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UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

DANIEL BARBOSA LOPES

EMANUEL DA SILVA FIGUEIREDO

LEONARDO TERRABUIO DA SILVA

MARCOS PAULO DOS SANTOS

MATHEUS DE OLIVEIRA FELIPE

OZEAS PAULO ROCHA

RAFAEL SILVA LOPES

RENAN SCOLA AGOSTINI

WILLIAM ALVES PADILHA

EQUIPAMENTO PARA REALIZAÇÃO DE LIMPEZA EM SISTEMAS DE


ARREFECIMENTO EM VEÍCULOS AUTOMOTORES

BAURU
2021
DANIEL BARBOSA LOPES

EMANUEL DA SILVA FIGUEIREDO

LEONARDO TERRABUIO DA SILVA

MARCOS PAULO DOS SANTOS

MATHEUS DE OLIVEIRA FELIPE

OZEAS PAULO ROCHA

RAFAEL SILVA LOPES

RENAN SCOLA AGOSTINI

WILLIAM ALVES PADILHA

EQUIPAMENTO PARA REALIZAÇÃO DE LIMPEZA EM SISTEMAS DE


ARREFECIMENTO EM VEÍCULOS AUTOMOTORES

Trabalho de conclusão de curso para


obtenção do título de graduação em
Engenharia Mecânica apresentado à
Universidade Paulista – UNIP.

Orientador: Prof. Me. Marcelo Amaral


Zambo Migliatti

BAURU
2021
AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agradecer primeiramente a Deus, por ter nos dado saúde,


abençoado, guardado e concedido forças, permitindo assim que fosse possível
realizar esse trabalho.
Agradecemos a todos os professores, doutores, mestres, especialistas e
colaboradores por cada ensinamento com sabedoria. Agradecemos aos familiares,
pais, esposas, filhos, noivas, namoradas, irmãos, amigos e todos que estiveram
conosco tendo paciência e nos dando o apoio que precisávamos. Agradecemos em
especial cada colega integrante desse grupo de Trabalho de Conclusão que
acreditou e confiou na equipe, pelo companheirismo e amizade de todos que
colaboraram para sua elaboração.
RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo para o desenvolvimento de um equipamento


capaz de realizar a limpeza do sistema de arrefecimento (sistema que controla a
temperatura dos motores à combustão) de veículos automotores de forma autônoma
e sustentável. O estudo utiliza dados coletados em um centro automotivo localizado
na cidade de Bauru – SP, através deles é possível identificar diversas carências no
processo de realização da limpeza atual, como o alto volume de água direcionado a
rede de esgoto a cada limpeza, o descarte de impurezas de maneira incorreta, o
tempo elevado para a realização do processo e a ausência de equipamentos que
auxiliem a abertura da válvula termostática (dispositivo que controla a passagem do
líquido para o trocador de calor de acordo com a temperatura), ocasionando o
fechamento da mesma quando o fluido se encontra abaixo da temperatura de
trabalho, tornando-se necessária a realização de vários ciclos para limpeza de todo
o sistema. Foram buscados meios para o desenvolvimento de um equipamento que
realizasse a limpeza de maneira eficiente e que solucionasse os problemas
identificados. Após o dimensionamento do equipamento foi possível estimar a
redução de diversas variáveis do processo, o consumo de água passaria de 72 litros
por ciclo para 7, devido a reutilização do líquido em mais de uma limpeza através da
filtragem do mesmo, sendo reduzido em aproximadamente 90,3%; o tempo do ciclo
diminuiria de 190 minutos por veículo para 77, proporcionado principalmente pelo
pré-aquecimento do líquido e consequentemente auxiliaria na abertura da válvula
termostática, passando a ser 59,5% menor; o descarte dos resíduos de forma
correta seria propiciada pelos elementos filtrantes que iriam reter as partículas,
podendo ser limpos posteriormente. Como resultado, o estudo se apresentou viável
tanto economicamente, sendo estimado o retorno financeiro investido após a
centésima primeira limpeza, atendendo as necessidades encontradas e melhorando
a eficiência no processo atual.

Palavras-chaves: Veículos. Equipamento. Manutenção. Arrefecimento. Limpeza.


ABSTRACT

This work presents a study for the development of equipment capable of cleaning the
cooling system (system that controls the temperature of combustion engines) of
automotive vehicles in an autonomous and sustainable manner. The study uses data
collected in an automotive center located in the city of Bauru - SP, through them it is
possible to identify several deficiencies in the process of carrying out the current
cleaning, such as the high volume of water directed to the sewage network at each
cleaning, the disposal of impurities incorrectly, the long time to carry out the process
and the absence of equipment to help open the thermostatic valve (device that
controls the passage of liquid to the heat exchanger according to the temperature),
causing its closure when the fluid is below the working temperature, making it
necessary to carry out several cycles to clean the entire system. Means were sought
for the development of equipment that could carry out cleaning efficiently and solve
the identified problems. After sizing the equipment, it was possible to estimate the
reduction of several process variables, water consumption would go from 72 liters per
cycle to 7, due to the reuse of the liquid in more than one cleaning by filtering it,
being reduced by approximately 90 .3%; the cycle time would decrease from 190
minutes per vehicle to 77, provided mainly by the pre-heating of the liquid and,
consequently, it would help to open the thermostatic valve, becoming 59.5% less; the
correct disposal of waste would be provided by filtering elements that would retain
the particles, which could be cleaned later. As a result, the study proved to be
economically viable, with an estimated financial return after the hundredth cleaning,
meeting the needs found and improving the efficiency of the current process.

Keywords: Vehicles. Equipment. Maintenance. Cooling. Cleaning.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS GERAIS ............................................................................................ 13
2.1 Objetivos específicos ....................................................................................... 13
2.2 Justificativa ....................................................................................................... 13
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 15
3.1 Tipos de motores .............................................................................................. 15
3.1.1 Motor a vapor ................................................................................................... 15
3.1.2 Motor elétrico.................................................................................................... 15
3.2 Motores à combustão ....................................................................................... 16
3.2.1 Motor à combustão externa .............................................................................. 16
3.2.2 Motor à combustão interna ............................................................................... 16
3.3 Tipos de sistemas de arrefecimento ............................................................... 18
3.4 Compressor ....................................................................................................... 21
3.5 Conexões ........................................................................................................... 21
3.6 Pressão e bomba de água ................................................................................ 25
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 28
4.1 Sustentabilidade................................................................................................ 28
4.2 A importância do sistema de arrefecimento ................................................... 30
4.3 A importância da manutenção e limpeza do sistema .................................... 31
4.3.1 Aditivo de limpeza ............................................................................................ 34
4.3.2 Periodicidade.................................................................................................... 34
4.4 Dispositivos atuais e sua utilização ................................................................ 34
4.4.1 Modelo KA 028 ................................................................................................. 34
4.4.2 Modelo WCS-9800 ........................................................................................... 36
5 DEFINIÇÃO DE MATERIAIS ................................................................................. 38
5.1 Reservatório ...................................................................................................... 38
5.1.1 Reservatórios de água (1) e circulação (2) ...................................................... 38
5.1.2 Reservatório de descarte ................................................................................. 41
5.1.3 Componentes dos reservatórios....................................................................... 42
5.2 Filtro ................................................................................................................... 43
5.3 Bomba ................................................................................................................ 44
5.3.1 Bomba 1 ........................................................................................................... 45
5.3.2 Bomba 2 ........................................................................................................... 48
5.4 Compressor do sistema ................................................................................... 50
5.5 Resistência ........................................................................................................ 50
6 METODOLOGIA .................................................................................................... 54
6.1 Funcionamento.................................................................................................. 56
6.2 Dimensionamento e material do reservatório ................................................ 58
6.3 Sistema de controle e monitoramento eletrônico .......................................... 59
6.4 Filtragem ............................................................................................................ 61
6.5 Pressão e bomba de água no sistema ............................................................ 64
6.6 Temperatura de trabalho .................................................................................. 67
7 RESULTADOS E CUSTOS DO PROTÓTIPO ....................................................... 69
7.1 Resultados ......................................................................................................... 70
7.1.1 Tempo para realização da limpeza .................................................................. 70
7.1.2 Consumo e descarte de água .......................................................................... 71
7.1.3 Custo x benefício.............................................................................................. 72
8 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 74
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 75
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Motor Stirling ............................................................................................. 16


Figura 2 - Motor com funcionamento em quatro tempos ........................................... 17
Figura 3 - Motor de combustão interna ..................................................................... 18
Figura 4 - Sistema de arrefecimento a ar do VW Fusca ............................................ 19
Figura 5 - Fluxo da água do motor no sistema de circulação forçada. ...................... 20
Figura 6 - Sistema de arrefecimento de circulação forçada ...................................... 21
Figura 7 - Conexão T em latão .................................................................................. 22
Figura 8 - Engates rápidos em inox ........................................................................... 23
Figura 9 - Gráfico de altura manométrica e capacidade ............................................ 26
Figura 10 - Gráfico de porcentagem de vazão e viscosidade ................................... 27
Figura 11 - Reservatório de expansão sujo ............................................................... 32
Figura 12 - Reservatório de expansão limpo ............................................................. 33
Figura 13 - Dispositivo de limpeza modelo KA 028 ................................................... 35
Figura 14 - Dispositivo de limpeza modelo WCS-9800 ............................................. 37
Figura 15 - Estrutura da máquina sem as chapas de revestimento .......................... 38
Figura 16 - Reservatório de água limpa .................................................................... 40
Figura 17 - Reservatório de descarte ........................................................................ 42
Figura 18 - Filtro de 350 mm ..................................................................................... 44
Figura 19 - Filtro Big Blue .......................................................................................... 44
Figura 20 - Gráfico de desempenho da bomba GP-250............................................ 46
Figura 21 - Bomba 1, modelo GP-250 ....................................................................... 47
Figura 22 - Bomba 2, modelo MP15-R ...................................................................... 49
Figura 23 - Compressor modelo BMAX101 ............................................................... 50
Figura 24 – Resistência de 6 KW .............................................................................. 53
Figura 25 - Gráfico de temperatura por tempo .......................................................... 53
Figura 26 - Equipamento de limpeza do sistema de arrefecimento ........................... 54
Figura 27 - Visão traseira do equipamento de limpeza ............................................. 55
Figura 28 - Visão interna do equipamento de limpeza .............................................. 55
Figura 29 - Fluxograma de funcionamento do equipamento ..................................... 57
Figura 30 – Esquema elétrico.................................................................................... 60
Figura 31 - Simulação no Proteus ............................................................................. 61
Figura 32 - Comparação do micra ............................................................................. 63
Figura 33 - Filtro BBI Carbon Block ........................................................................... 63
Figura 34 - Filtro bobinado de algodão ...................................................................... 64
Figura 35 - Funcionamento da válvula termostática .................................................. 68
Figura 36 - Gráfico comparativo dos tempos de limpeza .......................................... 71
Figura 37 – Gráfico comparativo do custo x benefício dos equipamentos ................ 73
12
1 INTRODUÇÃO

Devido ao desenvolvimento da sociedade há um aumento da demanda por


serviços e produtos, muitas vezes exaurindo e poluindo recursos naturais. (GOMES;
OLIVEIRA; NASCIMENTO, 2008). A água é um dos elementos de maior importância
para a manutenção de vida, contudo, sua qualidade vem sendo reduzida devido à
poluição. (GRASSI, 2001).
Os veículos automotores são um dos principais meios de locomoção da
humanidade e representam um mundo moderno e sofisticado. A manutenção de
maneira inadequada dos veículos pode ocasionar problemas ambientais, sendo
agravado devido a poucas pessoas terem conhecimento dos riscos que representa
para o ambiente e para a saúde humana. (GOMES; OLIVEIRA; NASCIMENTO,
2008). Com o aumento exorbitante do número de veículos cresce também a
demanda de serviços prestados em centros automotivos, que são grandes fontes de
poluição e contaminação do ambiente com resíduos sólidos e efluentes. (PAULINO,
2009).
Como toda máquina, estes veículos também precisam de manutenções
regulares, um dos componentes que exige manutenção e limpeza é o sistema de
arrefecimento. Atualmente existem diversos modelos de máquinas que realizam
essa limpeza, mas todos apresentam diversas deficiências comuns entre si, como
alto consumo de água no processo e seu descarte direto para a rede de esgoto após
cada ciclo de limpeza, descarte de diversas impurezas de maneira incorreta e
ausência de auxílio na abertura da válvula termostática, o que aumenta o tempo do
processo e consequentemente o período que o veículo permanece ligado emitindo
poluentes na atmosfera.
Todas essas deficiências merecem um cuidado especial, pois não se tratam
somente de gastos financeiros inadequados, mas também de algo que proporciona
a manutenção e a qualidade de vida de todos.
13
2 OBJETIVOS GERAIS

Analisar e desenvolver, através de cálculos e softwares, um equipamento


para realização da limpeza do sistema de arrefecimento (sistema que controla a
temperatura dos motores à combustão) em veículos automotores.

