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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 19

Instrução Técnica Operacional 34 - Salvamento Veicular (62967290) SEI 1400.01.0025751/2022-03 / pg. 1


ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 24

4 CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Área de descarte: espaço destinado a depositar os materiais inservíveis que foram


retirados dos veículos, como: vidros, ferragens, estruturas plásticas e metálicas,
peças diversas, forros etc.

Barreira de sacrifício: veículo posicionado de forma a proteger a área do incidente,


as vítimas, os profissionais envolvidos no atendimento à urgência e outros recursos,
para o caso de qualquer veículo atravessar, por alguma razão, a sinalização e o
isolamento. O posicionamento em 45º em relação à pista de rolamento é para que,
em eventual colisão, ambos veículos sejam desviados para não atingir a cena. Não
é recomendado o uso de Unidade de Resgate como barreira de sacrifício, a não ser
que haja impedimento de se usar outro veículo de maior porte.

Desencarceramento: é a movimentação e/ou retirada das ferragens e demais


estruturas que estão prendendo ou impossibilitando a remoção adequada de uma
vítima do interior do veículo. Tem por objetivo possibilitar o acesso dos socorristas,
bem como criar uma via de extração da vítima.

Encarceramento mecânico (vítima retida): é uma situação em que, devido à


deformação do veículo sinistrado causada pelo incidente, as vítimas estão
impossibilitadas de saírem do transporte pelos seus próprios meios, podendo estar
feridas ou não.

Encarceramento tipo físico I: é uma situação em que as vítimas apresentam


lesões que requerem a criação de um espaço adicional para possibilitar, em
condições de segurança, a prestação dos cuidados de emergência necessários à
sua estabilização e para que a extração seja a mais controlada possível (ESCOLA
NACIONAL DE BOMBEIROS, 2005).

Encarceramento tipo físico II: é uma situação em que as vítimas se apresentam


encarceradas devido às diversas estruturas componentes do veículo estarem em
contato físico ou terem penetrado seu corpo (ESCOLA NACIONAL DE
BOMBEIROS, 2005).

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4 CONCEITOS E DEFINIÇÕES 25

Estabilização veicular: manobras de calçamento e/ou amarrações de estruturas


instáveis para evitar riscos adicionais à operação de salvamento, aos socorristas e
às vítimas. Visa manter o veículo imóvel durante a operação.

Estabilização primária: é a estabilização necessária para que os socorristas


possam acessar o interior do veículo com segurança.

Estabilização secundária: é a sequência da estabilização primária e se caracteriza


pela estabilização total do(s) veículo(s) e objetos instáveis envolvidos em um
incidente.

Estabilização progressiva: consiste em estabilizar a área à medida que o


atendimento progride. É importante que aconteça uma sistemática revisão, em
especial quando da realização das técnicas de desencarceramento e entrada/saída
de socorristas/vítimas do interior do(s) veículo(s).

Extração: é a retirada da vítima do interior do veículo. Extrair é retirar a vítima das


ferragens, após estar desencarcerada, empregando-se as técnicas de Resgate
(APH), para evitar movimentações desnecessárias e agravo do seu quadro clínico-
traumático.

FEAs: são as ferramentas, equipamentos e acessórios diversos que compõem a


logística necessária para o atendimento às ocorrências.

Gerenciamento de riscos: procedimentos adotados para neutralizar ou minimizar


as ameaças ou vulnerabilidades do cenário de atendimento, procurando tornar o
risco aceitável e a operação segura.

Palco de materiais: área determinada para posicionamento de ferramentas,


equipamentos e acessórios (FEAs) que poderão ser utilizados na operação.

Plano principal: é o melhor plano a ser realizado, criando bons espaços interiores e
exteriores, que possibilitará uma extração estável e segura do paciente, mas que
acarreta maior tempo na execução. Deverá ser aplicado para pacientes estáveis.

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Plano emergencial: é o plano destinado à extração de vítimas críticas ou instáveis,


criando o espaço suficiente para a sua extração da forma mais segura possível, com
o tempo de execução menor. Poderá ser aplicado também em situações de risco
elevado.

Salvamento veicular: sequência de procedimentos utilizados para localizar,


acessar, estabilizar, desencarcerar, extrair e transportar vítimas que estejam no
interior de veículos acidentados.

Salvamento veicular nível I: qualificação em Salvamento Veicular, no âmbito do


CBMMG, que engloba conceitos básicos, habilidades, atitudes e competências
necessárias ao atendimento a ocorrências envolvendo veículos leves em situações
mais comuns.

Salvamento veicular nível II: qualificação em Salvamento Veicular, no âmbito do


CBMMG, que engloba conceitos mais avançados, habilidades, atitudes e
competências necessárias ao atendimento a ocorrências envolvendo veículos
pesados, blindados e veículos leves em situações de maior complexidade.

Sinistro de trânsito: todo evento que resulte em dano ao veículo ou à sua carga
e/ou em lesões a pessoas e/ou animais, e que possa trazer dano material ou
prejuízos ao trânsito, à via ou ao meio ambiente, em que pelo menos uma das partes
está em movimento nas vias terrestres ou em áreas abertas ao público (ABNT,
2020).

Veículo leve: ciclomotor, motoneta, motocicleta, triciclo, quadrículo, automóvel,


utilitário, caminhonete e camioneta, com peso bruto total inferior ou igual a três mil e
quinhentos quilogramas (DENATRAN, 2020).

Veículo pesado: ônibus, micro-ônibus, caminhão, caminhão-trator, trator de rodas,


trator misto, chassi-plataforma, motorcasa, reboque ou semirreboque, combinação
de veículos, veículo leve tracionando outro veículo, ou qualquer outro veículo com
peso bruto total superior a três mil e quinhentos quilogramas (DENATRAN, 2020).

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5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 27

5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Para atuação segura e profissional, o bombeiro militar deverá conhecer as


características de cada EPI recomendado para as ocorrências de Salvamento
Veicular e utilizá-los adequadamente quando estiverem na zona quente ou zona
morna da ocorrência.

Figura 3 - Militares com EPI para ocorrências de Salvamento Veicular

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

5.1 Roupa de proteção

É recomendado o uso da roupa de combate a incêndio estrutural ou roupa


multimissão (que possui características adequadas para resgate técnico e combate a
incêndio florestal). Figura 4.

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Figura 4 - Roupa de Proteção

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

5.2 Capacete

É recomendado o uso de capacete de salvamento, podendo, na falta dele, ser


utilizado o capacete de combate a incêndio estrutural. A proteção facial (parcial ou
completa), quando houver acessório disponível para o capacete, é recomendada,
principalmente, durante as manobras com ferramentas hidráulicas. É fortemente
recomendado o uso de lanterna como acessório no capacete, mesmo em
ocorrências atendidas durante o dia, Figura 5.

Figura 5 - Capacete de Salvamento

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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5.3 Botas

É recomendado o uso de bota resistente e com biqueira de aço ou composite. O


ideal é que possua certificação própria para a atividade de bombeiro. Não é
adequado o uso de coturnos táticos militares comuns, como modelos previstos para
compor o uniforme operacional. Figura 6.

Figura 6 - Botas e coturnos com biqueira de aço ou composite

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

5.4 Luvas

É recomendado o uso de luvas com certificação para salvamento e, apenas na falta


dessas, utilizar luvas de vaqueta, Figura 7.

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Figura 7 - Luvas com certificação para salvamento

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Por baixo das luvas de salvamento, devem ser utilizados pelo menos 2 pares de
luvas de procedimento, para otimizar o tempo nos momentos de tratamento e
extração do paciente, Figura 8.

Figura 8 - Luvas de procedimento por baixo das luvas de salvamento

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Não devem ser utilizadas luvas nitrílicas de segurança para as atividades de


salvamento veicular.

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Figura 9 - Luvas nitrílicas

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

5.5 Proteção respiratória

É recomendado o uso de máscaras N95/PFF2 quando da realização do manejo de


vidros ou quando houver algum outro tipo de poeira, névoa ou fumo em suspensão
no local do incidente.

Figura 10 - Proteção respiratória

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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5.6 Proteção ocular

É recomendado o uso de óculos de segurança com lente escura, durante o dia, e


com lentes claras no período noturno. Óculos de ampla visão, com vedação e
tratamento antiembaçante, podem ser necessários quando houver algum tipo de
poeira, névoa ou fumo em suspensão no local do incidente.

Figura 11 - Proteção ocular

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

5.7 Bandana

A bandana pode ser utilizada para a proteção do pescoço do bombeiro contra


fragmentos de vidro ou outros materiais, bem como para absorver o suor da cabeça
e evitar que desça para os olhos.

Figura 12 - Bandana

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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6 FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS (FEAS)

Diversas FEAs podem ser utilizadas para o atendimento às ocorrências de


Salvamento Veicular. Dentro da imensa gama de materiais existentes no mercado
atualmente, encontram-se nesta ITO as FEAs mais utilizadas e empregadas no
âmbito do CBMMG.

6.1 Calços

São peças constituídas de madeira resistente ou de material sintético, de formatos


diversos, os principais são: bloco, cunha, escada ou escalonado.

Figura 13 - Calços

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Figura 14 - Calços de Madeira

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 34

Figura 15 - Calços Escalonados

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Para o atendimento às ocorrências de Salvamento Veicular que envolvam veículos


pesados, é recomendado que as unidades possuam blocos de madeira em
quantidade suficiente para estabilização com técnicas tipo caixa de fulcros de
madeira. O ideal é que os blocos sejam armazenados na unidade de maneira a
serem mobilizados rapidamente no caso de uma ocorrência em que seja necessária
sua aplicação.

Figura 16 - Blocos de madeira

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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6.2 Calços autoajustáveis (Auto Crib)

Dotado de um sistema que, quando o calço é inserido abaixo do veículo, com um


pequeno movimento de elevação (que pode até ser feito de forma manual), se ajusta
e trava automaticamente.

Figura 17 - Calços autoajustáveis (Auto Crib)

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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6.3 Escoras estabilizadoras

Escoras utilizadas para estabilização de veículos, principalmente quando nas


posições:

a) tombado sobre o lado do motorista;


b) tombado sobre o lado do passageiro;
c) capotado;
d) sobre outro veículo ou obstáculo.

Principais nomes comerciais: V-STRUT (Holmatro) ou STAB-FAST (Weber).

Figura 18 - Escoras estabilizadoras

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Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.4 Fita com catraca

Tem fundamental importância para a estabilização de veículos sobre outros veículos


ou sobre objetos, fixação de obstáculos que não podem ser removidos com
facilidade, bem como para estabilizar partes móveis do veículo como portas, tampa
do porta- malas ou teto rebatido.

Figura 19 - Fita com catraca

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 38

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.5 Cordas e cabos

Aplicados principalmente para estabilização de veículos em áreas com declividade,


em suspensão parcial, em ambiente aquático com risco de movimento pela
correnteza, ou quando da ausência de outros meios para estabilização. Também
podem ser utilizadas para fixação de obstáculos que não podem ser removidos com
facilidade e para estabilizar partes móveis do veículo como portas, porta-malas ou
teto rebatido.

É válido destacar, que o uso emergencial de cordas certificadas para salvamento em


estabilização de veículos, devido às cargas elevadas, pode ocasionar facilmente um
fenômeno denominado overloading (sobrecarga), que consiste em dano interno e
permanente provocado em uma corda exposta a uma carga muito superior à carga
de trabalho para a qual foi dimensionada. Assim, recomenda-se que cordas
utilizadas para esse fim, não sejam no futuro empregadas como linha de segurança
para bombeiros e vítimas.

Recomenda-se que as cordas nas viaturas sejam identificadas de alguma forma


para que não haja confusão entre quais são cordas de segurança, confiáveis para
trabalho com pessoas, e quais são as cordas que podem ser chamadas
utilitárias, para

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estabilizações, elevação de animais de grande porte, troncos de árvores e outros


objetos pesados.

Figura 20 - Emprego de cordas e cabos

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.6 Talha Tirfor

Equipamento aplicado para movimentação de cargas e estabilizar veículos ou


estruturas que, em algum momento da evolução da ocorrência, precisarão ser
movimentados de forma controlada.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 40

Figura 21 - Talha Tirfor

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.7 Alavanca Halligan

Ferramenta essencial para a criação de acessos para ferramentas hidráulicas, quebra


de vidros e rompimento de estruturas mais frágeis como plástico e madeira.

Figura 22 - O Chefe Hugh Halligan observa sua criação - a alavanca Halligan

Fonte: Firehouse – Operations & Trainning

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6 FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS (FEAS) 41

Figura 23 - Emprego da alavanca Halligan

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.8 Cortador de cinto/quebrador de vidro

Aplicados quando da realização do manejo dos vidros temperados e para liberar as


vítimas do cinto de segurança.

Os cortadores de cinto podem ser integrados em ferramentas multifunção, pois


promovem maior segurança nos cortes do que o uso de facas e canivetes.

Existem diversos modelos para quebradores de vidros, mas os que se mostram mais
práticos são aqueles do tipo chaveiro e as canetas punção com mecanismos de
mola por serem compactos e proporcionar melhor controle e precisão nas manobras.

Figura 24 - Cortador de cintos e quebra-vidros

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Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.9 Machadinha

Ferramenta aplicada para ajuste da fixação de calços, rompimento e retirada de vidros


temperados ou laminados, criação de orifícios e corte de ferragens em chapa.

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Figura 25 - Machadinhas

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Figura 26 - Utilização da machadinha

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Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.10 Glass Master

Ferramenta desenvolvida especificamente para atividades de Salvamento Veicular,


se apresentando como recurso muito funcional para o manejo de vidros temperados
ou laminados.

Figura 27 - Ferramenta Glass Master e seu emprego

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Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.11 Serrote de poda

Ferramenta não específica para salvamento veicular, mas que possui ação eficiente
para corte de vidros laminados.

Figura 28 - Serrote de poda

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.12 Alavanca de tapeceiro / mini Halligan

Ferramentas utilizadas para a remoção de componentes do veículo como plásticos,


borrachas e forros, visando facilitar a realização de manobras pelas ferramentas
hidráulicas e exposição interna.

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Figura 29 - Alavanca de tapeceiro / mini Halligan

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.13 Ferramenta multifuncional

Com aplicação multitarefa, permite a quebra e o corte de vidros, corte do cinto, dos
forros, das borrachas, dos fios e outros. Além disso, pode ser utilizada para remoção
de partes internas do veículo e pode possuir chaves tipo fenda/Philips.

Sua limitação, com exceção dos cortes de materiais têxteis ou borracha, é que não
apresenta performance tão boa quanto as FEAs com função específica.

Figura 30 - Rescue Tool

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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6.14 Proteção flexível

Barreira flexível para proteção das vítimas e dos bombeiros que estiverem no interior
do veículo, principalmente contra fragmentos de vidros e poeira. É recomendado que
seja utilizado um plástico resistente e transparente, para permitir que as ações
realizadas nas proximidades sejam vistas pelos BM e minimizar a eventual sensação
de claustrofobia para as vítimas.

