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PROGRAMA PSICÓLOGOS NAS ESCOLAS

DIRETORIA DE ENSINO CENTRO


01/2024 – CULTURA DE PAZ

Anderson Costa
Psicólogo Clínico e Educacional
CRP 06/190861
1. VISÃO GERAL
1.1 Justificativa

Um ambiente escolar pacífico impacta positivamente o clima escolar e a convivência


entre os alunos, professores e demais profissionais da educação. A promoção da paz contribui
para a criação de um ambiente mais positivo, colaborativo e respeitoso, onde as relações
interpessoais são nutridas por valores como a empatia, a tolerância e a compreensão.

1.2 Objetivo Geral

Promover a conscientização da importância da paz dentro e fora das escolas.

1.3 Resultados almejados

Espera-se que as atividades aqui propostas resultem na redução dos índices de conflitos, a
melhora do clima escolar e o desenvolvimento integral do/a aluno/a.

2. ATIVIDADE PROPOSTA

Semanalmente, escolhe-se um dia e horário específicos para que toda a escola faça
alguma atividade relacionada à paz (abaixo uma sugestão de cronograma). Neste dia, os/as
alunos/as são convidados a virem à escola com uma roupa ou algum adereço (pulseira, fita
etc.) branco. Nesses encontros, podem ser produzidos materiais a serem expostos pela
instituição, tendo seu ápice no dia 16 de maio, quando é celebrado o dia internacional da
paz.

2.1 Sugestão de cronograma

Trago como sugestão às quintas-feiras, por ser o dia da semana que será o dia
internacional da paz:
Data Horário Atividade
22/02/2024 Leitura compartilhada do poema
“Imagine a Paz” de Bráulio Bessa
29/02/2024 Música “A Paz” de Gilberto Gil
07/03/2024 Oficina de Poemas/músicas/desenhos
14/03/2024 Leitura compartilhada do texto
“A Fábula do Mito do Cuidado”
21/03/2024 Discussão sobre a Paz
28/03/2024 Leitura compartilhada do texto
“A paz se constrói a cada instante”
04/04/2024 Música “Principia” de Emicida
11/04/2024 Cartaz – Mapa Mental
18/04/2024 Discussão sobre a Paz
25/04/2024 Balões de Pensamentos
02/05/2024 Exposição dos Trabalhos
09/05/2024 Exposição dos Trabalhos
16/05/2024 Apresentação dos trabalhos expostos aos
responsáveis.
Tabela 1 – cronograma de aplicação.
2.2 Desenvolvimento

Para o melhor aproveitamento das atividades, propõe-se uma introdução à cultura de paz a
cargo de cada professor/a

2.2.1 Textos e músicas

Para as atividades de leitura de textos e de músicas, propõe-se uma leitura compartilhada


entre os/as alunos, onde todos – ou a maioria – possa participar. Após a leitura, seria interessante
uma breve discussão sobre o texto/música.

2.2.2 Oficina

A oficina seria um momento livre aos /às alunos/as para criação de algum material artístico
que lhes representem a paz.

2.2.3 Discussão sobre a Paz

Nesses momentos, os/as alunos/as são convidados a fazerem uma reflexão sobre a cultura
da paz dentro e fora das escolas. Importante que o/a facilitador/a incite o grupo com
questionamentos sobre o significado da paz, como as atividades propostas vem contribuindo –
ou não – com a paz, seus conhecimentos etc., bem como a implicação de cada um no processo.

2.2.4 Cartaz – Mapa Mental

Nesta atividade, os/as alunos/as são divididos/as em grupos menores. Cada grupo recebe
uma cartolina com a palavra “PAZ” no centro e são convidados/as a discutir e escrever na
cartolina palavras e frases que tenham correlação com a palavra “paz”, formando um grande
mapa mental. Este material será ser exposto pela escola posteriormente.

2.2.5 Balões de pensamentos

Após a impressão e recorte de “balões de pensamentos” em branco, os/as alunos/as devem


levá-los para casa e, com seus familiares, escrever frases que tanto se relacionem com a paz,
quanto possam ser dirigidas ao outro. Em outro momento, esses balões serão trocados entre
os/as estudantes e expostos pela instituição.

2.2.6 Exposição dos trabalhos

As últimas semanas antes do dia internacional da paz podem ser utilizadas para realizar a
exposição dos trabalhos realizados e a organização da recepção dos pais/mães/responsáveis.
2.2.7 Dia Internacional da Paz

Neste dia, os/as pais/mães/responsáveis pelos/as alunos/as são convidados/as para visitar a
escola e admirar as produções dos/as estudantes, bem como participar de outras atividades
propostas, como café da manhã, apresentações etc.
3. ANEXOS

