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COLÉGIO MUNICIPAL JOÃO MALTA CORREIA

POVOADO DE TUIUTIBA
CNPJ-06357.916/0001-80

CÓDIGO – 29431549
TUIUTIBA- CAMPO FORMOSO-BA/2023

Campo Formoso - BA
2023

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO FORMOSO

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

CNPJ 30.050.646/0001-44 - CEP 449790-000 – Campo Formoso – Bahia

COLÉGIO MUNICIPAL JOÃO MALTA CORREIA

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

"O Projeto Político Pedagógico [...] é um instrumento teórico


metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do
cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente,
sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. É
uma metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a
ação de todos os agentes da instituição." (Vasconcellos (1995,
p.143)
Visão Valores

Democracia
Garantir os Direitos Ser referência na Participação
de Aprendizagens formulação e
dos educandos, aplicação de Corresponsabilidade
rumo a construção políticas públicas Autonomia
de uma Educação voltadas a garantia
de Qualidade de Direitos e Investigação
Social. Qualidade Social Autoria
da Educação.

Missão
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.........................................................................................................6

1. MARCO SITUACIONAL..........................................................................................8
1.1 - Identificação do Estabelecimento...........................................................................8
1.2 - Histórico..................................................................................................................8
1.3 - Contextualização da comunidade ..............................................................10
1.4 - Curso oferecido pela Unidade Escolar..................................................................12
2. VISÃO, MISSÃO, PRINCÍPIOS .............................................................................13
2.1 -Visão.....................................................................................................................13
2.2 -Missão...................................................................................................................13
2.3 -Princípios........................................................................................................... ....13
2.4 -Finalidades da educação.......................................................................................14
3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL.........................................................................15
3.1 -Equipe gestora.......................................................................................................17
3.2 -Quadro de professores ..........................................................................................18
3.3 -Secretários administrativo .....................................................................................19
3.4 Quadro de mediadores............................................................................................20
3.5 Quadro de auxiliares de serviços gerais.................................................................20
3.6 -Perfil de quadro dos discentes...............................................................................21
3.7 -Parceiros e projetos desenvolvidos........................................................................22
4. ESTRUTURA FISICA ..............................................................................................22
4.1 -Caracterização do Espaço Físico do Colégio.........................................................22
4.2 -Infraestrutura..........................................................................................................24
4.3 -Recurso Didáticos, Materiais e Instrumentais.........................................................24
5. JUSTIFICATIVA.......................................................................................................26
6. OBJETIVOS E METAS............................................................................................31
6.1 -Objetivos Educacionais (Geral) .............................................................................31
6.2 -Objetivos Institucionais (Específicos).....................................................................31
6.3 -Metas.....................................................................................................................33
7. MARCO EDUCACIONAL: PRESSUPOSTOS EDUCACIONAIS...........................34
7.1- Abordagem Teórica................................................................................................34
7.2 - Concepção de Sociedade.....................................................................................36
7.3 - Concepção de Homem.........................................................................................36
7.4 - Concepção de Educação....................................................................................38
7.5 - Concepção de Escola.........................................................................................39
7.6 - Concepção Tecnologia.......................................................................................40
7.7 - Concepção de Inclusão......................................................................................41
7.8 - Concepção de Ensino e Aprendizagem.............................................................43
7.9 - Concepção de Avaliação.....................................................................................50
7.10 - Concepção de Currículo....................................................................................54
8. MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA MODALIDADES DA EDUCAÇÃO
BÁSICA NO DOCUMENTO CURRICULAR REFERENCIAL CAMPOFORMOSENSE
- DCRC.......................................................................................................................61
8.1 - Educação do Campo.........................................................................................61
8.2 - Educação Especial.............................................................................................62
9. TEMAS INTEGRADORES.....................................................................................65
9.1 - Educação para o Trânsito..................................................................................65
9.2 - Educação em Direitos Humanos........................................................................66
9.3 - Educação para as Relações Étnico Raciais.......................................................67
9.4 – Educação para a Diversidade............................................................................68
9.5 – Educação para o Consumo...............................................................................69
9.6 - Saúde na Escola................................................................................................70
10. PRESSUPOSTOS LEGAIS QUE EMBASAM O PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO ..........................................................................................................72
11. MARCO OPERACIONAL.....................................................................................72
11.1 - O aluno que queremos formar -.........................................................................77
11.2 - PLANO DE AÇÃO............................................................................................81
12. IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO.....................................................................88
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................92
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APRENSENTAÇÃO

Atenta às mudanças e renovações, como também impulsionada pelas


necessidades educacionais de realidade circundante, o colégio não pode se eximir de
seu compromisso com a qualidade de ensino aprendizagem, que é um espaço de
convivência humana, sociabilidade, integração, inclusão, lazer, cultura, estudo,
debates, liberdade de expressão, mas, sobretudo, lugar de ser feliz, espaço lúdico que
forma a pessoa humana integralmente para refletir, discutir e argumentar.

O Projeto Político-Pedagógico (PPP) do Colégio Municipal João Malta


Correia compreende-se um requisito legal, expressa na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, lei nº 9.396, consente a evidenciação da autenticidade da
Instituição, de suas novas concepções e de suas visões. Assim, determina a
existência e o ofício socioeducativo, cultural, político e ambiental do Colégio, conforme
sua construção e gestão curricular para auxiliar o seu Regime Escolar e sua Proposta
Pedagógica, documentos norteadores dos atos educativos.

O PPP do Colégio Municipal João Malta Correia, em prol da trajetória da


sua comunidade escolar, leva em conta a história e cultura, não só para garantir um
percurso formativo com êxito para as crianças, como também para executar o seu
compromisso com a sociedade, a favor de uma educação que busca distinção da
qualidade formal e política.

Para a construção desse documento executamos encontros coletivos com


professores, alunos, pais e funcionários, para dialogar sobre o Projeto Gestão
Democrática. Elevamos metas e objetivos para serem conquistados de médio e longo
prazo, da Visão e Missão da Unidade Escolar.

Refletimos o compromisso das suas missões, a educação organizar-se em


torno de quatro aprendizagens fundamentais, que ao longo da vida oferecem um
aprendizado consolidado no conhecimento humano, acumulado ao longo do tempo
sendo algo inatingível, desenvolvendo as habilidades da melhor forma. Serão pilares
do conhecimento: Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver, aprender
a ser.

Os pilares da educação podem ser compreendidos:


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Aprender a conhecer: Esta aprendizagem deve ser encarada como um meio e uma
finalidade da vida humana, já que a educação deve ser pensada e planejada para
ocorrer em todas as fases da vida. É um meio, porque pretende que cada um aprenda
a compreender o mundo que o cerca, pelo menos na medida em que isso lhe é
necessário para viver dignamente. Finalidade, porque seu fundamento é o prazer de
compreender, de conhecer, de descobrir.

Aprender a fazer: Aprender a conhecer e aprender a fazer estão, em larga medida,


indissociáveis. No entanto, a segunda aprendizagem está mais estreitamente ligada
à questão da formação profissional. Nas sociedades assalariadas que se
desenvolvem a partir do modelo industrial ao longo do século XX, a substituição do
trabalho humano pelas máquinas tornou cada vez mais imaterial e acentuou o caráter
cognitivo das tarefas. Aprender a fazer conduz o ser humano a lidar com situações de
emprego, trabalho em equipe, desenvolvimento coorporativo e valores necessários
para cada trabalho.

Aprender a viver: Essencial à vida humana, para a convivência em sociedade


interativa. Aprender a compreender o próximo, desenvolver percepção, estar pronto
para gerenciar crises, participar de projetos comuns. Descobrir que o outro é diferente
e saber encarar essas diversidades.

Aprender a ser: Contribuir para o desenvolvimento total, dando ferramentas para


despertá-lo do pensamento crítico e autônomo, imaginação, criatividade, iniciativa e
crescimento integral da pessoa em relação à inteligência. A aprendizagem precisa ser
integral, não negligenciando o potencial de cada indivíduo, assim como a formulação
de seus juízos e de valores ser autônomo intelectualmente, por que a diversidade de
personalidade gera inovação na sociedade.
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1. MARCO SITUACIONAL

1.1 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

ESTABELECIMENTO: Colégio Municipal João Malta Correia.


NIVEL DE ENSINO: Séries iniciais do Ensino Fundamental
INEP: 29431549
ENDEREÇO: Povoado de Tuiutiba BAIRRO: Zona Rural

CEP: 44790-000 CIDADE: Campo Formoso UF: Bahia

E-MAIL-: joãomalta2022@hotmail.com

DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA: Municipal


ENTIDADE/ Designação MANTEDORA: Prefeitura Municipal de Campo Formoso
DIRETORA: Zenilde Bispo da Silva
COORDENADORA PEDAGÓGICA: Thiciane Martins de Souza Medeiros
SECRETÁRIOS ESCOLARES: Jaqueline Souza Lins
Francisco Alves da Silva
SALAS DE AULA: 06 salas
Nº DE TURMAS: 06 turmas
Nº DE ALUNOS MATUTINO: 120 alunos (Fundamental I)
TOTAL DE ALUNOS: 120 alunos matriculados

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

Entrada Intervalo Saída


MATUTINO 7h30min 10h – 10h15min 11h45min

1.2 HISTÓRICO
O Colégio João Malta Correia, está situado na localidade do Povoado
de Tuiutiba, aproximadamente a 14 km do munícipio de Campo Formoso,
atende alunos das Séries Iniciais do Ensino Fundamental, oriundos desta
localidade e comunidades circo vizinhas.
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A Prefeitura Municipal de Campo Formoso e Secretaria Municipal de


Educação é mantedor do Colégio Municipal João Malta Correia que está em
funcionamento desde 2003.

O referido Colégio foi criado pelo decreto nº 13 de fevereiro de 2003,


pelo então prefeito, José Joaquim de Santana atendendo a grande demanda
com relação ao número de vagas existentes nas escolas situadas na
comunidade.

É essencial lembrar que os alunos das comunidades circo vizinhas


usam o transporte escolar para chegar à escola.

Muitos professores deram sua contribuição para o desenvolvimento dos


alunos, como também da comunidade, durante todos esses anos. Na estrutura física
o Colégio teve mudança ao longo dos anos, como construção feitas com recursos
próprios do colégio citado e do município, bem como algumas reformas.

PATRONO JOÃO MALTA CORREIA

Nascido em 23 de fevereiro de mil novecentos e vinte e três, no povoado de


Tuiutiba, terceiro dos filhos do seu Joaquim Correia e dona Maria Correia Lima, casou-
se com D. Francisca Correia e constituíram uma família. Era muito estudioso, sempre
preocupado e dedicado com a Educação. Devido à dificuldade em encontrar escolas
contratou uma professora particular para assim conseguir se alfabetizar.

Foi lavrador, garimpeiro atuando no garimpo da Serra da Carnaíba, exerceu


também a função de delegado, juiz de Paz ajudando muitas pessoas na maneira de
como dividir suas terras. Foi perseguido na época da ditadura militar, chegando até a
ser preso por conta de sua coragem e determinação, mais sempre confiante em Deus
na certeza que um dia ele seria liberto para que assim continuasse a ajudar no
crescimento de sua comunidade, logo que foi liberto junto com seus administradores
buscou por frente de serviços para diversos trabalhadores do qual sempre foi um
grande defensor.

Faleceu no dia nove de janeiro do ano de dois mil deixando um grande


legado de homem íntegro e honesto para sua comunidade. O prefeito José Joaquim
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de Santana conhecendo a importância desse homem e sua constante busca de


melhoria para a comunidade no ano de dois mil e dois inaugurou um colégio e seu
nome assim lhe deu: Colégio Municipal João Malta Correia, para que assim seu nome
seja sempre lembrado e reconhecido.

1.3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA COMUNIDADE

As imediações do povoado eram originalmente habitadas por índios da tribo


dos Paiaiás. Uma tribo Indígena bastante hospitaleira que acolhia os viajantes e
tropeiros que por aqui passavam, oferecendo-lhes abrigo e alimentação. Dentre os
membros dessa tribo, uma índia se destacava pela beleza e maneira dócil como
tratava as pessoas.
Com o passar do tempo ergueu-se casas das proximidades onde morava a
índia, cujo nome era Tuiutiba. A mesma faleceu de causas naturais e para
homenagear aquele ser de extrema beleza e bondade, batizou a comunidade com
seu nome.
Tuiutiba foi elevado à categoria de distrito do ano de 2019. É pertencente
ao Município de Campo Formoso, Bahia, localizado a 14km da sede. Sua população
estimada em 2010 era de 7500 habitantes, segundo as informações dos Agentes
comunitários de Saúde da UBS (Unidade Básica de Saúde) da referida localidade.
O povoado passou a ser conhecido por outro nome também: Socotó.
Segundo relatos contados pelo Senhor João Malta correia, um dos moradores mais
antigos e já falecido, o nome "Socotó” vem de uma questão entre o Capitão João
Monteiro, morador da fazenda Sacaibá e o Senhor Leandro de Moura, morador da
Grota dos Mouras.
Leandro de Moura resolveu fazer um roçado na Fazenda do Tanque e logo
foi impedido de fazê-lo pelo capitão que não aceitava, pois, as terras não pertenciam
ao mesmo e sim à Fazenda Sacaibá.
Com a negativa do Capitão, Leandro insistia em continuar o roçado,
começando uma questão judicial. Nesta época a comarca era da cidade de Jacobina,
foram até a referida cidade para tentar resolver o impasse. Com o passar dos tempos,
Leandro perde a causa e foi decidido que a terra não podia ser cultivada. Ele
insatisfeito com a decisão, dois anos após, mata o capitão e passa cultivar a terra.
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Com a morte do Capitão João Monteiro da Fazenda Sacaibá, os demais


moradores das Grotas dos Mouras também se mobilizam e constroem casas de taipa
e pau-a-pique formando um pequeno vilarejo e uma capela que tem como padroeira
Nossa Senhora do Amparo, situada na estrada que liga Tuiutiba ao povoado do Brejo
do tamanduá.
O surgimento da pequena vila atraiu outras famílias. Os Jacintos, oriundos
do Sul da Bahia, os Carís, que vieram da cidade de Cairiri, do Ceará, os Correias, os
Tonzés entre outros que não se sabe a origem.
Na região existem muitas nascentes e lagoas que saciam a sede dos
animais e as necessidades da população. Nas proximidades do povoado a chamada
lagoinha, onde havia bastante pássaros conhecidos por “socós” espécies magros e
caneludos. Como a estrada se situava às margens da referida lagoa, a população
passava por ali com frequência, associou ao nome dos pássaros que a visitavam
em abundância naquela lagoa, justificando assim, o nome Socotó.
Elevando à categoria de Distrito, por ser um dos maiores povoados do
município de Campo Formoso, Tuiutiba é um polo representativo de uma microrregião
com cerca de 10.000 habitantes e que compreende mais de 20 povoados, entre eles
Brejo do Tamanduá, Lagoa do Pastoreador, Gavião, Boa Esperança, Gangorra,
Recanto, Garimpo do Socotó, Mandacarú, Baixio, Puxadeira, Cedro, Abóbora, Pitiá,
Cercadinho, Cerrado, Pinheiro, Riacho dos pauzinhos entre outros.
A economia de Tuiutiba baseia-se na agricultura de subsistências, com o
cultivo de frutas, mandioca, feijão, verduras, milho, etc. Há pequenas criações de gado
e um pequeno comércio, com supermercados, açougues, lojas, restaurantes, bares,
oficinas, farmácia, uma feira livre semanal que é realizada todas as segundas-feiras.
O nível sócio econômico das famílias em sua maioria de renda familiar em torno de
um salário mínimo, predominando de trabalhadores rurais, ocorrendo também,
diaristas, trabalhadores autônimos, aposentados, alguns servidores públicos. A
comunidade não oferece muitas opções de trabalho e por isso ainda ocorre o êxito
rural, em que família se deslocam para outras regiões onde oferecem melhores
condições.
Havia nas proximidades do distrito, uma grande riqueza mineral no
povoado de Garimpo do Socotó, onde era extraído uma grande quantidade de pedras
preciosas (Esmeraldas), gerando empregos e rendas, porém ao passar do tempo os
investimentos foram diminuindo e atualmente há pouca extração do minério.
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Em sua cultura, destaca-se o Samba de Palma, dança de origem africana,


transmitida de geração para geração. Há também associações comunitárias, que
promovem atividades culturais. Na última segunda do período da quaresma, acontece
a tradicional Feira da semana Santa, que atrai muitos feirantes com produtos
diferentes, transformando um pacato comércio em uma das maiores férias da região.
No último final de semana do mês de setembro ocorre os Festejos de São Miguel
Arcanjo, com o novenário e celebração religiosa ao padroeiro da comunidade e a festa
popular, com atrações musicais em praça pública.
A comunidade dispõe de água tratada encanada nas residências, acesso
pavimentado até a sede do município duas praças, três escolas, um posto de unidade
básica de saúde, uma academia de saúde, uma rádio, três quadras de esportes, um
posto de combustíveis. Entre tanto é grande a carência de serviços de pavimentação
de ruas, melhoria de estradas que dá acesso à localidades vizinhas, urbanização de
praças, saneamento básico, segurança pública, preservação de nascente entre outros
aspectos.

1.4-CURSO OFERECIDO PELA UNIDADE ESCOLAR

✓ Ensino Fundamental Anos Iniciais (2º ano ao 4º ano).


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2. VISÃO, MISSÃO E PRINCÍPIOS (valores)

2.1 VISÃO

A equipe do Colégio João Malta Correia, visa desenvolver um trabalho na


busca contínua, para expor aulas mais atrativas e dinâmicas, proporcionar um ensino
de qualidade, preparando os educandos para uma sociedade mais democrática, justa
e solidária, trabalhando sistematicamente e com afinco, contribuindo assim, para
formação integral do indivíduo.

