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MARINHA DO BRASIL
CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO
GUIA DE ESTUDO
GESTÃO POR EXCELÊNCIA
CURSO ESPECIAL DE HABILITAÇÃO PARA PROMOÇÃO A SARGENTO
2022
OSTENSIVO REV.4
OSTENSIVO CIAA - 112/010
MARINHA DO BRASIL
2022
FINALIDADE: DIDÁTICA
4ª REVISÃO
OSTENSIVO I REV. 4
OSTENSIVO CIAA - 112/010
ATO DE APROVAÇÃO
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO.....................................................................................................…………... I
ATO DE APROVAÇÃO ......................................................................................…………………. II
ÍNDICE....................................................................................................................…........... III
INTRODUÇÃO.....……………………………………………………………………………………………………...….. IV
CAPÍTULO 1.GESTÃO NA MB
1.1.HISTÓRICO............................................................................................................. 1-1
1.2. ASPECTO DA QUALIDADE........................................................................................ 1-9
1.3. GESTÃO NA MB.................................................................................................…... 1-10
1.4. CONSELHO DE GESTÃO………………………………………………………………………………………. 1-12
OSTENSIVO - III- R E V. 4
OSTENSIVO CIAA - 112/010
INTRODUÇÃO
1. PROPÓSITO
Esta publicação foi elaborada visando uma orientação básica sobre Gestão por
Excelência (GEXCEL).
Os assuntos nela contidos foram extraídos de publicações de fácil compreensão,
atendendo às exigências dos currículos, com o propósito de facilitar a aprendizagem dos
alunos.
2. DESCRIÇÃO
Esta publicação está dividida em quatro capítulos e um anexo: o Capítulo 1, descreve
sobre a Gestão na MB, sua importância para organização e o comprometimento do pessoal; o
Capítulo 2, aborda o Gerenciamento do Processo e sua aplicabilidade dentro da organização; o
Capítulo 3, cita as Ferramentas Gerenciais utilizadas nos processos organizacionais; o Capítulo
4, apresenta os conceitos a Excelência em Gestão (MEG) da Fundação Nacional da Qualidade
(FNQ) com abrangência no Programa NETUNO e sua aplicação na MB; e o Anexo A relaciona as
publicações utilizadas na confecção deste guia de estudo.
3. REVISÃO E EDIÇÃO
Esta publicação é de autoria do SO-MT (RM1) GILSON PEREIRA DOS SANTOS; foi
elaborada no CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO.
4. DIREITOS DE EDIÇÃO
Reservado para o CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO.
Proibida a reprodução total ou parcial, sob qualquer forma ou meio.
5. CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 REV.7 (Manual de Publicações
da Marinha) em: Publicação da Marinha do Brasil, não controlada, ostensiva, didática e manual.
CAPÍTULO 1
GESTÃO NA MB
1.1. HISTÓRICO
Ao longo da história da humanidade, o homem sempre inventou e reinventou modos de
melhor tirar proveitos da natureza. Podemos supor que dentre todas as suas criações, aquela
que mais se sobressaiu por ter sido de fundamental importância para a sua sobrevivência, sem
sombra de dúvidas foi à cultura. Em antropologia, cultura significa tudo que o homem produz
na natureza para sua sobrevivência: as práticas sociais, o trabalho, a ciência, as instituições os
valores materiais e espirituais.
A busca, de material mais resistente para construir suas armas, a procura de métodos
para obter melhores colheitas “às margens do rio Nilo”, ou os detalhes que marcaram as
edificações da antiga Roma, retratam momentos distintos de culturas, em que o homem
através do trabalho buscava a perfeição. Já em 350 a C., Aristóteles dizia que “a perfeição não
deve ser um ato, mas um hábito”.
1.1.1. Desenvolvimento
A história do Controle da Qualidade é quase tão antiga quanto à própria indústria. Antes
da revolução industrial, a qualidade era controlada, principalmente pela imensa experiência
dos artesãos da época. Essa experiência, aliada ao domínio de todo o processo produtivo,
garantia a qualidade dos produtos fornecidos.
O século XVIII foi uma época na qual ocorreram sérias transformações que
determinaram a passagem da Sociedade Feudal para a Sociedade Capitalista. Além do
aperfeiçoamento das técnicas de produção, dá-se o processo de acumulação de bens e
consequentemente o acúmulo de dinheiro (capital) e a ampliação de mercados. A Revolução
Industrial, com os maquinários que possibilitaram a produção em série, trouxe a padronização
e a uniformização dos produtos. Mas somente no início do Século XX, com o surgimento da
Administração Científica, é que as preocupações com a qualidade passaram a ser
sistematizadas e a fazer parte das normas ou objetivos organizacionais.
