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MESTRADO EM ENGENHARIA

DE SEGURANÇA E HIGIENE
OCUPACIONAIS

Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre


Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

AVALIAÇÃO ERGONÓMICA DE POSTOS DE


TRABALHO COM APLICAÇÃO DE DIFERENTES
TÉCNICAS

Solange Fernandes dos Santos

Orientador: Professora Doutora Joana Cristina Cardoso Guedes (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto)
Coorientador: Professor Doutor André Duarte Lucena (Universidade Federal do Semi-ário)
Arguente: Professor Doutor Filipe Conceição (Faculdade de Desporto da Universidade do Porto)
Presidente do Júri: Professor Doutor João Santos Baptista (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto)

___________________________________ 2019

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

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Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas

AGRADECIMENTOS

Para celebrar, mais uma conquista nesta aventura que foi largar tudo e viver sozinha em Portugal,
gostaria de expressar o meu profundo agradecimento as pessoas que contribuíram direta ou
indiretamente para a realização desta conquista.
Em primeiro lugar agradeço a DEUS! Sem ele, jamais teria imaginado e conseguido chegar até
aqui.
À minha MÃE, Mísia Fernandes dos Santos, que é mãe e pai, por facultar-me todas as condições
para a realização do mestrado, pelo apoio emocional e pela força que me transmitiu de forma
incondicional.
À minha orientadora Professora Doutora Joana Cristina Cardoso Guedes e ao meu coorientador
Professor Doutor André Duarte Lucena que sempre se mostraram disponíveis para ajudar e
orientar a estruturar da dissertação, por acreditarem em mim e sempre dar-me força e incentivo
nos momentos mais difíceis.
Ao professor Doutor João Baptista um agradecimento pela atenção e apoio providenciado durante
toda esta etapa.
Às trabalhadoras do setor da limpeza, laboratório e escritório pela disponibilidade para fazer as
medições e responder aos questionários.
Às minhas amigas Ana e Florbela, que sempre me apoiaram e transmitiram força para terminar o
mestrado. Ao meu namorado Marco Gonçalves por todo o amor, apoio, paciência e alegria que me
transmite.
E por fim, mas jamais em último, aquelas pessoas que vou levar deste mestrado no coração Carol,
Beatriz, Ana, Joana Duarte, Raquel, Jaqueline, Alexandre.

I
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas

RESUMO
A avaliação ergonómica compreende-se em aplicar metodologias e técnicas, para avaliar de forma
quantitativa e qualitativa, os riscos ergonómicos tendo em conta fatores individuais, cognitivos e
organizacionais, para melhor perceção das condições de trabalho.
A dor, desconforto e as lesões músculo-esqueléticas relacionadas com trabalho (LMERT)
envolvem uma grande parte de problemas de saúde relacionados com o trabalho e constituem-se
como um problema mundial. Estes problemas são diagnosticados e confirmados através da
aplicação de métodos e técnicas, as quais podem diferenciar-se quanto à abordagem, complexidade
dos dados e uso de instrumentos, consegue-se constatações diretas em contexto laboral.
Com o objetivo avaliar a dor, desconforto e o risco à lesão músculo-esquelética na atividade de
limpeza profissional, técnico de laboratório e atividade de escritório ao computador, através da
aplicação de diferentes técnicas.
Realizou-se uma avaliação ergonómica a 32 trabalhadoras com aplicação de dois métodos
convencionais, o Questionário Nórdico (prevalência de sintomas músculo-esqueléticos) e o
método REBA (Rapid Body Assessment), e um método alternativo, a técnica de actigrafia através
do equipamento ActiGraph wGT3X-BT para identificar os riscos ergonómicos a que os
trabalhadores estão expostos.
A análise ergonómica baseou-se nas posturas e movimentos adotados que a participante exercer
nas suas atividades. Como resultados as mesmas relataram dor e desconforto através do
questionário nórdico, e as regiões afetas foram: região lombar, ombros, pernas e pés nas três
atividades.
Recorrendo ao método de observação o REBA, observou-se que as trabalhadoras em todas as
atividades adotam posturas inadequadas com repetibilidade dos movimentos, flexão e torção da
coluna em trabalho dinâmico e estático.
A utilização da técnica de actigrafia com equipamento actigraph, permitiu constatar que há indício
de que a sintomatologia de dor e desconforto e o risco de desenvolvimento de LMERT relatado
pelo questionário nórdico e observado pelo método REBA está relacionada com a movimentação
medida pelo equipamento na zona onde houve maior incidência, na qual foi, região lombar.
A implementação de medidas que visem eliminar ou minimizar a dor e o desconforto, e
posteriormente o risco desenvolver lesões músculo-esqueléticas são cada vez mais importantes no
mundo atual. Tendo em conta a complexidade e a variabilidade das tarefas desenvolvidas, é
recomendável que tais decisões sejam precedida de um estudo mais aprofundado com recurso a
metodologias de avaliação de risco mais precisas, como é, por exemplo, o caso daquelas que
recorrem a instrumentos de monitorização constante dos trabalhadores. Futuros trabalhos de
investigação que permitam dar resposta às questões que foram surgindo ao longo do presente
estudo poderão revelar-se, igualmente, interessantes.
Palavras chave – Avaliação ergonômica, Lesões músculo-esqueléticas, Avaliação postural,
Movimentos repetitivos, Actígrafo.

III
ABSTRACT
Ergonomic assessment consists of applying methodologies and techniques to quantitatively and
qualitatively assess ergonomic risks taking into account individual, cognitive and organizational
factors for better understanding of working conditions.
Pain, discomfort, and work-related musculoskeletal injuries (LMERT) involve a large proportion
of work-related health problems and constitute a worldwide problem. These problems are
diagnosed and confirmed through the application of methods and techniques, which can differ in
terms of approach, data complexity and use of instruments. Direct findings can be obtained in the
workplace.
In order to evaluate the pain, discomfort and the risk of musculoskeletal injury in the professional
cleaning activity, laboratory technician and office activity to the computer, through the application
of different techniques.
An ergonomic evaluation was performed on 32 female workers using two conventional methods,
the Nordic Questionnaire (prevalence of musculoskeletal symptoms) and the REBA (Rapid Body
Assessment) method, and an alternative method, the actigraphy technique using the Actigraphy
equipment (GT3X-BT) to identify ergonomic hazards which workers are exposed.
The ergonomic analysis was based on the adopted postures and movements that the participant
exerts in her activities.
As results they reported pain and discomfort through the Nordic questionnaire, and the affected
regions were: lumbar region, shoulders, legs and feet in the three activities.
Using the REBA observation method, it was observed that the workers in all activities adopt
inappropriate postures with repeatability of movements, flexion and twisting of the spine in
dynamic and static work.
The use of actigraphy technique with actigraphy equipment showed that there is evidence that the
symptoms of pain and discomfort and the risk of Musculoskeletal injuries reported by the Nordic
questionnaire and observed by the REBA method are related to the movement measured by the
equipment in the area where there was greater incidence, in which it was, lumbar region.
The implementation of measures to eliminate or minimize pain and discomfort, and subsequently
the risk of developing musculoskeletal injuries, is becoming increasingly important in today's
world. Given the complexity and variability of the tasks undertaken, it is recommended that such
decisions be preceded by further study using more accurate risk assessment methodologies, such
as those using monitoring tools on workers. Future research to address the questions that have
arisen throughout this study may also be of interest.

Keywords: Ergonomic assessment, Musculoskeletal injuries, posture assessment, Repetitive


movements, Actigraphy
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 3
2 Fundamentação do trabalho ...................................................................................................... 5
2.1 O que é a Ergonomia? ...................................................................................................... 5
2.2 Posturas de trabalho .......................................................................................................... 8
2.2.1 Posição corporal no trabalho ....................................................................................... 8
2.3 Fatores intrínsecos a dor e desconforto ao risco as LMERT .......................................... 10
2.3.1 Lesões Músculo-esqueléticas Relacionadas com Trabalho (LMERT) ..................... 12
2.3.2 Exemplos de LMERT................................................................................................ 12
2.3.3 Método direito técnica de actigrafia .......................................................................... 15
2.4 Enquadramento Legal e Normativo ................................................................................ 18
2.5 Conhecimento Científico ................................................................................................ 20
2.5.1 Estratégia de Pesquisa ............................................................................................... 20
2.5.2 Critérios de Triagem.................................................................................................. 22
2.5.3 Critérios de elegibilidade .......................................................................................... 23
2.5.4 Resultados Gerais ...................................................................................................... 24
2.6 Objetivos da Dissertação ................................................................................................ 30
2.6.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 30
2.6.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 30
3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................... 31
3.1 Metodologia geral ........................................................................................................... 31
3.2 Postos de trabalho analisados ......................................................................................... 32
3.2.1 Limpeza profissional ................................................................................................. 32
3.2.2 Técnica de laboratório ............................................................................................... 34
3.2.3 Trabalho de escritório ao computador ....................................................................... 35
3.3 Materiais ......................................................................................................................... 36
3.4 Métodos de análise e avaliação postural ao risco de LMERT ........................................ 36
3.4.1 Questionário nórdico (NMQ) .................................................................................... 37
3.4.2 Método REBA (Rapid entire body assessment) ........................................................ 38
3.4.3 Avaliação da postural através dos acelerómetros Actigraph WGT3X-BT ................. 41
4 RESULTADOS e DISCUSSÃO ............................................................................................ 44
4.1 Caraterização da amostra................................................................................................ 44
4.2 Aplicação do questionário nórdico ................................................................................. 48
4.2.1 Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de limpeza profissional...................... 48
4.2.2 Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de Escritório ...................................... 50
4.2.3 Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de técnica de laboratório ................... 52
4.2.4 Sintomas músculo-esqueléticos nas atividades analisadas nos últimos 7 dias ......... 54
4.3 Análise REBA ................................................................................................................ 55
4.4 Técnica de Actigrafia ..................................................................................................... 61
4.4.1 Verificação da Hipótese 1 ......................................................................................... 61
4.4.2 Verificação da Hipótese 2 ......................................................................................... 63
4.4.3 Verificação da Hipótese 3 ......................................................................................... 65
4.5 Conclusões...................................................................................................................... 66
4.6 Perspetivas Futuras ......................................................................................................... 68
4.7 Recomendações .............................................................................................................. 69
5 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 71
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas

ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - O papel da Ergonomia (adaptado de Freitas, 2016) ....................................................... 5
Figura 2 - Objetivos da Ergonomia ................................................................................................. 7
Figura 3 - Principais elementos relativos aos fatores de risco de LMERT (Lesões Músculo-
Esqueléticas relacionadas com Trabalho) ..................................................................................... 10
Figura 4 - Cadeia de eventos originada pelas posturas mantidas (adaptado de Fewster, Gallagher,
& Callaghan, 2017) ....................................................................................................................... 11
Figura 5 - Representação dos eixos do equipamento Actigraph Gt3X+ ....................................... 17
Figura 6 - Primeiro grupo de palavras-chaves .............................................................................. 20
Figura 7 - Segundo grupo de palavras-chaves .............................................................................. 21
Figura 8 - Palavras chaves ............................................................................................................. 21
Figura 9 - Etapas da revisão bibliográfica ..................................................................................... 23
Figura 10 - Metodologia geral ....................................................................................................... 31
Figura 11 - Doze tarefas principais de limpeza nas escolas .......................................................... 32
Figura 12 - Postura adotada ao apanhar o lixo na atividade de limpeza ....................................... 33
Figura 13 - Postura adotada na atividade de laboratório ............................................................... 34
Figura 14 - Posturas adotadas na atividade de escritório .............................................................. 35
Figura 15 - Diagrama de representação das diferentes regiões corporais ..................................... 37
Figura 16- Folha de pontuação REBA [adaptado de (Hignett & Mc Atamney, 2000)] ............... 39
Figura 17 - Representação dos planos e eixos............................................................................... 42
Figura 18- Percentagem da amostra em cada atividade ................................................................ 44
Figura 19- Percentagem de idade em cada atividade .................................................................... 45
Figura 20- Peso e altura ................................................................................................................. 45
Figura 21 - Índice de massa corporal ............................................................................................ 46
Figura 22 - Escolaridade ............................................................................................................... 46
Figura 23 - Antiguidade na atividade ............................................................................................ 47
Figura 24 - Horas de trabalho ........................................................................................................ 47
Figura 25 - Sintomas nas atividades nos últimos 7 dias ................................................................ 54
Figura 26 – Média das contagens no eixo de Z por períodos de 10 s de cada participante nas suas
atividades . ..................................................................................................................................... 61
Figura 27 – Média das contagens em Z vs intensidade de dor nos últimos 7 dias. ....................... 62
Figura 28 – Mediana das contagens do VM vs intensidade de dor nos últimos 7 dias. ................ 63

VII
Figura 29 – Média do tempo sentado, por períodos de 10 s, de cada participante nas suas atividades.
....................................................................................................................................................... 64
Figura 30 - Moda do inclinómetro sentado de cada participante nas suas atividades por períodos
de 10 s ........................................................................................................................................... 65
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas

ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Setores da Ergonomia (International Ergonomics Association).................................... 7
Tabela 2 - Alguns exemplos de LMERT ...................................................................................... 13
Tabela 3 - Métodos observacionais simples, relacionados com fatores de risco da atividade, para
avaliação de LMERT .................................................................................................................... 14
Tabela 4 - Exemplos de métodos avançados ................................................................................. 14
Tabela 5 - exemplos de métodos direitos ...................................................................................... 15
Tabela 6 - Diplomas da Legislação Portuguesa aplicável á prevenção de LME .......................... 18
Tabela 7 - Diretivas Europeias relativas á prevenção de LMERT ................................................ 19
Tabela 8 - Normas Internacionais ISO relativas aos requisitos ergonómicos ............................... 19
Tabela 9: Síntese da fase de Triagem. ........................................................................................... 24
Tabela 10 - Critérios de Elegibilidade........................................................................................... 24
Tabela 11 - Resumo dos artigos selecionadas para o estudo......................................................... 25
Tabela 12 - REBA: Pontuações e ajustes para o grupo A [adaptado de (Hignett & Mc Atamney,
2000)] ............................................................................................................................................ 40
Tabela 13 - REBA: Pontuações e ajustes para o grupo B(adaptado de (Hignett & Mc Atamney,
2000).............................................................................................................................................. 40
Tabela 14 - Variáveis recolhidas pelo acelerómetro WGT3X-BT ................................................. 41
Tabela 15 - Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de limpeza profissional....................... 50
Tabela 16 - Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de escritório ........................................ 52
Tabela 17 - Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de técnica de laboratório .................... 53
Tabela 18 - Análise das posturas, método REBA ......................................................................... 57

IX
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas

GLOSSÁRIO/SIGLAS/ABREVIATURAS/…

LME – Lesões Músculo-Esqueléticas


LMERT – Lesões Músculo-Esqueléticas Relacionadas com o trabalho
LER – Lesões por Esforços Repetitivos
DGS - Direção Geral da Saúde
NIOSH - Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional
OMS - Organização Mundial da Saúde
REBA – Rapid Entire Body Assessment
SHST- Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho

XI
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas

PARTE 1
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas

1 INTRODUÇÃO

A avaliação ergonómica permite a perceção das condições de trabalho, através da aplicação de


vários métodos e técnicas, as quais podem se diferenciar quanto a abordagem, complexidade dos
dados e uso de instrumentos para aferições diretas no local de trabalho.
As atividades que envolvem movimentos repetitivos, adoção de posturas inadequadas,
movimentação manual de carga e alto rendimento de força, são atividades inerentes a
desenvolvimento de problemas de saúde, particularmente lesões músculo-esqueléticas (LME)
(Wang, Chen, & Chiou, 2016).
As lesões músculo-esqueléticas relacionadas ao trabalho (LMERT) envolvem uma grande parte
de problemas de saúde associados ao trabalho e constituem-se como um problema mundial.
Estes problemas variam desde desconforto, dores e problemas de saúde graves que podem levar á
incapacidade permanente. Todos os anos, milhões de trabalhadores europeus são afetados por
LMERT.
A Organização Mundial da Saúde define doença relacionada com o trabalho as lesões resultantes
da conjunção de fatores inerentes ao ambiente de trabalho, onde a dor, agrava as condições
profissionais de forma considerável para o seu surgimento (Kessler et al., 2013).
Em Portugal, a Direção Geral da Saúde (DGS) descreve que as LME são resultantes de fatores de
riscos profissionais como: movimentos repetitivos, sobrecarga, e/ou a postura adotada no trabalho,
que ocorrem no exercício da atividade profissional, provocando síndromes de dores, por isso
designam-se como “relacionadas com o trabalho”(Uva, Carnide, Serranheira, Miranda, & Lopes,
2008).
O Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional (NIOSH) classifica as LMERT como a
segunda doença mais comum resultante do trabalho, sendo as respiratórias as primeiras (Bernard
& Putz-Anderson, 1997). Estas lesões acarretam consequências sociais, financeiras e políticas
negativas (Eskandari, Norizadeh, Saadati, Mohammadpour, & Gholami, 2012).
As LMERT caracterizam-se como sendo sintomatologia dolorosa localizada ou em várias partes
do corpo, caraterizando-se como doenças inflamatórias e degenerativas do sistema músculo-
esquelético que envolve os nervos, tendões, músculos e a estrutura que suporta o corpo humano.
A localização da lesão músculo-esquelética está relacionada com atividade de risco desenvolvida
pelo trabalhador. Normalmente os sintomas surgem gradualmente na maioria dos casos, e a
gravam-se no final do dia de trabalho ou durante os picos de produção e reduzem nos períodos de
pausas e nas férias (Oliveira, 2018).
Este estudo tem como objetivo avaliar a dor, desconforto e o risco de lesões músculo-esqueléticas
em atividades sedentárias e dinâmicas, através de métodos convencionais e comparar com
indicadores de um sistema alternativo de avaliação, baseado em dados de actigrafia.
Pretende-se utilizar dois métodos convencionais, Questionário Nórdico (prevalência de sintomas
músculo-esqueléticos) (Mesquita, Ribeiro, & Moreira, 2010), método REBA (Rapid Body

Santos, Solange 3
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Assessment) (Hignett & Mc Atamney, 2000) e evidenciar a possibilidade de uso da técnica de


actigrafia através do método da recolha dos seus parâmetros para prever a dor e o desconforto e o
risco a lesão músculo-esquelética, através de indicadores de posição e atividade

A dissertação está organizada nos seguintes capítulos:


1. Capítulo 1: Introdução
Neste capítulo é feito um enquadramento do tema visado neste trabalho, para melhor perceção dos
assuntos que vão ser abordados. É justificada a necessidade da realização do trabalho, mostrando
a mais valia que este trabalho apresenta. São também definidos de forma direta e resumida, os
objetivos que se pretendem atingir e uma descrição do conteúdo da dissertação.
2. Capítulo 2: Fundamentação do trabalho
O capítulo 2 destina-se a apresentação do estado de arte, contextualizando todos os assuntos
relevantes para o desenvolvimento deste trabalho. A informação recolhida permitiu construir e
desenvolver a metodologia deste trabalho, apresentada neste capítulo.
3. Capítulo 3: Materiais e Métodos
Neste capítulo são descritos quais os passos tomados, bem como a informação, ferramentas e
matérias utilizados para execução deste estudo. São apresentadas todas as etapas, bem como, a
informação recolhida para a construção da metodologia da avaliação de riscos que foi analisada e
extraída. São também estudadas e comparadas as metodologias de avaliação de risco de lesões
músculo-esqueléticas, trabalho estático e trabalho dinâmico. São descritos os estudos realizados,
como se realizaram e como foram aplicados.
4. Capítulo 4: Resultados e Discussão
O capítulo 4 destina-se á apresentação dos resultados obtidos do caso de estudo. São avaliados
postos de trabalho dinâmicos (limpeza profissional e técnica de laboratório) e posto de trabalho
estático (trabalho ao computador). É também realizada uma comparação entre as metodologias e
técnicas de avaliação de risco a LMERT existente/padrão com a metodologia de actigrafia. São
também discutidos de uma forma concreta os resultados obtidos.
5. Capítulo 5: Conclusões e Recomendações futuras
O último capítulo é analisado se os objetivos delineados foram atingidos. São apresentadas as
conclusões relativas aos resultados obtidos bem com as recomendações para as dificuldades
encontradas e aspetos a melhorar.

