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ÍNDICE ......................................................................................................................................... 1
INTRODUÇÃO............................................................................................................................... 3
A EDUCAÇÃO ARTÍSTICA E O SER HUMANO ................................. Erro! Marcador não definido.
EXPRESSÃO DRAMÁTICA ............................................................................................................. 6
EXPRESSÃO DRAMÁTICA E O DESENVOLVIMENTO PESSOAL………………………………………………….7
Tipos de jogos dramáticos ........................................................ Erro! Marcador não definido.
Jogos livres .......................................................................... Erro! Marcador não definido.
Jogos dirigidos ..................................................................... Erro! Marcador não definido.
Jogos de improvisação ........................................................ Erro! Marcador não definido.
Jogos do faz-de-conta ......................................................... Erro! Marcador não definido.
Jogos de desenvolvimento da imaginação ....................................................................... 9
Jogos de desenvolvimento de habilidades físicas e vocais . Erro! Marcador não definido.
Jogos de desenvolvimento da expressão corporal ............. Erro! Marcador não definido.
Jogos de mímica .............................................................................................................. 10
Dramatização de histórias .............................................................................................. 10
Representação com fantoches…………………………………………………………………………………….10
EXPRESSÃO DRAMÁTICA E O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA .... Erro! Marcador não
definido.
A importância do jogo segundo Piaget ....................................... Erro! Marcador não definido.
Jogo de exercício .................................................................. Erro! Marcador não definido.
Jogo simbólico ...................................................................... Erro! Marcador não definido.
Jogo de regras....................................................................... Erro! Marcador não definido.
EXPRESSÃO DRAMÁTICA E A FUNÇÃO SIMBÓLICA…………………………………………………………………..17
Propostas de actividades para as diferentes fases de desenvolvimento……………………………….19
Crianças dos 0 aos 2/3 anos………………………………………………………………………………………….19
Crianças dos 3 aos 4 anos……………………………………………………………………………………………..19
Crianças dos 5 aos 6 anos……………………………………………………………………………………………...19
Crianças acima dos 6 anos…………………………………………………………………………………………….19
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O jogo dramático………………………………………………………………………………………………………………….20
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INTRODUÇÃO
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A EDUCAÇÃO ARTÍSTICA E O SER HUMANO
Cada vez mais a educação deve ser motivadora de saberes, adaptados à civilização
actual, uma vez que são os pilares das competências do futuro e que permitem ao indivíduo
encontrar referências que o tornem autónomo e capaz de decidir quais os caminhos mais
ajustados a percorrer, orientando-o para projectos de desenvolvimento individual e colectivo.
Ao longo da vida, o ser humano explora diversas situações, de forma a actualizar,
aprofundar e enriquecer os seus conhecimentos e a adaptar-se ao mundo que se encontra em
mudanças permanentes.
É a partir do conceito de educação ao longo da vida, organizado por quatro
aprendizagens - aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a viver juntos e aprender a
ser - que a UNESCO (1996), através da Comissão Internacional sobre a Educação para o século
XXI, desafia a sociedade e os agentes educativos a repensar a escola enquanto espaço
certificador de conhecimento, mas também espaço de desenvolvimento de competências
sociais, de partilha de experiências e de reflexão de resultados
A escola deverá promover a criatividade, originalidade, iniciativa e sentido crítico que
potenciem a comunicação e permitam o entusiasmo pelas suas próprias actividades e lhes
facultem perspectivas face às suas opções pessoais e profissionais. Para tal, importa relevar as
actividades artísticas criativas no sistema de ensino, ao diversificar as suas aprendizagens e
criar modalidades e estratégias que impliquem os vários agentes sociais no processo educativo.
A nossa sociedade tem vindo a sofrer alterações socioculturais que implicam a
existência de novas atitudes por parte do sistema educativo. Esta nova realidade existente nas
escolas portuguesas, com base na heterogeneidade social e cultural, deve ser adaptada e
transformada de forma criativa e inovadora. Deste modo, cabe à Educação a missão de fazer
com que todos, sem excepção, façam frutificar os seus talentos e potencialidades criativas.
