
considerados críticos sob o aspecto de topografia e natureza dos solos, prevalecendo em maior extensão
do segmento características técnicas em planta e perfil, adequadas as velocidades acima mencionadas.
As características resultantes, bem como as larguras determinadas para a plataforma, atendem as
necessidades do tráfego previsto para o trecho.
Procurou-se, ao longo dos serviços de locação, promover o máximo aproveitamento da faixa de domínio
existente pelo lado esquerdo da rodovia implantada, conseguindo-se posições adequadas para o eixo que
sempre foi deslocado para o lado esquerdo, de modo a se adequar ás condições existentes e preservando
a rede de cabo óptico instalada pelo lado direito.
Para todas as localidades existentes ao longo do trecho e para os cruzamentos com as estradas
secundárias, foram projetadas interseções. Preferencialmente foram mantidos os locais existentes,
somente alterados quando necessário para melhoramento das condições de visibilidade ou redução do
volume de terraplenagem a executar.
O subtrecho da rodovia BR-153/GO considerado para efeito deste estudo compreende a ligação Entr° para
Mara Rosa - Uruaçu, se estendendo desde o Km 141,8, no município de Mara Rosa ao Km 198,7, em
Uruaçu. São aproximadamente 56,42 km de extensão, atravessando 3 municípios de Goiás, Mara Rosa,
Campinorte e Uruaçu.
Sua implantação básica se deu a partir de um projeto grandioso de engenharia, que dotou a estrada de
uma boa infra-estrutura, que vem parcialmente se perdendo com o tempo por falta de manutenção. Parte
desta infra-estrutura será parcialmente recuperada com a construção da nova pista, com a recuperação das
obras-de-arte correntes, da drenagem superficial e da superfície dos taludes do lado da pista nova; com a
O subtrecho Uruaçu – São Luiz do Norte, integrante da rodovia BR-153/GO, dá continuidade ao trecho
Mara Rosa - Uruaçu, iniciando-se no km 200,80 dando seqüência ao Projeto de Travessia do Perímetro
Urbano de Uruaçu no intervalo do km 198,70 a 200,80. Os serviços de implantação desenvolveram-se até
as proximidades do Km 241,30, paralelamente à pista existente, extensão de 41,50 km.
A duplicação da rodovia BR-153/GO, no traçado proposto pelo presente projeto básico, indica a construção
de pista duplicada em uma linha praticamente paralela a ligação hoje existente, ou seja, ocupando a faixa
de domínio da rodovia pavimentada, a qual será integralmente aproveitada.
O subtrecho em estudo tem seu traçado atual formado por via pavimentada com pista de 7,20 metros e
acostamentos de 2,50 metros em cada um de seus bordos Para a duplicação do trecho em questão, foi
projetada nova pista ao lado esquerdo da pista existente.
O trecho em estudo tem seu início no km 243,7, dando continuidade ao Projeto de Travessia do Perímetro
Urbano de São Luiz do Norte no intervalo do km 241.30 a 243,70. Os serviços de implantação
desenvolveram-se até as proximidades do Km 304,00, paralelamente à pista existente, com extensão de
61,50 km.
A locação planimétrica da pista a ser duplicada foi definida por alguns fatores existentes, os quais foram
determinantes para que a duplicação se desenvolvesse a esquerda da pista existente praticamente em
toda a extensão do trecho.
Da estaca 0 até a estaca 2980 a duplicação foi projetada a esquerda da pista existente, onde encaixa-se na
estrada atual fazendo-se, assim a única transposição de lado (da estaca 2980 ao final do trecho).
Entre os fatores condicionantes do traçado, destaca-se que a maioria das cidades e povoados situam-se à
margem direita da rodovia. Também contribuiu para a manutenção do traçado pelo lado direito a posição do
Rio das Almas que tem o seu curso à direita e paralelo à rodovia do km 293 aproximadamente até o
primeiro acesso à cidade de Rialma (acesso norte).
Em função da simetria do relevo em relação à faixa de domínio, outra condicionante que levou à definição
do traçado pelo lado esquerdo foi a materialização de cabos ópticos ao longo da faixa de domínio do lado
direito.
Já na travessia urbana de Rialma a localização de subestação da CELG na margem esquerda, junto ao
acesso à Santa Izabel aliada à existência de várias edificações do lado esquerdo próximas ao acesso sul a
Rialma (km 304,00) levou a inversão de lado no término do trecho, a partir da estaca 2980, valendo-se de
uma curva existente, passando o traçado da pista nova para o lado direito da faixa de domínio.
Quanto aos retornos esses foram projetados com a finalidade de atender as comunidades locais e o tráfego
de longa distância, em intervalos de no máximo 6 km.
A duplicação foi projetada procurando aproveitar ao máximo a estrada existente e ao mesmo tempo
buscando melhorias geométricas, de visibilidade e segurança de tráfego nas adaptações das interseções
existentes.
O subtrecho Rialma - Jaraguá, integrante da rodovia BR-153/GO, dá continuidade ao trecho São Luiz do
Norte - Rialma, iniciando-se no km 304,00 dando sequência ao Projeto de Travessia do Perímetro Urbano
de Uruaçu no intervalo do km 301,60 a 304,00. Os serviços de implantação desenvolveram-se com inicio
na estaca de número 00(p.p) no trevo acesso a Jaraguá e o término na estaca de número 2858 + 13,172
na interseção de acesso a Rialma, paralelamente à pista existente, com extensão de 57,17 km.
Na travessia urbana de Rialma o trecho tem sua diretriz inicial desenvolvendo-se pelo lado direito até a
estaca 2715, a partir dai valendo-se de uma curva existente, o traçado da pista nova passa para o lado
esquerdo da faixa de domínio, conseguindo-se posições mais adequadas para o eixo a ser duplicado.
Quanto aos retornos esses foram projetados com a finalidade de atender as comunidades locais e o tráfego
de longa distância, em intervalos de no máximo 6 km.
A duplicação foi projetada procurando aproveitar ao máximo a estrada existente e ao mesmo tempo
buscando melhorias geométricas, de visibilidade e segurança de tráfego nas adaptações das interseções
existentes principalmente as de Goianésia, Uruana e Rianápolis.
O subtrecho Jaraguá - Anápolis, último segmento integrante da rodovia BR-153/GO, do trecho em estudo
dá continuidade ao trecho Rialma - Jaraguá, iniciando-se no km 361,20 dando seqüência ao Projeto de
Travessia do Perímetro Urbano de Jaraguá no intervalo do km 355,20 a 361,20. Os serviços de
implantação desenvolveram-se até o Km 420,30, paralelamente à pista existente pelo lado direito, com
extensão aproximada de 59,10 km. O final desse subtrecho dista aproximadamente 16 km do perímetro
urbano de Anápolis, cujo segmento já se encontra duplicado.
O traçado da rodovia desenvolve-se em região de topografia, que varia de plana a ondulada, a nova pista
duplicada será implantada paralelamente pelo lado direito da pista existente dentro da faixa de domínio. O
segmento tem início na estaca “0” no entr o com a GO-427 para Jaraguá e termina na estaca 2955 + 8,62 m
a 1.241 m antes do entro com a GO-433, com extensão total de 59,10 km.
