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TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA: AVALIAÇÃO DA SOBRECARGA MÚSCULO


ESQUELÉTICA NA REGIÃO LOMBAR E MEMBROS INFERIORES EM UMA LINHA
DE PRODUÇÃO

Conference Paper · September 2016

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3 authors, including:

Marcio Alves Marcal


Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
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V Congreso Latinoaméricano y
IV Congreso Peruano de
Ergonomía, Lima 2016
http://sopergo.com/v2/ http://www.ulaergo.net/

TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA:
AVALIAÇÃO DA SOBRECARGA
MÚSCULO ESQUELÉTICA NA REGIÃO
LOMBAR E MEMBROS INFERIORES EM
UMA LINHA DE PRODUÇÃO

Marçal, Marcio A.a, Silva, Fernanda F.D.b, Neto, Luis F.M. c


a
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri - UFVJM, marcio@nersat.com.br
b
Instituto de Ciência e Tecnologia – ICT/UFVJM. fernandadumont@nersat.com.br
c
Faculdades Integradas Padre Albino – FIPA. lula.fisio@hotmail.com

Resumo

Objetivo: Avaliar se a termografia infravermelha é um bom instrumento para avaliar a sobrecarga músculo esquelética
quando comparada à queixa subjetiva de cansaço, dor/desconforto nos membros inferiores e coluna lombar em uma
linha de produção, caracterizada pelo uso da postura de pé de forma estática. Métodos: Antes do início do turno de
trabalho, as trabalhadoras permaneceram por 15 minutos em uma sala climatizada para que ocorresse o equilíbrio
térmico. Neste período responderam ao questionário de desconforto e da percepção de desconforto. Após período de
aclimatização a trabalhadora foi posicionada no local previamente marcado para que as fotos fossem tiradas. Ao final
das 8 (oito) horas de trabalho, a funcionária foi conduzida à sala climatizada e todo o processo de coleta foi repedido.
Resultado e Discussão: Um total de 20 trabalhadoras participou deste estudo. A sensação de desconforto e cansaço
físico no início da jornada de trabalho foi pequena, mas com aumento ao final da mesma. Estes dados são confirmados
nos resultados dos índices de queixa de dor/desconforto na região lombar, panturrilha direita e tornozelo direito que
apresentaram diferença significativa (p=0,000) entre o início e o final da jornada de trabalho. Do início para o final da
jornada de trabalho observou um aumento da temperatura nas partes analisadas de forma significativa (p=0,000) assim
como o aumento da dor/desconforto. As imagens térmicas registraram aumento de temperatura nas áreas estudadas
com aumento da atividade metabólica sugestiva de sobrecarga músculo esquelética na região lombar, panturrilha e
tornozelo. Conclusão: Os resultados neste trabalho confirmam que a postura de pé estática por períodos prolongados
leva a um aumento na sensação de dor/desconforto nos membros inferiores e coluna lombar ao longo da jornada de
trabalho. Outro ponto importante é que a termografia infravermelha pode ser um bom instrumento para quantificar a
sobrecarga na região lombar, panturrilha e tornozelo fornecendo indicadores quantitativos e fisiológicos evitando assim
variáveis subjetivas.
Palavras-chaves: Termografia Infravermelha, postura estática, dor, desconforto,

1
1. INTRODUÇÃO

No processo produtivo atual a postura de pé tem sido predominante nos postos de trabalho. Atividades
industriais e nos setores de serviços tais como linhas de montagem, caixas de supermercados, controle de
qualidade, profissionais da área de saúde exigem que o trabalhador fique na postura de pé estática por várias
horas (BALASUBRAMANIAN et. al. 2009). Estudos têm relatado que esta postura mantida por diversas
horas é responsável por queixas de dores na região lombar e nos membros inferiores dos trabalhadores,
principalmente nos joelhos, panturrilhas e pés (ANTLE e CÔTÉ, 2013; REID et al., 2010; LIN et. al., 2012).
Outro ponto importante é a queixa de inchaço e sensação de peso nos membros inferiores (REID et. al.,
2010; LIN et.al., 2012; SOUSA et.al., 2012).