Esse projecto deverá dar primazia a políticas educativas que impliquem a construção e
preparação do próprio indivíduo e do estabelecimento de relações entre os vários agentes
sociais, em todo o mundo.
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Para que os indivíduos continuem a ser capazes de criar gerações aptas e versáteis face
à sociedade actual, convém oferecer às crianças e aos jovens todas as ocasiões possíveis de
descoberta e de experimentação - estética, artística, desportiva, científica, cultural e social.
O acesso democrático a uma educação básica com qualidade continua a ser um dos
grandes desafios presentes no século XXI, na medida em que ainda constitui-se como um
problema em todos países, até mesmo nas civilizações industrializadas. É a partir desta fase da
educação que os conteúdos devem desenvolver o gosto por aprender, a sede e alegria de
conhecer e, portanto, o desejo e as possibilidades de ter acesso, mais tarde, à educação ao
longo de toda a vida.
Nesta sociedade contemporânea, que se encontra em permanente mudança e que
promove a inovação a nível económico e social, deve dar relevância à diversidade de
personalidades, ao espírito crítico e de iniciativa, à imaginação, à criatividade e à autonomia,
para que cada indivíduo possua atributos essenciais para manifestar a sua liberdade humana e
não seja submetido a uma uniformização de comportamentos sociais. Digamos que este novo
século necessita desta variedade de competências e de personalidades para tornar cada ser
humano igualmente fundamental, em qualquer civilização e, por isso, a escola deverá estimular
e aproveitar, em benefício do desenvolvimento individual dos seus alunos, dos projectos
comuns de cooperação e de construção social interactiva.
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EXPRESSÃO DRAMÁTICA
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EXPRESSÃO DRAMÁTICA E O DESENVOLVIMENTO PESSOAL
Sugestões de actividades I:
•Improvisar palavras, sons, atitudes, gestos e movimentos ligados a uma acção precisa:
em interacção com o outro e em pequeno grupo;
•Improvisar palavras, sons, atitudes, gestos e movimentos, constituindo sequências de
acções — situações recriadas ou imaginadas, a partir de: objectos um local uma acção
personagens um tema;
•Improvisar situações usando diferentes tipos de máscaras;
•Utilizar diversos tipos de sombras (chinesas,…);
•Inventar, construir e utilizar adereços e cenários;
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•Elaborar, previamente, em grupo, os vários momentos do desenvolvimento de uma
situação.
•Jogos livres: Têm por objectivo funcionar como abordagem imediata para a motivação
e predisposição para a integração e para o trabalho de grupo;
•Jogos dirigidos: Como meio de superar as carências individuais, atrás referidas (e que
relembramos algumas: inibição, timidez, receio…), e do grupo;
•Jogos do faz-de-conta: São actividades que devem ser propostas diariamente. Para que
isso aconteça, o espaço da sala deve estar organizado por áreas que contemplam zonas para a
criança brincar, imitando e reinventando os papéis sociais que observa no seu quotidiano.
Exemplos das brincadeiras de faz-de-conta: “família”, “médico”, “ bombeiros”, etc.
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•Jogos de desenvolvimento da imaginação: As crianças, de olhos fechados, (ou
abertos), imaginam situações, lugares (exemplo: reproduzir o passeio ou a visita efectuada.
Como foram, o que viram, etc.)
•Jogos de mímica: Podem ser realizados com ou sem música. Por exemplo, a criança faz
a mímica de acções, como coser, martelar, pintar, etc. e as outras adivinham.
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Deverá caber às crianças a preparação das “fantasias” e a criação dos cenários, o que as
levará a realizarem actividades de expressão plástica. Tudo pode ser feito por elas com papel,
lã, fitas, tintas, tesouras, etc.
Tipos de fantoches:
. fantoche de saco de papel,
. fantoche de pano, meia ou massa;
. fantoche de diferentes tipos de bonecos (boneco de dedo, boneco de vara, bonecos
de copos, objectos e elementos da natureza).
