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Estudo sobre ergonomia para a atividade laboral de

Técnico Ambiental, a partir de uma análise dos problemas


ergonômicos detectados

1. CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE DE TRABALHO

Técnico Ambiental
Grupo: 38.1 Coleta de Classe: 38.12-2 Coleta
CNAE Seção E Divisão 38
Resíduos de resíduos perigosos
Atividade de Técnico Gestão de Resíduos
Cargo: Função:
Trabalho Ambiental Perigosos
Quadro 1 – Atividade de Técnico Ambiental

Descrição da atividade econômica na CNAE, conforme Quadro 1: a coleta de resíduos


perigosos em qualquer estado físico (sólido, líquido, pastoso, granulado, etc.). Tais resíduos
se caracterizam por conter substâncias ou formulações explosivas, oxidantes, inflamáveis,
tóxicas, irritantes, cancerígenas, corrosivas, infecciosas ou de qualquer outro tipo que sejam
prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente.

2. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PELO TRABALHADOR

2.1. Principais materiais e equipamentos utilizados:

Posto de trabalho 1: computadores, notebooks, mesas e cadeiras.

Posto de trabaho 2: 1 cadeira, balança e carrinho para transporta os resíduos perigosos

2.2. Doenças ocupacionais

2.2.1. Posto de Trabalho 1

Baseado no mapeamento realizado, existem vários agentes de risco associados as


funções exercidas pelos técnicos. No posto de trabalho, foram identificados riscos
ergonômicos, físicos, biológicos e mecânicos. Os colaboradores estão expostos ao agentes
ergonômicos, tais como: posturas incorretas, repetitividade e monotomia; agentes físicos
onde foram identificados calor ou frio extremo; agentes biológicos pela exposição a insetos
(baratas), bactérias, parasitas, vírus e fungos; e agente mecânico devido a iluminação
deficiente.

Riscos à saúde identificados no posto de trabalho

- Posturas incorretas e posições incômodas: provocam cansaço, dores musculares, além de


doenças como alterações no sono, acidentes, problemas de coluna, etc.

- Monotomia ou ritmo excessivo: provocam desconforto, cansaço, ansiedade, doenças no


aparelho digestivo, doenças nervosas, tensão, medo, etc.
- Calor ou frio extremo: cansaço, choque térmico, prostação térmica, irritação, etc.

- Agentes biológicos: tuberculose, intoxicação alimentar, fungos, etc.

- Iluminação deficiente: queda na qualidade de produção, problemas de visão, dores d


cabeça, fadiga visual, etc.

2.2.2. Posto de Trabalho 2

Os equipamentos utilizados no abrigo são deficientes, e os colaboradores estão


expostos a aos riscos ergonômicos. O recebimento dos resíduos e organizações dos
recipientes nas prateleiras colocam em risco a postura dos técnicos, pois precisam abaixar e
lavantar o tempo todo para organizar os frascos de resíduos químicos. Os agentes
identificados foram, levantamento de peso, posturas incorretas e repetitividade.

Riscos à saúde: Trabalho físico pesado, posturas incorretas e posições incômodas:


provocam cansaço, dores musculares e fraqueza, além de doenças como hipertensão
arterial, diabetes, úlceras, moléstias nervosas, alterações no sono, acidentes, problemas de
coluna, etc.

3. METODOLOGIA APLICADA: INTERVENÇÃO ERGONOMIZADORA (IE)

- Apreciação ergonômica: Mapeamento e descrição dos problemas ergonômicos

- Diagnose ergonômica: Análise do ambiente físico e organizacional

- Projetação ergonômica: Apresentação das soluções elaboradas (adequando os postos de


trabalho às características fisiológicas, antropométricas e cognitivas dos trabalhadores).

4. ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO

4.1. Condições ergonômicas do mobiliário e dos equipamentos:

MESA: Satisfatório

CADEIRA: Péssimo

ALTURA DO COMPUTADOR: Ruim

APOIO PARA OS PÉS: Péssimo (Não existem)

4.2. Regulagem do mobiliário:

Ausência de possibilidades de ajustes individuais e más condições devido à


falta de planejamento do mobiliário para o longo prazo.

4.3. Espaço para movimentação de segmentos corporais

Quanto ao espaço disponível para movimentação dos segmentos corporais


dos trabalhadores foi considerado péssimo devido à diferenciação das estações de
trabalho.
4.4. Compatibilidade com características antropométricas

A questão de trabalho com necessidade de alcançar objetos, documentos,


controles ou qualquer ponto além das zonas de alcance ideais para as
características antropométricas do trabalhador pode ser avaliada juntamente com a
questão que trata a compatibilidade dos equipamentos ou mobiliários com a
antropometria do trabalhador. Neste caso, foi considerado como péssimo.

5. ANÁLISE DAS MOBILIZAÇÕES FÍSICAS DOS TRABALHADORES

Com a utilização da ferramenta Escala de Desconforto Corporal foi obtido um


feedback dos trabalhadores sobre as dores percebidas por eles para que fossem levadas
em consideração no desenvolvimento de recomendações e propostas de alterações em
suas estações de trabalho.