Longos períodos de pé têm sido tipicamente associados com os aumentos significativos da fadiga e
desconforto nos membros inferiores no fim do dia de trabalho (ZANDER et. al., 2004). O relato de fadiga
tem sido examinado de numerosas formas: incluindo a fadiga generalizada, fadiga nos membros inferiores, e
a combinação da fadiga com o desconforto local e dor. A limitação na atividade normalmente é provocada
inicialmente pelo desconforto e posteriormente pela queixa de dor. Este fato leva a um aumento no
absenteísmo, na queda de produtividade e prejuízo do bem-estar pessoal (LIN et. al., 2012). Por estas razões,
para muitas indústrias, a prevenção de lesões músculo esqueléticas associados com a postura de pé
prolongada no local de trabalho tem se tornado algo cada vez mais importante (LIN et. al., 2012).

Avaliações feitas nos postos de trabalho na sua maioria se baseiam em avaliações subjetivas de percepção de
fadiga, edema nos membros inferiores e dor. Os métodos mais utilizados são as descrições verbais, conforme
ressaltam Scopel et. al. (2007), como exemplos desses métodos tem-se as escalas de dor, entrevistas e diários
de dor que relatam a compreensão da subjetividade do trabalhador. Avaliação da circunferência dos
membros inferiores e o uso da termografia infravermelha são opções para quantificar a resposta
neurofisiológica do trabalhador durante a manutenção da postura de pé estática.

A termografia infravermelha computadorizada pode capturar o calor produzido pelo corpo humano invisível
a olho nu, e tem capacidade de detectar mudanças térmicas de 0,05º C a 0,1º C, captando as imagens
infravermelhas e organizando-as em um mapa térmico (BRIOSCHI et. al., 2005). A presença de dor ou
sobrecarga metabólica pode modificar o fluxo sanguíneo e esse pode ser detectado pela monitoração
infravermelha, o que fornece um excelente método para avaliar a região lombar e os membros inferiores do
trabalhador (LOVE, 1980). A distribuição da temperatura da pele de um corpo humano saudável apresenta
uma simetria bilateral (HOUDAS et. al., 2013). A distribuição de temperatura que mostra padrões
assimétricos geralmente é um forte indicador de anormalidade (GOODMAN et. al., 1986). Uma vez que a
dissipação de calor através da pele ocorre, na maioria das vezes, sob a forma de radiação infravermelha, a
termografia infravermelha é o método de escolha para o estudo da fisiologia e de termorregulação da
disfunção térmica associada com sobrecarga metabólica e dor (BRIOSCHI et. al., 2005).

Tendo em vista o exposto acima, demonstra-se a importância de estudar os efeitos das posturas estáticas
adotadas pelos trabalhadores, ao longo da jornada de trabalho. Logo, a proposta deste estudo foi avaliar e
comparar o desconforto nos membros inferiores e coluna lombar e as imagens termográficas ao final do dia
de trabalho em uma linha de produção que exige postura de pé estática na atividade de abate de frango.

2. OBJETIVO

2.1 Objetivo Geral

Avaliar se a termografia infravermelha é um bom instrumento para avaliar a sobrecarga músculo esquelética
quando comparada a queixa subjetiva de cansaço, dor/desconforto nos membros inferiores e coluna lombar
em uma linha de produção de abate de frango, caracterizada pelo uso da postura de pé de forma estática.

2
2.1.1 Objetivos Específicos

Avaliar a prevalência de queixas subjetivas de desconforto músculo esquelético entre os trabalhadores no


inicio e final da jornada de trabalho.

Avaliar se as temperaturas máximas e médias na região lombar, panturrilha e tornozelo no início e final da
jornada do trabalho.

Avaliar e comparar a percepção de desconforto relatada pelos trabalhadores e as imagens térmicas no início e
final da jornada de trabalho.