Frederick Taylor introduziu no meio produtivo os conceitos e as técnicas para a medição
e inspeção da qualidade do trabalho e do produto. Na visão de Taylor, o trabalho precisava ser
realizado com rapidez e qualidade, e o inspetor deveria ser o responsável por esse processo.
Além disso, não era mais necessário esperar a conclusão do ciclo de produção para
realizar as medições, pois estas poderiam ser feitas durante o processo de fabricação.
Em 1924, Shewhart, da Bell Telephone Laboratories, desenvolveu um gráfico para o controle da
variabilidade dos produtos. Este é considerado o começo do Controle Estatístico do Processo
(CEP).
Durante a Segunda Guerra Mundial (1942), o CEP foi utilizado pela indústria bélica
americana e considerado segredo de estado pelos Estados Unidos.
Vários engenheiros ou pesquisadores contribuíram com a técnica de Controle Estatístico da
Qualidade.
Em 1931, Shewhart publicou a obra “Economic Control of Quality of Manufactured
Product”, um marco na literatura sobre o tema; H. Dodge e H. Roming desenvolveram o
Controle de Processo Estatístico (CEP), apresentando estudos significativos sobre as técnicas de
amostragem; Juran divulgou as técnicas do Controle Estatístico da Qualidade e a preocupação
com os custos do processo.
A evolução do conceito e das técnicas utilizadas nos programas de qualidade é
didaticamente apresentada por Garvin. Este autor dividiu a evolução dos conceitos sobre
qualidade em quatro eras: Inspeção; Controle Estatístico da Qualidade; Garantia da Qualidade;
Total.
e Gestão da Qualidade Total.
1.1.2. Eras da qualidade
I) Era da inspeção
A Inspeção se apoia em um sistema de medidas, utilizando-se de gabaritos e outros
acessórios, e de um padrão de referência.
Esta técnica era utilizada pelos artesãos no século XVIII, mas somente Taylor
estabeleceu a inspeção como rotina técnica organizacional e uma função gerencial.
II) Era do controle estatístico da qualidade
Foi estudado e utilizado inicialmente na Bell Telephone Laboratories em 1920 e tinha
como objetivo controlar a qualidade, e não somente verificá-la após o processo realizado.
Shewhart, em suas pesquisas na Bell, estabeleceu, em 1922, o conceito de tolerância de um
lote e, em 1924, usou pela primeira vez o gráfico de controle de qualidade de produtos de
fabricação.
Seguindo este raciocínio, pode-se dizer que Qualidade Total é o processo utilizado para
garantir o atendimento às necessidades e expectativas dos clientes, sejam eles os acionistas, os
funcionários/colaboradores, os usuários/consumidores e a sociedade.
A avaliação das necessidades e expectativas dos clientes deve ser feita
permanentemente. Portanto, para que um produto ou serviço tenha Qualidade Total é
necessário que atenda os cinco requisitos básicos da Qualidade Total, que são: qualidade,
custo, atendimento, moral e segurança.
SOBREVIVÊNCIA
DA ORGANIZAÇÃO
SATISFAÇÃO DOS CLIENTES
Q A
U S T
A C E E
L U G N
I S U D
D T R E
A O A M
D N E
E Ç N
A T
MORAL O
b) Custo
Quanto menor for o custo de um produto ou serviço, menor poderá ser o preço deste
produto ou serviço. O cliente busca sempre o produto ou serviço que tem preço mais atraente.
Todas as pessoas na organização devem estar atentas em relação aos custos, identificando
todos os que possam ser eliminados ou reduzidos.
Deve-se ter em mente o objetivo maior, que é a satisfação dos clientes, por meio da
qualidade do produto ou serviço, com menor custo.
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Deve-se ter em mente o objetivo maior, que é a satisfação dos clientes, por meio da
qualidade do produto ou serviço, com menor custo.
Os desperdícios sempre elevam os custos, logo, devem ser eliminados. Observe as
situações a seguir:
I) Desperdício água leva ao aumento da conta d’água;
II) Desperdício de energia leva ao aumento da conta de energia e risco de aci-
dente; Desperdício no uso do telefone leva ao aumento da conta telefônica e uma pessoa (cli-
ente) insatisfeita do outro lado da linha.