2.1 Objetivos específicos

Desenvolver um modelo de equipamento para realizar a limpeza do sistema


de arrefecimento do motor à combustão interna, que tenha capacidade volumétrica
máxima de 13 litros de líquido refrigerante, em automóveis e utilitários.
O equipamento tem por objetivo reutilizar a água durante o processo de
limpeza, descartando as impurezas sólidas de forma ecologicamente correta.

2.2 Justificativa

A maneira mais simples de fazer a limpeza do sistema de arrefecimento é


colocando água no reservatório e desconectando a mangueira de retorno,
permitindo que o líquido do sistema com suas impurezas sejam descartados ao
esgoto. Como esse processo tem eficiência limitada, devido a não conseguir manter
o sistema sob pressão e evitar a ebulição do líquido antes que se abra a válvula
termostática, não sendo possível circular água no sistema, impossibilitando a
limpeza de veículos que apresentem certa turbidez do líquido arrefecedor. (COBLI,
2014).
Para reverter esse quadro é utilizada a válvula central para controlar a
circulação do fluido em ciclo fechado, sem acréscimo de água, a fim de retomar a
temperatura de fluxo aberto da válvula termostática, e após atingir a temperatura
adequada, é aberta novamente a entrada e saída de água no sistema para descartar
mais uma parte do fluído com as impurezas. Esse processo é repetido por várias
vezes até se obter um aspecto de fluído mais transparente e só então é esgotado o
sistema e adicionado o novo aditivo arrefecedor específico. (KITEST, 2013).
14
Esses processos necessitam da conexão a uma torneira residencial e de um
local com esgoto para descarte dos resíduos. Nem sempre é possível a utilização do
equipamento fora de tais circunstâncias. (MANUAL TRITTON, 2016).
Mesmo com as melhorias e inovações, esses sistemas consomem muita
água, tempo, e descartam um volume muito grande de impurezas no esgoto, sem
reaproveitar nenhum percentual da água utilizada. Pensando nos dias de hoje, em
que a sustentabilidade é uma meta primordial, busca-se elaborar um equipamento
visando atender tal necessidade. O equipamento proposto por este trabalho será
desenvolvido com a intenção de suprir as limitações dos modelos atuais, salientando
suas vantagens sustentáveis, práticas e eficiência.
15
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Serão abordados neste capítulo os principais componentes relacionados ao


equipamento.

3.1 Tipos de motores

Devido a constante evolução da tecnologia e de acordo com as possibilidades


e necessidades, surgiram diversos tipos de motores.

3.1.1 Motor a vapor

Segundo Caldas (2015), a máquina a vapor é um equipamento capaz de


transformar energia térmica em energia mecânica.
Através do calor gerado no processo de combustão a temperatura da água é
elevada até o estado de vapor saturado, sendo então direcionada a um cilindro para
empurrar um pistão, que ao se mover gira a roda, gerando energia mecânica.
Quando o pistão chega ao extremo do cilindro, a válvula de saída se abre liberando
o vapor e com isso o pistão, empurrado pela roda, volta a sua posição inicial
chegando à outra extremidade do cilindro, a válvula de saída então se fecha e a
válvula de entrada volta a se abrir, fazendo com que o ciclo se inicie novamente. O
efeito final é o giro contínuo da roda.

3.1.2 Motor elétrico

Um motor elétrico é uma máquina capaz de transformar energia elétrica em


energia mecânica. De acordo com o seu modelo, pode funcionar com alimentação
em corrente contínua ou corrente alternada. Os motores elétricos, sejam eles de
corrente contínua ou corrente alternada, funcionam baseados no eletromagnetismo,
ou seja, a eletricidade aplicada ao motor resulta em campos magnéticos que se
opõem entre si. Dessa forma surge o conhecido campo girante, capaz de
movimentar o eixo giratório do motor chamado de rotor. (APRENDENDO ELÉTRICA,
2020).
16
3.2 Motores à combustão

Existem basicamente dois grupos de motores à combustão. Um que trabalha


por combustão externa e outro por combustão interna.

3.2.1 Motor à combustão externa

Consiste basicamente em duas câmaras com temperaturas diferentes. A


dilatação do ar nessas câmaras move um pistão (ou êmbolo), gerando trabalho
mecânico. (MUNDO EDUCAÇÃO, 2021). Um exemplo de motor à combustão
externa é o motor Stirling, conforme Figura 1.

Figura 1 - Motor Stirling

Fonte: Mundo Educação.

3.2.2 Motor à combustão interna

O motor à combustão interna tem seu princípio de funcionamento baseado na


energia liberada pela combustão da mistura de ar e combustível que ocorre dentro
do cilindro. Entre as variações existentes, o de quatro tempos é o mais empregado
atualmente.
Primeiro tempo: admissão - quando o pistão está em cima é denominado
ponto morto superior, nesse estágio a válvula de admissão abre e o pistão desce,
puxado pelo virabrequim. A mistura de ar e vapor de combustível entra pela válvula
de admissão para o cilindro que se encontra à baixa pressão. Ao chegar ao ponto
morto inferior, a válvula de admissão se fecha, completando o primeiro tempo do
motor. (MUNDO EDUCAÇÃO, 2021).
Segundo tempo: compressão - a mistura de ar e vapor de combustível é
comprimida pelo pistão que é empurrado pela inércia do virabrequim. O tempo de
17
compressão se completa quando o pistão sobe totalmente. (MUNDO EDUCAÇÃO,
2021).
Terceiro tempo: explosão ou combustão - para ocorrer a combustão, é
disparado pela bobina de ignição, uma descarga elétrica na vela. Essa faísca detona
a mistura e a explosão empurra o pistão para baixo, fazendo atingir o ponto morto
inferior. (MUNDO EDUCAÇÃO, 2021).
Quarto tempo: escape - essa queima resulta em alguns resíduos que
precisam ser retirados de dentro do cilindro, sendo assim, a válvula de escape se
abre, o pistão sobe empurrado pelo virabrequim, liberando os gases para fora do
cilindro. (MUNDO EDUCAÇÃO, 2021).

A Figura 2 é uma ilustração de um motor que funciona em quatro tempos.

Figura 2 - Motor com funcionamento em quatro tempos

Fonte: Mundo Educação.

A energia para detonar a mistura vem da bateria do automóvel. Uma corrente


elétrica é amplificada pela bobina e distribuída entre as velas para cada cilindro.
A combustão é uma reação que libera grande quantidade de calor, devido a
isso é preciso um sistema de arrefecimento para resfriar o motor e mantê-lo dentro
da faixa de temperatura ideal para seu bom funcionamento.
A energia liberada na combustão é transformada em movimento através da
pressão exercida na cabeça dos pistões. O movimento de baixo para cima é
continuado pela inércia do virabrequim acoplado à transmissão, que distribui essa
energia para as rodas.
18
A Figura 3 apresenta uma ilustração de um motor à combustão interna.

Figura 3 - Motor de combustão interna

Fonte: Mundo Educação.

3.3 Tipos de sistemas de arrefecimento

A indústria automotiva tem no sistema de arrefecimento um de seus maiores


desafios, o de manter a temperatura de trabalho do motor a combustão interna
otimizada. O sistema de arrefecimento é quem realiza o trabalho de manter a
temperatura em uma faixa ideal. Alguns dos itens que compõe o sistema são: bomba
de água, sensor de temperatura, válvula termostática, reservatório, radiador, aditivo
de arrefecimento e ventoinha. É responsabilidade destes dispositivos dissipar o calor
indesejado e manter a temperatura entre 80 e 100 °C. (VARELLA, 2012).
Os fluidos são os principais transportadores de energia térmica, absorvendo
calor das partes quentes do motor e dissipando-o para a atmosfera. Os meios de
arrefecimento mais comuns utilizados pela indústria são: água, ar e óleo. Em termos
de eficiência, pode-se dizer que os motores arrefecidos à água quando comparados
com os a ar tem melhor desempenho, visto que de 25% a 35% do calor gerado é
absorvido pelo fluido, no que diz respeito ao sistema a ar, a taxa de calor absorvido,
em média, não ultrapassa 25%. (BRUNETTI, 2012).
Embora o sistema de arrefecimento a ar (Figura 4) apresente condições
menos complexas na sua idealização e desenvolvimento, dispensando o uso de
reservatório e tubos para a condução do fluido, tem menos desgaste do metal
proveniente da oxidação, possui menor dissipação de calor e, dessa forma, exige
19
maior vazão de ar para expulsar o calor indesejado. Pontos quentes são formados
devido à ausência de controladores de temperatura que atendam todas as rotações.
(VARELLA, 2012). Assim, esse sistema atende os motores com menores taxas de
compressão e com eficiência térmica não tão alta. (BRUNETTI, 2012). Existe
também o sistema com circulação forçada, dotado de ventoinha, e o de circulação
livre.

Figura 4 - Sistema de arrefecimento a ar do VW Fusca

Fonte: Carros Infoco, 2014.

A indústria automotiva tem no sistema de arrefecimento à água, seu maior


aliado no combate ao excesso de calor gerado pelo motor, visto que este sistema
possibilita motores com melhores temperaturas médias e uma maior proteção
térmica aos seus componentes. Uma temperatura média menor que em outros
sistemas, permite maiores taxas de compressão e também uma melhora na
eficiência térmica. (BRUNETTI, 2012). Esse sistema à água pode ser de circulação
forçada ou termossifão.

A água, quando aquecida, torna-se menos densa, ocasionando a convecção


natural, induzida pela diferença de densidade entre a água quente e fria, e assim,
acontece o arrefecimento por circulação de água por termossifão, que se desloca do
20
bloco do motor para o cabeçote, da parte inferior para o ponto mais alto e na
sequência escoa para as mangueiras que fazem a conexão com o radiador. Embora
seja um sistema muito simples, para evitar perdas de cargas, é necessário camisas
e tubulações com bitolas maiores e também um trocador de calor com uma área
significativamente maior com relação ao sistema arrefecido à água forçada, em torno
de 30% a mais de área. (TILLMANN, 2013).
O principal sistema de arrefecimento utilizado pela indústria automotiva para
veículos é por circulação forçada de água (Figura 5). A circulação do fluído é feita
por uma bomba integrada com o motor. A válvula termostática tem a função de
liberar ou não o fluído para o trocador de calor, que é acionada em função da
temperatura ideal de trabalho.

Figura 5 - Fluxo da água do motor no sistema de circulação forçada.

Fonte: Varella, 2012.

O fluxograma (Figura 5) mostra o escoamento do fluido durante o


resfriamento do motor. O mesmo é forçado a circular no bloco do motor absorvendo
calor e em seguida quando a válvula termostática se abre a água segue para o
radiador trocando calor com o meio. Em função da bomba, não se utiliza tanta água
quanto no sistema de termossifão, pela pressão e velocidade que esta fornece no
sistema de circulação de água forçada. (VARELLA, 2012).

A Figura 6 apresenta um exemplo de sistema de arrefecimento de circulação


forçada.
21
Figura 6 - Sistema de arrefecimento de circulação forçada

Fonte: Varella, 2012.