4 Introdução
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas

2 FUNDAMENTAÇÃO DO TRABALHO

2.1 O que é a Ergonomia?

A Associação Internacional de Ergonomia definiu esta ciência como “A ergonomia é a disciplina


científica preocupada com a perceção das interações entre seres humanos e outros elementos de
um sistema. É a profissão que aplica teoria, princípios, dados e métodos ao design, a fim de
melhorar continuamente o bem-estar humano e o desempenho do sistema geral do trabalho. Os
investigadores de ergonomia contribuem constantemente para o design e avaliação de tarefas,
empregos, produtos, ambientes e sistemas, a fim de torná-los compatíveis com as necessidades,
habilidades e limitações das pessoas.” Com o objetivo de garantir a segurança, a saúde e o bem-
estar do ser humano a Ergonomia prevê e antecipa fatores relacionados com lesões nas mais
variadas atividades profissionais 1 , como descrito na
Figura 1.

Figura 1 - O papel da Ergonomia (adaptado de Freitas, 2016)

1
International Ergonomics Association. Data de acesso 11/03/2019, hora: 16:32https://www.iea.cc/whats/index.html
Santos, Solange 5
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Desde 1978 que são produzidos manuscritos relacionados com ergonomia e todo o seu envolvente.
No entanto, a aplicação da ergonomia remonta aos tempos mais longínquos como, por exemplo,
na época da invenção da roda. Assim sendo, o ser humano concentrou-se cada vez mais em tornar
o trabalho mais simples e eficaz. No século XX, a invenção dos computadores e sua utilização
nas empresas, permitiu a interação do homem com várias máquinas. Desde essa altura até à
atualidade, a obrigatoriedade de estar várias horas seguidas perante estes dispositivos dá origem a
várias conquistas mas também origina o desenvolvimento de vários problemas como, por
exemplo, lesões músculo-esqueléticas (Grandjean, 1998).

Até ao presente, a Ergonomia teve uma grande evolução, no entanto, constata-se que em muitos
países não é uma prática generalizada das organizações. Portugal não é exceção, de acordo com a
Base de dados Portugal Contemporâneo (PORDATA) as empresas dependendo da sua dimensão ,
(grandes, médias ou pequenas empresas), adotam uma estratégia diferente quanto a definição de
planos relativamente a Segurança, Higiene e Saúde do trabalho (SHST) (dos Santos, 2009).

A ausência escolaridade, tempo e recursos, e ao mesmo tempo o baixo nível de instrução e


formação dos trabalhadores não promove medidas constantes relacionadas com a SHST.
A informalidade dos procedimentos, falta de esclarecimento, a reduzida comunicação e a reduzida
documentação verifica-se na maioria das pequenas médias empresas. É importante melhorar os
aspetos referidos anteriormente, para que no futuro, haja menos ocorrências negativas relacionadas
com a Ergonomia e também com SHST (Santos, 2009). Contudo, estas empresas revelam aspetos
positivos, tais como, uma boa capacidade de resposta, polivalência dos trabalhadores e redução do
tempo de produção.

As imposições do mundo atual originam muitas exigências ao trabalhador, tanto físicas bem como
psicológicas. É fundamental antecipar e prevenir falhas, imprecisões e defeitos de forma a reduzir
qualquer tipo de risco associado (Pheasant & Haslegrave, 2018).
Por fim, denota-se que um dos grandes objetivos da ergonomia como ciência, é garantir saúde e
segurança através da adaptação dos sistemas ergonómicos (Freitas, 2016).
Uma vez que, a ergonomia interliga vários aspetos de diferentes setores, como caraterísticas
antropométricas das sociedades, e também, os seus aspetos organizacionais, observa-se assim, os
diferentes ramos desta ciência através Tabela 1.

6 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Tabela 1 - Setores da Ergonomia (International Ergonomics Association)


Domínios da
Objetivos Temáticas
Ergonomia

Identifica as caraterísticas anatómicas, fisiológicas, Práticas reincidentes


Corporal biomecânicas, antropométricas e humanas relacionadas com as Posturas de trabalho
atividades físicas. Manuseamento manual de cargas

Qualifica as ações mentais, como perceção, memória, raciocínio


Exigências/Stress laboral
Psicossocial e resposta motora como as interações entre seres humanos e os
Ausência de autonomia
outros elementos de um sistema.
Interação homem-máquina

Organização do trabalho
Sistema Acredita na melhoria de sistemas técnico e social, incluindo
Gestão de recursos humanos
organizacional estruturas organizacionais, políticas e seus processos.
Comunicação

Ao referir estes domínios da ergonomia, esta aplica conhecimentos e técnicas no qual deve abordar
todas as implicações físicas, cognitivas, sociais, organizacionais e ambientais. No sentido de
alcançar os objetivos a que a ergonomia se propõe deve-se aplicar os seguintes princípios como
mostra a Figura 2 (Freitas, 2016):

Analisar as
condições laborais

Identificar as
Introduzir medidas
capacidades fisicas
corretivas e
e psíquicas do
preventivas.
trabalhador

Compreender a Avaliar o ambiente


organização do e as suas condições
trabalho de trabalho

Reconhecer e
estimar a
quantidade de
trabalho

Figura 2 - Objetivos da Ergonomia

No início de um projeto, no desenvolvimento do produto, processo ou ambiente de trabalho e sua


análise, todos estes conhecimentos estão interligados com parâmetros mecânica do corpo humano,
antropométricos, legislativos e ambientais (Frota, 2016).

Santos, Solange 7
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

2.2 Posturas de trabalho

O meio de trabalho pode ser classificado sob diversos pontos de vista. A segurança, a saúde e o
conforto são os fatores essenciais para o profissional apresentar um bom desempenho e cumprir
com os seus deveres e responsabilidades profissionais.
Considera-se assim, dois tipos de trabalho seguintes:

• Estático
Trabalho que exige concentração contínua de alguns músculos para
manter uma determinada posição.

➢ Exemplos: Trabalho de escritório


Trabalho de costureira
• Dinâmico
Trabalho que possibilita contração e relaxamento alternado dos
músculos.

➢ Exemplos: Movimentação e logística de cargas


Trabalho de limpeza

2.2.1 Posição corporal no trabalho

A postura é definida como a posição que corpo adota no espaço relacionando-se com a linha do
centro de gravidade, sendo a mais adequada aquela que exigir menor esforço muscular executando
todas as necessidades mecânicas (Barbosa, 2009).
O estudo da postura corporal engloba conceitos que estão particularmente relacionados com o
sistema do controlo postural.
Incorporado neste sistema há dois parâmetros a serem analisados, um que é a orientação postural
e o equilíbrio postural. A orientação postural representa a posição dos segmentos corporais em
relação às próprias divisões corporais e ao meio envolvente. O equilíbrio postural, é demonstrado
por correspondências entre as forças que atuam ao longo do corpo com a finalidade de uma
estabilidade corporal no decorrer das atividades motoras. Constata-se que orientação postural e o
equilíbrio postural são noções distintas, todavia, evidenciam características e qualidades que as
interligam (Masculo & Vidal, 2013).

8 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

O estudo da posição postural e a adaptação do posto de trabalho é realizado através do estudo


dimensões antropométricas de cada trabalhador para que este não adote posturas que prejudiquem
a sua estrutura corporal. Esta tem o nome de posturas forçadas ou inadequadas e a sua aplicação
no dia a dia podem provocar desconforto e manifestação de lesões músculo-esqueléticas.
É importante referir que a pose ereta impõe um desequilíbrio hidrostático e cria suscetibilidade de
colapso circulatório periférico e incidência de varizes nos membros inferiores (V. Silva, 2018). O
trabalho em pé por extensos períodos de tempo causa alterações fisiológicas como concentração
de sangue em determinadas zonas do corpo, diminuição da capacidade cardíaca para enviar sangue,
aumento da frequência cardíaca, aumento pressão arterial e redução da capacidade respiratória (V.
Silva, 2018).
De uma forma geral, trabalhar em pé está relacionado com o aparecimento de varizes nos membros
inferiores. A função das veias superficiais das pernas fica comprometida e ocorre acumulação de
sangue e edema. Quando atinge as veias profundas pode ter consequências graves na circulação
sanguínea que resultam em problemas de saúde como edema crónico e úlceras nas pernas (V.
Silva, 2018).
No caso do trabalhador que na maioria do seu tempo laboral está sentado, surge a hipótese de
aparecer atrito entre os tendões, através dos movimentos repetitivos e da posição estática. Os sinais
mais comuns, apresentado por grande percentagem dos seres humanos que realizam tarefas neste
modo estático, são dores nas costas, no pescoço, na cabeça, nos braços, nos ombros, nos punhos e
cotovelos consequência da sobrecarga nos ligamentos e articulações desta região corporal. Estes
movimentos trazem sequelas para as articulações da estrutura músculo-esquelética.

Santos, Solange 9
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

2.3 Fatores intrínsecos a dor e desconforto ao risco as LMERT

São inúmeros os fatores de risco que contribuem, para o desenvolvimento de dor, desconforto e
LMERT, entre os quais destacam-se os fatores individuais, movimentação manual de cargas,
posturas estáticas ou inadequadas, vibrações, pausas insuficientes, movimentos repetitivos,
ambiente térmico, fatores organizacionais e os fatores psicossociais. Onde alguns autores agrupam
estes fatores como pode observar-se na Figura 3 (Serranheira, Uva, & Lopes, 2008). É importante
referir que estes elementos contribuem para o aparecimento das LMERT atuam tanto de forma
isolada ou combinada2 .

Figura 3 - Principais elementos relativos aos fatores de risco de LMERT (Lesões Músculo-
Esqueléticas relacionadas com Trabalho)

2
https://osha.europa.eu/pt/themes/musculoskeletal-disorders. Acessado em 24/07/2019
10 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Em todas as profissões existem riscos associados à mecânica do ser humano, tais como a postura,
movimentos repetitivos, forças indevidamente aplicadas e compressão em zonas corporais.
A postura a ser adotada está relacionada com a organização do posto de trabalho, antropometria e
tipo de atividade a desempenhar, esta não pode ser considerada adequada se for forçada ou
demasiado estática.

Por norma, as exigências impostas aos trabalhadores que ultrapassam os limites nos seus postos
de trabalho estão relacionadas com a postura adotada por períodos longos, movimentos repetitivos,
más posturas de trabalho, má movimentação manual de cargas, lesões músculo-esqueléticas,
disposição irregular dos postos de trabalho, segurança e saúde no trabalho.

A postura de pé por longos períodos pode gerar várias ocorrências em cadeia como se apresenta
na Figura 4.

Figura 4 - Cadeia de eventos originada pelas posturas mantidas (adaptado de Fewster, Gallagher, &
Callaghan, 2017)

Santos, Solange 11
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

A repetibilidade dos movimentos pode ser medida de diferentes formas (Frota, 2016). E um
trabalho repetitivo é aquele que têm um tempo de ciclo igual ou inferior a trinta segundos. Onde
implica que ciclicamente os mesmos tecidos e músculos sejam utilizados.
Outros autores referem que, a realização de duas unidades de trabalho por minuto ou quando mais
de cinquenta por cento do ciclo de trabalho envolve um mesmo padrão de movimentos e uma
sequência de etapas que se repete é considerado um trabalho repetitivo (Serranheira et al., 2008).
A força exercida para execução de uma tarefa exerce uma carga mecânica no sistema músculo-
esquelético, principalmente em tarefas de levantar, transportar, empurrar, puxar, e no
manuseamento de objetos.
As características individuais de cada trabalhador, são fatores que devem ser considerados na
avaliação ergonómica, pois são fatores que tem uma grande importância para caraterizar o
trabalhador e enquadrar o mesmo de forma correta. Estas características são: peso, idade, sexo,
altura, características antropométricas, situação de saúde, estilo de vida, doenças, historial clínico,
hábitos de vida não saudáveis (tabagismo, alcoolismo, má alimentação). Para além disso o risco
para o trabalhador é maior quando se verifica a exposição a vários fatores de risco em simultâneo,
como por exemplo, a necessidade de efetuar movimentos manuais repetidos tendo que,
simultaneamente, efetuar força com a mão, gerando LMERT nos membros superiores.
Não obstante, é de mencionar que se encontram reduzidas matérias sobre assuntos
epidemiológicos que concedam a relação das características a avaliar e explorar. (Karwowski &
Marras, 2003).

2.3.1 Lesões Músculo-esqueléticas Relacionadas com Trabalho (LMERT)

Segundo a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho “as lesões músculo-
esqueléticas são uma das doenças mais comuns relacionadas com o trabalho. Afetam milhões de
trabalhadores europeus, com um custo de milhares de milhões de euros para as entidades
patronais.”
Portanto, as LMERT são lesões que obrigam à paragem do trabalho, causando dor e desconforto
ao mesmo. Esta dor não é só física, mas também psicológica, e estas resultam por posturas adotadas
indevidas, movimentos repetitivos, local de trabalho impróprio e fatores psicossociais como stress
e pressão.

2.3.2 Exemplos de LMERT

As LMERT podem ser agrupadas de acordo a estrutura anatómica afetada. Resumidamente


apresentar-se-ão de seguida alguns exemplos de LMERT, alguns dos quais relacionados com a
temática dos movimentos repetitivos e posturas adotadas nos postos de trabalho, como mostra a
Tabela 2.

12 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Tabela 2 - Alguns exemplos de LMERT


LMERT Estrutura afetada Descrição

Atividades que exigem a elevação mantida ou repetida


Tendinite nos ombros Patologias do ombro
dos ombros

Túnel pelo qual o


Síndrome pulso Posições de extensão intensa do punho.
nervo passa pela mão

Movimentos repetitivos de flexão/extensão do punho e


Tendinites do punho Tendões
dedos,

Gestos repetitivos ou pela manipulação de cargas


Tendinites no cotovelo Cotovelo e antebraço
excessivas ou mal distribuídas

Cervical, dorsal ou Movimentos frequentes de flexão e extensão da coluna


Raquialgias
lombar permanência da posição por muito tempo

Os métodos ergonómicos para avaliar a exposição física ao risco a LMERT, são procedimentos
que avaliam de forma qualitativa e quantitativa as circunstâncias de trabalho que promovem as
LMERT. A atividade profissional pode ser avaliada tendo em conta a intensidade, a repetibilidade
e o tempo de cada tarefa. Estes métodos podem ser: questionários de autoavaliação, métodos de
observação, métodos observacionais avançados e métodos diretos(J. F. Silva, 2012).
Existem vários questionários de autoavaliação para avaliação de risco a LMERT. Este contém
perguntas, às quais os trabalhadores respondem com descrições relativas à dor e desconforto. Há
outras formas de avaliar os trabalhadores como por exemplo a autoavaliação através de vídeos de
tarefas ou questionários na internet (G. C. David, 2005).
Estes métodos são apelativos uma vez que são acessíveis e de baixo custo, quando comparados,
por exemplo, aos métodos práticos. Tem a vantagem de poder ser utilizado em larga escala, ou
seja, para grandes amostras em curtos períodos. (Bao, Silverstein, Howard, & Spielholz, 2006).
Os questionários de autoavaliação mais referenciados são:
• Questionário Nórdico Estandardizado (Kuorinka et al., 1987)
• Avaliação do desconforto postural (E Nigel Corlett & Bishop, 1976)
A desvantagem destes métodos é a informação prestada pelos colaboradores que não demonstra
muita exatidão e, por vezes não é fiável (G. C. David, 2005)
Os métodos de observação recorrem aos sensores corporais para obter informações sobre a
atividade profissional e o seu ambiente em redor. Estes são observações simples e avançadas, tais
como, recolha de notas em papel e lápis, filmar ou gravar áudio (Bao et al., 2006).
Tabela 3 descreve um resumo de alguns métodos de análise, que são métodos ergonómicos de
avaliação do risco a LMERT, e têm como objetivos avaliar tarefas com movimentos repetitivos e
posturas forçadas ou inadequadas.