III) Quando você assume uma função, recebe uma missão. Tem que se planejar
para executá-la, prever as ferramentas necessárias, etc. Se não planeja corretamente, ou sim-
plesmente não se preocupa em verificar todos estes itens, podem ocorrer erros do tipo:
a)Requisitar material em excesso (desperdício de material);
b) Não requisitar material suficiente (desperdício de mão-de-obra, necessitando de
mais tempo para fazer outra requisição);
c) Não fazer certo da primeira vez (desperdício de mão de obra e matéria-prima, devido
ao retrabalho); e
d) Guardar documentos, dados, informações e ferramentas em lugares diversos (desper-
dício de mão de obra: a cada necessidade, procurá-los).
Todos os exemplos descritos e muitos outros ocasionam queda na produtividade indivi-
dual, aumentando o custo do produto ou serviço.
c) Atendimento
Alguns autores consideram, como componente da qualidade, a entrega,
em vez de atendimento; o componente entrega corresponde aos aspectos relacionados ao
local, quantidade e prazo, não considerando os aspectos de relacionamento com o cliente.
Analisando esta situação, verificamos que, na Qualidade Total, o requisito atendimento
não envolve somente entregar o produto certo, na hora e local certo e na quantidade pedida. O
atendimento envolve, também, o tipo de atendimento, na situação a seguir, foi satisfatório?
Observe o seguinte caso:
Para presentear a sua esposa no seu 15º aniversário de casamento o Sr. João
encomendou um novo sofá na loja “YZ”. Verificou com o vendedor se sua encomenda chegaria
a 10 de julho, dia da comemoração. Ficou acertado que a encomenda chegaria no prazo e local
determinados.
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Porém, até 10 de julho, não foi feita a entrega da mercadoria e, em outubro, a desculpa
do vendedor era a mesma “Perdão Sr., mas tivemos problemas com o motorista do caminhão e
a entrega não pôde ser efetuada, mas o seu sofá está no estoque da fábrica, prontinho para ser
expedido, desde a data combinada”.
De que adiantou o processo de fabricação terminar o seu serviço no prazo, se a empresa
não se preocupou com a expedição? O requisito atendimento, na Qualidade Total, não satisfez
às necessidades do cliente.
d) Moral
O moral se refere ao bem-estar, à satisfação e à dedicação (ou participação) das pessoas
da organização. Pode ser um grupo de pessoas de um setor, de um departamento, de uma
divisão ou até de todos os componentes.
O moral elevado dos funcionários é a base sem a qual o processo de qualidade não se
desenvolve. Observe que, na construção de um prédio, uma base ou alicerce frágil pode fazer
ruir toda a estrutura, por mais fortes que sejam os pilares.
Na estrutura da Qualidade Total, um moral baixo também pode comprometer um ou
todos os pilares e fazer ruir a laje, que é a satisfação de todos (Dirigentes e subalternos).
Com o moral baixo a produtividade cai. As pessoas ficam menos atentas e provocam
acidentes, frequentam mais vezes o posto médico e faltam mais ao trabalho.
Com o moral baixo, as pessoas se sentem desmotivadas, tornando frágil a base de
sustentação do processo de Qualidade Total. O moral baixo resulta em pessoas insatisfeitas,
com baixa produtividade, elevando os custos e os riscos de acidentes.
e) Segurança
A Segurança das pessoas que trabalham na organização, e de todos as que utilizam os
produtos e/ou serviços gerados por ela, é um requisito fundamental da Qualidade Total. Mas o
requisito Segurança não interfere na Qualidade Total somente neste aspecto. Se a organização
existe para satisfazer às necessidades dos clientes, é importante que tenha em mente que a
falta de Segurança põe em risco esta satisfação.
Segurança na Qualidade Total é não pôr em risco:
1. O funcionário da organização;
2. O consumidor do produto ou serviço;
3. O meio ambiente; e
4. A própria organização.
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1.3.2. Gestão
A gestão, por definição, é o ato de gerir, administrar recursos humanos, financeiros e
materiais, a fim de atender a determinado propósito. Está presente em todos os momentos e
em qualquer atividade, desde aquelas mais corriqueiras do dia a dia até as mais complexas que
envolvem milhares de pessoas e processos.
