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O PAPEL DA AÇÃO

REVOLUCIONÁRIA NA
CONSTITUIÇÃO DA
ORGANIZAÇÃO
REVOLUCIONÁRIA
Escritos inéditos de Carlos Marighella traduzidos pela primeira vez para
a língua portuguesa e publicados no Brasil.
Originalmente publicados na primeira edição francesa da revista
'Tricontinental' em 1970 para furar o bloqueio da censura no auge da
repressão, os textos caíram no esquecimento dos estudiosos da luta
armada no Brasil, da esquerda acadêmica e da esquerda ''festiva'' que
insistem em negar a ação revolucionária como solução para acabar
com a situação de exploração do povo brasileiro que persiste por
séculos.
Devido a necessidade de agir revolucionariamente e de resgatar o
espírito revolucionário do povo brasileiro sem nos render aos modelos
estrangeiros e às táticas modernas de luta que só confundem os
revolucionários e revolucionárias. Trabalhamos para resgatar e praticar
a linha política e o legado da luta de Carlos Marighella, um baiano,
negro, poeta, brasileiro, o inimigo número um da ditadura. Um herói que
dedicou sua vida à libertação do povo brasileiro até seu último suspiro e
saiu da vida para entrar na história da luta pela libertação dos povos de
todo o mundo.
Estas páginas são dedicadas a esquerda, aos companheiros
revolucionários e antifascistas europeus.

O que hoje representa a nossa organização, a Ação Libertadora


Nacional não foi ganho em um dia sem nenhum sacrifício, mas por um
esforço decidido e não faltou coragem para aqueles que morreram
cumprindo seu dever revolucionário. Em nome dos que foram levados
para as prisões da reação e horrivelmente torturados e assassinados
pela polícia. Esta é a ação revolucionária desencadeada por pequenos
grupos de homens armados nascida na organização. A dúvida não é
permitida: somente através da ação revolucionária é que se pode
constituir a organização capaz de liderar a revolução rumo à vitória.

Carlos Marighella, São paulo, julho de 1969.


As primeiras ações revolucionárias

Em 1968 formamos um grupo revolucionário em São Paulo sem


ramificações no país. Nós não temos praticamente nada. Não fizemos
qualquer ação revolucionária que poderia nos diferenciar de muitos
grupos existentes envolvidas em discussões que levaram a nada.

Nosso primeiro passo foi dado em pequeno grupo armado em uma


ação expropriatória, uma ação revolucionária que nós executamos bem
e que nos proporcionou um poder de fogo próprio.

A ação nos faz crescer. Só a ação revolucionária. Começamos com


uma ou duas armas e vamos aumentando nosso poder de fogo.
Partindo do princípio: ''a ação faz a vanguarda'', começamos a guerrilha
urbana, sem nome. As primeiras ações pegaram o inimigo de surpresa.
Eles pensaram que éramos simples marginais. Eles perderam um ano
seguindo pistas falsas. E quando descobriram o erro, já era tarde
demais. A guerra revolucionária tinha começado.
A guerra revolucionária e nossa transformação em
organização revolucionária

Os acontecimentos da guerra revolucionária têm aparecido nas


principais cidades brasileiras em 1968. A guerrilha urbana e a guerra
psicológica têm precedido a guerrilha rural.

Colidimos frontalmente com os interesses da ditadura militar, da classe


dominante e do imperialismo e fomos obrigados a assumir as despesas
da guerra revolucionária. Levantaremos voluntária ou involuntariamente
recursos e armas para a revolução expropriando o governo e os
grandes capitalistas nacionais e estrangeiros; apropriando se - de
armas e explosivos; dificultando iniciativas e propagandas da ditadura
(sabotagem com bomba na exposição anti subversiva do Exército em
São Paulo, por exemplo); danificar os bens e propriedades dos
imperialistas estadunidenses e participando de operações conjuntas
para punir espiões dos Estados Unidos. Nós pusemos em prática um
plano concreto de combate.