Santos, Solange 13
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Tabela 3 - Métodos observacionais simples, relacionados com fatores de risco da atividade, para
avaliação de LMERT
Método Autor Descrição Segmento
corporal
RULA (Rapid
(McAtamney & Membros
Upper Limb Análise do risco através das posturas adotadas.
Corlett, 1992) superiores
Assessment)
Avalia 6 variáveis da tarefa executada: intensidade do esforço,
Extremidades
(Moore & Garg, duração do esforço por ciclo de trabalho, número de esforços
SI (Strain Index) membros
1995) por minuto, postura da mão/pulso, velocidade de execução e
superiores
duração da tarefa por dia.
OCRA
(Stanton, Hedge, Avalia o risco através das posturas adotadas, a repetibilidade, a
(Occupational Membros
Brookhuis, Salas, & frequência, a força a duração do trabalho, as pausas e outros
Repetitive superiores
Hendrick, 2004) fatores.
Actions)
Coluna,
OWAS (Ovako
(Karhu, Kansi, & Avalia a postura da coluna, membros superiores e inferiores e Membros
Working Posture
Kuorinka, 1977) da força muscular envolvida. superiores e
Analysis System)
inferiores
REBA (Rapid Avaliação do risco através da postura do corpo inteiro
(Hignett & Mc
Entire Body desenvolvido para avaliar posturas de trabalho imprevisíveis. Corpo inteiro
Atamney, 2000)
Assessment) Inclui força envolvida, carga e a pega.
LUBA (Loading Avaliação do risco da carga postural dos membros superiores Tronco e
(Kee &
on the Upper em posturas sentadas e posturas em pé, face ao tempo de membros
Karwowski, 2001)
Body Assessment) manutenção e ao desconforto observado. superiores
Avaliação da frequência dos movimentos da mão/pulso, picos
HAL (Hand Membros
(Latko et al., 1997) de força e outros fatores, em ciclos de trabalho de 4 ou mais
Activity Level) superiores
horas.
KILBOM Avaliação do risco aos movimentos repetitivos dos membros
Membros
(Guidelines (Kilbom, 1994) superiores. Para cada região corporal são indicados os limites de
superiores
for”Practitiones”) frequência de movimentos repetitivos.
Lista de verificação de fatores de risco para determinação de Membros
OSHA Checklist (Silverstein, 1997)
problemas que necessitem de avaliação mais específica. superiores
(Christmansson, Avaliação de risco postural das mãos e braços em tarefas e Membros
HAMA
1994) atividades que requerem o uso de membros superiores. superiores
Cabeça,
(E N Corlett, Modelo para registo de posturas através da colocação de marcas tronco,
Posture
MADELEY, & em gráficos, em forma de alvo, que descrevem o desvio angular membros
Targetting
Manenica, 1979) de cada segmento corporal relativa a postura de referência. superiores e
inferiores.
Lista de verificação que serve para identificar fatores de risco de
LMERT, constituída por questões relacionadas a posturas Identificação
(E N Corlett et al.,
Plibel inadequadas, movimentos de trabalho extenuantes, aspetos de fatores de
1979)
relacionados com ferramentas, com o posto de trabalho, com risco.
fatores ambientais e organizacionais.
Lista que avalia a exposição ao risco de LMERT
QEC (Quick (G. David, Woods, Coluna,
providenciando informação para intervenções ergonómicas.
Exposure Li, & Buckle, Membros
Entre outros são avaliadas as posturas e movimentos repetitivos
Checklist) 2008) superiores.
do posto de trabalho a realizar numa determinada tarefa.

Os métodos observacionais avançados avaliam todo o tipo de questões relacionadas com o


profissional e o seu meio envolvente. A Tabela 4 refere e descreve vários exemplos de métodos
avançados.

Tabela 4 - Exemplos de métodos avançados


Método Referências Descrição

14 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Este método avalia os fatores de risco inerentes contexto de trabalho, como


(Holzmann,
ARBAN posturas adotadas, carga de trabalho, vibrações através de filmagens em
1982)
tempo real com recurso a escala de BORG (1985)

Compara as posturas adotadas na zona do pescoço e dos membros


(Armstrong et
VIRA superiores, em ciclos de trabalho curtos, repetitivos através do controlo
al., 1993)
visual

(Armstrong et Classifica a postura adotada com os ombros, cotovelos, punhos e tipo de


ARMSTRONG
al., 1993) pega através de gravação com auxílio de camaras visuais

THE
OBSERVER (Devereux, São sistemas 2-D ou 3-D que registam movimentos do corpo e posturas
1999), adotadas em duas e três dimensões através de filmagem.
VICON

Os métodos diretos equipamentos são colocados diretamente no corpo do trabalhador e assim desta
forma recolher variáveis que caraterizam a exposição a LMERT. Estes métodos são de fácil
utilização, baratos e conseguem fazer uma caracterização minuciosa sobre a postura adotada.
Pode-se observar alguns exemplos de métodos diretos na Tabela 5.
Tabela 5 - exemplos de métodos direitos
Método Referências Descrição
(Chen & DAVID R
Eletromiografia BASSETT, 2005). Realiza e processa sinais mio elétricos para analisar tensão e
(EMG) fadiga muscular

(Armstrong et al., São aplicados no segmento do corpo e a medida angular da


Inclinómetros
1993) secção do corpo é igualmente referida pelo aparelho.

Dispositivos que combina tecnologia elétrica e mecânica com o


Acelerómetros (Salvendy, 2012) intuito para medir a aceleração de um corpo aquando de uma
força externa.

2.3.3 Método direito técnica de actigrafia

A técnica de actigrafia é utilizada para registar e avaliar atividade física por um longo período.
Esta técnica tem sido usada em várias áreas científicas como: medicina, saúde ocupacional,

Santos, Solange 15
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

bioquímica, genética e biologia molecular, enfermagem, ciências biológicas e agrícolas,


engenharia, psicologia, ciência ambiental, neurociência, ciências sociais já alguns anos, para
motorização da atividade físicas diárias e quantificação de atividade do corpo inteiro.
No final do seculo XX a técnica de actigrafia tem sido aplicada de forma primordial na medicina
do sono para identificar doenças relacionadas com problemas em dormir (Sadeh & Acebo, 2002).
Os estudos com actigrafia na área da medicina são aplicados em atividade reduzida para doentes
que tiveram (acidente cerebral, alterações cardiorrespiratórias após o bypass gástrico, saúde
cardiometabólica, cancro), avaliação das atividades físicas e seus comportamentos na população
doente, idosos e crianças (Telles, Corrêa, Caversan, Mattos, & Alves, n.d.)(Van Someren, 2011).
Na segurança ocupacional a técnica de actigrafia tem sido utilizada para estimar a capacidade
física, gasto energético, doenças de sono nos trabalhos por turnos durante as suas atividades (Zhu,
Jankay, Pieratt, & Mehta, 2017) (Takahashi et al., 2014).
A técnica de actigrafia determina parâmetros como: movimento do corpo, tempo consumido
durante a atividade (sedentária, ligeira, moderada, vigorosa), consumo energético, períodos de
sono e períodos de tempo acordado, posição sentado e em pé e níveis da luz ambiente (ActiGraph,
2014).
Estes parâmetros são desenvolvidos através do registro de dados em bruto de aceleração, que são
convertidas em variáveis de atividade e medidas de sono, que são processadas pelo software
ActiLife.
Estas variáveis são: aceleração em bruto, contagens nos eixos (x, y e z), gastos energéticos, passos
dados, intensidade da atividade física, tempo sedentário, tempo de atividade, inclinómetro,
períodos de sono e os níveis de luz ambiente.
Uma vez que esta técnica regista acelerações e ângulos de atividade física, sustenta-se assim a
utilização da técnica como ferramenta de apoio de análise ergonómica.

O ActiGraph GT3X é um monitor de atividade (ou seja, acelerómetro) usado para avaliar a
atividade física dos seres humanos, e é um dos equipamentos mais utilizado na técnica de
actigrafia, por ser de baixo custo, de fácil utilização, por fazer a monitorização dos movimentos
até 25 dia, mede através da aceleração em três planos ortogonais individuais (VT, AP e médio-
lateral ML) e fornece a contagem de atividade como uma magnitude vetorial composta desses três
eixos (VM3) (ActiGraph, 2014).

16 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Figura 5 - Representação dos eixos do equipamento Actigraph Gt3X+

Este modelo tem sensores triaxial que permitem detetar as acelerações nos planos vertical (X),
horizontal direita-esquerda (Y) e horizontal frente-trás (Z) como mostra a Figura 5, como também
a inclinação. Este dipositivo permite também verificar se o aparelho está a ser usado ou não. É
possível programar a data/hora de início e fim da recolha tornando-se bastante útil quando
queremos analisar a atividade física ao longo de vários dias, diferenciado as alturas do dia em que
o sujeito, por exemplo, está a dormir (ActiGraph, 2014).

Verifica-se que existem cinco métodos de avaliação. A metodologia a adotar é bastante importante.
Na atualidade, os métodos de observação são os mais utilizados para profissionais com tempo e
recursos limitados.

Santos, Solange 17
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

2.4 Enquadramento Legal e Normativo

Existem diversos diplomas na legislação portuguesa relacionados a lesões músculo-esqueléticas,


sendo os de maior relevância os da Tabela 6.
A Lei 102/2009 dita os princípios gerais de prevenção, onde, segundo o artigo 5º: “O trabalhador
tem direito à prestação de trabalho em condições que respeitem a sua segurança e a sua saúde,
asseguradas pelo empregador ou, nas situações identificadas na lei, pela pessoa, individual ou
coletiva, que detenha a gestão das instalações em que a atividade é desenvolvida.”
Existem atualmente diretivas europeias únicas cobertas por várias diretivas relativas a distúrbios
músculo-esqueléticos, onde as diretivas relevantes incluem a «diretiva-quadro» de segurança e
saúde no trabalho (SST) e as diretivas que abrangem os seguintes temas: movimentação de cargas,
equipamentos de trabalho, prescrições mínimas de segurança e de saúde nos locais de trabalho e
prescrições mínimas de segurança e de saúde respeitantes ao trabalho com equipamentos dotados
de visor (computar) que se encontram descritas na Tabela 6
Tabela 6 - Diplomas da Legislação Portuguesa aplicável á prevenção de LME
DIPLOMA DESCRIÇÃO REFERENCIA
Lei nº. 102/2009, de 10 de setembro Regime jurídico da promoção da (Assembleia da República
segurança e saúde no trabalho, de 2009b)
acordo com o previsto no artigo 284 do
código do trabalho.
Portaria 53/71 de 3 de fevereiro Aprovação do Regulamento Geral de (Ministérios da Economia
Segurança e Higiene do trabalho em das Corporações e
estabelecimentos industriais. Previdência social e da
saúde e assistência, 1971)
Decreto-Lei nº. 330/93, de 25 de Prescrições mínimas de segurança e (Ministério do trabalho e da
setembro saúde á movimentação manual de segurança social, 1993)
cargas.

Decreto Regulamentar nº 6/2001, de Lista das Doenças profissionais e seus Ministério do trabalho e da
5 de maio respetivos índices codificados. solidariedade, 2001)
Lei nº 7/2009 de 12 de fevereiro Aprovação a revisão do código do (Assembleia da república,
trabalho. 2009a)
Decreto-Lei nº. 352/2007, de 23 Tabela nacional de incapacidades. Ministério do trabalho e da
fevereiro solidariedade social,
2007b)
Decreto Regulamentar nº 76/2007 Alteração dos capítulos 3º e 4º da lista Ministério do trabalho e da
de 17 de julho das doenças profissionais. solidariedade social,
2007b)

18 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Tabela 7 - Diretivas Europeias relativas á prevenção de LMERT

Diretivas Descrição

2002/44/CE do Parlamento Europeu e do Prescrições mínimas de segurança e saúde em matéria de exposição dos
concelho, de 25 de junho de 2002 trabalhos aos riscos devidos aos agentes físicos (vibrações) ou a tarefa
especifica.
90/269/CEE do concelho, de 29 de maio de Prescrições relativa às condições mínimas de requisitos de segurança para o
1990 manuseamento manual de cargas.
90/270/CEE Prescrições relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde aplicáveis
ao trabalho com equipamento de ecrã.

89/391/CEE, de 12 junho de 1989 Prescrições relativa à aplicação de medidas destinadas a promover a melhoria
da segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho.

Existem ainda , as ISO normas criadas pela Organização Internacional de Padronização (ISO), que
tem como objetivo melhorar a qualidade dos produtos e serviços das organizações mundiais, as
mesmas são aplicadas em varias áreas como: qualidade , ambiente, segurança e saúde relacionadas
com segurança e saúde no trabalho como mostra Tabela 8.

Tabela 8 - Normas Internacionais ISO relativas aos requisitos ergonómicos


Normas ISO Descrição

ISO 11064-4:2013 Design ergonómico de centros de controlo- parte 4: layout e dimensões de postos de
trabalho.

ISO 11226:2000 Avaliação de posturas de trabalho estático

ISO 11228-1:2003 Movimentação manual- Parte 1: Elevação e Suporte.

ISO 11228-2:2007 Movimentação manual- Parte 2: Impulso e Arrastamento.

ISO 11228-3-2007 Movimentação manual- Parte 3: Manipulação de cargas leves a elevadas frequências.

Santos, Solange 19
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

2.5 Conhecimento Científico

Avaliação Ergonómica de postos de trabalho com aplicação de diferentes técnicas: seguindo os


tópicos considerados no início do projeto, foi realizada uma revisão bibliográfica para realizar os
objetivos definido.
A revisão foi elaborada segundo as diretrizes para a execução de revisões sistemáticas PRISMA
Statement (Moher, Liberati, Tetzlaff, & Altman, 2009)
Com base nos critérios do PRISMA foi feita uma seleção 28 artigos. O procedimento e os critérios
estabelecidos são descritos nas próximas linhas.

2.5.1 Estratégia de Pesquisa

A pesquisa foi desenvolvida através de 5 bases de dados: Academic Search Complete, Scopus,
Science Direct, Pubmed, Web of Science, com base nas palavras-chaves estruturadas.
Está revisão bibliográfica foi direcionada na leitura de artigos que abordam conteúdos relacionados
avaliação ergonómica em contexto real de trabalho, aplicação de técnicas ergonómicas para avaliar
dor e desconforto ao risco a LMERT. Assim as palavras-chaves selecionadas foram agrupadas em
dois grupos como mostram as Figura 6 e Figura 7.

Métodos

Risco Ergonómico

Em mulheres que Lesões músculo-


trabalham em esqueleticas
contexto
Avaliação
1º Grupo ocupacional
Ergonómica
administrativo e
limpeza Avaliação postural
profissional

Repetitividde de
movimentos

Normas

Figura 6 - Primeiro grupo de palavras-chaves

20 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Parametros

Quantificação de
movimento

2º Grupo Acelerometros Actigraphy

Identificação de
Posição

Associação dos
parametros ao risco
de Lesão músculo-
esqueletica no
trabalho
Figura 7 - Segundo grupo de palavras-chaves

O grupo de palavras-chaves acima de foram agrupadas, com objetivo de formar palavras-chaves


que seriam capazes de fornecer resultados relacionados a avaliação ergonómica com aplicação de
diferentes técnicas, aplicadas no setor de limpeza profissional, administrativo e técnicas de
laboratório. Depois de ter aplicado os grupos de palavras cruzadas, obteve-se um total de 6
combinações conforme mostra a Figura 8.
1º Ergonomic assessment

2º Musculoskeletal injuries

3º Posture assessment

4º Repetitive movements

5º Quantification of Movements

6º Actigraphy

Figura 8 - Palavras chaves

Estas combinações formadas, utilizadas nas bases de dados, obtiveram um total de 68977 registos.
Os primeiros dados sem filtros tiveram os seguintes valores (6718 do Scopus, 7949 da Pubmed,
19116 da Science Direct, 2782 da Web of Science, da Academic Search Complete 32409 e registos
identificados noutras fontes).

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

2.5.2 Critérios de Triagem

O critério de triagem foi aplicado em três fases de exclusão. Na primeira fase, foi aplicada através
dos filtros de pesquisa das bases de dados para obtenção de resultados relevantes. O primeiro
critério foi “Date” onde os anos selecionados foram 2014 a 2019. Este período foi definido pois
são interessantes os artigos mais recentes relacionados com as metodologias de análise
ergonómica. O segundo critério foi “Document Type” onde foram selecionados apenas os artigos,
o terceiro critério foi “Source type” onde foram selecionados apenas os jornais e o quarto critério
foi “Language” onde foram escolhidos apenas os artigos em inglês, tendo como resultado 489
artigos. Uma vez que vários destes artigos foram duplicados, foi feita uma segunda exclusão e
obteve-se um total de 189 artigos. A terceira fase de exclusão seguiu as seguintes diretrizes:
a) Foram analisados os títulos e os resumos dos artigos. Caso uma das condições
seguintes não se fizesse cumprir os artigos não eram selecionados.
✓ Estudos que não aplicavam técnicas ergonómicas de autorrelato,
observação e medição de atividade física;
✓ Estudos que não faziam avaliação ergonómica corpo-inteiro;
✓ Estudos que não têm como amostra mulheres;
✓ Estudos que não utilizavam Actígrafo.
b) Os artigos com texto completo foram recorridos, sempre que o título e o resumo
fornecessem informações suficientes.
A partir desta fase, foram selecionados 189 artigos, para determinar se os critérios de seleção foram
cumpridos.

22 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

2.5.3 Critérios de elegibilidade

Os artigos foram incluídos se apenas as condições se fizessem cumprir:


1. Avaliação de lesões músculo-esqueléticas em atividades sedentárias e dinâmicas como:
escritórios, limpeza profissional e técnica de laboratório. Foram incluídos (8 artigos);
2. Aplicação do método REBA e o questionário nórdico em mulheres, nas atividades
sedentárias e dinâmicas como: escritórios, limpeza profissional e técnica de laboratório.
Foram incluídos (10 artigos);
3. Aplicação da técnica de actigrafia medida pelo equipamento Actigraph wGT3X-BT para
avaliar atividade física através dos parâmetros no pulso, cintura e tornozelo. Foram
incluídos (10 artigos).
Este processo resultou no total de 28 artigos.