Texto 1 – Imagine a Paz1 com um monte de espinhos


e arrancam nossas flores.
Um dia eu imaginei
um mundo sem armamentos, Um dia eu imaginei
sem brigas religiosas, um jornal com a matéria:
sem ataques violentos, O mundo hoje está livre
sem bombas, tiros e balas, de toda fome e miséria
sem ninguém fazendo as malas que as guerras têm causado
fugindo dos sofrimentos. deixando o homem curado
dessa doença tão séria.
Um dia eu imaginei
um mundo sem terrorismo, Nesse mundo, todo mundo
sem preconceito nenhum, sabia se respeitar,
sem vingança, sem racismo, cada um com sua fé,
sem a tal intolerância com seu jeito de pensar,
munida pela ganância buscando fazer o bem
e tanto individualismo. sem fazer mal a ninguém,
procurando melhorar.
Um dia eu imaginei
um mundo que não tem guerra, Nesse mundo, todo mundo
que não se derrama sangue podia se abraçar,
por um pedaço de terra. conhecer outras culturas,
Sem grade, muro, barreira. ir pra longe e viajar,
Às vezes numa poeira apreciar a beleza
a humanidade se enterra. carregando a certeza
de que um dia pode voltar.
Um dia eu imaginei
um mundo sem ditadores, Nesse mundo, todo mundo
um mundo sem julgamentos entendia o que era amar,
desses falsos julgadores repartia cada pão,
que enchem nossos caminhos fazia o bem sem cobrar,

1
Bráulio Bessa
convivendo em harmonia, tinha alguém pra confortar.
e sempre que alguém caía
tinha alguém pra levantar. Parece até fantasia,
difícil de acreditar.
Nesse mundo, todo mundo Há quem diga que é bobagem,
aprendeu a ajudar, que é loucura imaginar.
a olhar também pro outro Mas não perco a esperança,
com a missão de cuidar é imaginando a mudança
com amor e alegria, que se começa a mudar.
e sempre que alguém sofria
Texto 2 – A paz se constrói a cada instante2

Muitos homens sabem que a paz não se estabeleceu de uma vez por todas e para sempre.
Então, pensam bastante em tudo o que é preciso fazer para construi-la e evitar a guerra.

A paz pode ser semeada em qualquer lugar, o tempo todo. Ela se constrói quando aprendemos
a história do mundo, quando dialogamos com aqueles que têm ideias diferentes, quando
reagimos diante das injustiças.

Na escola, os maiores chantageiam os menores. Um dos alunos vai falar com o diretor para
acabar com essa chantagem: esse aluno, não fechando os olhos para o que acontece, reagindo,
está construindo a paz. O diretor procura os aproveitadores, aplica-lhes uma punição e explica
por que estão sendo punidos: ele está construindo a paz.

Aparece um artigo no jornal propondo que se proíba a transmissão de jogo de futebol pela
televisão. Milhares de pessoas reagem e publicam artigos para dizer que não estão de acordo:
elas ajudam a construir a paz.

Os líderes de todas as religiões do mundo se reúnem para falar do que têm em comum, de tudo
o que é semelhante em suas crenças, da importância da vida. Mostram que é possível dialogar;
mesmo não estando de acordo em tudo: eles constroem a paz.

Os homens optam por não esquecer o passado: juntos, lembram-se do fim de uma antiga guerra.
Certo dia, em suas famílias ou comunidades, os mais velhos contam aos jovens como aquela
guerra começou, como era a vida naquele período, o que poderiam ter feito para evitá-la: eles
constroem a paz.

Em diversas cidades da Europa, por exemplo, para recordar o fim da Segunda Guerra Mundial,
os homens construíram monumentos em homenagem aos que morreram lutando. Assim, as
pessoas não se esquecem que a guerra existe e que é necessário prestar atenção para que ela não
volte.

Nas escolas, os professores ensinam História. E, juntamente com os alunos, tentam


compreender por que as guerras explodem em todo o mundo. Raciocinam em conjunto e se
perguntam: será que elas podem voltar a acontecer? O que pode ser feito para evitá-las? Agindo
assim, eles constroem a paz.

2
Brigitte Labbé e Michel Puech. A guerra e a paz. São Paulo: Scipione, 2002.
Texto 3 - A Fábula do Mito do Cuidado3

“Certo dia, ao atravessar um rio, Cuidado viu um pedaço de barro. Logo teve uma ideia
inspirada. Tomou um pouco do barro e começou a dar-lhe forma. Enquanto contemplava o que
havia feito, apareceu Júpiter.

Cuidado pediu-lhe que soprasse espírito nele. O que Júpiter fez de bom grado. Quando, porém,
Cuidado quis dar um nome à criatura que havia moldado, Júpiter o proibiu. Exigiu que fosse
imposto o seu nome. Enquanto Júpiter e Cuidado discutiam, surgiu, de repente, a Terra. Quis
também ela conferir o seu nome à criatura, pois fora feita de barro, material do corpo da Terra.
Originou-se então uma discussão generalizada.

De comum acordo pediram a Saturno que funcionasse como árbitro. Este tomou a seguinte
decisão que pareceu justa: "Você, Júpiter, deu-lhe o espírito; receberá, pois, de volta este
espírito por ocasião da morte dessa criatura.

Você, Terra, deu-lhe o corpo; receberá, portanto, também de volta o seu corpo quando essa
criatura morrer. Mas como você, Cuidado, foi quem, por primeiro, moldou a criatura, ficará sob
seus cuidados enquanto ela viver.

E uma vez que entre vocês há acalorada discussão acerca do nome, decido eu: esta criatura será
chamada Homem, isto é, feita de húmus, que significa terra fértil".

3
Versão livre em português, da original em latim de Gaius Julius Hyginus, extraída na íntegra do livro Saber
Cuidar, de Leonardo Boff, pág. 46.

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