As características operacionais resultantes, bem como as larguras determinadas para a plataforma,
atendem as necessidades do tráfego previsto para o trecho.
Entre as estacas 2469 + 9,26 e 2715 + 1,04 m previu-se a implantação de uma variante à esquerda da
pista existente. Esta opção de traçado foi cotejada em decorrência de solicitação do extinto 12º DRF-
DNER, que objetiva a melhoria do traçado da curva circular entre o PCD-18 estaca 2.464+9,26 m e o PT-18
estaca 2.490+16,32 m e implantar retornos entre as estacas 2.615 e 2.660, aproveitando a retificação do
traçado.
Ressalta-se que a adoção desta variante resultará na necessidade da execução de desapropriação de área
rural sem, contudo atingir áreas de preservação permanentes e unidades de conservação.
Os estudos de traçado foram desenvolvidos em estreita consonância com as orientações da Unidade Local
em Anápolis.
A duplicação foi projetada procurando aproveitar ao máximo a estrada existente e ao mesmo tempo
buscando melhorias geométricas, de visibilidade e segurança de tráfego nas adaptações das interseções
existentes principalmente as de acesso a Jaraguá, São Francisco, Radiolândia e Pirenópolis.
A seguir são apresentadas as características técnicas e operacionais e, a seção tipo de cada subtrecho em
estudo, informações obtidas dos projetos básicos disponibilizados pelo DNIT.
O projeto de drenagem tem por objetivo a implantação de dispositivos capazes de captar e conduzir
adequadamente as águas superficiais e profundas do lençol freático de modo a preservar a estrutura da
via, bem como possibilitar sua operação durante a incidência de precipitações mais intensas,
compreendendo também o dimensionamento hidráulico das diversas obras.
Dessa forma, os trabalhos desenvolvidos abordaram, basicamente, os seguintes itens de serviço:
Obras de drenagem superficial: para dar escoamento às águas precipitadas sobre o corpo estradal;
Obras de drenagem de grota: para dar vazão às águas superficiais e das precipitações;
Obras de drenagem profunda ou subterrânea: para a proteção do pavimento contra as águas do
lençol freático e infiltração nos cortes em rochas.
As obras de drenagem superficial envolvem a execução de valetas de proteção de cortes e de aterros
revestidas em grama ou em concreto, sarjetas de corte e banquetas de aterro revestidas em concreto e
dispositivos complementares de proteção a processos erosivos. Estes dispositivos são responsáveis pela
redução da velocidade da água ao longo do seu percurso minimizando o impacto do deságüe ao terreno
natural. Serão executadas entradas, saídas e descidas d’água em aterro, descidas d’água em cortes e
dissipadores de energia posicionadas a jusante de todas as obras.
O projeto de drenagem de grota compreendeu inicialmente a avaliação das obras existentes na rodovia em
questão, quanto a seu funcionamento, estado de conservação e suficiência de vazão.
Para a avaliação das obras existentes, realizou-se o cadastramento e levantamento topográfico de todas
estas. O cadastramento deu-se com a observação visual de cada obra, anotando-se as deficiências
evidentes além de dados relativos ao funcionamento e ao estado de conservação em ficha padronizada.
Procurou-se também, sempre que possível, informações com moradores locais, sobre seu comportamento
quanto aos eventos históricos de insuficiência de vazão das mesmas.
O projeto de drenagem subterrânea contempla drenos profundos que serão executados juntos aos cortes.
O objetivo é interceptar as águas que infiltram contribuindo para o rebaixamento do lençol freático e
impedindo do mesmo atingir o subleito. Nos alargamentos de cortes serão executados valetões laterais
revestidos com gramíneas, instalados entre o talude de corte e o bordo do acostamento exercendo a
função de captação das águas superficiais e rebaixamento do nível d’água subterrâneo.
O Projeto de Drenagem contempla, portanto, a implementação de um elenco de medidas e dispositivos
adequados (durante a fase de implantação das obras de duplicação), associado a um conjunto de
condicionantes a serem observados no processo construtivo, que possibilitam reduzir as situações
específicas de risco de ocorrência de processos erosivos laminares, lineares e de processos ativos pré-
existentes, assim como de instabilizações, que possam vir a comprometer o corpo estradal ou atingir áreas
limítrofes do meio natural.
O emprego desses dispositivos de drenagem provisórios ou definitivos revestidos em geral de concreto,
resistindo devidamente a volumes e velocidades de escoamento elevados e canalizando e orientando as
águas superficiais, desde os pontos de captação até os talvegues naturais, constituem-se em elementos
preventivos no sentido de proteger as áreas objeto de recuperação ambiental dos fluxos mais
concentrados, levando à proteção do meio ambiente ao longo de toda vida útil da Rodovia.
A estimativa de tráfego projetada para quinze anos, período de projeto adotado nos projetos básicos, foi
obtida a partir da contagem volumétrica e teve como objetivo avaliar o “Volume Médio Diário Anual de
Tráfego – VMDAT” atual e futuro da rodovia objetivando determinar o “Número Equivalente de Operação do
Eixo-Padrão de 8,2t - Número N“, parâmetro este fundamental para o dimensionamento da estrutura do
pavimento da pista a ser pavimentada, além de verificar a Capacidade e Níveis de Serviço da via existente.
Uma recomendação do estudo indica a necessidade do estabelecimento de uma base de dados ampla e
vinculada ao planejamento de transportes, que possibilite o estabelecimento, por parte do estado, de
políticas e ações futuras em transportes. Também são importantes iniciativas no sentido de monitorar e
estabelecer metas de produtividade e qualidade de aspectos outros ainda não considerados, como, por
exemplo, acidentes e meio ambiente.
O Estudo de Tráfego apresenta os valores de contagem volumétrica obtidos em 2006, na BR-153, e as
estimativas para os 15 anos do período de projeto, totalizando um volume médio diário de 10.983 veículos
para o ano de 2024, conforme discriminados no Quadro 2.11.
Quadro 2.11
Projeção do tráfego para 15 anos do projeto
Caminhão Reboque e semi-
Ano Passeio Ônibus Caminhão leve Total
pesado reboque
2006 2465 214 423 819 1992 5913
2007 2551 221 438 848 2062 6120
2008 2641 229 453 877 2134 6334
2009 2733 237 469 908 2209 6556
2010 2829 246 485 940 2285 6785
2011 2928 254 502 973 2366 7023
2012 3030 263 520 1007 2449 7269
2013 3136 272 538 1042 2535 7523
2014 3248 282 557 1078 2621 7786
2015 3360 292 577 1116 2714 8059
2016 3477 302 597 1156 2809 8341
2017 3599 312 618 1196 2908 8633
2018 3725 323 639 1237 3011 8935
2019 3855 335 662 1281 3115 9248
2020 3990 346 685 1326 3224 9571
2021 4130 359 709 1373 3335 9906
2022 4274 371 733 1420 3455 10253
Limitação de peso
O excesso de peso nos veículos, além de contribuir para a deterioração acelerada dos pavimentos,
contribui também para a degradação do veículo, o que proporciona um custo adicional com manutenção e
reposição de peças, além de maior consumo de diesel, aumentando os custos operacionais.