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• Fornecer diferentes tipos de materiais e adereços que as crianças poderão usar para
as brincadeiras de representação de papéis e faz-de-conta. Poderão fazer os seus próprios
adereços – máscaras, chapéus, etc. e ainda os bilhetes, para a peça.
• Apoiar a brincadeira do faz-de-conta que munda de sítio para sítio. É comum a
brincadeira do faz-de-conta começar na “área da casa”. É frequente, as crianças, depois de
iniciarem as suas brincadeiras, precisarem de locais adicionais para “irem à escola”, “irem à
loja”, etc.
• Observar e ouvir com atenção os elementos da brincadeira do faz-de-conta (as
crianças fazem de conta que são outra pessoa, animais ou personagens de ficção; usam um
objecto como se fosse outro).
• Participar em brincadeiras do faz-de-conta com respeito, atendendo às “deixas” das
crianças. Depois de ter observado e ouvido a brincadeira e compreendido tanto quanto possível
o seu conteúdo e linhas gerais, poderá juntar-se-lhes, porque as crianças convidam-no(a)
certamente, a participar, podendo apoiar e até enriquecer a brincadeira seguindo o tema e o
conteúdo definido pelas crianças . Assim, poderá dar sugestões, respeitando as respostas das
crianças.
É importante que o(a) educador(a) dê tempo e dinamize contactos e experiências com o
exterior para que a Brincadeira do faz-de-conta das crianças desabroche e se desenvolva.
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EXPRESSÃO DRAMÁTICA E O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA
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A utilização das práticas artísticas promove o desenvolvimento dos processos psíquicos,
dos movimentos, contemplando o domínio do corpo e da linguagem, bem como a
aprendizagem de conteúdos, não só de áreas específicas mas também das que satisfazem as
situações vividas no quotidiano.
Quanto ao educador, cabe-lhe a organização dos espaços de modo a permitir a
realização de actividades que exijam mobilidade e expansão de movimentos. O mesmo deve ter
em atenção o nível etário e as capacidades dos seus alunos para seleccionar e deixar à
disposição materiais adequados e motivadores, de forma a favorecer elementos que
contribuam para a criatividade das crianças. Deve estar atento às alterações que surgirão em
função do grau de desenvolvimento da criança, tendo em conta o conhecimento das
características psicofísicas das crianças na idade em que se encontram, com vista a reflectir
sobre quais as actividades que as mesmas podem desenvolver. Deve alimentar o imaginário das
crianças, com vista a que as actividades sejam mais enriquecedoras, ao mesmo tempo que se
tornam mais complexas.
Para Piaget, o jogo é essencial na vida da criança, pois prevalece a assimilação de novas
informações e a sua acomodação às estruturas mentais da mesma.
No jogo, a criança apropria-se daquilo que percebe da realidade. Este autor defende que
o jogo não é determinante nas alterações das estruturas, mas pode transformar a realidade.
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Piaget classifica os jogos segundo a sua evolução, em três grandes estruturas: jogos de
exercício, simbólicos e de regras.
Jogo simbólico: Segundo Piaget, estes jogos fazem parte da fase pré-operatória (dos
dois aos sete anos de idade), onde a criança, além do prazer, começa a utilizar a simbologia. O
jogo simbólico permite-lhe a aquisição de uma linguagem própria, construída a partir de
símbolos/imagens mentais, cuja mutação decorre consoante as suas necessidades, e permite a
sua adaptação ao mundo dos adultos e à complexidade das regras e relações já existentes.
Como exemplo, a criança tem a possibilidade de vivenciar aspectos da realidade, muitas
vezes difícil de elaborar: a chegada de um irmãozinho, a mudança de escola ou situações boas
como ser um super-homem, imitar a mãe ou o pai.
