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A SEDUÇÃO

QUENTE DO
VAMPIRO
(HOT VAMPIRE SEDUCTION)

Série
VAMPIRE WARDENS

LIVRO DOIS

LISA RENEE JONES


Envio: Soryu
Tradução: Chayra Moom
Revisão Inicial: Elen Bia
Revisão Final: Virginia
Leitura Final: Manú Souza
Formatação: Chayra Moom
Sobre a série Vampire Wardens

No sangue eles irão encontrar o destino e o vínculo


eterno da paixão...

A série Vampire Wardens começa com a trilogia dos irmãos


Evan, Aiden e Troy Brooks. Os irmãos Brooks (em ordem de idade
humana: 34, 32, 28), foram os primeiros colonizadores da cidade de
New Braunfels, Texas, nos anos de 1800. Quando a cidade foi
assombrada por uma série de brutais ataques de um animal, que
deixou cerca de meia dúzia de conterrâneos mortos, os irmãos
Brooks tomaram as coisas em suas próprias mãos. Armados e
prontos para a ação partiram para o deserto, determinados a
encontrar o animal e matá-lo. O que encontraram foi uma vampira
que decidiu que os irmãos eram um bocado deliciosos e que valia a
pena mantê-los em torno dela. Ela atacou-os e transformou-os em
vampiros.
Mal os havia transformado, no entanto, outro vampiro apareceu
e a matou. Esse vampiro se declarou um "Guardião" do Conselho
Vampiro. Os Guardiões respeitavam as regras da raça dos vampiros e
se reportavam ao Conselho. Matar seres humanos era punível com a
morte e sua 'Criadora' havia quebrado essa regra. Os irmãos foram
levados ao Conselho, onde aprenderam a sobreviver sem matar, a se
misturarem com os seres humanos como se fosse um deles, a se
moverem por um local sem que fossem considerados suspeitos, e,
mais importante, quem eram os seus inimigos e a forma de derrotá-
los.
No final, foi concedido aos irmãos um dote financeiro que havia
pertencido a sua Criadora e foi-lhes dada à liberdade, sob o domínio
do Conselho, com a alternativa de se tornarem Guardiões.
Agora, os irmãos viajam juntos como Guardiões, seguindo os
vampiros fora da lei, matando-os e protegendo os seres humanos
inocentes. Este é o eterno dever deles.
Espero que gostem.

A Sedução Quente do Vampiro é o segundo livro da série


Vampire Wardens, trilogia de Lisa Renee Jones.
É uma série quente e erótica de vampiros. Explícita... Muito
quente! Ménage incluído. Você está avisado.
Avance para a SEDUÇÃO QUENTE DO VAMPIRO!

Livros da série: Vampire Wardens

1– O Beijo Quente do Vampiro (Evan) - Distribuído


2– A Sedução Quente do Vampiro (Aiden) - Distribuído
3– O Toque Quente do Vampiro (Troy) – Revisão Final
Sinopse

A população subterrânea de vampiros de Austin, Texas, tem


feito orgias com mulheres humanas que foram forçadas a desfrutar
de um novo afrodisíaco. A droga, Blood Red, é uma mistura de um
tipo raro de sangue de lobisomem com o de vampiro. Blood Red cria
um desejo insaciável por sexo no usuário, a ponto de doer na
ausência do prazer, e às vezes a dor leva à morte.

O vampiro Guardião, Aiden Brooks, passou mais de cem anos


fazendo cumprir as leis de sua raça e a vida lhe ensinou que cada um
que ele permitisse participar do seu mundo, terminava morto. Apesar
de saber disso muito bem, tendo dolorosamente amado e perdido em
seu passado, quando busca pelo criador do Blood Red, encontra a
legista Kelly Riggs no caminho dele e de um clã perigoso de vampiros
e seu desejo por ela vai bem além de oferecer sua proteção. Ele
sente-se atraído por sua bravura, seduzido por seu espírito arrojado e
beleza, porém está determinado a resistir a ela, temendo que vá
colocá-la em perigo.

No entanto, Kelly já está no radar do inimigo e quando fica


muito perto dos segredos do clã dos vampiros do mal, lhe é dado
Blood Red. Agora a fome de Aiden por ela pode ser a única coisa
que pode mantê-la viva, mas quem vai salvá-la dele?
Capítulo Um

A consciência despertou em Aiden Brooks um instante antes


que focasse a pequena figura com olhar furioso, uma mulher linda,
que ele reconheceu a partir das fotos que tinha visto dela. Kelly
Riggs, trinta e dois anos de idade, médica legista de Austin, Texas,
cujo laboratório ele entrou sem convite ou autorização.

− O quê exatamente você pensa que está fazendo? − Ela


exigiu, arrumando uma mecha dos cabelos longos, negros como
corvo, que caia do grampo que o segurava ao acaso, em cima de sua
cabeça.

− Esperando você, é claro. – Respondeu Aiden com indiferença,


como se tivesse todo o direito de estar de pé atrás da mesa dela,
lendo o arquivo que já havia estudado antes da sua chegada.

− Lendo meus documentos particulares? − Ela desafiou,


contornado a mesa para pegar o arquivo, antes de fixar os ricos olhos
cor de mel sobre ele, pequenas manchas de fogo laranja queimavam
em suas profundezas. − Preciso ver a sua identificação ou vou
chamar a segurança.