3.4 Compressor

De acordo com Jesus (2012), compressor é definido como máquina de fluxo


que transforma energia mecânica ou elétrica em energia de pressão (ar
comprimido), por meio da compressão do ar ambiente.
O compressor aumenta a energia dos gases através da pressurização,
aspirando e comprimindo ar atmosférico até uma pressão determinada para
realização de trabalho. (CORADI, 2011).

3.5 Conexões

As conexões ligam tubos, ajudando a adaptar medidas e realizar o transporte


de fluidos sem que ocorra vazamento, estando presentes em diversos tipos de
instalações hidráulicas, pneumáticas, entre outras.
Assim como descrito pela Mack Flex (2021), distribuidora de itens para
sistemas hidráulicos e pneumáticos, o principal diferencial das conexões em latão é
a sua extrema versatilidade. São capazes de oferecer aplicações em diversos
setores industriais, principalmente ligando tubos de cobre, alumínio ou nylon.
22
Elas são duráveis, resistentes à corrosão (ferrugem), possuem boa
condutividade e ductilidade a alta temperatura, proporcionam maior dureza e
resistência contra golpes e choques mecânicos.
As conexões em latão apresentam montagem rápida e fácil, sem exigir
nenhum trabalho especial com o tubo. Por isso, são populares em laboratórios e na
indústria química em geral.
Para ganhar suas características e vantagens, garantindo sua produtividade,
durabilidade e resistência, tanto a altas temperaturas quanto a cargas pesadas,
passam por testes rigorosos antes de saírem da fábrica. As conexões podem ser
aplicadas em sistemas que utilizam equipamentos a ar comprimido, pneumáticos
industriais e em sistemas de freios a ar em veículos pesados.
As conexões retas, como os conectores macho, fêmea, uniões retas e de
redução são produzidas a partir da barra de latão SAE CA360. As peças angulares
como T união, T com rosca e cotovelos macho, fêmea e união são feitos em latão
forjado SAE CA377.
A Figura 7 apresenta a conexão T em latão.

Figura 7 - Conexão T em latão

Fonte: os autores, 2021.

Já os engates rápidos, ainda como descritos pela Mack Flex (2021), são
peças utilizadas para conectar e desconectar alguma parte de um circuito hidráulico,
sendo muito resistentes e suportam altas pressões. Eles ajudam no transporte de
fluidos e evitam vazamentos, podem ser frequentemente acoplados e desacoplados
23
a um ponto do circuito como, por exemplo, os implementos de equipamentos
agrícolas ou de construção. São fáceis de serem manipulados, encaixados e
desconectados, podendo fazer isso manualmente, sem precisar utilizar ferramentas.
Os engates rápidos possuem válvula de retenção em seus dois lados. Ao
serem acoplados acionam automaticamente as válvulas, permitindo a passagem
livre do fluido, sem ocorrer vazamento ou entrada de ar no circuito. No momento da
desacoplagem, as válvulas por ação de molas se fecham simultaneamente,
impedindo a saída de fluido do circuito, mesmo que esteja sob pressão.
Os engates podem ser fabricados nos materiais como: alumínio, latão, aço
inoxidável AISI-304 (CF-8) e com anéis de vedação em borracha nitrílica, viton ou
PTFE (junta envelope) nos diâmetros de 12,7 mm a 152,4 mm nas rocas NPT, BSP,
BSPT ou rosca métricas.
A Figura 8 apresenta os engates rápidos em inox.

Figura 8 - Engates rápidos em inox

Fonte: os autores, 2021.

Já as mangueiras hidráulicas são um elemento de ligação flexível entre dois


pontos para condução de material sólido, líquido ou gasoso, como por exemplo:
óleos e derivados de petróleo, água e ar. Elas possuem muitos benefícios e estão
disponíveis em uma grande variedade de bitolas e comprimentos, para diversas
aplicações, sendo recomendadas para linhas hidráulicas de baixa, média, alta e
super alta pressão.
24
Essas mangueiras foram feitas para substituírem tubulações e possuem
muitas vantagens como, por exemplo: flexibilidade, absorção de vibrações,
resistência à corrosão, possibilidade de articulações e facilidade na montagem.
Existem três camadas na construção de uma mangueira hidráulica básica.
Estas camadas ajudam a manter um fluxo consistente e confiável de líquido ao
mesmo tempo em que protegem o conjunto total de quebrar, como resultado de
desgaste ou abrasão.
O tubo interno é projetado para ser compatível com o líquido que transporta,
permitindo a elasticidade de fluxo livre e sendo resistente à pressão. Este tubo é
muitas vezes feito a partir de PDFE (teflon), termoplástico ou borrachas sintéticas.
Existe a camada de reforço que envolve o tubo interno e é composta de uma
espiral ou de malha metálica. Este conjunto se apoia ao tubo, protegendo contra os
rasgos.
Por fim, a camada externa, feita de materiais rígidos é projetada para proteger
o interior da mangueira.
As mangueiras hidráulicas possuem aplicações para diversos produtos
químicos e pressões que são submetidas. Há também outros tipos de construções
de mangueiras:
-Reforçada: este tipo de mangueira assemelha a construção de três camadas
básicas, mas com amortecedores extras na camada de reforço, na maioria das
vezes em forma de trança têxtil, arame trançado, ou material do fio espiral ao redor
do tubo interno.
-Enrolada: são mangueiras semirrígidas projetadas para a expansão e fáceis
de guardar. Como a mangueira é enrolada, pode esticar de tal maneira que não
coloca pressão desnecessária sobre os materiais de mangueira.
-Ondulada: outro método de aumentar a expansão e flexibilidade em uma
mangueira é a introdução de corrugação. O processo de corrugação manifesta-se
como tópicos pequenos ou dobras no material da mangueira, um pouco como uma
sanfona, que permitem que a mangueira se expanda e comprima sem danificar a
carcaça.
-Articulada: são mangueiras construídas em seções, com eixos rígidos
conectados por articulações flexíveis. A articulação permite que as mangueiras
façam curvas ou girem em torno de outros componentes.
25
-Multielemento: mangueiras que envolvem vários elementos listados acima
são chamadas de mangueiras multielemento.

3.6 Pressão e bomba de água

Conforme a equação (1), definição de Brunetti (2008), onde a pressão é definida


pela força aplicada a uma área, têm-se diversas unidades de medida, como por
exemplo, kfg/m², N/m², Pa (pascal) e psi (pounds per square inches).

(...) uma força aplicada sobre uma superfície pode ser


decomposta em dois efeitos: um tangencial, que origina
tensões de cisalhamento, e outro normal, que dará origem às
pressões.
Se Fn representa a força normal que age numa superfície de
área A, e dFn a força normal que age num infinitésimo de área
dA, a pressão num ponto será: (BRUNETTI, 2008, p18).

𝑑𝐹𝑛
𝑝= (1)
𝑑𝐴

Bomba de água é um equipamento hidráulico que transfere energia para água


e a faz ser transportada de um lugar para outro, podendo ter várias finalidades.
O desempenho da bomba é dado pela relação entre a energia fornecida da
bomba de água ao líquido e a energia em que o motor recebe da sua fonte.
(ELETROBRAS, 2009).
As bombas se classificam principalmente entre bombas dinâmicas ou bombas
de deslocamento positivo.
As bombas dinâmicas transferem a água através da força gerada pela própria
massa, pelo aumento de energia cinética do fluído no propulsor, sendo assim
convertida em energia de pressão. As características importantes que as bombas
dinâmicas têm são uma maior vazão e uma menor pressão, além de precisar que o
fluído esteja cheio em suas turbinas para serem bombeadas. Elas podem ser de
quatro tipos: de regeneração, de fluxo axial, de fluxo misto e centrífuga, sendo essa
última a mais utilizada. (FOX, 2006).
26
Nas bombas de deslocamento positivo ou volumétrico, como também é
chamada, a energia transferida para o fluído já está na forma de pressão e é
fornecida pelo movimento das partes mecânicas. As características importantes que
ela fornece são uma vazão constante independente da variação na entrada, pode
fornecer alta pressão e ela pode iniciar seu trabalho na presença de ar, não sendo
necessário que a água esteja cheia preenchendo sua entrada. Podem ser de dois
tipos, positiva ou alternativa. (FOX, 2006).
No gráfico da Figura 9, pode-se concluir a diferença expressiva no
desempenho dos dois modelos de bombas, cruzando suas capacidades de altura
manométrica e volume transferido.

Figura 9 - Gráfico de altura manométrica e capacidade

Fonte: RZR bombas, 2021.

No gráfico da Figura 10, pode-se comparar a porcentagem da vazão dos dois


modelos em relação à variação de viscosidade do fluído.
27
Figura 10 - Gráfico de porcentagem de vazão e viscosidade

Fonte: RZR bombas, 2021.

Em resumo, deve-se utilizar a bomba centrífuga na seguinte situação:


-Produtos pouco viscosos;
-Serviços com baixas pressões de descarga (transferência).
Utiliza-se bomba de deslocamento positivo nas seguintes situações:
-Produtos de médias a altas viscosidades;
-Serviços de recalque com baixa vazão e alta pressão;
-Serviços nos quais é necessário um fluxo constante independente de
variações de pressão e viscosidade;
-Serviços de pressurização, recalque e atomização.
A aplicação ocorrerá da seguinte forma: uma bomba se faz necessária na
máquina de limpeza do sistema de arrefecimento, para auxiliar a bomba de água do
veículo, forçando a circulação dos líquidos de limpeza e a água entre a máquina e o
motor do veículo. Uma segunda bomba se faz necessária para o processo de
transferir a água turva do reservatório de descarte para reabastecer os reservatórios
1 e 2, passando antes pelo filtro clareador.
28
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão fundamentados alguns assuntos importantes para


realização deste trabalho. Serão abordados temas como: sustentabilidade,
importância do sistema de arrefecimento, importância da manutenção e dispositivos
existentes no mercado.

4.1 Sustentabilidade

O termo desenvolvimento sustentável consiste em um conjunto de


paradigmas para a utilização dos recursos que visam atender as necessidades
humanas. Este termo foi criado em 1987 no Relatório Brundtland da Organização
das Nações Unidas (ONU) que afirmou que desenvolvimento sustentável é o
desenvolvimento que "satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a
capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades". A
sustentabilidade busca harmonizar os seus três pilares. (QUÍMICA NOVA, 2010).

O conceito dos três pilares da sustentabilidade foi desenvolvido por John


Elkington, na década de 1990, em seu livro Sustentabilidade – Canibais com garfo e
faca. Segundo o Laboratório de Sustentabilidade (LASSU), da Universidade de São
Paulo (USP), os três pilares da sustentabilidade, ou seu tripé, constituem-se nos
aspectos ambientais, econômicos e sociais, que devem interagir de forma holística
com o objetivo de atender ao conceito de sustentabilidade.

Segundo Teixeira (2018), o pilar social trata-se do capital humano de um


empreendimento, comunidade, sociedade como um todo, contemplando as
condições para que as pessoas tenham os recursos necessários para uma vida
saudável e de ótima qualidade. O pilar econômico consiste na redução do consumo
de recursos naturais, em especial, das fontes fósseis de energia e daqueles mal
distribuídos, como a água, sem interferir no ritmo de crescimento econômico. O pilar
ambiental deve-se ocupar das condições de produção e consumo, de modo a
garantir que o meio ambiente consiga condições de se autorregenerar, ou seja,
respeitando os limites biológicos de recuperação do ecossistema.

Toda a sociedade pode contribuir para fazer valer essa definição, realizando
em seu cotidiano pequenas e grandes atitudes politicamente corretas. Atitudes como
29
evitar poluir o planeta, diminuir o uso de embalagens, usar o transporte sustentável,
economizar água e não a poluir, entre outras formas possíveis. (EXPRESSO DAS
ILHAS, 2019).