Já para a sociedade tal fato contribui para o aumento do índice de acidentes, pois a sobrecarga prejudica o
desempenho dos freios, suspensão e desgaste prematuro dos pneus, além de impactar na segurança. Vale
registrar também que os danos causados na via por este excesso contribuem mais ainda, para o
comprometimento da segurança.
Além de proporcionar desgaste na via, o excesso de peso compromete também a integridade estrutural das
pontes e dos viadutos. Tais aspectos contribuem para um maior custo de operação. O desgaste na via
pode ser entendido da seguinte forma: o pavimento e a base das estradas possuem um limite de
suportabilidade. O contínuo esforço de resistência à rolagem dos pneus causa “fadiga”, ou seja, desgasta a
capacidade de resistência do pavimento. Devido a isto, têm-se as deformações e o trincamento, as fissuras
e a formação de panelas.
O fluxo de veículos de carga varia com a sazonalidade e a carga transportada por estes veículos é uma
incógnita. Para o desenvolvimento de um estudo completo sobre os efeitos dos veículos de carga sobre o
pavimento da rodovia BR-153/GO, seria necessária a programação de uma ampla seqüência de pesagens
da frota dos veículos de carga.
Para contornar estas dificuldades de tempo e custos, decidiu-se formular as hipóteses de carregamento da
frota sugeridas pelo DNIT. Para tanto se considerou a hipótese de um crescimento linear da frota de 3,5%
aa, quanto à carga por eixo: 80% da frota com carga máxima mais 7,5% e os restantes 20,0% trafegam
vazios. Frota completa com Composições de Veículos de Carga - CVC’s.
Segundo Neuto Gonçalves dos Reis2:
Em 2004 o excesso de peso gerou 22.000 (vinte e duas mil) autuações nas estradas brasileiras;
Estima-se que 60% dos veículos que são utilizados no escoamento da safra nacional de grãos
apresentam excesso de carga;
20% de excesso de peso encurta 52% da vida do pavimento;
No ano 2000, das 41 balanças existentes, 40 estavam inoperantes e nesta mesma época havia 34
balanças em licitação.
No passado, o Brasil somente possuía um tráfego consolidado nas regiões sul e sudeste, atualmente nota-
se um quadro que está deslocando o centro de gravidade das cargas – haja vista o desenvolvimento
expressivo pelo qual está passando a Região Norte e Centro-Oeste, pelo avanço da fronteira agrícola, que
está proporcionando riqueza e pujança para áreas onde nunca se imaginou ser possível o desenvolvimento
de atividades agrícolas, com alto grau de especialização e produtividade, superiores a media histórica
nacional e mundial3.
A limitação de peso da rodovia está atrelada às definições legais que constam no Código Nacional de
Trânsito, que entrou em vigor em janeiro de 1998. A legislação aponta alguns conceitos necessários ao
entendimento das limitações definidas:
Peso Bruto Total - PBT é o peso máximo que o veículo pode transmitir ao pavimento, considerando a
tara mais a lotação;
Peso Bruto Total Combinado - PBTC ou Capacidade Máxima de Tração - CMT é o peso máximo que
pode ser transmitido ao pavimento pela combinação de um caminhão trator mais seu semi-reboque
ou reboque.
O limite máximo de PBT ou PBTC é de 450 kN, correspondendo a 45 toneladas, sendo que os limites
permitidos para os tipos de eixos estão explicitados no Quadro 2.12.
Quadro 2.12
Especificações legais do Código Nacional do Trânsito de limite de peso
para os diversos tipos de eixo de unidades de transporte
Tipo de eixo Limite de PBT ou PBTC
Eixo simples isolado com rodado simples 60 kN ou 6 toneladas
2
Plano Diretor Estratégico de Pesagem Nacional – PDNEP - Volume IV - Aspectos Legais - Tomo II - Considerações Gerais da Lei da
Balança - junho de 2006
3
Plano Diretor Estratégico de Pesagem Nacional - PDNEP - Volume II - Pesquisa de Tráfego - Junho/2006
Estudo de Impacto Ambiental - EIA 134
Eixo simples isolado com rodado duplo 100 kN ou 10 toneladas
Eixo tandem duplo 170 kN ou 17 toneladas
Eixo tandem triplo 255 kN ou 25,5 toneladas
À limitação de 45 toneladas para qualquer veículo ou combinação que constitua um conjunto integral de
suspensão admite-se uma tolerância de 7,5% sobre a carga máxima por eixo, valor definido em
decorrência de negociações do setor de transportes com o governo, após a paralisação dos caminhoneiros
em julho de 1999 (ALBANO et al., 2001).
1.4.4.4. Pavimentação
O pavimento, ao longo de sua vida útil, será submetido à ação incessante do tráfego e do intemperismo,
entre outras variáveis intervenientes. Assim sendo, espera-se que sua estrutura seja adequadamente
projetada, evitando que se atinjam prematuramente os valores admissíveis de qualquer um dos índices que
estime suas condições de serventia, conseqüentemente adiando intervenções de recuperação.
No desenvolvimento de um projeto de pavimentação é de suma importância a caracterização adequada
dos materiais que farão parte das diversas camadas do pavimento e, a forma como se apresentarão na
estrutura. Assim sendo, o projeto de pavimentação inicia-se pelos Estudos Geológicos e Geotécnicos, onde
são verificadas as características dos materiais envolvidos, tanto do subleito, quanto das camadas da
estrutura.
Aliado a um bom projeto deve ser controlado a execução dos serviços e adotadas políticas de manutenção
e conservação preventiva, onde devem ser traçadas medidas adequadas à conservação dos pavimentos, o
que na realidade nem sempre acaba ocorrendo.
Durante a execução, o controle de qualidade deve ser exercido de acordo com as instruções e parâmetros
estabelecidos nas especificações, procedendo-se uma permanente vigilância da qualidade geotécnica,
através da realização de ensaios de comprovação de qualidade, tanto em laboratório como “in-situ” assim
como acompanhamento direto da execução de todos os serviços, respeitando sempre as condicionantes
ambientais.
A seção transversal a ser pavimentada compreende uma pista de rolamento (duas faixas de tráfego) com
7,20 m de largura, um acostamento com 2,5 m de largura pelo lado externo e uma faixa de segurança de
1,20 m pelo lado interno da pista.
Os dados básicos utilizados para dimensionamento das camadas do pavimento foram:
Parâmetro de tráfego - Número “N”;
Parâmetros geotécnicos referentes ao subleito; cortes; e ocorrências de materiais;
Fontes de materiais industrializados (materiais betuminosos);
Especificações Gerais para Obras Rodoviárias do DNIT/DNER.