Ele mal conteve um sorriso, pois tinha certeza de que iria


começar a bater nele e essa certeza o atraiu muito.

Ela o deixou intrigado. A maioria dos seres humanos, homens


inclusive, instintivamente mantinham uma distância dele, com medo
do seu longo cabelo escuro e a sombra não natural de seus olhos
negros. Ele não usava as lentes coloridas que muitos de sua espécie
optavam por usar para se misturar com o resto da população, e não
porque tinha algum desejo doentio de assustar os humanos. Mas por
que queria que seus inimigos soubessem quem e o que ele era, antes
mesmo de sentirem que ele também era um predador. Mas esta
mulher não sentia isso nele, ou talvez, simplesmente não se
importava.

Não era apenas devido o espaço limitado do laboratório, mas


também porque ele se elevava cerca de trinta centímetros sobre o
que estimava, fosse seus um metro e sessenta e quatro centímetros
e ainda assim ela o desafiava.

− Meu nome é Aiden Brooks. − disse intencionalmente


ignorando seu pedido de identificação. − Estou investigando as
recentes seis mortes de alunos da University of Texas. Entendo que
eram do sexo feminino e todas tiveram a mesma droga em seus
sistemas. Mas suas anotações também indicam uma condição de
extrema anemia. Não vejo uma referência aos ferimentos que
fizessem com que isso acontecesse.
Ela fez um som frustrado.

− Você realmente pressiona as pessoas, é muito ousado, não


é?

Ah. Isso explicava a reação dela. Não é todos os dias que uma
cidade tem um serial killer à solta. A imprensa deveria estar agindo
como piranhas perseguindo uma história, pensou ele.
− Não sou da imprensa. – Aiden logo esclareceu.

− Então me mostre alguma identificação, assim saberei com


quem estou falando e o motivo.

− Estou no mesmo time que você. − ele assegurou. − Estou


perseguindo os bandidos e sou especialmente bom em pegar
monstros. E você definitivamente tem um monstro em suas mãos. −
O tipo de monstro sedento de sangue que seus guardiões da lei
humana não têm chance de sobreviver, muito menos, de capturar.

− Identificação. − Repetiu ela, seu comportamento era todo


negócio.
Mulher teimosa. Mulher teimosa e sexy. Gostava dessas coisas
em uma fêmea. Pena que não tinha tempo de agir como gostaria.
Fechou a pequena distância entre eles.

− É claro. − Ele disse em voz baixa, inalando o perfume de


rosas doce de sua pele, seus olhos capturando os dela.

Ela o encarou, seu olhar era firme, desafiador como sempre,


mas o pulso dela acelerou com a sua proximidade. Aquele cheiro doce
engrossou em suas narinas e lhe disse que ela estava tão afetada por
ele, quanto ele estava por ela. Na verdade, não se lembrava da
última vez que uma mulher o afetou tanto, certamente não com tal
intensidade, um momento de... Bem, não tinha certeza do quê. Havia
algo sobre ela, que o fazia desejar que se conhecessem quando ele
não tivesse uma agenda, ou o seu dever para cumprir.

Infelizmente ele teve que lhe enviar uma compulsão mental,


sabendo que ela o odiaria se descobrisse, mas havia vidas em risco e
o tempo era essencial.

− Vou precisar da sua ajuda, Kelly. Preciso que me diga tudo o


que sabe sobre esses assassinatos. Mostrei-lhe a devida identificação
como agente do FBI, em vez de um detetive particular. Você está
confiante de que precisa me dar esta informação de boa vontade.
Ela piscou uma vez, duas vezes, em seguida concordou.
− Sim. Sim, claro.

Saiu da mente dela, observando seus ombros relaxar, a tensão


de vê-lo como um intruso desaparecendo do delicado rosto em forma
de coração. Ela molhou os lábios, a língua muito rosa, acariciando-os.
Fogo passou por ele, seu controle precioso que o manteve vivo por
cento e trinta e dois anos, deslizando para a escuridão do desejo por
uma mulher que mal conhecia. Seu pênis engrossou, sua mente ficou
vazia. Aiden amaldiçoou silenciosamente, afastando-se dela e
rapidamente colocando uma mesa entre eles.
Que inferno estava errado com ele? Não se distraia com o gosto
do pecado e da satisfação, certamente não o gosto de sangue,
mesmo que fosse de uma mulher linda. Ele era um Guardião, a lei da
sua espécie. Localizava e matava aqueles que transformavam os
seres humanos em presa.
− Você está certo. − Disse ela suavemente.
Ele se virou para ela.
− Certo sobre o quê?
− Elas estavam todas drogadas e anêmicas. Na verdade, era
mais do que anemia. Seus corpos apresentavam o nível de sangue
cinquenta por cento mais baixo do que o normal, e essa não é a parte
mais estranha. Não havia ferimentos abertos e não vejo como alguém
pode perder tanto sangue sem uma ferida aberta. Não faz sentido
que uma droga causaria uma coisa dessas.

Aiden tinha certeza de que esse era um caso de ataque de


vampiro. Porém, vampiros infectados com sede de sangue não se
incomodam em selar as feridas, simplesmente rasgam o pescoço da
vítima e partem para outra.

