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Aires Feliciano Afonso

Atumane Daúda
Felismina Namarra

Historial da Educação para a Paz


(Licenciatura em Ensino de Matemática)

Universidade Rovuma
Nampula
2021
Aires Feliciano Afonso
Atumane Daúda
Felismina Namarra

Historial da Educação para a Paz

Trabalho de carácter avaliativo,


apresentado a cadeira de Tema
Transversal II (TT-II), como requisito
parcial para a obtenção de notas referentes
ao semestre, leccionada pelo docente:

dr. Victor Manuel Estaupe Machado

Universidade Rovuma
Nampula
2021
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Índice

I. Introdução............................................................................................................................4
1.1. Objectivo geral:............................................................................................................4
1.2. Objectivos específicos:.................................................................................................4
1.3. Metodologia:................................................................................................................4
II. HISTÓRIA DE EDUCAÇÃO PARA A PAZ.................................................................5
III. Conclusão.........................................................................................................................7
IV. Referências bibliográficas................................................................................................8
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I. Introdução

A educação para a paz é, como o próprio nome sugere, educação sobre e/ou voltada para a
paz. É um campo académico de investigação e de práticas de ensino e aprendizagem focada
na eliminação de todas as formas de violência e para o estabelecimento de uma cultura de paz.

O tema da educação para a paz emergiu, sobretudo, após a experiência da Primeira Grande
Guerra, sob a influência dos movimentos de renovação pedagógica, em respostas às
crescentes crises sociais, políticas e ecológicas e às preocupações de violência e injustiça. A
sua tradição epistemológica tem por base a interacção dialógica entre a teoria critica para a
autonomia, entrelaçando a investigação em educação para a paz e acções afirmativa para a
paz.

Referimos que o trabalho está estruturado da seguinte forma:

I. Introdução;
II. Desenvolvimento;
III. Conclusão;
IV. Referências Bibliográficas.

1.1. Objectivo geral:


 Conhecer a história de educação para paz

1.2. Objectivos específicos:


 Apresentar o conceito de educação para paz;
 Compreender a origem da educação para a paz;
 Compreender o seu percurso evolutivo da educação para a paz.

1.3. Metodologia:
A metodologia predominante na realização do presente trabalho foi a consulta bibliográfica,
que consiste na consulta de material que abordam sobre o tema, visto que mostrou-se mais
eficiente no processo de recolha de informações para a “confecção” deste trabalho. Sendo
que, as obras consultadas serão apresentadas no final deste trabalho.
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II. HISTÓRIA DE EDUCAÇÃO PARA A PAZ

A história da educação para a paz compreende desenvolvimentos formais, não formais e


informais, com a formalização ainda contestada do campo académico emergindo na segunda
metade do século XX.

Seu caminho evolutivo, semelhante a outras ciências sociais e educacionais transdisciplinares,


reflecte a práxis de aprendizagem daqueles que estavam e estão activamente engajados no
campo. As origens da educação para a paz podem ser atribuídas a práticas culturais informais
e intervenções educacionais baseadas na comunidade.

Essa história também está ligada ao activismo, onde os primeiros esforços foram realizados
principalmente por educadores activistas. Muitas abordagens iniciais foram respostas a
experiências históricas de violência e guerras, especialmente a Primeira e a Segunda Guerra
Mundial. Os esforços formais iniciam reflectiram essas realidades e enfatizaram o conteúdo e
a pedagogia focados na abolição da guerra, na educação para o desarmamento e na ordem
mundial.

Essas orientações iniciais se concentraram em alcançar “paz negativa” ou a ausência de


formas directas de violência (Galtung, 1969).

Questões globais de pobreza, desigualdade global e desenvolvimento e subdesenvolvimento


também foram introduzidas no campo – a educação para a paz. A lente dos estudos de
desenvolvimento introduziu pedagogias críticas, libertadoras e de conscientização, como as
experimentadas e utilizadas por Paulo Freire (1973) no Brasil, quando ele procurava
emancipar os impotentes e pobres por meio do aprendizado crítico da alfabetização.