Muitos são os autores e abordagens encontrados na literatura especializada em
qualidade. Pode-se destacar nomes como Juran, Deming, Philip Corby e Ishikawa como os mais
importantes e responsáveis pelo desenvolvimento da qualidade em todo o mundo.
a) Sistema Administrativo
A gestão compreende sempre um sistema administrativo, entendido como um conjunto
correlacionado de processos, métodos e seres humanos.
Estes últimos são considerados os agentes dos processos, que vêm formar a cultura
organizacional. Diante dos novos desafios impostos pela sociedade da informação, o sistema
administrativo tornou-se um fator crítico de sucesso, porque é por seu intermédio que a
organização revitaliza o relacionamento com o ambiente externo, sinaliza a renovação dos
indivíduos, recria a visão de futuro desejada e identifica as competências essenciais a serem
perseguidas, para a consecução dos objetivos corporativos.
b) Recursos Humanos
As pessoas são o maior patrimônio das organizações. Assim, a Gestão precisa considerar
alguns aspectos fundamentais relativos às pessoas, visto que elas são seres humanos com suas
particularidades que corporificam as organizações e promovem o funcionamento das mesmas.
As pessoas são a chave para o sucesso de qualquer organização.
A Marinha aplica os princípios da GPC (Gestão por Competência) visando à busca da
excelência em gestão no cumprimento da sua missão, objetivos e metas organizacionais.
1.4.1. ORGANIZAÇÃO
I) Presidente
Titular da OM ou quem receber delegação para tal atribuição, não podendo este ser
mais moderno que o Ordenador de Despesa (OD).Quando se tratar de uma Unidade
Jurisdicionada (UJ), o Dirigente Máximo (DM) deverá presidir o Conselho de Gestão.
Todavia, nas reuniões cujo tema selecionado seja apenas econômico-financeiro, em
especial os assuntos relativos às atribuições previstas nos incisos 12.6.3 e 12.6.4 (SGM 107), o
OD poderá presidir a reunião do Conselho de Gestão.
12.6.3. Examinar e emitir parecer sobre as prestações de contas de todas as gestorias operadas
pela OM, tomando por base a documentação comprobatória e os respectivos pareceres de
análise de contas inicial, em confronto com o PAR e a legislação em vigor; e
12.6.4 - Examinar e emitir parecer sobre a legalidade das licitações ou seus afastamentos,
acordos e atos administrativos que forem efetivados na OM.
b) Agente Fiscal;
c) Vice-Diretor ou Imediato;
IV) Secretário
V) Consultor Específico
VII) Relatores
Designados em conformidade com o disposto na SGM-301 (Normas sobre
Administração Financeira e Contabilidade).
I) Para as OM que, por insuficiência de efetivo, não possam organizar seu Conselho de Gestão
com o mínimo de três integrantes, conforme previsto, competirá ao Conselho de Gestão
do Comando Imediatamente Superior empreender as ações voltadas para o desenvolvimento
organizacional e efetuar o controle e fiscalização dos recursos orçamentários,
extraorçamentários, financeiros e patrimoniais colocados à sua disposição ou pelos quais
respondam as OM.
Ordinariamente; e
Extraordinariamente.
a) Reuniões Ordinárias
Realizadas no início de cada mês, até o décimo dia, para examinar as prestações de
contas, bem como, as ações implementadas e avaliar os resultados obtidos com a execução
das práticas de gestão - Plano de Melhoria de Gestão (PMGes), Planejamento Estratégico
Organizacional (PEO) e outros, efetuando os ajustes necessários à atualização do
planejamento de melhorias. Excepcionalmente, as OM que possuem a administração
econômico-financeira totalmente apoiada por outra OM, poderão realizar suas reuniões
ordinárias trimestralmente.
b) Reuniões Extraordinárias
CAPÍTULO 2
GESTÃO DE PROCESSO
2.1. DEFINIÇÕES BÁSICAS
Neste passo devem ser executadas as tarefas exatamente como estão previstas nos
planos.
c) Chek (Verificação)
Neste passo, verificamos o processo e avaliamos os resultados obtidos:
1. Verificar se o trabalho está sendo realizado de acordo com o padrão;
2. Verificar se os valores medidos variaram, e comparar os resultados com o padrão;
3. Verificar se os itens de controle correspondem com os valores dos objetivos.
d) Act (Ação Corretiva)
Tomar ações baseadas nos resultados apresentados na verificação.