Normalmente era assim. Um vampiro, ou um grupo de


vampiros, que não só tinham sede de sangue, mas de alguma forma
estavam organizados, seriam muito perigosos. Isso não parecia
possível. Algo não fazia sentido.
− O que você sabe sobre a droga?
− Havia apenas vestígios de uma substância no organismo das
mulheres. − disse ela. − Mas não é nada que já vi antes. − Ela
hesitou como se estivesse desconfortável com o que diria a seguir.
Ele estreitou seu olhar.
− Fale.

Ela inclinou-se, cotovelos na mesa. O jaleco abriu, mostrando


um corte fino de vestido preto acentuando delicadas curvas
femininas.
− Você vai pensar que sou louca.

− Não há muita coisa que penso ser loucura. − ele assegurou,


apoiando também os cotovelos na mesa alta, aproximando-se para
encará-la. − Tente.

− É que esta substância não é nada que já vi antes. Não é


qualquer coisa remotamente familiar, não documentada como algo
conhecido pelo homem. Quase... Estranha na natureza. − Ela
balançou a cabeça e riu nervosamente. − Talvez o meu equipamento
de laboratório esteja comportando-se inconvenientemente, ou talvez
os vestígios da substância que tenho para trabalhar possa ser o
problema. Por favor, me diga que você e sua gente têm alguma pista
sobre o que esta droga é e onde obtê-la. E o mais importante, você
tem um plano para tirá-la das ruas? As mulheres estavam todas em
alguma festa no centro da cidade quando morreram. Trancadas por
grades. Simplesmente as deixaram presas até morrerem. Claramente
as pessoas não são inteligentes o suficiente para ficar longe do perigo
por si mesmas.

− Não podemos tirar a população das ruas, só iria gerar mais


pânico.

− Todos nós precisamos estar em pânico. − ela argumentou,


rodeando a mesa, como se sentisse a necessidade de ficar mais perto
dele, para fazer seu caso mais urgente. − Nós temos um serial killer
à solta. Algo tem que ser feito.
Ele a estudou por um momento, pensando na pesquisa que fez
sobre ela, de sua reputação de dogmaticamente assumir casos até
que eles fossem resolvidos. Ela foi ao ponto de mergulhar no que
seria o trabalho da polícia, arriscando trazer o perigo para si por seu
envolvimento pessoal. Não a queria fora deste laboratório, na mira de
um monstro faminto que faria dessa investigação a sua última.

Pegou um de seus cartões e uma caneta, em seguida, rabiscou


seu número sobre ele e agarrou-lhe a mão.
Era pequena e macia, mas ele sabia que enquanto seu corpo
era feminino e delicado, seu espírito não era.

− Ligue antes de agir sobre qualquer descoberta que você


possa fazer. − disse suavemente, enviando-lhe uma compulsão
mental. – Certamente verificarei tudo para você.

− Sim. − disse ela, piscando para ele, com aqueles lindos olhos
cor de avelã derretendo nos seus. − Sim, tudo bem. – Aiden deixou
sua mente e ela piscou novamente, seu olhar baixando para as mãos
unidas, em seguida, ergueu-as.

Energia elétrica desencadeou entre eles, perversamente quente


e inesperada, quando na verdade, isso não deveria acontecer. Sua
atração por esta mulher era vermelho quente, instantânea e não era
bem vinda.

Aiden soltou a mão dela e deu um passo para trás, sentindo a


ardência do seu passado doloroso na conexão inegável que
compartilhava com Kelly. Uma conexão que ultrapassava em muito o
cantarolar do seu corpo com desejo de despi-la e possuí-la. Não, o
desejo era um produto da química, da curiosidade que sentia por ela.

Ele não era um aluno difícil. Não era homem de reviver os


erros, repetindo uma história ruim. Exatamente por isso que nunca,
nunca mesmo, permitia-se uma conexão pessoal com um ser
humano. Fez isso uma vez trinta anos atrás e Darla acabou morta,
assim como seus pais e a irmã mais nova. Era suficiente viver para
cuidar de seus irmãos Guardiões, entretanto, seu irmão mais velho
recentemente tomou uma esposa, Marissa, uma boa mulher, que por
pouco não morreu depois de um ataque de lobisomem.

− Vou pegar esse monstro, Kelly. − prometeu. − Você tem a


minha palavra. − Não esperou por uma resposta. Virou-se e se dirigiu
à porta, enquanto conseguia colocar alguma distância entre ele e a
tentadora Kelly.
Capítulo Dois

Dois dias depois de conhecer Aiden Brooks, Kelly se sentou em


sua mesa, os arquivos abertos, a mão sobre o cartão que ele rabiscou
seu nome e número. Novamente. Estava atraída pelo cartão e não
sabia por quê. Não era de se distrair por causa de um homem, bem,
não desde a faculdade, quando quase foi reprovada em um semestre,
por causa de um quente rapaz mais velho, de sua aula de biologia,
depois o encontrou na cama com sua "melhor" amiga.

Distração e notas baixas chegaram juntas, seguidas pela ira de


seus pais. A alegria de ser filha única é que você tem todo o amor de
seus pais, mas por sua vez, toda a ira também.

Uma década depois, Kelly às vezes se perguntava se essa


experiência a marcou para toda a vida, porque com certeza não
encontrou mais nenhum homem que a distraísse além de alguns
encontros, certamente o trabalho se tornou mais importante. Até
agora, quando o Senhor Alto, escuro e perigosamente sexy entrou
em seu laboratório e a deixou em uma poça quente de luxúria, que
ainda fervia.

