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Sistema de Fundeio
Sistema de Fundeio
SEÇÃO A – ÂNCORAS
Anete
Anete Cotovelo
Noz
Haste
Haste Cepo
Pata Unha
Unha Pata
Braço
Braço
Cruz
10.3. Tipos de âncoras – Para definição ver o art. 1.152. As âncoras empre-
gadas a bordo dos navios são classificadas em:
a. Tipo Almirantado (fig. 10-1) – Tipo universalmente empregado, desde
tempos muito remotos até cerca de 1825. Foi substituída como âncora padrão para
uso a bordo dos navios pelas âncoras do tipo patente, devido principalmente às
dificuldades de manobra e de arrumação a bordo. Contudo, apresenta maior poder
de unhar.
Particularidades principais:
(1) possui cepo, disposto perpendicularmente aos braços; o peso do cepo é
cerca de 1/4 do peso da âncora;
APARELHO DE FUNDEAR E SUSPENDER 521
Baldt
Dunn
(4) a parte inferior dos braços, que constitui a base da âncora, é saliente,
formando a palma, isto é, uma aresta que, apoiando-se no fundo do mar, fica segu-
ra, obrigando os braços a se dirigirem para baixo quando houver esforço sobre a
amarra num sentido horizontal ou quase horizontal; e
(5) se uma das patas unha, a outra também ficará unhada.
A grande vantagem destas âncoras é a facilidade com que são manobradas e
arrumadas a bordo. Realmente, tendo os braços articulados, não necessitam cepo,
e, sem este, a haste pode ser recolhida no escovém e aí ficar alojada. Isto elimina o
complicado aparelho que era empregado nos navios antigos para a arrumação da
âncora.
A desvantagem das âncoras de tipo patente de ter menor poder de unhar é
compensada dando-se um pouco mais de filame (art. 12.41) à amarra, nos fundos
que não sejam de boa tença. Os veleiros são mais dependentes do aparelho de
fundear por não possuírem propulsão própria, e por isto necessitam de maior poder
de unhar da âncora, relativamente a um navio a motor de mesmo tamanho. Daí o
emprego de âncora tipo Almirantado em alguns navios a vela. Contudo, os navios
modernos deste tipo já empregam também a âncora patente, com maior peso do
que o que seria indicado para um navio a motor de mesmo deslocamento. A relação
entre os pesos das âncoras para estes dois tipos de navio é, segundo as Socieda-
des Classificadoras, de quatro para três, comparando-se navios de mesmo tama-
nho.
c. Âncora Danforth (fig. 10-3) – Tipo recente, atualmente usado em navios
de todas as classes e tamanhos. Tem os braços de forma semelhante aos das
âncoras tipo patente, porém mais compridos e afilados, e possui um cepo, coloca-
do na cruz paralelamente ao plano dos braços.
Haste
Cepo
Braço
10.5. Estudos sobre a ação das âncoras no fundo do mar (fig. 10-8)
a. Âncora Almirantado – Ao ser largada uma âncora, o navio deve levar ligei-
ro seguimento para vante ou para ré a fim de que a amarra não caia sobre ela,
enrascando-se. A primeira parte que toca no fundo é a cruz; no tipo Almirantado, se a
pata não unhar imediatamente, a âncora tende a cair ficando os braços horizontal-
mente e o cepo apoiado sobre uma das extremidades. Como estas extremidades têm
esferas que dificultam ao cepo enterrar-se (art. 10.2), a âncora mantém-se nesta
posição, que é instável (art. 10.3). Ao ser freado o cabrestante, a amarra é tesada e
puxa a âncora, que se deita sobre o cepo, ficando a unha em posição de unhar,
enterrando-se então a pata no fundo. Devido à curvatura do braço, a pata tenderá a
enterrar-se cada vez mais, se a amarra exercer o esforço em direção horizontal ou
pouco inclinada sobre o fundo. Para assegurar que este esforço seja, aproximada-
mente, paralelo ao fundo, é que se deve dar um filame de amarra bastante maior que
a profundidade do lugar. Entretanto, somente depois que a âncora unhou e o navio
está portando pela amarra é que se solta o freio do cabrestante para dar mais filame
à amarra a fim de que o navio fique agüentado pelo peso da amarra que ficou no fundo,
e não diretamente pela âncora. O filame necessário é indicado no art. 12.41.
1 – Entocar: enrascar-se a amarra nos braços, ou patas da âncora com algumas voltas.
APARELHO DE FUNDEAR E SUSPENDER 525
própria. São estivadas em picadeiros especiais e devem morar em local que possa
ser alcançado por uma lança ou um turco. Os navios modernos não levam ancorotes
para manobras.