2.2 MISSÃO

O Colégio João Malta Correia tem como missão respeitar todos que
compõem a comunidade escolar, com a participação e a valorização do ser em
todos os aspectos físicos, psicológicos, afetivos, visando a real participação na
vida em sociedade, levando-os a refletir sobre suas atitudes, como cidadãos
pensantes, críticos, criativos e conhecedores de seus direitos e deveres,
oferecendo a cada indivíduo, uma possibilidade de interagir com o
conhecimento da sua cultura e sociedade.

2.3 PRINCÍPIOS

O ensino desta Unidade Escolar será ministrado com base nos seguintes
princípios:

- Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

- Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte


e o saber;

- Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

- Respeito à liberdade e apreço à tolerância;

- Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;


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- Valorização do profissional da educação escolar;

- Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos


sistemas de ensino;

- Garantia de padrão de qualidade;

- Valorização da experiência extraescolar;

- Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

- Consideração com a diversidade étnico-racial.

- Garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.

- Respeito à diversidade humana, linguística, cultural e indenitária das pessoas, surdo-


cegas e com deficiência auditiva;

Sendo assim, o trabalho pedagógico viabilizará atividades que intensifique tais


valores na comunidade escolar, direcionando os temas de maneira interdisciplinar,
favorecendo dessa forma uma aprendizagem significativa.

2.4 - FINALIDADE DA EDUCAÇÃO

A finalidade da Educação proporcionada do Colégio Municipal João Malta


Correia será de certificar uma educação de qualidade, afim de garantir um percurso
formativo que assegure a continuidade dos processos de aprendizagem e construção
dos educandos, colaborando para o desenvolvimento da autonomia responsável, do
senso crítico e da criatividade para o exercício da cidadania, na perspectiva de uma
educação integral que valorize os conhecimentos culturais para garantir acesso e a
permanência dos mesmos na unidade escolar, bem como a formação de um sujeito
que possa desenvolver suas potencialidades e habilidades, para o ingresso na vida
social, respeitando liberdade, à diversidade e, contribuindo na formação de um
cidadão atuante, crítico, observador e inovador para o mundo no qual está inserido.
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3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A partir da Concepção Sócio Interacionista, a Unidade de Ensino Escolar


abrange a educação como uma construção coletiva, permanente e democrática
baseada nos princípios de convivência, solidariedade, justiça, respeito e valorização
da vida na diversidade e na busca do conhecimento. Nessa concepção utiliza-se de
uma metodologia de gestão democrática cooperativa e participativa que tributa na
construção da autonomia moral e intelectual de todos os envolvidos no processo
educativo. Esse compromisso implica a construção coletiva do Projeto Político
Pedagógico como uma questão básica, exigindo em profundidade a compreensão dos
problemas postos pela prática pedagógica, necessita romper com a separação entre
concepção e execução, teoria e prática, restaurando o controle do processo e produto
do trabalho realizado pelos educadores.

A gestão democrática implica, principalmente, repensar antigas estruturas


de poder, tendo em vista a socialização das questões, propiciando o exercício da
participação coletiva em seus espaços, para desconstruir o individualismo e o
isolamento, e estabelecendo um ambiente de reciprocidade, que elimina a visão
unilateral; da solidariedade e do respeito, que superam a opressão e o autoritarismo;
da parceria na busca de minimizar a dependência absoluta de órgãos intermediários
que elaboram políticas educacionais, tornando- a mera executora.

A busca da gestão democrática inclui, indispensavelmente, a ampla


participação dos representantes dos diferentes segmentos do colégio nas
decisões/ações administrativo-pedagógicas ali desenvolvidas.

Dessa forma, a gestão democrática, entende-se que não é uma decisão fácil
e muito menos consolidada, pois terão que ser enfrentadas as participações críticas
da comunidade escolar e das famílias, na atuação do gestor e na construção e
execução do que foi proposto no Projeto Político Pedagógico. Uma Gestão
descentralizada implica em parcerias com os estudantes, Conselho de Classe e Caixa
Escolar.

O modelo contemporâneo de gestão define a necessidade da existência de


um líder conciliador de expectativas, com habilidade de envolver todos os integrantes
do processo educativo, em prol do cumprimento dos ideais comuns e da missão da
escola. O diretor deve ser esse líder, tendo a compreensão da necessidade de se
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colocar na condição de ser também um aprendiz, com competência administrativa e


pedagógica, de forma a estar aberto às ações coletivas e democráticas. Como
princípios básicos, a gestão compartilhada precisará levar em consideração:

- Partilha na tomada de decisões;

- Cooperação ativa e solidária;

- Compromisso de todos;

- Diálogo claro e objetivo.

O processo de planejamento e gerenciamento da escola deverá ser


pautado pela união de pessoas, pelo diálogo, pelo respeito mútuo, pela ação e
reflexão acerca das atividades a serem desenvolvidas, voltadas para o papel social
da escola, que, coletivamente, discutirá a realidade, tomará decisões, assumirá e
atuará a partir dos resultados de avaliações periódicas, sempre mantendo o diálogo
com a comunidade escolar.

Nessa perspectiva, a gestão não deve perder de vista o Plano de


Desenvolvimento da Instituição Escolar, o seu Projeto Político Pedagógico e o
Regimento Escolar, que devem estar estreitamente ligados.

Para efetivar o plano de gestão devem ser observadas as seguintes etapas:

- Diagnóstico - identificação das necessidades, dificuldades a serem enfrentadas;


facilidades e resultados previstos, sendo fundamental a caracterização e delimitação
da área e a abrangência das situações em que se pretende agir coletivamente.

- Definição das decisões políticas, uma vez que educar é um ato político, a serem
concretizadas através do estabelecimento de prioridades, de metas e de objetivos que
assegurem a prática da gestão participativa, bem como o detalhamento de atividades
e cronograma que possibilitem o controle do plano de gerenciamento.

- Implementação e acompanhamento, um dos momentos mais desafiadores para a


administração escolar; a intervenção propriamente dita acontecerá para modificar
posturas e práticas historicamente consolidadas, seja de professores ou quaisquer
outros participantes da comunidade escolar; melhorar e ou rever (neutralizar) as
políticas e estratégias adotadas que não estejam tendo as respostas esperadas,
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assim como as metas, os objetivos e as atividades definidas na etapa anterior, com


vistas à execução do plano acordado.

- Avaliação, concebida como uma possibilidade de reflexão e necessários ajustes


das prioridades, das metas, dos objetivos traçados, de todas as definições, assim
como dos resultados obtidos.

A LDB, lei n° 9394/96 e decreto 006/89 da resolução 045/92 definem a


estrutura e o funcionamento da Unidade Escolar na modalidade de Ensino
Fundamental do 1° ao 9° ano gradativamente. Oferecendo educação inclusiva para o
aluno portador de Necessidades Especiais conforme a LDB 9394/96.

Atualmente é oferecido o Ensino Fundamental I organizado em anos (2° ao


4° ano). Neste ano letivo de 2023, estão matriculados 120 alunos distribuídos em 06
turmas do Ensino Fundamental I. O ensino é ofertado no turno matutino, atendendo
as necessidades da clientela, oferecendo serviços educacionais para o
desenvolvimento da aprendizagem de crianças.

3.1- EQUIPE GESTORA.

GESTORA
ZENILDE BISPO DA SILVA

COORDENADORA
THICIANE MARTINS DE SOUZA MEDEIROS
18

3.2- QUADRO DE PROFESSORES

O corpo docente atual é formado por 6 professores e 05 mediadoras para


os alunos com necessidades especiais.

Do ponto de vista teórico os docentes compreendem que o trabalho


pedagógico deve estar pautado numa proposta pedagógica eclética, no sentido de
que disponha a acolher contribuições de várias correntes pedagógicas, embora
independentes, mantenham entre si um grau de convergência, tal que permita uma
prática harmônica. Essas ideias e ações deverão estar vinculadas e presentes na
proposta curricular desta Unidade Escolar.

Nesta Instituição Escolar, as principais bases da proposta, são: Teoria


Sócio Interacionista, que define a aprendizagem como o despertar de processos de
desenvolvimento no interior do sujeito em interação com o ambiente social e cultural,
e nos fundamentos do Construtivismo, para apoiar o cotidiano didático pedagógico,
sustentado pela interação entre sujeito e objeto, tendo o professor como elemento
mediador do processo.

Ambas acreditam que uma prática pedagógica eficaz se constrói na


reflexão constante e com a apropriação crítica de novos conhecimentos,
principalmente quando se leva em consideração a diversidade de fatores que
interferem na aprendizagem. Nessa perspectiva, os conhecimentos teóricos
propostos por Vygotsky e Piaget podem contribuir para o desenvolvimento de novas
formas de trabalho para os docentes, apontando para a diversificação das práticas
pedagógicas e avaliativas, a valorização das potencialidades dos educandos,
estabelecendo vínculos positivos como fatores importantes para o sucesso do
processo de ensino e de aprendizagem.

Os planejamentos pedagógicos são realizados quinzenalmente no colégio,


onde professores programam aulas e/ou atividades destinadas a este momento e é
notório que os mesmos trazem conhecimentos e benefícios para uma prática
pedagógica consciente e qualificada, sendo que na maioria das vezes, levam os
trabalhos pedagógicos para casa, tais como: correção de atividades, avaliações e
elaboração de aulas, entre outros. Com certeza, os discentes receberão uma
sistemática de ensino qualificada que os desenvolverão em todos os sentidos.
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Vale enfatizar que o grupo de educadores que compõe o quadro do Colégio


Municipal João Malta Correia, apresenta uma boa interação entre eles, fato que torna
o ambiente de trabalho prazeroso e produtivo.

2º A Railde Felix da Silva

2º B Rosana Farias Nunes Felix

3º A Gilcilene Santos da Silva de Freitas

3º B Deise Santos Silva

4º A Bruna Karolaine Alves de Souza

4º B Wilma Marciana Oliveira de Araújo Gonçalves

3.3- SECRETÁRIOS ADMINISTRATIVO

FRANCISCO ALVES DA
JAQUELINE SOUZA LINS
SILVA
20

3.4 QUADRO DE MEDIADORAS

Erliane Gomes da Jasivan de Jesus Sidneira de Souza


Silva Almeida Ângelo

Terezinha Bruna Vanessa Jaíres


Rocha da Silva Santos Silva

3.5 QUADRO DE AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS

O quadro é composto de 06 funcionários:


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3.6 PERFIL E QUADRO DOS DISCENTES

O corpo discente possui um quantitativo de 120 alunos, no turno matutino,


todos oriundos do campo em proximidade o colégio. Alguns destes enfrentam
dificuldades quanto ao deslocamento devido a conservação das estradas, as
variações climáticas no decorrer do ano.

Quanto às turmas formadas, encontram-se distribuídas da seguinte forma:

2º ano 3º ano 4º ano

2ª A 3º A 4º A
17 21 23

2º B 3º B 4º B
18 19 23

O nível socioeconômico e cultural dos alunos é bastante diversificado. São


filhos (as) de pais e/ou responsáveis que em sua maioria possuem como nível de
escolaridade o ensino fundamental, às vezes incompleto e um percentual
representativo de analfabetos. Poucos possuem ensino superior. As condições
socioeconômicas são heterogêneas, sendo que a maioria se constitui de agricultores,
pecuaristas, feirantes e domesticas.
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3.7 - PARCERIAS DESENVOLVIDAS


A unidade escolar mantém parceria com as secretarias de Saúde,
Educação, Assistência Social, Agricultura, Conselho Tutelar e Núcleo Pedagógico
Municipal.

Todas essas parcerias têm contribuído no apoio, orientação e atendimento


a pais e educandos como também a equipe gestora e docentes.

O Colégio Municipal João Malta Correia é uma instituição pública mantida


pela Prefeitura Municipal de Campo Formoso e pelos recursos dos programas do
Governo Federal como:

- Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE);

- Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos


Profissionais da Educação (FUNDEB);

- Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).

4.0 – ESTRUTURA FÍSICA

4.1 - CARACTERIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO DA ESCOLA

O Colégio Municipal João Malta Correia, está situada no povoado de


Tuiutiba, na zona rural do munícipio de Campo Formoso -Bahia, em um prédio
construído pelo Gestor José Joaquim de Santana no ano de 2003.

O Município de Campo Formoso teve sua emancipação política em 28 de julho de


1880, através da lei provincial de nº 2051, sendo desmembrado do município de
Senhor do Bonfim.

O local onde está situada a cidade de Campo Formoso foi, nos seus
primórdios, um aldeamento indígena.

Os missionários da Companhia de Jesus incumbidos da catequese dos


silvículas da região, prestando aos primeiros habitantes assistência espiritual e
orientando-os também na vida secular, contribuíram decisivamente para a
prosperidade da povoação que aí se formou.
23

Esta aldeia indígena prosperou rapidamente sendo elevada a freguesia em


1682, por decreto do 1º Arcebispo da Bahia D. Gaspar Barata de Mendonça,
recebendo então o nome de Freguesia Velha de Santo Antônio de Jacobina.

Por estas paragens dadivosas palmilharam célebres aventureiros seguindo


a trilha de Bento Surreal, quem descobrira em 1671 o salitre, longamente procurado,
por enviados da Coroa Portuguesa; aventureiros como Belchior Diaz D’Ávila segundo
Senhor da Casa da Torre; outros Dias D’Ávila se aventuraram por estas terras, tendo
fundado a Fazendo do Escurial, isso há mais de trezentos anos.

Campo Formoso também é conhecido como “cidade das esmeraldas “, por


existir no povoado de Tuíutiba um garimpo com esmeraldas distinguidas como de
melhor qualidade, em comparação com outros garimpos de esmeraldas do Brasil.

A convivência nessa escola vem sendo produtiva e solidária por que toda
informação atualizada deve circular democraticamente, de maneira que todos
participem e opinem, pois compreendemos que uma equipe produz se todos
estiverem engajados num mesmo objetivo, apesar de se fazerem necessários as
opiniões divergentes.

No Colégio Municipal João Malta Correia, tentamos lidar com as diferenças


(gênero, cor, religião, condições especiais de aprendizagem e física) para promover o
respeito e o acolhimento da diversidade, respeitando e valorizando as diferenças
Individuais num processo de inclusão ampla, especialmente aqueles que ainda estão
à margem do processo educacional escolar, os alunos com necessidades especiais
educacionais.

Precisamos acolher melhor e respeitar os anseios da comunidade escolar


(alunos, professores, funcionários, pais), promovendo reuniões para discutirmos
regulamentos e projetos dentro dos princípios da LDBN e das normas curriculares
nacionais, de forma que possam atender às expectativas de todos. Pretendemos
promover com frequência, atividades extraclasses, feira de matemática e jogos,
possibilitando ao aluno torna-se protagonista da construção do próprio conhecimento
das ideias e sentimentos.
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4.2 - INFRAESTRUTURA

O espaço físico compreende: 06 salas de aula, apresentando mobiliário


composto de cadeiras e mesas para alunos e professores, quadro branco, necessita
de ar condicionado e/ou ventiladores para melhorar a climatização do ambiente em
dias quentes. As salas e corredores necessitam de mais iluminação, compostas por:
01 sala dos professores, 01 secretaria, 01 cozinha, 02 sanitários para funcionários, 01
sanitário para uso feminino, 01 sanitário para uso masculino dos alunos e 01 sanitário
adaptado com barras, pátio com pouca cobertura, uma rampa na entrada do colégio
para alunos com necessidades especiais, 03 depósitos, 01 quadra sem cobertura
impossibilitando utiliza-la.

A infraestrutura da escola localiza-se na zona rural atendendo às


necessidades de realização de um trabalho pedagógico de qualidade, uma vez que
dispõe de espaço suficiente para a realização do lazer dos alunos durante o intervalo.
O colégio não possui refeitórios, como também não oferece espaço físico para a
realização de reuniões de pais e mestres e/ou eventos, sendo necessário a
construção de: auditório, refeitório, horta comunitária escolar, jardinagem, laboratório
de Ciências, cobertura do pátio e da quadra esportiva, biblioteca e sala de informática.

4.3 - RECURSOS DIDÁTICOS, MATERIAIS E INSTRUMENTAIS

Os recursos, equipamentos e materiais diversos são insuficientes, quase


sempre adquiridos com dificuldades são utilizados comumente, de maneira alternada
sempre em benefício do aluno. A gestão, dos poucos recursos oriundos do governo
Estadual e Federal é administrada de maneira transparente e democrática contando
com a participação da comunidade escolar na aprovação dos planos de aplicação. Os
recursos são aplicados na compra de bens permanentes e na manutenção. As
atividades são organizadas de maneira que favoreçam ao trabalho de professores,
alunos e de professores com seus alunos.

No que diz respeito a materiais didáticos, a unidade escolar disponibiliza


de poucos recursos para aquisição dos mesmos, possibilitando a oferecer um
pequeno suporte para diversas disciplinas.

Temos equipamentos como: 01 computador, 01 notebook, 01 caixa


amplificada, 02 impressoras, 01 microfone, entre outros, temos ainda como materiais
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didáticos: folha de ofício, lápis, caneta, borracha, cola, tesoura, lápis de cor, papel
metro branco e pardo, duplex, fitas adesivas, emborrachados, dupla-face, régua, piloto
de quadro branco, pincéis, cartolina e assim como necessitamos de data show e lousa
digital.
26

5.0 – JUSTIFICATIVA
Na contemporaneidade, a educação escolar é considerada uma ação
mobilizadora, dinâmica e construtora de uma sociedade mais cidadã. Ela tenta
promover a democratização dos espaços educacionais, garantindo acesso igualitário
e oportunidades de aprendizado para todos os indivíduos.

A educação escolar é entendida como um processo que vai além da mera


transmissão de conhecimentos, desenvolvendo habilidades cognitivas, sócio
emocionais e éticas nos estudantes, preparando-os para a vida em sociedade e
estimulando o pensamento crítico e reflexivo.

Nesse contexto, a educação não se limita apenas ao âmbito da sala de


aula. Procurando estabelecer conexões com a comunidade e com outros espaços
sociais, promovendo a participação ativa dos estudantes na construção de
conhecimento e na solução de problemas reais. Isso envolve o engajamento dos
alunos em projetos, debates, atividades práticas e interações com diferentes atores
sociais.