Pegou o cartão, tentando descobrir por que esse homem,


dentre outros, a afetou. Por que permanecia em sua mente quando
estava no trabalho, oito horas da noite? Talvez, porque ele falou de
modo apaixonado que pegaria o "monstro", como chamou o
assassino. Sua mente, no entanto, de bom grado fornecia a imagem
de um corpo rígido e um rosto forte, como se isso explicasse tudo.
Não explicava. Eram aqueles olhos, pensou... Olhos negros
misteriosos, tão diferentes de qualquer um que já tenha visto.
Quando a olhou, sentiu algo austero e cru nele. Algo escuro e
perigoso, mas não assustador. Ele era bonito demais para ser
assustador, apesar do seu enorme tamanho. Quase riu de si mesma
devido ao pensamento bobo. Será que Jack, o Estripador foi um
homem lindo? Ou talvez Jeffrey Dahmer1?

Um som próximo ao laboratório chamou sua atenção para a


entrada. Seu corpo enrijeceu, os nervos tremeram inquietos. O
momento era realmente ruim, considerando seus pensamentos nos
assassinos seriais, não havia perigo, disse a si mesma para se
acalmar, mas não teve sorte. Sua mente corria com possibilidades,
conduzindo a muitos outros monstros. Estava muito além do horário
normal de trabalho, então não havia ninguém, senão Jed, o idoso,
porém eficaz guarda de segurança, e o conhecia há anos. Mas, ele
chamava ou batia, antes de entrar.

− Olá! − Ela gritou com a mão deslizando para o celular. Um


momento antes que percebesse, já havia discado o número de Aiden,
de alguma forma memorizado. Sabia que era estranho, mas não se
importava. Não agora. Estava prestes a teclar “ligar” quando o mais
novo membro da divisão de Homicídios de Austin, o detetive Derek
Wright, apareceu em sua porta.

− Você realmente deve trancar a porta quando trabalhar até


tarde. – Ele recomendou, apoiando um ombro largo na ombreira da
porta e parecendo o Sr. Americano com o cabelo loiro bem aparado e
olhos azuis, em vez de alguém que ela temeria. Então, por que o
combatente do crime a deixava apreensiva e não apenas agora, mas
cada uma das meias dúzias de vezes que encontrou o homem?

− Tranquei. − disse ela. − Então, estou supondo que você


lançou o seu distintivo no pobre Jed e o intimidou para deixá-lo andar
à vontade sem me chamar primeiro.

1
Jack, o Estripador e Jeffrey Dahmer - dois seriais killers famosos. Jeffrey Dahmer assassinou 17
homens e garotos entre 1978 e 1991. Seus crimes envolviam estupro, necrofilia e canibalismo.
− Jed estava dormindo, não é o que chamo de proteção,
especialmente quando você está fazendo uma pesquisa valiosa sobre
um serial killer. − A voz dele baixou. − Você se encaixa no perfil das
vítimas demasiadamente bem para ficar exposta. Não só é uma
mulher jovem, bonita, mas está diretamente no caminho do
assassino. − Um calafrio de alerta atravessou sua coluna, o elogio
deslizando por ela, enquanto a ameaça de perigo não.
− Sou dez anos mais velha do que as vítimas.

− Mas não aparenta a sua idade, e é tão bonita quanto elas


foram. Ainda mais, está no caminho tanto quanto elas estavam,
senão mais. Você é a mulher tentando colocá-lo atrás das grades. −
A mão dela foi para o celular novamente, o instinto lhe dizendo para
chamar Aiden, um estranho, quando havia um detetive em pé na
frente dela. Não fazia sentido. − É por isso que liguei e providenciei
para que fosse colocado um policial nas instalações até isso acabar, a
partir de amanhã.
Surpresa correu através dela.

− Ah. Bom. Sim. Obrigada. − Largou o celular. Sentia-se boba


por sua paranoia. − Este caso está me fazendo um pouco louca, eu
acho. Segurança extra será reconfortante.

− Estamos todos um pouco loucos com o caso. Mas podemos


ter uma pausa. − Ele entrou, passeou até a cadeira de visitante, e
sentou no braço. − Vim para pegar os relatórios toxicológicos sobre a
vítima recente para o laboratório do FBI. Eles querem analisá-lo logo
no início da manhã.

− Eles me ligaram. − disse ela. − Enviarei a papelada amanhã


por fax.

− Vou levar eu mesmo. − disse ele. − Um dos agentes me


encontrará esta noite para discutir uma informação. Ele quer que leve
os resultados.
− Que tipo de informação?
− Uma droga atualmente muito procurada chamada Blood
Red, aparentemente parece sangue. Ela tem uma qualidade
afrodisíaca que supostamente parece como refresco de ecstasy.

− Você acha que é a droga para a qual as vítimas têm sido


positivas. − Disse ela, lendo tacitamente nas entrelinhas.

− Nós não sabemos. Mas vinculamos todas as seis vítimas em


um dos três clubes. − Ele riu sem humor. − Conseguimos isso. Os
nomes dos clubes são daqueles filmes de vampiros adolescentes,
Crepúsculo, Eclipse e Amanhecer.

− Você está brincando comigo. − Incrédula Kelly sentiu o


estômago embrulhado. O sangue perdido, a conexão com um
vampiro. Havia algo de muito doentio acontecendo.