Embarcações
Porta-Aviões Cruz adores Contratorpedeiros de
desembarque
Âncoras de roça 1 0 ou 1 0 0
Âncoras de popa 1 0 ou 1 0 1
Ancorotes 0 ou 1 0 0 0
10.8. Peso das âncoras – O peso das âncoras de leva dos navios é baseado
na experiência satisfatória de outros navios. A Marinha americana adota a seguinte
fórmula empírica:
W = K1 D2/3, sendo:
W = peso da âncora, em libras (1 lb = 0,4536 kg).
D = deslocamento normal do navio, em toneladas.
K1 = coeficiente, variando de 15 a 25.
Para obter o valor de K1 pode-se marcar em um gráfico os valores de W e D
para diversos navios e traçar uma curva representando a média.
Para os navios mercantes, as Sociedades Classificadoras adotam tabelas
próprias, baseadas também na experiência.
Estas provas podem ser feitas pelo fabricante, na presença de fiscal autorizado;
para as âncoras dos navios mercantes, são feitas pelas Sociedades Classificadoras.
c. Marcação – Quando a âncora é fabricada para uso na Marinha do Brasil,ela
tem as seguintes marcas, fundidas ou feitas a punção: numa das faces, número de
série; iniciais do fiscal e nome do fabricante ou nome comercial da âncora; na outra
face, peso em libras, ano e mês de fabricação e iniciais da Marinha (MB).
Para os navios mercantes, a American Bureau of Shipping (ABS) recomenda
em uma das faces as seguintes marcas para uma âncora patente:
(1) número do certificado, fornecido pelo fiscal;
(2) as iniciais do fiscal que presenciou a prova de tração;
(3) mês e ano da prova de tração;
(4) força aplicada na prova de tração;
(5) iniciais AB, significando que a máquina de prova é reconhecida pela ABS;
(6) peso da âncora, em libras;
(7) iniciais AB, significando que braços e patas foram experimentados pelo fiscal;
(8) peso do braço e patas, em libras;
(9) iniciais do fiscal que presenciou a prova de queda;
(10) número da prova, fornecido pelo fiscal; e
(11) mês e ano da prova de queda.
A outra face da âncora é reservada para o nome do fabricante ou o nome
comercial da âncora e outras marcas por ele julgadas necessárias.
10.11. Definições
a. Amarra – Foi definida no art. 1.153. É constituída por elos com malhete e
liga a âncora ao navio, servindo, portanto, para arriá-la, fundeá-la e içá-la. As amar-
ras de pequena bitola, que se empregam nos ancorotes, chamam-se amarretas. As
embarcações pequenas podem empregar correntes (cadeia de elos sem malhete)
ou cabo de aço ou ainda a combinação dos dois.
b. Malhete – Travessão ligando os lados de maior dimensão do elo. Tem por
fim: (1) diminuir a probabilidade de a amarra tomar cocas; (2) aumentar a resistên-
cia; e (3) impedir a deformação dos elos em serviços.
c. Quartéis da amarra – Seções desmontáveis de que se compõe a amarra
de um navio. No Brasil e nos Estados Unidos, os quartéis comuns têm 15 braças
(uma braça tem 6 pés ingleses e equivale a 1,83 metro).
d. Manilhas – Manilhas com cavirão de tipo especial, ligando os quartéis
entre si e à âncora.
e. Elos patentes – Elos desmontáveis que, nas amarras modernas, substi-
tuem as manilhas na ligação dos quartéis. Os mais comuns são o elo Kenter e o
elo “C”.
f. Tornel (fig. 10-9) – Peça formada por um olhal, um parafuso com olhal,
porca cilíndrica e contrapino. O parafuso constitui um eixo em torno do qual gira o
olhal. Permite à amarra girar em relação à âncora. Usa-se um tornel em cada amar-
ra, em posição tal que ele fique sempre fora do cabrestante. Na amarra o olhal maior
deve ficar para ré e o outro olhal para vante, isto é, para o lado da âncora.