A ideia de recursos naturais gratuitos pela natureza, principalmente de água,


e a crença de sua capacidade ilimitada de recuperação diante de toda exploração
desenfreada, ajudou nessa postura descomprometida com a proteção e o equilíbrio
ecológico. A solução para este tipo de problema está na gestão deste recurso, que
se inicia pela racionalização de consumo, acrescida de colocar em vigor estratégias
de reuso, tanto nas práticas agrícolas quanto nas atividades cotidianas residenciais,
comerciais e industriais. (AMBIENTE BRASIL, 2021).

Segundo Pusch (2007), a drenagem urbana tem sido reconhecida como


principal fator de contaminação dos corpos aquáticos. Resultante do crescimento do
número de veículos, aumentou-se também a demanda por serviços das oficinas que
são geradoras de resíduos sólidos e efluentes, sendo potenciais fontes de poluição e
contaminação do ambiente. (PAULINO, 2009).

Ainda de acordo com Pusch (2007), diversos tipos de resíduos sólidos estão
associados a essas atividades, concentrações de cádmio, cobre, chumbo e zinco
foram encontradas em amostras provindas de, entre outras fontes, partes
integrantes de veículos, como óleo lubrificante, desgaste de pneus, freios e corrosão
do motor. Observa-se, portanto, a importância destas fontes difusas no processo de
contaminação dos corpos d’água, pois de acordo com:

Resolução CONAMA n° 362/2005: Art.12. Ficam proibidos quaisquer


descartes de óleos usados ou contaminados em solos, subsolos, nas
águas interiores, no mar territorial, na zona econômica exclusiva e
nos sistemas de esgoto ou evacuação de águas residuais.
(CONAMA, 2005).
Na realidade atual, torna-se evidente a dificuldade em controlar impactos
ambientais causados pelas oficinas mecânicas, devido à ausência de estudos e
informações sobre as questões ambientais relacionadas ao setor, à carência de
informações a respeito dos resíduos sólidos gerados e seus destinos e pelo fato
desses estabelecimentos não serem objeto de licenciamento ambiental, mesmo a
nível municipal, que julgue os procedimentos essenciais para normatização dessas
atividades. (MIRANDA; FERREIRA; RIBEIRO, 2012).
30
Diante dessas condições, é de extrema importância que em todas as
atividades desenvolvidas tenha-se a preocupação de realizar os procedimentos e os
métodos, bem como máquinas, equipamentos e ferramentas, de forma politicamente
corretos, a fim de contribuir para o equilíbrio e bem-estar do meio ambiente.

4.2 A importância do sistema de arrefecimento

Segundo Heywood (1988), picos de temperatura durante o momento da


combustão podem chegar a 2.227 ºC, sendo que os materiais utilizados na
construção da câmara de combustão são limitados a valores muito menores. Por
isso, para evitar fadiga térmica, motores fabricados em ferro fundido devem ser
mantidos abaixo de 400 °C e em alumínio abaixo de 300 °C, mas considerando
fatores limitantes na lubrificação, para manter a película de óleo lubrificante a
temperatura não deve ultrapassar 180 ºC.
A importância da troca de calor em um motor de combustão interna não está
apenas ligada a resistência dos materiais, mas também ao consumo de combustível,
eficiência e emissão de poluentes.
Segundo Jilear (2008), um motor em operação abaixo da temperatura ideal
causa um grande aumento no consumo de combustível. Testes realizados por Taylor
(2013) mostraram que em situações reais de utilização dos motores em fase de
aquecimento, mesmo os de baixo volume deslocado, consomem cerca de 18% a
mais de combustível quando estão operando com temperaturas do óleo abaixo de
80 ºC. Invertendo a situação, na concepção de Jilear (2008), operar um motor acima
da temperatura máxima reduz a viscosidade do óleo causando um aumento do atrito
e do desgaste, consumo excessivo de óleo e redução de potência.
A eficiência energética, emissões e desempenho do motor serão todas
afetadas pela forma a qual a transferência de calor é realizada em um motor de
combustão interna. Por exemplo: para uma determinada massa de combustível
admitida na câmara de combustão do motor, quanto maior for a transferência de
calor envolvida, menor será a propagação da frente de chama e pressão, diminuindo
assim, o trabalho realizado naquele ciclo devido à queda na taxa de compressão.
Isso mostra que potência e eficiência são afetadas pela magnitude na transferência
de calor de um motor e esse fator é importante quando o foco é emissão, pois
31
mudanças na temperatura influenciam diretamente na quantidade formada de
hidrocarboneto e monóxido de carbono. (RIBEIRO, 2019).
Diante disso, segundo Valclei (2021), para manter o processo de
funcionamento do motor em plena eficiência, água limpa e adição de fluídos nas
proporções recomendadas são fundamentais, pois este fluído forma uma película
protetora na parte interna do tubo e nos componentes metálicos do motor, evitando
a sua corrosão. Reitera que a vida útil está ligada diretamente aos cuidados com a
manutenção e troca do fluído dentro do período recomendado. Quando não utilizado
da maneira correta o sistema libera uma camada corrosiva que circula pelo
arrefecimento danificando todos os componentes.

4.3 A importância da manutenção e limpeza do sistema

Os motores devem operar em uma temperatura ótima que varia em torno de


90 a 110 °C. O sistema de arrefecimento é o responsável por manter a temperatura
ideal, para que se tenha uma boa durabilidade, desempenho esperado, consumo
favorável, níveis de emissão adequados, segurança durante condução, manutenção
e entre outros fatores adversos. (BUSSACOS, 2010).
A temperatura de operação dos motores é um dos fatores que favorece a
corrosão. O desprendimento de partículas causado pela corrosão interfere
diretamente no bom funcionamento do sistema como um todo. Partículas suspensas
podem se depositar ao longo das tubulações, bomba, radiador, reservatórios, e
ainda danificar anéis de vedação, causando defeitos no sistema depois de algum
tempo de uso. (BUSSACOS, 2010).
Com o uso de radiadores de alumínio foi possível reduzir o peso total do
carro, consequentemente foi possível reduzir o consumo de combustível. Além
disso, radiadores de alumínio são mais corretos ecologicamente do que os de cobre.
Porém, uma das desvantagens do alumínio é ser bastante suscetível ao
processo de corrosão eletrolítica. Quando o líquido arrefecedor contém aditivos
anticorrosivos é reduzido o índice acidobásico no líquido arrefecedor, de 8 a 8,5 (pH
tolerável) para abaixo de 7 pH. Quando isso ocorre, as peças de alumínio começam
a se corroer por se transformar em anodo. (ULRIKH; ELLERT, 2020).
São adicionados fosfatos e boratos, aditivos de silicato, no líquido arrefecedor
para proteger o alumínio, formando assim uma camada contínua de silicato
32
anticorrosiva, com uma espessura de cerca de 0,1 mícron entre as paredes do
alumínio e o fluído. Como essas partículas microscópicas de silicato tem
propriedades abrasivas, ocorre o desgaste prematuro nas vedações de borracha e
consequentemente ocorrem os vazamentos, comprometendo o funcionamento de
todo sistema. (ULRIKH; ELLERT, 2020).
Como a espessura da camada de sedimento aumenta, as características de
dissipação de calor do sistema de resfriamento se comprometem, perdendo
eficiência na troca de calor, além de ocorrer o entupimento dos canais do radiador
de resfriamento, paralelamente, o fluído apresenta um visual de aspecto “barrento”
que dificulta a visualização do seu nível correto no sistema, conforme Figura 11.
(ULRIKH; ELLERT, 2020).

Figura 11 - Reservatório de expansão sujo

Fonte: os autores, 2021.

Muitas pessoas simplesmente utilizam a água da torneira para completar o


nível do líquido de arrefecimento por ser barato e de fácil acesso, mas isto é um erro
grave. O tipo de refrigeração dos motores atuais é o arrefecimento com líquido
arrefecedor, que é uma mistura de água livre de minerais (desmineralizada),
anticongelante (etilenoglicol, propileno glicol ou glicerina) e aditivos (antiespumantes,
detergentes, dispersantes). Ele é utilizado para equilibrar o pH da água (não deixar o
meio alcalino e nem ácido) e devido a isto, quando é adicionado ao sistema
arrefecedor ele se torna um ótimo anticorrosivo. (LOPES, 2019).
O tipo, característica e validade de cada aditivo que deve ser usado no
sistema são indicados pelo fabricante do carro, que o descreve no manual do
proprietário. É descrito também a proporção de água desmineralizada e o uso do
33
etilenoglicol, sendo esse um concentrado químico para alterar o ponto de ebulição
da água acima de 100 °C e de congelamento abaixo de 0 °C. (LOPES, 2019).
Para que todas as funções dos aditivos de arrefecimento operem com
eficiência, se faz necessária a aplicação de aditivos corretos para cada sistema, a
proporção correta de água e aditivo, e o mais importante, a limpeza do sistema.
(LOPES, 2019).
A limpeza se faz necessária para não alterar as propriedades químicas dos
aditivos e remover as partículas sólidas presentes, que danificam as partes móveis
do sistema e impedem a eficiência de troca de calor. A limpeza melhora o aspecto
visual, permite o acompanhamento da estanqueidade do sistema, possibilita a
visualização do nível do líquido arrefecedor no reservatório de expansão, e facilita
sua reposição.
A Figura 12 apresenta um reservatório de expansão devidamente limpo.

Figura 12 - Reservatório de expansão limpo

Fonte: os autores, 2021.

Outra vantagem de ter uma boa visualização do líquido é facilitar o


diagnóstico quando há uma falta de circulação do líquido ou quando apresenta
alterações anormais do nível, caracterizando um possível problema de
funcionamento.
34
4.3.1 Aditivo de limpeza

O aditivo de limpeza utilizado, vulgarmente conhecido como limpa radiador, é


produzido por diversas empresas, possui diferentes modos de utilização e
normalmente é comercializado em frascos de 200 ml. De modo geral, ele auxilia na
limpeza do sistema de arrefecimento deixando livres os dutos e mangueiras de
resíduos de óleo, ferrugem e crostas, e mantendo a sujeira suspensa no líquido para
facilitar drenagem.

4.3.2 Periodicidade

A limpeza do sistema de arrefecimento ou limpeza do radiador deve obedecer


às recomendações de cada fabricante, conforme descrito no manual do proprietário
(pode variar em média de 1 a 10 anos ou de 20.000 a 200.000 km no Brasil).
(HONDA, 2018).

4.4 Dispositivos atuais e sua utilização

4.4.1 Modelo KA 028

Atualmente, é o modelo mais popular quando se fala em máquina de troca e


limpeza do líquido de arrefecimento, sua produção é feita pela fabricante Kitest, uma
empresa especializada em produtos que auxiliam reparos mecânicos.
Itens inclusos:
-01 Módulo de limpeza;
-02 Conectores para regulagem da passagem de água;
-03 Mangueiras adaptadoras;
-02 Conectores para reservatório convencional;
-01 Mangueira para descarte do líquido sujo;
-02 Conectores de engate rápido.
Utilização:
A fabricante disponibiliza um passo a passo de utilização do equipamento que
é constituído em duas etapas, a preparação e a execução.
Preparação:
35
-Retirar a mangueira de retorno do reservatório e do radiador;
-Pegar as mangueiras adaptadoras referentes ao tipo do sistema;
-Colocar no bucal do reservatório e radiador utilizando as braçadeiras;
-Conectar uma das mangueiras do módulo de limpeza com a que sai do
radiador;
-Conectar a outra mangueira do módulo com a que está conectada na entrada
do reservatório;
-Encaixar a mangueira de descarte na saída de descarte do módulo de
limpeza e utilizar um recipiente para descartar o líquido usado.
Execução:
-Abrir registro de saída, em seguida, abrir registro de entrada;
-Abrir registro de água e manter pressão em 1 bar;
-Após o término da limpeza, fechar o registro de entrada, em seguida, fechar
registro de saída;
-Abrir o registro de circulação do sistema e deixar acionar a ventoinha;
-Abrir registro de saída, em seguida, abrir registro de entrada;
-Descartar o líquido de circulação;
-Colocar o fluido de arrefecimento e reiniciar o fluxo de circulação até a
ventoinha ser acionada.
A Figura 13 apresenta o dispositivo de limpeza modelo KA 028 fabricado pela
Kitest.