− Não, não estou, alguém pensa que são engraçados e não


são. Enfim, estamos nisso. Estamos trabalhando para conseguir um
revendedor da droga e obter uma amostra.

− As vítimas foram todas encontradas em locais diferentes


quando morreram. − disse ela, não vendo a conexão. − Iria me
lembrar dos nomes dos clubes, se os tivesse visto.

− Elas não estavam nesses clubes na noite em que morreram,


mas estiveram lá em algum momento nos meses antes de suas
mortes.
Ela se levantou, a adrenalina disparando.

− Então preciso de uma amostra dessa droga. Todas as vítimas


estavam com pouco sangue, de uma forma impossível. Se esta é a
substância com a qual as vítimas foram drogadas, preciso descobrir
como isso drenou o sangue delas, antes que seja mais amplamente
utilizada.

− Seu trabalho é com os relatórios. − disse ele. − O


Departamento de Policia de Austin e o FBI vão tirar isso de
circulação. Nós apenas precisamos obter com o FBI alguma coisa do
laboratório e tudo o que possa ajudar a acelerar a investigação.
Ele estava certo, então por que parecia tão errado?

− Não tenho os relatórios. Há uma cadeia de hierarquia e


assinaturas que têm de ser obtidos. Eles estão no processo e fora do
meu alcance. Você vai ter que esperar até de manhã.
Ele estudou-a por um momento.

− Você tem que ter cópias em seus arquivos. Pressione a


cadeia de comando. Vidas estão em jogo. Seis mulheres estão
mortas.
− Sei disso. − ela retrucou, vendo seus rostos piscar na sua
mente. − Não consigo dormir com medo de que haja uma sétima.

− Acredite em mim, sei o que é deitar e pensar naquelas seis


mulheres. Lembro-me de cada detalhe de suas mortes. Temos um
detetive que trabalha no clube que identificamos como um ponto
quente. E já que nós dois sabemos que o laboratório do FBI é muito
mais preparado para lidar com o desconhecido que você, nós
precisamos deles para verificar os relatórios mais recentes e
descobrir exatamente com o que estamos lidando. Não podemos nos
dar ao luxo de perder um minuto, quando obtivermos uma amostra.
Não queremos uma sétima vítima.

Ela considerou o ponto de vista dele. Detestava perder o


controle, não conseguir essa amostra por si mesma, mas o mais
importante era resolver esse mistério antes que alguém se
machucasse. Poucas horas poderiam significar outra vida. Hesitou e
depois pegou o arquivo em sua mesa, puxando uma cópia do teste
mestre que havia feito.
− Você não conseguiu isso de mim.
Ele pegou a papelada por cima da sua mesa.

− Seu segredo está seguro comigo, Kelly. − Seus olhos nos


dela e um arrepio correu de cima a baixo por sua coluna, por uma
razão que não conseguia explicar.
Logo ele ofereceu.
− Porque não te acompanho até o seu carro? Você precisa sair
daqui.
Ela balançou a cabeça.

− Não. Ainda tenho trabalho a fazer. Jed me acompanhará. −


Ele arqueou uma sobrancelha.

− Jed não é proteção. − Ele pegou o celular e fez uma ligação,


então desligou.

− Haverá um oficial à vista em dez minutos. Certifique-se de


ligar para o posto de segurança quando sair.

− Tudo bem, obrigada. − Ela o viu sair, questionando por que


se sentia desconfortável ao invés de agradecida. Sentou-se em sua
mesa e pegou o cartão de Aiden. Ele queria que o chamasse se
tivesse novas informações sobre o caso. Conseguiu uma informação,
ou seja, o nome dos bares. Deveria chamá-lo para que pudesse
averiguar. Sua mão foi para o telefone, para os números que havia
discado alguns minutos antes, a compulsão de chamar Aiden era
forte. Mas por quê? Não conhecia Aiden. Não sabia se era de
confiança. Sentou-se olhando para o telefone, com a mão tremendo
com o esforço de não ligar. Bom Deus, o que havia de errado com
ela? O que havia sobre Aiden que a mantinha tão ligada a ele?

Uma hora mais tarde, vestida com uma saia preta curta que
chegava até o meio da coxa, blusa de seda vermelha vibrante, sem
mangas, com um decote profundo em V, Kelly parou o Ford Fusion no
estacionamento com um parquímetro, a um quarteirão do clube no
centro de Austin, na Rua Cinco, Warehouse District com a Rua Seis.
Entendeu o que Derek falou em seu laboratório. Ela, de fato, se
ajustava ao perfil do assassino, fora a sua idade é claro, mas Kelly
sabia que poderia vestir-se para parecer mais jovem, e desempenhar
o papel de uma garota de faculdade. Decidiu frequentar os três
clubes e obter uma amostra do Blood Red antes que alguém mais
morresse.

Pegou o telefone no assento ao lado e suspirou. Não sabia por


que estava fazendo isto, mas apertou o botão que programou com o
número de Aiden. Era como se não se contivesse. Ele queria que ela
o chamasse, de modo que o fez. Ainda assim, ao ouvir a chamada,
seu coração bateu forte de temor antecipado. Nem sabia o que iria
dizer quando ele atendesse. Ele não o fez, mas o correio de voz sim.
Aqui é Aiden. Deixe uma mensagem.