Porca
Olhal em caixa
Tufo
Contrapino
Manilhão
(ligação da âncora)
Manilhão
Montado
Desmontado
Malhete
Pino
Parcialmente montado
(2) Elo “C” (fig. 10-11b) – Pode substituir o elo Kenter, pois o princípio de
construção é o mesmo. É constituído por uma seção em forma de “C” representan-
do 3/4 do elo; as extremidades desta seção têm a forma de duas cabeças cilíndri-
cas de parafuso. Duas metades de um “T” vão ocupar a parte que falta para consti-
tuir-se um elo com malhete. Estas duas seções possuem internamente pequenos
recessos que se adaptam sobre as extremidades da seção maior; elas são mantidas
no lugar por um pino troncônico que atravessa um anel interno em cada uma e
também a seção maior do elo. A cabeça do pino é ainda protegida por um batoque
de chumbo tal como o elo Kenter. As seções devem ter marcas de colocação, para
não serem mudadas as posições relativas. Tudo o que foi dito sobre cuidados para
montagem e conservação do elo Kenter, no item anterior, pode-se referir ao elo “C”.
A fabricação deste também é em aço forjado.
Pino
Os navios mercantes e outros navios não têm o quartel do tornel, sendo este
tornel colocado a três ou quatro elos distantes do anete da âncora, onde possa ser
examinado quando a âncora estiver alojada no escovém.
b. Quartel longo – Nas amarras cujos quartéis são ligados por manilhas,
costuma-se usar um quartel longo (quartel de 40 braças = 73,2 metros) logo a
seguir ao quartel do tornel. Deste modo, durante as manobras de fundear e suspen-
der, é pouco provável que qualquer manilha passe pelo cabrestante enquanto a
âncora estiver a pique, suspensa pela amarra.
c. Quartéis comuns – Nas amarras com elos patentes não há vantagem
em usar o quartel de 40 braças. Todos os quartéis têm o comprimento padrão,
exceto o quartel do tornel. O comprimento padrão dos quartéis é, como já disse-
mos, 15 braças (27,5 metros, aproximadamente) nos Estados Unidos e 12,5 bra-
ças (22,9 metros) na Inglaterra. A Marinha brasileira adota o comprimento padrão
americano.
Os quartéis são numerados seguidamente a partir do tornel, isto é, não se
numera o quartel do tornel. Para o número de quartéis necessários a cada navio ver
o art. 10.14a.
Na fig. 10-13 vemos os tipos de elos comumente empregados. Nas amarras
de tipo antigo, uma das extremidades de cada quartel termina com elo sem malhete,
para que nele possa gurnir o “U” da manilha de ligação dos quartéis. Nas amarras
modernas, cuja ligação é feita por elos tipo patente, todos os elos de cada quartel
são elos comuns, com malhete.
Os elos sem malhete são reforçados, isto é, têm maior bitola que os elos
comuns da mesma amarra.
APARELHO DE FUNDEAR E SUSPENDER 533
10.14. Dimensões
a. Comprimento total da amarra – Em geral é dado como múltiplo do
comprimento padrão dos quartéis, sem incluir o quartel do tornel. Varia de 6 quar-
téis (90 braças = 165 metros) a 12 quartéis (180 braças = 330 metros), confor-
me o tamanho do navio. Os estaleiros navais, para os navios de guerra, e as
Sociedades Classificadoras, para os navios mercantes, indicam o comprimen-
to de amarra adequado a cada navio, de acordo com tabelas próprias basea-
das na experiência. Alguns valores típicos são: contratorpedeiros, 7 quartéis
(105 braças = 192 metros); cruzadores, 11 quartéis (165 braças = 302 metros);e
navios mercantes, 9 quartéis.
b. Bitola – O tamanho das amarras é referido à sua bitola, que é o diâmetro
nominal do vergalhão de que são feitos os elos comuns. As amarras variam de bitola
de 3/4” a 3 1/2”, sendo a variação entre dois tamanhos sucessivos 1/16”, e de 3 1/2”
a 4 1/8”, com variação de 1/8”.
534 ARTE NAVAL
Malhete
Durante esse tratamento, pode-se fazer a troca dos quartéis comuns em sua
posição relativa na amarra; isto tem por fim assegurar um desgaste por igual em
todo o comprimento da amarra;
(3) em tempo bom e sempre que for possível, coloca-se um observador para
examinar os elos e as manilhas ao ser recolhida a amarra vagarosamente nas ma-
nobras de suspender a âncora. Pode-se assim perceber uma fenda acidental e
verificar se as marcas de identificação dos quartéis estão bem visíveis;
(4) quando fundeado em fundo de areia limpa, em fundeadouro abrigado de
ventos e marés e com bastante lugar para girar, pode-se dar atrás com as máquinas
devagar e deixar sair toda a amarra até o fim. Assim, lava-se e examina-se a amarra
e, se o tempo permitir, limpa-se o paiol e pinta-se;
(5) quando o fundo é de lama, a amarra deve ser bem lavada com esguicho à
proporção que vai entrando no escovém;
(6) sempre que forem reparadas, limpas ou raspadas, as amarras devem ser
pintadas novamente. A melhor pintura para as amarras é o piche;
(7) não se deve esquecer que a amarra é uma parte do aparelho de fundear e
suspender, o qual é desenhado e construído para agüentar o navio sob as mais
severas condições de tempo. Portanto, qualquer distração durante o serviço ou no
tratamento da amarra pode resultar num acidente pessoal ou material, na perda de
uma âncora e da amarra e no encalhe ou abalroamento do navio. Não esquecer que
um elo defeituoso condena todo o quartel; e
(8) no Diário Náutico dos navios mercantes e no Livro do Navio dos navios de guerra
devem constar os reparos feitos, as inspeções e vistorias, e as respectivas datas.