Figura 31 - Proteção flexível

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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6.15 Proteção de quina

Acessórios utilizados sobre ferragens cortantes e vidros, para maior segurança dos
bombeiros, socorristas e vítimas. Podem ser produtos de linha comercial ou
adaptações feitas com lonas resistentes, mangueiras descartadas, fita Silver Tape e
até mesmo materiais existentes no próprio cenário, como forros, tapetes, cobertores
e outros.

O uso de ímãs nas extremidades é interessante para facilitar a fixação das


proteções quando forem sobrepostas às estruturas metálicas.

Figura 32 - Protetores de quina

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6 FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS (FEAS) 49

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.16 Cano PVC para fixar proteções

Acessórios simples e funcionais utilizados para fixar as proteções de quinas. Mesmo


quando as proteções possuem ímãs, por vezes não há superfícies metálicas para
fixação efetiva.

Figura 33 - Exemplo de fixadores de proteções

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.17 Proteção de Airbag

Acessório utilizado para minimizar os efeitos de uma deflagração tardia de airbag


durante o atendimento à ocorrência. Devido à maior parte dos volantes não
possuírem projeto para resistir aos efeitos de tração, esse acessório não é
recomendado no modelo rígido, pois, no caso de rompimento causado pela
deflagração do airbag, pode haver a projeção do volante sobre quem estiver no
interior do veículo.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 50

Figura 34 - Protetor de Airbag

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Em diversos testes, durante qualificações de Salvamento Veicular, as proteções


feitas artesanalmente, com cintos de segurança, fitas ou cordas, têm se mostrado
ineficientes, não sendo recomendado o uso de tais dispositivos no atendimento às
ocorrências. Assim, recomenda-se o uso apenas de produtos do tipo flexível e com
certificação

Figura 35 - Proteção de Airbag artesanal

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.18 Proteção rígida

Acessório utilizado para proteger vítimas e bombeiros durante a realização de


manobras com uso de ferramentas hidráulicas ou serra-sabre. Também pode ser
usada a prancha de APH (longa ou curta). É possível adquirir o produto de linha
comercial ou realizar adaptação de formato em peças de policarbonato ou madeira.

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6 FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS (FEAS) 51

Figura 36 - Proteção rígida

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.19 Corta-a-frio (alicate corta-vergalhão)

Ferramenta utilizada para corte de estruturas mais frágeis, como cabos de baterias,
conjunto de fios da parte elétrica do veículo, hastes metálicas de pistões
pneumáticos, limitadores de porta, entre outros.

Figura 37 - Corta-a-frio

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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Figura 38 - Uso e emprego do corta-a-frio

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.20 Sacador de válvulas de pneu

Aplicável quando o esvaziamento dos pneus for favorável para a estabilização do


veículo.

Figura 39 - Sacador de válvulas de pneu

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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6 FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS (FEAS) 53

6.21 Almofadas pneumáticas

As almofadas pneumáticas para resgate começaram a ser desenvolvidas nos anos


60, na Alemanha por Manfred Vetter e foi a primeira aprovada pelo governo alemão
para uso em salvamento em acidentes veiculares. Chegaram aos EUA nos anos 70
e no ano de 2007 ainda não são de uso corrente no Brasil. Estas almofadas são
normalmente construídas por um sanduíche de múltiplas camadas feitas de
neoprene/borracha extremamente resistentes e, Kevlar ou fios de aço internamente.
Existem almofadas pneumáticas de alta, média e baixa pressão (CBMSC, 2017).

6.21.1 Alta pressão

Trabalham a uma pressão máxima de 8 bar, podendo ser colocadas em espaços


bem reduzidos e executar levantamentos consideráveis de cargas, podendo
inclusive serem sobrepostas.

Figura 40 - Almofadas pneumáticas de alta pressão

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.21.2 Média e baixa pressão

Trabalham com cerca de 1 bar (média pressão) ou 0,5 bar (baixa pressão). Como
mantêm a superfície de contato entre o solo e os veículos praticamente inalterada

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 54

durante a elevação, são preferíveis para uso em Salvamento Veicular, pois essa
característica proporciona maior estabilidade para as manobras.

Figura 41 - Almofadas pneumáticas de média e baixa pressão

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

São também utilizadas para ações de destombamento de veículos pesados de forma


controlada.

Figura 42 - Uso de almofada pneumática em destombamento de veículo pesado

Fonte: Buitink Tecnology

6.22 Motobomba

Conjunto formado por motor a combustão ou elétrico, combinado com uma bomba
hidráulica que fornece fluido em alta pressão para as ferramentas.

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6 FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS (FEAS) 55

Figura 43 - Conjunto motobomba

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.23 Bomba manual

Dispositivo back-up para casos em que houver falha da motobomba a combustão.

Figura 44 - Bomba manual

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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6.24 Mangueira hidráulica

Mangueiras que conduzem o fluido hidráulico em alta pressão da motobomba para


as ferramentas e, em baixa pressão, das ferramentas para a motobomba. Podem
ser de dois tipos:

a) Twin-line (dupla): uma das mangueiras é de alta pressão e a outra de baixa


pressão;

Figura 45 - Corte mangueira Twin-line

Fonte: Folder Comercial Holmatro

b) Core ou coaxial (única): a mangueira de alta pressão está contida no interior


da mangueira de baixa pressão.

Figura 46 - Corte mangueira core

Fonte: Folder Comercial Holmatro

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6 FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS (FEAS) 57

6.25 Carretel de mangueira

Acessório para facilitar o transporte e acondicionamento das mangueiras hidráulicas.

Figura 47 - Carretel de mangueira

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.26 Cortador

Ferramenta utilizada para realização de cortes com o objetivo de romper ou fragilizar


estruturas metálicas como colunas, trilhos, teto, dobradiças e outros.

Figura 48 - Ferramenta Cortador

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 58

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.27 Alargador

Ferramenta utilizada para abertura de espaços, amassamento e pinçamento. Pode


servir também como braço de alavanca.

Figura 49 - Ferramenta alargador

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6 FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS (FEAS) 59

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.28 Extensor

Ferramenta utilizada para abertura de espaços em locais com maior distanciamento


entre os pontos de contato.

Figura 50 - Ferramenta extensor

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 60

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.29 Combinada

Ferramenta que combina as funções do cortador e alargador. Mesmo que possa ser
considerada uma vantagem o fato de combinar diferentes funções, a combinada
apresenta as seguintes limitações:

a) corte: devido ao formato reto das lâminas, não é tão eficiente quanto os
cortadores quando empregado em estruturas maiores ou mais resistentes;

Figura 51 - Ferramenta combinada

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6 FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS (FEAS) 61

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

b) abertura: devido ao comprimento das ponteiras, não é tão eficiente quanto os


alargadores, pois normalmente possui menor abertura e força.

6.30 Cortador de pedal

Ferramenta hidráulica de menores proporções que permite melhor posicionamento


em espaços restritos. Eficiente para corte de pedais, volante, encosto de cabeça e
limitador da porta.

Figura 52 - Ferramenta cortador de pedal

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 62

6.31 Correntes

Acessórios para serem aplicados de forma conjunta com os alargadores, visando à


criação de espaços, normalmente em técnicas de rebatimento de painel ou elevação
de volante.

O uso das correntes era mais comum antigamente. Hoje, devido à boa performance
das ferramentas e a variabilidade de técnicas, as correntes figuram como opções
secundárias, pois sua montagem consome consideravelmente mais tempo e pode
ainda ser menos eficiente, devido às características de áreas deformáveis dos
veículos, Figura 53.

Figura 53 - Correntes

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.32 Serra Sabre

Equipamento extremamente útil para a criação de acessos por corte de colunas e


remoção de partes da estrutura em chapa, além de ser uma rápida maneira de
retirar os vidros laminados.

Para que o seu emprego seja eficiente, é fundamental que as lâminas sejam as de
modelo adequado à finalidade dos cortes e que seja manuseada com perícia pelo
operador.

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6 FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS (FEAS) 63

Como um ponto negativo, sua operação é mais ruidosa, mas dentre as suas
vantagens, em contraposição às ferramentas hidráulicas, pode-se citar:

a) peso e dimensões reduzidos, favorecendo a mobilidade e posicionamento;


b) é possível criar espaços consideráveis com trabalhos no teto do veículo sem
a necessidade de cortes nas colunas, otimizando o tempo caso a técnica de
trilho seja suficiente para boa extração do paciente;
c) havendo possibilidade, podem ser realizadas tarefas simultâneas com as
ferramentas hidráulicas e serra-sabre, otimizando a evolução do plano de
ação.

É importante que sejam observadas as recomendações dos fabricantes em relação


às baterias, pois a negligência às orientações contidas no manual, frequentemente,
causa redução da vida útil dos equipamentos.

Figura 54 - Serra sabre

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 64

Figura 55 - Utilização da Serra-sabre

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.33 Ferramentas hidráulicas movidas à bateria

Comparadas as de motor a combustão, as ferramentas hidráulicas movidas a


baterias possuem as vantagens de serem portáteis, podem ser utilizadas de forma
simultânea, geram menos ruídos e menos manutenção, além de ocuparem menos
espaço para acondicionamento nas viaturas.

Um dos pontos que podem ser críticos diz respeito à autonomia das baterias, para
as quais deve ser dispensada especial atenção no fiel cumprimento das
recomendações dos fabricantes. Outro aspecto importante é que normalmente as
ferramentas possuem maior sensibilidade à água e poeira, sendo necessários
cuidados para que os componentes eletrônicos não sejam danificados.

Os modelos de equipamentos mais novos vêm apresentando cada vez maior


autonomia de bateria e performance, até mesmo superando outros que são movidos
por motobombas a combustão.

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6 FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS (FEAS) 65

Figura 56 - Ferramentas hidráulicas à bateria

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

6.34 Cortador moto abrasivo

Equipamento que pode ser útil, principalmente, quando houver necessidade de


cortes de estruturas que não podem ser movimentadas ou torcidas, por exemplo, o
corte de uma ferragem que esteja transfixando alguma vítima.

Também pode ser muito útil na criação de acessos em ônibus ou veículos tipo carro
forte. Porém, é extremamente necessária a realização efetiva de ações de
prevenção contra incêndios e explosões, considerando a produção de centelhas.

Figura 57 - Cortador moto-abrasivo

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 66

6.35 Plataforma de salvamento

Estrutura utilizada para trabalhar em locais elevados, principalmente em ocorrências


de Salvamento Veicular envolvendo caminhões e ônibus.

Figura 58 - Plataforma de salvamento

Fonte: Emertech S. Gouvea

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7 ESTRUTURAS AUTOMOTIVAS 67

7 ESTRUTURAS AUTOMOTIVAS

Antes de o bombeiro poder aplicar corretamente quaisquer procedimentos de


desencarceramento em um veículo, deve compreender os componentes internos e
externos que compõem o sistema de um veículo. Assim como um cirurgião
compreende perfeitamente o funcionamento interno do corpo humano antes de fazer
a primeira incisão, a equipe de salvamento deve conhecer bem os componentes ou
as peças básicas que compõem os vários tipos de veículos antes de começar a
desencarcerar.

Figura 59 - Veículo totalmente desmontado

Fonte: Plásticos Llorens

Figura 60 - Anatomia de uma carroceria

Fonte: Curso de Resgate Veicular. 3. ed. Brasília: CBMDF, 2017

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 68

7.1 Tipos de estruturas

Existem dois sistemas de armação que são mais comuns nos veículos de hoje, o
tipo chassi e o tipo monobloco. Esses quadros podem ser compostos de aço (mais
comum), alumínio, ou fibra de carbono/composto.

7.1.1 Chassi

No projeto da construção do veículo sobre chassi, ele atua como a fundação para o
veículo. Esse projeto básico consiste em dois grandes feixes amarrados juntos por
vigas transversais. A maioria dos veículos mais pesados, como uma pick-up maior,
ou SUV, utilizam esse tipo de construção estrutural. O potencial para o projeto de um
veículo montado sobre chassi ser rachado ao meio com uma colisão severa é baixo,
mas é importante salientar que a distribuição da força do impacto será maior nos
ocupantes do veículo.

Figura 61 - Chassi

Fonte: Buscar

7.1.2 Estrutura monobloco

A construção em monobloco ou estrutura unitizada é basicamente uma peça. Não


existe estrutura e base que possam ser consideradas separadamente. Todas as
partes do monobloco fornecem a integridade estrutural do veículo.

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7 ESTRUTURAS AUTOMOTIVAS 69

A principal diferença da construção monobloco em relação aos modelos com chassi


é a sua capacidade de absorver ou redirecionar energia durante uma colisão. A
estrutura em monobloco incorpora zonas colapsáveis à frente e, às vezes, à parte
traseira do veículo, para redirecionar a energia para longe do compartimento de
passageiros. Quando ocorre um impacto, essas zonas colapsáveis cedem
(dobrando, amassando, quebrando), absorvendo e desviando a força ou energia da
colisão e impedindo a intrusão na célula de sobrevivência do veículo.

Um aspecto negativo da construção em monobloco, por não haver uma estrutura tão
robusta quanto o chassi, é o potencial de que o veículo seja rachado ao meio com
uma colisão severa, o que está sujeito a ocorrer a partir de outro veículo ou de um
objeto estacionário, tal como uma árvore ou poste.

Figura 62 - Carroceria monobloco

Fonte: HVR Magnet

7.1.3 Zonas de deformação

Localizadas na parte dianteira e traseira do veículo, as zonas de deformação,


também conhecidas como zonas colapsáveis, são áreas projetadas para amassar,
dobrar ou se romper quando submetidas a um impacto, absorvendo a energia da
colisão para minimizar o efeito na célula de sobrevivência tanto quanto possível.
As zonas de

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 70

deformação também retardam progressivamente a desaceleração do veículo


durante a colisão, o que ajuda a limitar o impacto sobre os ocupantes do veículo.
Além disso, dentro da zona de amassamento frontal os suportes de motor de alguns
veículos são especialmente concebidos para soltar e direcionar energia de colisão
para trás e para baixo sob o piso do compartimento de passageiros.

O espaço limitado torna difícil construir zonas de amassamento nos lados de um


veículo. Em vez disso, as montadoras tentam fortalecer a estrutura e adicionar vigas
de colisão de impacto lateral dentro da porta para espalhar as forças de impacto de
colisão lateral ao redor e longe da célula de sobrevivência. Fechos mais fortes e
dobradiças da porta ajudam a reduzir a deformação que ocorre durante as colisões
laterais.