Figura 13 - Dispositivo de limpeza modelo KA 028

Fonte: Kitest.
36
4.4.2 Modelo WCS-9800

O limpador do sistema de resfriamento WCS-9800, fabricado em Guangdong,


na China, usado na limpeza do sistema de refrigeração do motor do carro é uma das
opções do mercado no quesito limpeza do sistema de arrefecimento de automóveis.
Uma de suas vantagens, segundo o fabricante, é a alta eficiência. A seguir algumas
características técnicas:
-Fonte de energia: 220 V / 250 W;
-Medidor de pressão: 0 ~ 2 kg / cm²;
-Mangueira de saída de fluido: 2,5 m;
-Mangueira de retorno de fluido: 2,5 m;
-Tanque de fluido novo / usado: 20 L * 2.
É disponibilizado um manual de operação com recomendações de segurança,
a fim de evitar acidentes.
Alguns dos recursos presentes nessa máquina são:
-Tela de toque LCD de sete polegadas;
-Função com ciclo de limpeza; o preenchimento; recuperação de fluido usado;
refrigerante de extração;
-Alerta de escassez de fluido;
-Controle eletrônico inteligente - a troca equivalente totalmente automática de
fluido novo / usado.
A Figura 14 apresenta o dispositivo de limpeza modelo WCS-9800.
37
Figura 14 - Dispositivo de limpeza modelo WCS-9800

Fonte: Alibaba, 2021.


38
5 DEFINIÇÃO DE MATERIAIS

A estrutura da máquina será composta basicamente por dois elementos: perfil


metálico e chapa para revestir a estrutura.
O perfil metálico escolhido para dar estrutura ao projeto será quadrado, com
dimensão de 25 mm e espessura de 1,5 mm em aço carbono SAE 1020, tendo a
função de garantir o formato da estrutura, proporcionar bom acabamento, entregar
boa durabilidade e versatilidade.
Como a função da chapa de revestimento é garantir o acabamento externo do
produto, optou-se por espessura de 1,2 mm, pois não irá suportar grandes cargas,
facilitando o processo de dobra.
A Figura 15 apresenta a estrutura da máquina sem as chapas de
revestimento.

Figura 15 - Estrutura da máquina sem as chapas de revestimento

Fonte: os autores, 2021.

5.1 Reservatório

5.1.1 Reservatórios de água (1) e circulação (2)

Os dois reservatórios têm suas características construtivas, dimensionais e


materiais iguais, viabilizando sua fabricação em série, apesar de terem funções
diferentes.
39
O reservatório de água tem a função de armazenar a água proveniente do
resultado da filtragem do reservatório de descarte, podendo ser completado o
volume faltante através do bocal de abastecimento. Essa água armazenada é
utilizada para repor o sistema do veículo após o término da limpeza.
O reservatório de circulação tem a função de armazenar água e aditivo de
limpeza, para que circule no sistema de arrefecimento a fim de remover as partículas
presas nas paredes internas dos diversos componentes do sistema. A água desse
reservatório também é proveniente, em sua maioria, da etapa de filtragem na saída
do reservatório de descarte, quando necessário a água e o aditivo de limpeza
podem ser adicionados pelo bocal de abastecimento.
Esses dois reservatórios tem formato cilíndrico, com volume total aproximado
de 25,47 litros cada e volume útil de aproximadamente 20 litros. Esse volume foi
dimensionado para atender o preenchimento total do sistema de arrefecimento de
veículos com capacidade máxima de 13 litros de líquido refrigerante, ficando no
mínimo sete litros como um volume suplente para os líquidos que possam ficar
alojados nas várias repartições do circuito arrefecedor, e assim assegurar uma troca
completa dos líquidos.
Os reservatórios têm comprimento de 848 mm de altura por 200 mm de
diâmetro, construído em aço Inox AISI 304, de 2 mm de espessura, sendo capaz de
suportar com segurança até 3 bar de pressão. A válvula de alívio é regulada para
2,85 bar, o que garante a proteção do circuito, sendo que os três reservatórios estão
ligados entre si, mantendo a mesma pressão. O pressostato instalado no primeiro
reservatório mede a pressão interna dos três reservatórios, para auxiliar no controle
realizado pelo pequeno compressor da máquina, sendo essa pressão necessária
para evitar que os líquidos contidos na máquina entrem em ebulição com 100 ºC.
A equação (2) apresenta os dados dimensionais, sendo: Vc o volume em
metros cúbicos, r o raio e h a altura em metros.

𝑉𝑐 = π ∗ r 2 ∗ h
𝑉𝑐 = π ∗ (0,0982 ) ∗ 0,844 (2)
𝑽𝒄 = 𝟎, 𝟎𝟐𝟓𝟒𝟕 𝒎³
40
Portanto, como a espessura da parede dos reservatórios é de 2 mm, as
dimensões do cilindro são: altura de 848 mm, diâmetro de 200 mm e volume interno
de 25,47 litros.
A Figura 16 apresenta o reservatório de água limpa e circulação.

Figura 16 - Reservatório de água limpa

Fonte: os autores, 2021.

Esses reservatórios são constituídos de nove aberturas para instalação dos


componentes que o compõe, sendo:
Abertura para o visor de acrílico (reservatório 1 e 2);
Abertura para instalação da resistência elétrica (reservatório 1 e 2);
Abertura para válvula manual de dreno água (reservatório 1 e 2);
Abertura para mangueira de pressão do compressor (reservatório 1 e 2);
Abertura para o bocal de abastecimento (reservatório 1 e 2);
Abertura para sensor de pressão (reservatório 1);
Abertura para válvula de alívio (reservatório 2);
Abertura para entrada e saída de água (reservatório 1 e 2);
Abertura para sensores de nível máximo e mínimo (reservatório 1 e 2);
Abertura para o sensor de temperatura (reservatório 1 e 2).
41
5.1.2 Reservatório de descarte

O reservatório de descarte (3) foi dimensionado para um maior volume, a fim


de ter a capacidade de armazenar com segurança todo o líquido descartado pelo
motor no primeiro processo da limpeza, quando a máquina substitui o líquido do
motor pela água com aditivo de limpeza para circulação e também o descarte desse
mesmo líquido para que a máquina possa inserir a água no sistema de
arrefecimento do veículo. Depois de armazenado e resfriado naturalmente, o líquido
é bombeado pela bomba 2, passando pelo filtro clareador a fim de reutilizar esse
líquido para um próximo processo de limpeza.
Esse reservatório possui a mesma especificação de material construtivo dos
outros dois, sendo em aço Inox AISI 304 de 2 mm de espessura, também com a
mesma capacidade de 3 bar de pressão com segurança, mas com suas dimensões
aumentadas para garantir um volume total aproximado de 49,04 litros e volume útil
aproximado de 44,04 litros.
A equação (3) apresenta os dados dimensionais:

𝑉𝑐 = π ∗ r 2 ∗ ℎ
𝑉𝑐 = π ∗ 0,1362 ∗ 0,844 (3)
𝑽𝒄 = 𝟎, 𝟎𝟒𝟗𝟎𝟒 𝒎³

Portanto, como a espessura da parede dos reservatórios é de 2 mm, as


dimensões do cilindro são: altura de 848 mm, diâmetro de 276 mm e volume interno
de 49,04 litros.
A Figura 17 apresenta o reservatório 3, o reservatório de descarte.
42
Figura 17 - Reservatório de descarte

Fonte: os autores, 2021.

5.1.3 Componentes dos reservatórios

Todos os reservatórios são dotados de visores a fim de identificar a turbidez


dos líquidos, sendo assim possível determinar a eficiência do processo e a
necessidade de limpeza da máquina.
O sensor de nível mínimo tem função de assegurar que os reservatórios
mantenham volume útil para que não falte líquido na sucção da bomba, o que
comprometeria o processo de limpeza, a própria bomba e as resistências. O sensor
de nível máximo tem função de assegurar um volume útil, evitando que o líquido o
ultrapasse, atingindo os componentes que trabalham somente com a presença de
ar, como sensor de pressão, válvula de alívio, entrada de ar do compressor, e
evitando possíveis vazamentos nos bocais de abastecimento.
Todas as entradas e saídas dos reservatórios são controladas por válvulas de
retenção elétrica, permitindo o controle da sequência das etapas de limpeza,
fazendo com que a máquina tenha autonomia para identificar de onde deve ser
retirado e para onde deve ser direcionado o líquido, a fim de garantir a ordem e a
eficiência do processo.
Os sensores de temperatura têm função de monitorar cada reservatório
individualmente, auxiliando no controle da temperatura do líquido e identificando a
necessidade da ativação das resistências de aquecimento de acordo com cada
etapa do processo de limpeza. Outra aplicação para esse sensor é a indicação da
43
temperatura do líquido para o operador da máquina, servindo de orientação,
evitando riscos de queimaduras e alertando sobre um possível mau funcionamento
da máquina ou do processo de limpeza.
Os reservatórios possuem conexões entre si, interligados em série por
mangueiras, mantendo a mesma pressão nos reservatórios e no circuito arrefecedor
do veículo quando acoplado à máquina.
O sensor de pressão tem a finalidade de identificar a necessidade do
funcionamento do compressor ou não, sendo necessário manter uma pressão
específica, determinada pelo operador.
A válvula de alívio tem função de assegurar que a pressão do reservatório
não ultrapasse a capacidade estrutural do reservatório, aliviando essa pressão para
atmosfera caso ocorra alguma falha no processo.
O material dos reservatórios foi escolhido o aço Inox AISI 304, pois muitas
das demais opções, como polímero, latão, vidro, acrílico, fibra de vidro, etc., não
caracterizam suportar as ações de pressão, temperatura, química, além de que a
espessura das paredes deve ser fina para o correto alojamento das peças e o
material precisa ter uma boa referência literária sobre suas resistências para análise
de sua aplicação.

5.2 Filtro

Os filtros utilizados neste projeto foram baseados nos parâmetros de turbidez,


retenção de partículas e temperatura do sistema.
Filtro para retenção de partículas: esse elemento filtrante possui o formato
cilíndrico de fio de algodão e o material do núcleo em Inox, com altura de 254 mm,
com diâmetro externo de 63,5 mm e diâmetro interno de 28 mm. Este componente
tem peso de 250 gramas e tem grau de filtração de cinco micra.
Para o elemento filtrante mencionado, utiliza-se a carcaça de Inox conforme a
Figura 18 com a altura de 350 mm, com diâmetro externo de 100 mm e massa total
da carcaça de 1,375 Kg.
44
Figura 18 - Filtro de 350 mm

Fonte: os autores, 2021.

Filtro para eliminar turbidez: esse elemento filtrante possui formato cilíndrico
produzido com carvão ativado, com altura de 254 mm e diâmetro externo de 114,3
mm.
Para o elemento filtrante mencionado, utiliza-se a carcaça modelo Big Blue
conforme a Figura 19 com a altura de 254 mm e diâmetro externo de 114,3 mm.

Figura 19 - Filtro Big Blue

Fonte: os autores, 2021.

5.3 Bomba

A máquina possui duas bombas hidráulicas, sendo a bomba 1 com a função


de fazer a sucção dos líquidos do reservatório 1 e do reservatório 2, forçando
45
circulação dos líquidos para o sistema de arrefecimento do veículo, deslocando o
volume dos reservatórios e auxiliando a bomba de água do veículo a circular o fluido
do sistema arrefecedor. A bomba 2 tem função de realizar a sucção do líquido do
reservatório 3, forçando sua passagem pelo filtro clareador retornando aos
reservatórios 1 e 2.
As duas bombas são alojadas na parte inferior da máquina, situando-se no
mesmo nível dos reservatórios, a fim de aproveitar a força gravitacional para facilitar
a sucção e impedir a formação de bolhas de ar na bomba e no sistema.
As bombas possuem alimentação elétrica de 220 V (Volts), controlada pelo
sistema eletrônico da máquina a fim de funcionar somente nos momentos
necessários.