A Figura 9 apresenta o fluxograma das fases da revisão bibliográfica.


Identificação

Total de artigos identificados nas bases de


dados
(n = 68974)
Registros
duplicados
Registos identificados depois dos filtros de (n = 200)
Seleção

busca (n = 489)

Registos eleitos para leitura de resumo Registros excluídos


(n = 189) (n = 98)
Elegibilidade

Artigos de texto complete avaliados para Artigos de texto


elegibilidade (n = 91) completo
excluídos com
motivos
Inclusão

Estudos incluídos na síntese qualitativa


(n = 28)

Figura 9 - Etapas da revisão bibliográfica

Santos, Solange 23
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

2.5.4 Resultados Gerais

Seguindo á metodologia PRISMA, obtiveram um total de (68977) artigos identificados pela


primeira vez e foram reduzidos para 28 artigos. Ao longo da fase de triagem obtiveram-se os
seguintes valores conforme mostra a Tabela 9.
Tabela 9: Síntese da fase de Triagem.
Base de dados Artigos coletados Date Document Source type Language Esquerda
sem filtros type total

Scopus 6718 5272 2477 470 400 289

Pubmed 7949 5630 4530 573 473 36

ScienceDirect 19116 13190 1933 1536 321 22

Web of Science 2782 2091 1553 117 99 100

Academic Search 32409 24931 1930 500 450 39


Utmate

Total 68977 51117 12426 3199 1746 489

Após a conclusão da primeira fase foram identificados 68977 artigos, depois de aplicar a fase de
exclusão obtive um total de 489 artigos destes 200 eram duplicados, depois de excluir os
duplicados obtive um total de 189 artigos que passaram a fase final. Depois de ler os resumos que
estavam dentro do grupo de palavras-chaves selecionadas, após leitura dos resumos e validação
do grupo de palavras chaves escolhidas foram removidos 98 artigos. Assim aplicado os critérios
de elegibilidade como mostra a tabela
Tabela 10.

Tabela 10 - Critérios de Elegibilidade


Artigos Resultados
Critérios Descrição
filtrados após filtros

Artigo de revisão 10 81

1) Avaliação de lesões Método REBA e questionário nórdico 10 71


músculo-esqueléticas em
atividades sedentárias e Não aplicados em mulheres 20 51

dinâmicas. Não aplicados em atividade de escritório,


7 44
limpeza profissional e técnica de laboratório

2) Aplicação da técnica Não utilizam o equipamento actigraph wGT3X-


15 28
de actigrafia BT ou utilizam um similar

24 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas

Tabela 11 - Resumo dos artigos selecionadas para o estudo


Título Autores Ano País Método/Equipamento Amostra Resumo
Uni-andtriaxial Maia P. Smith, (2018) Granada ActiGraph GT3X O objetivo deste estudo foi estabelecemos se os sinais
accelerometric signals agree Alexander Horsch, 1402 uniaxiais monitoram adequadamente a atividade de
during daily routine, but show Marie Standl, rotina e se a acelerométrica triaxial pode deteta
differences between sports Joachim Heinrich & variações específicas do exporte no padrão de
Holger Schulz movimento.
Estimation Of Energy Swartz, Ann M. (2003) EUA Acelerómetros Cosmed 12 O objetivo deste estudo foi desenhado para estabelecer
Expenditure Using CSA Strath, Scott J. K4b 2 modelos de previsão que relacionam dados do
Accelerometers At Hip And Bassett, David R acelerômetro de quadril e punho ao gasto de energia
Wrist Sites Obrien, William L. (EE) em cenários de campo e laboratório. Também
King, George A. procuraram determinar se adição de um acelerômetro de
Ainsworth, Barbara pulso melhoraria significativamente a previsão de EE
E. (METs), em comparação com um modelo que usassem
O’brien, William L apenas um acelerômetro de quadril.
King, George A.
Ainsworth, Barbara
E.
Physiological, Subjective And Kumar, Rupesh (2005) Canadá 13 Este estudo foi realizado, quando os trabalhadores
Postural Loads In Passenger Chaikumarn, ND realizavam as suas tarefas normais, para obtiver o
Train Wagon Cleaning Using Montakarn consumo de oxigênio, a frequência cardíaca, a avaliação
A Conventional And Kumar, Shrawan do esforço quando adotavam as posturas habituais. O
Redesigned Cleaning To esforço percebido durante a tarefa de limpeza usando a
"ferramenta de limpeza projetada" foi menor do que a
"ferramenta de limpeza convencional"
Estimation Of Resistance Eric S. Rawson (2009) ND acelerômetros 30 O objetivo estimar a despesa energética do exercício de
Exercise Energy Expenditure And Talia M. (ActiGraph GT1M) e resistência utilizando acelerométrica.
Using Accelerometry Walsh (CosMed K4b2)

Computational Methods For Shaopeng Liu1, (2011) EUA ND O objetivo deste estudo foi produzir uma metodologia
Estimating Energy Robert X. Gao1, Acelerómetros e sensores de computacional válida, confiável para estimar o gasto
Expenditure In Human And Patty S. pressão dos pés energético através dos sensores.
Physical Activities Freedson
PhysicalActivity Monitoring Kristin Taraldsena, (2011) Noruega ND Este estudo tem como objetivo fazer revisão sistemática
By Use Of Accelerometer- Sebastien F.M. Acelerómetros a literatura sobre variáveis de atividade física derivadas
Based Body-Worn Sensors In Chastinb, Ingrid I. de sensores durante o monitoramento a longo prazo em
Older Adults: A Systematic Riphagenc, Beatrix idosos saudáveis e em tratamento.
Literature Review Of Current Vereijkend,
Knowledge And Jorunn L.
Applications Helbostada.

Santos, Solange 25
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Individual And Work-Related Oha, Kristel (2014) Estónia Questionário nórdico 415 Objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de dor
Risk Factors For Animägi, Liina (NMQ) músculo-esquelética (NMQ) por região anatômica
Musculoskeletal Pain: A Pääsuke, Mati durante os últimos 12 meses e investigar sua associação
Cross-Sectional Study Among Coggon, David com características pessoais e fatores de risco
Estonian Computer Users Merisalu, Eda relacionados ao trabalho entre trabalhadores de
escritório estonianos usando computadores.

An Ergonomic Assessment Of Mork, Meshel A (2015) Bodymap e REBA Este estudo tem como objetivo fazer uma revisão da
Sample Preparation Job Choi, Sang D ND literatura ergonômica e de segurança indicou uma falta
Tasks In A Chemical de informações de avaliação postural para tarefas de
Laboratory trabalho dentro de um laboratório químico.
Multi-Instrument Assessment Sema Can1, Nevin (2015) Turquia Questionário de avaliação 50- Mulheres Este estudo tem como objetivo avaliar atividade física
Of Physical Activity In Female Gündüz2, Erşan de atividade física (7-d em trabalhadoras de escritório.
Office Workers Arslan3, Elżbieta PAAQ), um multisensor e
Biernat4, Gülfem um pedômetro
Ersöz2, And Bülent
Kilit1

The Influence Of Vessel Tomas Breidahl1, (2015) Dinamarca SenseWear Pro 3 4 Este estudo tem como objetivo, de explorar a relação
Movements On The Michael entre a exposição aos movimentos do navio e os gastos
Energy Expenditure Of Christensen2, energéticos dos pescadores durante várias atividades
Fishermen In Relation To Jørgen Riis físicas a bordo.
Activities And Occupational Jepsen3, Øyvind
Tasks On Board Omland1

Veronesi Index Of Ergonomic Junior, José (2015) ND REE-ARMS e OCRA 139 postos de trabalho Avaliar a confiabilidade da ferramenta REE-ARMS em
Risk For Activities Repetitive Ronaldo Veronesi comparação com a ferramenta OCRA para análise de
Of Members Upper Limbs Pereira, Rodrigo risco ergonômico.
Marçal
Da Silv, Rodiney
Pereira
An Activity Index For Raw Bai, Jiawei (2016) ND acelerômetro triaxial 194- Mulheres Este estudo fornece uma proposta inovadora e
Accelerometry Data And Its Di, Chongzhi (ActiGraph GT3X transparente para simplificar dados de acelerométrica
Comparison With Other Xiao, Luo em bruto amostrados claramente como pode servir
Activity Metrics Evenson, Kelly R como uma alternativa para todos os níveis de
Lacroix, Andrea Z intensidade. A atividade sedentária melhorou
Crainiceanu, amplamente a sensibilidade em sedentarismo e
Ciprian M atividades leves sobre níveis de intensidade e
Buchner, David M intensidade sedentária e ativa demonstram ainda mais
sua vantagem em estudos com adultos.

26 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Differential Actigraphy For M Rabuffetti1,3, P (2016) Itália acelerômetros triaxiail 31 Este estudo tem como objetivo apresenta um novo
Monitoring Meriggi1, C (programáveis método para a actigrafia diferencial, que requer as
Asymmetry In Upper Limb Pagliari1, P eZ430-Chronos, Texas medições sincronizadas de dois acelerômetros triaxial,
Motor Activities Bartolomeo2 Instruments, EUA) (programáveis eZ430-Chronos, Texas Instrumentes,
And M Ferrarin1 EUA) colocados simetricamente em ambos pulsos.

Prevalence And Postural Risk Falaki, S H (2016) Irão Questionário nordico 168 Este estudo foi realizado para determinar a prevalência
Factors Associated With Akbari, H (NMQ) e os fatores de risco posturais associados a distúrbios
Musculoskeletal Disorders Hannani, M osteomusculares entre o pessoal do laboratório médico
Among Medical Laboratory Derakhshan, M em Kashan em 2012
Personnel In Kashan In 2012 Kashani, M M

Redesign The Cleaning Tools Ming-Hsu Wangbi- (2016) OWAS 30 Este estudo fez análise da postura adotadas pelos
From Analysis Of Working Hui Chenwen-Ko EUA trabalhadores através do método OWAS para
Postures At A Cleaning Job Chiou redesenhar as ferramentas de limpeza assistente. eles
Using The Task Analysis And associam comprimento das ferramentas pelas alturas
OWAS Methods dos trabalhadores e o ângulo da ferramenta de limpeza.
Assim a reformulação dos materiais/ferramentas
ajudaria os trabalhadores de limpeza a trabalharem sem
posturas com extensão excessiva, para reduzir a má
postura.
The Importance Of Coelho, C., (2016) Suíça Checklist OSHA, RULA e 1300 O objetivo deste estudo foi fazer avaliação ergonómica
Ergonomics Analysis In Oliveira, P., Maia, Equação NIOSH e implementar condições de trabalho que evitem o
Prevention Of Msds: A Pilot E., Maia, J., & aparecimento de lesões músculo-esqueléticas.
Study Dias-Teixeira
A Study On The Ergonomic Tee, Kian Sek (2017) ND RULA e REBA ND Este artigo pretende revisar as abordagens e
Assessment In The Low, Eugene instrumentos utilizados pelos trabalhos anteriores dos
Workplace. Saim, Hashim pesquisadores na avaliação da ergonomia
Wan Zakaria, Wan
Nurshazwani
Khialdin, Safinaz
Binti Mohd
Isa, Hazlita
Awad, M I
Soon, Chin Fhong

Comparison Of Two Pfister, T., (2017) ND acelerômetros ActiGraph 266 Pesquisa sobre atividade física e comportamento
Accelerometers For Matthews, C. E., GT3X + e ativPAL3 sedentário é a avaliação precisa da exposição no
Measuring Physical Activity Wang, Q., Kopciuk, contexto dos desfechos da doença. Os objetivos
And Sedentary Behaviour K. A., Courneya, primários deste estudo foram avaliar a validade
K., & Friedenreich, convergente e a confiabilidade dos acelerômetros
C ActiGraph GT3X + e ativPAL3.

Santos, Solange 27
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Neck And Upper Extremity Jenny Gremark (2017) ND Questionário nórdico 291- Mulheres Este estudo explora as associações entre condições de
Pain In Sonographers – Simonsen, Anna (NMQ) trabalho e dor músculo-esquelética com base na
Associations With Axmon, Catarina frequência e intensidade da dor no pescoço e nas
Occupational Factors Nordander, extremidades superiores.
Ingerarvidsson
The Effect Of Standing Fewster, Kayla M. (2017) ND EMG 31 Este estudo teve como objetivo avaliar algumas
Interventions On Acute Low- Gallagher, Kaitlin intervenções em pé comumente implementadas, em
Back Postures And Muscle M. diferentes posições em pé (Nível de Solo (controle),
Activation Patterns Callaghan, Jack P. Inclinado, Elevado e Escalonado) por 5 min cada. O uso
de uma superfície elevada mudou a postura da coluna
lombardos participantes de tal forma que os
participantes ficaram em uma postura mais flexionada
da coluna lombar.
Can Exposure Variation Be Letícia (2018) ND Analise de variância de 18- Mulheres Este estudo investigou os efeitos agudos de alterar o
Promoted In The Shoulder Bergamin Januario, medidas repetidas (RM- ritmo de trabalho e implementar dois tipos de pausa
Girdle Muscles By Modifying Pascal Madeleine, ANOVA) durante uma tarefa de montagem. onde os trabalhadores
Work Pace And Inserting Marina Machado realizaram uma tarefa simulada em quatro condições
Pauses During Simulated Cid, Afshin diferentes: 1) lentidão ou 2) ritmo de trabalho rápido
Assembly Work? Samani, Na Beatriz com 3) pausas passivas ou 4) ativas a cada dois minutos.
Oliveira
Comparison Of Work-Related Jeong, Han-Seur (2018) Coreia do Sul Questionário nórdico 293 Este estudo teve como objetivo comparamos a
Musculoskeletal Symptoms Suh, Byung-Seong (NMQ) frequência sintomatologia dos músculo-esqueléticos e
Between Male Cameramen Kim, Soo-Geun avaliação de risco ergonômico entre os dois grupos.
And Male Office Workers Kim, Won-Sool
Lee, Won-Cheol
Son, Kyung-Hun
Nam, Min-Woo
Ergonomic Assessment Of Isler M, Küçük M, (2018) Turquia REBA, OWAS e PLIBEL O objetivo deste estudo é avaliar e comparar os
Working Postures In Clothing Guner M ND trabalhadores do setor de vestuário, através de três
Sector With Scientific métodos diferentes, a fim de determinar as posturas de
Observation Methods trabalho, identificação dos fatores de stress do sistema
músculo-esquelético e as exposições dependendo das
posturas de trabalho.
Long-Term Effects Of Sit- Zhu, W (2018) China biomarcadores 36 O objetivo deste estudo foi avaliar o tempo de espera no
Stand Workstations On Gutierrez, M local de trabalho, com biomarcadores e a produtividade
Workplace Sitting: A Natural Toledo, M J do trabalho durante um redesign do local de trabalho,
Experiment Mullane, S que incluiu a instalação de estações de trabalho seat-
Stella, A P stand.
Diemar, R
Buman, K F
Buman, M P

28 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Work-Related Mohammadipour, (2018) Kerman RULA e ROSA 129- Mulheres, 121- O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência de
Musculoskeletal Disorders In F., Pourranjbar, M., homens distúrbios músculo-esqueléticos (DME) e os riscos
Iranian Office Workers: Naderi, S., & Rafie, ergonômicos para os trabalhadores do escritório da
Prevalence And Risk Factors F Universidade de Medicina de Kerman.
Validation of the VitaBit Sit– (2018) Holanda VitaBIt Sit-Stand Tracker ND O objetivo do estudo foi estudar comportamento
Stand Tracker: Berninger, Nathalie sedentário (SB) e suas consequências prejudiciais e se
DetectingSitting, Standing, ten Hoor, Gill pode ser compensado por através de atividade física
and Activity Patterns moderada a excessiva (AF).
Plasqui, Guy

A Comparison Of Physical Buchan, D S (2019) Reino Unido ActiGraph GT3X 55 O objetivo deste estudo foi avaliar a concordância entre
Activity From Actigraph Mcseveney, F várias medidas de atividade usando dados de aceleração
GT3X+ Accelerometers Worn Mclellan, G bruta de acelerômetros usados simultaneamente no
On The Dominant And Non- pulso dominante e não dominante.
Dominant Wrist
Intra-Rater And Inter-Rater Schwartz, Adam H (2019) EUA REBA ND Esta estudo tem como objetivo comprovar a
Reliability Of The Rapid Albin, Thomas J confiabilidade dos relatórios da REBA.
Entire Body Assessment Gerberich, Susan G
(REBA) Tool

Santos, Solange 29
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas

2.6 Objetivos da Dissertação

2.6.1 Objetivo Geral

Este estudo tem como objetivo avaliar a dor, desconforto e o risco de lesões músculo-esqueléticas
em atividades sedentárias e dinâmicas, através de métodos convencionais e comparar com
indicadores de um sistema alternativo de avaliação, baseado em dados de actigrafia.

2.6.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são derivados do objetivo geral do trabalho e são apresentados como:
• Determinar a prevalência de sintomatologia músculo-esquelética através do questionário
nórdico;
• Avaliar os movimentos e execução de tarefas em contexto real através do método REBA;
• Evidenciar a possibilidade de uso da técnica de actigrafia através da recolha dos seus
parâmetros para prever a dor e o desconforto e o risco de lesão músculo-esquelética, através
de indicadores de posição e atividade.