Figura 63 - Carroceria evidenciando as áreas de propagação de energia

Fonte: Mercedes-Benz

7.2 Componentes estruturais

O bombeiro envolvido nas operações de salvamento veicular deve conhecer os


principais aspectos da "anatomia" dos veículos. Os projetos de construção e
segurança e materiais empregados variam de marca para marca, entre modelos de
uma mesma marca e de acordo com o ano de fabricação, exigindo do militar o
estudo permanente e contínuo.

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7 ESTRUTURAS AUTOMOTIVAS 71

7.2.1 Aço

A indústria automobilística tem buscado projetos de veículos cada vez mais leves,
mais fortes e mais resistentes aos eventuais sinistros. Isso a aproximou muito dos
mesmos conceitos que o segmento de carros de competição utilizam, como a
incorporação de uma "gaiola de segurança" no projeto, de modo que o veículo tenha
lados reforçados, teto, painéis de assoalho, caixas de ar e estruturas de assento que
são projetados para proteger os ocupantes em caso de capotamentos e vários
outros tipos de impactos.

Em geral, os aços com maior resistência são empregados próximos aos ocupantes
criando a célula de sobrevivência. Os de menor resistência são empregados nas
zonas de deformação.

Figura 64 - Carroceria e seus materiais construtivos

Fonte: Boron Extrication

7.2.2 Plástico

Atualmente, muitos veículos são construídos com uso extensivo do plástico e do


alumínio. A porta de um carro, que era construída inteiramente de aço, é agora
construída por metal de espessura fina, coberto com um painel de plástico. Os para-
choques que anteriormente eram fabricados de aço agora são feitos de plástico.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 72

O plástico irá se deformar significativamente no impacto. Muitas técnicas de


desencarceramento comuns tiveram de ser alteradas e atualizadas. Painéis de
corpo de plástico não fornecem aos bombeiros os pontos principais de
desencarceramento. Internamente, os componentes plásticos são fixados na parte
estrutural do veículo e, durante uma colisão, normalmente são as partes que ficam
em contato direto com a vítima, impedindo sua retirada. Em geral, durante o
desencarceramento, as técnicas são focadas em utilizar as partes estruturais como
pontos de apoio para as ferramentas.

A serra-sabre pode derreter o plástico, prendendo-o na serra. Além disso, durante o


corte, pode produzir poeira, causando irritação respiratória para os socorristas e
pacientes.

Figura 65 - Para-choques automotivos

Fonte: Kaentian Street/ azom.com

7.2.3 Caixa de ar

Localizada abaixo das secções mais externas da área do assoalho, em ambos os


lados, do motorista e do passageiro, é um canal onde as portas descansam. A caixa
de ar é uma secção oca de metal. Vários itens, como fiação, linhas de combustível
e, em veículos híbridos, linhas de alta tensão podem correr debaixo ou em estreita
proximidade com ela. Há muito pouco apoio estrutural nessa seção, portanto, é
importante estar ciente de que ele vai romper ou colapsar muito facilmente sob a
força de uma ferramenta hidráulica ou o impacto de uma colisão.

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7 ESTRUTURAS AUTOMOTIVAS 73

Figura 66 - Caixa de ar

Fonte: Bushwacker.

7.2.4 Colunas

São projetadas para adicionar suporte vertical para a estrutura do teto do veículo. As
colunas são denominadas em ordem alfabética (A, B, C...), seguindo a sequência da
parte dianteira para a traseira. Os lados são diferenciados utilizando os termos “lado
do motorista” ou “lado do passageiro”.

7.2.4.1 Coluna A

As colunas mais próximas ao para-brisas dianteiro são conhecidas como coluna A,


que se estende desde o teto até a caixa de ar. Os cortes nessa coluna estão
diretamente ligados à movimentação de painel ou de teto.

É bom estar ciente de que para cada montadora o design do veículo é diferente. A
maioria terá o mesmo layout, com as colunas A-B-C, mas um fabricante pode
colocar uma haste de aço na coluna B para a segurança, e outro fabricante pode
colocar um na coluna A ou adicionar um cilindro de airbag. É muito difícil
acompanhar todos os upgrades de segurança e mudanças de um veículo para o
próximo. É preciso estar atento para o risco potencial de encontrar um ou mais
desses recursos de segurança a qualquer momento durante uma operação de
Salvamento Veicular.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 74

As colunas traseiras podem ser largas ou estreitas, dependendo da marca e do


modelo do veículo. As colunas largas são geralmente constituídas de duas seções
separadas de metal que são soldadas juntas. Isso forma um bolso oco que os
fabricantes podem usar para inserir espuma estrutural, alto-falantes, fios ou vários
outros itens. Cilindros de airbag podem estar presentes em diferentes áreas do
veículo, por isso, é importante sempre expor a coluna ou área antes de qualquer
corte ou separação de estruturas.

Figura 67 - Coluna A

FONTE: OLX, com adaptações.

7.2.4.2 Coluna B

A maioria das colisões de impacto lateral ocorrem na área da coluna B. Em veículos


de quatro portas, as colunas B estão localizadas entre as portas dianteira e traseira
de um veículo. Entender que essa área é frequentemente impactada em uma colisão
fez os fabricantes reforçarem seções da coluna B, de sua base até o teto utilizando
aços mais resistentes.

Todos os cintos de segurança têm um dispositivo de ancoragem que é mais


comumente ligado em duas áreas, na parte superior da coluna B e no reforço de
assoalho, ou na parte inferior da coluna B. Essas áreas, em torno das âncoras, são
reforçadas com aço de maior resistência. Dessa maneira, é importante tentar evitar
o corte nessas regiões, expondo as colunas internamente.

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7 ESTRUTURAS AUTOMOTIVAS 75

Além disso, o pré-tensionador do cinto de segurança, normalmente, é encontrado na


base da coluna B, o que exige atenção ao realizar um corte nessa região.

Figura 68 - Coluna B

Fonte: OLX, com adaptações.

7.2.4.3 Coluna C

A coluna C, na maioria dos veículos padrão de duas e quatro portas, é a coluna


traseira, com exceção de veículos maiores, como um SUV ou veículo tipo Wagon,
que pode existir várias colunas a mais. Nesses veículos maiores, as colunas médias
entre a B e a coluna traseira podem conter os mesmos componentes e materiais
como descrito para as colunas anteriores.

Figura 69 - Coluna C

Fonte: OLX, com adaptações.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 76

7.2.5 Barra de reforço lateral (viga de colisão)

São vigas ou barras que percorrem todo o comprimento da porta. As barras de


reforço laterais podem ser localizadas tanto nas portas da frente quanto nas
traseiras. São estruturadas para absorver a energia de impacto de outro veículo ou
objeto e para diminuir a intrusão no habitáculo. As barras podem ser de vários
formatos diferentes, incluindo o aço redondo, plano, endurecido por boro ou micro
liga de titânio.

A probabilidade de que uma barra de reforço lateral seja rompida numa colisão é
baixa. Justamente por ser dimensionada para ser muito difícil de se romper, a
equipe de bombeiros deve evitar ao máximo, manobras que envolvam essas
estruturas, devido ao risco para as pessoas próximas e também de se danificar a
ferramenta hidráulica.

Existe a possibilidade, ainda que remota, de que uma colisão de impacto frontal
possa fazer com que a barra de reforço lateral (particularmente o tipo tubular
redondo) rompa a sua parede exterior e entre na porta traseira ou no painel traseiro,
bloqueando a porta frontal no lugar. Nesses casos é necessário verificar se é viável
o corte de tais estruturas, com base nas especificações técnicas das ferramentas
hidráulicas utilizadas na Unidade, para saber se são seguras e aplicáveis para cortar
esse tipo de aço.
Figura 70 - Barras de reforço lateral

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

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7 ESTRUTURAS AUTOMOTIVAS 77

7.2.6 Barra de reforço do painel

É um tubo de aço localizado debaixo do painel de instrumentos, normalmente feito


de aço microligado e conectado a cada coluna A. Do lado do motorista, a coluna de
direção é aparafusada a esse tubo de suporte do painel. A barra de reforço do painel
também contém o conjunto de montagem para o airbag frontal do passageiro.

Figura 71 - Barra de reforço do painel

Fonte: Benteler.

Pode ser exposta pela remoção de um painel de plástico em cada extremidade do


painel de instrumentos, perto da dobradiça superior da porta. A extremidade da
barra geralmente é visível através dessa abertura de inspeção. A maioria das
tubulações de suporte do painel não é um tubo contínuo que corre de um lado para o
outro, mas consiste em várias seções de tubos que foram soldadas.

Em uma ocorrência de Salvamento Veicular, em que as equipes precisam rebater ou


retirar o painel e a estrutura da proteção contra chamas (firewall) de um paciente
preso no banco dianteiro, a barra do painel pode permanecer rígida o suficiente para
realmente auxiliar no movimento do painel e do firewall. Quando empurrado ou
levantado, o tubo pode agir como um reforço para manter o painel e o painel de
instrumentos juntos.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 78

Figura 72 - Barra de reforço do painel

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

Anexados à barra do painel, existem dois suportes de aço, às vezes chamados


colchetes do painel. Esses suportes do painel estão localizados na área de console
central onde o dispositivo multimídia, unidade de controle de ar-condicionado e
outros vários componentes estão situados. Os suportes são parafusados ou
soldados no assoalho do veículo, e são projetados para travar o painel no lugar,
minimizando qualquer movimento resultante de um impacto.

Isso causa um problema significativo quando a área precisa ser deslocada para
ganhar maior espaço no acesso. Pode ser necessário o corte desses suportes, de
modo a criar espaço suficiente para levantar ou empurrar a seção do painel para
longe dos ocupantes do veículo.

7.2.7 Parede corta-fogo - barreira de proteção do motor

É o componente estrutural que separa o espaço do motor e o espaço dos ocupantes


do veículo. Atua como uma barreira de isolamento térmico e acústico, preservando a
segurança e melhorando o conforto no compartimento dos passageiros.

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7 ESTRUTURAS AUTOMOTIVAS 79

Figura 73 - Parede corta-fogo (firewall)

Fonte: Vehicle Parts.

7.2.8 Porta

Existem vários componentes-chave de uma porta para os quais o bombeiro precisa


estar atento ao obter acesso ou realizar uma remoção de porta.

7.2.8.1 Dobradiça

As dobradiças permitem que as portas se movimentem para as posições aberta e


fechada. São acessórios que podem sair violentamente, sem aviso, sob força
extrema, quando cortadas ou separadas por ferramentas hidráulicas. Deve-se usar
sempre equipamento de proteção individual (EPI) completo e ter o máximo de
cuidado ao operar manobras que envolvam essas estruturas, devendo evitar,
sempre que possível, a intervenção direta nelas, mas dando-se preferência a
elementos adjacentes menos resistentes, como os pontos de solda entre as
dobradiças e a estrutura do veículo.

Instrução Técnica Operacional 34 - Salvamento Veicular (62967290) SEI 1400.01.0025751/2022-03 / pg. 81


ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 80

Figura 74 - Dobradiças

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

7.2.8.2 Limitador (Swing bar)

Em alguns veículos, uma barra de oscilação (swing bar), pode ser localizada entre a
dobradiça superior e inferior. O limitador é projetado para ajudar a porta na abertura
e fechamento. Pode ser composto de aço endurecido ou outros metais de tipo
ligado. Na maioria das vezes, pode ser facilmente separada com uma ferramenta
hidráulica ou até mesmo cortada com um alicate corta-a-frio.

Figura 754 - Limitador de abertura da porta

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

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7 ESTRUTURAS AUTOMOTIVAS 81

7.2.8.3 Fechadura

Em relação à fechadura, existem vários tipos de mecanismos de travamento que o


bombeiro pode encontrar em uma porta. Os dois tipos mais comuns são o pino
Nader e o pino em U. O pino Nader possui formato cilíndrico, com uma tampa no
final dele. A tampa é projetada para segurar a porta no lugar. Trata-se de um dos
mecanismos de travamento mais difíceis para cortar ou libertar da estrutura do fecho
da porta. O pino em U, geralmente, é de aço de menor calibre, o que facilita o corte
e/ou a liberação do mecanismo de fecho da porta.

Figura 76 - Pino Nader

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

Figura 77 - Pino "U"

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 82

7.2.9 Tampa do porta-malas

Os bombeiros devem estar familiarizados com duas características dos porta-malas.


Primeiro, todos os porta-malas abrem para cima. Um par de cilindros elevadores
hidráulicos normalmente são instalados no veículo para manter a tampa do porta-
malas na posição aberta completa. Esses cilindros se comprimem quando a tampa
do porta-malas é fechada e expandem quando ela é aberta.

É preciso ser muito cauteloso ao cortar um trilho do teto na parte traseira de um


veículo com porta-malas, para evitar o corte através de uma parte da estrutura e um
cilindro auxiliar pressurizado. Um cilindro comprimido pode romper de repente ao ser
cortado, podendo golpear qualquer pessoa próxima com componentes de metal que
são projetados ou pulverizando óleo sobre quem estiver em suas imediações.

Um método usado para garantir manobras de Salvamento Veicular seguras para


remoção de teto em um veículo com porta-malas é quebrar o para-brisas da janela
traseira e retirar a extremidade inferior de cada pistão de seu suporte. Isso permite
que o cilindro se expanda, libertando inofensivamente a sua pressão interna. Se os
cilindros não puderem ser removidos, deve-se abrir a tampa do porta-malas antes de
cortar as colunas traseiras, próximas ao teto. Assim, elas podem ser cortadas abaixo
de sua intersecção com o teto e evitar qualquer contato do bombeiro com os
cilindros.

Figura 78 - Tampa do porta-malas

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

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7 ESTRUTURAS AUTOMOTIVAS 83

Uma segunda preocupação com o design das tampas dos porta-malas em veículos
modernos, especialmente em SUVs, é a dificuldade de realizar uma abertura forçada
dessa porta. A maioria dos porta-malas tem uma trava de segurança de ponto único,
normalmente centrada ao longo do rebordo traseiro da unidade, que se abre quando
força suficiente é aplicada. Pode ser utilizado o alargador na região das lanternas
traseiras para criação de ponto de acesso que facilite alcançar diretamente a
fechadura.

Uma abordagem que costuma ser bastante eficiente é a quebra do para-brisas


traseiro, remoção dos forros que dão acesso à fechadura por dentro do veículo e
utilizar o cortador para rompê-la internamente.

Figura 79 - Trava de segurança de ponto único

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

7.2.10 Para-brisas

A maioria das pessoas denomina “vidros”, mas devem ser propriamente chamados
“para-brisas”. Todos os materiais utilizados nos veículos devem ser classificados
como para-brisas de segurança. Os dois tipos de para-brisas com os quais os
bombeiros são mais familiarizados são o vidro de segurança laminado e o vidro de
segurança temperado. Mas há também o vidro de proteção reforçada, policarbonato
e de tipo balístico.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 84

7.2.10.1 Vidros laminados

Normalmente são utilizados no para-brisas dianteiro, mas também há modelos de


veículos em que são utilizados nas janelas e para-brisas traseiro. Têm a
particularidade de se quebrarem e continuarem fixos à estrutura, porque são
constituídos com uma faixa de plástico no seu interior e são colados à estrutura do
veículo. O método para o retirar, consiste em cortar com uma ferramenta própria.