5.3.1 Bomba 1

O cálculo da bomba 1 foi baseado na pressão característica das máquinas


que já fazem esse tipo de limpeza, sendo ligadas em uma mangueira de jardim e
utilizando um regulador de pressão na entrada da máquina ajustado em 1 bar, valor
estabelecido através da pressão média de trabalho dos veículos. Convertendo esse
valor para unidade em mca (metros de coluna de água), que é a medida para
calcular o desempenho da bomba, tem-se o valor de 10,1974 mca.
A vazão média de uma torneira residencial é de 39,6 litros por minuto.
(SABESP, 2014). Dotado dessas informações, foi encontrado um modelo de bomba
que atendesse as especificações para simular essa torneira com pressão e vazão
similar.
Foi escolhida a bomba GP-250 da marca Inova, que apresenta curva de
pressão e vazão que atendem às necessidades do projeto.
A Figura 20 apresenta um gráfico do desempenho da bomba escolhida para
ser a bomba 1 da máquina.
46
Figura 20 - Gráfico de desempenho da bomba GP-250

Fonte: Inova, 2021.

A bomba escolhida oferece três diferentes configurações de potência, 150 W


(Watts), 250 W e 300 W. Analisando o desempenho de cada potência, foi definido
que melhor se adequa as necessidades da máquina é a segunda configuração, que
possui valor próximo da pressão desejada. Sabendo que essa não pode ser
demasiada, a fim de não comprometer a pressão de trabalho média do sistema de
arrefecimento, faz-se necessário o uso de um regulador de pressão entre a entrada
e a saída da bomba para ajuste ideal da pressão, sendo possível corrigi-lo de acordo
com o funcionamento de cada sistema. Nesta mesma configuração, a GP-250
atende os níveis de vazão necessários para o procedimento de limpeza, baseando-
se na vazão média das torneiras de jardim comumente utilizadas. Devido as perdas
de cargas causadas pelas repartições do motor do automóvel, a vazão que
atravessa o sistema de arrefecimento completo é de aproximadamente 4 litros por
minuto.
A Figura 21 apresenta a bomba GP-250 a ser utilizada no equipamento como
bomba 1.
47
Figura 21 - Bomba 1, modelo GP-250

Fonte: Inova, 2021.

Após análise da ficha técnica oferecida pelo fabricante, apresentada na


Tabela 1, pode-se concluir que a bomba atende também os demais requisitos
necessários para o bom funcionamento da máquina, como tensão de alimentação,
temperatura de trabalho do líquido, dimensões de acoplamento, dimensões físicas e
peso.

Tabela 1 - Ficha técnica da bomba GP-250


BOMBAS MULTIFUNCIONAIS 3 VELOCIDADES
Modelo GP-250
Pot. Nom. Consumo (W) 150/250/300
Pot. Nom. Consumo CV (HP) 0,4 (3/8)
Tensão (V) 127/220
Alt. Manométrica Máx. de Saída (mca) 15
Vazão Máx. (L/min) 60
Temp. Máx. Pico (º C) 60 auto. /110Manual
Temp. Máx de Trabalho (º C) 40 auto. /90Manual
Vazão Mín. p/ acionamento (L/min) 1,5
Press. Dinâmica p/ acionamento (mca) >0,6
Dimensões - A x L x C (mm) 150 x 180 x 152
Bitolas de Entrada/Saída 1" M
Bitolas das conexões Redutoras Móveis (De - Para) 1"F - 3/4"M
Bitolas Fluxostato de Latão Externo (Entrada - Saída) 1"F - 3/4"M
Peso Líquido (Kg) 4,6
Fonte: Inova, 2021
48
Esse modelo de bomba deve operar no modo manual (sem fluxostato) para
atender a especificação de temperatura máxima de 110 ºC, sendo controlado de
forma eficiente através do comando eletrônico da máquina em conjunto com
sensores.

5.3.2 Bomba 2

A bomba 2 é acoplada à saída do reservatório de descarte com intuito de


forçar a água passar pelo filtro clareador e abastecer os reservatórios 1 e 2. Deve-se
levar em conta também o desempenho da bomba quanto a sua pressão e vazão,
mesmo executando um trabalho menos crítico do que a bomba 1.
A bomba foi dimensionada com base no filtro clareador, que tem a
capacidade de filtrar até 16,7 litros de água por minuto e suporta temperatura
máxima de 70 ºC. Devido a isso, esse processo foi projetado para ser realizado após
o término da limpeza do sistema de arrefecimento, quando o líquido atingir uma
temperatura moderada e decantar a maior parte dos resíduos sólidos. Nessas
condições, a bomba 2 pode operar por um maior período, com baixa temperatura,
fluxo e pressão, garantindo assim a eficiência da filtragem. Comercialmente foi
encontrada a bomba MP15-R que atende as características exigidas, conforme
Figura 22.
49
Figura 22 - Bomba 2, modelo MP15-R

Fonte: Cervejaria Inversa, 2021.

A Tabela 2 apresenta a ficha técnica da bomba MP15-R que será utilizada


como bomba 2 da máquina.

Tabela 2 - Ficha técnica da bomba MP15-R


BOMBA CENTRIFUGA COM ACIONAMENTO MAGNÉTICO
Modelo MP-15RM, Cabeça em Nylon Alimentício Atóxico. 1/2 - rosca BSP
Aquecimento 140 ºC
Pressão Baixa pressão
Capacidade
nominal 8/12 L/min
Cabeça Max 2.7/3.4 Metro
Cabeça nominal 1.5 Metro
Tensão 220 V 50/60hz
Aplicação Cerveja artesanal, vinho, água, indústria familiar
Nunca ligar a seco
Fonte: Cervejaria Inversa, 2021.
50
5.4 Compressor do sistema

O compressor utilizado no sistema já está disponível no mercado, sendo


escolhido o modelo BMAX101 da fabricante B-MAX, conforme Figura 23.
Sua tensão de alimentação (12 V), pressão máxima de trabalho (6,89 bar) e
vazão de 35 litros por minuto são características ideais para utilização neste projeto.
Por ser um compressor portátil, foi escolhido visando sua facilidade de instalação no
sistema, sendo suas dimensões: comprimento de 130 mm, largura de 80 mm e
altura de 150 mm.

Figura 23 - Compressor modelo BMAX101

Fonte: Mercado Livre, 2021.

5.5 Resistência

Na busca por informações sobre necessidades dentro do processo de limpeza


do sistema de arrefecimento, surgiu a ideia de aquecer externamente o líquido que
circulará pelo motor, não dependendo somente do calor gerado pelo motor para o
aquecimento e consequentemente diminuindo o tempo de espera para que seja
atingida a temperatura necessária para a abertura da válvula termostática.
Para o dimensionamento da resistência é necessário ter o conhecimento de
alguns dados do projeto, como a temperatura inicial em que se encontra o líquido, a
51
temperatura que se deseja atingir e o tempo aproximado para que ocorra esse
aquecimento.
Como a temperatura ambiente poderá variar de acordo com a região em que
se utilizará a máquina ou estação do ano, foi adotada como temperatura ambiente a
média do sul do Brasil (região de menor temperatura), em torno dos 18 ºC e como
referência a temperatura do sistema de arrefecimento dos veículos, cerca de 95 ºC.
(FREITAS, 2021).
O período de aquecimento foi definido com base no tempo médio que os
profissionais levam para realizar as conexões das máquinas atuais ao sistema do
veículo, em torno de 12 minutos para instalação e 13 minutos para o teste de
estanqueidade. Dessa forma, enquanto é realizada a conexão do equipamento, o
líquido já está sendo aquecido até a temperatura desejada.
Pela equação (4) fundamental da calorimetria tem-se que:

𝑐𝑎𝑙
𝑄 = 𝑚(𝐾𝑔) ∗ 𝑐 ( ) ∗ ∆T(ºC) (4)
𝑔 ∗ º𝐶

Sendo:
-Q → Quantidade de calor (energia);
-m→Massa do líquido;
-c→Calor específico do líquido;
-∆T→Variação de temperatura.

Como os reservatórios que serão aquecidos possuem volume de 25,47 litros


e que a massa específica da água é 1 g/cm³, pode concluir que a massa do líquido é
dada pela equação (5):

𝑚 = 𝜌∗𝑉
𝑚 = 1 ∗ 25470 (5)
𝒎 = 𝟐𝟓𝟒𝟕𝟎𝒈 = 𝟐𝟓, 𝟒𝟕𝑲𝒈

É possível verificar o calor específico da água nas tabelas padronizadas,


encontrando o valor 4.186 J/Kg.
52
A variação da temperatura é dada pela subtração da temperatura inicial da
final, conforme a equação (6):

∆𝑇 = 𝑇𝑓 − 𝑇𝑖
∆𝑇 = 95 − 18 (6)
∆𝑻 = 𝟕𝟕 º𝑪

Com esses dados, é possível calcular a quantidade de energia necessária


para realizar o aquecimento do líquido através da equação (7) fundamental da
calorimetria:

𝑄 = 𝑚 ∗ 𝑐 ∗ ∆𝑇
𝑄 = 25,47 ∗ 4186 ∗ 77 (7)
𝑸 = 𝟖. 𝟐𝟎𝟗, 𝟓𝟒 𝑲𝑱

A potência é definida pela razão entre a quantidade de energia (E) em KJ e


um determinado tempo (t) em segundos, tendo já calculado a quantidade de energia
necessária e ciente do tempo que deseja-se levar para aquecer o líquido, foi
possível calcular a potência da resistência elétrica através da equação (8):

𝐸
𝑃=
𝑡
8209,54 (8)
𝑃=
1500
𝑷 = 𝟓, 𝟒𝟕𝟑𝑲𝑾

Então, a potência necessária para cumprir o programado de elevar a


temperatura da água de 18 ºC para 95 ºC em aproximadamente 25 minutos é de
5,473 KW. Como nos cálculos trabalhou-se com a temperatura no mínimo possível,
optou-se pela resistência de 6 KW, conforme Figura 24, que possui valor próximo do
calculado, tendo um melhor desempenho quando comparado com temperaturas
acima de 18 ºC.
53
Figura 24 – Resistência de 6 KW

Fonte: os autores, 2021.

A Figura 25 apresenta um gráfico relacionando o tempo de aquecimento do


líquido com a temperatura ambiente realizado no Octave.

Figura 25 - Gráfico de temperatura por tempo

Fonte: os autores, 2021.


54
6 METODOLOGIA

No capítulo 6 serão abordados os principais componentes da máquina, como


o dimensionamento, sistema de controle e monitoramento eletrônico, filtragem,
pressão, bomba de água e temperatura de trabalho.
A Figura 26 apresenta o protótipo do equipamento para realização de limpeza
em sistemas de arrefecimento em veículos automotores.

Figura 26 - Equipamento de limpeza do sistema de arrefecimento

Fonte: os autores, 2021.

A Figura 27 apresenta a visão traseira do protótipo.


55
Figura 27 - Visão traseira do equipamento de limpeza

Fonte: os autores, 2021.

A Figura 28 apresenta a visão interna do protótipo.

Figura 28 - Visão interna do equipamento de limpeza

Fonte: os autores, 2021.


56
6.1 Funcionamento

O equipamento foi projetado para operar independente da presença do


operador, permitindo assim que o mesmo possa realizar outras tarefas, desde que
esteja por perto do equipamento caso haja algum alerta de falha no processo.
Analisando teoricamente o tempo de cada processo, considerando que os
reservatórios podem ser aquecidos enquanto a máquina realiza outras etapas do
processo, calcula-se que para a limpeza de um sistema de arrefecimento com
elevada turbidez do seu líquido arrefecedor e com o volume máximo atendido pela
máquina, seriam necessários 77 minutos.
A Figura 29 apresenta um fluxograma de todas as etapas de operação do
equipamento.
57
Figura 29 - Fluxograma de funcionamento do equipamento

Fonte: os autores, 2021.