1. Se o trabalho desviar do padrão, tomar ações para corrigir estes;
2. Se um resultado estiver fora do padrão, investigar as causas e tomar ações para
prevenir e corrigi-lo; e
3. Melhorar o sistema de trabalho e o método.
b) Processos de Apoio
c) Processos Gerenciais
a) Macroprocessos (MP)
b) Processos (PR)
c) Subprocessos (SP)
É aconselhável que cada processo seja numerado, com um número sequencial, tendo
os macroprocessos um dígito (1, 2, 3, etc), os processos, dois dígitos separados por um ponto
(1.1, 1.2, 1.3, etc), os subprocessos três dígitos (1.1.1, 1.2.2, 1.1.3, etc) e assim
sucessivamente até o nível de atividade.
Numa gestão de processos, cada setor tende a buscar executar seus processos da
melhor forma possível, mantendo-os dentro dos parâmetros estabelecidos, sem considerar
suas interações e relações de dependência com os outros setores.
a) Acompanhar o Processo
b) Analisar o Processo
A análise do processo deve ser alicerçada nos seguintes valores:
II) quem mais sabe sobre uma atividade é quem a realiza, independentemente
de hierarquia ou grau de instrução;
Nesta fase, a melhoria contínua deve ser posta em prática, seja para manter o padrão
alcançado, seja para alcançar metas mais desafiadoras ou outros propósitos que conduzam a
organização à excelência.
Todo trabalho importante realizado nas organizações faz parte de algum processo. Não
existe produto ou serviço oferecido por uma organização sem um processo organizacional. A
utilização do conceito de processo permite que se tenha uma visão do comportamento
gerencial de forma mais integrada e abrangente.
b) Níveis de Processo.
c) Identificação de Processos.
d) Seleção de processos.
Visa medir a proporção em que os insumos introduzidos nos processos são consumidos
por este para a geração dos produtos/serviços oferecidos. Avaliam, assim, o esforço empregado
para produzir os resultados, denotando a taxa de valor agregado ou o grau de eficiência do
processo.
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P
P
Por exemplo: com uma classe de apenas cinco alunos, um professor teria condições de
oferecer serviços de altíssima Qualidade – seus alunos receberiam muito mais atenção. A
Produtividade, entretanto, estaria comprometida: a proporção de um professor para cinco
alunos obrigaria a escola a contratar mais profissionais e aumentar seus custos. Por outro lado,
um professor para cem alunos teria poucas condições de oferecer um bom trabalho. Embora a
Produtividade aumentasse grandemente, a Qualidade provavelmente cairia.
Observe, portanto, que deve ser dada igual importância aos Indicadores da Qualidade e
da Produtividade, de modo que ao melhorar um deles o outro também melhore.
Todavia, o mais importante é que, seja qual for o enunciado assumido e a classificação
seguida, todos os indicadores buscam, em geral, promover o acompanhamento e o
monitoramento de diferentes atividades, subsidiando o processo decisório para a resolução de
problemas ou para a melhoria de desempenho. Estas atividades podem estar integradas a
projetos, programas, planos de ação ou qualquer outro agrupamento de acordo com suas
finalidades.
CAPÍTULO 3
FERRAMENTAS GERENCIAIS
3.1. AS FERRAMENTAS DA GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL (GQT)
O princípio básico para realização de qualquer processo com Qualidade está
fundamentado na seguinte norma: “Aquilo que não se mede não se controla”.
Em qualidade, a solução dos problemas é alcançada através da aplicação de um
método, que basicamente consiste em identificar, observar, analisar e agir sobre as causas de
um problema.
As ferramentas para a qualidade não são novas, muitas delas resultam de combinações
de ferramentas já existentes na época da II Guerra Mundial. As ferramentas para a qualidade se
destinam a manter o processo sob controle através da detecção de problemas e remoção de
suas causas fundamentais. Apesar da simplicidade têm os seguintes objetivos:
a) Facilitar a visualização e entendimento dos problemas;
b) Sistematizar o conhecimento e as conclusões;
c) Desenvolver a criatividade;
d) Permitir o conhecimento do processo; e
e) Fornecer elementos para o monitoramento dos processos.
Munidos com este conjunto de técnicas, os profissionais da qualidade têm enfrentado
diversos desafios. Devido a sua aplicabilidade, não podem ser consideradas propriedades
exclusivas de especialistas. Sua aplicação tem se mostrado importante para os mais diversos
níveis profissionais.