Na guerra psicológica nós empregamos as técnicas de contra


informação (desde que censuraram a imprensa e outros meios de
comunicação de massas, o governo está sempre atento e faz de tudo
para impedir o fluxo de notícias que podem prejudicar a ditadura ) e do
alarme falso, contribuindo assim para levar o regime militar brasileiro ao
desespero. Nossas forças não param de crescer. Nossa zona de
influência se estendeu como também nosso apoio popular. Estamos
nos transformando gradualmente de grupo revolucionário para
organização nacional.

Nossa experiência leva-nos a duas conclusões:

- Uma organização revolucionária se afirma pela sua ação;

- O que faz uma organização e o que lhe dá o nome é a


ação revolucionária.

Hoje nós constituímos a Ação Libertadora Nacional.


Relatório Provisório

No desencadeamento das ações revolucionárias realizadas por


pequenos grupos armados, nós rompemos com os tabus existentes. Os
argumentos defendidos ferozmente pelos oportunistas, segundo o qual
as condições revolucionárias não estão reunidas e a luta armada é
impossível nos fizeram durar muito. Ganhamos um ano da reação,
tomando a de surpresa com expropriações e ações armadas ou com
explosivos sem nunca deixar vestígios. Nós diversificamos as ações da
guerra revolucionária iniciando pela guerrilha urbana e guerra
psicológica, em vez de começar com a guerrilha rural que permite a
concentração das forças inimigas. Começou do nada e tornamo-nos
uma organização nacional que diz que seu nome e cujo nome está
conhecido em toda parte.
Modelos de crescimento das organizações
revolucionárias

Para desenvolver uma organização revolucionária temos a opção de


escolha entre duas estratégias:

A primeira é o proselitismo e a - ideologia: os quadros se encarregam


de convencer, discutir documentos, programas. Este método tornou-se
tradicional no Brasil. Foi praticado por organizações que procuram
soluções políticas e acordos com os políticos burgueses, pensando
confrontar o inimigo dentro do regime não planejando mudar de
verdade. Na maioria dos casos o militante recrutado por proselitismo
percebe que foi enganado e vai embora. As organizações que em 1968
foram baseadas em proselitismo não avançaram.

- A outra estratégia: o desencadeamento da ação revolucionária, uma


chamada para a violência e radicalismo. Esse é o nosso. Nós
acreditamos que é o mais apropriado quando se trata de derrubar a
ditadura e os grupos da burguesia através da luta armada com a força
das massas.

Aqueles que vêm até nós querem verdadeiramente lutar. Eles sabem
que não haverá mais alternativa para a luta prática e concreta. Sabem
que o nosso caminho é o da violência, do radicalismo e do terrorismo as
únicas ( armas que podem ser opostas à violência horrível da ditadura)
esses que vêm para a nossa organização não vêm porque eles foram
aliciados por palavras, mas sim porque eles escolheram a violência.
Aqueles que se juntam a nós são revolucionários dispostos a lutar até o
fim.

Durante 1968, o inimigo disparou sobre os alunos e sobre as massas,


causando muitas baixas entre os combatentes de rua, geralmente
desarmados. A experiência mostrou então que nosso pequeno grupo de
homens armados, organizados pelas expropriações e assaltos a mão
armada, poderiam, apesar de suas limitações, ser utilizados para
enfrentar o poder de fogo superior do inimigo. Essas ações de
pequenos grupos não excluem, evidentemente, a luta nem a ação das
massas, mas elas são necessárias. Sem homens e mulheres armadas
não podemos fazer nada contra a ditadura.
Objeções e respostas

Nossa entrada no cenário revolucionário com ideias radicalmente


opostas ao tradicionalismo da esquerda convencional foi recebida com
uma série de acusações que emanam dos círculos revolucionários:

1 Nós não temos estratégia, nós não sabemos o que fazer;

2º Nós só falamos de guerrilha e mais nada (crítica do exclusivismo);

3º Nós somos os partidários do ''foco'', e por consequência, nós nos


expusemos a ser esmagados pela reação, prejudicando assim a
revolução brasileira;

4º Não estamos dando importância à luta de libertação nacional; assim


como o sentido e o conteúdo da nossa ação não eram claros;

5º Não fazemos o trabalho de massas e nós subestimamos essa


atividade e estamos portanto, isolados das pessoas;

6º Nós imaginamos conduzir toda a luta sozinho, nós não damos


importância a ''frente unificada''.

7 Ele se importam até º em dizer que não éramos revolucionários...

Enquanto a luta revolucionária se intensifica com a nossa participação


concreta, muitos dos nossos críticos ficam para trás, desprovidos de
capacidade de ação, ou cometendo graves erros. O que nos permitiu
responder as críticas foi antes de tudo a nossa ação revolucionária
determinada por um plano estratégico.
Nosso Plano
Nós sempre tivemos uma estratégia. Nós a expomos no documento que
indicou a nossa aparição, publicado no primeiro número de ''O
guerrilheiro'' (nosso organismo de propaganda) publicado em abril de
1968. Esse documento é chamado: Declaração do agrupamento
comunista de São Paulo, completado mais tarde pelo texto intitulado
''Algumas questões sobre a guerrilha do Brasil''. Ele contém o plano
estratégico global que ainda seguimos hoje. Aqueles que lerem, vão ver
que não estamos separados. Nós dizemos que a guerrilha no Brasil é a
estratégia revolucionária, cujo êxito depende da execução rigorosa de
três momentos:

1º planejamento e preparação da guerrilha;

2º desencadeamento da guerrilha;

3ª transformação da guerrilha em guerra de manobras,com a formação


do Exército Revolucionário de Libertação Nacional;

Estamos trabalhando segundo o plano que chegamos ao presente


momento: a guerrilha urbana desencadeia o final da etapa de
preparação da guerrilha rural.

No final de 1968 resumimos nossas experiências nos seguintes textos:


Operações e táticas de guerrilha; sobre as questões e os princípios
estratégicos; sobre a unidade dos revolucionários; questões de
organização.
Os nossos princípios estratégicos fundamentais

Desde nossa aparição temos tido o cuidado de não esconder nossos


objetivos políticos e revolucionários. Nós nunca deixamos de enfatizar
que o caminho para a conquista do poder é a guerra revolucionária.

O que implica nos princípios:

1 Nós admitimos a possibilidade º de conquistar o poder e de expulsar o


imperialismo com uma estratégia de guerra de guerrilha. Nesta fase da
crise geral do capitalismo, onde nós não fazemos frente à uma guerra
mundial, essa é a única estratégia que possa ser implementada;

2º Reconhecemos que a guerrilha está incorporada definitivamente à


vida dos povos, como a mesma estratégia de sua libertação. É pela
guerrilha que criaremos o Exército Revolucionário de Libertação
Nacional, o único instrumento capaz de aniquilar as forças da ditadura.
Parte integrante da guerra revolucionária, a guerrilha é o caminho que
conduzirá as massas ao poder.

Aqueles que nos criticam por falarmos apenas sobre a guerrilha


encontram cada vez mais dificuldade de esconder suas concepções
oportunistas sobre a emancipação do povo brasileiro. Para ser franco,
eles aceitariam em último caso a guerrilha na condição que ela se
reduzisse a um meio de obter e de levar a cabo as negociações, de
assinar os acordos políticos, de organizar as eleições, em breve,
começando as operações de conciliação de aspecto perfeitamente
burguês.

A guerrilha é para nós exatamente o contrário: ela não deve permitir


quaisquer negociações com a burguesia, em detrimento dos interesses
da classe trabalhadora e dos camponeses, em detrimento da revolução
que quer expulsar o imperialismo e eliminar os obstáculos ao
estabelecimento do socialismo.