Santos, Solange 30
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Metodologia geral

A análise ergonómica foi realizada em contexto real de trabalho, a 32 trabalhadoras das quais 14
funcionárias de limpeza profissional, 4 técnicas de laboratório e 14 funcionárias de escritório, com
a utilização da metodologia apresentada na
Figura 10. Estes postos de trabalho foram escolhidos, pelo fato das tarefas serem variadas e
apresentarem ciclos temporais longos e normalmente adotarem posturas inadequadas ao longo do
dia de trabalho, fatores estes, que são indutores de dor, desconforto e ao risco de LMERT. Dessa
forma, a pesquisa bibliográfica foi uma constante em quase todas etapas da metodologia.
Dado o ciclo de trabalho de cada atividade escolhida e pelo fato de cada trabalhadora efetuar a
função em permanência, foi aplicado o questionário nórdico músculo-esquelético (ANEXO VIIII)
em versão portuguesa para identificar as principais queixas de dores e desconforto das
trabalhadoras, e identificar os potenciais fatores de risco de LMERT na perspetiva das
trabalhadoras. As respostas a este questionário forneceram um suporte às técnicas utilizadas na
análise ergonómica dos postos de trabalho e na escolha das tarefas mais críticas, que seriam alvo
de análise e orientações para o estudo.
Escolha do tema

Definição dos postos de


trabalho a avaliar

Observação dos
Revisão bibliográfia
trabalhadores

Recolha de dados

Definição dos objetivos

Escolha das tarefas a avaliar

Seleção dos métodos a


aplicar

Tratamento dos dados

Discussão dos resultados

Conclusão e perspetivas
futuras

Figura 10 - Metodologia geral

Santos, Solange 31
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

3.2 Postos de trabalho analisados

Este estudo representa uma investigação que inclui uma declaração amplamente definida da
vontade do participante fazer parte do projeto e em cooperar com o investigador e os outros
participantes no processo.
Na pesquisa qualitativa, foram considerados os seguintes aspetos éticos: explicação detalhada do
ensaio e registos, o esclarecimento sobre finalidade e objetivos específicos do estudo, garantia da
confidencialidade e anonimato das declarações (através da atribuição de um código de conduta a
cada participante).

3.2.1 Limpeza profissional

No presente estudo foram analisadas as tarefas típicas de quatorze trabalhadoras de limpeza


profissional. De acordo com a análise da atividade de limpeza profissional desempenhada em
contexto escolar, foram observadas doze tarefas principais que as trabalhadoras executaram. Nesta
parte do trabalho o foco foi tarefas com movimentos repetitivos e posturas corporais.
A Figura 11 ilustra as tarefas típicas das trabalhadoras neste estudo que são: limpar o chão, varrer
o chão, limpar os armários, limpar casas de banho, recolha de lixo, limpar portas e mesas. Todas
estas tarefas foram filmadas e fotografadas no local de trabalho em contexto escolar para
posteriormente serem analisadas. Foram observadas 14 trabalhadoras e o tempo de observação
para cada uma delas foi de 2 h.

Figura 11 - Doze tarefas principais de limpeza nas escolas

As trabalhadoras trabalham 8 h/dia e 40 h semanais em dois tipos de horários. Um começa às 09


h e termina às 18 h, com uma pausa de 10 min às 10 h e outra pausa para o almoço de 1 h às 12 h,
outro horário tem início às 7 h e finalizam às 16 h, com uma pausa de 10 min às 8 h e tem outra
pausa para o almoço das 12 h às 13 h.

32 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

A observação em contexto real de trabalho permitiu constatar fatores que podem influenciar a dor
e desconforto e ao risco de LMERT, na atividade de limpeza profissional que são:
• Movimentos repetitivos ou contínuos;
• Flexão e torção da coluna;
• Posturas inadequadas com os joelhos e braços como mostra a Figura 12;
• Pausas reduzidas;
• Equipamentos de trabalho não ergonómicos;
• Ausência de formação por parte das trabalhadoras.

Figura 12 - Postura adotada ao apanhar o lixo na atividade de limpeza

Santos, Solange 33
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

3.2.2 Técnica de laboratório

Foram observadas e analisadas as tarefas de quatro trabalhadoras na atividade de laboratório


químico em contexto escolar. O horário de trabalho é das 9 h às 18 h, com uma pausa para o
almoço das 12 h as 13 h e outra no meio da tarde para o lanche. As principais funções das técnicas
de laboratório são no domínio dos princípios das técnicas de análise qualitativa, quantitativa e de
instrumentação. Para além disso, esta profissional realiza ensaios, regista e interpreta os resultados,
selecionando os métodos e as técnicas mais apropriadas para a realização em contexto de
laboratório. As atividades observadas que a técnica realiza são:
• Identificação e realização dos principais ensaios e análises por sector de atividade como
pode-se observar na Figura 13;
• Dar assistência técnica aos utilizadores do laboratório;
• Recolher e preparar amostras de substâncias e produtos a analisar;
• Relacionar métodos e técnicas analíticas a cada processo/atividade;
• Interpretar resultados de ensaios e análises;
• Criticar resultados de ensaios e análises;
• Realizar tratamento e o processo de dados informaticamente;
• Armazenar e classificar produtos químicos tendo em conta a análise de risco do produto;
• Realizar a gestão de stocks;
• Realizar gestão de resíduos tóxicos e/ou perigosos caso se aplique.

Figura 13 - Postura adotada na atividade de laboratório

34 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

3.2.3 Trabalho de escritório ao computador

Foram observadas e analisadas as tarefas de 14 trabalhadoras na atividade de escritório ao


computador. Estas trabalhadoras permanecem a maior parte do tempo no escritório sentadas, entre
6 a 7 horas, a trabalhar ao computador executando tarefas variadas que vão desde a digitalização,
a escrita e/ou a leitura. O horário é das 9 h às 18 h, com duas pausas uma na hora do almoço de
uma hora e outra no final da tarde de dez minutos para o lanche. Estas tarefas são repetitivas por
um longo período.

Figura 14 - Posturas adotadas na atividade de escritório

Santos, Solange 35
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

3.3 Materiais

Para recolha de dados e tratamento dos mesmos foram utilizados os seguintes materiais:
• Máquina fotográfica Canon 700D;
• 3 acelerómetros Actigraph WGT3X-BT e 3 cabos;
• Software ActiLife6 (versão 6.1.2.1; Cary, NC; USA);
• Software Microsoft Excel 2016.

3.4 Métodos de análise e avaliação postural ao risco de LMERT

As tarefas desenvolvidas em cada atividade evidenciam exigências físicas, organizacionais e


psicossociais distintas. Esta heterogeneidade implica que a escolha do método de avaliação
postural seja adequada às tarefas em estudo.
Os princípios dos métodos existentes para avaliação postural, resultam normalmente de
ocorrências particulares ou específicas, o que direciona a uma área restrita de aplicação dos
mesmos.
Após a observação das tarefas em cada atividade em estudo e revisão bibliográfica, foi feita uma
análise aos métodos disponíveis, e verificou-se que os métodos de avaliação postural que se
adequam ao estudo são o questionário nórdico porque pode ser utilizado com critérios pré-
definidos, em diagnósticos para diferentes grupos ocupacionais, possibilitando conjugar dados
com estudos realizados na área, instituindo-se como base de dados que pode ser usada para
descrever as diferenças entre os diversos postos de trabalho, e por estar validado
internacionalmente tem sido aplicado em estudos de situações reais de trabalho. É um dos
questionários de autoavaliação mais utilizados a nível mundial, no qual se foca no relato de
sintomatologia dor e desconforto dos membros superiores e inferiores, tendo sido atualizado para
uma versão mais recente designada de Nordic Muskuloskeletal Questionnaire (NMQ). Este
questionário está adaptado para ser aplicado a um amplo e diversificado número de postos de
trabalho e pode aplicar-se a um determinado grupo de trabalhadores.
No caso das LMERT, este tipo de questionário, pela natureza das questões que integra,
designadamente os aspetos ligados a relação com o trabalho e os critérios temporais, os sintomas
referidos pelos trabalhadores, possibilitam diagnosticar eventuais dor/desconforto e lesões, tão
precocemente quanto possível, contribuindo para uma interação limitadora de danos (Serranheira
et al., 2008).
E o REBA pois avalia o grau de exposição do trabalhador ao risco de LMERT do corpo inteiro
através das posturas inadequadas e permite avaliar a atividade muscular causada por uma postura
estática, dinâmica ou devido a mudanças bruscas ou inesperadas na postura, determinando o nível
de risco de lesão estabelecendo o nível de ação necessária e a urgência da intervenção (Hignett &
Mc Atamney, 2000). Neste contexto, foi ainda abordada uma nova possibilidade para análise

36 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

postural com a utilização do equipamento Actigraph WGT3X-BT por ser um equipamento que
avalia a atividade física por um longo período, por ser barato e de fácil utilização.

3.4.1 Questionário NMQ

O questionário NMQ tem como objetivo identificar as regiões afetadas pela sintomatologia de dor,
desconforto e LME.
Foi utilizada a versão traduzida e validada, para a população portuguesa, que contem questões
individuais (demográficas e antropométricas) como: idade, sexo, peso, altura, estado civil, horas
de trabalho, há quantos anos encontra-se a exercer a atividade e três questões relacionadas com
nove regiões anatómicas, sendo elas, o pescoço, ombros, cotovelos, punhos/mãos, região torácica,
região lombar, ancas/coxas, joelhos, tornozelo/pés.
As questões estão relacionadas com cada área anatómica sendo possível constatar se os
trabalhadores tiveram dores nos últimos 12 meses e nos últimos 7 dias e se procuraram ajuda
médica ou tiveram de se ausentar do trabalho. Para o levantamento do nível de dor, foi solicitado
às trabalhadoras que indicassem o grau de intensidade avaliado numa escala de dor de 0 a 10, e
ainda contém um diagrama para identificar todos os segmentos corporais envolvidos e a sua
respetiva escala de dor como mostra a Figura 15 (Kuorinka et al., 1987)

Figura 15 - Diagrama de representação das diferentes regiões corporais

Santos, Solange 37
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

3.4.2 Método REBA (Rapid entire body assessment)

O método REBA (Rapid Body Assessment) analisa as posturas adotadas nos postos de trabalho
(Hignett & Mc Atamney, 2000).
Este método analisa a postura quanto aos riscos músculo-esqueléticos das tarefas executadas,
baseando-se fundamentalmente em seis princípios:
• Desenvolver uma análise postural aos riscos músculo-esqueléticos em diversas tarefas;
• Os segmentos corporais são divididos e codificados individualmente com referência ao
plano referencial;
• A atividade muscular é regida por um sistema de pontuação e classifica as posturas como:
estáticas, dinâmicas, mudança repentina e instável;
• Considerar a pega na manipulação das cargas;
• Implementa um nível de ação e indicação de urgência de medidas corretivas;
• Utiliza equipamento básico (papel e lápis).
O método REBA é aplicado em seis passos: observação da tarefa, seleção das posturas para
avaliação, atribuição de pontuação às posturas, efetuar o tratamento das pontuações, estabelecer
a pontuação final do REBA e, por último confirmar o nível de ação e a urgência das respetivas
medidas (Hignett & Mc Atamney, 2000).
Selecionadas as posturas para avaliação, os critérios a usar podem ser as posturas repetidas com
mais frequência, as posturas mantidas por mais tempo, as que exigem maior força e atividade
muscular, as posturas identificadas como causadoras de desconforto, as extremas, instáveis e as
posturas complexas que exigem aplicação de força.
O método utiliza uma folha de pontuação, onde são classificados os segmentos corporais para
depois pontuar, de acordo as posturas e os níveis de ação como mostra a Figura 16, a pontuação é
feita por dois grupos A e B, em que:
• Grupo A: tronco, pescoço, pernas;
• Grupo B: braços, antebraço, pulsos.

As pontuações das posturas do grupo B são efetuadas de forma separada para o lado direto e
esquerdo, tal como mostra a Figura 16.

38 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Figura 16- Folha de pontuação REBA [adaptado de (Hignett & Mc Atamney, 2000)]

As atribuições das pontuações dependem da posição, e deve ser feito o ajuste adicionado ou
subtraindo pontos nos diferentes segmentos corporais dos grupos A e B, utilizados as Tabela 12
e Tabela 13

Santos, Solange 39
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Tabela 12 - REBA: Pontuações e ajustes para o grupo A [adaptado de (Hignett & Mc Atamney, 2000)]

Tronco Movimento Pontuação Alterações à pontuação


Ereto 1 +1 se houver rotação ou
flexão lateral do tronco
Flexão 0º-20º Extensão 0º- 2
20º
Flexão 20º-60º Extensão 3
>20º
Flexão >60º 4

Pescoço Movimento Pontuação Alterações à pontuação


Flexão 0º-20º 1 +1 se houver rotação ou
flexão lateral do
>20º Flexão ou Extensão 2 pescoço

Pernas Posição Pontuação Alterações à pontuação


Peso bilateral, andando ou 1 +1 se a flexão dos
sentado joelhos entre 30º e 60º
Peso unilateral ou postura 2 +2 se a flexão dos
instável joelhos
>60º (apenas em pé)

Tabela 13 - REBA: Pontuações e ajustes para o grupo B(adaptado de (Hignett & Mc Atamney, 2000)
Braço Posição Pontuação Alterações à pontuação
Extensão 20º a flexão 1 +1 de houver adução ou rotação de
20º braço
Extensão > 20º Flexão 2 +1 se elevar o ombro
20º-45º
-1 se apoiado suportando o peso do
Flexão 45º-90º 3 braço
Flexão >90º 4
Antebraço Movimento Pontuação Alterações à pontuação

Flexão 60º-100º 1
Flexão < 60 Flexão >
100º
2
Pulso Movimento Pontuação Alterações à pontuação
Flexão/extensão 0º - 1
15º
+1 se houver desvio ou rotação do
Flexão/extensão 2 pulso
>15º

40 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Depois de determinadas as pontuações dos diferentes segmentos corporais dos grupos A e B,


pontuou-se a carga e o tipo de pega. Em seguida determinou-se a pontuação C que é o a juste de
acordo o tipo de atividade, assim obtendo-se a pontuação final REBA, está que é caraterizada de
acordo ao nível de risco e as ações a serem tomadas.

3.4.3 Avaliação da postural através dos acelerómetros Actigraph WGT3X-BT

Neste estudo o equipamento ActiGraph GT3X foi utilizado como uma nova possibilidade para
avaliação ergonómica das posturas adotadas no trabalho ao risco de LMERT.
Foram utilizados os 3 acelerómetros triaxial ActiGraph WGT3X-BT que foi colocado, firmemente
na cintura, sobre a anca (espinal ântero-superior) no lado direto do corpo, no pulso direito e no
tornozelo esquerdo de acordo com as especificações do fabricante.
Os acelerómetros foram previamente programados de acordo com o horário de trabalho, para
efetuarem medições de uma hora e por precaução, foram programados para iniciar cinco minutos
antes e terminar depois do tempo destinado a fazer a medição. Posteriormente, no software
ActiLife, foram selecionados os dados referentes o tempo útil de medição.
A frequência de amostragem deste monitor foi estabelecida em períodos de 30 Hz e 10 épocas para
coletar contagens de atividades do estudo.
O intervalo de recolha (épocas), foi recolhido tendo em conta as caraterísticas das atividades típicas
das trabalhadoras, permitindo num curto espaço de tempo analisar as acelerações realizadas, ou
seja, épocas de 10 segundos. Sendo assim, foram recolhidos, por trabalhadora, 360 momentos de
avaliação (Berninger, ten Hoor, & Plasqui, 2018).

Os dados apurados e armazenados no actigraph foram exportados para o software da actiLife


permite a exportação dos dados para Excel, onde podem ser analisados os parâmetros descritos na
Tabela 14. Para análise destes parâmetros foram exportados para Microsoft Excel, a fim de realizar
testes estatísticos, com o suplemento de análise estatística do Excel.

Tabela 14 - Variáveis recolhidas pelo acelerómetro WGT3X-BT


Variáveis Código do acelerómetro usado

Eixos x, y e z Número de contagens totais por eixo


Media contagens por eixo
Número máximo de contagens numa única ocorrência
Contagens por minuto por eixo
Magnitude do vetor Número de contagens
Media contagens
Número máximo de contagens numa única ocorrência
Contagens por minuto
Número de Passos Número de contagens
Médias contagens
Número máximo de contagens numa única ocorrência
Contagens por minuto
Épocas Número de épocas registados
Tempo Tempo de utilização

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Os dados depois de exportados para o Excel foram tratados estatisticamente, foi efetuada uma
análise exploratória dos dados com o intuito de relacionar a sintomatologia de dor e o desconforto
através da atividade física ao risco de LMERT.
Os parâmetros extraídos do equipamento para serem analisados foram:
▪ contagens no plano sagital do eixo transversal (Z) - pois é o eixo que representa a flexão,
extensão e hiperextensão da coluna, como mostra a Figura 17 ;
▪ o inclinómetro sentado - para verificar a prevalência de posição do sistema músculo-
esquelético;
▪ o vetor de magnitude VM - para verificar a magnitude vetorial através da soma dos 3
eixos x, y e z - com estes parâmetros realizou-se uma análise descritiva utilizando os
valores da média, mediana, moda, desvio padrão, variância.

Figura 17 - Representação dos planos e eixos

Com os valores extraídos do actigraph para o tronco, manifestaram-se as hipóteses que:


Hipótese 1 – “A dor e desconforto na zona lombar está relacionada aos movimentos efetuados
nesta região e podem ser explicados através das contagens por períodos de 10 segundos no eixo
transversal (z).”;
Hipótese 2 – “A dor e desconforto na zona lombar está relacionada aos movimentos efetuados
nesta região e podem ser explicados através do VM (vetor de magnitude).”;
Hipótese 3 – “A dor e desconforto na zona lombar está relacionada com os movimentos efetuados
nesta região e podem ser explicados através do tempo em que os indivíduos permanecem
sentados.”.

42 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

PARTE 2
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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O foco principal desta dissertação foi a avaliação ergonómica com aplicação de diferentes técnicas.
As avaliações ergonómicas foram realizadas, em contexto real de trabalho. Estas as análises e
observações efetuadas incidiram nos movimentos musculares e nas posturas adotadas, pois
representam a sintomatologia de dor e desconforto e um elevado risco de desenvolver lesões
músculo-esqueléticas.
As técnicas aplicadas foram:
• O NMQ - avalia a prevalência e identificar as regiões afetadas pela sintomatologia de dor,
desconforto e lesões músculo-esqueléticas;
• O método REBA - avalia as posturas imprevisíveis nos postos de trabalho e analisa os
riscos músculo-esqueléticos nas mais variadas tarefas.
• Evidenciou-se estes métodos tradicionais com uma nova possibilidade para análise
postural utilizando os equipamentos Actigraph WGT3X-BT.
Os resultados deste estudo são apresentados em forma de gráficos e figuras com intuito de
sistematizar toda informação obtida.