Dos 2 colaboradores, 1 diz sentir dores de cabeça e o outro não, os 2 apontam dores
suportáveis para a coluna cervical, lombar e quadril.

No que diz a respeito dos ombros, os 2 apontam dores intensas, quanto aos braços
não sentem dores. 1 sente dor intensa nos punhos e o outro sente dor suportável.

Para as pernas, os 2 colaboradores relataram ter dor suportável nos joelhos. Quanto
aos tornozelos, 1 trabalhador diz sentir dor suportável nos dois (esquerdo e direito), 1
relatou dor intensa no tornozelo esquerdo.

6. DIAGNÓSTICO ERGONÔMICO

Com base nos resultados obtidos, pode-se afirmar que as estações de trabalho
empregadas atualmente no ambiente avaliado não são ideais para os indivíduos que as
utilizam, uma vez que todos os trabalhadores relataram pelo menos uma dor na escala de
desconforto corporal.

Alterações na disposição dos equipamentos podem melhorar as condições


ergonômicas nas estações, tanto como substituição das cadeiras e alterações nas mesas
presentes, uma vez que a altura dos monitores não está de acordo com o que a literatura
recomenda, nem o espaço disponível para movimentação e trabalho é compatível com as
atividades desenvolvidas nas estações de trabalho.

As dores percebidas pelos 2 colaboradores para a parte superior do corpo podem


ser ocasionadas por posturas inadequadas referentes à posição dos monitores, altura das
mesas e espaço disponível para apoio dos cotovelos e movimentação dos braços. Dores
específicas nos punhos e mãos podem ser reduzidas com a utilização de teclados e mouses
ergonômicos, que são mais confortáveis para utilização por longos períodos de tempo. Já as
dores percebidas na parte inferior do corpo podem estar relacionadas à falta de apoios de
pés, espaço disponível para movimentação das pernas e condições dos assentos e
encostos.

Já as dores percebidas na parte inferior do corpo podem estar relacionadas à falta


de apoios de pés, espaço disponível para movimentação das pernas e condições dos
assentos e encostos. Levando esses aspectos em consideração, as recomendações trarão
como algumas mudanças à alteração da posição dos monitores da prateleira elevada para a
altura da mesa (com uso de suporte original do monitor), o aumento da profundidade das
mesas e da presença de uma concavidade na parte frontal das mesas para melhor apoio
dos braços e conforto do abdômen. Ainda aumentando o espaço para acomodação dos
membros inferiores, tornando possível inclusive, devido ao posicionamento das mesas, que
os trabalhadores mesmos ajustem o espaço conforme suas necessidades aumentando a
distância da parede.

6.1. RECOMENDAÇÕES ERGONÔMICAS

As recomendações se resumem em substituição de cadeiras, suporte de monitores e


aquisição de apoios para os pés, sendo uma maneira simples e mais econômica de
melhorar as condições ergonômicas para as estações de trabalho.

Outro nível de intervenção envolve modificações na estrutura da estação de trabalho,


como alteração da posição de trabalho para a mesa longa da estação de trabalho, adoção
dos gaveteiros modulares e mudança das posições dos equipamentos.
CONCLUSÃO

Os principais problemas encontrados foram sobre posicionamento ou ausência de


equipamentos importantes que proporcionam um maior conforto para os trabalhadores do
setor avaliado, como por exemplo o apoio para os pés, que não está disponível nas
estações estudadas no modelo correto de utilização, os apoios para os monitores, que ficam
posicionados em uma altura incompatível à estatura dos trabalhadores e algumas das
cadeiras disponíveis apresentarem problemas de regulagem ou com necessidade de
substituição.

As recomendações propostas para a empresa se basearam nas especificações já


definidas na literatura ergonômica e na perspectiva dos funcionários sobre as suas estações
de trabalho, buscando dessa forma, atender à demanda de conforto por parte dos
trabalhadores e aumentar a produtividade do setor. As variações de mobiliário buscam
atender necessidades específicas de cada tarefa realizada, uma vez que nem todos os
trabalhadores do setor realizam tarefas que demandem as mesmas ferramentas e
exigências.

Conclui-se que a Ergonomia, dentro de seus conceitos e aplicações, pode sim


contribuir para a melhoria da configuração do mobiliário de uma empresa e para a qualidade
de vida dos seus trabalhadores.

REFERÊNCIAS:

FALZON, P. Ergonomia. 2ª edição, Editora Blucher. São Paulo, 2018. Acesso virtual
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/164087 Acessado em 05/01/2021.

PEGATIN, T. O. Segurança do Trabalho e Ergonomia. 1ª edição, Editora Intersaberes. Curitiba, 2020. Acesso
virtual https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/178170 Acessado em 05/01/2021.

IIDA, I. e GUIMARÃES, L. B. M. Ergonomia: Projeto e Produção. 3ª edição, Editora Blucher. São Paulo, 2016.
Acesso virtual https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/164477 Acessado em 10/01/2021.
Levantamento das doenças ocupacionais e suas
consequências para a saúde do trabalhador

LUANA DE CARVALHO OLIVEIRA

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