3. METODOLOGIA

O presente estudo foi do tipo observacional transversal. Todos os participantes foram convidados a participar
do estudo. O mesmo foi realizado em um frigorífico de abate de aves na linha de produção na qual as
trabalhadoras adotam a postura de pé estática ao longo da jornada de trabalho. Foram excluídos os indivíduos
com história de problemas neurológicos, músculo esquelético ou vascular na parte inferior das pernas e/ou
coluna lombar nos últimos três anos. Inicialmente foi esclarecido aos participantes do estudo como seriam
realizadas as coletas dos dados e após resolução de todas as dúvidas foi feita a primeira coleta através do
preenchimento do questionário com os dados epidemiológicos dos trabalhadores (peso, altura, idade, tempo
de serviço na empresa, história prévia de cirurgias).

Antes do início do turno de trabalho, as trabalhadoras permaneceram por 15 minutos em uma sala com
climatizada para que ocorresse o equilíbrio térmico, antes de se iniciar o processo de aquisição das imagens,
com a região corporal a ser fotografada desnuda. Neste período responderam ao questionário de desconforto
(Figura 1) e da percepção de desconforto.

Figura 1: Questionário de desconforto com escala Likert

Após o período de aclimatização a trabalhadora foi posicionada no local previamente marcado sendo
solicitado a ficar de frente para o tripé com a câmera termográfica. Foi utilizada a câmera Flir E 40 com
resolução MSX de 320 x 240, sensibilidade Térmica de < 0.05°C, precisão ±2°C e faixa de temperatura
variando de -20°C a 650°C.

3
Ao final das 8 (oito) horas de trabalho, a trabalhadora foi conduzida a sala climatizada e todo o processo de
coleta foi repedido. O banco de dados foi criado no Excel 2007 e sua análise de variância feita através do
programa estatístico SPSS 19, análise estatística descritiva e Teste T-Student com nível de significância de
95% (<0,05).

4. RESULTADO E DISCUSSÃO

Um total de 20 trabalhadoras participou deste estudo. Todas trabalham na atividade de evisceração que se
caracteriza pela retirada das vísceras dos frangos que passam dependurados em uma nora e, para tal, as
funcionárias permanecem em postura de pé estática. A jornada de trabalho diário era de 8 horas. Todas as
participantes são do sexo feminino com idade média de 29,2 ± 6 anos, peso variando de 48 à 116 quilos
(64,4+16,7Kg), altura entre 1,54 e 1,72 metros (1,60+0,04m) e índice de massa corporal (IMC) de 50% deles
classificado como normal, 36% como sobrepeso, 8% como obesos grau I e 6% como obesos grau II.

Com relação às perguntas que eram mensuradas de acordo com a Escala Likert, o primeiro item “Como
você se sente neste exato momento” no início da jornada de trabalho os trabalhadores sentiam-se ‘bem’
(pontuação: 2,2+0,93) e ao final da jornada diária ‘não muito bem’ (pontuação: 4,4+1). No segundo item
perguntado “Você sente algum desconforto em alguma região do seu corpo neste momento” no início dos
trabalhos os funcionários sentiam ‘muito pouco’ (pontuação: 2,9+0,7) e no final ‘um pouco’ (pontuação:
6,9+0,9). E já para o terceiro item “Qual a sua sensação de cansaço nas pernas neste momento” no início era
‘muito pouco’ (pontuação: 3,0+1,6) e ao final ‘um pouco’ (pontuação: 7,1+1,2). Estes resultados
demonstram que há pouca geração de sensação de desconforto e cansaço físico no início da jornada de
trabalho mas com aumento em todos os itens no final da jornada.

Estes dados vêm de encontro aos resultados relatados na tabela 1 e no gráfico 1 que mostra diferença
estatisticamente significativa (p=0,000) nos índices de queixa de dor na região lombar, panturilha direita e
tornozelo direito. Estes dados mostram que em todas as três regiões a queixa de dor/desconforto aumenta ao
longo da jornada de trabalho.