Além disso, a educação escolar contemporânea valoriza a diversidade e o


respeito às diferenças, visando combater a discriminação e promover a inclusão. A
mesma busca ambiente acolhedora, onde todos os alunos se sintam pertencentes e
tenham suas singularidades reconhecidas e valorizadas.

Portanto, a concepção da educação no mundo contemporâneo está voltada


para a formação integral dos indivíduos, para o desenvolvimento de competências
necessárias à vida em sociedade e para a construção de uma sociedade mais justa,
participativa e cidadã.

Um dos grandes objetivos da educação escolar contemporânea é se


estabelecer como um instrumento fundamental de transformação da sociedade. A
escola é reconhecida como um espaço privilegiado para a realização do ato educativo,
onde ocorre a construção do conhecimento e a aquisição do saber científico
sistematizado, através dela, os indivíduos têm a oportunidade de desenvolver
habilidades, competências e valores que são essenciais para sua participação ativa
na sociedade. Além do aprendizado acadêmico, a escola também desempenha um
papel fundamental na formação integral dos estudantes, ajudando-os a desenvolver
sua identidade, autonomia, responsabilidade e consciência social.
27

A instituição escolar é um espaço de convivência, onde os alunos


interagem entre si e com os professores, aprendendo a lidar com as diferenças e a
construir relações baseadas no respeito e na colaboração. É nesse ambiente que são
estabelecidos acordos, normas e valores que regem a convivência em grupo.

Ao valorizar as diferenças, a escola proporciona uma educação inclusiva,


que reconhece e respeita a diversidade de habilidades, conhecimentos, culturas e
perspectivas dos estudantes. Isso contribui para uma educação significativa, que
considera as necessidades individuais de cada aluno, proporcionando-lhes condições
para uma vida mais digna.

Dessa forma, a escola é concebida como um espaço multifacetado, que vai além da
transmissão de conhecimentos, buscando promover a formação integral dos
indivíduos e oferecendo condições para uma educação de qualidade que possibilite
transformações positivas na sociedade.

É preciso considerar que a mundialização da cultura se realiza


progressivamente, é preciso não esquecer que casa pessoa tem o direito de escolher
seu caminho na vida e de realizar suas potencialidades. E preciso aprender a viver
juntos no planeta. (MORIN, 2001).

No entanto, ao enfatizar a importância da mundialização da cultura, Morin


também ressalta a necessidade de não esquecermos a liberdade individual e a
capacidade de cada pessoa em determinar seu próprio caminho na vida. Cada
indivíduo possui suas próprias potencialidades e aspirações, e é essencial garantir
que essas escolhas sejam respeitadas e valorizadas.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9394/96, é


o principal marco legal que estabelece as diretrizes e bases da educação no Brasil.
Ela define os princípios, objetivos e organização do sistema educacional brasileiro,
incluindo o ensino fundamental. A direção e a coordenação pedagógica, juntamente
com os professores e pais elaboraram o Projeto Político Pedagógico do Colégio
Municipal João Malta Correia, onde o resultado de todo trabalho é um documento para
avaliar, discutir e aprofundar todo o sistema educacional da unidade escolar.

Esse tipo de documento promove a participação de todos os envolvidos no


processo educativo, como gestores, professores, alunos, pais e comunidade,
28

estimulando o diálogo, a reflexão e o engajamento coletivo. Ele serve como um guia


para o desenvolvimento de ações e aprimoramento contínuo da unidade escolar,
visando alcançar uma educação de qualidade e o pleno desenvolvimento dos alunos.

A inclusão de alunos com deficiência e necessidades educacionais


especiais na educação básica é um tema de extrema importância e compromisso com
a garantia do direito à educação para todos. No Brasil, a Lei de Acessibilidade (Lei nº
10.096/2000) tem como objetivo assegurar o acesso e a permanência dos alunos com
limitações nas instituições de ensino, incluindo escolas regulares.

Essa legislação busca garantir que as escolas ofereçam condições


adequadas para a inclusão desses alunos, eliminando barreiras físicas,
arquitetônicas, comunicacionais e atitudinais que possam dificultar sua participação
plena no ambiente escolar.

Além da Lei de Acessibilidade, a legislação brasileira conta com a Lei de


Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9394/96, que estabelece a
obrigatoriedade de oferecer educação inclusiva em todas as etapas e modalidades da
educação básica.

A abertura do espaço escolar para todo e qualquer aluno, sem distinção de


cor, raça ou limitações, está em consonância com os princípios da igualdade e da não
discriminação presentes na Constituição Federal. É importante ressaltar que a
inclusão não se trata apenas de garantir a presença desses alunos na escola, mas
também de promover condições que permitam o seu pleno desenvolvimento e
aprendizagem.

A elaboração do Projeto Político-Pedagógico (PPP) é uma etapa


fundamental para repensar o processo educativo e promover melhorias na qualidade
do ensino, atendendo às necessidades básicas de aprendizagem da sociedade atual.
O PPP é um documento que norteia as ações da instituição escolar, estabelecendo
sua identidade, princípios, objetivos, estratégias e organização pedagógica.

Considerando a sociedade atual, caracterizada pela diversidade,


pluralidade, tecnologia e globalização, o PPP deve refletir essas características e
buscar formas de lidar com elas de maneira adequada. É importante ressaltar que o
mesmo deve ser construído de forma participativa, envolvendo professores, alunos,
29

pais, funcionários e a comunidade escolar. Dessa forma, ele se torna um documento


que reflete as necessidades e expectativas de todos os envolvidos, contribuindo para
uma educação de qualidade, inclusiva e voltada para a formação.

A abordagem proposta visa informar e orientar o corpo docente sobre os


procedimentos essenciais do Projeto Político Pedagógico (PPP) do Colégio João
Malta Correia. É essencial evidenciar que, para a efetiva implementação do PPP, é
necessário ir além das teorias pedagógicas ou visões teóricas, buscando sua
viabilização prática e concreta.

Nesse sentido, é mencionado que o PPP do colégio está fundamentado no


Referencial Curricular Municipal, que por sua vez é alinhado com a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC). A BNCC é um documento que estabelece os
conhecimentos, competências e habilidades essenciais que todos os alunos devem
desenvolver ao longo da Educação Básica no Brasil. Portanto, o PPP do colégio está
pautado nessa proposta curricular nacional, buscando promover uma educação de
qualidade e alinhada às diretrizes educacionais vigentes.

A ênfase na viabilização efetiva do documento destaca a importância de


colocar em prática as diretrizes e ações propostas no PPP. Isso envolve a participação
ativa dos docentes, o planejamento e execução de estratégias pedagógicas, a
utilização de recursos adequados e a avaliação contínua dos resultados alcançados.
A viabilização efetiva do mesmo requer um compromisso coletivo da equipe escolar
em trabalhar de forma integrada e colaborativa, em consonância com as propostas e
objetivos do projeto.

Ao situar o corpo docente quanto aos procedimentos essenciais do PPP,


busca-se fortalecer a compreensão e o engajamento dos professores no projeto
educativo da escola. Isso contribui para que todos atuem de forma alinhada e
coerente, com vistas a promover uma educação de qualidade, atendendo às
necessidades dos alunos e buscando a melhoria contínua do ensino-aprendizagem.

É relevante destacar que a implementação do PPP não deve ser vista como
algo estático, mas sim como um processo dinâmico de construção coletiva, que
demanda reflexão, ajustes e atualizações constantes. A participação e o envolvimento
dos docentes são essenciais para o sucesso dessa empreitada, contribuindo para a
30

construção de uma unidade escolar cada vez mais alinhada com as demandas da
sociedade e comprometida com a formação integral dos educandos.
31

6.0 – OBJETIVOS E METAS

6.1- OBJETIVO EDUCACIONAL (Geral)

Proporcionar uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, que


contribua para a formação de cidadãos críticos e para a melhoria da qualidade de vida
dos estudantes, tendo em vista a universalização, igualdade de acesso, permanência
e sucesso na educação.

6.2- OBJETIVOS INSTITUCIONAIS (Específicos)

• Dinamizar a escola com recursos tecnológicos e inovações metodológicas,


a fim de tornar a instituição um ambiente atrativo e agradável para a
educação.
• Promover programas de formação continuada que abordem diferentes
temas relevantes para a prática pedagógica, como metodologias ativas de
ensino, uso de tecnologia na sala de aula, inclusão educacional, avaliação
formativa, entre outros.
▪ Reavaliar o processo avaliativo dos alunos, contemplando aspectos do seu
cotidiano e aproximando os resultados da escola com sua realidade. Visto
que a avaliação deve ir além de simplesmente atribuir notas ou
classificações, buscando compreender o desenvolvimento integral do aluno
e sua capacidade de aplicar o conhecimento adquirido em situações reais.
▪ Desenvolver no educando o gosto pela leitura e escrita, promovendo a
formação integral dos estudantes e a utilização dos diversos gêneros e
estilos de texto existentes, como narrativos, descritivos, argumentativos,
informativos, entre outros.
▪ Despertar a participação dos pais na escola, através de projetos e palestras
que abordam questões relevantes, estimulando a interação da comunidade
com a escola assim fortalecendo a parceria entre a instituição de ensino e
a família, contribuindo para o desenvolvimento dos alunos.
• Valorizar a educação como instrumento de humanização e interação social,
reconhecendo o seu papel fundamental no desenvolvimento humano, na
32

formação de cidadãos conscientes e na promoção de uma sociedade mais


justa e igualitária.
• Contemplar a ampliação do tempo e do espaço educativo, pautada pela
noção de formação integral e emancipadora, significa ir além dos limites
tradicionais da sala de aula e do horário escolar, buscando oportunidades
de aprendizagem que abarquem todas as dimensões da formação dos
alunos.
• Desenvolver a capacidade de organização do educando quanto à
preservação e limpeza do ambiente educativo, pontualidade, horários do
colégio e o zelo ao patrimônio escolar, promovendo a consciência cidadã,
responsabilidade e senso de pertencimento do aluno, contribuindo para
criar um ambiente escolar saudável, acolhedor e propício ao aprendizado.
• Executar ações que visam a melhoria do índice de desenvolvimento da
Educação Básica na unidade escolar e consequentemente no município, à
luz do Projeto Político Pedagógico, é uma iniciativa fundamental para
promover a qualidade da educação.
• Promover a consciência ambiental e ações sustentáveis através do
desenvolvimento e acompanhamento da Educação Ambiental na unidade
escolar e na comunidade de forma permanente e participativa dos pais,
alunos e toda a comunidade escolar.
• Monitorar a execução do Plano de Ação do PDDE-interativo em melhoria e
qualidade do ensino-aprendizagem, garantindo o acompanhamento e
avaliação das ações propostas, identificando possíveis ajustes e assegurar
o alcance dos objetivos estabelecidos.
• Possibilitar a tomada de consciência para compreender as várias
dimensões do uso pedagógico das novas mídias e tecnologias,
favorecendo a reconstrução das práticas educativas, de acordo com o
contexto em constante mudança da sociedade e com uma nova visão
epistemológica envolvida nos processos de conhecimento.
33

6.3- METAS
• Conhecer a realidade do aluno e focar o planejamento do trabalho
pedagógico com base nessa realidade procurando atender às suas
necessidades de aprendizagem;
• Criar e executar projetos pedagógicos enriquecendo o processo de ensino-
aprendizagem, promovendo a participação dos alunos e desenvolvendo
habilidades específicas;
• Enaltecer o nível de proficiência de alunos leitores promovendo a
aprendizagem e o desenvolvimento de habilidades de leitura;
• Buscar o comprometimento e a participação dos pais na educação escolar,
promovendo uma parceria entre a escola e a família, fortalecendo o
processo educativo e contribuindo para o sucesso dos alunos;
• Elevar a frequência dos alunos em sala de aula garantindo a continuidade
do processo de ensino-aprendizagem e o sucesso acadêmico dos
estudantes;
• Desburocratizar os recursos financeiros e adequar o tempo para prestação
de contas, ações importantes, facilitando a gestão dos recursos e
garantindo transparência no uso do orçamento escolar.
• Realizar planejamentos e continuar promovendo a formação continuada
docente com o acompanhamento do coordenador pedagógico, ações
fundamentais para o aprimoramento profissional dos professores e o
fortalecimento do processo educativo;
• Construção de refeitório que atenda a demanda da quantidade de alunos
matriculados a cada ano;
• Construção de mais rampas.
• Cobertura do pátio da escola;
• Cobertura da quadra esportiva.
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7.0 – MARCO CONCEITUAL: Pressuposto Educacionais


"Das mãos chegaremos aos
Corações e, do entendimento
profundo entre pessoas que
sentem, brotará uma autoestima
maior e o sentido da educação"
(Hamilton Werneck).

O projeto político-pedagógico (PPP) é um documento que define a


identidade e as diretrizes que serão implementadas no Colégio Municipal João Malta
Correia para aprendizagem e formação integral dos alunos. Ele serve como guia que
orienta todas as atividades da instituição segundo a realidade da própria escola e
também dos objetivos dispostos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). É um
documento democrático e colaborativo, que dá voz aos professores implementando
as disciplinas de acordo com a Base e dialoga de maneira contextualizada com a
comunidade da qual a escola está inserida.
Segundo Veiga (1998), o projeto político pedagógico, ao se constituir em
processo democrático, preocupa-se em instaurar uma forma de organização do
trabalho pedagógico que supere os conflitos, buscando eliminar as relações
competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando impessoal
e racionalizado da burocracia que permeia as relações no interior da escola,
diminuindo os efeitos fragmentários da divisão do trabalho que reforça as diferenças
e hierarquiza os poderes de decisão.
Portanto, a conquista da autonomia pela escola é essencial para o
estabelecimento de uma identidade própria, para a superação dos desafios da
comunidade e para a busca de uma educação pública de qualidade, que esteja
alinhada com as necessidades e potencialidades dos estudantes e da sociedade
como um todo.

7.1 - ABORDAGEM TEÓRICA

Compreendemos que o processo educacional deve estar alinhado às


concepções e tendências pedagógicas adotadas pelo colégio, garantindo uma
formação social do educando que leve em consideração sua realidade concreta,
objetiva e histórica. Essas concepções pedagógicas podem variar de acordo com a
35

abordagem e os princípios adotados pela instituição de ensino. O papel do educador


é fundamental no processo de ensino-aprendizagem, e isso envolve descobrir e
valorizar o que cada educando traz consigo. Cada aluno é único, com suas próprias
experiências, habilidades, interesses e necessidades. O educador deve atuar como
um facilitador, buscando compreender e explorar o potencial de cada aluno, levando
em consideração suas características individuais.

Com base na descrição fornecida, é possível inferir que a Tendência


Pedagógica que referência o Colégio Municipal João Malta Correia é a Tendência
Progressista. Nessa abordagem, o papel do professor é visto como o de um mediador
e organizador da aprendizagem, enquanto o aluno é concebido como um parceiro
ativo nesse processo. A abordagem progressista propõe a interação entre o conteúdo
escolar e a realidade vivida pelos alunos, de modo a desenvolver um espírito crítico,
criativo e contextualizado. Essa abordagem está alinhada com as diretrizes da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), que preconiza a conexão dos conteúdos
curriculares com o contexto social dos estudantes.

A fundamentação da proposta pedagógica na pedagogia libertadora de


Paulo Freire e na abordagem sociointeracionista de Vygotsky traz importantes
contribuições para a construção de uma educação crítica, transformadora e
contextualizada. Essas abordagens pedagógicas têm como base a compreensão de
que a educação não deve ser apenas um processo de transmissão de conhecimentos,
mas sim um instrumento de transformação social.
Esta unidade escolar entende que o conhecimento se dá a partir das
experiências do homem com seu meio: a maneira como vive, suas condições sociais
em cada momento histórico. Esse processo é dinâmico, pois, para resolver as suas
necessidades o homem vai buscando novos conhecimentos, modificando sua visão
sobre a realidade e nela interferindo. Além disso, essa abordagem reconhece que o
conhecimento não é apenas individual, mas também coletivo. A sociedade, como um
todo, é responsável pela produção, transmissão e transformação do conhecimento. À
medida que os indivíduos adquirem conhecimento e modificam sua visão de mundo,
eles podem contribuir para a transformação da sociedade, influenciando suas práticas
e estruturas. A educação deve preparar os alunos não apenas para lidar com o
conhecimento existente, mas também para se adaptar e aprender de forma contínua
36

ao longo da vida. A capacidade de aprender a aprender, de se atualizar e de se


reinventar é essencial em um mundo em constante transformação.

7.2- CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE

A sociedade é concebida como um conjunto de pessoas que se juntam em


prol da sobrevivência e da coletividade. Não são homogêneas, mas possuem normas
gerais de funcionamento, o que as tornam parecidas.

Freire propõe a criação de uma sociedade ideal:

“...criação de uma sociedade menos perversa, menos


discriminatória, menos racista, menos machista que está. Uma
sociedade mais aberta, que sirva aos interesses das classes populares
sempre desprotegidas e minimizadas e não apenas aos interesses dos
ricos, dos afortunados, dos chamados 'bem-nascidos" (Freire, maio de
1991, apud Gadotti, 1996, p. 103)

Entendemos por sociedade, sendo uma organização mais justa, livre,


pacífica, participativa e solidária. Uma sociedade que tenha consciência dos aspectos
políticos, moral, educacional e cultural. Como sendo também, um espaço que tenha
por princípio a garantia do cumprimento dos direitos humanos, que garantam o
desenvolvimento do homem na sua totalidade, sendo respeitado nas suas diferenças
sejam quais forem.

7.3 - CONCEPÇÃO DE HOMEM


É preciso compreender o homem como ser histórico e social, em cada
momento da história e nas relações que estabelece com o meio, pois o mesmo não
pode ser compreendido isoladamente. Ele produz a vida e interfere no meio em que
vive; essa participação é possível, por meio de uma organização política e graças a
autonomia do homem, sendo um ser de vontade, pode argumentar sobre sua
realidade.
37

O homem é um ser dotado de complexidade, possui características


fundamentais, que o distinguem dos demais seres da natureza e que buscamos
compreender para traçarmos estratégias de aprendizagens, como também de
convívio social.