4.1 Caraterização da amostra

A amostra em estudo representa um total de 32 trabalhadoras, no qual 44% é atividade de limpeza,


44% é atividade de escritório e 12% é atividade de laboratório como é possível observar na Tabela
18

Distribuição das atividades

44% 44%

12%

Limpeza Profissional Tec.de laboratorio Escritorio

Figura 18- Percentagem da amostra em cada atividade

44 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Neste estudo todos indivíduos são do sexo feminino e são destras, isto é, a mão dominante é a
direita.
A amostra é caraterizada com o mínimo de 22 anos e máximo superior a 50 anos de idade, onde
cerca de 9 voluntárias, representando 31% da amostra tem mais de 50 anos e 25% representam a
atividade de limpeza profissional e a amostra restante é atividade de escritório como mostra Figura
19.

Percentagem de idade em cada posto de trabalho

25%
16%
13%
9% 9%
6% 6% 3% 6% 6%

Escritorio Limpeza Profissional Tec.de laboratorio

20-29 30-39 40-49 50 +

Figura 19- Percentagem de idade em cada atividade

O peso das participantes na atividade de limpeza teve uma média de 73,6 kg, laboratório 75,3 kg
e escritório 59,5 kg. A altura teve como máxima na limpeza 1,61 m, laboratório 1,70 m e escritório
1,59 m como mostra Figura 20.

Tec.de laboratorio Limpeza Profissional Escritorio

1,7

Máximo de Altura (cm) 161,0

159,0

75,3

Média de Peso (kg) 73,6

59,5

Figura 20- Peso e altura

O índice de Massa Corporal (IMC) de cada participante permitiu relacionar o peso com altura de
cada participante, de forma a classificar, como sendo, baixo do peso quando o IMC estiver na faixa

Santos, Solange 45
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(0 -18.5), saudável (18.6 - 24.9), peso em excesso (25 - 29.9), obesidade do grau 1 (30 - 34.9),
obesidade de grau 2 (35 - 39.9), e obesidade de grau 3 (+ 40). O IMC é calculado através da divisão
do peso (em quilogramas) pelo quadrado da altura (em metros).

Indice de Massa Corporal


Limpeza Profissional Tec.de laboratorio Escritorio

28%
22%

13%
9%
6% 6% 6%
3% 3% 3%
0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

0-18,5 18,6-24,9 25-29,9 30-34,9 35-39,9 40+


Abaixo Saudável Peso em Obesidade 1 Obesidade 2 obesidade 3
excesso

Figura 21 - Índice de massa corporal

De acordo com a Tabela 17, verificou-se que na atividade de limpeza há 9% com obesidade de
grau 1, 3% com obesidade de grau 2, 20% com excesso de peso. Na atividade de laboratório 22%
da amostra está com excesso de peso e 3% está com obesidade de grau 2. Na atividade de escritório
13% está em excesso de peso.
Relativamente à escolaridade os dados apontam que na atividade de limpeza profissional a maior
parte tem apenas a 4º classe. Na atividade de escritório e técnica de laboratório a maior parte são
licenciadas como mostra Figura 22.

Limpeza Profissional Tec.de laboratorio Escritorio Escritorio/ arquivo


9

3 3 3
2
1 1 1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

4º ano 6º ano 9º ano 12º ano licenciada Mestre doutorada

Figura 22 - Escolaridade

46 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Relativamente à amostra avaliada 56% trabalha na atividade entre 1 a 18 anos, 28% trabalha na
atividade à mais de 20 ou 27 anos e 16% trabalha na atividade pelo menos entre 2 a 8 meses como
mostra Figura 23.

0%
Escritorio/ arquivo 0%
0%
9%
Escritorio 25%
9%
3%
Limpeza Profissional 9%
0%
16%
Tec.de laboratorio 22%
6%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

20 anos- 27 anos 1 ano- 18 anos 2 meses-8meses

Figura 23 - Antiguidade na atividade

Relativamente ao horário semanal, 28 dos participantes (88%) trabalha 40 horas semanais e apenas
4 na atividade da limpeza (13%) trabalha 35 horas semanais como mostra a Figura 24.

4
Tec.de laboratorio

10 40
Limpeza Profissional
4 35

14
Escritorio

Figura 24 - Horas de trabalho

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4.2 Aplicação do questionário nórdico

O questionário NMQ permitiu fazer análise das prevalências da sintomatologia músculo-


esquelética nos diferentes segmentos corporais nos últimos 7 dias e ao longo dos 12 meses aponta
a possibilidade de a dor aparecer de forma intermitente, o que poderá, provavelmente, indicar a
presença de casos sintomáticos (Carrolo, 2011).

4.2.1 Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de limpeza profissional

De acordo com o questionário nórdico houve diferenças nos relatos de sintomatologia de dor e
desconforto músculo-esqueléticos das participantes que trabalham na atividade de limpeza
profissional. Relativo a dor e desconforto dos participantes nas diferentes regiões anatómicas nos
últimos 12 meses, foi comum o relato de dor na região lombar (86%), região tornozelo e pés (64%),
ombros (57%). Foi também frequente o relato de sintomas nas regiões das ancas e coxas, joelhos,
punhos e mãos, como mostra a Tabela 15
A prevalência de sintomatologia na região lombar, ombros, punhos e mãos está relacionada com
as posturas inadequadas adotadas pelas trabalhadoras, mau manuseio de cargas e pelo facto de a
maior parte das trabalhadoras nesta atividade terem mais de 50 anos. Segundo a declaração da
OMS sobre o envelhecimento e a capacidade de trabalho, a atividade de limpeza é conjunto de
tarefas que atrai mulheres mais velhas e com pouca qualificação literária, pois partem sempre do
pressuposto que o trabalho de limpeza é uma ocupação de caracter físico.
No entanto, estudos de apontam que trabalhadores mais velhos, que praticam atividade muscular
estática prolongada, uso excessivo de capacidade muscular, movimentos repetitivos, elevação,
transporte, flexão e torção são posturas comuns no trabalho de limpeza, o qual apresenta maior
risco para desenvolver distúrbios músculo-esqueléticos. Comparando este estudo com o presente
trabalho, os trabalhadores relataram desconforto músculo-esquelético em pelo menos uma parte
do corpo devido ao trabalho sendo que, 90% dos participantes deste eram trabalhadores de
limpeza. Das nove partes do corpo questionadas, as mais relatadas foram: mão e punho (41,7%),
ombros (41,1%), região lombar (37,88%) e cotovelo (33,3%).
Neste estudo associa-se também a prevalência de dor no tornozelo e pés, ancas e coxas devido ao
facto de permanecerem em pé ao longo das 8 horas de trabalho com apenas 10 minutos de pausa
para o lanche na parte da manhã e uma hora de almoço na parte da tarde. Apesar de ser uma
atividade dinâmica, a postura em pé determina uma sobrecarga estática sobre os músculos que
pode contribuir para a ocorrência de dores nos membros inferiores (Chang, Wu, Liu, & Hsu
(2012)).
Referente ao relato dos participantes no questionário nórdico, se as mesmas foram impedidas ou
evitaram as suas atividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) nos últimos 12
meses por causa de problemas nas diferentes regiões anatómicas, as mesmas relataram sentir dor,
mas a maioria diz que faz o trabalho mesmo com dor, pois evitam situações de baixa médica devido
á redução de salário, e por medo de serem dispensadas do trabalho devido a idade e a escolaridade,

48 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

e ao facto de ter maior probabilidade de não encontrar outro emprego. Os valores apresentados no
questionário nórdico são referentes apenas quando as mesmas tiveram de baixa, ou hospitalizadas,
devido a sintomatologia nas seguintes regiões lombar (21%), ancas e coxas (14%), joelhos (21%)
e tornozelo e pés (7%) como mostra a Tabela 20.
Regista-se que no geral a trabalhadora de limpeza tem várias sintomatologias em diferentes zonas
do corpo. Implementando pequenas ações como formação durante a atividade profissional e
utilização correta dos equipamentos estas podem melhorar a longo prazo a sua saúde, de forma a
que no futuro a percentagem referente a dor e desconforto tenha uma redução acentuada.

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Tabela 15 - Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de limpeza profissional

Sintomas nas: últimos 12 meses últimos 12 meses Últimos


teve algum teve que evitar as 7 dias
problema tal atividades normais
como dor, (trabalho, serviço
desconforto ou doméstico ou passa
dormência tempo)
Partes do corpo N % N % N %
Pescoço 3 29 0 0 1 7
Ombro direito 2 21 0 0 0 0
Ombro esquerdo 0 0 0 0 0 0
Ombro- ambos 8 21 0 0 5 36
Cotovelo direito 0 0 0 0 0 0

Cotovelo 0 0 0 0 0 0
esquerdo
Cotovelo-ambos 0 0 0 0 0 0
Punhos/mão 5 21 0 0 3 21
direto
Punhos/mão 0 0 0 0 0 0
esquerdo
Punhos/mão- 0 0 0 0 0 0
ambos
Região lombar 0 0 0 0 1 7
Ancas/coxas 12 86 3 21 14 10
Joelhos 7 50 2 14 9 64
Tornozelos/pés 7 50 3 21 7 50

4.2.2 Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de Escritório

De acordo com o questionário nórdico os sintomas músculo-esqueléticos dos participantes que


trabalham na atividade de escritório, houve diferenças relativo á dor e desconforto dos
participantes nas diferentes regiões anatómicas nos últimos 12 meses. Os participantes tiveram
mais dor na região lombar (57%), joelho (43%), pescoço (29%), tornozelo e pé (29%), e foi
também mais frequentemente reportado sintomas nas regiões do tornozelo e pé, pescoço, ombros,
punho e mão direita como a

50 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Tabela 16. Estes resultados demostram que o trabalhador tem sintomas músculo-esqueléticos pelo
menos num dos membros. Estes sintomas são devidos à posição estática por longos períodos,
repetição contínua dos mesmos movimentos, condições de trabalho e os trabalhadores não terem
noção das técnicas ergonómicas que podem adotar e, assim tornar o seu trabalho mais confortável.
Comparando com o estudo de Choobineh et al. (2011), o mesmo também encontrou o problema
lombar como o mais comum entre os trabalhadores de escritórios, e também prevalência de
sintomatologia músculo-esqueléticas em outras regiões como ombros, pés e tornozelos.
Já o estudo de Oha et,al, (2014) tem resultados semelhantes ao presente estudo , onde registou
prevalência de dor nas regiões do pescoço (51%), lombar (42%), punho e mão (35%) e dor no
ombro (30%). O mesmo associa a prevalência de sintomatogia à idade avançada, exaustão
emocional, pelo trabalho em si e a baixa segurança no trabalho.
As queixas músculo-esqueléticas envolvendo pescoço e membros superiores são comuns entre
trabalhadores ao computador (Wærsted, Hanvold, & Veiersted, 2010). A prevalência de dor
músculo-esquelética nestes trabalhadores varia entre 55% e 69% com dores nas costas (pescoço e
região lombar), 31% a 59% em membros superiores. A dor mais prevalente nestes trabalhadores é
a dor lombar e é mais relatada pelas mulheres (Bragatto, Bevilaqua-Grossi, Regalo, Sousa, &
Chaves, 2016).
Referente ao relato anotado no questionário nórdico se as mesmas foram impedidas ou evitaram
as suas atividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) nos últimos 12 meses por
causa de problemas nas diferentes regiões anatómicas, as mesmas relataram que tiveram dor, mas
fazem o trabalho mesmo com dor. Por isso, os valores apresentados são apenas quando as mesmas
tiveram de baixa ou hospitalizadas devido a sintomatologia na região lombar (21%), joelho (14%),
tornozelo e pés (7%) e pescoço e ombros (7%) como Tabela 16

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Tabela 16 - Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de escritório


Sintomas últimos 12 meses últimos 12 meses teve Últimos
nos: teve algum problema que evitar as 7 dias
tal como dor, atividades normais
desconforto ou (trabalho, serviço
dormência doméstico ou passa
tempo)
Partes do corpo N % N % N %
Pescoço 4 29 1 7 3 21
Ombro direito 3 21 1 7 0 0
Ombro 1 7 0 0 6 43
esquerdo
Ombro- ambos 0 0 0 0 0 0
Cotovelo direito 0 0 0 0 0 0
Cotovelo 0 0 0 0 0 0
esquerdo
Cotovelo-ambos 0 0 0 0 0 0
Punhos/mão 3 21 1 7 0 0
direto
Punhos/mão 1 7 0 0 0 0
esquerdo
Punhos/mão- 0 0 0 0 0 0
ambos
Região 0 0 0 0 0 0
Torácica
Região lombar 8 57 3 21 9 64
Ancas/coxas 2 14 0 0 0 0
Joelhos 6 43 2 14 3 21
Tornozelos/pés 4 49 1 7 1 7

4.2.3 Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de técnica de laboratório

Os participantes que trabalham na atividade de laboratório relataram, mais dor na região lombar
(75%), pescoço (75%) e na região do tornozelo e pés (50%). E foi também frequentemente
reportado sintomas nas regiões do ombro direto, cotovelo direito, punhos e mãos, ancas e coxas e
joelho, com mostra a Tabela 17.
Esta prevalência de dor é generalizada possivelmente ao fato das tarefas típicas como pipetar,
preparação de amostras de frascos para análise e processamento de dados em computador, incluído
trabalho com computador que exigem precisão no controle motor e podem resultar em longos
períodos em posições estáticas, bem como a posição em pé por muito tempo.
Comparando ao estudo de Maulik (2014) que indica que 66,9% dos técnicos sofre algum tipo de
sintoma músculo-esquelético nos últimos 12 meses , e teve como resultado de maior prevalência
relatada na região lombar (44%), joelhos (20,7%), este associa a dor aos fatores de risco e às
posturas inadequadas.
Referente ao relato registado no questionário nórdico, se as mesmas foram impedidas ou evitaram
as suas atividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) nos últimos 12 meses por
causa de problemas nas diferentes regiões anatómicas as mesmas relataram que tiveram dor, mas
fizeram o trabalho mesmo com dor. Por isso os valores apresentados são apenas quando as mesmas
tiveram de baixa ou hospitalizadas devido a sintomatologia na região (25%), ancas/coxas (25%),
tornozelo/pés (25%) e ombro direto (25%).

52 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Tabela 17 - Sintomas músculo-esqueléticos na atividade de técnica de laboratório

Sintomas nas: últimos 12 meses últimos 12 meses Últimos


teve algum teve que evitar as 7 dias
problema tal como atividades normais
dor, desconforto (trabalho, serviço
ou dormência doméstico ou passa
tempo)

Partes do corpo N % N % N %
Pescoço 3 75 0 0 0 0

Ombro direito 1 25 1 25 1 25
Ombro 0 0 0 0 0 0
esquerdo
Ombro- ambos 0 0 0 0 1 25
Cotovelo direito 1 25 0 0 0 0
Cotovelo 0 0 0 0 0 0
esquerdo
Cotovelo-ambos 0 0 0 0 0 0
Punhos/mão 1 25 0 0 0 0
direto
Punhos/mão 0 0 0 0 0 0
esquerdo
Punhos/mão- 0 0 0 0 0 0
ambos
Região
Torácica
Região lombar 3 75 1 25 3 75
Ancas/coxas 2 50 1 25 1 25
Joelhos 1 25 0 0 0 0
Tornozelos/pés 2 50 1 25 2 50

Santos, Solange 53
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4.2.4 Sintomas músculo-esqueléticos nas atividades analisadas nos últimos 7 dias

Os sintomas músculo-esqueléticos nos últimos 7 dias relatados nas atividades como mostra a
Erro! A origem da referência não foi encontrada., foram comuns na região lombar e na região d
os ombros nas atividades analisadas.
A região com maior prevalência de sintomatologia em ambas as atividades foi a região lombar,
onde a atividade de limpeza registou 100% e a atividade de técnica de laboratório 75%. Esta
prevalência permite afirmar que é devido a ambas atividades trabalharem em pé durante as 8 horas
de trabalho e normalmente adotam posturas inadequadas. A atividade de escritório teve 64%,
pode-se associar esta sintomatologia devido o mau design do posto de trabalho e o não empregue
as noções ergonómicas. Também foi comum a sintomatologia na região das ancas e coxas,
tornozelos e pés na atividade de limpeza profissional e técnica de laboratório devido ambas
trabalharem em pé o tempo todo.