Figura 80 - Para-brisas laminado

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

7.2.10.2 Vidro temperado

Encontra-se normalmente nas janelas e no para-brisas traseiro dos veículos.


Sempre que se quebra desfaz-se em pequenos pedaços. Quando o veículo possui
película escurecedora torna-se mais fácil e controlada sua remoção.

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7 ESTRUTURAS AUTOMOTIVAS 85

Figura 81 - Vidro temperado

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

7.2.10.3 Vidro perspex ou policarbonato

Com uma grande resistência ao choque e capacidade de suportar diferentes


temperaturas, esse tipo de vidro é utilizado nas janelas das aeronaves. Atualmente,
é utilizado o policarbonato em substituição ao vidro laminado nos para-brisas de
alguns dos veículos pesados e modelos esportivos. Recomenda-se considerá-lo
como uma estrutura e não tentar manejá-lo com técnicas de corte e remoção
aplicadas diretamente sobre o material.

Figura 82 - Policarbonato

Fonte: Plastics Performance.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 86

7.2.10.4 4 Vidro balístico

O vidro balístico para veículos pode ser composto de diferentes tipos de materiais e
pode variar em espessura, dependendo do nível de proteção necessário. O peso e a
espessura do vidro aumentarão conforme cada nível de proteção, que pode ser tão
alto quanto 3 ou mais polegadas (76 mm ou mais).

Quaisquer tentativas de remover ou cortar vidros balísticos são desaconselhadas.


Esse tipo de vidro deve ser manuseado da mesma forma que o policarbonato,
tratando-o como uma parte do corpo do veículo e deixando-o no lugar. Ao remover
uma seção inteira ou parte do veículo com vidro balístico, a área deve ser vista
como uma unidade, se é um teto inteiro ou estrutura completa da porta. É preciso ter
atenção para o aumento de peso dos componentes, pois pode ser difícil sustentá-los
no momento de retirá-los das demais estruturas do veículo.

Figura 83 - Estrutura de vidros blindados

Fonte: Safety.

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7 ESTRUTURAS AUTOMOTIVAS 87

Figura 84 - Vidros blindados

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

7.2.11 Teto Solar

O teto solar e sua crescente popularidade também influenciam bastante o


rendimento das operações de Salvamento Veicular. Um teto solar retrátil,
especialmente nos modelos automáticos, tem uma moldura forte e um sistema de
trilho instalados no teto do veículo.

Ao se aplicarem técnicas de desencarceramento sobre o teto de um veículo que


possua teto solar, para criação de espaços, deve ser considerada a realização da
remoção total dele sempre que possível, em vez de rebatimentos. A menos que os
cortes possam ser feitos profundamente nos trilhos deslizantes do teto solar, a
estrutura resistirá consideravelmente aos movimentos de flexão necessários aos
rebatimentos.

A remoção total do teto é considerada a manobra mais eficiente para ganho de


espaço quando há um teto solar presente. Os vidros utilizados em tetos solares
normalmente são do tipo temperado.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 88

Figura 85 - Teto solar

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

7.2.12 Volantes

Durante uma colisão, o ocupante do veículo pode ser ferido batendo em porções do
interior do veículo. A possibilidade de lesão é reduzida quando essas áreas do
veículo, por exemplo, o revestimento do teto, são cobertas com acolchoamento.
Além disso, os volantes são concebidos como sistemas de absorção de energia. O
aço na roda e os raios de apoio são macios o suficiente para que, se ocorrer uma
colisão frontal, o aro do volante se curve para coincidir com o contorno do corpo do
motorista.

Para os socorristas, no momento de avaliar o paciente, o aro do volante dobrado, ou


seus raios, devem ser considerados durante um exame dos mecanismos de lesão.
Os envolvidos no salvamento devem notar que o metal do volante é leve, às vezes
até mesmo tubular de aço oco e/ou magnésio, projetado para ceder e dobrar
facilmente.

Figura 86 - Volante

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 88

Fonte: LK.

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7 ESTRUTURAS AUTOMOTIVAS 89

7.2.13 Barra de direção

Também conhecidas como Braço de Direção ou Braço Pitman, as barras de direção


são as responsáveis pela transmissão dos movimentos do sistema de direção ou
suspensão diretamente às rodas do veículo.

7.2.13.1 Regulagem de inclinação / telescópica

Os veículos geralmente apresentam colunas de direção com os recursos de


inclinação e de prolongamento telescópico. Uma coluna telescópica pode ser movida
dentro ou fora do painel de instrumentos a uma distância de 7,6 a 12,7 cm. Uma
coluna de inclinação permite que o volante e a coluna se movam para cima ou para
baixo, ao longo de uma distância de vários centímetros. Esses ajustes podem ser
benéficos quando os bombeiros estão trabalhando para liberar um paciente
localizado no lugar do motorista.

Figura 87 - Conjunto volante, coluna e barra de direção

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Figura 88 - Alavanca de liberação e sentidos de movimentação do volante

Fonte: Mercedes-Benz

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 90

7.2.13.2 Coluna Split (dividida) de cremalheira e pino

Os modelos de barras de direção dos veículos mais antigos eram normalmente


colunas de aço muito resistentes, sendo uma peça inteiriça que sofria poucas
deformações durante as colisões. Por isso, representava um risco ao motorista do
veículo, pois se projetada para o interior do habitáculo tinha alto potencial para
causar graves lesões. Também por sua resistência e posicionamento estratégico,
era um componente considerado essencial para as manobras de elevação de
volante e rebatimento de painel, porque sua movimentação ensejava o
acompanhamento das demais estruturas adjacentes, liberando o paciente.

Figura 89 - Coluna de direção dividida

Fonte: MERCADO LIVRE

Porém, com os avanços nos projetos dos automóveis e a crescente preocupação


com a segurança dos passageiros, as barras de direção passaram a ser articuladas.
O potencial de lesões causadas pela barra diminuiu, mas também foi reduzida a sua
eficiência nas técnicas de elevação de volante e rebatimento do painel.

Os receios iniciais dos bombeiros sobre a coluna de direção ser articulada estavam
relacionados ao seu movimento imprevisível durante as manobras de puxar a
coluna.

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7 ESTRUTURAS AUTOMOTIVAS 91

Acreditava-se que, se puxada demais, toda a coluna de direção iria se romper,


lançando a parte superior no motorista preso. Porém, o rompimento da articulação
da coluna de direção é previsível e ocorre de forma controlada. A solução para o
problema é não puxar a coluna articulada mais do que o necessário para libertar o
paciente.

Figura 90 - Conjunto de direção elétrica

Fonte: Quatro Rodas 2023

7.2.14 Sistema elétrico (12V)

A energia elétrica no tipo convencional, veículos de motor de combustão interna,


utiliza um sistema básico de bateria de chumbo-ácido de 12 volts para partida e
alimentação de vários componentes elétricos dentro do veículo. Os veículos híbridos
e elétricos também usam um sistema de bateria de chumbo-ácido de 12 volts para
propósitos iniciais, mas também usam um design elétrico avançado para alimentar o
veículo.

As baterias são mais frequentemente localizadas dentro do compartimento do motor,


sob o capô do veículo. Em veículos com uma posição frontal da bateria, itens como
chaves de canto, caixas de filtro de ar ou outros componentes do motor podem ser
colocados acima da bateria. Essas chaves ou suportes escondem a bateria e tornam

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 92

o desligamento do sistema elétrico muito difícil. Desligar a bateria pode demorar


significativamente mais tempo do que o esperado quando tais desenhos estão
presentes no veículo acidentado.

Além disso, a colocação da bateria na área do compartimento do motor frontal


significa que a bateria está dentro da zona de deformação durante um acidente.
Assim, algumas montadoras estão instalando a bateria em locais alternativos,
deixando-a em um local mais frio e longe do calor prejudicial do motor, que encurta a
vida útil de uma bateria.

Quando se eleva o capô de um veículo acidentado, não há garantias de que a


bateria estará lá. Caso não seja localizada no local padrão, é provável que esteja
dentro da caixa de roda dianteira, em um dos lados do veículo; outra possibilidade, é
que esteja situada abaixo de um assento do veículo; dentre outras.

Figura 91 - Localização da bateria de 12v

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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8 FASES DO ATENDIMENTO 93

8 FASES DO ATENDIMENTO

A atividade bombeiro militar está intimamente ligada a diversos fatores de risco que
podem comprometer a integridade de todos os indivíduos presentes em uma
ocorrência. Dessa forma, visando a um atendimento sistematizado, que busque
mitigar os riscos presentes na ocorrência, é necessário o treinamento adequado
para cada tipo de incidente, objetivando a formação de um ciclo de ações.

Assim sendo, as ocorrências de Salvamento Veicular podem ser divididas em quatro


fases. São elas: Preparação, Acionamento, Resposta e Finalização (PARF).

A fase de Preparação consiste na organização dos recursos disponíveis, tanto de


material quanto de pessoal, treinamentos constantes e a divisão de atribuições.

A fase de Acionamento consiste na informação formal de um incidente. Para essa


fase, é extremamente importante que sejam coletadas o maior número de
informações possíveis a respeito do sinistro, de modo a direcionar o despacho dos
recursos às necessidades da ocorrência.

Ressalta-se que, de modo geral, incidentes que envolvam veículos com 4 (quatro)
ou mais rodas devem ser atendidos por recursos capazes de realizar tanto o
atendimento pré-hospitalar quanto o gerenciamento dos riscos e as ações
específicas do Salvamento Veicular. Um exemplo de recurso para esse tipo de
ocorrência é o de trem de socorro, que deve ser empenhado com a seguinte
composição: UR + ABT + AS ou UR + ABS.

As fases anteriores ocorrem antes da chegada dos militares na cena. Já a fase da


Resposta se inicia com a chegada das guarnições e consiste na solução da
ocorrência, é o atendimento propriamente dito. Nessa fase, nas ocorrências de
salvamento veicular, ocorrerão as ações de assunção do comando das operações,
dimensionamento da cena, estabilização, criação de acesso, desencarceramento,
extração e, por fim, ações para a manutenção da segurança da cena e coleta de
dados para a elaboração do Relatório.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 94

Como última etapa, tem-se a fase de Finalização. Ela consiste na desmobilização


dos recursos empregados e seu consequente retorno às condições de novo
emprego. Além disso, é nessa fase que deve ser realizado o debriefing, no qual são
pontuadas as ações corretas e incorretas realizadas durante toda a ocorrência de
maneira a subsidiar futuros treinamentos das equipes (SANTA CATARINA. p. 167,
2019).

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8 FASES DO ATENDIMENTO 95

Figura 92 - Fases do atendimento

Fonte: elaborado pelos autores

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 96

9 PREPARAÇÃO

Um desfecho positivo nas ações de salvamento veicular exige que a equipe


interventora tenha um bom preparo prévio à ocorrência do sinistro. Tal preparação
se inicia com as seguintes condutas:

9.1 Recebimento do Serviço

No ato de recebimento do serviço, estender uma lona ao solo posicionando todas as


FEAs sobre ela. Deverá então ser verificada pela guarnição de salvamento toda a
logística relacionada à atividade de Salvamento Veicular e, partir daí, adotar as
seguintes condutas:

Figura 93 - Palco de ferramentas

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

a) conferir o aspecto visual das FEAs, como limpeza, lubrificação, estado dos
tirantes dos calços de estabilização de veículos, catracas, bem como
elementos e componentes dos materiais;
b) equipado com luvas de salvamento ou vaqueta, capacete e óculos de
proteção, conferir o conjunto desencarcerador a combustão, verificando o
nível de fluído hidráulico da motobomba;

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9 PREPARAÇÃO 97

Figura 94 - Verificação do nível de fluido hidráulico da motobomba

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

c) verificar o estado geral do conjunto motobomba, mangueiras e ferramentas,


observando o aspecto visual, limpeza, acondicionamento na viatura, ajustes
de parafusos e lubrificação das lâminas;
d) verificar o nível de combustível e completar, se necessário;

Figura 95 - Verificação do nível de combustível da motobomba

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

e) verificar o nível de óleo lubrificante do motor a combustão, de acordo com o


manual do fabricante, e completar se for necessário. É importante que seja

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 98

realizado o controle das trocas de óleo do motor em etiqueta própria, livro ou


planilha, de forma que não seja excedido o período de 6 meses entre cada
troca;

Figura 96 - Verificação do nível de óleo lubrificante do motor

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

d) verificar o nível de fluido hidráulico do conjunto e, estando abaixo do


recomendado pelo fabricante, deverá ser completado. É importante que seja
realizado o controle das trocas de fluido hidráulico em etiqueta própria, livro
ou planilha, de forma que não seja excedido o período de 12 meses entre
cada troca;

Importante: atentar para que as ferramentas hidráulicas funcionem com o fluido


hidráulico presente no recipiente do conjunto motobomba e, quando totalmente
estendidos/abertos, podem dar a falsa medição de que o fluido está abaixo do

Instrução Técnica Operacional 34 - Salvamento Veicular (62967290) SEI 1400.01.0025751/2022-03 / pg. 100
9 PREPARAÇÃO 99

recomendado. Ou seja, para verificação do nível de fluido hidráulico do conjunto, as


ferramentas deverão estar fechadas.

Recomenda-se manter na posição ABERTA a válvula de alívio do recipiente de fluido


hidráulico, quando houver.

Figura 97 - Válvula de alívio do recipiente de fluido hidráulico

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

e) após as citadas verificações, conectar as mangueiras ao conjunto e suas


respectivas ferramentas, dar partida no motor a combustão e acionar os
componentes para uma abertura total;
f) para guardar os acessórios, não os feche completamente para evitar que
sejam mantidos em uma posição com acúmulo de pressão e,
consequentemente, ocasionar a diminuição de sua vida útil;

Alargador, Combinada e Cortador de Pedal: deixar uma abertura de


aproximadamente 1 centímetro entre as ponteiras.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 100

Figura 98 - Posições recomendadas de acondicionamento para a ferramenta extensora/combinada


e cortador de pedal hidráulicos

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

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9 PREPARAÇÃO 101

Extensor: deixar uma distância de aproximadamente 1 centímetro do cilindro


estendido.

Figura 99 - Posição recomendada de acondicionamento do extensor hidráulico

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

Cortador: deixar lâminas em uma posição que mantenha as pontas protegidas.