A utilização destas ferramentas se baseia no método gerencial da GQT que é o Ciclo
PDCA, já estudado.
As interações entre as ferramentas e o Ciclo PDCA se faz da seguinte maneira (Tabela
3.1):
Não há limites para a quantidade de ferramentas que podem ser utilizadas na análise e
melhoria de processos. O grande segredo é que a sua eficácia está relacionada à prática, prática
e mais prática.
Fases do PDCA
P D C A
Ferramentas
FOLHA DE VERIFICAÇÃO
BRAINSTORMING
GRÁFICO DE PARETO
DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO
FLUXOGRAMA
MATRIZ DE GUT
LEGENDA: APLICAÇÃO FREQUENTE APLICAÇÃO EVENTUAL.
Tabela 3.1 – Ciclo PDCA x Ferramentas.
3.1.1. BRAINSTORMING
O Brainstorming é uma dinâmica de grupo em que as pessoas, de forma organizada e
com oportunidades iguais, fazem um grande esforço mental para opinar sobre determinado
assunto.
O grupo deve ser formado por pessoas que tenham vivência no assunto, ainda que de
forma parcial. O resultado final é sempre satisfatório e abrangente, traduzindo-se no
somatório de conhecimentos das pessoas envolvidas, o que é, na maioria das vezes, superior à
soma dos conhecimentos isolados. Tem-se, então, o efeito sinérgico da técnica.
O Brainstorming é a mais conhecida técnica de geração de ideias. Desenvolvida em
1930, baseia-se em dois princípios e algumas regras básicas:
a) Princípios:
I) O Primeiro Princípio
É a suspensão do julgamento, que requer esforço e treinamento. Dos dois tipos de
pensamentos - o criativo e o crítico - usualmente predomina o último.
O objetivo da suspensão de julgamento é permitir a geração de ideias,
sobrepujando a crítica. Só após a geração de ideias consideradas suficientes é que se fará o
julgamento de cada uma.
Substantivo 33 21 09 12 75
Verbo 18 32 14 24 88
Adjetivo 04 00 29 19 52
Advérbio 03 01 01 04 09
Preposição 00 02 00 01 03
Artigo 01 01 03 02 07
Numeral 00 00 00 00 00
Subtotal 59 57 56 62 234
Figura 3.2 – Formato de uma Folha de verificação.
Pareto chegou à conclusão de que 20% da população (poucos, mas vitais) ficava com 80%
da arrecadação, enquanto para os outros 80% da população (muitos e triviais) restava,
apenas, 20% (Fig. 3.3). Essa assertiva ficou conhecida como o Princípio de Pareto.
100
%
20%
80%
60%
80% 80%
40%
20% 20%
População Renda
A partir dos anos 20, Juran começou a observar que os defeitos dos produtos
apresentavam frequências desiguais de ocorrência. Mais tarde fez aplicações nas quais o
princípio dos “poucos, mas vitais e muitos e triviais” se mostrava adequado à análise dos
processos gerenciais de produção. Juran demonstrou que a maior parte das não-
conformidades, e os custos a elas associados, têm origem num número pequeno de causas, são
poucas, mas vitais.
Hoje em dia, constata-se que as bases do Princípio de Pareto se aplicam a várias áreas
do conhecimento (biologia, controle de estoque, etc.).
Em particular, no campo da Gestão da Qualidade, tem-se mostrado uma ferramenta
importante na priorização de ações, minimizando custos operacionais e evitando fracassos. De
preferência, quando aplicar o Gráfico de Pareto, associe as categorias aos seus custos. Isto
provocará um melhor impacto sobre as conclusões, bem como reduzirá a possibilidade de
enganos.
Nem sempre a causa que provoca grande quantidade de não-conformidade, mas cujo
custo de reparo seja pequeno, será aquela a ser priorizada Numa análise mais abrangente é
possível identificar causas cujo efeito se traduz em poucas não-conformidades, mas de custo
altíssimo, associado a danos, riscos ou reparos.
200
186 100
182
22 93
176 91
80
160 88
Quantidade de itens Não-Conformes
166
140 83
146 60
60 20
42
40 20
10 6 14 10
20 4
0 0
A Figura
B 4.7 - Gráfico
C de Pareto.
D E
F G
Figura 3.5 – Gráfico de Pareto.