Tabela 1: Desconforto nos membros inferiores e coluna lombar comparando: o inicio e o final da jornada de trabalho,
através do Teste T-Student para duas amostras pareadas (α < 0,005).
Indíce de Desconforto Média Desvio Padrão Valor do p

Coluna Lombar 3,50 0,68 0,000

Panturilha Direita 3,75 0,78 0,000

Tornozelo Direito 3,50 0,63 0,000

Fonte: Dados do autor.

As figuras 2, 3 e 4 ilustram imagens feitas com a câmera termográfica no final da jornada do trabalho.
Nessas três imagens nota-se uma sobrecarga metabólica caracterizando uma possível alteração funcional
devido à postura prolongada de pé estática. A figura 2 demonstra que há uma sobrecarga metabólica
localizada na região posterior do joelho e nos tornozelos, principalmente do lado direito. Na figura 3 o
aumento do metabolismo se estende ao longo dos membros inferiores com sobrecarga na panturrilha
esquerda e na panturrilha e tornozelo direito. A imagem sugere varizes na perna direita sendo encaminhada
para avaliação clínica. A figura 4 mostra o tornozelo direito com região mais hiperemiada com aumento da
temperatura local com relato de dor e incômodo na região. A trabalhadora encaminhada para avaliação e
acompanhamento no departamento médico da empresa.

4
Gráfico 1: Dor/Desconforto no iníco e final da jornada de trabalho

Figura 2 – Sobrecarga metabólica membros inferiores, principalmente,


Tornozelo direito, no final da jornada.

Figura 3 – Sobrecarga metabólica nas duas panturrilhas no final da jornada.

5
Figura 4 – Sobrecarga metabólica no tornozelo direito com relato de dor
ao final da jornada de trabalho.

A média da temperatura (Tabela 2) no início da jornada de trabalho foi de 31,19 ± 0,61 na região lombar,
30,34 ± 0,52 na panturrilha e de 29,26 ± 0,45 no tornozelo, valores similares aos encontrados por Marins et.
al. (2014). Esses avaliaram 117 mulheres e estabeleceram valores de normalidade de temperatura para várias
partes do corpo utilizando a termografia. Nele foi relatado valores de 31,30 ± 1,4 para região lombar, 29,16 ±
1,00 para a panturrilha direita. A região do tornozelo, quando não existe alteração funcional, deverá ter uma
temperatura inferior a encontrada para coluna lombar e panturrilha (ZAPROUDINA et. al., 2006) o que
acorre no nosso estudo.
Do início para o final da jornada de trabalho observou um aumento da temperatura nas partes analisadas
(Gráfico 2). Esse aumento teve uma diferença estatisticamente significativa, com p = 0,000, para as três
regiões analisadas.

Tabela 2: Média da temperatura nos membros inferiores e coluna lombar comparando inicio e final
da jornada de trabalho através do Teste T-Student para duas amostras pareadas (α < 0,005).
Média da Temperatura Média Desvio Padrão Valor do p