A abordagem do desenvolvimento pressupunha o desenvolvimento global equitativo como


uma condição prévia necessária para a paz e a segurança global. Contudo, pedia tanto a
pedagogia dos oprimidos (Freire 1970) quanto a pedagogia dos privilegiados, ambos
necessários para abordar a natureza sistémica da pobreza global.

Transformar a ordem global da desigualdade exige que todos os participantes tenham


consciência de suas relações e contribuições para os sistemas dinâmicos dos quais fazem
parte.
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Na década de 1970, as pesquisadoras feministas da paz, em grande parte através da Comissão


de Educação para a Paz da Associação Internacional de Pesquisa para a Paz, introduziram as
perspectivas das mulheres e a análise feminista na educação para a paz (Pervical 1989).

As preocupações das mulheres foram amplamente ignoradas e consideradas periféricas às


questões de guerra, desarmamento e paz e segurança tradicionais. As feministas combateram
essa lógica falsa por meio de análises estruturais, mostrando as interconexões entre os
problemas e as experiências das mulheres com violência e o sistema de guerra. As
pesquisadoras feministas argumentaram que qualquer mudança estrutural seria malsucedida
sem mudança e transformação nas relações, valores, comportamentos e visões de mundo
humanas. As dimensões afectivas, intuitivas, criativas, psicológicas, de assistência e
relacionais da paz – amplamente consideradas preocupações inferiores das mulheres – tiveram
um impacto significativo na ampliação do escopo da educação para a paz.

Houve um pedido para que o pessoal recebesse tanta atenção quanto o político. A perspectiva
feminista era relacional, e não centralizada em conflitos, reconhecendo que a resolução de
conflitos não teria sentido se o relacionamento subjacente também não fosse um vestido e um
todo. Os objectivos e propósitos derivados dessa perspectiva íntima uma orientação de “paz
positiva” (Galtung 1969), exigindo a construção e o estabelecimento das condições
necessárias para a paz florescer. Essa ênfase não está à custa da busca da paz negativa ou da
resistência à violência e ao desmantelamento da guerra; as feministas achavam essencial
buscar as duas.

Os pesquisadores feministas da paz vêm o holismo e a interconectividade como vitais para o


processo de educação para uma cultura de paz. Muitas abordagens iniciais se concentraram na
transmissão de conhecimento e no desenvolvimento de habilidades de pacificação, sem
considerar as dimensões pessoais, interior ou transformadora e o desenvolvimento de atitudes
e capacidades de apoio, promovidas pela visão feminista mais inclusiva.
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III. Conclusão

Com base nas abordagens feitas e/ou informações acima apresentadas, concluímos que a
educação para a paz surgiu como um instrumento para a efetivação de uma cultura de paz,
com o objectivo de emancipar o sentido da humanidade e a convivência em sociedade. Educar
para a paz é tarefa mundial, exigência indiscutível, componente essencial dos programas
educativos e dos currículos de todas as escolas. Contudo, a educação para a paz pressupõe
uma educação comprometida com a vida, baseada no respeito à dignidade humana, na
igualdade, na justiça e na fraternidade.
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IV. Referências bibliográficas

MUSEU EDUCAÇÃO DIVERSIDADE. Educação para a paz. [online] Disponível na


Internet via WWW. URL: https://museueducacaodiversidade.org/galeria-educadores/outras-
pedagogias/educacao-para-a-paz/. Arquivo capturado em 09 de Dezembro de 2021

Freire, P. (1970). Pedagogy of the oppressed. New York: Herder and Herder.

Freire, P. (1973). Education for critical consciousness. New York: Seabury Press.

Galtung, J. (1969). Violence, peace, and peace research. Journal of Peace Research, 167–191.

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