Somos (aparentemente) os únicos seres vivos, na terra, que dispõem de


um aparelho neurocerebral hipercomplexo, e os únicos que dispõem de uma
linguagem de dupla articulação para comunicar-se, de indivíduo a indivíduo. Os
únicos que dispõem da consciência... (Morin, 2003.p.36)

É na relação social com os seus semelhantes, que o ser humano aprende,


ensina, se constrói enquanto sujeito, adquire autonomia e valores essenciais para o
convívio social tais como, respeito mútuo, solidariedade e afetividade.

Segundo Paulo Freire:


A existência humana não pode ser muda, silenciosa, nem
tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras,
com que os homens transformam o mundo. Existir humanamente, é
pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se
volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo
pronunciar.

Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no


trabalho, na ação-reflexão" (1987, p.78)

A formação do homem como sujeito de direitos universais é o centro do


processo educacional a essência do trabalho pedagógico, buscando formar uma
pessoa capaz de conduzir sua vida respeitando a diversidade cultural, ética e
religiosa.
Dessa forma, a concepção de homem e de educação que estamos falando
é a de que prepara o homem/aluno para ser um sujeito ativo de sua vida, autor de sua
história, cria, que recria, inventa coletivamente, em parceria, constrói junto, articula
teoria e prática, tem valores, saberes, compartilha, acolhe e decide
democraticamente.
38

7.4 - CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO


A educação é um processo de desenvolvimento individual que se dá em
todos os espaços e esferas das relações e interações humanas, mediada pelos mais
variados motivos. Insere-se no conjunto das relações sociais, econômicas, políticas,
culturais que caracterizam uma sociedade. "A educação é uma forma de intervenção
no mundo." (FREIRE, 1996.p. 98).

A concepção de educação de Paulo Freire vê o homem como um ser


autônomo, com capacidade de contribuir para a transformação do mundo. Portanto
entendemos educação como a prática social responsável pelo processo de
humanização.

É preciso compreender a natureza da educação para compreender a


natureza humana. Assim, "é pela educação que o ser humano atualiza-se enquanto
sujeito histórico, em termos do saber produzido pelo homem em sua progressiva
diferenciação do restante da natureza" (Paro, 2003, p. 7).

Segundo a Constituição Federal, a educação fundamental é um direito de


todos e dever do Estado, diante disso o poder público é investido de autoridade para
impô-la como obrigatória a todos a cada um e garantir sua gratuidade.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no artigo 22, define: "A


educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurando-lhe a
formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios
para progredir no trabalho e em estudos posteriores".

Portanto, educar é libertar o homem da condição de passivo, para sujeito


que busca no conhecimento a compreensão da realidade que está inserido, passando
a reconhecer papel da História e onde a questão da identidade cultural, tanto em sua
dimensão individual como em relação à classe dos educandos, é essencial à
compreensão do real, entendendo que a aquisição da cultura da humanidade é um
direito que deve ser assegurado ao educando.
39

7.5 - CONCEPÇÃO DE ESCOLA


Conforme Resende (1998), a escola é responsável pela promoção do
desenvolvimento do cidadão, fato relevante que retrata o passado cultural em que
este está incluso.

Dessa forma, não podemos afirmar que a educação por si só consiga


garantir a construção de uma sociedade democrática, pois existem discriminações e
exclusões dentro deste universo. O educador deve conduzir de forma hábil a perceber
as diferentes práticas a serem aplicadas em uma realidade onde existem resistências
às aplicações de regras que constroem um processo pedagógico de sobrevivência de
reprodução social.

A escola toma para si o objetivo de formar cidadãos capazes de atuar com


competência e dignidade na sociedade local e mundial, gerando assim uma educação
de qualidade, que busca formar pessoas críticas e capazes de transformar a
realidade, contemplando o desenvolvimento de capacidades que possibilitem
adaptações às complexas condições para desenvolver competência e consciência
profissional, aprender a ser, fazer, conviver e conhecer, resgatando dimensões mais
substantivas e humanas, contemplando inclusive a inclusão e o respeito ao diferente.

Isso requer que a escola seja um espaço de formação e informação em que


a educação favoreça a inserção do aluno no dia - a - dia das questões sociais
marcantes e em um universo cultural maior. Segundo MIZUKAME - 1986, uma escola
que não consegue se decidir por um projeto educacional, caminha sem direção e tem
poucas chances de contribuir para a formação cidadã, atendendo aos anseios
contemporâneos e ao desenvolvimento pleno das atuais e futuras gerações.

A escola foi a instituição que a humanidade criou para socializar o saber


sistematizado. Isto significa dizer que é o lugar onde, por princípio, é veiculado o
conhecimento que a sociedade julga necessário transmitir às novas gerações.
Nenhuma outra forma de organização até hoje foi capaz de substituí-la. Para cumprir
seu papel, de contribuir para o pleno desenvolvimento da pessoa, prepara-la para a
cidadania e qualifica-la para o trabalho, como definem a Constituição e a LDB, é
necessário que suas incumbências sejam exercidas plenamente. Assim, é preciso
ousar construir uma escola onde todos sejam acolhidos e tenham sucesso.
40

As dificuldades encontradas sevem de parâmetro para superação dos


problemas que interferem na formação de cidadãos complexos, diante das
diversidades que permeiam a formação escolar e que deve ser de boa qualidade para
todas as camadas da população.

A escola precisa ser encantada, precisa encontrar motivos para que o aluno
vá para os bancos escolares com satisfação, alegria. Existem escolas esperançosas,
com gente animada, mas existe um mal-estar geral na maioria delas. Não acredito
que isso seja trágico. Essa insatisfação deve ser aproveitada para dar um salto. Se o
mal-estar for trabalhado, ele permite avanços. Se for aceito como fatalidade, ele torna
a escola um peso morto na história, que arrasta as pessoas e as impede de sonhar,
pensar e criar (Moacir Gadotti, em entrevista para a revista Nova Escola, edição de
novembro/2000).

7.6 - CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA

O avanço da tecnologia ocorre em todos os segmentos da sociedade, isso


é resultado do trabalho do homem, que modifica sua vida, na questão da produção de
bens e serviços, bem como no conjunto das relações sociais e nos padrões culturais
vigentes. No entanto, o que se observa é a falta de tecnologia, evidenciando cada vez
mais as desigualdades sociais, pois aos nossos alunos, é negado o acesso ao avanço
do conhecimento, tanto no sentido de usufruir, quanto na oportunidade de participar
da elaboração desses conhecimentos.

E no processo educativo, que se desenvolve a capacidade criadora do


homem, portanto o Colégio Municipal João Malta Correia deve estar a serviço de
buscar metodologias que facilitem a aprendizagem, buscando dar condições para que
o aluno tenha acesso e participe do avanço tecnológico, possibilitando o acesso à
pesquisa, leitura e estudo no processo de aprendizagem. Segundo Freire: "O uso de
computadores no processo de ensino aprendizagem em lugar de reduzir, pode
expandir a capacidade crítica e criativa de nossos meninos e meninas"(Freire, 2000,
p. 98).
41

Concebemos por tecnologia uma ferramenta sofisticada, que deve ser


usada no contexto educacional, estando a serviço de combater as desigualdades
sociais, assegurando o acesso de todos ao avanço do conhecimento produzido pelos
homens e desta forma combatendo a alienação a qual nossos alunos têm sido
colocados no interior das escolas públicas.

7.7 - CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO


A inclusão é um processo de inserção social, no qual o aluno, encontra na
escola, um lugar de acolhida. Mantoan (2002), pontua que:

A meta da inclusão é, desde o início, não deixar ninguém de fora do


sistema escolar, que deverá adaptar-se as particularidades de todos
os alunos (...). A medida que as práticas educacionais excludentes do
passado vão dando espaço e oportunidade a unificação das
modalidades de educação, regular e especial, em um sistema único de
ensino, caminha-se em direção a uma reforma educacional mais
ampla, em que todos os alunos começam a ter suas necessidades
educacionais satisfeitas dentro da educação regular. (MANTOAN,
2002, p. 25)

Partindo desse pressuposto o Currículo Municipal de Campo Formoso,


atrelado a BNCC e o DCRB, traz o princípio da integração, que abrange todo o
processo educativo e que não significa apenas estar inserido em um grupo, o ideal de
integração ocorre em níveis progressivos desde a aceitação, aproximação física,
funcional e social bem como institucional.

Diz ainda que, a sociedade, mesmo quando reconhece os direitos de


cidadania de cada pessoa, ainda desconhece suas reais funções enquanto
educadora, junto à questão inclusiva, dentro do princípio da integração do sujeito com
necessidades educacionais especiais ainda há o que refletir sobre a postura da
sociedade e das instituições de ensino. Com a inclusão toda sociedade tem a
oportunidade de modificar relações entre seus membros, ampliando possibilidades de
acesso a níveis mais elevados de estudos, substituindo assim práticas excludentes
que tem origem em um modelo de educação separatista. É preciso distinguir o
42

verdadeiro compromisso do professor objetivando uma prática pedagógica inclusiva


sob a abordagem das diretrizes políticas de uma educação para todos. As diferenças
são valorizadas e respeitadas no princípio da individualização, significa atender às
necessidades de cada um, dar o que cada uma precisa para seu desenvolvimento
pleno, pressupõe, portanto, a adequação do atendimento educacional individual
respeitando seu ritmo e características pessoais.

A declaração de Salamanca (1994) menciona o conceito de inclusão como:

..Parte do princípio de que todas as diferenças são normais e


de que a aprendizagem deve, portanto, ajustar-se às
necessidades de cada criança se adaptar aos supostos
princípios quanto ao ritmo e á natureza do processo educativo.
Uma pedagogia centralizada na criança é positiva para todos os
alunos e, consequentemente, para toda sociedade (p.18).

É necessário reestruturar a escola para que seja um espaço aberto a fim


de adotar-se práticas heterogêneas, transformadoras e de inserção social no sentido
de respeitar cada aluno, levando em conta os seus interesses, capacidades,
potencialidades e necessidades de aprendizagem.

Na busca pelo alcance da inserção desta instituição de ensino nos


apontamentos legais pela LDB 9394/96, no que se refere a uma educação na
perspectiva da inclusão e da diversidade, a filosofia aqui adotada é aquela que
contempla a escola como um espaço para todos com a presença marcante da
heterogeneidade que revela princípios, altitudes, culturas e formações diferenciadas,
criando as relações interpessoais que tanto enriquecem e contribuem para o
desenvolvimento da aprendizagem e aquisição de cultura entre professores e alunos.
A proposta maior é buscar adaptar as estruturas de natureza física, humana e
pedagógica oferecidas pela escola aos anseios dos alunos que apresentam algum
tipo de necessidade especial, propiciando assim uma relação tranquila e harmoniosa
no desenrolar de todo o processo educativo.
43

Vale salientar que a estrutura física do prédio possui acessibilidade. Possui


uma rampa, dispõe de um banheiro adaptado para atender ao cadeirante.
No que diz respeito ao atendimento educacional de alunos com
necessidades especiais contamos com o suporte da equipe de apoio da Educação
Especial, da Secretaria de Educação, que dispõe de mediadoras para alunos
especiais (deficiente mental e deficiente físico). Contamos também, com uma
Professora de AEE que realiza os atendimentos às crianças na Escola Vinicius de
Moraes, pelo fato da mesma, não dispor de espaço físico exclusivo para tal finalidade.

Adota-se como referencial filosófico a ideia de que a inclusão educacional


é mais do que presença física, é muito mais que acessibilidade arquitetônica, é muito
mais do que matricular os alunos com deficiência nas salas de aula do ensino regular,
é bem mais do que um movimento da Educação Especial, pois, se impõe como um
movimento responsável que não pode abrir mão de uma rede de ajuda e apoio aos
educadores, alunos e familiares. Estes valores pautarão o trabalho pedagógico do
Colégio Municipal João Malta Correia como um compromisso político, social e ético.

7.8 - CONCEPÇÃO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

A aprendizagem não ocorre no vazio, no abstrato, num mundo à parte, mas


pelo contrário, num determinado contexto, numa determinada realidade, quer se
contemple a própria sala de aula, a escola, bem como a comunidade próxima, ou
ainda a sociedade como um todo. (PIMENTA, 1992). Desse modo, sentimos a
necessidade de empreender uma proposta de trabalho coletivo, a qual possa ofertar
subsídios para vencer as barreiras e entraves que inviabilizam a construção de uma
escola pública que eduque de fato para o exercício pleno da cidadania e seja
instrumento real de transformação social. Espaço em que se aprenda a aprender, a
conviver e a ser com e para os outros.
O ensino e a aprendizagem se constituem em processos onde o
conhecimento é o resultado da interação e mediação entre quem ensina, quem
aprende e o objeto, valorizando nessa interação o protagonismo do sujeito, pois
permite que o mesma saia do papel de ser passivo e participe ativamente dessa
relação e construção desse conhecimento. Aprender e ensinar são processos
44

inseparáveis, pois "Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao


aprender."(FREIRE, 1996.p.23).

A LDB 9394/96, no Artigo 32 preconiza sobre o Ensino Fundamental.

Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos,


gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por
objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (Redação dada pela Lei n°
11.274, de 2006).

I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos


o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da


tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a


aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

Trabalhar com os valores éticos, religiosos e políticos serão elementos


primordiais na construção de um sujeito critico com uma identidade própria para atuar
em uma sociedade justa e solidária. Dentre outros valores que a escola trabalha serão
priorizados: Respeito, Justiça, Solidariedade, Honestidade e Integridade, ambos
serão trabalhados de forma respeitosa por parte dos professores tendo como
referência, projetos e eventos temáticos de forma interdisciplinar inseridos nas áreas
de conhecimentos, sendo que os alunos são os principais autores.

O Colégio Municipal João Malta Correia introduz em sua prática


pedagógica a Aprendizagem Dialógica que está inserida na Concepção Comunicativa,
da qual se baseiam atualmente as pesquisas científicas por estar vinculada ao
funcionamento da sociedade na qual vivemos. Na sociedade da informação, a
aprendizagem depende cada vez mais da correlação das interações que a criança e
o jovem têm com todas as pessoas de seu entorno e na multiplicidade de espaços de
aprendizagem e desenvolvimento. Nessa perspectiva, o diálogo e a interação são
vistos como ferramentas essenciais para a construção de novos conhecimentos.
45

A Aprendizagem Dialógica prioriza as interações com maior presença de


diálogos, entre pessoas as mais diversas possíveis, buscando o entendimento de
todos e valorizando as intervenções em função da validade dos argumentos. Difere
das interações de poder, nas quais predominam relações de poder e o peso da
estrutura social desigual. (Aubert et al., 2008; Searle & Soler, 2004).

Para Vygotsky, toda aprendizagem acontece em um primeiro momento no


plano social e, posteriormente, é apropriada pelo sujeito no plano individual. De forma
que tudo aquilo que incorporamos como aprendizagem, vem sempre precedido de
uma interação, até que passa a fazer parte do sujeito. Portanto, as interações
dialógicas e seus eleitos na aprendizagem, transformam as pessoas e os contextos,
uma vez que mudam a imagem dos alunos, dos quais geralmente se esperam
resultados ruins, tanto na escola como na comunidade.

Considerado Paulo Freire como o autor mais importante da educação do


século XX, desenvolveu em sua obra de 1970, Pedagogia do Oprimido (2003), a ideia
da ação dialógica, na qual o diálogo é o processo básico para a aprendizagem e a
transformação da realidade. Para Freire, a necessidade de diálogo faz parte da
natureza humana; é um fator central na vida das pessoas na medida em que, por meio
dele, nos criamos e recriamos. Para promover nos alunos e alunas uma aprendizagem
libertadora, criadora de cultura e crítica em relação ao mundo, os educadores têm que
proporcionar um ambiente de diálogo, no qual se propõem perguntas e se buscam
respostas a partir da interação entre as pessoas e com o mundo (Freire, 1997).

Desse modo, "a Aprendizagem Dialógica acontece nos diálogos que são
igualitários, em interações em que se reconhece a inteligência cultural de todas as
pessoas, e está orientada para a transformação do grau inicial de conhecimento e
do contexto sociocultural, como meio de alcançar o êxito de todos. A Aprendizagem
Dialógica acontece em interações que aumentam a aprendizagem instrumental,
favorecendo a criação de sentido pessoal e social, e que são guiadas pelo
sentimento de solidariedade, em que a igualdade e a diferença são valores
compatíveis e mutuamente enriquecedores." (Aubert et al., 2008:167)
46

É importante que os docentes desenvolvam, em seus alunos, confiança em


sua capacidade de aprender e expectativas elevadas quanto ao próprio desempenho.

Daí a importância de refletirmos sobre o real significado do ensino e da


aprendizagem, de percebermos seus expoentes: interação, protagonismo do
educando, curiosidade, criticidade, consciência do inacabamento humano, entre
outros, para uma educação que favoreça o desenvolvimento das competências e
habilidades necessárias à formação integral do sujeito.

Cada indivíduo é único, é bom lembrar, e todos podem progredir com o


auxílio valioso dos professores, se eles conseguirem mostrar aos alunos o valor e a
importância da aprendizagem.

Nesse sentido, a nossa instituição buscará ministrar seu ensino com base
nos princípios estabelecidos no Título II, art. 2° e 3° da Lei 9.394/96 e Capítulo III,
sessão l,Ar. 206, da Constituição Federal, República Federativa do Brasil, de 1988
(BRASIL, 1996).

Essa filosofia de Educação é resultante de uma ação educativa a nível


nacional e contempla:

**' Educação é dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade em


ideais de solidariedade humana e tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho".

Assim, a luz da BNCC é preciso discutir as possibilidades de


aproveitamento escolar, com seus grandes desafios no processo de ensino e
aprendizagem no Ensino Fundamental, fazendo um juízo de qualidade da
aprendizagem do aluno e do trabalho do professor em sala de aula, reafirmando o
compromisso com a redução das desigualdades educacionais e refletir sobre a
necessidade de uma nova prática no ato de avaliar, planejar e intervir.