Jogo de regras: De acordo com Piaget, este jogo acontece a partir dos sete anos de
idade, no período operatório concreto. A criança aprende a lidar com as delimitações no espaço
e no tempo, o que pode e o que não pode fazer. Ao invés do símbolo, a regra pressupõe
relações sociais, porque a regra é imposta pelo grupo e a sua falta, significa ficar de fora do
jogo. Como exemplo, lidar com perdas e ganhos, estratégias de acção, tomadas de decisão,
análise dos erros, replanificar as jogadas em função dos movimentos dos outros. Deixa de haver
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um chefe e passa a haver uma lei: a regra. É ela que promove a coesão do grupo que apenas
existe com uma finalidade: a realização de um determinado jogo.
Cada estádio do desenvolvimento descrito por Piaget tem uma sequência que depende
da evolução da criança, do nascimento até ao final da vida.
Uma fase interliga-se com a outra de forma que o final de uma se confunda com o
começo de outra.
A evolução começa com a fase puramente reflexiva, passando pela assimilação, pelo
simbolismo até chegar à acomodação.
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EXPRESSÃO DRAMÁTICA E A FUNÇÃO SIMBÓLICA
O educador deve: apresentar sugestões que ampliam as propostas das crianças. Estas
actividades são igualmente importantes no desenvolvimento da linguagem oral, na aquisição
de vocabulário, na melhoria da articulação das palavras e na construção de frases.
O educador deve proporcionar às crianças as condições para elas poderem desenvolver
todos os aspectos da sua personalidade, nomeadamente nos campos social, intelectual, físico e
emocional, não obstante a consciência de que existem ritmos diferentes de desenvolvimento
em cada criança que importa respeitar.
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A criança entre os 2 e os 3 anos encontra-se num período pré-conceitual em que
começa a encarar os estímulos como representativos de objectos. Começa a desenvolver-se a
função simbólica, que será a base para a aquisição da linguagem. É hoje conhecida a
importância que a primeira infância tem no correcto desenvolvimento da criança
A brincadeira tem sempre duas funções: uma função lúdica, na qual a criança encontra
prazer ao brincar, e uma função educativa, através da qual a brincadeira ensina alguma coisa,
ajuda a desenvolver o conhecimento da criança e a sua apreensão do mundo. Para ser auxiliar
da aprendizagem, precisa de conciliar a função lúdica e educativa, sabendo que o facto de
brincar não anula totalmente a dimensão educativa, nem esta se deve converter na única razão
de utilizar o jogo na escola. Tudo isto põe ao educador a responsabilidade da planificação e
selecção das actividades na escola.
Como proceder?
- Em primeiro lugar, o valor experimental do jogo, isto é, o que ele permite à criança
desenvolver como experiência, como manipulação;
- Em quarto lugar, o valor lúdico como tal: que prazer, alegrias e emoções a brincadeira
vai causar às crianças que brincam.
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A estes critérios deve-se acrescentar a adequação da actividade lúdica aos gostos, à
capacidade das crianças que, por sua vez, devem ser conciliadas com as aprendizagens que se
desejam concretizar.
Dentro de uma metodologia da utilização pedagógica convém respeitar o nível de
desenvolvimento da criança.
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- Jogos colectivos de intensificação de atitudes e de integração, visando a adaptação da
criança à realidade.
O jogo dramático
É forma de expressão do real e do imaginário, ganha assim estatuto privilegiado na
formação da criança no que respeita ao desenvolvimento de parâmetros psico-motores e sócio-
afectivos. Não se sujeita a balizas comportamentais demasiado rígidas, o que flexibiliza e facilita
o mundo da fantasia sem esperar em troca compensações, nem recear insucessos provocados
por reforços positivos ou negativos e evitando aspectos competitivos ou de mero treino de
outro tipo de jogos.
A actividade de jogo dramático descrito não resulta de regras, não resulta da vontade de
produzir uma obra nem de nenhuma expressão estética determinada. Antes resulta da vontade
da criança em exprimir os seus sentimentos, emoções e interesses face a uma realidade que
deseja viver e reviver através da acção, bem como o desejo de compreensão de todo esse
mundo.