Figura 25 - Sintomas nas atividades nos últimos 7 dias

54 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

4.3 Análise REBA

Com a seleção das posturas mais significativas tendo em conta a duração da tarefa e a carga
postural procedeu-se á analise REBA para cada postura selecionada. Através do preenchimento do
formulário se a exposição das posturas adotadas nas atividades em estudo.
A atividade de limpeza profissional e técnica de laboratório são trabalhos dinâmicos que requerem
muita atividade muscular, com movimentos repetitivos e com adoção de más posturas mantidas
por muito tempo (Löfqvist, Osvalder, Bligård, & Pinzke, 2015) e a atividade de escritório ao
computador é uma atividade estática que maioria das vezes a permanecesse por longos períodos
na posição sentada.
Esta posição exige um esforço muscular dorsal para manter essa posição do peso do corpo que é
suportado pela a anca junto ao quadril (Dul & Weerdmeester, 2000). As posturas adotadas na
atividade de limpeza, laboratório e escritório ao computador são posturas representativas devido
ao tempo e a frequência com que estas são adotadas.
É por esta razão que análise REBA foi feita em dois grupos: A (tronco, pescoço, pernas) e B
(braços, antebraço, pulsos), sendo a pontuação atribuída consoante a posição descrita com os dados
obtidos, e através do software REBA (Employee Assessment Worksheet). Assim sendo, procedeu-
se a análise REBA para as tarefas selecionadas e através do preenchimento do formulário avaliou-
se a exposição das trabalhadoras ao risco de lesões músculo-esqueléticas.
Análise REBA foi feita para o score A e para score B e por fim o score total. Nota-se pelas imagens
da Tabela 18 que as trabalhadoras em todas as atividades adotam más posturas com a região
lombar, as mesmas relataram dor através do questionário nórdico nesta região. Vários estudos
mostram que a região mais afetada é a região lombar (Mohammadipour, Pourranjbar, Naderi, &
Rafie, 2018).
A aplicação do método REBA permitiu constatar que as trabalhadoras adotam posturas menos
corretas nas suas atividades, na maioria das posturas o tronco apresentou inclinação e em alguns
casos, com rotação ou flexão lateral do mesmo, o pescoço também apresentou flexão. Na maioria
das posturas adotadas na atividade de limpeza, as posturas foram superiores a 60º e com rotação
ou flexão lateral e nas pernas verificou-se que o peso sobre as mesmas se encontrava distribuído
unilateralmente.
A prevalência de queixas nos ombros no ensaios realizados pode estar associada com o nível de
exigência imposto na atividade, nomeadamente : manipulação de objetos no segmentos proximal
do membro superior, dado que numa jornada de trabalho, quando elevam os braços para limpar os
vidros, limpar o chão , a espremer a esfregona, a limpara a sanita, no escritório a digitar , a trabalhar
com o rato, no laboratório a pipetar e a limpar a loiça do laboratório.
Por observação, durante a execução de movimento nas atividades, o tempo de ciclo da atividade
de limpeza era inferior a 30 segundos, o que sustenta o fator repetibilidade. Segundo este fator

Santos, Solange 55
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

específico, é expectável um nível de risco mais elevado na atividade de limpeza. Os resultados,


permitem encontrar afinidades entres os fatores de risco individuais, na atividade de trabalho e a
prevalência de sintomas nos membros superiores e coluna vertebral, o que constitui um indicador
importante para definição de prioridade de aplicação de medidas na evolução do trabalho.
A idade poderá revelar-se como um fator de risco, dado que vários estudos têm encontrado
evidências que a idade é responsável pelo aumento das lesões na região cervical e ombros (Bruce
& Bernard, 1997; Buckle et al., 2002).

Esta relação é também reforçada por uma investigação realizados por (Riihimaki et al., 1989 citado por
BRUCE, 1997), que suporta a ideia de que a idade é um fator de risco para sintomatologia na coluna cervical
e ombros em carpinteiros, operadores de máquinas e trabalhadores sedentários.

O tempo no posto de trabalho poderá revelar-se como um fator. Vários estudos têm encontrado
evidencias sobre o efeito de exposição prolongada à mesma atividade na ocorrência de problemas
músculo-esqueléticos (Anderson & Gaardboe, 1993; Viikari Junkara et al., 2001 citado por
Brandão, 2003). Ohlsson et al., (1995) citado por Brandrâo (2003). Os conteúdos destes estudos
registaram um risco elevado de dor na coluna cervical e nos ombros em operadores relativamente
jovens, devido ao longo tempo de exposição.
No que toca ao peso, 63% das pessoas que participaram no estudo apresentam peso elevado. Tendo
em conta o IMC, podemos considerar os trabalhadores da limpeza como uma classe profissional
com problema de excesso peso (OMS, 2004). É importante, em trabalho futuros, investigar as
causas.
Em suma, a saúde ocupacional nessa classe profissional depende da interligação de diversos
fatores, nomeadamente: individuais (incluindo comportamento), organizacionais (condições de
trabalho) e estruturais (situação socioeconómica na relação trabalho e saúde).
Os resultados obtidos por meio do REBA como mostra a Tabela 18 mostram que nenhuma postura
assumida nas atividades estudadas obteve pontuação de 1 ou 2, ou seja, não houve nenhuma
postura que fosse plenamente aceitável caso fosse mantida por longos períodos. Desta forma, todas
as posturas relataram resultados que merecem investigação. As intervenções que serão propostas
visam, assim, minimizar as inadequações correspondentes às más posturas e ao posto de trabalho.

56 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Tabela 18 - Análise das posturas, método REBA


Código de da Posturas adotadas na atividade de limpeza Pontuação Nível de Risco Nível de Ação Observações sobre a posição
postura REBA

P1 13 Muito alto 4 Nota-se que o tronco tem uma ligeira inclinação de 20º-60º quando
analisado pelo método. O pescoço tem uma inclinação de 20º,
pernas tem uma postura instável, joelhos tem uma inclinação de
30º-60º.

P2 12 Muito alto 4 Flexão e torção das costas 60º+


Movimentos braços e mãos instáveis
Alto rendimento de força ao espremer a esfregona

Santos, Solange 57
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P3 12 Muito alto 4 Flexão e torção das costas e pescoço mais de 60º


Pernas fletidas +60º
Rotação de braços e mãos

P4 13 Muito alto 4 Elevação de braços e mãos e com rotação dos mesmos de 40-90º
Antebraço esta a 100º
Posição instáveis

58 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

P5 13 Muito alto 4 Flexão e torção das costas mais de 60º


Movimentos braços e mãos instáveis
Posição de pernas instáveis e joelhos torcido mais de 60º.

P6 13 Muito alto 4 Flexão e torção das costas e pescoço mais de 60º.


Pernas torcidas mais de 60º
Movimentos braços e mãos

Santos, Solange 59
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P7 9 Alta 3 Movimento braços e mãos instáveis.


Pescoço com um angulo de 0-20º
Pernas estável.

P8 10 Muito alta 4 Nota-se que o tronco tem uma ligeira inclinação de 20º-60º quando
analisado pelo método. O pescoço tem uma inclinação de 0-20º,
pernas tem uma postura instável, joelhos tem uma inclinação de
30º-60º devido a cadeira ser maior que a trabalhadora, a mesma
não consegue por os pés ao chão.

60 Fundamentação do trabalho
Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnicas

4.4 Técnica de Actigrafia

A técnica de actigrafia foi utilizada para verificar a intensidade dos movimentos realizados pelas
participantes e quantificá-los de forma a relacionar estes resultados com avaliação do questionário
nórdico e com o método REBA. Através do questionário nórdico houve relato de dor e desconforto
na região lombar nas três atividades. As atividades observadas e avaliação das posturas de acordo
ao método REBA, permitiram verificar que há posturas inadequadas nas 3 atividades: limpeza
profissional (LP), técnica de laboratório (TL), escritório (ES).
Sendo que a dor e o desconforto esta relacionado com os movimentos bruscos e posturas
inadequadas executadas pelo sistema músculo-esquelético, foi colocado na zona do tronco um
actigracph em todas as participantes para monitorizar e quantificar os movimentos na região
lombar.

4.4.1 Verificação da Hipótese 1

Em estatística, a média é definida como o valor onde se encontra o ponto central da amostra.
Foi calculada a média das contagens em 30 Hz de 10 em 10 s numa hora no eixo de z para cada
participante na zona do tronco, para saber em média quantas contagens cada participante faz na
sua atividade e se há diferenças significativas entre elas.

Figura 26 – Média das contagens no eixo de Z por períodos de 10 s de cada participante nas suas
atividades .

Santos, Solange 33
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Pode-se observar na Figura 27 que existe diferenças significativas nos movimentos reproduzidos
em cada atividade.
A Figura 27 mostra a associação das médias dos movimentos executados no eixo z em relação ao
relato feito através do questionário nórdico. Pode-se constatar que as trabalhadoras da limpeza que
relataram intensidade de dor elevada, com valor máximo (10), na região lombar em média os
movimentos no eixo de z são excessivos. Estes movimentos elevados também foram observados
pelo método REBA e verificou-se frequência constante de mudança de posição com a região
lombar com flexão e torção lombar mais de 60º. Constata-se que há indício de que esta
sintomatologia de dor e desconforto na zona lombar está relacionada com a movimentação do
eixo transversal devido aos valores representados nesta região através do equipamento, mas esta
sintomatologia de dor pode estar relacionada ao estilo de vida de cada trabalhadora, historial
clínico, medidas antropométricas e o design do posto de trabalho.

Figura 27 – Média das contagens em Z vs intensidade de dor nos últimos 7 dias.

A Figura 27 mostra que as trabalhadoras de escritório não apresentam sintoma são as que
apresentam menos movimentos. Mesmo assim, existiu nesta atividade intensidade de dor e
desconforto elevadas com médias de contagem no eixo de z baixas. Esta sintomatologia de dor e
desconforto pode estar relacionada com os elementos observados que representam posturas menos
adequadas, elementos estes como: cadeiras não reguláveis, pois, o cuidado com a sintomatologia
da dor e desconforto começa na hora de escolher o equipamento de design ergonómico escritório.
Por exemplo, a cadeira ideal deve ter opções para regular o assento, braços e encosto. Assim é
possível que ela se adapte a diversos usuários, de acordo com as medidas antropométricas de cada

62 Conclusões e perspetivas futuras


Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

um. Além disso, deve-se levar em consideração o conforto ao sentar-se, pois é nela que se passa a
maior parte do dia. Outra das causas que leva à dor e desconforto é o monitor mal posicionado,
rato longe, pés não apoiados no chão, posição estática que as mesmas adotam e pelo design do
posto de trabalho, ao estilo de vida de cada trabalhadora, historial clínico, medidas
antropométricas.

4.4.2 Verificação da Hipótese 2

A mediana é o valor que se encontra no centro da amostra.


O interesse de calcular a mediana foi com o intuito de obter o registo dos valores representativos,
de forma que os dados não estejam desorganizados, por valores máximos e mínimos. Esta variável
estatística foi calculada para encontrar o valor mais relevante das contagens do vetor de magnitude
em 30 Hz de 10 em 10 s em uma hora para cada participante na zona do tronco.
Com o valor da mediana do VM de cada participante, relacionou-se a intensidade de dor e
desconforto relatada pelos participantes através questionário nórdico e a observação feita através
do método REBA, para constatar o indício de relação com a movimentação se o participante tiver
valores de medianas altas e se têm relatos de dor e desconfortos altos ou posturas inadequadas.

MEDIANA DE (VM)DE CADA PARTICIPANTE NAS SUAS


ATIVIDADES
ES LP TL
INTENSIADE DE DOR NOS ULTIMOS 7 DIAS)

12,0

10,0

8,0

6,0

4,0

2,0

0,0
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 400,0 450,0 500,0
MEDIANA DAS CONTAGENS DO VM (30 HZ)

Figura 28 – Mediana das contagens do VM vs intensidade de dor nos últimos 7 dias.

A Figura 28 mostra a interseção, da intensidade da dor e desconforto nos últimos 7 dias com a
mediana do vetor de magnitude (VM) de cada participante nas suas diferentes atividades. Denota-
se, que são as senhoras de limpeza que exercem mais atividade. Existe uma correlação, que é, aos
valores do vetor magnitude entre 100 e 500, a intensidade de dor está entre valores de 7 e 10.

Santos, Solange 63
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Perante valores de magnitude entre 50 e 100 registados pelas técnicas de laboratório, estas revelam
o mesmo valor de intensidade de dor, sendo este 5.

Relativamente às trabalhadoras de escritório esta tem um VM de 0, no entanto, os valores de


intensidade de dor nos últimos 7 dias são os que mais apresentam variação pois o fator individual
tem uma elevada incidência na resposta destes profissionais, bem como, o seu estilo de vida e
historial de saúde. Ao observar esta figura constata-se que existem diferenças significativas nos
movimentos reproduzidos em cada atividade.

MÉ D I A D O I N CLI N Ó ME T RO SE N TA D O D E CA DA PA RT I CI PA N T E
NA S SUA S AT I VI DA DES

LP TL ES
INTENSIADE DE DOR NOS ULTIMOS 7 DIAS

12

10

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
MÉDIA DAS CONTAGENS DO INCLINOMETRO (30 HZ)

Figura 29 – Média do tempo sentado, por períodos de 10 s, de cada participante nas suas atividades.

64 Conclusões e perspetivas futuras


Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

4.4.3 Verificação da Hipótese 3

Em cada participante foi recolhido o valor médio do inclinómetro.


Através da Figura 29, verifica-se que as trabalhadoras da atividade de escritório em média estão
sentadas o tempo todo. As que não relatam intensidade de dor e desconforto poucas em média
estão sentadas e, a maior parte que relatam intensidades elevadas de dor tem uma média de 9 s. A
posição sentada é um estado que permanecendo muito tempo pode levar à sobrecarga na região
lombar, perda de irrigação sanguínea em certas áreas do corpo devido a movimentação reduzida.
Estes profissionais tem os problemas referidos anteriormente devido à postura inadequada, falta
de equipamentos de trabalho agronomicamente preparados para as atividades e pouca alternância
de
posição. A não alternância de posição verifica-se pela Figura 30 que mostra a intersecção da moda
com a intensidade de dor.

M O D A D O I N C L I N O M ET RO S E N T A D O D E C A D A
P A R T I C I P AN T E N A S S U A S A T I V I D A D E S

LP TL ES
INTENSIADE DE DOR NOS ULTIMOS 7 DIAS

10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

MODA DAS CONTAGENS DO INCLINOMETRO

Figura 30 - Moda do inclinómetro sentado de cada participante nas suas atividades por
períodos de 10 s

Santos, Solange 65
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

4.5 Conclusões

O presente estudo constituiu uma avaliação ergonómica com aplicação de diferentes técnicas a 32
trabalhadoras no contexto da limpeza profissional, técnica de laboratório e serviço de escritório ao
computador. Constitui também na caraterização da amostra e prevalência de sintomas músculo-
esqueléticos.
De acordo com a revisão da literatura, os objetivos propostos e a metodologia adotada neste estudo,
conclui-se que há uma elevada prevalência de sintomas músculo-esqueléticos nas três atividades
avaliadas, sendo as principais zonas afetadas as costas, os ombros, pernas e pés.
A amostra utilizada neste estudo evidenciou uma elevada exposição à carga física de trabalho que
inclui posições desconfortáveis do tronco, posição elevada dos braços, permanência na posição
sentado e em pé.
A exposição a elevada carga física pode ser reflexo das más posições adotadas nas três atividades
desempenhadas na profissão na limpeza profissional, quando as trabalhadoras de limpeza estão a
apanhar o lixo, a lavar a casa de banho ou a limpar os vidros. Já a técnica de laboratório quando
está a pipetar, a lavar a loiça do laboratório na máquina, e a trabalhadora de escritório quando está
na posição estática por longos períodos ao computador e tenta arranjar posição para se sentir
confortável.
As características destes trabalhos por si só implicam fator de risco para LMERT em trabalhadores
destas áreas.
Constatou-se que as profissionais da limpeza relataram mais queixas em comparação com o resto
da amostra.
Os dados obtidos revelaram que os participantes reportaram mais sintomas músculo-esqueléticos
nos últimos 7 dias. Conclui-se que a posição dos braços, pescoço e das ancas constitui menor risco
de LMERT para estas zonas corporais.
Torna-se evidente que a postura irracional adotada pelos participantes nas suas atividades, por
longos períodos, acentuada flexão anterior do tronco, posição elevada dos braços sem suporte,
elevada carga estática e dinâmica muscular e articular, repetibilidade de movimentos, são fatores
que podem causar desconforto, dor e lesões no sistema músculo-esquelético e nervoso.
É necessário consciencializar os participantes a racionalizar os movimentos de acordo com os
princípios de ergonomia para providenciar uma elevada performance e diminuir o risco de lesão.
Após este estudo é possível perceber o impacto de dor e desconforto ao risco que as LMERT
podem ter na saúde ocupacional e a importância de identificar os fatores de risco a que a profissão
está exposta.
Por outro lado, os fatores de risco para LMERT não são apenas biomecânicos razão pela qual seria
também interessante explorar os fatores psicossociais e organizacionais implicados nestas
atividades de forma a identificar os vários riscos envolvidos e criar estratégias para melhorar a
saúde ocupacional.

66 Conclusões e perspetivas futuras


Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

Este estudo recomenda uma intervenção ergonómica, complementada com a formação adequada
para as trabalhadoras quanto à educação em saúde ocupacional sobre mudanças posturais mais
adequadas, implementação e atualização dos padrões para recomendar e reduzir o risco de lesões
músculo-esqueléticas.
Com a técnica de actigrafia foi possível monitorizar e quantificar os movimentos que não são
registados e avaliados através de fotografias e vídeos, associando com a avaliação de
sintomatologia de dor através do questionário NMQ e o método REBA para prever o risco de lesão
músculo-esquelética e recuperação física durante um período de atividade contínua.
A combinação dos métodos tradicionais, com a técnica de actigrafia consegue-se obter uma maior
precisão de dados e redução de erros. No sentido de obter uma informação mais fidedigna.
Com este estudo explorativo conclui-se que há indícios que a técnica de actigrafia no futuro poderá
vir a ser utilizada na gestão e prevenção de dor e desconforto dos profissionais de trabalho de
forma a reduzir o risco de lesões músculo-esqueléticas obtendo dados destes profissionais em
tempo real.

Santos, Solange 67
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

4.6 Perspetivas Futuras

No que diz respeito a perspetivas futuras seriam:


1. Estudos com uma amostra de maior dimensão e inclusão do género masculino;
2. Estudos com atividades padronizadas;
3. Comparação com outro tipo de equipamento, para técnica de actigrafia;
4. Fazer uma avaliação ergonómica tendo em conta fatores individuais, organizacionais e
psicossociais;
5. Aplicação do questionário ao longo do tempo;
6. Aplicação deste estudo em contexto de trabalho Angolano, e comparar com amostra
Portuguesa;
7. Realização de workshop sobre avaliação ergonómica e suas metodologias e técnicas
através da associação (AAPSST- associação angolana de profissionais de segurança e
saúde no trabalho).

Outra perspetiva seria fazer uma avaliação com uma amostra de pelo menos 150 trabalhadoras da
atividade de limpeza, pois ao fazer os questionários constatou-se que todos fatores apontados pelos
autores, como os fatores individuais (situação de saúde, Patologias, Hábito de vida não saudáveis
(tabagismo, alcoolismo, má alimentação) e fatores organizacionais e psicossociais (ritmo intenso
de trabalho, monotonia das atividades e ausência de controlo, pressão temporal e ausência de
repouso, relação entre colegas, avaliação de desempenho, exigências de produtividade, trabalhos
por objetivos e insatisfação profissional), para melhorar as condições de trabalho.
Relativamente a técnica de actigrafia, seria importante fazer medições mais curtas e com outro
tipo de métodos diretos, para comparar a quantificação dos movimentos e das posturas adotadas
através de ângulos, incluindo também ensaios clínicos padronizados para explorar o uso do tempo
de permanência em pé ou sentado na composição corporal, bem como, estratégias de prevenção
da obesidade visto que uma parte da amostra deste estudo tem o índice de massa corporal elevado.