A Base Nacional Comum Curricular - BNCC, é um documento de caráter


normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais
47

que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da


Educação Básica.

Conforme definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional -


LDB, lei n° 9394/1996 a Base deve nortear os Currículos dos Sistemas e Redes de
Ensino das Unidades Federativas, como também as Propostas Pedagógicas de todas
as Escolas Públicas e Privadas da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino
Médio em todo o Brasil.

A Base estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se


espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica.
Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos, traçados pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais da Educação Básica, a Base soma-se os propósitos que
direcionam a educação brasileira para a formação humana, integral e para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

A BNCC explícita direitos de aprendizagens, mas não a maneira como os


educadores deverão ensiná-los, especificando o que se espera do sujeito da
aprendizagem. As Competências Gerais norteiam todo o trabalho da escola durante
o Ensino Fundamental, por isso, compreendê-las e saber como aplicá-las em sala de
aula é fundamental.

Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos


(conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais),
atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno
exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

Ao definir essas competências, a BNCC reconhece que a "educação deve


afirmar valores e estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade,
tornando-a mais humana, socialmente justa e, também, voltada para a preservação
da natureza" (BRASIL, 2013), mostrando-se também alinhada à Agenda 2030 da
Organização das Nações Unidas (ONU).
48

Assim, estão descritas as COMPETÊNCIAS GERAIS DA BASE


NACIONAL COMUM CURRICULAR:

1. CONHECIMENTO: Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente


construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a
realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade
justa, democrática e inclusiva.
2. PENSAMENTO CIENTIFICO, CRITICO E CRIATIVO: Exercitar a
curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a
investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para
investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar
soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. REPERTÓRIO CULTURAL: Valorizar e fruir as diversas manifestações


artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas
diversificadas da produção artístico-cultural.

4. COMUNICAÇÃO: Utilizar diferentes linguagens - verbal (oral ou visual


motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital -, bem como
conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e
partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e
produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. CULTURA DIGITAL: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de


informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar
informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e
autoria na vida pessoal e coletiva.

6. TRABALHO E PROJETO DE VIDA: Valorizar a diversidade de saberes


e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe
possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas
alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
49

7. ARGUMENTAÇÃO: Argumentar com base em fatos, dados e


informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e
decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO: Conhecer-se, apreciar-se


e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana
e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para
lidar com elas.

9. EMPATIA E COOPERAÇÃO: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução


de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e
aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e
de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
preconceitos de qualquer natureza.

10. RESPONSABILIDADE E CIDADANIA: Agir pessoal e coletivamente


com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando
decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e
solidários.

As competências descritas pela BNCC podem ser desenvolvidas de


diversas maneiras pelo nosso PPP, não aparecendo apenas no currículo disciplinar
do nosso município/ escola. É importante integrar objetos de conhecimento, rever as
avaliações com base na escuta de estudantes e professores, bem como incorporar
aspectos culturais e regionais nas práticas pedagógicas. O Projeto Político
Pedagógico, incentiva a cultura da participação, estimulando o protagonismo dos
professores e alunos nas mudanças. A identidade do colégio também é respeitada no
processo, através de um mapeamento da comunidade e das especificidades locais.
Isso inclui pensar a mobilidade dos alunos, no entorno da comunidade e também
possibilidades de visitas aos espaços oferecidos no local onde moram e outros
passeios culturais que enriqueçam o repertório dos estudantes sobre a história e
transformações da região em que estudam. Dessa forma, é possível contemplar o
objetivo da BNCC em formar cidadãos íntegros, autônomos e criativos, que possam
alcançar sucesso pessoal e profissional.
50

Uma boa escola é aquela que promove a aprendizagem de todos os seus


alunos e lhes assegura uma trajetória de sucesso. Essa meta pode ser atingida
através de subsídios efetivos que possam ajudar a transformar a intenção em
realidade.

Para que a escola seja capaz de promover tanto o desenvolvimento como


a aprendizagem de seus alunos, ela precisa se organizar. Isso implica um
compromisso dos membros da equipe escolar com a clientela que frequenta a escola.
É preciso que todos funcionem como uma orquestra em noite de estreia: todos
afinados em tomo de uma partitura e regidos pela batuta firme de um maestro que
aponta como cada um participa, para que o resultado sela harmônico. Na escola, esse
maestro é o gestor. E a partitura, é o Projeto Político Pedagógico do Colégio, um
arranjo feito sob medida para os alunos e que serve de referência para todos.

O entendimento que hoje se tem do trabalho escolar é de que a ênfase


deve estar no processo de ensino-aprendizagem, finalidade maior de todo o esforço
a ser despendido. Essa visão representa um novo olhar para a escola e,
consequentemente, uma nova postura diante da clientela e do que deve ser realizado,
pois subordina o caráter administrativo ao pedagógico. Afinal, a principal razão de ser
da escola é a aprendizagem de todos os alunos.

7.9 - CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO

A avaliação é parte integrante da proposta curricular e do projeto


pedagógico da escola e deve ser compreendida como processo relevante, construído
e consolidado a partir de uma cultura de "avaliar para garantir o direito da
aprendizagem", e não para classificar e/ou limitar tal direito.

Partindo desse contexto, é necessário a construção de uma prática


educativa em que a avaliação esteja presente em todo processo de ensino e de
aprendizagem, tanto no aspecto cognitivo quanto na dimensão das competências
socioemocionais, tornando a avaliação socioemocional menos subjetiva e mais
transparente, de modo que os seus resultados possam ser apropriados por toda
51

comunidade escolar, com vistas a promover a aprendizagem, considerando os


princípios norteadores do currículo: identidade, diversidade, autonomia,
interdisciplinaridade e contextualização, em que a qualidade da aprendizagem
prevaleça, para que os objetivos sejam alcançados, permitindo ao estudante pensar
sobre o seu processo de aprendizagem e ao professor sobre sua prática.

Nesse contexto, as avaliações externas e internas da instituição e as de


desempenho e aprendizagem dos estudantes são ferramentas para aferir a eficácia
das políticas educacionais implementadas.

"Avaliar o aluno deixa de significar fazer um julgamento sobre a sua


aprendizagem, para servir como momento capaz de revelar o que o aluno já
sabe, os caminhos que percorreu para alcançar o conhecimento demonstrado,
seu processo de construção do conhecimento, o que o aluno não sabe e o
caminho que deve percorrer para vir a saber, o que é potencialmente revelado
em seu processo, suas possibilidades de avanço e suas necessidades para
que a superação, sempre transitória, do não saber, possa ocorrer." (Esteban-
2004)

Em Consonância com esta Proposta Pedagógica, entendemos que, no


ambiente escolar, as avaliações são contínuas e indispensáveis para o
desenvolvimento do trabalho pedagógico, por se tratarem de uma verificação dos
resultados de ações direcionadas ao cumprimento de objetivos previamente
planejados. A avaliação deve ser base para se (re) pensar e (re)planejar a gestão
educacional e a ação pedagógica, pois informa o quanto conseguimos avançar e
ajuda a pensar como impulsionar novas ações educativas e projetos, e definir novas
políticas públicas.

Como diz Luckesi (2005):

A avaliação da aprendizagem não é e não pode continuar


sendo a tirana da prática educativa, que ameaça e submete a todos.
Chega de confundir avaliação da aprendizagem com exames. A
avaliação da aprendizagem, por ser avaliação, é amorosa, inclusiva,
dinâmica e construtiva, diversa dos exames, que não são amorosos,
são excludentes, não são construtivos, mas classificatórios. A
52

avaliação inclui, traz para dentro; os exames selecionam, excluem,


marginalizam.

Para tanto, a avaliação educacional deve ser compreendida como uma


ferramenta determinante na coleta de informações necessárias aos elementos que
compõem o sistema educacional responsável pela determinação das políticas
educacionais pelos sistemas de ensino, diretores de escolas, professores e os
próprios estudantes para tomada de decisões e para acompanhar e aperfeiçoar a
dinâmica institucional.

Como procedimentos externos, temos as avaliações externas, feitas em


larga escala na educação básica, que fazem parte das políticas públicas da educação
Brasileira há duas décadas. Esta categoria é organizada e desenvolvida pelo
ministério da educação (MEC), organismos internacionais e pelas secretarias de
educação estadual e municipal. No entanto, a partir de 2005, com a prova Brasil
(avaliação em larga escala aplicada aos alunos de 50 e 9° anos do ensino
fundamental, nas redes estadual, municipal e federal), e de 2007, com o índice de
desenvolvimento da educação básica (IDEB), as avaliações passaram a ter maior
destaque no cenário político-educacional de municípios e estados.

A avaliação do processo de ensino e de aprendizagem é uma das


atividades que ocorre dentro de um processo pedagógico. Este processo inclui outras
ações que implicam a própria formulação dos objetivos da ação educativa, na
definição de seus conteúdos e métodos, entre outros elementos da prática
pedagógica, como afirma Krug: "a avaliação não é um fim em si mesmo; é um
processo permanente de reflexão e ação, entendido como constante diagnóstico,
buscando abranger todos os aspectos que envolvem o aperfeiçoamento da prática
sócio-política pedagógica". (2001, p.19).

Assim, a avaliação do processo de ensino e de aprendizagem deve se


adequar a cada etapa da educação básica conforme os objetivos de aprendizagens
propostos na BNCC e no DCRB, observando as especificidades de cada fase.
53

Um dos grandes desafios para os dois primeiros anos do ensino


fundamental é o de garantir o processo de alfabetização e letramento, assegurando
aos estudantes a apropriação do sistema de escrita. A proposta é uma avaliação
diagnóstica, participativa, processual, cumulativa e redimensionada a da ação
pedagógica que requer um conjunto diversificado de procedimentos adotados pelo
professor ao longo dos três primeiros anos, para a observação e acompanhamento
da aprendizagem, de maneira continua e, em parceria com o estudante, registrando
cada etapa de seu crescimento.
Nesse contexto, a avaliação definida pelo Referencial Curricular é
entendida como processo contínuo de apropriação, construção e reconstrução da
aprendizagem, de forma Contínua porque ocorrerá ao longo dos processos de ensino
e de aprendizagem, no qual o professor deverá selecionar e elencar os instrumentos
avaliativos que serão utilizados a partir das competências e habilidades básicas de
cada Componente Curricular. Cumulativa, por ser um processo gradativo de
aprendizagem, fortalecendo o conhecimento construído pelo estudante e, servindo de
“ponte” para novas aprendizagens. Essas concepções de avaliação deverão ser
vivenciadas em todas as etapas e modalidades de Ensino, observando as
especificidades de cada uma. Em conformidade com a Instrução Normativa:

ART. 5º
A avaliação da aprendizagem está pautada nas seguintes bases:
I - Ação diagnóstica de caráter investigativo: buscando identificar
avanços e dificuldades da aprendizagem;

II – Ação processual contínua: identificando a aquisição de


conhecimentos e dificuldades de aprendizagem dos (as) alunos (as),
permitindo a adoção de medidas de correção do percurso escolar;

III – Ação cumulativa: preponderando as avaliações realizadas no


processo de construção do conhecimento; e

IV – Ação de caráter emancipatório: que deve se desenvolver de


forma participativa e democrática em que os agentes envolvidos
analisam e manifestam sua autonomia no exercício de aprender e
ensinar. (NORMATIVA, 2018).

Com base em uma concepção Progressista, Paulo Freire defende uma


prática emancipadora de avaliação e Luckesi coloca que a avaliação pode contribuir
para a transformação social: "(..) colocar a avaliação escolar a serviço de uma
pedagogia que entenda e esteja preocupada com a educação como mecanismo de
transformação social" (2005, p. 28.).
54

Nesta perspectiva de avaliação, e de acordo com o Artigo 24 da LDB:


concebe-se recuperação de estudos como uma parte constitutiva da prática docente
e não apenas recuperação de notas. Portanto a recuperação dos conteúdos não
compreendidos pelos alunos, acontecerá concomitantemente durante o processo
ensino aprendizagem, não somente no final do ano letivo o que caracterizaria somente
como recuperação da média final, mas à medida que o aluno vai sendo avaliado.

Sendo assim, a avaliação deve ser o momento de obter informações


necessárias sobre o desenvolvimento da prática pedagógica para a
intervenção/reformulação desta prática e dos processos de aprendizagem. Ao passo
que assegura a autonomia ao educador no uso dos mais diferentes e variados
instrumentos que julgar oportuno e necessário para favorecer uma aprendizagem
permanente, uma formação continuada, considerando como elemento central a
formação integral do sujeito, a construção da cidadania em função dos processos
sociais que se modificam.

O sistema de avaliação do Colégio Municipal João Malta Correia está


fundamentado no Regimento Interno, obedecendo à legislação vigente e tem por
objetivo a verificação das aprendizagens qualitativas e quantitativas, com a
preponderância do aspecto qualitativo sobre o aspecto quantitativo.

7.10- CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO

O conceito de currículo vai muito além de uma mera descrição de


componentes curriculares e conteúdo. O currículo é uma prática social e marca de
forma definitiva o percurso formativo dos educandos na nossa sociedade, sendo
também um terreno de disputas pela hegemonia, pois é dessa discussão que se
encaminham os projetos educativos de uma sociedade. É uma proposta completa com
uma intencionalidade, pois nele se expressa os princípios e objetivos da ação
educativa, a visão de homem e de mundo que se pretende formar.

O ensino oferecido terá de ser aberto à dinâmica social e atento às


mudanças que ocorrerem no processo histórico, visando a uma permanente avaliação
55

curricular por parte dos professores, alunos e comunidade escolar a partir da


concepção de que o currículo não é algo pronto e imutável, e, sim, um contínuo
processo de construção participativa baseada na investigação e prática coletiva.

Conforme Veiga (1995, p, 27), o conhecimento escolar é dinâmico e não


uma mera simplificação do conhecimento científico, que se adequaria à faixa etária e
aos interesses dos alunos. Dessa forma, o conhecimento escolar é resultado de fatos,
conceitos, e generalizações, sendo, portanto, o objeto de trabalho do professor.

Em vista ao exposto, entendemos que uma escola de qualidade só será


efetivada no ambiente escolar se todos os segmentos que a compõe assumirem o
compromisso de lutar pelos anseios e sonhos idealizados pela educação, fornecendo
oportunidades de acesso e permanência ao alunado, sobretudo que, aqueles
responsáveis diretamente pelo processo educativo, possam ter condições de efetivar
um trabalho significativo e de qualidade, contribuindo para o melhoramento social e
consequentemente para as transformações sociais que se deseja alcançar.

O currículo tornou-se oculto durante algum tempo, porém as contribuições


de uma Pedagogia que dava voz e vez aos seus autores, fez com que o pensamento
de interação e construção do conhecimento oportunizasse novas possibilidades de
currículo e formação, valorizando seus participantes como sujeitos ativos e pensantes,
capazes de formular hipóteses e assimilar os conhecimentos, tornando-se sujeitos
cognitivos, autônomos e com leis próprias, favorecendo uma metodologia sobre como
ensinar e como aprender. Assim... a aptidão para contextualizar e integrar é uma
qualidade fundamental da mente humana, que precisa ser desenvolvida, e não
atrofiada (Morrin p. 16).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394/96) trata a


escola e o aluno com uma ênfase que não havia sido ainda dada pelas leis que a
antecederam. Ao fixar diretrizes para a organização da educação nacional, sua
principal característica é a flexibilidade. Com essa marca, indica tanto as regras
comuns a serem observadas em todos os sistemas de ensino como, também, as
diversas possibilidades de organização da escola e do trabalho escolar. Procura,
genuinamente, atender às diferenças regionais e locais.
56

Dessa forma, a lei não só sugere algumas possibilidades de organização


da escola como possibilita a adoção de outras alternativas, "sempre que o interesse
do processo de aprendizagem assim o recomendar". Nesse sentido, responde a
antigas reivindicações de educadores, que clamavam por maior autonomia, mais
liberdade da escola na tomada de decisões. Entretanto, essa conquista, por si só, não
parece ser suficiente; a autonomia não pode ser simplesmente decretada por lei. É
preciso que ela seja construída e implementada no trabalho coletivo e diário de cada
escola.

A LDB apresenta várias possibilidades para a organização da educação


básica. Mas essas sugestões são dadas sempre com base na ideia de que cada
sistema e cada escola têm suas peculiaridades e, por isso, a construção coletiva do
Documento Curricular Referencial Campoformosense vai contribuir de maneira
satisfatória, atendendo a demanda da comunidade escolar e local, uma vez que nele
se traduz a identidade de um povo e todas as suas particularidades.

O Referencial Curricular em consonância com DCRB, respeita as distintas


identidades que caracterizam o Brasil, a Bahia e, sobretudo o município, conferindo
às escolas o desenvolvimento de competências relacionadas à contextualização, à
pesquisa e à construção das pluralidades e singularidades locais e globais dos seus
territórios. Logo, sendo um documento para o município, oferece orientações que
levam em conta a autonomia das escolas como representantes de seu território, tendo
em vista a inclusão das diversas especificidades indenitárias.

O Documento Curricular Referencial Campoformosense almeja resultar


significativas mudanças na educação e que tenha implicações positivas nas trajetórias
dos estudantes, que receba o acolhimento participativo e colaborativo dos educadores
e dos trabalhadores da educação em seu conjunto, com fito de resguardar e garantir
um processo de ensino e de aprendizagem, que respeite o sujeito em sua
subjetividade e singularidade, dada pela própria diversidade e complexidade da
história e cultura regional.
57

Neste referencial, currículo não é entendido somente como a organização


do conhecimento que precisa ser lecionado, porque diz respeito a:
Questões de poder, tanto nas relações professor/aluno e
administrador/professor, quanto em todas as relações que permeiam o
cotidiano da escola e fora dela, ou seja, envolve relações de classes
sociais (classe dominante/classe dominada) e questões raciais, étnicas
e de gênero, não se restringindo a uma questão de conteúdos
(Hornburg e Silva, 2007, p.1).