Quadro 2.13
QUANTITATIVOS DE PAVIMENTAÇÃO DO SUBTRECHO PORANGATU - SANTA TEREZA
Camadas do Pavimento Quantidades
Regularização do subleito 472.818 m2
Subbase de solo estabilizado granulometricamente sem mistura esp. = 20 cm 91.985 m3
Base de brita graduada esp. = 17 cm 74.823 m3
Revestimento/Capa (CBUQ com adição de polímeros /faixa “C”) esp. = 5 cm 41.966 ton
Revestimento/Binder (CBUQ/Faixa “B”) esp. = 6 cm 43.927 ton
Revestimento/acostamento (CBUQ/Faixa “B”) esp. = 6 cm 13.073 ton
Imprimação betuminosa 399.121 m2
Pintura de ligação 1 e 2 723.463 m2
Quadro 2.14
QUANTITATIVOS DE PAVIMENTAÇÃO DO SUBTRECHO SANTA TEREZA - MARA ROSA
Camadas do Pavimento Quantidades
Regularização do subleito 478.618 m2
Revestimento/Binder: CBUQ/ Faixa “B” com CAP-20 s/ polímero esp. = 5 cm 32.762 ton
Revestimento/Capa: CBUQ/ Faixa “A” com CAP-20 na esp. de 3,5 cm 46.803 ton
Quadro 2.15
QUANTITATIVOS DE PAVIMENTAÇÃO DO SUBTRECHO MARA ROSA - URUAÇU
Camadas do Pavimento Quantidades
Regularização do subleito 1.053.291 m2
Reforço do subleito 3.406 m3
Subbase de solo estabilizado granulometricamente sem mistura esp. = 17 cm 172.510 m3
Base de solo estab. granul. com mistura de 2% de cimento esp. = 15 cm 146.437 m3
TSS, com emulsão asfáltica RR-2C com 2% de polímero SBS esp. = 1,5 cm 899.196 m2
Quadro 2.17
QUANTITATIVOS DE PAVIMENTAÇÃO DO SUBTRECHO SÃO LUIZ DO NORTE - RIALMA
Camadas do Pavimento Quantidades
Regularização do subleito 819.162 m2
Subbase de solo estabilizado granulometricamente sem mistura esp. = 20 cm 161.537 m3
Base de solo estab. granul. com mistura de 2% de cimento esp. = 20 cm 154.577 m3
Revestimento /Capa: com CBUQ na faixa “C”, adição de polímeros esp. = 8,0 cm 108.234 ton
Revestimento/acostamento com CBUQ na faixa “C”, adição de polímeros esp. = 4,0 cm 13.8422 ton
Imprimação betuminosa 707.903 m2
Pintura de ligação 563.720 m2
Quadro 2.18
QUANTITATIVOS DE PAVIMENTAÇÃO DO SUBTRECHO RIALMA - JARAGUÁ
Camadas do Pavimento Quantidades
Regularização do subleito 915.046 m2
Reforço do subleito 16.000 m2
Subbase de solo estabilizado granulometricamente sem mistura esp. = 20 cm 163.003 m3
Base de brita graduada esp. = 15 cm 132.594 m3
Revestimento/Capa (CBUQ com adição de polímeros /faixa “C”) esp. = 5 cm * 96.9576 ton
Revestimento/Binder (CBUQ/Faixa “B”) esp. = 6 cm * 96.957 ton
Imprimação betuminosa 877.052 m2
Pintura de ligação 1 e 2 1.615.944 m2
* Pista e acostamento
Quadro 2.19
QUANTITATIVOS DE PAVIMENTAÇÃO DO SUBTRECHO JARAGUÁ - ANÁPOLIS
Camadas do Pavimento Quantidades
Regularização do subleito 1.129468 m2
Subbase de solo estabilizado granulometricamente sem mistura esp. = 20 cm 208.016 m3
Base de solo estabilizado com mistura de 3% de cimento e 10% de areia esp. = 15 cm 150.258 m3
Tratamento superficial simples - TSS com emulsão BC 828.876 m2
Revestimento/Capa (CBUQ com adição de polímeros /faixa “C”) esp. = 3,5 cm 54.406 ton
Revestimento/Binder (CBUQ com adição de polímero/Faixa “B”) esp. = 4,0 cm 61.322 ton
Revestimento/acostamento/Binder (CBUQ com adição de polímeros/ faixa “B”, esp. = 4,0 cm 18.250 ton
Imprimação betuminosa 828.876 m2
Pintura de ligação 1.478.166 m2
12 Estaca 1301 Sta. Tereza 4,5 4,0 Atendimento a distância entre retornos.
13 Estaca 1499 Porangatu 4,0 Próximo Lote Atendimento a distância entre retornos.
14 Estaca 1501 Sta. Tereza 4,0 Próximo Lote Atendimento a distância entre retornos.
Fonte: Projeto Básico disponibilizado pelo DNIT
O trecho atual de Santa Teresa – Mara Rosa encontra-se implantado em pista simples e apresenta
característica da rodovia tronco interligando-se com extensa rede de estradas secundárias.
Para todas as localidades existentes ao longo do trecho e para os cruzamentos com as estradas
secundárias, foram projetadas interseções.
Preferencialmente foram mantidos os locais existentes, somente alterados quando necessário para
melhoramento das condições de visibilidade ou redução do volume da terraplenagem a executar.
Os retornos foram projetados atendendo as necessidades locais de vias marginais, acessos para fazendas,
comércios lindeiros e das necessidades dos usuários.
De acordo com os critérios mencionados foram projetadas as interseções relacionadas no Quadro 2.21 a
seguir:
Quadro 2.21
Interseções Projetadas
Estaca Interseção
110+00,00 Acesso Sul a Santa Teresa e a Barragem Serra da Mesa
355+10,00 Acesso a Mutonopólis e Estrela do Norte
606+10,00 Acesso a Fazendas
853+10,00 Alvorada do Norte
Fonte: Projeto Básico disponibilizado pelo DNIT
Ao longo do segmento, foram projetadas três interseções em nível, uma em desnível e quinze retornos, em
locais estrategicamente escolhidos para permissão da inversão do sentido de circulação do trânsito e de
O Projeto Básico das Interseções, acessos e retornos foi desenvolvido com a premissa básica de adequar
a geometria da via com vistas ao atendimento, tanto do tráfego local como o de longa distância, em
condições adequadas de segurança e conforto.
A situação existente foi diagnosticada, sendo analisados os fluxos de tráfego nas interseções, dados de
acidentes e a situação física local, avaliando-se a adaptação de diferentes concepções ao esquema de
circulação e a condição topográfica prevalecente.
Destacam-se dentre as interseções e acessos projetados as seguintes:
Trata-se de entroncamento, pelo lado direito, com uma rodovia estadual pavimentada, de acesso à
localidade de Oriente (a 6,0 km da BR-153) e as cidades de Itapaci (a 19,0 km da BR-153), Pilar de Goiás
(a 39,0 km da BR-153), entre outras.
A interseção existente é do tipo “gota” complementada com canalizações na pista da BR-153, através de
zebrados e tachas.
Como a pista direita não sofreu alterações nesse segmento, foram efetuadas apenas pequenas
adequações nas canalizações existentes. Foram projetados ainda um conjunto de retornos, posicionados
segundo as condições de visibilidade em perfil.
Trata-se de entroncamento, pelo lado direito, com uma rodovia estadual pavimentada, de acesso às
cidades de Nova Glória (a 6,0 km da BR-153), Rubiataba (a 22,0 km da BR-153), entre outras. Nesse
segmento a BR-153 atravessa a localidade de Jardim Paulista que se distribui nas duas margens da
rodovia.
Estudo de Impacto Ambiental - EIA 142
A interseção existente encontra-se totalmente deficiente, pois só atende a margem direita da BR-153 e não
apresenta visibilidade em perfil adequada. Os movimentos irregulares, as travessias de pedestres e a falta
de visibilidade são a razões da existência de lombadas (quebra-molas) enquanto mecanismo de redução
de velocidade, ainda que precário.