Quando o diagrama foi aplicado na prática, ele provou ser muito útil, e logo passou a ser
amplamente utilizado em empresas de todo o Japão. Ele foi incluído na terminologia de
controle da qualidade da
JIS (Japanese Industrial Standards = Normas Industriais Japonesas), e foi definido como
se segue. O Diagrama de Causa e Efeito é uma ferramenta utilizada para apresentar a relação
existente entre um resultado de um processo (Efeito) e os fatores (Causas) do processo que por
razões técnicas, possam afetar o resultado considerado.
A Figura 3.6 apresenta a estrutura de um diagrama de causa e efeito. Como a sua forma
lembra o esqueleto de um peixe, é também conhecido como Diagrama de Espinha de Peixe.
Uma terceira denominação é Diagrama de Ishikawa, em homenagem ao Professor Kaoru
Ishikawa, que construiu o primeiro diagrama de causa e efeito.
Espinha Grande
Espinha Pequena
Espinha Média
Efeito
Espinha Dorsal
Causas Efeito
Figura 3.6 – Estrutura do Diagrama de Causa e Efeito
Método 5W3H
PASSO PERGUNTAS COMO PREENCHER
What O que será Qual é o projeto, estratégia ou atividade a ser executada?
(O que) feito? Qual o objetivo a ser alcançado?
Why Por que issoQuais os motivos que justificam fazê-lo?
(Por que) será feito? Por isso precisa ser feito?
É importante para a organização?
Soluciona algum problema? Reduz custos?
Where Onde será Em qual local será feito?
(Onde) feito? Dentro ou fora da organização?
É de responsabilidade de qual setor ou departamento?
Who Quem fará? Quem irá ajudar a alcançar o objetivo?
(Quem) Quem será o responsável?
Quais colaboradores realizarão cada ação?
When Quando será Qual a data inicial e o prazo final para alcançar o objetivo?
(Quando) feito?
How Como será Quais são as etapas e ações necessárias para atingir o objeti-
(Como) feito? vo?
How Much Quanto cus- Calcule quanto será investido em recursos humanos, equipa-
(Quanto) tará? mentos, processos e materiais (Quanto isso significa em di-
nheiro).
How Mesure Como medir
Informações de como será realizada a medição e avaliação.
Como medir
3.2.1. 5W3H
É uma ferramenta excelente e simples para detalhar o planejamento de qualquer
ação. Tem esse nome por causa das letras iniciais em inglês das oito palavras que
representam as perguntas para o que se pretende conhecer. Para a sua utilização, deve-
se elaborar uma planilha que contenha as atividades e as perguntas a fazer, de modo que
sejam preenchidas as respostas. É indicada para a elaboração do PMGes e PEO, como o
PAG.
O QUE (WHAT)
O que será feito (projeto, fases, etapas, passos);
ONDE (WHERE)
Onde será executada a ação (local e abrangência);
QUEM (WHO)
Quem executará e coordenará a ação (responsabilidade);
QUANDO (WHEN)
OSTENSIVO - 3-15
3-15 - REV. 4
OSTENSIVO CIAA - 112/010
É possível, através dele, visualizar as interfaces entre as áreas e identificar aquelas que
se apresentam sobrecarregadas;
Departamento A Departamento B
CAPÍTULO 4
EXCELÊNCIA EM GESTÃO PÚBLICA
6) Desenvolvimento sustentável.
Compromisso da organização em responder pelos impactos de suas decisões e
atividades, na sociedade e no meio ambiente, e de contribuir para a melhoria das condições de
vida, tanto atuais quanto para as gerações futuras, por meio de um comportamento ético e
transparente.
7) Orientação por processos.
Reconhecimento de que a organização é um conjunto de processos, que precisam ser
entendidos de ponta a ponta e considerados na definição das estruturas: organizacional, de
trabalho e de gestão. Os processos devem ser gerenciados visando à busca da eficiência e da
eficácia nas atividades, de forma a agregar valor para a organização e as partes interessadas.
8) Geração de valor.
Alcance de resultados econômicos, sociais e ambientais, bem como de resultados dos
processos que os potencializam, em níveis de excelência e que atendam às necessidades e
expectativas as partes interessadas.
desempenho de custos (mão de obra direta, matéria prima, gastos indiretos) e confiabilidade
de entrega;
c. Fornecedores: nível de qualidade das entregas e cumprimentos de prazos,
quantidade e entrega;
d. Recursos Financeiros: nível de alavancagem de capital, rentabilidade da
empresa ou de uma linha de produtos; e
e. Recursos Humanos: nível de absenteísmo; número de sugestões homem/ano.
a) Princípios Constitucionais
Legalidade
Estrita obediência à lei; nenhum resultado poderá ser considerado bom, nenhuma
gestão poderá ser reconhecida como de excelência à revelia da lei.