Seu coração saltou para a garganta, de alguma forma ela


conseguiu encontrar a voz.

− Aiden, ah, oi. Aqui é Kelly de, bem, aqui é Kelly. Descobri
sobre vários bares onde uma droga chamada Blood Red está sendo
vendida. De qualquer forma, já que você não está disponível vou
investigar eu mesma. Então, bem, obrigada. Tchau. − Começou a
desligar e hesitou, novamente sentindo-se obrigada, ou talvez com
medo o suficiente, para dizer mais. − Estou ligando do bar
Crepúsculo na Rua 5.

Desligou. Colocou o telefone em sua mini bolsa, depois a


deslizou sobre seu pescoço e ombro. Não dando tempo para se
acovardar, empurrou a porta do carro, saiu e botou algumas moedas
no parquímetro. Tão intimidante como a ideia era, Kelly estava indo
para o Crepúsculo, e se nele não encontrasse um traficante de
drogas, ela tentaria o Eclipse e o Amanhecer.
Kelly começou a andar.
Capítulo Três

− Quero um nome. ― Aiden resmungou através das presas


estendidas, empurrando um vampiro canalha que estava a um fio de
cabelo da sede de sangue, se já não estivesse lá, contra a parede de
um beco no centro de Austin. O vampiro era uma criança, mal
completou vinte e cinco anos. Convertido, estava bebendo muito
sangue diariamente, o equivalente para sobreviver um mês inteiro.

Faminto pela velocidade e a força adicional de um vampiro


ancião, mas muito estúpido para ver o que havia de errado com o
que se tornou, não mais humano ou vampiro, mas um monstro.
− Quem matou essas mulheres?

− Mesmo se soubesse. − rosnou o garoto. − Não diria a um


Guardião babaca.
− Foi você? − Aiden perguntou, puxando uma lâmina de cobre
e pressionando-a na garganta do vampiro.
− Não sou estúpido o suficiente para matar a minha comida.

De repente, alguém agarrou Aiden por trás, presas mordendo


seu ombro. Aiden amaldiçoou e jogou longe o segundo vampiro que
não havia percebido, mas no processo soltou o seu controle sobre
aquele que estava segurando. O vampiro sujo balançou uma faca. No
mesmo momento, Aiden atirou sua lâmina no peito do garoto, um
ataque direto no coração dele. O vampiro dissolveu imediatamente
em pó, um efeito colateral da sede de sangue misturado com o
veneno do cobre.

Aiden virou-se para enfrentar o seu segundo atacante a tempo


de assistir seu irmão mais novo, Troy, matar da mesma forma o
outro vampiro.
Os olhos azuis de Troy brilharam quando olhou para Aiden,
brilhando com um azul cristal estranho, o mesmo que refletia há dez
anos. Na mesma época o longo cabelo preto de Troy, ficou loiro,
quando um lobisomem o atacou, e ele não foi mais o mesmo. Um
lobo criado por um vírus, transformava um ser humano em um lobo
assassino, entretanto, como um vampiro, Troy deveria ter sido imune
a mordida, inexplicavelmente não foi.

− Tanto para conversar. − Aiden disse, empurrando a faca sob


um casaco de couro que usava para caçar, praticamente colada ao
corpo, devido a noite quente do Texas. − Claramente, o nosso plano
para descobrir o que a população local de sanguessugas sabe sobre
os recentes assassinatos não está saindo como planejamos.

− Eu não estava com vontade de falar de qualquer maneira. −


Troy levantou a barra da calça e inseriu sua lâmina dentro de uma
bainha de couro em seu tornozelo. − E que tal um muito obrigado por
chegar a tempo? Só salvei a sua bunda.

− Era para você estar aqui há uma hora. − Aiden ressaltou. −


O que inferno aconteceu?
− Estava caçando. − disse ele firmemente. − Isso é o que
fazemos. Nós somos Guardiões. Nós caçamos.

− Nós não estamos caçando lobisomens. − Aiden lembrou. Ele


sabia muito bem que Troy não estava apenas chateado por ter sido
enviado para cá, e sendo puxado para fora da busca por Andres, um
lobo com habilidades únicas, Troy também esperava encontrar as
respostas que procurava. Andres também foi o lobo que praticamente
matou a nova esposa de seu irmão mais velho, Evan.
− E se lhe disser que Andres está aqui, em Austin?

− Diria que você está tão ansioso para encontrar o desgraçado


que o está vendo em todo lugar.

− É o seu sangue. − disse Troy. − Isso é o que cria a droga que


essas mulheres estão tomando, ou melhor, sendo forçadas a tomar.
O sangue de Andres misturado com o de um vampiro. É um
afrodisíaco, se podemos definir assim. A droga provoca dor na
ausência de prazer. Dizem que os vampiros estão pagando muito
dinheiro por este coquetel e depois organizam orgias. E quando a dor
e o prazer provocam em algumas mulheres acidente vascular
cerebral, e os vampiros percebem...
− O que infernos?
− Drenam-nas até secar.

− Puta merda. − Aiden disse, esfregando o queixo. − Quanto


você está certo sobre isso?

− Tão certo quanto os três vampiros que estava interrogando


sabiam que eu ia matá-los.

O telefone celular de Aiden zumbiu em seu cinto o alertando


para uma mensagem de voz. No instante em que viu o número local,
pegou o celular e teclou o botão de correio de voz. Escutou a voz
suave e nervosa de Kelly e amaldiçoou.