Figura 100 - Posição recomendada de acondicionamento para o cortador hidráulico

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

g) para cessar o funcionamento do motor, deve-se desligá-lo fechando o fluxo


de gasolina, para que seja consumido o combustível residual presente
no

Instrução Técnica Operacional 34 - Salvamento Veicular (62967290) SEI 1400.01.0025751/2022-03 / pg. 103
ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 102

carburador e nas mangueiras. Quando o motor parar, deve ser desligada a


chave elétrica;
h) após desligada a motobomba, deve-se desconectar as mangueiras
hidráulicas e ferramentas, voltando a acondicionar todo o conjunto em sua
respectiva viatura, de forma adequada para que não se movimentem durante
os deslocamentos.

Figura 101 - Acondicionamento da motobomba na viatura

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

9.1.1 Ferramentas de desencarceramento a bateria:

a) verificar o estado geral da(s) ferramenta(s) e bateria(s), tais como: aspecto


visual, limpeza, integridade e boa fixação das alças de transporte;
b) se a bateria estiver quebrada, com estufamento ou apresentando vazamento,
não permitir sua utilização e anunciar de imediato ao chefe de serviço, para
providências;
c) verificar o nível de carga de todas as baterias (caso disponham de teste de
nível incluso).

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9 PREPARAÇÃO 103

Figura 102 - Verificação do nível de carga nas baterias

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

d) se o nível não estiver satisfatório, carregar as baterias de acordo com o


manual do fabricante.
e) montar a bateria na ferramenta, ligá-la e proceder uma abertura completa e o
fechamento, devendo ser observadas as mesmas recomendações
repassadas para as ferramentas dos conjuntos a combustão, para que não
sejam guardadas com pressão sobre seus componentes;

Alargador e Combinada: deixar uma abertura de aproximadamente 1 centímetro


entre as ponteiras;

Figura 103 - Posição recomendada de acondicionamento do alargador

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 104

Extensor: deixar uma distância de aproximadamente 1 centímetro do cilindro


estendido.

Figura 104 - Posição recomendada de acondicionamento do extensor

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

Cortador: deixar as lâminas em uma posição que mantenha as pontas protegidas.

Figura 105 - Posição recomendada de acondicionamento do cortador

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

f) se a ferramenta dispuser de extensão para ligação direta, conectá-la e


verificar seu correto funcionamento;
g) testar LEDs e laser, caso a ferramenta disponha;

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9 PREPARAÇÃO 105

Figura 106 - Teste da iluminação da ferramenta

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

h) desligar a ferramenta e acondicionar os materiais em sua respectiva viatura. É


essencial que seja utilizado sistema de fixação próprio para as ferramentas
nos compartimentos da viatura, ou utilização de estojo, de forma a garantir
maior conservação e vida útil.

9.1.2 Serra Sabre (o militar que estiver recebendo deverá estar equipado com
luvas de salvamento ou vaqueta e óculos de proteção):

a) verificar o estado geral da ferramenta, bateria(s), e lâmina(s), aspecto visual,


limpeza e acondicionamento na viatura;
b) se a bateria estiver quebrada, com estufamento ou apresentando vazamento,
não permitir sua utilização e anunciar de imediato ao Chefe de Serviço, para
providências;
c) verificar o nível de carga de todas as baterias (caso disponham de teste de
nível incluso);
d) se o nível não estiver satisfatório, carregar as baterias de acordo com o
manual do fabricante;

Instrução Técnica Operacional 34 - Salvamento Veicular (62967290) SEI 1400.01.0025751/2022-03 / pg. 107
ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 106

Figura 107 - Recebimento da Serra Sabre

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Figura 108 - Verificação do nível de carga das baterias

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

e) verificar se as lâminas estão alinhadas e com os dentes em boas condições


de corte. Se for o caso, fazer a substituição;
f) acoplar a lâmina com a ferramenta sem a bateria. Montar a bateria na
ferramenta, ligá-la e acionar o gatilho, verificando seu correto funcionamento;
g) retirar a bateria e posteriormente a lâmina, acondicionando a ferramenta em
sua respectiva viatura.

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9 PREPARAÇÃO 107

Figura 109 - Verificação do funcionamento da Serra Sabre

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

9.1.3 Demais informações

Conferir os demais materiais que podem ser necessários em um atendimento a


ocorrência de Salvamento Veicular.

Os materiais devem ser mantidos organizados e em local de fácil acesso e


visualização nas viaturas.

Figura 110 - Organização e acondicionamento dos demais materiais

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Instrução Técnica Operacional 34 - Salvamento Veicular (62967290) SEI 1400.01.0025751/2022-03 / pg. 109
ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 108

Deve-se direcionar para o setor de manutenções sempre que for necessário ou se


for detectada alguma alteração no funcionamento dos materiais ou equipamentos.

A rotina e os procedimentos para checagem de qualquer equipamento podem ser


alterados, desde que haja orientação específica constante no manual do fabricante.

A segurança dos recursos materiais também constitui item fundamental,


principalmente durante o deslocamento das viaturas. Eles devem estar bem
acondicionados de forma a não sofrerem danos. Por fim, reforça-se que a boa
conservação dos materiais é de responsabilidade dos integrantes da guarnição.

Recomenda-se que todas as FEAs estejam devidamente identificadas pelas


unidades às quais pertencem, para que não haja dificuldades quando da
desmobilização em atendimentos conjuntos com equipes de diferentes unidades BM
ou organizações.

9.2 Treinamento

Conhecer cada FEA é obrigação dos integrantes da guarnição. Portanto, o bombeiro


deve ter pleno conhecimento sobre a aplicabilidade de cada ferramenta,
equipamento ou acessório, inclusive suas capacidades de carga e limitações de uso.
Como cada marca e modelo de equipamento possui características distintas, é
fundamental que sejam feitas instruções pela equipe em serviço, com base nesta
ITO e nos manuais dos fabricantes.

Para uma abordagem rápida e integrada no atendimento a um evento adverso, é


indispensável que o posicionamento dos recursos materiais em uma viatura seja de
conhecimento de todos e de fácil visualização.

Sugere-se que, sempre que possível, as unidades tenham acesso a sucatas de


veículos para realização de treinamentos, tanto nos quartéis quanto em pátios e
depósitos tipo ferro-velho.

As unidades deverão manter contatos regionais com DETRAN, Secretarias de


Gestão Logística Municipal (veículos públicos descarregados), Polícia Rodoviária

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 108

Federal,

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9 PREPARAÇÃO 109

Seguradoras e empresas do segmento de sucata, para viabilização de acesso a


veículos para treinamentos de desencarceramento.

É importante destacar que só com planejamento e treinamento será possível


otimizar as operações. Cada integrante da equipe de serviço deverá ser bem
treinado para que possa desenvolver suas ações de maneira integrada, com
segurança e eficiência, no menor tempo possível.

Como exemplo de tipos de treinamento, pode-se destacar a realização de


simulacros, simulados e estudos de caso, que são testes de prontidão plausíveis
para que, com as situações hipotéticas apresentadas, a equipe de serviço possa
resolvê-las em um ambiente controlado e com possibilidade de feedback,
alcançando performance satisfatória em ocorrências reais.

9.3 Instruções diárias:

a) as instruções devem ser ministradas preferencialmente por militares


capacitados nos Cursos de Salvamento Veicular – CSV;
b) devem ser planejadas com antecedência, com duração entre 2 e 4 horas.
Esse planejamento deve ser de acordo com os CBU/Chefe de Serviço,
seguindo orientação do Comando de Companhia de cada Unidade;
c) as técnicas e os procedimentos a serem vistos deverão ser baseados em
literatura técnica consolidada sobre o assunto;
d) devem ser realizadas com a observância à utilização dos EPIs adequados e
demais cuidados com a segurança;
e) observe as condições climáticas e o esforço despendido pelos militares,
prezando por garantir adequada hidratação dos participantes,
preferencialmente com bebidas repositoras isotônicas;
f) devem ser trabalhadas as competências, habilidades e atitudes necessárias
de forma individual e coletiva, proporcionando a melhoria na qualidade de
realização de tarefas e integração entre os bombeiros, com reconhecimento
da liderança, confiança mútua e fluidez para os atendimentos.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 110

9.4 Recursos complementares para apoio

As unidades deverão possuir planos de contingência, disponíveis na SOU das


unidades, para quando for necessário apoio com:

a) guinchos;
b) pranchas;
c) caminhão munck;
d) maquinário pesado;
e) acionamento de sistema de saúde local para ocorrência com múltiplas vítimas;
f) outros recursos adicionais de apoio.

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10 ATENDIMENTO COBOM/RADIOPERADOR 111

10 ATENDIMENTO COBOM/RADIOPERADOR

A maior parte das solicitações para atendimento de ocorrências envolvendo sinistros


de trânsito chegam por meio do tridígito de emergência 193. A chamada
normalmente é realizada por alguém que presenciou o fato ou até mesmo pela
vítima, dependendo do seu quadro de saúde e o grau de encarceramento.

A triagem da solicitação é uma etapa fundamental no levantamento de informações


úteis para as equipes empenhadas. Com base no histórico colhido pelo telefonista /
despachante/radioperador é que as guarnições iniciam o planejamento, ainda que
mental, para a execução dos trabalhos.

Após o acionamento da guarnição para deslocamento até a ocorrência, é


recomendado que a Gu BM que estiver empenhada/CBU/telefonista da unidade,
façam contato(s) com o(s) solicitante(s) para obter mais informações como:
localização exata (GPS), fotos/vídeos da situação, marca e modelo dos veículos,
quantidade de vítimas e lesões visíveis etc.

Além disso, é importante que sejam repassadas orientações sobre procedimentos


de segurança que podem ser adotados antes da chegada dos bombeiros.

Considerando o cenário complexo de uma ocorrência de Salvamento Veicular e os


riscos envolvidos no local, é de suma importância o empenho do comboio de
viaturas. Para toda ocorrência com sinistro de trânsito em que a vítima esteja no
interior do veículo (independentemente do grau de encarceramento), deve ser
empenhada, além de outros recursos, a Guarnição de Salvamento. Tal necessidade
se dá pelo fato de que, para uma extração adequada da vítima, com o mínimo
possível de movimentações, é fundamental que seja realizada a estabilização do
veículo e aplicadas técnicas de criação de acesso e de espaço interno.

Seguem as viaturas que se recomenda que sejam empenhadas no caso de um


sinistro de trânsito com vítima no interior ou sob o veículo:

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 112

a) viatura de Salvamento (com desencarcerador);


b) viatura de Auto Comando de Área (ACA);
c) viatura para Prevenção e\ou Combate a Incêndio (ABT\ABTS\ABS);
d) viatura de Unidade de Resgate (UR);
e) acionamento, via COPOM, de Viatura Policial;
f) recursos complementares (caso necessário).

Dessa forma, a atuação conjunta das equipes minimiza os riscos e potencializa o


sucesso da operação.

Quando o despachante, Coordenador do COBOM ou as guarnições empenhadas


entenderem que é necessário o apoio do atendimento aeromédico, deve-se solicitar
apoio do BOA, cujas condições de empenho estão previstas na ITO - 19.

Durante a etapa de triagem, em ocorrências de Salvamento Veicular, devem ser


levantados pelo teleatendente as seguintes informações:

Sobre o local:

a) tipo de incidente (colisão, capotamento, choque, engavetamento, outros);


b) riscos no local (perigo de explosão, fogo, choque elétrico, produtos perigosos,
outros);
c) local exato do fato (quilometragem, pontos de referência, localização para
GPS etc.);
d) terreno em que se encontram os veículos (asfalto, terra, declividade, sobre a
pista de rolamento, fora da pista, obstáculos etc.).

Sobre a(s) vítima(s):

a) quantidade de vítimas no local;


b) posição da(s) vítima(s) em relação ao veículo (motorista, passageiro, banco
de trás etc.);
c) nível de encarceramento da(s) vítima(s): retida, tipo físico I, tipo físico II;
d) se houve vítima(s) ejetada(s) do(s) veículo(s);

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10 ATENDIMENTO COBOM/RADIOPERADOR 113

e) lesões visíveis;
f) outras informações relevantes.

Sobre o(s) veículo(s):

a) tipo(s) de veículo(s) (carro de passeio, caminhonete, caminhão, acoplado),


marca, modelo e placa;
b) posição em que o veículo se encontra (tombado sobre o lado do motorista,
tombado sobre o lado do passageiro, sobre as 4 rodas, sobre o teto,
suspenso etc.);
c) quantidade de veículos envolvidos no incidente;
d) se há carga (o que é) ou produtos perigosos nos veículos;
e) se há veículo híbrido ou elétrico;
f) outras informações relevantes.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 114

11 DESLOCAMENTO/POSICIONAMENTO DE VIATURA

Antes de iniciar o deslocamento, os militares deverão se equipar com botas e roupas


de proteção, exceção que pode ser feita ao condutor da viatura, se ele julgar que o
EPI pode comprometer sua destreza e capacidade de condução do veículo. Não é
recomendado o deslocamento com uso de capacete no interior das viaturas, pois
tanto os capacetes de salvamento quanto os de combate a incêndio estrutural não
foram feitos para dar proteção em caso de sinistros de trânsito, podendo até mesmo
interferir nos mecanismos de segurança passiva dimensionados para o veículo.

Outra recomendação é que os capacetes, ou outras ferramentas, não sejam


transportados de forma solta na cabine, para evitar que sejam lançados de forma
descontrolada sobre os ocupantes da viatura em caso de algum incidente.

11.1 Deslocamento para a ocorrência

Durante o deslocamento, o Comandante da Operação deverá alinhar orientações


prévias sobre a montagem do palco de ferramentas, bem como para a sinalização
do local, designando bombeiros da(s) equipe(s) para essas tarefas.

O deslocamento caracteriza-se pela saída da viatura, ou comboio, da unidade do


Corpo de Bombeiros até a sua chegada ao local da ocorrência, devendo a equipe:

a) observar as normas do Código de Trânsito Brasileiro - CTB, bem como as


prescrições do Manual de Gerenciamento de Frota e ITO - 01/2015 ambos do
CBMMG;
b) nos casos de emergência real, deslocar em código 3 (sirenes e sinais
luminosos acionados);
c) deslocar com segurança e utilizando-se sempre da direção defensiva durante
o trajeto;
d) caso haja grande quantidade de pessoas (não envolvidas na operação) no
local da ocorrência, a viatura ou comboio deve se aproximar com sinais
sonoros e luminosos ligados para evitar acidentes. Em seguida, providenciar
a retirada de todas as pessoas que não estejam diretamente envolvidas no
atendimento. É

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11 DESLOCAMENTO/POSICIONAMENTO DE VIATURA 115

recomendado solicitar o isolamento à(s) equipe(s) PM da forma mais objetiva


quanto possível (metragem do isolamento, ou com base nas referências do
próprio cenário).

