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Tal sistema de graduação tem origem em um jogo chinês chamado no Japão de Igo ou
simplesmente Go. Neste jogo os competidores eram inicialmente qualificados em
diferentes níveis de habilidade por Dan (nível), sendo mais tarde, após a Restauração
Meiji (1868) estabelecido aos iniciantes desse jogo uma classificação adicional por Kyū
(grau).
A FAIXA-PRETA (KURO-OBI)
Quem institucionalizou esse sistema às graduações marciais japonesas foi Jigorō Kanō
(1860-1938), o insigne mestre fundador do Jūdō.A ideia não era necessariamente
inovadora já que a escola de esgrima japonesa Jigen-ryū, do feudo Satsuma, antes da
Restauração Meiji, já o havia usado para exprimir o grau de proficiência de seus
Samurais, e Kano Jigoro Shihan, aproveitou esta boa prática.
Kanō fez uma série de inovações possibilitando que à sua época o Dai Nippon
Butokukai, órgão do Governo japonês que regulava as artes marciais, determinasse que
tal sistema fosse ajustado a todos os Gendai Budō (artes marciais japonesas após a
Restauração Meiji).
Em 1883, Jigorō Kanō separou os seus alunos em dois grupos: os Mudansha, aqueles
que não possuíam nível, e os Yūdansha, aqueles que já possuíam nível de habilidade.
Foi somente em 1886 que Jigorō Kanō idealizou a cor preta da faixa para indicar os
Dan, ficando a cor branca para os Mudansha. Kanō havia extraído a ideia da faixa-preta
aos competidores de natação japoneses, cujos mais adiantados eram diferenciados por
uma fita preta atada à cintura.
Neste sistema, mestres mais antigos ostentavam uma, duas ou três listras transversais,
normalmente douradas, na extremidade de suas faixas, que nada tinham a ver com
níveis de Dan, mas significavam títulos honoríficos de Renshi (uma listra), Kyōshi
(duas listras) ou Hanshi (três listras). Por algum motivo tal prática caiu em desuso,
desaparecendo dos costumes.
Ainda assim, algumas organizações de Okinawa passaram o utilizar outro sistema com
o emprego de listras para os níveis Rokudan (6º Dan) e acima. Tal sistema, empregado
para os Kuro-obi (faixas-pretas) preconiza uma listra branca para o Rokudan, duas para
o Nanadan (7º Dan), três para o Hachidan (8º Dan), quatro para o Kyūdan (9º Dan) e
finalmente cinco listras para o Jūdan (10º Dan).
Este sistema de listras na faixa-preta deu uma gama quase infinita de combinações nas
diversas artes marciais e esportes de luta do Globo.
A “FAIXA-CORAL” (KŌHAKU-OBI)
O KŌHAKU-OBI NO KARATE-DŌ
O sistema Dan-i só foi aceito no Karate de Okinawa após as deliberações dos mestres da
ilha na famosa reunião de 25 de outubro de 1936. Contudo, não se determinou ainda os
indícios históricos de quando o Kōhaku-obi e o Aka-obi passaram a ser utilizados por
alguns dos estilos de Okinawa, podendo estar relacionados também à fundação do
Okinawa Karate-Dō Remnei, no final da década de 1950.