b. Reparos – As amarras de ferro forjado devem ser recozidas periodicamen-
te nos navios de guerra, depois de usadas 100 vezes (quartel do tornel) ou 200
vezes (demais quartéis). Nos navios mercantes e navios auxiliares, respectivamen-
te, 200 e 400 vezes. As amarras de aço forjado e de aço fundido não necessitam
recozimentos periódicos, exceto depois de reparos. As amarras de aço estampado
nunca são recozidas.
Além dos defeitos mecânicos, como malhetes soltos, contrapinos atacados
por corrosão etc., as amarras são consideradas não satisfatórias e precisando re-
paro imediato quando a bitola de qualquer elo ficar reduzida a 90 por cento do seu
valor nominal. Nestes casos deve ser adquirida uma amarra nova, ou pelo menos
devem ser substituídos os quartéis que apresentarem defeitos.
10.20. Problemas
a. Peso por metro de comprimento – Com boa aproximação para uso
prático e para todos os tipos de amarra (elos com malhete), o peso em quilogramas
de cada metro de amarra pode ser indicado pela fórmula:
P = 0,0216d2, sendo d a bitola em milímetros.
APARELHO DE FUNDEAR E SUSPENDER 539
D . V2
F = 99,36 . –––––––– libras
L { D, ton. inglesas;
V, em nós; e
L, em pés.
A fórmula representa a força que a amarra suporta para fazer parar o navio. A
força F não deve exceder a resistência de trabalho da amarra (1/4 da resistência de
ruptura) se se deseja utilizar a amarra para fazer parar o navio quando a âncora
unhar. Se a força F for maior que a resistência de trabalho da amarra, o navio poderá
parar, não se identificando, imediatamente, os efeitos negativos na amarra; entre-
tanto, mais tarde, sob um esforço menor, a amarra poderá se partir devido aos
enfraquecimentos repetidos conseqüentes da fadiga por esforço excessivo.
d. Filame – Ver art. 12.41.
e. Comprimento de N elos:
L = 2d (1+2N) polegadas = 0,0508d (1 + 2N) metros
Sendo:
L = comprimento;
d = bitola da amarra, em polegadas; e
N = número de elos no comprimento L.
f. Número de elos por comprimento – Tirando o valor de N na fórmula do
comprimento:
L - 2d
N = ––––––––
4d
18
Número de elos por braça: ≅ –––––
d
10
Número de elos por metro: ≅ –––––
d
Sendo:
d = bitola em polegadas.
540 ARTE NAVAL
10.21. Buzina (fig. 10-21) – Tubo por onde passa a amarra, do convés para
o paiol. É geralmente de aço fundido, de seção circular, um para cada amarra, com
diâmetro igual a 7 ou 8 vezes a bitola da amarra. A direção do tubo é vertical ou
inclinada de 10o a 15o, para ré. O tubo é fixado numa extremidade ao convés e na
outra ao teto do paiol. A extremidade do tubo no convés, ou a abertura do convés
onde ele se fixa, chama-se gateira; a extremidade inferior do tubo chama-se gola da
buzina. A gateira leva uma tampa chamada bucha, tendo um rasgo de largura igual
à bitola de um elo da amarra; a bucha tem por fim impedir a entrada, no paiol, da
água que cai na proa em conseqüência dos golpes do mar.
cabo mais fino que se chama fiel. O fiel aboça a amarra enleando-se nela com voltas
redondas e fica com seu chicote abotoado a um dos elos (fig. 10-16).
Patola
Talha do
compressor
Compressor
Casa da
Chapéu
barra
Saia
Gola A
B
Volante do freio
Coroa de
Barbotin
Lingüetes Haste de
manobra da
máquina
B B Embreagem B
A A A
C C
inferior da coroa (ou da saia, se o cabrestante não tiver coroa), são colocadas pe-
quenas barras de ferro chamadas lingüetes. Uma extremidade dos lingüetes gira
em torno de um pino fixo naquela gola e a outra extremidade vai escorregando ao
longo dos dentes de uma coroa de ferro fixada no convés.
