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Hetia Melânia Alberto Chareiro

Estudante da Faculdade de Ciências Sociais

Curso de Filosofia, 1º Ano, Regime Presencial, 2022

O PENSAMENTO DE ARISTÓTELES
Os escritos de Aristóteles se dividem em dois grupos. O primeiro é o dos “exotéricos”,
destinados às pessoas de fora da Escola, ao público em geral, e sendo compostos, em sua
maioria, de diálogos. O segundo é o dos “esotéricos” ou “acromáticos”, destinados ao
público interno do Liceu e que tratavam de estudos e de ensinamentos mais
especializados.

Segundo o filósofo, as ciências se diferenciam de acordo com o seu objeto de estudo.


Desse modo, o estagirita divide as ciências em três: ciências teóricas ou teoréticas,
ciências práticas e ciências produtivas ou poiéticas.

1. Ciências Teóricas ou teoréticas


São as ciências que buscam o saber em si mesmo. Tais ciências investigam as causas e os
princípios dos seres que existem na natureza independentemente da vontade e da ação do
homem e que se desenvolvem sem qualquer participação humana. Fazem parte das
ciências teóricas físicas (que investigam os seres que tem movimento): a ciência da
natureza (o que chamamos de física), a biologia e a psicologia. Também considerou a
ciência teorética matemática, que faz parte dessa ciência a aritmética, a música, a
geometria e a astronomia.

2. Ciências práticas
São as ciências que se ocupam com as ações humanas. São aquelas cujo princípio ou
causa é o homem como agente da ação e cuja finalidade é o próprio homem. Essa ciência
se refere às atividades humanas que têm sua origem nas escolhas, nas vontades e na
racionalidade dos próprios homens. Fazem parte dessa ciência a ética, que estuda a ação
do homem enquanto ser que deve ser preparado para viver na cidade, e a política, que
estuda o homem enquanto ser social, buscando os fundamentos das ações humanas e as
formas de regimes políticos que seriam melhores para o bem da comunidade.
3. Ciências produtivas ou poiéticas
São as ciências que referem-se à ação do homem que fabrica as coisas. A finalidade da
ação está fora dela mesma, está no artefato, no produto, no objeto produzido. Essas
ciências são as técnicas necessárias para a produção de coisas diferentes. São tão
numerosas quanto a capacidade produtiva do homem, abrangendo a pintura, a escultura,
a arquitetura, a medicina, a guerra, a discussão, a poesia, a engenharia, a tecelagem, a
olaria, a culinária, etc.

Aristóteles, em sua obra Sobre a Alma, trata da complexidade da alma. Ao se referir não
à alma, mas a almas, entendemos que, como Platão, ele acredita que a alma não é formada
como uma só coisa, mas tem dimensões distintas. O objetivo da psicologia aristotélica é
descobrir a natureza e a essência da alma, tentando desvendar seus atributos e seus vários
aspectos ou faculdades.

2.1.Teoria das Causas


Para entender qualquer coisa, Aristóteles afirmava ser essencial analisar a coisa estudada
de maneira empírica, por meio de quatro perguntas lógicas, a que chamou as quatro
causas: a causa material (de que a coisa é feita), a causa formal (o que é a coisa em si), a
causa eficiente (como a coisa se originou) e a causa final (para que a coisa foi feita).

2.2.Teoria da Justiça
Segundo Aristóteles, o indivíduo bom é generoso, isto é, não pensa apenas em si, mas
orienta-se para atender às dificuldades e às necessidades dos outros. Ao se referir à justiça,
Aristóteles recorre aos termos de proporção e igualdade. Tratar as pessoas com justiça
consiste em distribuir os bens em sua devida proporção, o que faz lembrar a teoria do
justo meio: não se deve dar às pessoas nem demasiado nem de menos. Deve haver uma
justa proporção entre o bem atribuído (ou prêmio) e o mérito demonstrado. Além do que,
a justiça deve ser distributiva, ao levar em conta a diferença entre as pessoas.

2.3.Teoria Política
Segundo Aristóteles, o homem é um “animal político”. Isto significa que o homem nasceu
para viver na cidade, em comunidade e não pode se realizar, encontrar a felicidade, sem
que conviva com os demais homens. Aristóteles dirá que o homem político é aquele que
participa da vida política da cidade, que ocupa cargos na administração pública. Os
escravos e estrangeiros, assim como os homens livres que não tinham tempo para se
dedicar à política, acabavam sendo meios para atingir a felicidade dos verdadeiros
cidadãos.

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