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Grupo de Trabalho
Ensino, Linguagens e Tecnologias
RESUMO
Diante da importância das disciplinas de Desenho Técnico para a Educação
Profissional, este trabalho apresenta um recorte da pesquisa sobre a apropriação de
tecnologia por professores de desenho técnico. A partir dos planos de ensino contidos
no Portal do Estudante do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), foi feita uma análise
sobre como a tecnologia estava colocada nas ementas, objetivo geral, conteúdo,
metodologia e recursos. Concluindo-se que a tecnologia só foi mencionada como
ferramenta para executar desenhos ou para apresentação convencional de conteúdo,
sem registros de uma preocupação em rever práticas ou abordagens, ficando também
evidente que os planos, em sua maioria, estão desatualizados e até sem informações
importantes.
INTRODUÇÃO
Na Educação Profissional e Tecnológica, as disciplinas de Desenho Técnico são,
indiscutivelmente, imprescindíveis à formação do discente. O ensino desse saber
guarda características que desafiaram até o avanço das tecnologias digitais, acontecido
desde a popularização dos computadores e softwares de desenho na década de 1990.
Ainda hoje, o enfoque da tecnologia nessas disciplinas encontra-se numa dualidade
metodológica sobre a produção e aprendizagem dos desenhos usando ou não o
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Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica – EDUMATEC da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e-mail: angela.nunes@ufpe.br
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Professora e Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica –
EDUMATEC da Universidade Federal de Pernambuco, e-mail: patrícia.cavalcante@ufpe.br
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A função do plano pode ser melhor compreendida a partir dos elementos que o
constituem: a) ementa – o assunto a ser abordado na disciplina; b) objetivo geral e
específicos – habilidades que se pretende alcançar, ou trabalhar, com o conteúdo da
disciplina; c) conteúdo – determinação pormenorizada do tema a ser abordado; d)
metodologia procedimentos – formas de como o conteúdo será ministrado; e)
recursos – meios utilizados pelo professor para executar o conteúdo; f) avaliação –
averiguação do desempenho do estudante diante do conteúdo; h) referências – fontes
bibliográficas (básicas e complementares) onde pode ser localizado o conteúdo.
Pires, Bernardes e Van Der Linden (2015), utilizaram análise de planos de
graduação em diversas universidades do Brasil para identificar uma bibliografia
consagrada sobre Desenho Técnico. A pesquisa justificava-se pela importância dos
registros do conhecimento tecnológico para a evolução da humanidade e pela
ausência de referências consensuais, mesmo com a grande quantidade de livros
técnicos publicados.
Assim, análise dos planos pode fornecer percepções valiosas sobre a didática, as
intenções e as abordagens pedagógicas do professor, refletindo sua filosofia. Ela pode
revelar a ênfase dada a determinados conceitos, habilidades ou competências; indicar
o que se espera que seja aprendido; mencionar métodos de ensino específicos e como
se pretende envolver os estudantes na aprendizagem; indicar o destaque dado à
compreensão conceitual e à aplicação prática; revelar como planeja-se considerar o
progresso e o desempenho dos discentes e mostrar o envolvimento ativo do professor
no enriquecimento da experiência de aprendizagem e seu compromisso com o sucesso
dos estudantes. Por fim, o plano de disciplina pode mencionar o uso de tecnologia
digital ou educacional, indicando o grau de inovação e integração de recursos
tecnológicos na perspectiva pedagógica do professor.
No entanto, é importante lembrar que o plano é apenas um ponto de partida,
pois como documento oficial oferece o que se pretende fazer, mas implementação real
da didática do professor pode variar. Por isso, métodos complementares como
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https://estudante.ifpb.edu.br/
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Os três tópicos para seleção foram utilizados por se tratarem de temas reconhecidamente importantes
para ler, interpretar e representar o desenho técnico, além de serem necessários para dar sequência a
disciplinas futuras.
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Exemplo: 36_PT_ED_I_DBT_67_S, Disciplina do Campus Patos, do Curso de Edificações, modalidade de
ensino Integrado, com nome Desenho Básico e Técnico, carga horária total de 67h (80 aulas) e regime
semestral de duração.
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conteúdo exigido em cada verificação. Essa cobrança fez com que os planos estivessem
sempre atualizados e seguindo um padrão que facilita a informação.
Quanto a questão tecnológica, pela redação dos documentos é possível
identificar incursões sobre Desenho Assistido por Computador na ementa, objetivo e
conteúdo. Foi identificada a preocupação dos docentes em sinalizar o uso do Software
AutoCAD da Autodesk ou o trabalho com a modelagem no sistema BIM. Foram vistas
poucas incursões sobre a utilização de tecnologia como ferramenta pedagógica,
geralmente alguma menção ao uso de internet ou recursos audiovisuais. Pelos planos,
a tecnologia seria usada pelo professor de forma convencional para apresentar o
conteúdo através de computadores, Datashow ou projetores, enquanto softwares e
laboratórios seriam exclusivos para a realização dos exercícios pelos estudantes.
Como alternativa aos problemas encontrados seria importante revisar os planos
disponíveis, efetuar correções e rever a forma de escrita de alguns itens para que
ficassem mais diretas as intenções do docente, as obrigações discentes, a forma de
condução da disciplina, e a oferta de possibilidades pedagógicas, especialmente com
uso consciente de tecnologia.
REFERÊNCIAS
BORGES, Bruno Gonçalves. A história da educação ensinada a partir dos planos: a disciplina nos
cursos de formação de professores da UFU. Linguagens, Educação e Sociedade, Teresina, ano
17, n. 26, p. 171 – 194, jan./jun. 2012.
MELO, Leonardo Alexandrino; VENÂNCIO, Geisy Anny. A tecnologia a serviço da educação no
processo de ensino-aprendizagem da disciplina ‘desenho técnico’. Igapó, [S. l.], v. 10, n. 2,
2022.
OLIVEIRA, Manoel Cipriano. Plano de aula: ferramenta pedagógica da prática docente.
Pergaminho, Patos de Minas, v. 2, p. 121 - 129, nov. 2011.
PIRES, Roberto Wanner; BERNARDES, Maurício Moreira e Silva; VAN DER LINDEN, Júlio Carlos
de Souza. Existe bibliografia consagrada sobre desenho técnico no Brasil? In: Anais GRAPHICA
2015 - XI International Conference on Graphics Engineering for Arts and Design. Anais [...]
Lisboa: APROGED, 2015. p. 219 – 229.