58
6.2 Dimensionamento e material do reservatório

Os vasos, reservatórios ou tanques de armazenamento são vasos de pressão


que se destinam a armazenar fluidos ou gases, geralmente à pressão atmosférica ou
a pressões superiores. Devem ser projetados para resistir às pressões internas
diferentes da pressão normal do ambiente, preservando os fluidos e gases em seu
interior. Tem finalidades, dimensões, capacidades e especificações variadas. Sua
fabricação deve satisfazer a normas técnicas específicas bem como receber
inspeções periódicas a fim de segurança.
Os vasos de pressão, por operarem com pressões acima da pressão
atmosférica possui um risco eminente durante sua utilização e qualquer tipo de falha
pode ser catastrófica e de grandes proporções. Em casos de acidentes, muitos deles
acabam por resultar em vítimas fatais. Visando esta questão, as empresas que
possuem esses equipamentos e atividades em sua planta, devem obrigatoriamente
adotar os procedimentos da Norma Regulamentadora 13 (NR 13), que fornece
orientações fundamentais e específicas para a segurança desse tipo de processo.
A NR 13 tem caráter preventivo, a fim de evitar danos ao ser humano e às
instalações. Para seguir a normatização, requer inspeções, dispositivos de
segurança, identificações, registros e documentos, projeto de instalação,
manutenções e profissionais habilitados.
Alguns reservatórios não precisam atender a NR 13, pois existem situações
que apresentam baixo risco para o ser humano e o ambiente de trabalho em casos
de acidentes. Para que um reservatório seja enquadrado na NR 13 existem alguns
parâmetros:
-Vasos de pressão cujo produto P*V seja superior a oito, onde P é a pressão
máxima de operação em KPa e V o seu volume interno em metros cúbicos;
-Vasos de pressão que contenham fluido da classe A (fluidos inflamáveis,
fluidos combustíveis com temperatura superior ou igual a 200 ºC, fluidos tóxicos com
limite de tolerância igual ou inferior a 20 ppm, hidrogênio, acetileno).
As características principais do reservatório são as dimensões físicas que ele
ocupa, volume interno total e útil, espessura da parede, material utilizado,
capacidade de suportar a diferença de pressão em relação ao ambiente externo,
temperatura suportada, aberturas e conexões.
59
Os reservatórios 1 e 2 foram dimensionados exatamente iguais, tendo suas
medidas e características projetadas para que não se enquadrem na NR 13. Suas
medidas são 848 mm de altura e 200 mm de largura. A espessura da parede é de 2
mm em aço Inox AISI 304, suportando uma pressão de 3 bar e temperatura acima
de 120 ºC, exigida pela máquina.
A equação (9) apresenta o cálculo para enquadramento ou não na NR 13.

𝑃 ∗ 𝑉 => 8
(9)
150.000 ∗ 0,02547 = 3,8205

Para o reservatório 3, manteve-se as características dos reservatórios


anteriores, alterando somente as dimensões para 800 mm de altura e 276 mm de
largura, com volume total de 49,04 litros.
A equação (10) apresenta o cálculo para enquadramento ou não na NR13.

𝑃 ∗ 𝑉 => 8
(10)
150.000 ∗ 0,04904 = 7,356

Conforme os cálculos acima e o fluído de operação ser água e aditivo de


limpeza, o equipamento não se enquadra nos requisitos da NR 13.

6.3 Sistema de controle e monitoramento eletrônico

Ao estudar os passos da limpeza do sistema de arrefecimento veicular,


percebeu-se a necessidade do controle de alguns fenômenos envolvidos no
processo para alcançar maior eficiência, economia de tempo, diminuição da emissão
de poluentes, entre outros fatores. Devido a isto, tornou-se necessário a utilização
de um microprocessador para ter maior precisão no controle dessas informações e
executar medidas de correções quando necessário.
O sistema de controle e monitoramento é a unidade IHM (Interface Homem-
Máquina) do equipamento que coletará todas as informações do usuário e as
utilizará de base para realizar as ações necessárias para seu melhor funcionamento.
Para isso, optou-se por utilizar o microcontrolador da MICROCHIP PIC
18F4550, por atender as necessidades de comunicação com sensores de
60
temperatura, pressão e display LCD, possuir quantidade de portas de entrada e
saída necessária e facilidade da linguagem de programação.
No mercado é possível encontrar diversos equipamentos que executam o
serviço proposto, porém com algumas limitações. Buscando quais eram essas
dificuldades dos utilizadores em seu dia a dia, identificou-se que era na espera do
aumento da temperatura do líquido a ponto de ser aberta a válvula termostática do
veículo para realizar a limpeza. Desta forma foi proposta a utilização de resistências
elétricas para aquecer o líquido, sendo inserido no veículo na temperatura ideal para
que fosse mantida a válvula termostática aberta constantemente.
Além desse item, concluiu-se que para a correta execução das tarefas pela
IHM seria necessária a utilização de válvulas eletromecânicas, sensores de pressão,
bombas hidráulicas, botões para inserção de comandos, sensores de temperatura,
sensores de nível e lâmpadas para indicação de funcionamento.
Foi desenvolvido um esboço da máquina e de seu funcionamento, então, se
deu inicio ao projeto elétrico com todos os componentes necessários utilizando o
Proteus, software para criação de projetos eletrônicos, captura de esquema elétrico
e simulação do funcionamento, sendo concluído conforme Figura 30.

Figura 30 – Esquema elétrico

Fonte: os autores, 2021.


61
Depois de concluído o projeto elétrico foi iniciado o desenvolvimento das
linhas de comando que o PIC (Peripherical Interface Controller) deveria seguir, para
isto foi utilizado o MikroC (software próprio do fabricante do microcontrolador) com a
linguagem de programação C.
Finalizada a programação, foi possível realizar diversas simulações no
Proteus para verificar o funcionamento do equipamento, possíveis falhas e também
analisar se atingia os objetivos, conforme a Figura 31.

Figura 31 - Simulação no Proteus

Fonte: os autores, 2021.

6.4 Filtragem

Todos os fluidos hidráulicos contêm certa quantidade de contaminantes. A


necessidade do filtro, no entanto, não é reconhecida na maioria das vezes. Mas os
especialistas em manutenção concordam que a maioria dos casos de mau
62
funcionamento de componentes e sistemas é causada por contaminação. (GOMES,
2008).
Os processos de filtração da água acontecem por elementos filtrantes: areia,
carvão ativado, quartzo, zeólita, seixo (pedregulho), antracito, resina catiônica e
aniônica. O filtro retém impurezas da água deixando-a apta para utilização.
Para compreender o funcionamento de um filtro de água, é preciso conhecer
os materiais filtrantes, que são os elementos contidos no filtro para reter a sujeira e
deixar percolar apenas a água. O processo de limpeza da água é físico, ou seja, a
água passa pelo filtro, deixando as impurezas, que são removidas posteriormente no
processo de retro lavagem.
Neste trabalho foram selecionados dois tipos de meio filtrante, considerando
alguns parâmetros que interferem no funcionamento do motor e para atender a
eficiência desejada para limpeza do sistema. Um dos modelos escolhidos é o de
carvão ativado e o outro modelo é o elemento filtrante bobinado, fio de algodão e
núcleo de inox.
Para entender melhor os parâmetros que foram baseados para a seleção do
meio filtrante, considera-se:
-Turbidez: a turbidez é a medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar
certa quantidade de água, conferindo uma aparência turva à mesma. As principais
causas da turbidez da água são: presença de matérias sólidas em suspensão (silte,
argila, sílica, coloides), matéria orgânica e inorgânica finamente dividida, organismos
microscópicos e algas. (INSTITUTO DE TECNOLOGIA, 2021).
-Micra: micra é o plural de mícron. É representada pelo símbolo (µm) e
corresponde à unidade de medida microscópica, em que um mícron é o mesmo que
dividir um milímetro por 1.000. (VIA FILTROS - SISTEMAS FILTRANTES, 2021).
Realizando uma comparação no que diz respeito à filtragem, quando um filtro
de água tem especificação de 10 unidades micra, significa que as partículas sólidas
com tamanho maior que 10 micra serão retidos por este meio filtrante, e um grão de
areia de 200 micra será retido facilmente pelo filtro. A Figura 32 apresenta uma
comparação do micra.
63
Figura 32 - Comparação do micra

Fonte: Google imagens.

Desta forma, com base nos parâmetros levantados, foram selecionados os


elementos filtrantes de carvão ativado e cartucho de fio de algodão.
Entre os selecionados, ficou o Refil Filtro BBI Carbon Block, produzido com
carvão ativado, conforme Figura 33.

Figura 33 - Filtro BBI Carbon Block

Fonte: Extra, 2021.

Essa escolha se deve ao fato deste ter a capacidade de melhorar


sensivelmente a turbidez, eliminando também a cor e o odor estranho da água, além
da presença de sais, minerais e metais pesados.
O outro item selecionado foi o elemento filtrante bobinado, fio de algodão e
núcleo de Inox AISI 304, conforme Figura 34.
64
Figura 34 - Filtro bobinado de algodão

Fonte: Mercado Livre, 2021.

Essa escolha se deve ao fato deste elemento filtrante ter um grau de filtração
de 1 a 5 micra e suportar temperatura máxima de 120 °C, considerando a
temperatura de funcionamento da máquina para realizar a limpeza do sistema de
arrefecimento dos veículos. Serão utilizados dois filtros como esse, empregados nas
mangueiras de entrada e saída da máquina de limpeza, fornecendo maior retenção
de partículas do motor.

6.5 Pressão e bomba de água no sistema

Para esse estudo, será utilizado a unidade de pressão conhecida como bar,
que representa daN/cm² (decanewton por centímetro quadrado).
A pressão de trabalho no sistema foi definida em 1 bar. A definição desta
pressão foi determinada através da pressão média utilizada em veículos de passeio.
A pressão é definida pela válvula da tampa do reservatório de expansão do veículo e
seus dados foram baseados na Tabela 3 fornecida pela Kitest Equipamentos
Automotivos (2009).
65
Tabela 3 - Tabela das tampas de arrefecimentos

Fonte: Kitest, 2009.


66
Na escolha de aplicação da bomba, além das características técnicas de
modelo, foi levada em conta fatores como temperatura de trabalho da água, vazão
necessária para circulação, potência e quantidade de energia disponível para fonte
da bomba, diâmetro das mangueiras e conexões, pressão interna do circuito
arrefecedor, tamanho físico em que a bomba ocupa dentro da carenagem da
máquina, resistência a ação química e física em que a água e outros agentes
poderiam agredi-la.
No caso da bomba de circulação, precisa operar a uma temperatura de faixa
normal entre 80 e 100 ºC, podendo chegar, em casos extremos, a 110 ºC. A bomba
escolhida tem uma temperatura máxima de operação indicada pelo seu fabricante de
140 ºC, sendo assim adequada para o uso.
A vazão da bomba para auxiliar na circulação foi determinada pela vazão
necessária do líquido para troca de calor do motor com o radiador (já que a máquina
precisa ser instalada em série com essa ligação), o tempo para transferência total do
líquido contido no sistema de arrefecimento do veículo para a máquina, espessura
das mangueiras e conexões utilizadas na máquina, a vazão dos filtros utilizados,
vazão dos sistemas de mangueira que atualmente é usado para essa finalidade,
entre outros detalhes. A vazão nominal da bomba magnética indicada pelo
fabricante é de 8 a 12 litros por minuto e vazão máxima de 19 litros por minuto. A
bomba utilizada no equipamento opera sempre com a mesma vazão para todos os
motores, sendo o que difere de um sistema com elevada turbidez para baixa turbidez
é o tempo de circulação da água com aditivo de limpeza programada pelo reparador
automotivo.
A pressão para realização do teste de estanqueidade do circuito entre a
máquina e o motor do veículo é de no máximo 2 bar, que é fornecida pelo
compressor.
Para o fornecimento de energia à bomba, foi aproveitada a mesma fonte de
energia das resistências elétricas, que é a tensão de 220 V com corrente suficiente
para suprir a demanda de potência da bomba que é fornecida pela rede elétrica que
alimenta a máquina.
As mangueiras utilizadas são de 12,7 mm e as conexões, espigões, engates,
em todo circuito o diâmetro interno mínimo é de 10 mm.
67
O espaço físico do modelo de bomba escolhido é de 85,8 mm de largura,
112,2 mm de altura e 196,8 mm de comprimento, sendo assim o volume compacto e
perfeitamente compatível com o espaço interno da carenagem da máquina.
O rotor é de Polysulfone / Inox 316, que possui boa proteção contra corrosão,
permitindo assim trabalhar com os diferentes líquidos utilizados no processo de
limpeza.
Para a bomba 2, com função de transferir o líquido do reservatório 3 para
reabastecer os reservatórios 1 e 2 passando pelo filtro clareador, as características
do ambiente de trabalho são similares ao da bomba 1.