− Nós estamos indo para a Rua Cinco, − ele disse para Troy. −
ara um lugar chamado Crepúsculo.

− Essa bebida é para mim?

A pergunta foi em voz alta, a única forma de ser ouvida sobre a


batida da música vibrante no clube Crepúsculo.

Kelly ergueu os olhos do coquetel sobre sua pequena mesa de


canto, querendo recusar, mas sabendo que teria de aceitar.

− Obrigada. − Ela sorriu, batendo as pestanas animadamente e


não perdendo a forma como os homens espiavam o seu decote.
Deus, ela era muito velha para isso.
Um dos homens pediu uma bebida. O outro se moveu para o
lado dela na mesa. Ela se virou para ele.
− Sou Alex. − Disse ele.
− Kelly.
Ele deslizou a bebida mais perto dela.
− Beba. Outro está a caminho.
Ela pegou o copo, não vendo nenhuma maneira de sair disso.

− Obrigada. − Sorriu por cima da borda do copo e depois o


tomou. Kelly deveria fazer o papel de uma desesperada mulher
sozinha, se queria atrair as pessoas certas e obter uma amostra da
droga.
Ele se inclinou sobre a mesa, de alguma forma, mais perto dela
agora. Muito perto. O outro veio por trás dela segurando na sua
cintura, o corpo rígido pressionando o dela. Queria empurrá-lo, mas
não se atreveu.

Isso não era sobre seu desconforto. Isso era para salvar vidas.
O homem por trás dela afastou seu copo vazio e o substituiu por um
cheio, então se inclinou perto do seu ouvido, o hálito quente em seu
pescoço.
− Aproveite. − Um tremor de mal-estar, igual ao que ela sentiu
dentro do laboratório com Derek, correu-lhe pela espinha. O primeiro
homem, Alex, apoiou um cotovelo na mesa, perto também. Ela foi
ensanduichada entre eles e perguntou-se por que pensou que isso
era uma boa ideia.
− O que traz uma garota bonita como você a um bar sozinha?

− Meu namorado fodeu com minha melhor amiga. − Falou sem


rodeios, não sabia de onde as palavras vieram, porque ela não falava
assim. No entanto, saíram precipitadamente. Nestas palavras, um
pedaço do seu passado surgiu com muita facilidade, ajudado, sem
dúvida, pelo álcool. − Ela é minha companheira de dormitório. Não
quero ficar lá hoje à noite.
Ele arqueou uma sobrancelha.

O homem por trás dela deslizou as mãos ainda mais na sua


cintura.
− Tome a bebida. Ela fará você esquecer.

Kelly já sentia um zumbido por conta do outro drinque. Estudou


Alex, e lançou-lhe um olhar suplicante.

− Às vezes, uma bebida não é suficiente. − Pegou a mão dele,


desesperada para evitar beber outra dose e cair em uma profunda
névoa alcoólica, sabendo que não poderia controlar. − Vamos dançar.

Ele colocou o braço ao redor dela e a girou de modo a coloca-la


de costas contra a parede, grudando-se nela.
− Beije-me primeiro. – Alex pediu.

− Cai fora. − Veio uma voz familiar do sexo masculino que


Kelly não conseguiu reconhecer.

Alex virou bruscamente, mas não disse nada. Ele deu um passo
para a esquerda, para longe dela e Kelly ficou chocada ao ver o
detetive Wright de pé, em frente a ela. Lentamente seus lábios
curvaram em um sorriso sardônico, ele a agarrou e puxou contra ele,
deslizando a mão em seu cabelo.
− Sabia que você viria aqui.
− O quê? – Ela piscou.
Wright baixou a boca um pouco acima da dela.

− Consegui uma amostra de seus dois namorados. Eles são


traficantes, sabia? Disse a eles que a minha namorada queria ter
comigo uma noite longa e difícil, então é melhor convencê-los disso.
– Olhou para a boca dela e beijou-a.

Ela fez tudo o que podia para não afastá-lo, para não morder a
língua dele quando a deslizou em sua boca. E quando a mão dele
apalpou seu seio, mal conteve um grito de fúria. De alguma forma,
porém, lembrou que ele conseguiria uma amostra da droga que ela
precisava para ajudar a salvar vidas. Ela suportaria, iria sobreviver.
De repente, ele afastou a boca e agarrou sua mão.
− Venha comigo.

Praticamente arrastou-a até estarem sozinhos em um corredor


atrás dos banheiros. Ele empurrou-a contra a parede.
− Chega de interpretação. − Ela protestou.

A mão dele deslizou grosseiramente em seu cabelo e, em


seguida, enterrou o rosto em seu pescoço. Uma sensação de
perfuração súbita parou a respiração dela. Tão rapidamente como a
sensação começou, terminou. Estava presa contra a parede, com o
coração batendo tão forte que pensou que fosse explodir em seu
peito. Ela piscou observando Aiden entrar em foco, no mesmo
instante ele empurrou o detetive Wright para um outro homem alto e
loiro e resmungou:

− Tire-o fora daqui e faça-o falar. – Imediatamente, os dedos


dela foram para o pescoço úmido. O que Wright fez com ela?
Capítulo Quatro

Infelizmente o bastardo a mordeu. Embora sem o


compartilhamento de sangue ela não corria nenhum perigo a longo
prazo. Mas Aiden estava furioso por ela ter sido ferida. Aproximou-se.
O cheiro do seu sangue, doce e feminino, chamava o vampiro nele. O
cheiro do seu medo, o pânico, chamava o homem. Posicionou seu
corpo contra o dela, as coxas dela enquadraram de forma que ele a
bloqueou da vista de alguém que entrasse no corredor deserto atrás
deles.
Suas mãos acariciaram seu rosto, trazendo o olhar para ele.
− Você vai ficar bem, querida. Tem a minha palavra.
− Estou sangrando. Ele... Não sei o que ele fez comigo.