Na concepção do acesso levou-se em consideração a necessidade de garantir condições adequadas de
acesso às duas margens da rodovia, minimizado os efeitos de segregação. Foi observada ainda a
necessidade de dar ao pedestre segurança para as necessárias travessias de pista, dentro de condições
aceitáveis para a operação da via, ou seja, em velocidade de fluxo compatível com o tráfego de longa
distância.
Assim, observando ainda a questão econômica, desenvolveu-se o acesso à Jardim Paulista em greides
separados, com viaduto sobre as pistas da BR-153, que passará em greide de corte, minimizando os
volumes de terraplenagem e ao mesmo tempo gerando compensação de massas em relação a aterros
próximos.
Desta forma entendeu-se viabilizar o acesso às propriedades marginas e à GO-434, como também
solucionar a circulação de pedestres com total segurança, através de uma mesma OAE, sem maiores
interferências com o tráfego de longa distância. Os impactos ambientais, tanto sobre o meio físico quanto
sobre o sócio-econômico, foram minorados, razão da adoção dessa solução.
Rialma desenvolve-se apenas à margem direita da BR-153, ao longo de aproximadamente 3,0 km, com
três acessos distintos à BR-153.
O primeiro (km 301,3) é denominado “Acesso Norte”, é composto por uma rótula vazada, em segmento de
aterro de altura superior a 7,5 m. Servindo-se da conveniência de já estar o greide elevado optou-se pela
implantação de passagem inferior, através de túneis em armco, que confere melhores condições de
segurança com um custo relativamente reduzido. Sua locação foi estudada visando o máximo de
aproveitamento da estrutura existente para implantação dos acessos.
O segundo (km 302,45), situa-se no Entr. com a GO-480, que liga Rialma (LD) à Santa Izabel (LE), onde
encontra-se implantado um viaduto na GO-480 e sobre a BR-153. Este viaduto possibilita o tráfego livre
tanto para os usuários da BR-153, quanto da GO-480, todavia é servido de alças de acesso em caráter
precário, que não chegaram a ser devidamente implantadas e pavimentadas.
Para esse local prevê-se a implantação de mais um viaduto sobre a pista projetada da BR-153, e ainda a
implantação das alças de acesso. Essa concepção foi forçada pela atual configuração, já em greides
separados.
O terceiro e último acesso (km 304,0), denominado acesso sul a Rialma, coincide com o final do segmento.
Trata-se de uma rotatória vazada, situada em um piv. côncavo, composto por rampas longas e acentuadas
(da ordem de 5,5%), onde o tráfego se desenvolve em alta velocidade, reduzindo os níveis de segurança
no cruzamento.
Por se tratar do principal acesso a Rialma e Ceres, e devido à geometria em perfil ser totalmente
satisfatória, e de acordo com as orientações da fiscalização, foram concebidos dois viadutos na BR-153,
com perfil em aterro sobre o acesso a Rialma.
Além desses já citados foram projetados acessos a localidades e aglomerados urbanos, de natureza mais
simples, porém também relevantes, tanto sob o aspecto operacional quanto ambiental.
Esses acessos concentram-se basicamente do lado direito, são do tipo entrada e saída, dotados de faixas
de aceleração e desaceleração com extensões e larguras adequadas, sendo complementados por
segmentos de ruas laterais.
Esse tipo de acesso foi adotado em 04 segmentos, km 265,38 para acesso a Espírito Santo (LD); km
267,98 para acesso a um povoado (LD); km 269,96 para acesso a um povoado (LD e LE); km 276,50 para
acesso à comunidade de Plaina (LD).
Subtrecho: Rialma - Jaraguá
No Projeto Básico de Engenharia, da BR-153, no subtrecho entre Jaraguá - Rialma, foram projetados 3
(três) interseções atendendo ao estudo de tráfego e às necessidades de acesso às cidades importantes
próximas à Rodovia.
Interseção de Jaraguá II e Goianésia
Interseção de Uruana
A seguir é apresentada uma descrição sucinta das obras de arte especiais, oriundas dos projetos básicos
disponibilizados pelo DNIT.
Subtrecho: Porangatu - Santa Tereza
O Projeto Básico de Obras-de-Arte Especiais do segmento se resume na ponte sobre o Rio do Ouro,
localizada entre as estacas 638 + 5,00 e 643 + 5,00, (km 86,31). O memorial descritivo e de cálculo do
projeto básico da referida ponte é apresentado a seguir.
Estudo de Impacto Ambiental - EIA 146
Trata-se de ponte com 100,0 m de extensão, em concreto armado, projetada em trecho em tangente e com
declividade longitudinal de 3,0%.
O seu esquema estrutural é uma viga contínua, com dois balanços de 5,0 m, dois vãos laterais com 21,0 m
e dois vãos centrais com 24,0 m cada (5,0-21,0-24,0-24,0-21,0-5,0). Dentro dos padrões de DNIT, a ponte
tem lajes de aproximação com 4,0 m de comprimento.
O esquema estrutural foi definido de modo a ficar semelhante à ponte vizinha e causar a menor
perturbação ao fluxo do rio e a mata ciliar existente, preservando o corredor ecológico ali existente.
A seção transversal tem 11,7 m de largura, sendo composta por duas pistas de 3,6 m, um acostamento no
lado direito com 2,5 m e uma faixa de segurança do lado esquerdo com 1,20 m, com inclinação transversal
de 3%. A seção é complementada por duas barreiras rígidas, padrão DNIT com 0,4 m de largura.
Subtrecho: Santa Tereza - Mara Rosa
O Projeto Básico de Obras-de-Arte Especiais do segmento se resume na ponte sobre o Córrego Lambari,
localizada entre as estacas 1387 + 15,00 e 1389 + 5,00, (km 134,76). O memorial descritivo e de cálculo do
projeto básico da referida ponte é apresentado a seguir.
Trata-se de ponte com 30,0 m de extensão, em concreto armado, projetada em trecho em tangente e com
declividade longitudinal de 3,0%.
O seu esquema estrutural é uma viga contínua, com dois balanços de 5,0 m e um vão central com 20,0.
Dentro dos padrões de DNIT.
O esquema estrutural foi definido de modo a ficar semelhante à ponte vizinha e causar a menor
perturbação ao fluxo do rio e a mata ciliar existente, preservando o corredor ecológico ali existente.
A seção transversal tem 11,7 m de largura, sendo composta por duas pistas de 3,6 m, um acostamento no
lado direito com 2,5 m e uma faixa de segurança do lado esquerdo com 1,20 m, com inclinação transversal
de 3%. A seção é complementada por duas barreiras rígidas, padrão DNIT com 0,4 m de largura.
O Projeto Básico de Obras-de-Arte Especiais do segmento é composto por 5 pontes de concreto armado. O
memorial descritivo e de cálculo do projeto básico das referidas pontes são apresentados a seguir.
Ponte sobre o Córrego Itinguizada localizada entre as estacas 311 a 312 + 9,00, (km 148,02). Trata-
se de ponte com 29 m de extensão, em concreto armado, projetada em trecho em tangente e
declividade longitudinal em nível.
Ponte sobre o Córrego Vai-Vem localizada entre as estacas 378 + 15,00 a 380 + 4,00, (km 149,38).