O currículo é um norteador para a escola. Portanto, toda organização


dessas instituições deve girar em torno do mesmo, tendo, como ponto de partida, o
propósito de melhorar a qualidade do processo ensino-aprendizagem. Por isso é um
documento construído, coletivamente é estruturado com o propósito de estimular a
intencionalidade de se materializar, na escola pública, novas possiblidades de
renovação do trabalho pedagógico.

Dessa forma, as competências da BNCC fazem parte do compromisso da


política curricular de Campo Formoso, sobretudo do Colégio Municipal João Malta
Correia, tem como foco principal o desenvolvimento integral com uma articulação dos
saberes e competências, por meio dos componentes curriculares ou projetos nos
quais se possa trabalhar conteúdos teóricos que permeiem as transversalidades
exigidas, considerando os saberes e o contexto do indivíduo e do grupo.

O Documento Curricular Referencial Campoformosense para o Ensino


Fundamental apresenta-se indispensável para a educação desse município e para o
processo de ensino aprendizagem, pois além de nortear o trabalho na instituição
escolar, evidencia os desafios de uma complexa realidade, socioeconômica,
geopolítica e cultural para a construção de uma aprendizagem significativa. Nesse
sentindo é importante que a escola e sua comunidade reflitam sobre a compreensão
de aprendizagem significativa, buscando superar esses desafios e viabilizando a
formação integral do educando.

Acerca da concepção de aprendizagem para o Ensino Fundamental, este


documento comunga com o DCRB:
58

(..) Se referência numa concepção de aprendizagem


compreendida como um ato e um processo em construção contínua,
individual e relacional, em que se realizam transformações cognitivas,
afetivas, psicomotoras e socioculturais. Dessa forma, a aprendizagem e
sua mediação devem ser pensadas a partir da valoração compartilhada
do ato de aprender, porque nem toda aprendizagem é boa e, portanto,
deve ser perspectivada como construção socialmente referenciada (p.34,
2019).

Sendo assim, o aluno tem papel ativo no processo da aprendizagem,


porque só aprende, à proporção em que se empenha no processo de aprender: "O
aluno é um elemento ativo no processo, como o é também o professor. Portanto, o
aluno não pode ser um mero escutador e o professor apenas um falador. A relação
entre ambos deve ser de constante interação, com vistas à produção dos objetos de
conhecimento (Moretto, 2005, p. 75).

O Documento Curricular Referencial Campoformosense é um instrumento


essencial para a educação e terá alcançado sua finalidade, se materializarmos suas
ações no sentido de resolver os problemas que contribuem para as desigualdades
sociais, garantindo assim, o compromisso de uma educação integral e a construção
de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, proporcionando a mobilização de
conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e
socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

Novos caminhos têm sido buscados nos diversos campos das ciências no
sentido de romper com a organização linear do conhecimento escolar. Essa questão
se configura em um grande desafio para os educadores. Percebe-se a necessidade
de trabalhar o Projeto de Vida, contemplado no DCRC do nosso município, onde o
mesmo, possibilita através de estratégias, que o aluno construa uma nova maneira de
compreender a realidade da qual faz parte, extrapolando as relações locais, buscando
relações mais amplas, ajudando-o a relacionar as experiências anteriores e as
vivências pessoais e a formular e resolver problemas que utilizem os conhecimentos
apreendidos em diferentes situações. "
59

"O currículo é um campo de produção e de criação de significado sobre


os vários campos e atividades sociais, no currículo se trabalha sobre
sentidos e significados recebidos, sobre materiais culturais
existentes... considerando-se a cultura e o currículo como relações
sociais (SILVA, T.T., 1999).

A LDB e os quatro alicerces da Educação também orientam o Currículo do


Ensino Fundamental propondo uma visão orgânica do conhecimento,
interdisciplinaridade, relação entre os conteúdos, situações de aprendizagem e
contextos de vida social e pessoal, reconhecimento das linguagens como formas de
constituição dos conhecimentos e das identidades. Estes pressupostos terão,
portanto, uma perspectiva interdisciplinar e contextualizada, buscando atingir os
objetivos a que se propõe a escola.

O Ensino Fundamental está constituído de uma Base Nacional Comum


Curricular e de uma Parte Diversificada, como estabelece o art. 7° e o seu parágrafo
único da Resolução n° 2, de 22 de dezembro de 2017 que diz:
Os currículos da Educação Básica, tendo como referência a BNCC, devem ser
complementados em cada instituição escolar e em cada rede de ensino, no âmbito de cada sistema de
ensino, por uma parte diversificada, as quais não podem ser consideradas como dois blocos distintos
justapostos, devendo ser planejadas, executadas e avaliadas como um todo integrado." (DCRB, p.
148).
A BNCC está sendo complementada por uma parte diversificada que
constitui um todo integrado por meio do DCRB, e sua articulação deverá possibilitar a
sintonia dos interesses mais amplos de formação básica do cidadão com a realidade
local. As necessidades dos estudantes, as características regionais da sociedade, da
cultura e da economia perpassam todo o currículo.

A distribuição da carga horária semanal/anual por ano e disciplina está na


matriz curricular em anexo.

Os Objetos de Conhecimento são instrumentos para o desenvolvimento da


aprendizagem, de modos próprios de pensar e de tomar iniciativas na relação do
sujeito consigo mesmo e com a sociedade.
60

O Colégio realiza planejamento de curso no início de cada etapa, também


são realizados planejamentos e encontros formativos quinzenalmente.

A carga horária anual mínima é de 2400 horas distribuídas em 200 dias


letivos.

As atividades de reorientação não são computadas e são realizadas após


a conclusão de cada etapa. A jornada escolar diária é de 4 horas.

Esta etapa de ensino obedece ao calendário da rede municipal de ensino,


encaminhado pela Secretaria Municipal de Educação.
61

8.0 – MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO DCRC


Documento Curricular Referencial Campoformosense

8.1 - EDUCAÇÃO DO CAMPO

Nenhuma pessoa, nenhuma família, nenhum grupo,


nenhumas sociedades podem viver muito tempo sem ter
esperança e projeto, que fazem parte da nossa condição
humana, necessariamente aberta ao futuro. Se a elite
não pode oferecer mais nada disso, sejamos nós os
semeadores. A colheita virá. (César Benjamin, 1999, p.
21).

Partindo do reconhecimento da enorme dívida do poder público em relação


ao direito dos povos do campo à educação (BRASIL, 2012), Campo Formoso vem se
empenhando em construir uma política de educação do campo referenciada na
diversidade de territorialidades que compõem o seu imenso município e atribuindo às
escolas, o desenvolvimento de competências voltadas à contextualização, ao
aprofundamento e à construção das pluralidades e singularidades das suas
comunidades.

Sabendo que a educação do campo difere da educação rural, toma-se


evidente que ainda há a prevalência da segunda em maioria do território brasileiro,
bem como nos municípios do estado da Bahia, por desconsiderarem as peculiaridades
e necessidades dos sujeitos do campo, transplantando por vezes um projeto de
educação urbana para o meio rural.

A proposta de política de currículo aqui apresentada, não diz respeito a uma


adaptação do currículo das escolas urbanas, para que o mesmo se adeque também
ao contexto das escolas do Campo. A ideia central é romper com esse paradigma da
escola do campo como um apêndice da escola da cidade (FREIRE, 2001).

Nessa perspectiva, como visto em Arroyo (2008), a escola do campo


precisa ser diferenciada para que não se torne fonte perpetuadora do processo de
dominação e de degradação das condições de vida dos camponeses e, acima de tudo,
voltar-se para a formação de seus sujeitos, de modo que possam interferir na sua
62

realidade social na busca de uma vida humana plena, onde de fato, seja consolidado
o processo de equidade social.

Assim, a interação do conhecimento formal com as relações sociais


campesinas deve ser dialógica, consubstanciando a identidade dos povos do campo,
como forma de valorizar as atividades produtivas, culturais e sociais desenvolvidas
por eles (CALDART, 2001).

8.2 - EDUCAÇÃO ESPECIAL

Educação Especial é uma modalidade de educação escolar oferecida no


Ensino Regular para os alunos com deficiência ou que possuem algum tipo de
necessidade educacional específica, carecendo assim de recursos pedagógicos e
metodológicos. Esses alunos precisam de um ensino específico às suas condições
físicas e intelectuais, para que possam apropriar-se dos conhecimentos oferecidos
pela escola, que, por sua vez, tem como objetivo, ampliar o universo de possibilidades
às crianças com necessidades educativas especiais.

É um dever constitucional garantir a todos a igualdade de condições para o acesso e a


permanência na escola, sem qualquer tipo de discriminação, exclusão e/ou segregação. Logo, os
Sistemas de Ensino deverão assegurar aos seus alunos, currículos, métodos e recursos educativos
que atendam às suas necessidades.

O processo educacional com perspectivas inclusivas é aquele que atende com eficácia
aos alunos, com ou sem deficiências, por isso a inclusão educacional deve ser perpassada por
mudanças, em função de considerar e atender a todos. A integridade da pessoa com necessidades
educativas especiais, por se referir à pessoa como um ser único, deve ser atendida no Sistema de
Ensino, garantido o direito descrito na Constituição Federal de 1988.

Nessa perspectiva, a Secretaria Municipal de Educação de Campo


Formoso busca em parceria com toda a comunidade escolar, desenvolver um
currículo inclusivo, que garanta a aprendizagem e o processo de avaliação,
considerando e respeitando as especificidades, conforme estabelecido na legislação
sobre essa modalidade de ensino.

O Setor de Educação Inclusiva busca juntamente com os profissionais da


Educação, Saúde e Ação Social, colocar em prática ações que visam à melhoria da
qualidade da educação, colocando em primeiro plano a inclusão social. A proposta de
63

educação para todos, constitui um grande desafio quando a realidade aponta para
uma numerosa parcela de excluídos do sistema educacional.

Embasados neste pensamento, o Departamento Pedagógico tem


promovido várias ações para atender a expectativa de democratização da educação
nas escolas municipais, através da implantação de Salas de Recursos Multifuncionais,
de centro de apoio, de ampliação de SRM, aquisição de transporte escolar adaptado,
capacitações, congressos, conferências, Plano Municipal de Educação, adaptações
de espaços físicos e outros.

A Educação Especial não deve ser vista como um subsistema à parte,


devemos a todo o momento reforçar o seu caráter interativo na educação geral. Sua
ação transversal permeia todos os níveis - educação infantil, ensino fundamental,
ensino médio e educação superior, bem como as demais modalidades.

A Educação Especial é uma modalidade de educação que perpassa


transversalmente todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, oferecendo um
conjunto de serviços e recursos especializados para complementar e/ou suplementar
o processo educacional dos estudantes que são o seu público alvo (DCRB, pág.52).

No contexto da Educação Especial, o termo NEE "refere-se a todas aquelas


crianças ou jovens cujas necessidades educacionais especiais se originam em função
de deficiências ou de dificuldades de aprendizagem. Esse documento reconhece "que
toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de
aprendizagem que são únicas" declaração de Salamanca (Brasil, 1994).

Neste sentido, as diretrizes curriculares municipais, ao propor uma


educação comprometida com a cidadania, definem fundamentos políticos,
epistemológicos e metodológicos que orientam e direciona o olhar dos profissionais
da educação para considerar, em seu trabalho docente, conceitos relevantes sobre
infância e escola, educação, cultura e currículo em uma perspectiva de educação
democrática inclusiva, atrelada aos princípios dos direitos humanos.

Segundo Mantoan (1997, p. 120), “a normalização visa tornar acessível às


pessoas socialmente desvalorizadas as condições e os modelos de vida análogos aos
que são disponíveis de modo geral, ao conjunto de pessoas de um dado meio ou
sociedade”.
64

Dessa forma, corroborando com Glat, Ferreira, Oliveira e Senna (2003,


p.35):

Neste contexto é que se descortina o novo campo de atuação da Educação


Especial. Não visando importar métodos e técnicas especializados para a
classe regular, mas sim, tornando-se um sistema de suporte permanente e
efetivo para os alunos especiais incluídos, bem como para seus
professores. Como mencionado, a Educação Especial não é mais
concebida como um sistema educacional paralelo ou segregado, mas como
um conjunto de recursos que a escola regular deverá dispor para atender à
diversidade de seus alunos.

Além destes princípios também acentuamos aqui o princípio da


legitimidade que visa à participação das pessoas com necessidades educativas
especiais ou de seus representantes legais, na elaboração e formulação de políticas
públicas, planos e programas.

Para uma escola ser inclusiva necessita, primeiramente, acreditar no


princípio de que todas as crianças podem aprender e o diretor deverá proporcionar a
todas as crianças acesso igualitário a um currículo básico, rico e uma aprendizagem
de qualidade.
65

9.0 – TEMAS INTEGRADORES

9.1 - EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO:


Os índices de acidentes e mortes no trânsito em nosso país é altíssimo,
pensando nessa perspectiva, nos últimos tempos começou-se a olhar diferente para
o tema. Ao longo de seu texto a BNCC, documento que orienta os currículos das
escolas públicas brasileiras, destaca a importância e estabelece objetivos
relacionados ao ensino sobre o trânsito.

De acordo com a BNCC (2017, p.21), cabe aos sistemas e redes de ensino,
assim como às escolas, em suas respectivas esferas de autonomia e
competência, incorporar aos currículos e às propostas pedagógicas a
abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida humana em
escala local, regional e global, preferencialmente de forma transversal e
integradora. Entre esses temas, destaca-se: educação para o trânsito (Lei
no 9.503/199717).

De acordo com o Art. 76 da Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997, "A


educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas escolas de 1° 2° e 3°
graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades
do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação" (Brasil, 1997). O Sistema
Nacional de Trânsito (STB) menciona a Educação de trânsito como uma aliada para
diminuição das taxas negativas de acidentes no trânsito. Um dos mecanismos
propostos pelos órgãos que compões o trânsito brasileiro foi a criação da Semana
Nacional do Trânsito, que ocorre anualmente, do dia 18 a 25 de setembro. Ou seja, a
educação para o trânsito é direcionada para todos os níveis escolares, como afirma o
DCRB (2019, p.80)

No mundo inteiro, busca-se um trânsito seguro com ações de engenharia,


educação, policiamento e fiscalização. Todas as experiências em Educação
para o Trânsito de crianças, jovens, adultos e idosos objetivam
conscientizá-los para conviver no espaço viário e formar cidadãos que
respeitem a legislação e não se envolvam em acidentes de trânsito. Não se
pode tratar esse tema apenas como um caráter informativo. É necessário
que ele faça parte da construção do conhecimento da criança, do jovem, do
adulto e do idoso.
66

O DCRB, é um documento voltado para a educação infantil e fundamental,


nesse sentido a Educação para o Trânsito é um caminho seguro para a preservação
da vida. O comprometimento e a conscientização com a segurança no trânsito
promovem a convivência harmoniosa na divisão do espaço das vias terrestres
públicas e privadas e evitam as transgressões infracionais às leis de trânsito, (2017,
p.81). De acordo com o texto podemos afirmar ainda a preocupação com o tema de
acordo com o objetivo geral trazido, (DCRB, 2019, p.81), que é basicamente "
despertar uma nova consciência viária que priorize a prevenção de acidentes e a
preservação da vida. Envolve, genericamente, três aspectos: conhecimento, prática e
conscientização, sendo necessário que seja dirigida a todas as pessoas,
principalmente às crianças e jovens".

São inúmeras as maneiras metodológicas de se trabalhar qualquer tema


dentro da escola. Diante da temática Educação para o trânsito vale ressaltar o diz o
Documento Curricular do nosso município:

Práticas metodológicas são utilizadas em sala de aula, visando incluir e


definir o papel fundamental do sistema de educação, dos educadores e
gestores na conquista de um trânsito mais seguro e justo. Com isso, o
Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) oferece propostas ou traça as
linhas básicas da Educação e dos objetivos a serem alcançados. O
comportamento humano influencia as ações, por isso torna-se cada vez
mais necessário incorporar os valores de cidadania e ética à vida dos
condutores de veículos, para que sejam refletidos no trânsito. (2020,p.268)

9.2 - EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS:


De maneira sucinta podemos afirmar que os direitos humanos são normas
e valores essenciais na construção de uma sociedade organizada. A Educação em
Direitos Humanos é o meio de compreendermos a formação de uma cultura plausível
no respeito a dignidade humana através da vivência dos valores da liberdade, da
justiça, da igualdade, da solidariedade, da tolerância, e da paz. A BNCC aponta sobre
o decreto n° 7.037, de 21 de dezembro de 2009, que em seu Art. 2°, destrinça sobre
a implementação do PNDH-3 e seus eixos orientadores. Dentre esses, os seguintes
relacionados a Educação e Cultura, em seu eixo V:

a) Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política nacional


de educação em Direitos Humanos para fortalecer uma cultura de direitos;
67

b) Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos


Humanos nos sistemas de educação básica, nas instituições de ensino
superior e nas instituições formadoras;
c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como espaço de
defesa e promoção dos Direitos Humanos;
d) Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos Humanos no serviço
público;
e) Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso
à informação para consolidação de uma cultura em Direitos Humanos;

"O espaço escolar configura-se como local privilegiado de disseminação


dos direitos e promoção de debates sobre tão nobre temática." (DCRB, 2019, p.67), é
notório o quão é importante e valido trazer para a escola/sala de aula o tema Educação
em Direitos Humanos, pois assim, desde cedo as crianças entenderão o meio ao qual
estão inseridas, direitos e deveres inerentes a cada um, enquanto ser humano.

9.3 - EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICOS RACIAIS:


Nas últimas décadas, a Educação para as Relações Étnicos Raciais se
tornou um dos assuntos mais badalados e preocupantes para ser introduzido no
currículo escolar. As políticas de reconhecimento e valorização propuseram ações
visando corrigir as desigualdades históricas relacionadas às causas sociais e raciais.
O objetivo é atingir as crianças desde cedo, para que "percebam e compreendam a
dinâmica de suas relações sociais e étnico-raciais, identificando-se com a sua
comunidade e respeitando os diferentes contextos socioculturais." (BNCC, 2017,
p.360).