68 Conclusões e perspetivas futuras


Avaliação Ergonómica de Postos de Trabalho com Aplicação de Diferentes Técnica

4.7 Recomendações

Mesmo que não seja possível alcançar soluções ideais relativamente à dor e desconforto e ao risco
das LMERT, poder-se-á atuar de forma mais eficaz do que se realiza atualmente.
Diante dos fatos, algumas recomendações são oportunas de serem sugeridas, visando o bem-estar
dos funcionários entre elas:

✓ Implementar um programa de reeducação postural para que as trabalhadoras saibam como


dispor de suas ferramentas e mobiliários e também como evitar vícios posturais;

✓ Reajustar o tempo de pausas de acordo com as cargas de trabalho;

✓ Realizar alternância das tarefas, para não causar ritmos intensos e stress;

✓ Capacitar as trabalhadoras para uso de produtos e ferramentas utilizadas para a realização


da tarefa;

✓ Implementar um sistema de gestão ergonómica.

Santos, Solange 69
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74 Bibliografia
APÊNDICES
APÊNDICE I- Prevalência de sintomatologia na atividade de escritório ao computador
Prevalência de sintomatologia nos últimos 12 meses nas seguintes regiões Não Sim
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho/mãos D Punho/mãos E Punho/ mãosA Torax Lombar Ancas/coxas Joelho Tornozelo/pé 0 1
ES 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 3 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 Prevalência de sintomatologia nos últimos 12
ES 4 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 meses nas seguintes regiões
ES 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 57%
ES 6 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 1
ES 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 43%

ES 8 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 29% 29%
ES 9 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 21% 21% 21%
ES 10 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 14%
7% 7%
ES 11 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 1 0% 0% 0% 0% 0%
ES 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 13 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1
ES 14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

4 3 1 3 0 0 0 3 1 0 0 8 2 6 4
% 29% 21% 7% 21% 21% 7% 57% 14% 43% 29%

Durante os 12 meses teve de evitar as suas ctividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) por causa de problemas nas seguintes regiões
Durante os 12 meses teve de evitar as suas ctividades normais
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho D Punho E Punho A Torax Lombar Ancas/coxas Joelho Tornozelo/pé
(trabalho, serviço doméstico ou passatempo) por causa de
ES 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
problemas nas seguintes regiões
ES 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 3 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0
21%
ES 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
ES 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
ES 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 14%
ES 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 7% 7% 7% 7%
ES 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
ES 11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
ES 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 3 0 2 1
% 7% 7% 7% 21% 14% 7%

Prevalência de sintomatologia nos últimos 7 dias nas seguintes regiões Intensidade


ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho D Punho E Punho A Torax Lombar Ancas/coxas Joelho Tornozelo/pé sem dor 0
ES 1 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 media 5
ES 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 maxima 10
ES 3 1 0 0 5 0 0 0 3 0 0 0 5 0 3 0
ES 4 8 0 0 7 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 Prevalência de sintomatologia nos últimos 7 dias nas
ES 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 seguintes regiões
ES 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9 0 0 0 64%
ES 8 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0
ES 9 7 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 6 0 0 0
ES 10 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 43%
ES 11 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 10 0 8 7
ES 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ES 13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 21% 21%
14%
ES 14 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0
7% 7%
0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
3 1 0 6 0 0 0 2 0 0 0 9 0 3 1
21% 7% 43% 14% 64% 21% 7%

1
APÊNDICE II- Prevalência de sintomatologia na atividade de limpeza profissional
Prevalência de sintomatologia nos últimos 12 meses nas seguintes regiões Não Sim
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho/mãos D Punho/mãos E Punho/ mãosA Torax Lombar Ancas/coxasJoelho Tornozelo/pés 0 1
LP1 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1
LP2 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 Prevalência de sintomatologia nos últimos 12 meses nas Quantas pessoas sentem dores nas determinandas
LP3 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 seguintes regiões partes do corpo
LP4 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0
LP5 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 86%
LP6 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 12
64%
LP7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 57%
50% 50% 9
LP8 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8
36% 7 7
LP9 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 21% 5
14% 14%
LP10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0% 0% 0% 0% 0% 0% 3 2 0 2 0 0 0 0 0
LP11 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1
LP12 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1
LP13 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1
LP14 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1

3 2 0 8 2 0 0 5 0 0 0 12 7 7 9
% 21% 14% 57% 14% 36% 86% 50% 50% 64%

Durante os 12 meses teve de evitar as suas ctividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) por causa de problemas nas seguintes regiões Durante os 12 meses teve de evitar as
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho/mãos D Punho/mãos E Punho/ mãosA Torax Lombar Ancas/coxasJoelho Tornozelo/pés suas ctividades normais (trabalho,
LP1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0
LP2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 serviço doméstico ou passatempo)
LP3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 por causa de problemas nas
LP4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 seguintes regiões
LP6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
21% 21%
LP8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 14%
LP10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 7%
LP11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0
LP12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LP13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1
LP14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 2 3 1
% 21% 14% 21% 7%

Prevalência de sintomatologia nos últimos 7 dias nas seguintes regiões


ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho/mãos D Punho/mãos E Punho/ mãosA Torax Lombar Ancas/coxasJoelho Tornozelo/pés Intensidade
LP1 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 7 0 8 0 sem dor 0
LP2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 7 8 10 10 8 media 5
LP3 0 0 0 7 0 0 0 0 0 0 0 8 10 0 0 maxima 10
LP4 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 9 9 0 0
Prevalência de sintomatologia nos últimos 7 dias nas
LP5 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 9 9 0 0
seguintes regiões
LP6 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 10 0 8 10
100%
LP7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 8
LP8 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 7
LP9 5 0 0 5 5 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 64% 64%
50%
LP10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 9 5 8
36%
LP11 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 10 10 10 9 21%
LP12 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 9 5 0 10 14%
7% 7%
0% 0% 0% 0% 0% 0%
LP13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 5 7 5
LP14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9 5 6 9

1 0 0 5 2 0 0 3 0 0 1 14 9 7 9
7% 36% 14% 21% 7% 100% 64% 50% 64%

2
APÊNDICE II- Prevalência de sintomatologia na atividade de laboratório

Prevalência de sintomatologia nos últimos 12 meses nas seguintes regiões Não Sim Prevalência de sintomatologia nos
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho/mãos D Punho/mãos E Punho/ mãosA Torax Lombar Ancas/coxasJoelho Tornozelo/pé 0 1
LP1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 últimos 12 meses nas seguintes
LP2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 regiões
LP3 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
75% 75%
LP4 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1
50%

25% 25% 25% 25% 25%


3 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 3 1 1 2
0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
% 75% 25% 25% 25% 75% 25% 25% 50%
4

Durante os 12 meses teve de evitar as suas ctividades normais (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) por causa de problemas nas seguintes regiões
ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho D Punho E Punho A Torax Lombar Ancas/coxasJoelho Tornozelo/pé
LP1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1
LP2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Durante os 12 meses teve de evitar as suas ctividades normais
LP3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 (trabalho, serviço doméstico ou passatempo) por causa de
LP4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 problemas nas seguintes regiões
25% 25% 25% 25%

0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1
25% 25% 25% 25%
4
0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Prevalência de sintomatologia nos últimos 7 dias nas seguintes regiões Intensidade


ID pescoço ombro direito ombro esquerdo ombro -ambos cotovelo D Cotovelo E Cotovelo A Punho D Punho E Punho A Torax Lombar Ancas/coxasJoelho Tornozelo/pé sem dor 0
LP1 0 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 5 0 6 media 5
LP2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 maxima 10
LP3 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0
LP4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 5
Prevalência de sintomatologia nos últimos 7 dias nas
seguintes regiões
0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 3 1 0 2 75%
25% 25% 75% 25% 50%
4 50%

25% 25% 25%

0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

3
ANEXOS I- Avaliação da postura segundo o REBA para P1

REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist Analysis
Step 1: Locate Neck Position Neck Step 7: Locate Upper Arm Position:
Table A 1 2 3

Legs
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
2 2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Trunk Posture
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
Score
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1 3
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position Lower Arm If arm is supported or leaning: -1
Table B 1 2

Wrist
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. Upper Arm 3 3 4 5 4 5 5 2
If trunk is twisted: +1 5 Score 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
Table C
Score A (score
form table A
+load/force
Score B, (table B value + coupling score)
3
3 score)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B: 5
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 8 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +
Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling 0
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part,
Unacceptable: +3
=
If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain 5
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. 8 Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A 10 + 3 row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon
8 to 10 = high risk, investigate & implement change 13
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score

Task Name Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Reviewer Xxxxxx Xxxxxx Date: dd/mm/yy

This tool is provided without warranty. The author has automated the paper verion of this tool for applying the concepts provided in REBA .

1
ANEXO II- Avaliação da postura segundo o REBA para P2
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist Analysis
Step 1: Locate Neck Position Neck Step 7: Locate Upper Arm Position:
Table A 1 2 3

Legs
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
2 2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Trunk Posture
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
Score
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1 3
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position Lower Arm If arm is supported or leaning: -1
Table B 1 2

Wrist
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. Upper Arm 3 3 4 5 4 5 5 2
If trunk is twisted: +1 3 Score 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
Table C
Score A (score
form table A
+load/force
Score B, (table B value + coupling score)
3
3 score)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B: 5
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 6 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +
Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling 1
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 1 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part,
Unacceptable: +3
=
If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain 6
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. 7 Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A 9 + 3 row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon
8 to 10 = high risk, investigate & implement change 12
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score

Task Name Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Reviewer Xxxxxx Xxxxxx Date: dd/mm/yy

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2
ANEXO III- Avaliação da postura segundo o REBA para P3
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist Analysis
Step 1: Locate Neck Position Neck Step 7: Locate Upper Arm Position:
Table A 1 2 3

Legs
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
3 2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Trunk Posture
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
Score
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1 1
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position Lower Arm If arm is supported or leaning: -1
Table B 1 2

Wrist
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. Upper Arm 3 3 4 5 4 5 5 2
If trunk is twisted: +1 5 Score 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
Table C
Score A (score
form table A
+load/force
Score B, (table B value + coupling score)
3
4 score)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B: 3
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 9 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +
Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling 0
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part,
Unacceptable: +3
=
If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain 3
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. 9 Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A 9 + 3 row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon
8 to 10 = high risk, investigate & implement change 12
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score

Task Name Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Reviewer Xxxxxx Xxxxxx Date: dd/mm/yy

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3
ANEXO IV- Avaliação da postura segundo o REBA para P4
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist Analysis
Step 1: Locate Neck Position Neck Step 7: Locate Upper Arm Position:
Table A 1 2 3

Legs
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
2 2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Trunk Posture
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
Score
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1 6
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position Lower Arm If arm is supported or leaning: -1
Table B 1 2

Wrist
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. Upper Arm 3 3 4 5 4 5 5 2
If trunk is twisted: +1 4 Score 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
Table C
Score A (score
form table A
+load/force
Score B, (table B value + coupling score)
2
2 score)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B: 9
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 6 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +
Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling 0
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part, =
If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 Unacceptable: +3
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain 9
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. 6 Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A 10 + 3 row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon
8 to 10 = high risk, investigate & implement change 13
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score

Task Name Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Reviewer Xxxxxx Xxxxxx Date: dd/mm/yy

This tool is provided without warranty. The author has automated the paper verion of this tool for applying the concepts provided in REBA .

4
ANEXO V- Avaliação da postura segundo o REBA para P5
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist Analysis
Step 1: Locate Neck Position Neck Step 7: Locate Upper Arm Position:
Table A 1 2 3

Legs
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
2 2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Trunk Posture
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
Score
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1 6
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position Lower Arm If arm is supported or leaning: -1
Table B 1 2

Wrist
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. Upper Arm 3 3 4 5 4 5 5 2
If trunk is twisted: +1 4 Score 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
Table C
Score A (score
form table A
+load/force
Score B, (table B value + coupling score)
2
2 score)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B: 9
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 6 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +
Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling 0
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part, =
If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 Unacceptable: +3
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain 9
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. 6 Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A 10 + 3 row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon
8 to 10 = high risk, investigate & implement change 13
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score

Task Name Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Reviewer Xxxxxx Xxxxxx Date: dd/mm/yy

This tool is provided without warranty. The author has automated the paper verion of this tool for applying the concepts provided in REBA .

5
ANEXO VI- Avaliação da postura segundo o REBA para P6
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist Analysis
Step 1: Locate Neck Position Neck Step 7: Locate Upper Arm Position:
Table A 1 2 3

Legs
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
3 2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Trunk Posture
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
Score
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1 4
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position Lower Arm If arm is supported or leaning: -1
Table B 1 2

Wrist
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. Upper Arm 3 3 4 5 4 5 5 2
If trunk is twisted: +1 4 Score 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
Table C
Score A (score
form table A
+load/force
Score B, (table B value + coupling score)
3
4 score)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B: 7
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 9 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +
Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling 1
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part, =
If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 Unacceptable: +3
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain 8
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. 9 Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A 11 + 2 row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon
8 to 10 = high risk, investigate & implement change 13
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score

Task Name Limpeza Profissional Reviewer Solange dos Santos Date: 18/03/2019

This tool is provided without warranty. The author has automated the paper verion of this tool for applying the concepts provided in REBA .

6
ANEXO VII- Avaliação da postura segundo o REBA para P7
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist Analysis
Step 1: Locate Neck Position Neck Step 7: Locate Upper Arm Position:
Table A 1 2 3

Legs
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
2 2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Trunk Posture
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
Score
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1 6
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position Lower Arm If arm is supported or leaning: -1
Table B 1 2

Wrist
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. Upper Arm 3 3 4 5 4 5 5 2
If trunk is twisted: +1 2 Score 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
Table C
Score A (score
form table A
+load/force
Score B, (table B value + coupling score)
3
1 score)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B: 9
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 3 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +
Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling 0
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part, =
If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 Unacceptable: +3
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain 9
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. 3 Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A 7 + 2 row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon
8 to 10 = high risk, investigate & implement change 9
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score

Task Name Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Reviewer Xxxxxx Xxxxxx Date: dd/mm/yy

This tool is provided without warranty. The author has automated the paper verion of this tool for applying the concepts provided in REBA .

7
ANEXO VIII- Avaliação da postura segundo o REBA para P8
REBA Employee Assessment Worksheet Permission granted by Dr Lynn McAnatomany to convert the paper based format to an Excel spreadsheet version.
A. Neck, Trunk and Leg Analysis SCORES B: Arms and Wrist Analysis
Step 1: Locate Neck Position Neck Step 7: Locate Upper Arm Position:
Table A 1 2 3

Legs
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1 1 2 3 4 1 2 3 5 3 3 5 6
2 2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7
Trunk Posture
Step 1a Adjust…. Neck Score 3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8
Score
If neck is twisted: +1 4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9 Step 7a: Adjust….
If neck is side bending: +1 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9 If shoulder is raised: +1 6
If Upper Arm is abducted: +1 Upper Arm Score
Step 2: Locate Trunk Position Lower Arm If arm is supported or leaning: -1
Table B 1 2

Wrist
1 2 3 1 2 3 Step 8: Locate Lower Arm Position:
1 1 2 2 1 2 3
2 1 2 3 2 3 4
Step 2a: Adjust…. Upper Arm 3 3 4 5 4 5 5 2
If trunk is twisted: +1 2 Score 4 4 5 5 5 6 7 Lower Arm Score
If trunk is side bending: +1 Trunk Score 5 6 7 8 7 8 8
6 7 8 8 8 9 9
Step 3: Legs Step 9: Locate Wrist Position:
Table C
Score A (score
form table A
+load/force
Score B, (table B value + coupling score)
3
1 score)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Wrist Score
Leg Score 1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7 Step 9a: Adjust……
2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8 If wrist is bent from midline or twisted: Add +1
3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8 Step 10: Look-up Posture Score in Table B: 9
Step 4: Look-up Posture Score in Table A 4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 Using values from steps 7-9 above, locate score in Table B Posture Score B
Using values from steps 1-3 above, locate score in 3 5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9 Step 11: Add Coupling Score +
Table A Posture Score A 6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10 Well fitted handles and mid range power grip, good: +0
+ 7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11 Acceptable but not ideal hold or coupling 0
Step 5: Add Force/Load Score 8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11 acceptable with another body part, fair: +1 Coupling Score
If Load < 5kgs: +0 0 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12 Hand hold not acceptable but possible poor: +2
If Load is 5 to 10kgs +1 Force/Load Score 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 No handles, awkward, unsafe with any body part, =
If load >22lbs +2 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 Unacceptable: +3
Adjust: If shock or rapid build up of force:add +1 = 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Step 12: Score B, Find column in Table C
Step 6: Score A, Find Row in Table C Add values from steps 10 & 11 to obtain 9
Add values from steps 4 & 5 to obtain Score A. 3 Score B> Find Column in Table C and match with Score A in Score B
Find row in Table C. Score A 7 + 3 row from step 6 to obtain Table C score.
Table C Score Activity Score Step 13: Activity Score
Scoring: +1 1 or more body parts are held longer than a minute (static)
1 = Negligible risk +1 Repeated small range actions (more than 4x per minute)
2 or 3 = low risk, change may be needed +1 Action causes rapid large range change in postures or unstable base
4 to 7 = medium risk, further investigation, change soon
8 to 10 = high risk, investigate & implement change 10
11+ = very high risk, implement change Final REBA Score

Task Name Xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Reviewer Xxxxxx Xxxxxx Date: dd/mm/yy

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8
ANEXO VIIII- Questionário nórdico

Último Nome, Primeiro Nome 1


2

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