Nossa luta contra o imperialismo avança segundo as novas fórmulas


com características próprias. É pura e simplesmente falso alegar que
nós queremos estabelecer no Brasil um foco isolado qualquer. Nós
seguimos um caminho de estratégia global que visa o desenvolvimento
da guerra revolucionária, num triplo aspecto: guerra urbana, guerra
psicológica e guerrilha rural. Nós não iremos instituir a guerrilha rural na
forma de um ''foco isolado'', mas como o resultado da implantação da
infraestrutura guerrilheira, portanto, nossa organização será
desenvolvida assim. E como o Brasil é um país continental, dada a
vastidão do seu território, nós consideramos a guerrilha como guerra de
movimento e não foco.

A tarefa estratégica fundamental da guerrilha brasileira no nosso


entender é a libertação do Brasil e a expulsão do imperialismo
estadunidense. Nossa luta é de libertação nacional e anti oligárquica,
portanto, anticapitalista. O principal inimigo do nosso povo são os
estadunidenses. Mas a estreita relação entre os imperialistas norte
americanos e os grandes capitalistas e latifundiários brasileiros, torna
impossível libertar o país, sem ao mesmo tempo os perseguir, para
substitui-los pelo povo armado com um governo popular revolucionário.
O trabalho de massas e as relações com o povo.

Dois conceitos de trabalho de massas e das relações com o povo se


opõem entre os revolucionários brasileiros.

Um é defendido pelas organizações que partem de reivindicações


imediatas e procuram ganhar depois as massas para a revolução.

Mas a ditadura militar não admite a luta reivindicativa. Decretos e leis de


emergência proíbem-na e o exército está aqui para fazer cumprir. A
ditadura não hesita em disparar sobre manifestantes na rua.

Organizações que se limitam ao trabalho de massas usando a luta


reinvidicativa e desejando traduzi-la em luta política são reduzidos à
impotência pela superioridade militar do inimigo.

A outra visão é que as organizações que são colocados imediatamente


sob o campo da luta armada vão crescer congregando as massas e
construindo a unidade para marchar rumo à tomada do poder.

O movimento de massas deve ter em vista o crescimento da luta


armada porque ele não pode sobreviver se não se apoiar no seu poder
de fogo, no seu próprio ou dos outros grupos revolucionários. Não é
porque nós seguimos este projeto podemos ser acusados de desprezar
o trabalho de massas

As organizações que negligenciam o lado militar definham pelo fato da


impossibilidade de realizar a luta reivindicativa.

Aqueles que, como nós, utilizam a violência e luta armada vão chegar
aos resultados. Eles acabam por ganhar a simpatia e a confiança das
massas, e eles estão se relacionando com o povo.
Clima favorável para o nosso crescimento e
desenvolvimento da guerrilha revolucionária

Enquanto isso, os estudantes desceram às ruas e atacaram a ditadura


usando as táticas de rua que desmoralizam cada vez mais o inimigo. A
nossa luta e a dos estudantes secundaristas e universitários
convergem. A área urbana foi abalada em todo o país e as forças
repressivas tiveram de se empenhar plenamente.

A classe dominante e o imperialismo não hesitam mais: eles


estabeleceram de vez a ditadura militar. Recorrendo à técnica de ''golpe
dentro do golpe'', os militares em 13 de dezembro de 1968,
promulgaram o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que é um conjunto de
medidas de caráter fascista, dirigido contra a nossa ação. Pela primeira
vez a ditadura se refere como ações revolucionárias o terrorismo, os
assaltos a bancos, a liquidação de espiões estrangeiros, ataques aos
quartéis, roubo de armas e explosivos. E para impedir essas ações
revolucionárias as autoridades se dotam de leis extremamente violentas
e colocam em movimento um terror policial que não tem precedentes
desde o nazismo. Mas a crueldade das autoridades também aumenta o
número de seus inimigos. O descontentamento popular está crescendo.
É neste clima que a nossa organização ganha terreno, apesar da
repressão do terror, das torturas e dos assassinatos de militantes.
Caráter revolucionário da nossa organização