11.2 Posicionamento de Viaturas e Isolamento

Na chegada ao local da ocorrência, os seguintes aspectos devem ser considerados


para o posicionamento das viaturas:

a) estacionar a 45° em relação à pista de rolamento, de preferência no sentido


do fluxo onde ocorreu o incidente, servindo como barreira de sacrifício para
todos que estão na cena;
b) ligar todos os sinais luminosos para auxiliar na sinalização do local;
c) estacionar de maneira a garantir uma rápida saída da cena;
d) atentar para não bloquear totalmente a pista de rolamento, impedindo a
chegada de recursos auxiliares;
e) estacionar as viaturas de Salvamento e Socorro, preferencialmente, na zona
morna (a viatura pode auxiliar na sinalização, isolamento, iluminação, ponto
de ancoragem, fácil acesso a materiais adicionais, ponto elevado de
observação etc.);
f) estacionar a Unidade de Resgate - UR preferencialmente na zona fria, em
posição que esteja protegida pela barreira de sacrifício, já no sentido de saída
do local;
g) havendo necessidade, por critérios de segurança, interditar totalmente o fluxo
de veículos durante as operações;
h) sinalizar a via utilizando cones e fita zebrada, se necessário;
i) tratando-se de incidentes envolvendo Produtos Perigosos, adotar medidas de
isolamento de acordo com as recomendações da ITO – 28 e ITO – 10.

Para a sinalização, devem ser observados critérios como declividade da pista,


condições climáticas e outras situações, podendo aumentar a distância de
sinalização ou até colocar um militar para sinalizar a via em local seguro. Outros
órgãos, tais como: Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Guarda Municipal,
organismos de

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 116

fiscalização municipal de trânsito e concessionárias de rodovias poderão apoiar nas


ações de isolamento e sinalização.

A Tabela 1 ilustra as referências que podem ser adotadas para a sinalização da via,
conforme o apêndice 07 da ITO - 23:

Tabela 1 – Referências para sinalização

Fonte: Apêndice 07 da ITO - 23 / 3ª edição 2021

É importante ressaltar que a tabela não é uma informação rígida e apenas serve
para nortear as ações de sinalização, devendo a guarnição no local avaliar a melhor
forma de sinalização, conforme o cenário.

Em descidas de serras, a título de exemplo, é importante que a sinalização seja


mais próxima possível do início da declividade, devido a eventual dificuldade de
frenagem para veículos pesados, situação que põe em risco não apenas os
envolvidos no atendimento, mas também os veículos que param ou reduzem a
velocidade em razão do incidente.

A Figura 111 a seguir ilustra a recomendação sobre o posicionamento da viatura a


ser utilizada como barreira de sacrifício:

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11 DESLOCAMENTO/POSICIONAMENTO DE VIATURA 117

Figura 111 - Posicionamento da viatura na cena

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 118

12 ORGANIZAÇÃO DAS ZONAS DE TRABALHO

Devido aos riscos existentes nas ocorrências de Salvamento Veicular, a cena deve
ser organizada em zonas específicas de trabalho, visando à segurança e
organização do local do atendimento. Essas zonas são divididas em zona quente,
zona morna e zona fria, conforme nível de exposição aos riscos.

Figura 112 - Organização da cena em zonas de trabalho

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

12.1 Zona Quente

Área de acesso restrito àqueles que atuam diretamente no cenário onde se


encontram os veículos envolvidos, demarcada apenas de forma visual, não
utilizando materiais para delimitação física. A permanência nessa área é restrita aos
bombeiros e àqueles que o Comandante da Operação julgar necessário. Devido aos
riscos existentes, a permanência nessa zona é, muitas vezes, condicionada ao uso
de EPIs apropriados à atividade de Salvamento Veicular.

12.2 Zona Morna

Delimitada a partir da zona quente, a zona morna é balizada com barreiras físicas,
como cones e fita zebrada. Assim, o balizamento é realizado entre a zona morna e a
zona fria, englobando também áreas específicas das operações de Salvamento

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12 ORGANIZAÇÃO DAS ZONAS DE TRABALHO 119

Veicular, como o palco de ferramentas e área de descarte. A permanência nessa


área é restrita aos bombeiros e àqueles que o Comandante da Operação julgar
necessário.

12.3 Zona Fria

Delimitada a partir da zona morna, demarcada por barreiras físicas, como cones e
fitas zebradas. Nessa área ficam outros recursos operacionais como guinchos,
guindastes, viaturas policiais, viaturas da Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e
outros recursos em espera. A depender da complexidade do atendimento, é na zona
fria que poderão ser posicionadas as áreas e instalações padronizadas previstas no
SCO: Posto de Comando, Área de Espera, Área de Concentração de Vítimas. É
considerada uma zona segura e de livre acesso aos envolvidos na operação.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 120

13 PALCO DE FERRAMENTAS E ÁREA DE DESCARTE

São as áreas padronizadas definidas para a melhor organização do cenário, tanto a


logística das equipes de bombeiros quanto os materiais retirados do veículo.

13.1 Palco de ferramentas

O palco de ferramentas é o local delimitado, preferencialmente por uma lona


resistente, onde são acondicionados todos os equipamentos, ferramentas e
acessórios que se julgar necessário para o atendimento da ocorrência, para
organização, segurança e acesso facilitado para a guarnição.

Figura 113 - Palco de ferramentas

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Deve ser montado preferencialmente na zona morna, no limite entre a zona morna e
a zona quente e próximo ao(s) veículo(s) acidentado(s), onde se concentrarem os
trabalhos, de modo a facilitar a mobilidade para execução das manobras de
Salvamento Veicular.

As ferramentas, equipamentos e acessórios alocados no palco de ferramentas são


retirados de lá para emprego no atendimento e devem retornar após o uso. Ao final
do atendimento da ocorrência, todos os materiais deverão ser reposicionados no
palco de ferramentas para conferência, verificação do funcionamento e
desmobilização.

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13 PALCO DE FERRAMENTAS E ÁREA DE DESCARTE 121

13.2 Área de descarte

Trata-se de um espaço destinado ao depósito de materiais inservíveis que foram


retirados dos veículos, como vidros, ferragens, estruturas plásticas e metálicas,
peças diversas, forros etc.

O posicionamento dessa área deve ser avaliado de modo a não prejudicar a


mobilidade da guarnição durante o atendimento. Por isso, a determinação do local
deverá ocorrer, preferencialmente, após a avaliação do cenário e definição do Plano
de Ação pelo Comandante da Operação.

Figura 114 - Área de descarte

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 122

14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS

A avaliação da cena é um processo permanente e contínuo em qualquer ocorrência,


que se inicia no momento do acionamento e só se conclui após a desmobilização.
Porém, quando da chegada das equipes em cena, a primeira avaliação constitui o
esforço principal da operação.

14.1 O que identificar:

Saber quais são os potenciais riscos na cena é fundamental para identificar as


melhores estratégias e potenciais ameaças para os interventores e a vítima.

14.1.1 Cinemática e características do sinistro

Para uma correta avaliação da logística a ser empregada na ocorrência, bem como
das técnicas de Salvamento Veicular a serem utilizadas, deve-se verificar o que
ocorreu, de forma breve, pela simples observação ou através de relatos de
populares que testemunharam os fatos.

14.1.2 Riscos e Ameaças na Cena

Identificar as ameaças que resultam em riscos para o atendimento à ocorrência e


adotar os devidos procedimentos de segurança. Dentre as principais ameaças estão:

a) trânsito (tráfego, velocidade, tipo de pista etc.);


b) instabilidade do(s) veículo(s);
c) incêndio/explosão;
d) produtos perigosos (área atingida, direção do vento etc.);
e) energia elétrica;
f) grandes cargas;
g) árvores, postes, placas;
h) ferragens expostas;
i) vidros;

Instrução Técnica Operacional 34 - Salvamento Veicular (62967290) SEI 1400.01.0025751/2022-03 / pg. 125
14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 123

j) sistemas de segurança passiva (airbags, pré-tensionadores do cinto de


segurança, ROPS, WHIPS);
k) presença de populares nas imediações.

14.1.3 Número de vítimas e estado aparente

O estado da(s) vítima(s) e as informações obtidas nessa fase são importantes para
designar as respectivas equipes e, se necessário, solicitar recursos adicionais como
apoio de helicóptero, USA ou mais ambulâncias. Algumas informações relevantes a
serem consideradas são:

a) localização;
b) grau de encarceramento (retida, tipo físico I, tipo físico II);
c) qual (quais) vítima(s) e quais as melhores vias de acesso e extração;
d) considerar as possibilidades de ejeção de passageiros do veículo, retirada por
terceiros ou até mesmo evasão da vítima do local.

14.1.4 Recursos Operacionais

Verificar a necessidade e a disponibilidade dos recursos existentes e, se necessário,


pedir reforço(s) como:

a) outras GU BM;
b) apoio policial;
c) aeronave ou RPA (drone);
d) CEMIG;
e) concessionária de rodovia;
f) guinchos;
g) maquinário pesado.

14.1.5 Entrar em contato com o COBOM/SOU

Quando possível, o Comandante da Operação deve repassar de forma objetiva um


panorama da Avaliação da Cena ao COBOM/SOU.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 124

14.2 Avaliação 360º

A avaliação em 360º deve ser realizada criteriosamente pelo Comandante da


Operação e pelos demais militares no que compete às suas atribuições na
ocorrência. A avaliação compreende todo o entorno do local da ocorrência, levando-
se em consideração os riscos potenciais e as ameaças no teatro de operações. De
forma didática, pode-se dizer que se divide nos círculos interno e externo.

14.2.1 Círculo interno

É a avaliação do perímetro interno, que se refere ao interior, abaixo e próximo aos


veículos acidentados. São verificados aspectos como a instabilidade do(s)
veículo(s), o tipo de combustível e a existência de vazamentos, rede elétrica, número
e estado aparente das vítimas, dentre outros.

14.2.2 Círculo externo:

A avaliação do perímetro externo deve ser realizada na área em torno da zona


quente. O raio de avaliação dependerá das proporções dos efeitos do sinistro.
Verifica-se a presença de produtos perigosos, obstáculos, vazamentos de
combustível, princípios de incêndio, rede elétrica danificada, vítimas adicionais,
colhe-se informações com testemunhas ou pessoas envolvidas, entre outros.

Deve-se ter especial atenção quando o local envolver ribanceiras, pontes, lagos,
rios, ambiente com vegetação e outros fatores que possam dificultar a localização de
veículos e vítimas. Nessas situações, o círculo externo pode até mesmo ser
realizado novamente por equipes que chegarem em apoio, como a RPA (drone), ou
após o atendimento ao cenário principal da zona quente.

As informações repassadas por pessoas que testemunharam os fatos e pelas


próprias vítimas são essenciais para direcionar eventuais buscas. Circuitos de
câmeras de edificações próximas, câmeras de sistemas de monitoramento como
Olho-Vivo ou câmeras de concessionárias de rodovias também podem ser úteis.

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14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 125

A avaliação da cena é uma das fases que propiciam à equipe uma grande gama de
informações para o atendimento à ocorrência. Qualquer risco identificado deverá ser
verbalizado ao Comandante da Operação que, após a avaliação, dará ciência de
todos os riscos existentes à sua equipe.

14.3 Gerenciamento de Riscos

São as ações realizadas com o escopo de estabilizar a cena, tornando os riscos


mais aceitáveis e a operação relativamente segura.

Para tanto, os seguintes aspectos devem ser observados:

a) a segurança da equipe de salvamento é a prioridade;


b) todas as ameaças da cena devem ser identificadas e comunicadas ao
Comandante da Operação;
c) devem ser adotadas medidas de neutralização ou mitigação sobre todos os
riscos;
d) o ideal é que se trabalhe na cena somente quando as ameaças forem
identificadas, comunicadas e gerenciadas;
e) o ambiente de um incidente é dinâmico e novos riscos podem surgir e afetar a
segurança da cena.

Entre as medidas de redução de riscos e prevenção de acidentes destacam-se:

a) preparo físico, psicológico e técnico adequado dos bombeiros;


b) treinamento efetivo das equipes;
c) isolamento e sinalização adequados na área da ocorrência;
d) boa avaliação e gerenciamento dos riscos;
e) uso correto dos EPIs;
f) controle das atividades;
g) técnicas de salvamento bem empregadas;
h) uso adequado das comunicações;
i) emissão de alertas de segurança, quando necessário;
j) designação do oficial de segurança, sempre que necessário.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 126

14.3.1 Principais Ameaças

Conforme citado anteriormente, existe uma gama de ameaças às operações,


veremos a seguir as principais delas.

14.3.1.1 Ausência ou uso incorreto de EPI

Todos os bombeiros envolvidos na ocorrência deverão utilizar o EPI completo de


forma adequada, sobretudo se o militar estiver trabalhando na zona quente. Cabe ao
Comandante da Operação, ou Oficial de Segurança designado, fiscalizar tal
procedimento.

Há casos em que profissionais de Atendimento Pré-Hospitalar do Serviço de


Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou concessionárias de rodovias,
excepcionalmente, poderão acessar a zona quente sem o EPI previsto para o
Salvamento Veicular. Assim, deve o Comandante da Operação criar maneiras para
minimizar o risco de acidentes, como colocar proteção de quinas nas ferragens
expostas e vidros, empréstimo de EPIs e repasse de orientações para a segurança
dos socorristas.

Importante observar que os bombeiros que compõem a GU de UR e o próprio


Comandante da Operação deverão estar com o EPI completo para atuarem na zona
quente.

14.3.1.2 Tráfego

O tráfego de veículos é uma ameaça comum que pode ser mitigada com a devida
sinalização do local.

14.3.1.3 Presença de populares na cena

Deve-se realizar o isolamento do local do incidente com alguma barreira física,


incluindo o uso de fitas zebradas, cones, cavaletes, cordas e demais objetos que
possam sinalizar e isolar a área do incidente. O isolamento pode ser realizado pelos

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14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 127

bombeiros envolvidos na ocorrência devidamente designados para tal função, por


autoridades policiais, guarda municipal, órgãos municipais de trânsito ou serviços de
pista de concessionárias de rodovias que estiverem atuando na ocorrência.

14.3.1.4 Baterias

As baterias devem ser desconectadas, preferencialmente após a utilização de


comandos elétricos do próprio veículo que possam facilitar a criação de acessos e
ganho de espaço para atuação.

Para desativar a bateria deve-se localizá-la, criar o acesso necessário e desconectar


primeiro o cabo do polo negativo, evitando assim que sejam produzidas centelhas.
Uma vez desconectado o polo negativo, pode-se desconectar o cabo do polo
positivo. Também é eficiente o corte duplo dos cabos, também na mesma ordem,
caso a desconexão se mostre demorada ou inviável. O cenário ideal é a retirada da
bateria e levá-la para a área de descarte. Em algumas situações, a bateria pode ficar
inacessível para os bombeiros. Dessa forma, todos devem estar cientes de que os
trabalhos de desencarceramento e extração da vítima serão realizados mesmo com
o risco ativo, recomendando-se ligar o pisca-alerta do veículo para melhor sinalizar o
risco a todos.