Mas a criança, neste processo de jogo dramático, deseja comunicar com o outro o que
sente. Para sua afirmação e para exteriorização do Eu, tem necessidade que outro jogue
também.
Importa ainda referir que esta actividade necessita de uma matriz planificadora;
necessita igualmente de uma observação sistematizada e de intervenção.
O jogo dramático atinge o seu expoente máximo no Jardim de Infância.
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Função Simbólica e os seus elementos constituintes:
EXPRESSÃO CORPORAL
Toda a população, de uma forma geral, deveriam realizar uma abordagem ao nível da
Expressão Corporal, de forma a contribuir para um desenvolvimento físico e mental mais
harmonioso (trabalhando a atenção, coordenação, imaginação, comunicação, conhecimento do
corpo, etc.).
O corpo é significado e expressão, o que imprime vida ao movimento. É inegável que
pelo movimento o homem exteriorizará os seus sentimentos, uma vez que o ritmo está contido
em tudo, e cada movimento que o homem executa no espaço, expressa o seu ritmo, de
maneira pessoal e criativa.
A Expressão Corporal desempenha um papel de extrema importância para o
desenvolvimento integral da criança.
Com esta actividade, os alunos são encorajados a realizar movimentos com o seu corpo,
utilizando uma linguagem corporal muito própria. Esta permite a realização de uma grande
diversidade de exercícios como: equilíbrios, saltos, posturas, passos, etc. Aperfeiçoa técnicas
corporais básicas, como: saltar, puxar, correr, rolar, trepar, parar, etc.
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EXPRESSÃO VOCAL E VERBAL
A voz é um som produzido pelo homem que o identifica quanto à sua idade, sexo, raça,
nível sociocultural, características de personalidade e de estado emocional. Revela a nossa
identidade, não existindo nenhuma voz igual a outra no mundo.
A voz, associada aos gestos, às expressões corporais, à postura e à fala compõe um
instrumento poderoso da comunicação humana.
A nossa voz é produzida pela vibração das cordas vocais, som que é modificado nos
ajustes que ocorrem à sua passagem pelas cavidades de ressonância (laringe, faringe, boca,
nariz), onde é ampliado e modificado.
A voz muda ao longo da vida, acompanhando nosso desempenho biopsicossocial. Por
inúmeros factores, incorporamos formas inadequadas de a produzir e consequentemente a
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produção da fala, pronunciando mal as palavras e utilizando muletas verbais que acabam por se
transformar em obstáculos às nossas comunicações.
As pessoas que falam em público devem ter certos cuidados para preservar a saúde
vocal. Muita gente não sabe como a voz é produzida no nosso corpo e o que pode fazer para
torná-la melhor. Cuidar da voz significa conhecê-la e usá-la bem; é respeitar o equilíbrio entre o
ar que sai do corpo e a força muscular exercida pelas cordas vocais; é tirar da voz o melhor
rendimento com o mínimo de esforço.
O Homem é o único ser a expressar-se através da fala, em que são enunciadas as
palavras, expressos sentimentos/emoções e transmitidos ideias/opiniões. Por isso, é
considerada como um elemento que pode facilitar ou dificultar a interacção.
Recursos vocais
Ao que se refere à enunciação de palavras, damos o nome de expressão verbal. Para tal,
é necessário ter em conta a presença dos seguintes recursos vocais:
Modo ou atitude para falar; Cada uma das diferenças verificadas nas vozes ou
TOM
nos sons.