Trata-se de ponte com 29 m de extensão, em concreto armado, projetada em trecho em tangente e
declividade longitudinal em nível.
Ponte sobre o Córrego Mato grosso localizada entre as estacas 1053 + 10,00 a 1054 + 11,20,
(km 162,87). Trata-se de ponte com 21,2 m de extensão, em concreto armado, projetada em trecho
em tangente e declividade longitudinal de 1,8 %.
Viaduto e passagem de pedestre na Interseção urbana para Campinorte localizada na estaca 1752 +
18,00, (km 176,81). Trata-se de um viaduto com 15,10 m de extensão e seção transversal de 22,0 m.
Ponte sobre o Rio Passa Três localizada entre as estacas 2810 a 2815 + 5,00, (km 198,05). Trata-se
de ponte com 105 m de extensão, em concreto armado, projetada em trecho em tangente e
declividade longitudinal de 2,0 %.
O esquema estrutural da primeira e segunda ponte é uma viga contínua, com dois balanços de 4,5 m e um
vão central com 20,0 m. Dentro dos padrões de DNIT.
O esquema estrutural da terceira ponte é uma viga contínua, com dois balanços de 3,30 m e um vão central
com 14,6 m. Dentro dos padrões de DNIT.
O seu esquema estrutural da última ponte é uma viga contínua, com dois balanços de 8,0 m e três vãos
centrais com 28,0 m. Dentro dos padrões de DNIT.
O esquema estrutural foi definido de modo a ficar semelhante à ponte vizinha e causar a menor
perturbação ao fluxo do rio e a mata ciliar existente, preservando o corredor ecológico ali existente.
A seção transversal tem 12,0 m de largura, sendo composta por duas pistas de 3,6 m, um acostamento no
lado direito com 2,5 m e uma faixa de segurança do lado esquerdo com 1,20 m e dispositivo de drenagem
de 0,15 m para cada lado, com inclinação transversal de 3%. A seção é complementada por duas barreiras
rígidas, padrão DNIT com 0,4 m de largura.
Estudo de Impacto Ambiental - EIA 147
Subtrecho: Uruaçu - São Luiz do Norte
O Projeto Básico de Obras-de-Arte Especiais do segmento se resume na ponte sobre o Rio Vermelho,
localizada entre as estacas 1840 e 1842 + 12,00, (km 237,62). O memorial descritivo e de cálculo do
projeto básico da referida ponte é apresentado a seguir.
Trata-se de ponte com 52,0 m de extensão, em concreto armado, projetada em trecho em tangente e com
declividade longitudinal de 2,0%.
O seu esquema estrutural é uma viga contínua, com dois balanços de 5,0 m, dois vãos centrais de 21,0 m.
Dentro dos padrões de DNIT.
O esquema estrutural foi definido de modo a ficar semelhante à ponte vizinha e causar a menor
perturbação ao fluxo do rio e a mata ciliar existente, preservando o corredor ecológico ali existente.
A seção transversal tem 11,7 m de largura, sendo composta por duas pistas de 3,6 m, um acostamento no
lado direito com 2,5 m e uma faixa de segurança do lado esquerdo com 1,20 m, com inclinação transversal
de 3%. A seção é complementada por duas barreiras rígidas, padrão DNIT com 0,4 m de largura.
Subtrecho: São Luiz do Norte - Rialma
O Projeto Básico de Obras-de-Arte Especiais tem como solução a construção de duas pontes e três
viadutos (sendo um duplo) que compõem as interseções em greides separados, locados na pista principal.
Está prevista ainda a construção de uma passagem inferior em armco, no acesso norte a Rialma.
A seguir são listadas as obras projetadas:
Ponte sobre o Rio São Patrício, Localização: km 260,46, Extensão: 70,0 m e Seção: 11,80 m.
Ponte sobre o Rio das Almas, Localização: km 285,30, Extensão: 230,0 m, Seção: 11,80 m.
Viaduto na interseção com a GO-434, acesso ao Jardim Paulista/Nova Glória/Rubiataba,
Localização: km 284,50, Extensão: 61,0 m, Seção: 11,80 m.
Passagem inferior em armco, acesso norte à Rialma, Localização: km 301,20, Extensão: 40,26 m
(2x) e Seção: 8,61 m (2x).
Viaduto na interseção com a G0-480, acesso a Sta Izabel/Rialma, Localização: km 302,62, Extensão:
35,0 m e Seção: 11,80 m.
Viaduto duplo na interseção de acesso à Rialma, Localização: km 304,00, Extensão: 35,0 m (2x) e
Seção: 11,50 m (2x).
Subtrecho: Rialma - Jaraguá
O Projeto Básico de Obras-de-Arte Especiais tem como solução a construção de cinco pontes e um
viaduto, conforme discriminados a seguir:
Viaduto – OAE 01 – Viaduto sobre a interseção de Jaraguá/Goianésia, Estaca Inicial: 142 + 4,00,
Estaca Final: 143 + 18,00, (km 306,86), Extensão 38,0 m e Seção: 34,00 m.
Ponte – OAE 02 – Ponte sobre o Rio das Almas, Estaca Inicial: 263 + 15,00, Estaca Final: 268+
10,00, (km 309,31), Extensão 95,0 m e Seção: 12,80 m.
Ponte – OAE 03 – Ponte sobre o Rio Saraiva, Estaca Inicial: 1349 + 15,00, Estaca Final: 1352 +
10,00, (km 331,01), Extensão 50,0 m e Seção: 12,80 m.
Ponte – OAE 04 – Ponte sobre o Ribeirão do Corvo, Estaca Inicial: 2013 + 5,00, Estaca Final: 2015 +
5,00, (km 344,28), Extensão 40,0 m e Seção: 12,80 m.
Ponte – OAE 05 – Ponte sobre o Ribeirão Formiga, Estaca Inicial: 2123 + 5,00, Estaca Final: 2125 +
15,00, (km 346,48), Extensão 50,0 m e Seção: 12,80 m.
Ponte – OAE 06 – Ponte sobre o Córrego Marinho, Estaca Inicial: 2486 + 15,00, Estaca Final: 2488 +
15,00, (km 353,74), Extensão 40,0 m e Seção: 12,80 m.
Com base nos levantamentos planialtimétricos foi efetuado um estudo preliminar das estruturas das pontes
e viadutos a serem construídos no referido trecho. Tal estudo visou o lançamento preliminar das estruturas
com o objetivo de levantamento de custo e orientação para determinar os estudos geotécnicos adicionais
que se farão necessários.
Para todas as estruturas a largura prevista é de 12,10 m. As estruturas deverão ser dimensionadas para o
tráfego de veículo tipo TB-45 da NBR-7188 e demais carregamentos previstos pela NBR-7188.
Estudo de Impacto Ambiental - EIA 148
Viaduto Estaca 851 (km 378,22) - O viaduto terá comprimento total de 39,50 m composto por três
vãos, sendo dois de 12,00 m e um de 15,50 m. Seu desenvolvimento é em tangente. A
superestrutura foi idealizada em vigas pré-moldadas de concreto armado protendido moldadas no
local. A mesoestrutura para todos os apoios será composta por pilar de concreto com seção circular.