Figura 115 - Desligamento do polo negativo da bateria.

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 128

14.3.1.5 Veículo híbrido ou elétrico

Um dos principais riscos relacionados a esses veículos é o fato de o motor elétrico,


mesmo ativo, emitir ruído quase inaudível quando o veículo está parado. Nessa
circunstância, pode haver alguma movimentação do veículo de forma inesperada.
Assim, a sequência de ações para gerenciamento dos riscos relacionados consiste
em identificar, imobilizar e desligar o veículo.

A principal forma de identificar o veículo é por meio de símbolos dispostos sobre a


tampa do motor ou na parte externa da lataria.

Figura 116 - Veículo motor elétrico

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Pode ser identificado também pela presença de cabos de alta voltagem, que são,
por padrão, na cor laranja.

Para imobilizar o veículo, deve-se acionar o freio de estacionamento e posicionar a


seletora de marchas na posição "P" de Park, uma vez que todos os veículos híbridos
e elétricos possuem câmbio automático. Os demais procedimentos para
estabilização do veículo sobre as quatro rodas permanecem os mesmos dos
convencionais, atenção especial para o posicionamento das escoras estabilizadoras,
quando o veículo não estiver sobre suas quatro rodas, pelo risco de se esmagar os
cabos de alta voltagem (laranja) contra a carroceria do veículo, tais cabos
geralmente passam pelo assoalho do automóvel.

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14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 129

Para se garantir o desligamento do veículo, no caso dos que possuem chave


convencional, basta desligá-la, girando-a para a posição off. Muitos desses veículos,
possuem chaves do tipo presença, com botões para acionamento. Nesses casos, se
faz necessário, posicionar a chave no mínimo a 5 metros do automóvel, caso ela
seja localizada no interior do veículo. Para o caso de não ser possível localizá-la, a
simples desconexão do cabo negativo da bateria de baixa voltagem garantirá o
desligamento do veículo.

Figura 117 - Cabos de alta voltagem

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 130

Outro grave risco é a possibilidade de choque elétrico em contato com esses cabos
energizados. A forma correta de lidar com esse risco é evitar manobras de
desencarceramento onde houver passagem dos cabos.

A maioria dos veículos possui dispositivos de desconexão manual das baterias de


alta tensão (plugs de serviço), mas nem todos são recomendados para equipes de
resposta a emergências. A utilização desses plugs deve seguir a orientação das
montadoras, além da correta utilização de EPIs para trabalho com alta tensão (luvas
com isolação mínima de 1.000 V e viseira especial). Ressalta-se ainda, que a
desconexão das baterias de alta voltagem não resultará em sua descarga (NFPA,
2018).
Figura 118 - Plug de serviço

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 131

Destaca-se que, mesmo após o procedimento de segurança, o sistema de alta


tensão pode permanecer energizado por até 10 minutos, devido à existência de
capacitores, período em que deve se manter elevado o grau de atenção e cuidado
por parte da guarnição de salvamento quanto ao risco de choque elétrico.

Figura 119 - Sistema de alta tensão desativado

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

14.3.1.6 Produtos perigosos

Caso o cenário envolva produtos perigosos, deverão ser adotadas medidas


previstas na ITO - 28 - SEÇÃO 5 – GENERALIDADES E PRIMEIRAS
GUARNIÇÕES NO LOCAL.

Figura 120 - Atendimento a ocorrências com Produtos Perigosos

Fonte: CBMMG, ITO 28. 1ª Edição 2020

Instrução Técnica Operacional 34 - Salvamento Veicular (62967290) SEI 1400.01.0025751/2022-03 / pg. 134
ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 132

14.3.1.7 Gás Natural Veicular (GNV)

Para identificar se o veículo possui sistema de GNV, o bombeiro pode observar a


presença de cilindro(s) de GNV, manômetro, válvula de abastecimento e chave
comutadora.

Figura 121 - GNV

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Figura 122 - Chave comutadora - GNV

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

A princípio, um vazamento de GNV é interrompido de forma automática por um dos


mecanismos de segurança instalado no registro do cilindro. Porém, se houver
detecção de algum vazamento, o isolamento e sinalização da área deverá ser de,
pelo

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14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 133

menos, 50 metros. Deverão ser utilizados EPIs para combate a incêndio estrutural e
Equipamento Autônomo de Proteção Respiratória - EAPR, montando-se linhas de
ataque para dissipar o GNV com uso de jato d’água neblinado. Não deve ser jogada
água diretamente no ponto de vazamento, pois pode ocorrer o congelamento.

Figura 123 - Veículo com sistema de GNV

Fonte: CBMDF, 2017

14.3.1.8 Vazamento de combustível

a) eliminar fontes de ignição: desligar bateria, afastar fumantes, não acionar a


motobomba do conjunto desencarcerador próximo ao vazamento, evitar o uso
de ferramentas ou equipamentos que possam gerar centelha;
b) posicionar extintores e/ou linhas preventivas, preferencialmente com o agente
extintor do tipo espuma;
c) em caso de combustível líquido: contenção, coleta ou canalização.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 134

14.3.1.9 Incêndios

Em caso de incêndio ou princípios de incêndio em ocorrências de salvamento


veicular, deve-se adotar as medidas previstas no MABOM CIURB - SEÇÃO 5 –
GENERALIDADES E PRIMEIRAS GUARNIÇÕES NO LOCAL.

Para realização da prevenção de incêndios, é recomendado deslocar para toda


ocorrência envolvendo sinistros de trânsito com veículo automotor uma viatura que
possa realizar o combate a incêndio de um veículo, podendo ser um ABS, ABT,
ABTS ou ABSR.

14.3.1.10 Rede elétrica danificada

a) ter cuidado antes mesmo de sair da viatura;


b) manter pelo menos 10 metros de distância de algum fio caído. Caso o
ambiente contenha estruturas com boa condutibilidade (placa, cerca, guarda-
corpo, estrutura metálica, dentre outras) ou água, o isolamento deverá
abarcar esse raio de alcance;
c) estabelecer um perímetro de segurança e isolar a área;
d) sempre considerar que os fios estão energizados;
e) não mover fios caídos;
f) orientar os ocupantes do veículo que estejam conscientes sobre os
procedimentos de segurança que devem ser adotados, conforme a situação.

A intervenção em Salvamento Veicular que envolva energia elétrica somente pode


ser realizada mediante a desenergização da rede elétrica local, procedimento a ser
feito por técnicos da companhia energética local. No caso do surgimento de eventual
risco, a operação deve ser imediatamente interrompida.

14.3.1.11 Posição instável do veículo

Deve-se realizar a estabilização primária e secundária, preenchendo os espaços


vazios entre o(s) veículo(s) e o solo, bem como entre os próprios veículos ou

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14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 135

obstáculos que não possam ser removidos com facilidade. Além disso, o processo de
estabilização deve ser progressivo.

Estabilização primária: é a estabilização necessária para que os socorristas possam


acessar o interior do veículo.

Figura 124 - Estabilização primária com calços

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 136

Figura 125 - Estabilização primária com V-Strut

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Estabilização secundária: é a sequência da estabilização primária e se caracteriza


pela estabilização total do(s) veículo(s) e objetos instáveis envolvidos em um
incidente.

Figura 126 - Estabilização secundária

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 137

Estabilização progressiva: consiste na manutenção da estabilização da cena e


do(s) veículo(s) acidentado(s), devendo haver sistemática revisão, em especial
quando da realização das técnicas de desencarceramento e entrada/saída de
socorristas/vítimas do interior do(s) veículo(s).

Deve-se ter especial atenção quanto ao uso das escoras estabilizadoras, para que
não sejam posicionadas em locais onde será necessária a realização de manobras
de desencarceramento. Assim, é recomendado que só sejam aplicados com ordem
direta do Comandante da Operação, em alinhamento com o plano de ação que
estiver sendo construído para o atendimento da ocorrência.

Por vezes, a colocação do equipamento por apenas um bombeiro pode se tornar


difícil, sendo recomendado, sempre que possível, o trabalho em dupla.

Figura 127 - Estabilização

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 138

14.3.1.12 Ferragens expostas

a) ressaltar o uso dos EPIs corretos;


b) utilizar proteção flexível para a(s) vítima(s);
c) colocar uma proteção rígida entre o ponto no qual se trabalha e aqueles que
estão no interior do veículo quando atuar em determinadas partes do veículo
com ferramentas hidráulicas ou serra-sabre;
d) cobrir as ferragens com protetores de quinas vivas.

Figura 128 - Ferragens expostas

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Figura 129 - Ferragens expostas / Proteção de quinas

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 139

14.3.1.13 Vidros

a) usar máscara de proteção respiratória do tipo N-95/PFF2 e óculos de proteção;


b) utilizar proteção flexível para a(s) vítima(s);
c) fixar fita adesiva plástica própria, ou Silver Tape, no vidro antes de rompê-lo,
caso não tenha película escurecedora;

Figura 130 - Manejo de vidros temperados

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

a) ao romper vidros, evitar jogá-los no interior do automóvel;


b) emitir voz de aviso antes de romper um vidro (“Atenção, vidro!”);

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 140

Figura 131 - Manejo de vidros - “Atenção, vidro!”

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

c) após o rompimento de um vidro, não se deve utilizar as luvas diretamente


para fazer sua retirada, para evitar que pequenos fragmentos permaneçam
nas mãos e causem lesões futuramente;
d) sempre que possível, recolher os fragmentos de vidro para manter adequado
gerenciamento dos riscos no cenário.

Figura 132 - Manejo de vidros temperados

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 141

Figura 133 - Gerenciamento de riscos - Fragmentos de vidros

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

14.3.2 Sistemas de segurança do veículo

Com o avanço tecnológico os componentes de segurança também se encontram em


constante evolução. Será apresentada uma relação dos principais sistemas de
segurança existentes nos veículos atuais.

14.3.2.1 Airbags

O sistema de segurança passiva do veículo, composto, entre outros, pelo Sistema


de Restrição Suplementar (SRS), que inclui principalmente o sistema de airbags,
pode ser um risco durante o atendimento às ocorrências.

Os maiores riscos dos airbags estão relacionados às situações em que há o contato


imediato com o mecanismo de deflagração, que permanece por um breve período
em alta temperatura, e quando as bolsas não são deflagradas. Assim, durante o
atendimento existe a chance de ocorrer uma deflagração acidental com potencial de
causar lesões nos bombeiros e vítimas, bem como projetar objetos que estejam em
seu raio de alcance.

Deve-se, primeiramente, procurar por inscrições nas partes do veículo que


identificam a possível existência de um airbag (SIR, SRS, SIPS, HPS, IC etc.).

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 142

Figura 134 - Airbags

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

Mesmo se não for visualizada alguma inscrição, é de extrema importância expor as


partes internas do veículo quando houver necessidade de realização de cortes nas
colunas. A manipulação sem exposição das colunas, pode ocasionar acionamento
indesejado do airbag, bem como projetar estruturas em direção às vítimas e
bombeiros (mediante deflagração).

Figura 135 - Exposição de partes internas do veículo

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

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14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 143

Figura 136 - Partes internas do veículo

Fonte: University Of Extrication

Os procedimentos recomendados em relação aos airbags são:

a) desligar a bateria 12V, para que seja desativada a central de controle do


sistema de airbags;
b) não realizar o corte de cilindros infladores de airbags;
c) manter-se afastado e fora da área de atuação da bolsa, recomendasse:
- 30cm - airbag lateral, traseiro e joelhos;
- 60cm - airbag frontal do motorista; e
- 90cm - airbag frontal do passageiro.

Figura 137 - Airbags deflagrados

Fonte: HONDA

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 144

Figura 138 - Airbag frontal deflagrado

Fonte: Auto esporte, 2020.

Figura 139 - Airbag frontal do passageiro

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

d) não colocar objetos entre o airbag e a vítima;


e) evitar o uso de ferramentas sobre a central de controle do sistema de airbags,
ou deixar que ela seja exposta a água;
f) utilizar proteção de airbag para volantes.

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14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 145

Figura 140 - Proteção de Airbag

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

14.3.2.2 Pré-tensores do cinto de segurança

São dispositivos que atuam de forma conjunta com os airbags, reduzindo a folga que
pode existir entre o cinto de segurança e o ocupante do veículo no momento de uma
colisão. Seu funcionamento reduz a transferência da energia do impacto em uma
colisão violenta.

Os dois principais modelos são com sistemas de deflagração instalados na


extremidade da fivela do cinto ou no retrator do cinto (normalmente na base da
coluna B).

Figura 141 - Pré-tensores do cinto de segurança

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 146

Em contraste com os airbags, nenhum pré-tensor possui identificação nos painéis,


revestimentos ou bancos para localização dos dispositivos no interior do veículo. Os
pré-tensionadores podem ser localizados fisicamente quando os revestimentos
internos das colunas são removidos para inspeção visual. É importante observar que
se houver airbags frontais, haverá também pré-tensores instalados no veículo.

Figura 142 - Localização dos Pré-tensores do cinto de segurança

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

Se a vítima ainda estiver sentada e com o cinto de segurança afivelado, quando a


avaliação de riscos primária é realizada, um sinal confiável para confirmar que um
pré- tensor foi ativado é a presença de tensão no cinto, na região do ombro.

Se os airbags frontais não se deflagraram durante o acidente, pode-se considerar


que nenhum dos pré-tensores foi ativado, adotando-se as mesmas precauções
recomendadas para os airbags não utilizados.

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14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 147

Desligar a alimentação da bateria, drenar o capacitor do sistema de ar elétrico do


sistema e desativar o sistema elétrico do pré-tensor, já que seu acionamento é
pirotécnico e também ativado por meio de corrente elétrica. É importante que o cinto
de segurança do paciente seja liberado ou cortado, para reduzir o risco ao qual está
submetido decorrente do contato do indivíduo com o sistema.

As equipes de salvamento veicular devem evitar cortar ou esmagar uma unidade de


pré-tensor de cinto de segurança carregada, especialmente durante a remoção do
teto. Para fazer isso, devem antes ser localizados tais equipamentos, por meio da
exposição interna do veículo, retirando os revestimentos plásticos.

Figura 143 - Detalhamento dos pré-tensores do cinto de segurança

Fonte: IKEDA, Toshiaki, 2012.