Impessoalidade
Não fazer acepção de pessoas. O tratamento diferenciado restringe-se apenas aos
casos previstos em lei. A cortesia, a rapidez no atendimento, a confiabilidade e o
conforto são requisitos de um serviço público de qualidade e devem ser agregados a
todos os usuários indistintamente. Em se tratando de organização pública, todos os
seus usuários são preferenciais, são pessoas muito importantes.
Moralidade
Pautar a gestão pública por um código moral. Não se trata de ética (no sentido de
princípios individuais, de foro íntimo), mas de princípios morais de aceitação pública.
Publicidade
Ser transparente, dar publicidade aos fatos e aos dados. Essa é uma forma eficaz de
indução do controle social.
Eficiência
Fazer o que precisa ser feito com o máximo de qualidade ao menor custo possível.
Não se trata de redução de custo de qualquer maneira, mas de buscar a melhor
relação entre qualidade do serviço e qualidade do gasto.
Por sua vez, o Modelo de Excelência em Gestão Pública (MEGP) representa a principal
referência a ser seguida pelas instituições públicas que desejam aprimorar constantemente
seus níveis de gestão. Como todo modelo de gestão, o MEGP contém diretrizes expressas em
seus critérios de excelência gerencial (liderança, estratégias e planos, cidadãos, sociedade,
informação e conhecimento, pessoas, processos e resultados), técnicas e tecnologias para sua
aplicação (como, por exemplo, a Carta de Serviços ao Cidadão, o Instrumento Padrão de
Pesquisa de Satisfação, o Guia de Gestão de Processos, o Guia de Simplificação Administrativa e
o Instrumento de Avaliação da Gestão) e práticas de gestão implantadas com sucesso. Para que
tanto o Modelo de Excelência em Gestão Pública quanto o próprio Programa GESPÚBLICA
acompanhem a dinâmica da sociedade brasileira e estejam em conformidade com as
necessidades dos cidadãos, são fundamentais ações contínuas de inovação do modelo, de sua
comunicação e de garantia de sua sustentabilidade.
OSTENSIVO - 4-7 - REV.4
OSTENSIVO CIAA - 112/010
4.6.2. Objetivos
Os objetivos foram elaborados a partir das Diretrizes Básicas expostas no item anterior,
visando a estabelecer um estilo de gestão para as organizações militares da Marinha, com base
nas determinações contidas no Decreto nº 5.378/05 – GESPÚBLICA:
a) instrumentalizar as OM com ferramentas de análise e melhoria de processos,
promovendo a eficiência por meio do melhor aproveitamento dos recursos;
b) acompanhar e avaliar as ações de melhoria da qualidade dos serviços da OM
alinhado com os conceitos da GESPÚBLICA, premiando aquelas que se destacarem;
c) incentivar a capacitação e participação do pessoal por meio de treinamentos
contínuos e premiação de iniciativas de destaque; e
d) sensibilizar os diversos níveis da estrutura naval para a importância do Programa.
AUTOAVALIAÇÃO
PEO
PLANO DE
CONTROLE MELHORIA DA
GESTÃO
CONSEL
HO IMPLEMENTAÇÃO
DE
GESTÃO
ANEXO A
REFERÊNCIAS
Indispensáveis:
a) BRASIL. Marinha do Brasil. Secretaria-Geral da Marinha. Normas Gerais de Administração. 7º
Revisão. Brasília. 2019
b)______. Marinha do Brasil. Estado-Maior da Armada. EMA – 134. Manual de Gestão
Administrativa da Marinha. 1º Revisão. Brasília. 2018
Complementares:
a) CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. Vol. 1 e 2. Editora Mc Graw ill. São
Paulo, 1993.
b) FALCONI, Vicente Campos. Controle da Qualidade Total (no Estilo Japonês). Fundação
Chistiano Ottoni. Belo Horizonte, 1992.
c) MOURA, Eduardo C. As Sete ferramentas Gerenciais da Qualidade. Editora Pioneira. São
Paulo, 1995.