As fundações serão em estacas perfil CS-300 x 109.
Ponte sobre o Ribeirão do Índio - Estaca 1786 + 10,00 (km 396,93) - A estrutura terá comprimento
total de 47,50 m, composto por três vãos de 15,50 m cada, e seu desenvolvimento é em tangente. A
superestrutura foi idealizada em vigas pré-moldadas de concreto armado protendido moldadas no
local. A mesoestrutura para todos os apoios será composta por pilar de concreto de seção circular.
As fundações serão em estacas perfil CS- 300 x 109.
Ponte sobre o Ribeirão Santo Antônio - Estaca 2019 (km 401.58) - A estrutura terá comprimento total
de 53,50 m, composta por 3 vãos, sendo 2 vãos extremos de 15,00 m cada e um vão central de
21,50 m. A superestrutura foi idealizada em vigas pré-moldadas de concreto armado protendido
moldadas no local. A mesoestrutura para todos os apoios será composta por pilar de concreto de
seção circular. As fundações serão em estacas perfil CS-300 x 109.
Ponte sobre o Rio Padre Souza - Estaca 2516 (km 411,52) - A estrutura terá comprimento total de
108,50 m, composto de 5 vãos de 21,50 m cada. A superestrutura foi idealizada em vigas pré-
moldadas de concreto armado protendido, moldadas no local. A mesoestrutura para todos os apoios
será composta por pilar de concreto, de seção circular. As fundações serão em estacas, perfil CS-
300 x 109.
Ponte sobre o Ribeirão Ipanema - Estaca 2706 (km 415,32) - A estrutura terá comprimento total de
65,50 m, composto de 3 vãos de 21,50 m cada. A superestrutura foi idealizada em vigas pré-
moldadas de concreto armado protendido, moldadas no local. A mesoestrutura para todos os apoios
será composta por pilar de concreto, de seção circular. As fundações serão em estacas, perfil CS-
300 x 109.
Por se tratarem, em sua maioria de áreas de preservação permanente, para a transposição dos cursos de
água, serão adotados os seguintes procedimentos:
Caso seja indispensável o desvio do curso d’água para realização da obra, esse será executado de
modo a manter sempre a sua vazão de jusante garantida;
Os desvios temporários de águas, realizados apenas para que se execute uma determinada obra,
não devem inundar áreas ou causar erosões nos terrenos confrontantes;
As obras de arte especiais serão implantadas de forma a, no mínimo, manter a seção transversal dos
cursos d’água e não obstruir o canal (cabeceiras e pilares);
A estabilização dos taludes dos aterros de encabeçamento das obras será executado de forma a
evitar processos erosivos e comprometimento do curso de água;
A obra será executada reduzindo ao mínimo necessário as interferências no leito e margens do curso
de água, protegendo a vegetação e fauna existente através de: controle do fluxo de máquinas e
veículos, desmatamento mínimo necessário, escolha de locais adequados para bota-fora, controle da
disposição dos materiais nas margens e de lançamentos nos cursos de água;
O lançamento de entulho, resíduos ou qualquer outro tipo de material no curso d’água será proibido;
Limpar, desformar e retirar todo e qualquer escoramento da obra, quando concluída.
1.4.4.9. Sinalização e obras complementares
Como obras complementares foram considerados os serviços de sinalização, implantação de cercas de
delimitação da faixa de domínio, defensas nas entradas e saídas das pontes e proteção vegetal de taludes.
O projeto de sinalização contempla a implantação de dispositivos destinados a regulamentar o uso da
rodovia, advertir para condições potencialmente perigosa, fornecer indicações e educar o usuário, com a
finalidade de otimizar a operação da mesma tornando-a mais segura.
A sinalização é classificada em:
Sinalização horizontal
Esta sinalização é traduzida através da pintura de faixas (contínua e interrompida) e marcas no pavimento,
utilizando-se a cor branca para canalização e amarela para proibição. Constituída por pintura de faixas no
eixo e bordas da pista de rolamento, legendas e símbolos, podendo ser complementados por tachas e
tachões.
Sinalização vertical
O Projeto de Sinalização Vertical foi desenvolvido observando as características técnicas para operação da
via, de forma a garantir, de acordo com as condições geométricas do projeto, o nível adequado de
segurança e conforto aos usuários. Constituída por placas, balizadores, marcos quilométricos e semáforos
fixados ao lado ou suspensos sobre a pista, através de pórticos.
Os sinais a serem colocados na rodovia terão as seguintes naturezas:
Sinalização viva
A utilização do elemento vegetal como um sistema de sinalização, além de se apresentar como mais um
tipo de dispositivo de segurança, proporciona conforto aos usuários.
As medidas da sinalização viva têm os seguintes objetivos:
Melhorar a condução óptica da rodovia: Através do plantio de árvores o usuário da rodovia recebe
informações sobre seu percurso. Produzindo um efeito psicológico favorável no usuário que implica
na diminuição do cansaço e um aumento da segurança do tráfego. O plantio de árvores e arbustos
nos lados externos de curvas, por exemplo, acentuam o percurso da curva. Em áreas de cumes
(curvas verticais), plantações acentuam a visão e a percepção do percurso da rodovia.
Diminuir a velocidade do tráfego em áreas com riscos de acidentes: A identificação do corpo da
rodovia por plantação de vegetação tem influências sobre o comportamento do usuário da rodovia e
provoca uma acomodação da velocidade às características da rodovia.
Assegurar a percepção de interseções em tempo oportuno: A percepção e compreensão em tempo
oportuno de interseções fora do perímetro urbano poderão ser melhoradas através da plantação de
vegetação. É extremamente importante deixar livre, sem o plantio de árvores ou arbustos, aquelas
áreas próximas às interseções visando permitir ampla visibilidade para os motoristas que se
aproximam do local.
Proteção contra luzes/ofuscamento: Plantação de vegetação nas faixas centrais de rodovias (se
houver) serve predominantemente à proteção do usuário contra as luzes do tráfego em sentido
oposto.
Proteção contra ventos laterais: Em seções suscetíveis a ventos laterais, a plantação de vegetação
poderá diminuir o impacto do vento sobre o corpo da rodovia e aumentar a segurança do tráfego.
Defensas naturais: Plantações de arbustos em forma densa, larga e organizada servem como
defensas naturais e ao mesmo tempo como condução óptica da rodovia em seções perigosas.
Sinalização de paradas de ônibus: Plantações de uma linha de arbustos antes da parada de ônibus,
bem como a plantação de árvores à volta da própria parada, criam uma percepção melhor da parada
pelo usuário da rodovia influenciando o seu comportamento em termos de aumento de atenção e
diminuição de velocidade.
Quebrar a monotonia da paisagem existente: Áreas com poucas estruturas da paisagem (paisagens
monótonas) poderão ter um efeito psicológico negativo sobre o usuário da rodovia. As medidas
paisagísticas podem ajudar quebrar esta monotonia.
Bordo externo de curvas: Após estudos realizados, por motivos de ordem econômica, resolveu-se
empregar com mais intensidade a sinalização viva no bordo externo das curvas em aterros. Serão
plantadas espécies arbóreas de pequeno porte adaptada ao clima regional, dispostos em uma linha
paralela ao eixo da curva a uma distância de 2,50m do bordo do acostamento, distanciados entre si,
de tal maneira que venham a se localizar entre os balizadores das curvas.