14.3.2.3 Rollover Protection System (ROPS)

Trata-se de um recurso de segurança conhecido como ROPS, que significa sistema


de proteção em capotamentos. Essas estruturas são sistemas ocultos que
consistem em um arco escondido ou um par de suportes posicionados atrás dos
encostos de cabeça, colocados abaixo de uma tampa ou peça de acabamento
interior.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 148

O veículo com esse tipo de sistema implantado tem sensores especiais que
deflagram a barra de rolagem instantaneamente no caso de um iminente
capotamento ou tombamento. A detecção de queda livre do veículo, a elevação das
rodas fora do solo ou o excesso do ângulo predeterminado de inclinação do veículo
são todas condições que podem fazer com que o sistema seja acionado.

Sistemas de rollbar não deflagrados representam uma preocupação de segurança


para os bombeiros devido à sua localização perto da área de trabalho dos
socorristas com o paciente, particularmente aqueles que mantêm procedimentos
espinhais, podem inadvertidamente chegar muito próximos ou se manterem dentro
da zona de deflagração de um rollbar.

Durante a execução de técnicas de desencarceramento, há o risco de cortar ou


rasgar um fio, deflagrando, inesperadamente, o ROPS, caso o sistema elétrico do
veículo não tiver sido desligado.

Uma vez que os profissionais de emergência localizem quaisquer indícios de que


haja o sistema ROPS carregado em um veículo acidentado, desligar a bateria do
veículo é uma ação reforçada como prioridade. Tal procedimento minimiza as
chances de deflagração acidental. Além disso, ficar fora das zonas de alcance das
barras e suportes maximiza a segurança para o pessoal da operação e para os
pacientes.

Alguns modelos de veículos conversíveis dispõem de um interruptor central,


montado no painel de controle, que movimenta manualmente a barra do sistema
ROPS para cima, em posição bloqueada. É uma opção a se considerar em uma
cena de acidente.

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14 AVALIAÇÃO DA CENA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 149

Figura 144 – Localização do Rollover Protection System (ROPS)

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

Figura 145 - Rollover Protection System (ROPS)

Fonte: Mercedes Benz.

14.3.2.4 Whiplash Protection System (WHIPS)

Um assento equipado com WHIPS é projetado de forma que todo o encosto ajude a
proteger o pescoço do ocupante dianteiro contra o conhecido “efeito chicote” em
caso de impacto traseiro. Quando o sistema é acionado, os encostos dos bancos
dianteiros e os encostos de cabeça são rebatidos para trás para alterar a posição
sentada do motorista e do passageiro dianteiro. A energia principal é absorvida por
meio de um pivô na base do assento - mecanismo que permite que o assento se
mova em torno da articulação do quadril do ocupante enquanto se move para
trás para absorver

Instrução Técnica Operacional 34 - Salvamento Veicular (62967290) SEI 1400.01.0025751/2022-03 / pg. 152
ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 150

energia adicional. Um pedaço de metal dentro da dobradiça do encosto se deforma,


absorvendo mais energia.

O principal cuidado que deve ser tomado pelos bombeiros está relacionado ao fato
de que, após acionado o WHIPS, o banco se movimenta com maior facilidade, ao
contrário da maioria dos acidentes, em que permanece firme na posição de sua
regulagem.

Figura 146 - Whiplash Protection System (WHIPS)

Fonte: KFZ.net.

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15 DEFINIÇÃO DE PLANOS 151

15 DEFINIÇÃO DE PLANOS

É fundamental que a equipe trabalhe em consonância para alcançar os objetivos de


forma eficiente e célere, não desperdiçando energia em eventuais ações
secundárias e desnecessárias, ou até mesmo que sejam divergentes das prioridades
da ocorrência.

Esse alinhamento pode ser estabelecido com a definição clara de planos de ação,
que devem estar centrados nas condições da(s) vítima(s).

15.1 Planejamento Prévio

A definição do plano inicia-se quando a ocorrência é despachada, momento em que


o Comandante da Operação já inicia o planejamento prévio mental, com base nas
informações preliminares, possibilitando a divisão de tarefas e atribuições de
maneira inicial.

Figura 147 - Guarnição equipada em deslocamento para ocorrência

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 152

15.2 Planos de Ação/Desencarceramento

Os momentos definidos para tratar sobre os planos são chamados de reunião


tripartida, uma vez que são levados em consideração três aspectos principais:

a) Comando: Comandante da Operação;


b) APH: bombeiros da equipe de APH, ou profissionais de saúde, com
informações relacionadas ao estado da vítima e suas prioridades;
c) Técnico: bombeiros responsáveis pelas técnicas de desencarceramento.

O ideal é que a reunião seja realizada próximo ao integrante da equipe de


Resgate/SAMU, que já se encontra realizando o atendimento da vítima no interior do
veículo.

Figura 148 - Equipes em cena de ocorrência de Salvamento Veicular

Fonte: acervo GTO

Depois de estabelecidos os planos de ação, todos os militares presentes devem


saber exatamente quais serão as técnicas aplicadas para o desencarceramento
do(s) paciente(s) e como ocorrerá a extração.

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15 DEFINIÇÃO DE PLANOS 153

Os planos de desencarceramento e extração são divididos em:

plano principal: é o melhor plano a ser realizado, criando bons espaços interiores e
exteriores, que possibilitará uma extração estável e segura do paciente, mas que
acarreta maior tempo na execução. Deverá ser aplicado para pacientes estáveis.

plano emergencial: é o plano destinado à extração de vítimas críticas ou instáveis,


criando o espaço suficiente para a sua extração da forma mais segura possível, com
o tempo de execução menor. Poderá ser aplicado também em situações de risco
elevado.

O plano emergencial deverá sempre ser garantido antes de seguir com as ações do
plano principal, porque, se houver piora no quadro clínico do paciente, a extração
poderá ser feita rapidamente.

Portanto, é desejável, sempre que possível, que o plano emergencial seja uma parte
do caminho para o plano principal, proporcionando alinhamento das ações e ganho
em agilidade e esforços.

A reunião tripartida pode ocorrer mais de uma vez durante a ocorrência, conforme a
sequência do atendimento demandar, tendo em vista que todo planejamento é
dinâmico e flexível de acordo com a evolução do quadro do paciente, limitações
técnicas e logísticas, bem como os riscos existentes.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 154

16 DESENCARCERAMENTO

Existem diversas técnicas de criação de acessos e desencarceramento em uma


ocorrência de Salvamento Veicular. Para a decisão da técnica mais adequada, além
da avaliação do paciente e, com o assessoramento dos militares responsáveis pelos
procedimentos técnicos, o Comandante da Operação deve observar outros fatores
como:

a) tipo de veículo (2 portas ou 4 portas, sedan ou hatch);


b) posição do veículo;
c) obstáculos existentes internamente e externamente;
d) posição da(s) vítima(s) no interior do veículo;
e) quantidade de vítimas no interior do veículo;
f) disponibilidade/tipo de ferramentas;
g) outros fatores.

Para realização do desencarceramento, deve-se compreender as estruturas


automotivas e suas características, bem como a aplicabilidade e limitações de cada
FEA disponível no local de trabalho.

Como as ocorrências são diferentes umas das outras, não há como padronizar todas
as técnicas a serem executadas durante um atendimento.

Dessa forma, devem ser observados sempre os seguintes princípios:

simplicidade: realizar procedimentos que evitem ações complexas,


preferencialmente de forma manual como abertura de portas, movimentação de
bancos e volante, retirada de encosto de cabeça etc. Os procedimentos realizados
na ocorrência devem ser apenas os necessários para garantir a extração do(s)
paciente(s) com segurança e o mínimo de movimentos desnecessários.

agilidade: realizar as técnicas que demandam menor tempo, de acordo com as


definições dos planos de ação.

Instrução Técnica Operacional 34 - Salvamento Veicular (62967290) SEI 1400.01.0025751/2022-03 / pg. 157
16 DESENCARCERAMENTO 155

adequação: realizar a técnica que for mais apropriada para o tipo de situação.

Quanto às manobras de desencarceramento, o princípio geral a ser aplicado é


fragilizar pontos estruturais que possam criar espaços.

É imprescindível o conhecimento sobre algumas recomendações de segurança e


boas práticas:

a) manter a motobomba ligada apenas nos momentos de realizar as manobras


com ferramentas hidráulicas, para reduzir o consumo de combustível e
reduzir os ruídos durante o atendimento;
b) manter as tampas do guarda-pó sempre fechadas, para evitar sujidades e
aumentar a vida-útil dos equipamentos;

Figura 149 - Tampas do guarda-pó

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 156

c) evitar ao máximo manobras de impacto sobre o veículo. Recomendação feita


principalmente para uso das ferramentas hidráulicas;

Caso não haja espaço para seu posicionamento, existem técnicas específicas para
criação de acesso para entrada das ferramentas.

Figura 150 - Criação de acesso para ferramenta hidráulica

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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16 DESENCARCERAMENTO 157

d) para intervenção com ferramenta hidráulica nas colunas ou demais partes


estruturais próximas aos vidros temperados, sempre deverá ser feita antes a
quebra controlada;

Figura 151 - Quebra controlada de vidros.

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

e) para a quebra de vidros, sempre emitir alerta verbal em tom audível (“Vidro!”)
e aplicar a punção ou golpe nos cantos, por serem locais com mais apoio
próximo, facilitando o rompimento da estrutura.

Figura 152 - Alerta verbal sendo emitido "VIDRO!"

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 158

 sempre emitir alerta verbal, em tom audível, antes e após qualquer manobra
com uso de ferramentas hidráulicas ou serra-sabre;
 quando utilizar o cortador de cinto tipo chaveiro, realizar o corte em ângulo
para maior eficiência;

Figura 153 - Utilização do cortador de cinto

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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16 DESENCARCERAMENTO 159

Figura 154 - Posicionamento incorreto das mãos na ferramenta

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 nunca pegar nas ferramentas hidráulicas entre suas ponteiras;


 não apontar locais para intervenção de ferramentas hidráulicas ou serra sabre
com as mãos;

Figura 155 - Risco de indicar locais para posicionamento de ferramentas com as mãos

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 não se colocar entre a ferramenta e o veículo;

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 160

Figura 156 - Posição incorreta do operador durante o corte

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 operar a ferramenta de forma ergonômica, deixando que o peso dela seja


sustentado pelo próprio apoio nas ferragens;

Figura 157 - Posição ergonômica de operação da ferramenta, com utilização da própria estrutura do
carro como suporte

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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16 DESENCARCERAMENTO 161

 não aplicar força muscular quando da operação das ferramentas hidráulicas,


principalmente no sentido contrário ao movimento natural da manobra;

Figura 158 - Utilização desnecessária de força operação de ferramenta

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Figura 159 - Posição inadequada (instável) para operação de ferramenta

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 caso a manobra seja de grande desgaste físico, realizar a operação em dupla;

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 162

Figura 160 - Operação em dupla, permitindo maior precisão e reduzindo o desgaste físico

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 realizar revezamento entre os operadores das ferramentas;

Figura 161 - Revezamento na operação de ferramentas

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 sempre que possível, realizar trabalhos simultâneos para otimização de tempo;

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16 DESENCARCERAMENTO 163

Figura 162 - Operação simultânea de ferramentas

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 evitar deixar soltas no cenário as FEAs que não estejam sendo utilizadas,
retornando-as ao palco de ferramentas.

Figura 163 - Ferramental fora do palco de ferramentas

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 é recomendado que a equipe de desencarceramento tenha consigo


ferramentas e acessórios para tarefas simples, como canivetes, quebrador de
vidro, alicate de corte, alavanca de tapeceiro, apito, lona, dentre outros;

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 164

Figura 164 - Bolsa para materiais individuais de apoio

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 havendo disponibilidade, é importante que um militar assuma a função de


logística, se posicionando mais próximo ao palco de ferramentas para se
antecipar às necessidades da equipe, preparando e realocando as FEAs,
sempre observando a evolução dos trabalhos;

Figura 165 - Militar posicionado próximo ao palco de ferramentas, em apoio à equipe

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 a retirada das borrachas das colunas e portas garante a realização de


manobras mais precisas e ágeis para as ferramentas hidráulicas;

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16 DESENCARCERAMENTO 165

Figura 166 - Retirada de borrachas e outros revestimentos

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Figura 167 - A retirada de revestimentos poderá agilizar as manobras de corte no local

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 não se posicionar no sentido oposto ao movimento de uma manobra de


expansão;
 evitar que o punho de operação da ferramenta se aproxime da estrutura do
veículo, sujeitando ao risco de esmagamento e perda do controle por parte do
operador;

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 166

Figura 168 - Posição do punho da ferramenta próximo ao veículo, gerando risco de esmagamento.

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular.

 evitar o corte de estruturas como a barra de reforço do cinto de segurança e


barras de reforço estrutural, sempre que possível, para reduzir o tempo de
cada manobra e reduzir o desgaste das ferramentas;

Figura 169 - Corte desnecessário de estrutura reforçada

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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16 DESENCARCERAMENTO 167

Figura 170 - Corte da coluna B fora da estrutura reforçada

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 observar sempre as lâminas do cortador. Caso haja movimento de


afastamento entre elas, parar e reposicionar a ferramenta. Se possível, iniciar
cortes com ângulo de compensação em 45º;

Figura 171 - Início do corte usando posicionamento com ângulo de 45º

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 168

Figura 172 - Posição final do corte na angulação mais favorável (perpendicular)

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 deve ser tomado bastante cuidado com o cilindro do extensor, pois caso sofra
algum dano a ferramenta pode ser inutilizada;

Figura 173 - Utilização do extensor sem apoio para distribuição de pressão

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 a cada manobra realizada que expuser ferragens cortantes, aplicar proteção


de quinas vivas;

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16 DESENCARCERAMENTO 169

Figura 174 - Proteção de estruturas perfuro-cortantes expostas na operação

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 evitar, sempre que possível, manobras que envolvam o corte de vidro


laminado;

 evitar o uso de correntes em veículos que possuem mais tecnologia de


absorção de impactos e barra de direção articulada. Por terem a barra de
direção articulada e estruturas projetadas para deformação, as manobras se
mostram pouco eficientes, podendo gerar perda de tempo e não alcançando
os objetivos;

 o alargador não deve ser utilizado como ponto de apoio para o extensor.
Caso necessário, poderá ser combinado seu uso com algum tipo de calço;

Figura 175 - Utilização inadequada do alargador como ponto de apoio

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

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ITO 34 – SALVAMENTO VEICULAR 170

Figura 176 - Utilização do alargador para fixar um ponto de apoio para o extensor

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

 quando houver o emprego de mais de uma motobomba na cena, tomar


cuidado para que não seja feito o fechamento das ferramentas de forma
trocada, excedendo a capacidade do reservatório de fluido hidráulico. O risco
é maior no caso do extensor, devido à maior quantidade de fluido que a
ferramenta comporta;

Figura 177 - Destaque para a marcação do nível de combustível do reservatório

Fonte: acervo GTO de Salvamento Veicular

Instrução Técnica Operacional 34 - Salvamento Veicular (62967290) SEI 1400.01.0025751/2022-03 / pg. 173

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