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Anatomia do aparelho fonador
As pessoas devem ter certos cuidados para preservar a saúde vocal. Muita gente não
sabe como a voz é produzida no nosso corpo e o que pode fazer para torná-la melhor. Cuidar
da voz significa conhecê-la e usá-la bem. Para tal, deve ter em consideração as seguintes
recomendações:
- Fale com vigor, entusiasmo e muita presença;
- Articule correctamente as palavras mas não exagere nos movimentos do rosto e
músculos da face;
- Fale sem esforço mas para ser ouvido por toda a plateia;
- Evite falar muito baixo ou muito alto, muito depressa ou devagar;
- Expresse-se com objectividade e clareza;
- Seja sincero e convicto no que diz;
- Desperte o interesse da plateia com bons argumentos, bom vocabulário;
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- Não tenha medo do silêncio, das pausas. São recursos importantes para enfatizar o
assunto e dar espaço à plateia, para reflectir. A pausa não é ausência de texto. Serve
para valorizar o que veio antes e preparar o locutor para o que virá a seguir;
- Varie o ritmo da sua apresentação.
Aquecimento vocal
A voz é a grande ferramenta para a comunicação verbal, mas quando usada de forma
inadequada, pode trazer prejuízos na qualidade do trabalho e problemas de saúde. Para cuidar
da sua voz e comunicar correcta e adequadamente, deverá realizar o aquecimento vocal. Este
consiste no uso de técnicas conducentes à preservação e à resistência da voz do locutor.
O primeiro cuidado que se deve tomar para que a voz adquira a qualidade desejada
consiste em respirar correctamente. Uma respiração adequada é fundamental para quem usa a
palavra. A perda do fôlego acarreta a diminuição do volume da voz, tornando ininteligível aos
ouvintes o que diz o locutor.
Respiração
Antes de mais, deverá ter uma postura corporal adequada, propícia à emissão de voz,
para a qual existem regras e técnicas próprias. Por norma, e dependendo do tipo de voz, o
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corpo deve ter uma forma erecta, tendo em atenção a boa colocação da cabeça, pescoço e
tronco.
- Inspire suavemente pelo nariz, direccione o ar para a região torácica inferior.
- Encha a região superior do tórax de ar (sem elevar os ombros) e faça uma pequena
pausa de 3 segundos.
- Expire pela boca, relaxando o tórax.
Nota: Pode fazer o mesmo exercício alterando a região superior do tórax para a do
abdómen.
Relaxamento
Cabeça - Com os olhos fechados, comece por massajar a cabeça com as pontas dos
dedos (lavar a cabeça), ao mesmo tempo elimine todo e qualquer pensamento. Massaje
todo o rosto (amassar o rosto).
Pescoço - Deitar a cabeça sobre um ombro. Depois, lentamente, deite-a sobre o outro
ombro.
Fazer o desenho de meia-lua com a cabeça.
Ombros - Gire um ombro de frente para trás. Faça este movimento 3 vezes.
Faça o mesmo movimento com o outro ombro. Em seguida faça-o com os dois ombros
ao mesmo tempo.
Articulação
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Faça movimentos mastigatórios (imaginando ter aproximadamente 5 pastilhas
elásticas).
Provoque um bocejo, produzindo juntamente um som bem relaxado.
Inspire pelo nariz, solte o ar vibrando os lábios, e em seguida produza “uai”.
Estale a língua.
Faça beicinho alternado com um sorriso de boca fechada.
Dicção
Comando…………………Silêncio!
Pedido……………………..Por favor, silêncio.
Admiração……………….Que maravilha!
Inconsciência…………..O que está feito, está feito.
Ameaça…………………..Se não estudar, será reprovado!
Derrota……………………Perdemos.
A voz é a forma mais comum de comunicação, sendo da maior importância nas relações
sociais e na vida profissional. Só usando a voz de uma forma correcta e tendo cuidados com a
sua utilização é possível manter uma ‘voz saudável’ durante toda a vida.
Devemos cuidar da nossa voz porque ela é um sinal de saúde. Se ela não está bem pode
indicar que a estamos a usar demasiado ou de uma forma errada. Assim, devemos ter alguns
cuidados para manter a voz sempre bonita, limpa e saudável, prevenindo deste modo as
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alterações e doenças vocais. Devemos ‘ouvir a nossa voz’, ou melhor, ‘ouvir o que a nossa voz
nos quer dizer’.
CONCLUSÃO