Estudo de Impacto Ambiental - EIA 151
A sinalização viva é um serviço complementar ao Projeto de Paisagismo e recuperação das áreas
degradadas.
Cercas de vedação da faixa de domínio
As obras de proteção envolvem colocação de cercas, dispositivos com a finalidade de limitar e vedar a faixa
de domínio da rodovia. As cercas serão constituídas de mourões de suporte, mourões esticadores e fios de
arame.
Ressalta-se que em diversos segmentos do subtrecho em estudo as cercas foram relocadas com invasão
da faixa de domínio, de maneira geral há necessidade de fiscalização e manutenção com reconstrução ou
relocação das cercas.
Defensas
Defensas são dispositivos de proteção, rígidos e maleáveis, contínuos, com forma, resistências e
dimensões capazes de possibilitar que veículos desgovernados sejam reconduzidos à pista, sem brusca
redução de velocidade, nem perda de direção, causando o mínimo de danos ao veículo, aos seus
ocupantes e ao próprio dispositivo.
A execução do projeto foi feita em conformidade com as normas do DNIT e com a PNB-285 da ABNT.
Ao final do projeto geométrico foi feita uma verificação dos locais onde é recomendável a colocação de
defensas, tais como: segmentos em aterro alto e/ou com taludes íngremes e em locais sujeitos a acidentes,
como nas cabeceiras de pontes, etc.
Barreiras de Concreto
Barreira é um dispositivo de proteção contínuo, moldado em concreto armado, de forma, resistência e
dimensões adequadas, com o objetivo de se evitar que veículos desgovernados provoquem danos as
pessoas e propriedades, sem por em risco os veículos que com elas possam colidir, bem como seus
ocupantes. Trata-se de proteção rígida e indeformável, cuja capacidade de proteção do veículo
desgovernado é dada pela sua forma.
As barreiras de concreto serão do tipo New Jersey, dotada das transições longitudinais exigidas em norma.
São indicadas para a proteção nos locais onde as defensas não possam atingir os objetivos colimados, por
necessitarem de espaço externo para deformação motivada pelo impacto, espaços este inviáveis em
alguns locais, como nos tabuleiros das pontes e na separação de pistas de sentidos contrários, nos
segmentos sem canteiro central.
A superfície de deslizamento, composta por guia, rampa e mureta, tem a propriedade de receber o impacto
dos veículos desgovernados desacelerando e devolvendo-os à pista.
Dispositivos de iluminação
Serão instalados dispositivos de iluminação destinados à melhoria da segurança do tráfego nas travessias
urbanas, nas passagens inferiores das interseções e nos viadutos próximos às áreas urbanas, bem como,
em postos da Polícia Rodoviária e nos pátios de apreensão de veículos deverão ser iluminados consoante
as especificações estabelecidas no Projeto Básico em consonância com as normas e padrões do DNIT.
Ressalta-se que todas as listagens dos dispositivos da sinalização horizontal, vertical e de proteção,
necessários para a proteção do corpo estradal e da área diretamente afetada pelo empreendimento e, seus
detalhes construtivos, encontram-se disponibilizados nos projetos básicos de engenharia contratados pelo
DNIT.
A revegetação será adotada para controlar os processos erosivos e recuperar parte do ambiente natural
suprimido durante a construção da rodovia.
Parte da cobertura vegetal existente sobre as áreas diretamente afetadas pela duplicação é composta por
vegetação nativa, em especial por formações de Cerradão e Floresta Estacional Semidecidual. Ao suprimir
essa cobertura vegetal o solo ficará exposto, podendo acarretar erosões e carreamentos de sedimentos
para o leito dos cursos de água, causando seu assoreamento.
As jazidas exploradas para a construção da rodovia, canteiros de obras, empréstimos, bota-foras e a faixa
de domínio da rodovia serão revegetados e reabilitados após o término das obras, de forma a constituir
uma cobertura vegetal que reduzirá o efeito erosivo e reintegrará essas áreas ao ambiente natural. Os
trabalhos de revegetação serão voltados para restabelecer as espécies antes existentes.
Estudo de Impacto Ambiental - EIA 152
1.4.5. Etapas previstas para a implantação
Para a duplicação da rodovia BR-153, são previstas as seguintes etapas para sua implantação.
Etapa 1 - Porangatu - Santa Tereza de Goiás (ext: 33,50 km).
Etapa 2 - Santa Tereza de Goiás - Mara Rosa (ext.33,64 km)
Etapa 3 - Mara Rosa - Uruaçu (ext: 56,42 km)
Etapa 4 - Uruaçu - São Luiz do Norte (ext: 41,50 km)
Etapa 5 - São Luiz do Norte - Rialma (ext: 61,50 km)
Etapa 6 - Rialma - Jaraguá (ext. 57,17 km)
Etapa 7 - Jaraguá - Anápolis (ext. 59,10 km)
Para início das obras prevê-se para as Etapas 1 e 2 a duração de 24 meses, envolvendo todo o período de
2010 e 2011; para as Etapas 3 e 4 seriam desenvolvidas ao longo de 24 meses, nos anos de 2011 e 2012;
finalmente, as Etapas 5, 6 e 7 seriam desenvolvidas em 36 meses, do ano de 2011 a 2013.
O esquema mostrado a seguir ilustra o cronograma geral sugerido pela Consultora, uma vez que, o projeto
analisado encontra-se na etapa de Projeto Básico, não contendo informações suficientes para a definição
do mesmo. Considera-se a seguir as etapas listadas no item acima.
Etapa 1
Etapa 2
Etapa 3
Etapa 4
Etapa 5
Etapa 6
Etapa 7
Alocação de mão-de-obra
Após o cronograma, apresenta-se a relação da equipe técnica mínima, de nível superior e de nível médio.
Em seguida é apresentada a relação de equipamento mínimo a ser alocado para a execução da obra.
6.18 Motoristas 20
Os britadores são instalações associadas a jazidas de material pétreo que sofre processamento em sua
granulometria para utilização em diversas etapas do processo construtivo da rodovia. As principais
interferências da sua operação estão relacionadas ao processo de britagem, que envolve a quebra
mecânica das rochas extraídas das jazidas e constituem fonte de ruídos e emissão de particulados para a
atmosfera.
A AII para o meio socioeconômico é constituída por uma unidade espacial formada pelos municípios
interceptados pela BR-153 e municípios com limites muito próximos a ela, sofrendo sua influência. Assim, a
AII compreende vinte e quatro (24) municípios, sendo que dezesseis (16) deles atravessados pela rodovia
e sete (7) municípios com limites próximos à rodovia.
Municípios atravessados pela rodovia:
Porangatu, Santa Tereza de Goiás, Estrela do Norte, Mara Rosa, Campinorte, Uruaçu, Hidrolina, São Luís
do Norte, Nova Glória, Ceres, Rialma, Rianápolis, Jaraguá, São Francisco de Goiás, Pirenópolis e Anápolis.
Municípios com limites próximos a rodovia:
Formoso, Mutunópolis, Nova Iguaçu de Goiás, Itapaci, Santa Isabel, Carmo do Rio Verde, Uruana e
Petrolina de Goiás.