6.6 Temperatura de trabalho

A escolha da temperatura de trabalho da máquina para realizar a limpeza do


sistema de arrefecimento, de 80 ºC a 100 ºC, está diretamente ligada à temperatura
de trabalho padrão na maioria dos motores. Por isso, na faixa de trabalho, a válvula
termostática estará completamente aberta possibilitando a circulação do líquido por
todos os pontos do motor, realizando assim a limpeza e troca de fluido de forma
contínua.
Conforme descrito pela APS (2017), distribuidora de peças, a válvula
termostática tem por finalidade impedir o superaquecimento do líquido de
arrefecimento. Liberando a passagem para o radiador trocar calor com o ar e
retornar ao motor em uma temperatura mais baixa para então trocar calor
novamente com o motor, mantendo-o dentro da faixa de temperatura ideal de
funcionamento.
A válvula termostática não mantém a temperatura constante no sistema, pois
controla a temperatura mínima. Sua função é bloquear a passagem do líquido de
arrefecimento, do motor para o radiador, sempre que o motor estiver abaixo da
temperatura de trabalho. A Figura 35 representa o funcionamento da válvula
termostática.
68
Figura 35 - Funcionamento da válvula termostática

Fonte: APS, 2017.

A região cilíndrica concêntrica com a mola possui internamente uma cera,


essa região da válvula está em contanto com o líquido de arrefecimento em
temperatura de funcionamento do motor. A partir do momento que essa temperatura
chega a números entre 80 e 90 ºC a válvula começa a abrir empurrando a haste do
cilindro que contém a cera. Quando a temperatura chega entre 90 e 100 ºC ela já
está totalmente aberta permitindo a passagem do líquido para o radiador. O líquido
que estava contido no radiador desce para o motor e devido a sua menor
temperatura, faz com que a válvula se feche novamente, formando assim um ciclo.
69
7 RESULTADOS E CUSTOS DO PROTÓTIPO

Os custos foram cotados em setembro de 2021 de acordo com algumas


empresas, MetalInox de João Monlevade - MG, PCL engates rápidos de São Paulo -
SP, Master Brew de Santos - SP e outras, como mostra a Tabela 4. O tempo para
construção do protótipo foi estimado em 30 dias.

Tabela 4 - Tabela de custos do protótipo em setembro de 2021


FORNECEDOR ITEM VALOR
02 Vasos de pressão em aço inox 304 26,5 litros
R$ 4.800,00
conforme especificações do desenho
MetaInox
01 Vaso de pressão em aço inox 304 56 litros
R$ 2.700,00
conforme especificações do desenho
03 Válvulas de esfera com alavanca ½” R$ 216,90
06 Válvulas solenoide 2/2 NF ½” R$ 1.295,40
01 Válvula de segurança 3,5 Bar ½” R$ 19,00
Mercado Livre
01 Válvula eliminadora de ar ½” R$ 46,49
05 Conexões tipo T com escamas ½” R$ 44,90
02 Espigões com escama ½” BSP R$ 29,90
PCL Engates rápidos 02 Conectores valvulados (engate rápido) R$ 240,00
Tecno Global 02 Conectores universais para carro R$ 200,00
Mercado livre 03 Bocais de abastecimento hidráulico pequeno R$ 270,00
Master Brew 02 Bombas magnéticas MP15R R$ 918,00
01 Mini compressor de ar 12V R$ 104,00
02 Resistências elétrica 6 KW 2” R$ 370,00
Mercado Livre 01 Sensor de pressão 120 Bar ¼” R$ 284,15
02 Sensores de temperatura LM35 encapsulado R$ 65,80
Tecno Global 01 Invólucro para o sensor de temperatura R$ 120,00
02 Filtros cartucho – 1.000 l/h partícula R$ 1.960,00
02 Filtros bobinado (fio de algodão) R$ 40,00
Ind Filtros
01 Filtro big blue – 10” clareador R$ 220,00
01 Refil Filtro BBI R$ 134,18
Mercado Livre 06 Sensores de nível R$ 419,94
01 Distribuidor aberto 1 entrada ¾” e 4 saídas de
R$ 45,06
½”
Hidroja
01 Distribuidor aberto 1 entrada ¾” e 2 saídas de
R$ 28,50
½”
Conexo peças 01 Válvula de segurança 2,7 Bar ¼” NPT R$ 12,30
Abraçadeiras p/ mangueira R$ 34,95
Mercado Livre
01 Manômetro 0 a 20 Bar R$ 35,98
Dito 01 Estrutura em aço Inox 304 R$ 4.500,00
Mercado livre 03 Botoeiras para painel monobloco R$ 56,70
01 Display LCD 16x2 R$ 22,61
01 Microcontrolador PIC 18F4550 R$ 75,91
11 Reles 5V 2 posições R$ 44,44
10 Resistores 10KΩ R$ 4,00
11 Diodos 1N4148 R$ 1,10
Baú da eletrônica
02 Capacitores cerâmicos 22pF/50V R$ 0,22
01 Cristal oscilador 20 MHz caneca baixa R$ 1,00
23 Bornes 2 polos KF-301 2T R$ 31,74
08 Bornes 3 polos KF-301 3T R$ 11,44
01 Trimpot 5kΩ 15 voltas R$ 2,38
02 Contatoras WEG CWB50 R$ 729,78
Mercado Livre Chave Seletora 2 Posições R$ 29,90
11 Sinalizadores 22mm 220V R$ 274,56
Mão de obra/montagem R$ 3.000,00
TOTAL R$ 23.441,23
Fonte: os autores, 2021.
70
7.1 Resultados

Diante da realização do trabalho foram calculadas as projeções de resultados


do equipamento, como: tempo para realização da limpeza, consumo e descarte de
água, custo da mão de obra, energia a cada ciclo de limpeza, além do custo do
equipamento. Através desses dados é possível calcular o custo/benefício do
equipamento projetado comparando-o com os equipamentos atuais. Os dados
podem variar de acordo com a turbidez do líquido de arrefecimento de cada veículo,
podendo aumentar ou diminuir a quantidade de ciclos de circulação da água entre o
equipamento. Para realização dos cálculos foram utilizados 12 ciclos de circulação
por veículo.

7.1.1 Tempo para realização da limpeza

O tempo gasto com cada com cada veículo nos equipamentos atuais é em
média 190 minutos, representados na Tabela 5.

Tabela 5 – Tempo para realização da limpeza nos equipamentos atuais


TEMPO
PROCESSO
(MINUTOS)
Instalação 8
Aquecimento da água por veiculo 156
Tempo de limpeza 18
Desinstalação 8
Fonte: os autores, 2021.

No equipamento projetado o tempo para realização da limpeza foi estimado


em 77 minutos por veículo, representados na Tabela 6.
71
Tabela 6 – Tempo para realização da limpeza no equipamento projetado
TEMPO
PROCESSO
(MINUTOS)
Instalação 12
Aquecimento da água dos reservatórios 25
Adição e circulação do aditivo de limpeza 15
Drenagem da água com aditivo do motor e reposição com a água transparente 5
Filtragem e clareamento da água do reservatório de descarte 4
Desinstalação 12
Limpeza da máquina 4
Fonte: os autores, 2021.

A redução no tempo de limpeza de cada veículo foi de 59,5%, como


apresenta o gráfico da Figura 36.

Figura 36 - Gráfico comparativo dos tempos de limpeza

Fonte: os autores, 2021.

7.1.2 Consumo e descarte de água

Nos equipamentos atuais, toda a água utilizada na limpeza do sistema é


descartada na rede de esgoto. Descartam-se cerca de 4 litros de água por minuto
nesse processo e cada ciclo de descarte dura em torno de 1 minuto e 30 segundos,
sendo 18 minutos de descarte por veículo, totalizando uma média de 72 litros de
água com contaminantes descartados.
72
De acordo com o volume dos reservatórios do equipamento, dos veículos e
especificações dos filtros, o equipamento projetado tem capacidade média de
atender até 15 veículos antes que seja feito o descarte da água, que ocorrerá
somente no processo de escoamento dos reservatórios para limpeza, removendo o
líquido saturado.
O volume de água necessário para as limpezas soma 104,98 litros, ou seja,
cerca de 7 litros consumidos por veículo antes da limpeza do equipamento. O
descarte de água é reduzido para 4 litros por veículo, pois estima-se que 3 desses
litros serão despejados na bandeja inferior durante as operações de instalação e
desinstalação do equipamento e o operador poderá reinserir a água no sistema,
evitando o descarte da mesma.

7.1.3 Custo x benefício

Para calcular o custo/benefício do equipamento, utilizou-se o custo do volume


de água no valor de R$ 0,72, valor obtido em setembro de 2021 através do
simulador de conta de água fornecido pelo DAE (Departamento de Água e Esgoto),
disponível em http://daeb.com.br/simulador/, e foi considerada uma média mensal de
50 veículos atendidos.
Através dos dados obtidos, é possível realizar uma comparação do
equipamento projetado com os equipamentos atuais, representados na Tabela 7.

Tabela 7 – Tabela comparativa do custo de operação de cada equipamento


INDICADOR ATUAIS PROJETADO
MÃO DE OBRA POR HORA R$ 120,00 R$ 120,00
VALOR DE ÁGUA POR ANO R$ 729,12 R$ 432,00
MÃO DE OBRA POR VEÍCULO R$ 380,00 R$ 154,00
ÁGUA POR VEÍCULO R$ 1,22 R$ 0,72
ENERGIA POR VEÍCULO R$ 0,00 R$ 2,60
CUSTO TOTAL POR VEÍCULO R$ 381,22 R$ 157,32
Fonte: os autores, 2021.

Considerando o custo de fabricação/aquisição e o custo operacional dos


equipamentos, é possível realizar uma projeção do custo x benefício do
73
equipamento projetado em relação aos equipamentos atuais, como apresentado no
gráfico da Figura 37. Observa-se que embora o equipamento projetado tenha um
investimento inicial maior, a partir da centésima primeira limpeza ele terá vantagem
econômica em relação aos equipamentos atuais.

Figura 37 – Gráfico comparativo do custo x benefício dos equipamentos

Fonte: os autores, 2021.


74
8 CONCLUSÕES

Neste trabalho foi proposto um estudo para desenvolver um equipamento


capaz de realizar a limpeza do sistema de arrefecimento de veículos automotores,
apresentando também a relevância do correto funcionamento desse sistema e a
importância da realização de manutenções no mesmo. As análises foram realizadas
através de cálculos e softwares a fim de realizar o dimensionamento de diversos
componentes do sistema, circuitos eletrônicos, montagem do equipamento para
visualização 3D e sua documentação técnica, buscando a melhor funcionalidade do
equipamento.
Visto que o estudo foi baseado em atender as diversas necessidades
encontradas no dia a dia dos centros automotivos, quando relacionado à limpeza do
sistema de arrefecimento, o equipamento atendeu tanto os requisitos já cumpridos
por máquinas comerciais similares quanto a outros fatores importantes na
atualidade, como a reutilização da água por uma quantidade de ciclos (determinada
pelo utilizador através dos visores nos reservatórios), pré-aquecimento do líquido
para redução no tempo gasto para realização da limpeza, consequentemente
redução na emissão de poluentes na atmosfera e descarte correto de impurezas
metálicas, cumprindo a proposta de um equipamento inovador e sustentável.
75
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