É fundamental que os alunos tenham a oportunidade de identificar suas


próprias origens e compreender a história brasileira em toda a sua diversidade étnica,
cultural e social. Ao reconhecer e valorizar suas origens, bem como a história coletiva
do país, os estudantes são capazes de desenvolver um senso de pertencimento e
respeito ao meio físico, econômico, social e político em que estão inseridos.

é imprescindível que os alunos identifiquem a presença e a sócio


diversidade de culturas indígenas, afro-brasileiras, quilombolas, ciganas e
dos demais povos e comunidades tradicionais para compreender suas
características socioculturais e suas territorialidades. Do mesmo modo, é
necessário que eles diferenciem os lugares de vivência e compreendam a
68

produção das paisagens e a inter-relação entre elas, como o campo/cidade


e o urbano/rural, no que tange aos aspectos políticos, sociais, culturais,
étnico-raciais e econômicos. (BNCC, 2017, p.366)

Nessa perspectiva o Sistema Municipal de Ensino de Campo Formoso,


desde 2018 vem desenvolvendo nas Unidades Escolares de Educação Infantil e
Ensino Fundamental e suas Modalidades de Ensino, a Proposta Pedagógica Inter e
Multidisciplinar Educação para as Relações Étnico-Raciais “Novembro Negro”,
buscando a inserção do Ensino de História e Cultura Afro brasileira, Africana e
Indígena no currículo escolar do nosso Sistema de forma interdisciplinar e
multidisciplinar, perpassando todas as Áreas do Conhecimento, através de diálogos
ações/atividades durante o ano letivo ampliando a reflexão e discussão sobre o papel,
a posição, a importância do negro em nossa sociedade. (2020, p.263)

Ao fornecer um espaço de diálogo aberto e respeitoso em sala de aula, os


educadores podem incentivar os estudantes a questionar e refletir sobre as estruturas
sociais que perpetuam a discriminação racial, além de promover a empatia, a
solidariedade e o respeito mútuo. Essa educação para a igualdade contribui para a
construção de uma consciência coletiva mais inclusiva e para a formação de cidadãos
que sejam agentes de transformação social.

9.4 - EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE:


A educação para diversidade é de suma importância nos espaços
escolares, oferecendo ao professor um melhor desempenho em sua atividade
pedagógica, priorizando a perspectiva do aluno e valorizando sua realidade, deixando-
o mais próximo do seu meio social. Assim, podemos afirmar que uma educação
orientada, propiciará resultados que satisfaçam as necessidades da sociedade.

A diversidade tem ligação estreita com igualdade, um dos princípios do


estado democrático. Portanto, em educação, é fundamental que os
profissionais tenham condições para reconhecer a heterogeneidade social
e o direito que todos têm, mediante a equidade no tratamento dos diferentes
grupos sociais. A equidade revela que a diferença entre os diversos grupos
sociais não deveria comprometer a igualdade de direitos, pois as diferenças
não podem se converter em desigualdades (COSTA, 2014, p. 5).
69

Vale evidenciar diante da temática Educação para a Diversidade o que diz


o Documento Curricular Referencial do nosso município:

Compreende-se que a escola não é um espaço social neutro. Ela precisa


exercer e legitimar o seu papel político-pedagógico, objetivando acolher os
conhecimentos tradicionais advindos dos sujeitos que integram a comunidade escolar,
em especial, os estudantes; garantir o direito à aprendizagem de todos os estudantes,
aos conhecimentos científicos, historicamente construídos pela humanidade,
independente de raça, etnia, gênero, orientação sexual, deficiência, religião, geração
ou situação socioeconômica, e promover a produção de novos conhecimentos
advindos do entrelaçamento dos primeiros.(2020, p.260).

Esses métodos estão no documento municipal, visa principalmente


priorizar o meio onde se situa cada escola/comunidade, assim construindo um
currículo a partir da vivencia dos alunos.

9.5 - EDUCAÇÃO PARA CONSUMO:

Um dos grandes problemas que a humanidade enfrenta atualmente é o


consumismo exacerbado. Isso é passado de geração para geração, na verdade uma
desvalorização de produtos e matérias que a cada dia apresentam-se em massa no
mercado. Nesse sentido, a educação sobre este tema é essencial ser trabalhado em
sala de aula, uma vez que: "possui papel fundamental na formulação de uma nova
mentalidade, e a Educação Financeira e para Consumo é elemento-chave na
formação de uma consciência em relação à responsabilidade social na busca da
qualidade de vida das pessoas e do planeta, DCRB, (2019, p.89)."

Podemos afirmar que o modelo de mundo atual é totalmente voltado para


o capitalismo, nessa perspectiva o DCRB, traz que:

Em uma sociedade em que é mais importante o TER do que o SER, abrem-


se as portas para a discussão sobre o consumo consciente e sobre o que,
como e por que consumimos. Neste contexto, o Tema Integrador Educação
Financeira e para o Consumo visa a construção e o desenvolvimento de
comportamentos financeiros consistentes, autônomos e saudáveis, para
70

que os estudantes possam, como protagonistas de suas histórias, planejar


e executar os seus projetos de vida. (2019, p.89)

De forma mais coesa, o Referencial Municipal de Campo Formoso, traz o


porquê e como atuar nos espaços escolares sobre este assunto.

A educação possui papel fundamental na formulação de uma nova


mentalidade, e a Educação Financeira e para o Consumo é elemento-chave na
formação de uma consciência em relação à responsabilidade social na busca da
qualidade de vida das pessoas e do planeta. (2020, p.274)

Vale ressaltar, que a fase em que nossos alunos se encontram é bastante


vulnerável, pois é neste momento que esses estão se descobrindo e descobrindo o
novo, assim sendo imprescindível que os mesmos desenvolvam uma compreensão
dos limites financeiros de suas famílias e cultivem o respeito por essas condições.

9.6 - SAÚDE NA ESCOLA:

Podemos definir saúde como uma situação de perfeito bem-estar físico,


mental e social. Isso quer dizer que na escola é principalmente um espaço de
prevenção. Pois vivemos em uma sociedade com inúmeras fragilidades psicológicas
das pessoas. A BNCC ao longo de seu texto discorre vários pontos sobre Saúde,
inclusive dentro da disciplina de Educação Física. Este tema tem grande relevância
como podemos vislumbrar algumas competências para o ensino fundamental:

3. Refletir, criticamente, sobre as relações entre a realização das práticas corporais e os


processos de saúde/doença, inclusive no contexto das atividades laborais.

4. Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho, saúde, beleza e estética


corporal, analisando, criticamente, os modelos disseminados na mídia e discutir posturas
consumistas e preconceituosas.

8. Usufruir das práticas corporais de forma autônoma para potencializar o envolvimento


em contextos de lazer, ampliar as redes de sociabilidade e a promoção da saúde. (BNCC,
p.223)

O Referencial Municipal de Campo Formoso, traz o tema "Saúde na


Escola", com muita ênfase em sua importância, esclarecendo sobre esse ser um
71

direito fundamental, previsto na Constituição Federal em seu art. 6°. Apresenta


também métodos para se trabalhar e os objetivos.

Nesta perspectiva, o tema integrador Saúde na Escola, associado ao


recorte territorial, ganha relevância no currículo das unidades escolares, possibilitando
a implementação de estratégias mais efetivas para o enfrentamento dos problemas
de saúde mapeados no território e, principalmente, na proposição de soluções mais
adequadas. DCRC (2020, p.268).

Enquanto direito, é inerente a todos sem distinção de raça, etnia, gênero,


religião ou condição socioeconômica, sendo dever do Estado garanti-la, “mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação” (BRASIL, 1988).

Por sua vez, a Organização Mundial de Saúde (OMS) define a saúde como
“um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de
afecções e enfermidades” (OMS, 1946).

Portanto, trabalhar este tema da saúde na escola vai além de fornecer


conhecimento, é um direito das crianças. Ao abordar esse assunto, a unidade escolar
desempenha um papel crucial na melhoria da qualidade de vida dos alunos e da
comunidade em geral, ao conscientizar sobre a importância de uma vida saudável.
72

10. – PRESSUPOSTOS LEGAIS QUE EMBASAM O PROJETO POLÍTICO


PEDAGÓGICO

A proposta de construção de um documento que explicita e orienta as


práticas pedagógicas e administrativas da escola é uma iniciativa que está relacionada
ao movimento nacional de abertura de escolas e maior participação da comunidade
na década de 1980. Esse movimento foi impulsionado por uma série de demandas e
transformações sociais e educacionais que buscavam uma maior democratização e
melhoria da qualidade da educação.

O resultado dessas discussões foi instituído legalmente na Constituição


Federal de 1988, que fundamenta a responsabilidade de reflexão e expressão sobre
a intencionalidade Educativa da escola em seu capítulo III, seção l, artigo 206, inciso
VI, e estabelece como princípio "a gestão democrática do ensino público na forma da
lei" (BRASIL, 1988). Da decorre o imperativo da participação da comunidade escolar
nos processos de gestão da escola, dos quais o PPP é um elemento tanto norteador
como aglutinador.

Oito anos depois do estabelecimento do princípio da gestão democrática


na Constituição Federal, foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN), n.º 9.394/96. Esta lei estabeleceu diretrizes que definem os
princípios, as finalidades, as intenções e os objetivos da educação em nosso país
vigentes nos dias atuais.

Desta lei, destacamos o artigo 12, o qual define que "os estabelecimentos
de ensino, respeitando as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a
incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica" (BRASIL, 1996).

A conquista dessa autonomia é importante porque a LDB, não só


reconhece os estabelecimentos de ensino como espaço legítimo para elaboração do
seu projeto pedagógico como, também, assegura a participação dos profissionais da
educação no desenvolvimento dessa tarefa. A escola é mais autônoma quando
mostra-se capaz *(...) de responder por suas ações, de prestar contas de seus atos,
de realizar seus compromissos e de estar comprometida com eles, de modo a
enfrentar reveses e dificuldades" (Heloísa Luck, 2000, p.11).
73

A partir da promulgação da LDBEN n.º 9.394/96, o Conselho Estadual de


Educação da Bahia redigiu a Deliberação n° 26/16 visando a orientar e explicitar a
elaboração da proposta pedagógica para os estabelecimentos educacionais da Bahia,
em suas diferentes modalidades.

Na LDB, destacam-se três grandes eixos diretamente relacionados à


construção do projeto pedagógico. Veja quais são eles:

O eixo da flexibilidade vincula-se à autonomia, possibilitando à


escola organizar o seu próprio trabalho
pedagógico.

reforça um aspecto importante a ser


O eixo da avaliação observado nos vários níveis do ensino
público (artigo 9°, inciso VI).

expressa-se no âmbito do pluralismo de


O eixo da liberdade ideias e de concepções pedagógicas
(artigo 3°, inciso III) e da proposta de
gestão democrática do ensino público
(artigo 3°, inciso VIII), a ser definida em
cada sistema de ensino.

Considerando esses três grandes eixos, a LDB reconhece na escola um


importante espaço educativo e nos profissionais da educação uma competência
técnica e política que os habilita a participar da elaboração do seu projeto pedagógico.
Nessa perspectiva democrática, a lei amplia o papel da escola diante da sociedade,
coloca-a como centro de atenção das políticas educacionais mais gerais e sugere o
fortalecimento de sua autonomia.

Os Marcos Legais por si só não garantem uma educação de qualidade,


mas deve se fazer cumprir através do planejamento, monitoramento e avaliação das
políticas educacionais, inclusive, fazendo uma estreita relação com o que está posto
no PME (Plano Municipal de Educação) para a (re)elaboração coletiva do PPP (projeto
político-pedagógico).

Conhecer a legislação que embasa a educação em nosso país, estado e


município é de suma importância. O conhecimento dos direitos e deveres previstos na
74

legislação educacional permite que os indivíduos ajam de forma consciente,


reivindicando e defendendo uma educação de qualidade.

As instituições do sistema de ensino de Campo Formoso ou unidades


escolares, estão localizadas na sede e zona rural do município, dentre elas temos
escolas no campo, escolas situadas em comunidades quilombolas, devendo o
currículo escolar atentar-se para essas peculiaridades, cultura e identidades de tais
comunidades. A LDB, lei 9394196, em seu Artigo 28 estabelece as seguintes normas
para a educação no melo rural:

Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as


adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente:

I- Conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona
rural;

II - Organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às
condições climáticas;

III- Adequação à natureza do trabalho na zona rural.

O Projeto Político Pedagógico do Colégio Municipal João Malta Correia, da


legitimidade ao fazer pedagógico, em conformidade ao Documento Curricular
Referencial Campoformosense - DCRC e a legislação educacional da união e do
estado no tocante o que expressa a CF, a LDB, a BNCC e o DCRB.

A Constituição Federal de 1988, inspirada pela declaração universal dos


direitos humanos (1948), no Artigo 205, reconhece a educação como: "Direito de todos
dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo ao exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho" (BRASIL, 1988).

Além da garantia do direito à educação, a Constituição de 1988, no artigo


210, apresenta indicações quanto à elaboração dos currículos dos sistemas, redes e
escolas, e fixa "conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a
assegurar formação básica com respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais
e regionais" (BRASIL, 1988).

ensino fundamental dessa Unidade Escolar está organizado em nove


(nove) anos, conforme as diretrizes curriculares nacionais, legalmente proposto no
PME.
75

Em dezembro de 2017, é homologada a BNCC das etapas da educação


infantil e ensino fundamental, a qual é definida como:

Documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e


progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da educação básica,
de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e
desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano
Nacional de Educação-PNE. (BRASIL, 2017)

Logo após foi homologada a resolução CNE/PNE n° 02, de 22 de dezembro


de 2017 que "institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular, a
ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no
âmbito da educação básica" com o objetivo de alicerçar e subsidiar a construção dos
currículos/propostas pedagógicas, conforme artigos a seguir:

Art.1° a presente resolução e seu anexo instituem a base


nacional comum curricular (BNCC), como documento de caráter
normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de
aprendizagens essenciais como direito das crianças, jovens e adultos
no âmbito da educação básica escolar, e orientam sua implementação
pelos sistemas de ensino das diferentes instâncias federativas, bem
como pelas instituições ou redes escolares.

Parágrafo único. No exercício de sua autonomia, prevista nos


artigos 12, 13 e 23 da LDB, no processo de construção de suas
propostas pedagógicas, atendidos todos os direitos e objetivos de
aprendizagem instituídos na BNCC, as instituições escolares, redes de
escolas e seus respectivos sistemas de ensino poderão adotar formas
de organização e propostas de progressão que julgarem necessários.

Embora a elaboração do PPP vai além de uma exigência legal e deve ser
encarada como um instrumento importante para a organização do trabalho
pedagógico e atendimento aos anseios da comunidade escolar. Embora a legislação
educacional determine a necessidade de elaboração do PPP, sua verdadeira essência
está no comprometimento e participação do coletivo escolar na definição e
implementação das ações cotidianas da escola.

Portanto, a LDBEN n.º 9.394/96 aponta a necessidade de que a escola


elabore, execute e avalie seu próprio PPP, tendo como pressuposto a articulação e a
construção de espaços participativos; e enfatiza a produção coletiva de um projeto
76

que diga não apenas o que a escola é hoje, mas aponte qual o caminho que ela deve
trilhar, o que ela pretende ser para atender sua função social. Para tanto, o PPP deve
estar vinculado às políticas nacionais, às diretrizes estaduais e municipais,
considerando a realidade da escola.
77

11 – MARCO OPERACIONAL
11.1 - O ALUNO QUE QUEREMOS FORMAR

A Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDB), e a


Declaração Universal dos Direitos Humanos, estabelece que "A educação se constitui
como direito fundamental e essencial ao ser humano".

Nesse sentido, vale destacar a importância da educação como um fator


diferencial na vida das pessoas. A educação desempenha um papel fundamental na
formação de indivíduos qualificados, no desenvolvimento de habilidades e
competências, no acesso a oportunidades de emprego e no engajamento ativo na vida
democrática.

Partindo desse pressuposto, o processo educacional deve contemplar um


tipo de ensino e aprendizagem que ultrapasse a mera reprodução de saberes
"cristalizados" e desemboque em um processo de produção e de apropriação de
conhecimento, porém, muitos dos alunos matriculados no Colégio Municipal João
Malta Correia, oriundos de várias comunidades nos arredores do Povoado de Tuiutiba,
sofrem por dificuldades financeiras, e tem como consequência a falta de auto
confiança e perspectiva de vida. Entretanto, observamos as inúmeras competências
que muitos alunos demostram durante o processo de ensino e aprendizagem, e a
preocupação em obter um ensino de qualidade e equidade, para que se possa
alcançar um futuro melhor.

Sendo assim, a referida Unidade Escolar, tem como objetivo no processo


educativo, a formação do aluno cidadão-crítico, autônomo e criativo. Mediante o
Regimento Escolar Artigo 8° - O Ensino fundamental terá como base os seguintes

princípios:
I. O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o
pleno domínio da leitura, da escrita e resolução de problemas;
II. A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político da tecnologia,
das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III. O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
78

IV. O fortalecimento dos vínculos da família, dos laços de solidariedade humana e


tolerância recíproca em que se assenta a vida social;
V. Valorização do profissional da Educação Escolar;
VI. Gestão Democrática do Ensino Público, na forma da Lei e da Legislação do
Sistema de Ensino;
VII. Garantia do padrão de qualidade;
VIII. Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
IX. Promover a aquisição de conhecimentos cada vez mais novos e atualizados;
X. Integra-se a sociedade vivenciando o social;
XI. Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.

E para atender esses desafios da sociedade contemporânea, devem-se


utilizar recursos atraentes e metodologias ativas, valer-se das tecnologias da
comunicação e informação, adotar comunicação e procedimentos pedagógicos
apropriados para a criança, o jovem, o adulto, o idoso, conforme a modalidade de
ensino que o sujeito que aprende está inserido.