Nossos métodos, nossas formas de organização são subordinadas à


ação revolucionária, que visa a conquista do poder através da violência
da guerra revolucionária. Nós não aceitamos que isso pode nos limitar
ou nos impedir. É por isso que eliminamos de nossa organização o
sistema complexo de comandamento, que multiplica os degraus
intermediários abaixo de uma gestão excessivamente inchada, imóvel e
burocrática. Nós não temos por função principal fazer reuniões, mas
desencadear a ação.

Para a ação, um planejamento cuidadoso é necessário. Todas as


operações devem ser planejadas para chegar ao
objetivo. Nós nunca participamos de uma operação por espírito
esportivo ou por exibicionismo.

Nós ignoramos a separação do militar e do político. Na guerra


revolucionária brasileira, não há comissários políticos que orientam
quadros militares. Todos os membros da organização são
necessariamente ao mesmo tempo quadros políticos e quadros
militares. Eles se preparam imediatamente. Aqueles que não chegam a
ser um nem outro simultaneamente não apresentam as condições
necessárias para a sobrevivência em nossa organização. A questão não
se coloca de maneira diferente para os militantes da frente de massas e
os da frente logística. Para manter o ritmo do desenvolvimento da
organização os militantes devem adquirir conhecimento político e militar.
Aqui estão os princípios que postos em prática não devem deixar
qualquer dúvida sobre o caráter revolucionário da nossa organização.
A ação revolucionária e a frente unificada

Nós não somos a única organização que luta no Brasil. Muitas outras
organizações têm registrado a luta armada em seu programa. Mas algo
de concreto surgiu quando decidimos empregar as táticas de pequenos
grupos armados. Ao contrário de vários outros países, a luta armada
não nasceu no Brasil a partir de uma frente unificada. Esta frente é uma
necessidade vital, mas a disparidade das propostas feitas tornaram
impossível sua realização antes que um grupo entre definitivamente na
ação armada. Nós fizemos o nosso dever revolucionário mesmo sendo
acusados de precipitação e de aventura. Uma vez desencadeada a luta,
o caminho revolucionário está aberto. A unificação da frente é possível.
Trata se da criação - e reforço do poder de fogo revolucionário, e sua
atividade permanente que permita o reagrupamento das forças que
combatem à mão armada.
Os problemas no movimento revolucionário brasileiro

Por enquanto o problema essencial é a dispersão das organizações


revolucionárias. Cada um lutando pela liderança.

A prática é o único critério. Esta é a prática que usamos como critério quando
nós começamos a luta armada na área urbana. Assim começou o processo
de seleção entre as organizações que possuem capacidade de ação e
aquelas que estão desprovidas.

Há grupos que ainda estão lutando pela vanguarda. Mas agora temos armas
na mão e por isso não é mais possível alcançar um papel de liderança por
meio de discussões como aquelas de antes, em torno de programas e
proposições doutrinárias separadas da realidade social brasileira.

Mas nós também fizemos conhecer o padrão oposto. Na luta pela


vanguarda, uma tese tornou se comum: aquele - que disparou o primeiro
impulsiona os outros. Esta tese levou atualmente algumas organizações a
tomar medidas que execedessem as suas forças, ou que eram inadequadas
no momento. Erros deste tipo correm o risco de serem fatais. As
organizações que os cometem colocam em risco a vida de seus militantes e
a sua própria existência.
o dever de todo revolucionário
é
fazer a revolução;

não pedimos licença a ninguém


para
praticarmos atos
revolucionários;

só temos compromisso com a


revolução;

só agimos por meios


revolucionários

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2016

ação libertadora nacional

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