Os lingüetes impedem que haja movimento para o lado em que estão orienta-
dos, por se apoiarem nos dentes fazendo o travamento. Na gola da coroa há pinos
que mantêm suspensos os lingüetes quando não há necessidade deles, por exem-
plo, durante o movimento a motor.
(3) alar os cabos dos aparelhos dos paus-de-carga e outros aparelhos de içar
por meio de um sarilho montado em seu eixo (guincho).
c. Tipos – Cabrestantes e molinetes podem ser classificados de acordo com
a sua máquina.
(1) máquina a vapor (fig. 10-23a) – Era a única usada no passado e ainda é
empregada, principalmente nos navios mercantes. Atende bem ao serviço; as des-
vantagens são: baixo rendimento, grande peso, tempo necessário para aquecer e
principalmente necessidade de longas canalizações de vapor sujeitas a avarias em
combate e a congelar em climas frios.
A máquina de suspender a vapor é geralmente um guincho duplo; consta de
um cilindro reversível com válvula de distribuição em “D”, sendo o vapor admitido por
uma válvula de garganta. Ela aciona o eixo da coroa (ou da saia) por meio de roda
dentada e parafuso sem fim, engrenagem que possui irreversibilidade mecânica. As
engrenagens são cobertas por chapas de proteção, que protegem o material e tam-
bém o pessoal que manobra.
O molinete é capaz de alar ambas as amarras simultaneamente ou cada
uma separadamente. Os ferros podem ser largados independentemente, seja pelas
boças da amarra, estando os freios mecânicos e as embreagens das coroas desli-
gadas, seja pelo uso dos freios mecânicos com as boças da amarra e as embrea-
gens das coroas soltas, ou pelo uso da máquina a vapor estando as coroas
embreadas. Entretanto, a manobra usual é fundear com um só ferro, largando-o por
meio do freio.
Os dispositivos de comando da máquina são a válvula de garganta que admi-
te o vapor, regulando a velocidade, e a válvula de distribuição comandada por uma
alavanca de mão, que inverte o sentido de rotação ou faz parar a máquina;
(2) motor elétrico (fig. 10-23b) – Para arrancar a âncora do fundo, o motor
deve ser de corrente contínua, grande e pesado. Apresenta melhor rendimento e é
mais caro que a máquina a vapor. Os cabos elétricos são mais fáceis de levar até a
proa por zonas protegidas do navio.
Podem ser empregadas engrenagens de parafuso sem fim ou cilíndricas; no
caso de engrenagens cilíndricas, a máquina de suspender é travada pela ação ins-
tantânea do freio elétrico citado em 10.30d.
Os molinetes elétricos são de desenho e construção similares aos descritos
em (1), exceto que o motor é elétrico e o dispositivo de comando é um reostato de
partida. O motor deve ser totalmente estanque à água e ter características de varia-
ção de velocidade; e
(3) sistema hidrelétrico (fig. 10-23c) – Muito usado nos navios de guerra mo-
dernos. Consiste em um motor elétrico de alta velocidade, portanto pequeno, de
corrente contínua ou alternada, acionando o eixo da coroa (ou da saia) por meio de
uma transmissão hidráulica e de engrenagens cilíndricas. O sistema é o mais efici-
ente, porém o mais caro de instalar. A transmissão hidráulica é feita pelos sistemas
Waterbury ou Hele Sham, os quais consistem em duas partes, a saber:
Transmissor (lado A) – acionado diretamente pelo motor elétrico; durante a
manobra funciona com velocidade e sentido de rotação constantes. O transmissor é
uma bomba capaz de fornecer um certo débito de líquido (óleo ou água glicerinada)
a uma determinada pressão.
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Volante de manobra
Indicador de Coroa de Barbotin
controle
Saia Freio mecânico
Buzina da amarra
Convés
Tanque de expansão
Manômetro
Volante de
ARTE NAVAL
manobra
Engrenagens
cilíndricas
A Motor elétrico
A máquina de
suspender do A Freio magnético
outro bordo
(H)
1ª coberta
vergalhão de ferro com gancho numa extremidade para alar a amarra sobre o convés
por um dos elos; este garfo deve estar sempre a mão;
(9) retira-se o pino de segurança da patola da boça em que a amarra está
aboçada e mantém-se um homem pronto com marreta para soltar o elo de travamento
quando houver ordem; e
(12) abre-se a patola com a marreta soltando o elo de travamento.