O professor é o organizador da aprendizagem, que deve promover um


ambiente escolar e processo educativo significativo para o aluno. Pois, o educador já
não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado em diálogo com
o educando, que ao ser educado, também educa". (Freire, 1987, p. 68).

Nessa perspectiva de desenvolvimento integral e metodologia dialógica


esse documento reconhece a importância das competências sócioemocionais em
conjunto com as competências cognitivas no processo educativo. A BNCC também
destaca a importância dessas competências no currículo escolar.

A BNCC aponta que a Educação Básica brasileira deve promover a


formação e o desenvolvimento humano global dos alunos, para que sejam capazes
de construir uma sociedade mais justa, ética, democrática, responsável, inclusiva,
sustentável e solidária. Isso significa orientar-se por uma concepção de Educação
Integral (que não se refere ao tempo de permanência do estudante no espaço escolar
ou a uma determinada modalidade de escola).

Nesse caso, Educação Integral indica promoção do desenvolvimento de


crianças e jovens em todas as suas dimensões: intelectual, física, emocional, social e
cultural.
79

Esse direcionamento implica que, a expansão da capacidade dos alunos


vai além dos aspectos acadêmicos e envolve a atenção a diferentes dimensões de
seu desenvolvimento. Além do conhecimento cognitivo, é fundamental considerar o
corpo e bem-estar, as emoções e relações, a atuação profissional e cidadã, bem como
a identidade e o repertório cultural dos alunos.

Nesse contexto, as 10 competências gerais da BNCC, já mencionadas


neste documento, constituem em propósito final de tudo que os estudantes irão
vivenciar, aprender e desenvolver da Educação Infantil até o Ensino Médio. Isso quer
dizer que as escolas brasileiras continuam tendo a missão de assegurar a
aprendizagem dos alunos nos componentes curriculares tradicionais, mas também
devem ampliar a capacidade de lidar com pensamento crítico, criatividade,
sensibilidade cultural, diversidade, comunicação, tecnologias e cultura digital, projeto
de vida, argumentação, autoconhecimento, autocuidado, emoções, empatia,
colaboração, autonomia, ética, diversidade, responsabilidade, consciência
socioambiental e cidadania, entre outros aspectos importantes para a vida no século
21.

De fato, a necessidade de adotar práticas pedagógicas que contribuam para


o desenvolvimento das competências socioemocionais e de outras dimensões do
desenvolvimento dos alunos é crucial. Aqui estão algumas abordagens e estratégias
que podem ser úteis nesse sentido: presença pedagógica, aprendizagem colaborativa
e o protagonismo juvenil, que segundo ela são práticas que favorecem a interação
professor/aluno, o respeito, a valorização do outro, participação, peculiaridades,
desenvolvimento da autonomia e das especificidades, entre outros elementos
considerados fundamentais para o crescimento do sujeito.

O processo exige muita disponibilidade, reflexão, formação e proposição por


parte de gestores e educadores, bem como forte envolvimento dos estudantes, de
suas famílias e da sociedade em geral. As mudanças culturais e transformações na
educação só ocorrem quando todos os envolvidos reconhecem a importância das
mesmas e se engajam ativamente no processo de reconstrução. É fundamental que
gestores, educadores, estudantes, famílias e a sociedade em geral compreendam a
necessidade de uma educação que faça sentido para os alunos e para o país.
80

Na sociedade de hoje, há cada vez mais possibilidade de escolher como


se quer viver, tanto no trabalho como na vida pessoal (Beck, 2008). Essa pluralidade
de opções exige uma reflexão maior dos sujeitos, de forma que o diálogo e a reflexão
têm sido mais importantes que a autoridade, substituindo as relações de poder por
relações dialógicas na tomada de decisões. A individualização também é outro efeito
do aumento de opções. A sensação que temos é que nada mais é seguro e dura para
a vida toda; só o que permanece são os investimentos que fazemos em nós mesmos.

Nesse sentido, o diálogo e a reflexão devem ser colocados no centro do


processo de aprendizagem. Os alunos não devem ser apenas receptores passivos de
conhecimento, mas sim participantes ativos do seu próprio aprendizado. Através do
diálogo, os alunos podem expressar suas ideias, compartilhar suas perspectivas e
construir conhecimento de forma colaborativa.
81

Colégio Municipal João Malta Correia


11.2 – PLANO DE AÇÃO
GESTÃO DE RESULTADOS EDUCACIONAIS
82

METAS/ JUSTIFICATIVA AÇÕES RESPONSÁVEIS PERÍODO RECURSOS


OBJETIVOS
- Ampliar os - Baixo Tertúlias - Dupla Gestora, - Durante -Coleções literárias,
índices de desempenho de dialógicas e Professores e todo sacola mágica,
proficiência em leitura; Grupos alunos; processo; monitores e materiais
leitura; Interativos diversos.
- Despertar o habito (metodologias
pela leitura; do Projeto Banco de palavras.
- Aumentar em Comunidade - A partir de
90% o número - Aprimorar a de “Agosto”
de alunos compreensão na Aprendizagem);
leitores; leitura.
- Projeto:
- Aprender a Viajando no
escrita e mundo da
pronuncia das Leitura;
palavras.
- Soletrando;

- Cinema
literário;

- Feira literária.
- Estimular o - Dificuldades nas - Uso criativo - Dupla Gestora, - Durante - Tabuadas, jogos
gosto pela Quatro Operações de tabuada; Professores; todo diversos,
Matemática; Matemáticas. - Secretaria de processo; Brincadeiras,
- Projeto: Educação. cartazes, recursos
Aumentar em -Falta de interesse Oficina de - “Setembro humanos, material
90% o número pela matemática. matemática. de 2023”” impresso e material
de alunos didático.
realizando - Gincana
cálculos com matemática;
as 4 operações
em seus
respectivos
anos de
estudo.

- Reduzir em - Execução dos - Dupla Gestora, Final de 2ª - Atividades


50% as Interdisciplinaridade seguintes Professores e Etapa; xerografadas,
dificuldades e aprendizagem projetos e alunos; perguntas sobre os
relacionadas significativa; atividades; - Agosto; objetos de
à aprendiza- - Secretaria de conhecimento,
gem ; - Simulados Educação; - Setembro; sementes e material
para alunos do necessário.
- Utilizar 3° e 4° ano; - Secretaria de
estratégias que Agricultura.
contemplem a - Gincana
interdisciplina- Educativa
ridade e (Todos os
aprendizagem Componentes);
significativa.
- Sarau da
Primavera.
83

- Dupla Gestora, A partir de - Recursos humanos


- Possibilitar a - Falta de pátio - Cobertura do Secretaria de 2024
e financeiros.
comunidade coberto para Pátio; Educação e
escolar espaço desenvolver Prefeitura
adequado às atividades - Organizar Municipal.
suas coletivas. reuniões
necessidades; coletivas,
recreações e
demais
programações
da escola
quando
necessário.

.
GESTÃO PEDAGÓGICAS
METAS/ JUSTIFICATIVA AÇÕES RESPONSÁVEIS PERÍODO RECURSOS
OBJETIVOS 84
- Aumentar os - Falta de diálogo - Diálogo - Coordenação - Durante todo - Gêneros textuais
níveis de humanizado com igualitário (tempo Pedagógica e processo; diversos, espaço
aprendizagem as crianças e de conversa); professores. físico organizado e
dos alunos adolescentes; recursos humanos.
sobre - Tertúlias .
solidariedade, dialógicas;
empatia,
respeito ao - Qualificar a
sentimento do comunicação;
outro;

- Valorizar a
qualidade
dos
argumentos e
o respeito
mútuo entre as
partes
envolvidas;

- Agendar datas - Dupla Gestora, -De agosto à


- Realizar a - Revisar o Projeto para revisão e/ou Professores. setembro de - Material
revisão do Político Pedagógico reestruturação do 2024; impresso,
PPP, com a do Colégio todos os PPP; - Pais, Alunos, pesquisas
participação de anos e sempre que representantes da - A cada início virtuais,
todos os houver - Realizar comunidade e de ano letivo. livros e
envolvidos necessidade. estudos com demais profissionais recursos
no processo; base em da escola. humanos
documentos / grupos
- Análise e norteadores; de estudo
estudo coletivo
do PPP; - Organizar
cronograma,
onde seja
priorizando a
participação
coletiva de todos
os envolvidos no
processo de
reestruturação do
PPP;

- Pontuar ações
com base nos 7
princípios da
Aprendizagem
Dialógica (diálogo
igualitário,
inteligência
cultural,
transformação,
dimensão
instrumental,
criação de
sentido,
solidariedade,
igualdade de
diferenças.) e
dentro da
realidade da
comunidade em
que o colégio
está inserido.
85

- Qualificar os - Aperfeiçoar o uso - Oficina sobre o - Dupla Gestora e - Durante todo -Computadores,
professores ao das ferramentas uso das novas Secretaria processo, internet com wi-fi,
uso das digitais e aparelhos tecnologias como Educação . sempre que recursos humanos.
tecnologias áudi- ferramenta para: se fizer
para melhor visuais / Pesquisas, necessário.
utilizá-las nas equipamentos criação de slides,
aulas; tecnológicos; vídeo aulas, uso
de plataformas
- Implantar digitais, etc;
sala de
recursos
midiáticos para
professores e
alunos;
- Intensificar - Falta de presença - Valorizar o - Coordenação - Durante todo -Material de estudo
atividades pedagógica do protagonismo do Pedagógica e processo e pesquisa, recursos
metodológicas professor; professor; professores. humanos.
focados no
- Professor como
aluno e no
papel do mediador no
professor processo de
como media- aprendizagem;
dor, -
favorecendo a Responsabilidade
interação social;
curricular;
- Organizar
comissão por
sala;
- Reuniões
periódicas;

- Priorizar os Planejamento e - Formações a - Coordenação - Durante todo -Material de estudo


momentos formação partir de temas Pedagógica e processo nos e pesquisa,
de estudo e continuada atuais; professores. planejamentos dinâmicas
planejamento. docente com quinzenais. recursos humanos.
acompanhamento - Socializar os
do coordenador diagnósticos
pedagógico. realizados com
os alunos;

Tabular dados a
partir de dados
quantitativos e
qualitativos com
relação a
aprendizagem
dos alunos;

- Promover
grupos de
estudos a partir
de orientações
curriculares
estaduais para o
Ensino
Fundamental e
outros Conteúdos
Epistemológicos;
86

-Realizar
atendimentos
pedagógicos a
pequenos grupos
ou
individualmente,
partindo dos
encontros dos
planejamentos
pedagógicos.

ATENDIMENTO À COMUNIDADE ESCOLAR


METAS/ JUSTIFICATIVA AÇÕES RESPONSÁVEIS PERÍODO RECURSOS
OBJETIVOS
-Estreitar as -Falta da - Diálogo - Dupla Gestora, -Durante todo o -Material
relações entre participação da empático com Professores e equipe processo; impresso,
família, escola família no processo as famílias; de apoio; pesquisas
e comunidade; escolar. virtuais, livros e
- Reuniões -Secretaria recursos
- Incentivar a criativas e Educação; humanos /
participação da reflexivas; grupos de
família nas - Secretaria estudo.
atividades - Manter Saúde;
educativas da contato com os - Material
escola; pais, por meio - Comércio necessário e
de telefone, - Abril de 2024. dos
whatsApp e - Profissionais profissionais.
presencial; beleza;

- Formação de
familiares
(comissões
mistas);

- Dia da família
na escola;

- Dia da Ação
Social na
Escola em
parceria com a
Secretaria de
Saúde,
Comércio local
e Profissionais
da Beleza;

- Direcionar - Conflitos e -Mapeamento - Dupla Gestora, -Durante todo o Acompanha-


eventuais convivência de casos professores e processo; mento com
problemas familiar; suspeitos de Secretaria profissionais da
familiares aos conflitos/ Educação. área, a partir da
órgãos atitudes sinalização via
competentes depressivas; oficio do
e/ou colégio;
87

profissionais da - Manter -Grupos de


área. contato com estudos;
Centros de
Referência - Textos
(Assistência pertinentes ao
Social para tema.
auxílio de
cestas básicas,
cuidado com a
violência
doméstica.);
- Atendimento
individualizado
com
profissionais da
área,
- Palestras com
Psicólogos,
Psicanalistas,
Assistente
Social...
- Ser solidário
(realizando
doações de
comida, roupas,
cobertores,
calçados...);
- Diálogo
igualitário;

- - - Informar a - Dupla Gestora e os -Durante todo o -Conteúdo


Desburocratizar Desburocratização unidade escolar envolvidos no Caixa processo; impresso
as receitas e as de Recursos com Escolar. sobre material
despesas, para Financeiros. antecedência a para custeio e
prestações de data de permanente;
contas em chegada dos
tempo hábil. recursos - Análise de
- Melhorar financeiros e valores
100% o prazo dedicar tempo (extrato
entre o período para prestação bancário);
determinado de contas;
para os gastos - Utilizar os - Prestação de
dos recursos recursos com contas.
financeiros e a necessidades
prestação de imprescindíveis
conta. à qualidade do
ensino e
aprendizagem.
- Dialogar com
a equipe
escolar sobre
as prioridades
do que precisa
ser comprado;
88

12 – IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO

Avaliar, no nosso entendimento, consiste em emitir um juízo de valor a


respeito do nível dos resultados alcançados, em comparação com os objetivos e
metas propostos para um determinado período. Assim, a avaliação deve nortear o
trabalho escolar como um todo, devendo a mesma seguir os princípios de ser
formativa, utilizando para isso a observação diária.

Lembrando que a construção do Projeto Político Pedagógico é um


processo compreendido por três momentos interligados: diagnóstico da realidade do
colégio, levantamento das concepções do coletivo do mesmo e programação das
ações a serem desenvolvidas por todos os sujeitos da unidade escolar. Todos esses
momentos passam por um processo de avaliação que permite ao grupo caminhar do
real para o ideal, desenvolvendo ações viáveis, possíveis de serem implementadas.
Portanto, ações que requerem planejamento e avaliação desde o diagnóstico até a
execução das ações.

O colégio necessita de um planejamento escolar que considere a


organização do trabalho e a prática pedagógica, visando a melhoria da qualidade do
ensino e dos resultados de aprendizagem dos alunos. O planejamento é uma etapa
fundamental para garantir a efetividade das ações educacionais e promover um
ambiente propício ao desenvolvimento dos estudantes.

O Projeto Político Pedagógico é um instrumento essencial que representa


o funcionamento e a identidade da unidade escolar. Ele deve ser visto como uma
conquista coletiva, fruto do trabalho conjunto e do engajamento de todos os atores
envolvidos no contexto escolar.

Sendo assim, é necessário que haja um acompanhamento constante, em


especial que durante a implementação do mesmo, ocorram reuniões entre, alunos,
pais, professores, gestão e coordenação pedagógica afim de verificar se este
documento está sendo executado, observando quais são as dificuldades que o colégio
enfrenta e os sucessos obtidos pelo mesmo, para fazer os ajustes cabíveis,
evidenciando assim, as intervenções necessárias.
89

É fundamental ressaltar a análise do Projeto Político Pedagógico (PPP) ao


final de cada ano letivo é uma prática primordial para avaliar se os objetivos e metas
propostas foram alcançados e para planejar as ações do ano seguinte. Essa avaliação
permite um olhar reflexivo sobre o trabalho realizado, identificando os pontos positivos
e as oportunidades de melhoria. O diretor escolar deve compreender o PPP como o
documento norteador de todas as ações do colégio e zelar pela sua implementação e
constante revisão.
90

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Projeto Político Pedagógico é um conjunto de diretrizes organizacionais


e operacionais que expressam e orientam as práticas pedagógicas e administrativas
da escola, seguindo as normas do sistema educacional.

Existem pressupostos legais, como a Constituição Federal de 1988 e a Lei


de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9.394/96, que fundamentam a
estruturação do documento como elemento norteador da escola e deve ser elaborado
baseando-se em princípios democráticos.

O PPP parte de princípios que norteiam a escola democrática, pública e


gratuita, são eles: gestão democrática, igualdade, qualidade, liberdade/autonomia e
valorização do magistério.

Ele está organizado em Marco Situacional - que é a análise da realidade


escolar da qual irá delinear-se a identidade institucional; Marco Conceitual - que
apresenta a conceituação dos fundamentos teóricos em que a escola se pauta para
atender a sua função social; e Marco Operacional - que compreende o planejamento
das ações a serem tomadas pela comunidade escolar para efetivar o projeto de escola
traçado nos marcos Situacional e Conceitual.

O PPP é responsável por definir os fins e o tipo de escola que almejados,


estabelecendo uma concepção de sociedade, de homem/cidadão, de escola e de
mundo. Essas concepções são fundamentais para a construção de um projeto de
qualidade, pois direcionam as ações específicas necessárias para alcançar os
objetivos propostos.

Devemos inferir, portanto, que a educação de qualidade é aquela mediante


a qual a escola promove, para todos, o domínio dos conhecimentos e o
desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao
atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos. (LIBÂNEO;
OLIVEIRA; TOSCHI, 2010, p.117)

Diante do exposto, o colégio tem autonomia para definir em seu PPP as


concepções e ações a serem desenvolvidas, no entanto deve observar o que compete
a ela segundo os preceitos legais.

Segundo Veiga (2013, p. 17),


91

A escola de qualidade tem obrigação de evitar de todas as maneiras


possíveis a repetência e a evasão. Precisa garantir a meta qualitativa do
desempenho satisfatório de todos. Qualidade para todos, portanto, vai além
da meta quantitativa de acesso global, no sentido de que as crianças, em
idade escolar, entrem na escola. É preciso garantir a permanência dos que
nela ingressarem.

Assim, para enfrentar este desafio, é imprescindível a previsão de ações e


estratégias de acompanhamento para todos os estudantes, especialmente aqueles
que se encontra em situação de risco de abandono e/ou vulnerabilidade, no sentido
de assegurar a permanência na instituição escolar. Há que se prever uma prática
pedagógica diferenciada para os estudantes com dificuldades de aprendizagem.
92

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BRASIL, MEC - Resolução CNE/CP n° 2, de 22 de dezembro de 2017.
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