Coluna Lombar - Início 31,19 0,61

Coluna Lombar - Final 32,04 0,48

Lombar: Inicial X Final 0,000

Panturrilha Direita - Início 30,34 0,52

Panturrilha Direita - Final 31,32 0,41

Panturrilha: Inicial X Final 0,000

Tornozelo Direito - Início 29,26 0,45

Tornozelo Direito - Final 30,16 0,42

Tornozelo: Inicial X Final 0,000

6
Gráfico 2: Média da temperatura no início e final da jornada de trabalho.

Sabe-se que quando se utiliza a postura de pé estática, o músculo não alonga seu comprimento já que a força
da contração é empregada para a manutenção da postura, permanecendo num estado de alta tensão, porém
sem produzir nenhum tipo de deslocamento. Como consequência os vasos sanguíneos são estreitados pela
pressão interna contra o tecido muscular fazendo com que não flua mais sangue para o músculo. Desta forma
o músculo utiliza de suas próprias reservas para se alimentar e respirar e os resíduos não são retirados do
tecido e acumulam-se provocando dores agudas que constituem a fadiga do músculo. A fadiga é o efeito de
um trabalho continuado que provoca uma redução reversível da capacidade do organismo e uma degradação
qualitativa desse trabalho. É causada por um conjunto complexo de fatores e seus efeitos são cumulativos.
Messing et.al. (2006) demonstraram que o desconforto nos membros inferiores não é associado,
exclusivamente, com a postura de pé prolongada, mas também com a limitação da liberdade de movimento
dessas áreas. Outros estudos falam ainda que o resultado do desconforto associado à postura de pé
prolongada não se torna perceptível até, pelo menos, 3 (três) horas de exposição constante
(BALASUBRAMANIAN et. al., 2009; MESSING et. al., 2006; CHUNG et. al., 2003; CHAM e REDFERN,
2001). Geralmente, a maioria alterações teciduais estão relacionadas às variações no fluxo sanguíneo, que
podem afetar a temperatura cutânea. As mesmas estão relacionadas com: alterações na densidade,
composição, volume e temperatura do local afetado. (DE MEIRA et. al., 2014). A presença de sobrecarga
postural também pode modificar o fluxo sanguíneo no local, o que foi observado neste estudo com o
aumento da temperatura nas regiões estudadas.
O presente estudo mostrou que a termografia infravermelha pode ser um bom instrumento para quantificar a
sobrecarga na região lombar, panturrilha e tornozelo evitando assim a subjetividade do relato verbal de
sensação de cansaço e dor/desconforto. Este resultado vai de encontro com estudos de Neves et. al., (2015),
Love, (1980) e Briochi et. al., (2005) que relataram que a termografia é um bom instrumento para avaliação
de sobrecarga sendo uma abordagem útil para o diagnóstico e acompanhamento de vários distúrbios físicos.
Estes achados reforçam os resultados encontrados em nosso estudo com o aumento da dor/desconforto bem
como o registro de aumento de temperatura nas áreas estudadas com aumento da atividade metabólica
sugestiva de sobrecarga músculo esquelética na região lombar, panturrilha e tornozelo.
Com isso, pudemos demonstrar que realmente a postura de pé prolongada de forma estática gera um
desequilíbrio fisiológico do organismo humano, principalmente nos tornozelos e pés, panturrilhas e coluna
lombar. Fato demonstrado aqui através do aumento da temperatura, assimetria térmica e de acordo com as
percepções dos próprios trabalhadores da sensação do aumento da dor/desconforto nessas regiões gerados
pela postura. Esses dados vêm de encontro aos já demonstrados em diversos estudos subjetivos
(BALASUBRAMANIAN et. al., 2009; MESSING et. al., 2006; NGOMO et. al., 2008; CHUNG et. al.,
7
2003; CHAM e REDFERN, 2001; REDFERN e CHAM, 2000). Ainda são necessários maiores estudos com
dados fisiológicos para dar maior embasamento e força aos estudos já existentes, mas fica claro que o
trabalho prolongado na postura de pé estática leva à um aumento na sensação de dor/desconforto nos
membros inferiores e coluna lombar.
Atualmente já existem muitas intervenções ergonômicas, incluindo a alternância de posturas durante a
jornada de trabalho, mudança do tipo de piso onde os trabalhadores ficam de pé, uso de cadeiras para
posição semi-sentado e até mesmo uso de palmilhas e sapatos adaptados com o intuito de reduzir a
sobrecarga, principalmente no tronco e membros inferiores dos trabalhadores. Entretanto, esta sobrecarga
não pode ser completamente eliminada (LIN et. al., 2012).

5. CONCLUSÃO

Os resultados neste trabalho confirmam que a postura de pé estática por períodos prolongados leva a um
aumento na sensação de dor/desconforto nos membros inferiores e coluna lombar ao longo da jornada de
trabalho. Outro ponto importante é que a termografia infravermelha pode ser um bom instrumento para
quantificar a sobrecarga na região lombar, panturrilha e tornozelo fornecendo indicadores quantitativos e
fisiológicos evitando, assim, variáveis subjetivas.

6. REFERÊNCIAS

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