− Deixe-me olhar. − Pediu suavemente, sabendo o que iria


encontrar: marcas de mordida, que ele nunca deveria ter permitido
acontecer. Ele resistiu a brincar com sua mente, suas memórias. Por
isso, ela quase morreu, quando lhe deu uma fraca, muito vaga
compulsão, para chamá-lo antes de agir sobre qualquer pista.

Ela assentiu com a cabeça, transbordando confiança daqueles


lindos olhos cor de avelã. O significado de sua confiança nele, alguém
que ela mal conhecia, dado a ele depois de ser atacada por alguém
que ela conhecia, não lhe escapou.

Não merecia sua confiança, e não deveria querer isso, mais do


que deveria querer a ligação que estava tendo com ela. Mas queria
tudo dela, condenasse-o o inferno, maldição.

Aiden tirou os sedosos fios de seu cabelo longe do pescoço,


uma imagem do cabelo dela caído sobre seu peito nu foi impossível
de evitar. Ele a desejava desde o instante em que a viu. Inclinou a
cabeça dela um pouco de lado e viu o sangue escorrendo pelo
pescoço. Não havia nada mais erótico para um vampiro quanto
sangue. Fogo quente correu por suas veias. Sua língua deslizou sobre
a ferida, as pequenas gotas de sangue provocando suas papilas
gustativas e seus sentidos com o sabor doce de vinho rubi.
− Oh, − ela engasgou. − O que você... Eu...

A mão dele apertou sua cintura, os lábios se moveram da ferida


selada para sua orelha.

− Beijando-a para tornar isso melhor. − Ele sussurrou uma


carga elétrica no ar em torno deles. Sua bochecha deslizou pela dela,
seus lábios demorando um pouco acima dos dela, todos os nervos em
seu corpo conscientes dela, de uma forma que jamais esteve com
outra mulher. Vozes ríspidas soavam aproximando-se rapidamente,
trazendo-o de volta para seus sentidos. Amaldiçoou sob sua
respiração pela distração e pegou a mão dela. − Vamos sair daqui. −
Não esperou por uma resposta. Quase chegou a matar esta noite,
não queria fazer isso de novo.
Ela discordou.

− Espere. Não. Aiden, por favor, eu tenho que conseguir uma


amostra. Preciso...
Os sentidos dele vibraram com advertência e em um
movimento rápido ele sacou uma faca e virou-se para enfrentar o
atacante na entrada e golpeou a lâmina no peito do vampiro. O corpo
caiu e não explodiu em cinzas. Este vampiro estava livre da sede de
sangue e isso era ruim, muito ruim. Essa rede de drogas estava bem
traçada e bem organizada.
Ele se virou para encontrar Kelly com os olhos arregalados.
− Você só... Você...

A porta de trás abriu com uma explosão e Troy gritou atrás


dele.
− Problemas na entrada! Vamos, vamos, vamos! − Tudo o que
precisava era Troy, o Sr. Mau Humorado em pessoa, dizer para
correrem pois o irritava muito fugir e Aiden sabia disso. Enviou para
Kelly uma compulsão mental e a colocou para dormir. Tinha-a em
seus braços, pisando sobre o vampiro morto, antes dos seus olhos
estarem totalmente fechados. Ele saiu do clube para encontrar o
carro de Troy estacionado na porta. Ele estava na direção e Aiden
disparou para dentro com Kelly nas costas.
Afundou no banco, embalando Kelly em seus braços, sabendo
que deveria coloca-la no banco de trás, mas não o fez.
− Conte tudo. − Aiden ordenou para Troy.

− Seis contra um. Derrubei quatro deles. Dois fugiram. O


detetive foi um dos dois e ele não é bom rapaz. Ele é uma parte
disso. Ouvi as ordens que estava latindo para os sanguessugas.

Aiden amaldiçoou por todas as razões, porém a mais


importante estava nos seus braços. Kelly estava na linha de fogo.
− Ele poderia estar disfarçado.

− Ele estava tentando me matar. − disse Troy. − Se isso é um


disfarce, é muito maldito para mim. Marque as minhas palavras, vi o
suficiente para saber que o vampiro está afundado nessa bagunça e
isso é um caminho direto para Andres.

Aiden estava mais frio por dentro do que esteve em qualquer


momento dos últimos cento e trinta e dois anos. Conhecia seu irmão,
e Troy estava demasiado seguro para estar errado. Kelly era alvo de
um vampiro que estava de alguma forma, envolvido no assassinato
de seis meninas. E esse vampiro estava profundamente enraizado no
mundo dela, isso garantia que ficaria em seu radar. Não poderia
limpar suas memórias e enviá-la de volta para sua vida, sem colocá-
la em perigo. Kelly já estava em um passeio selvagem, irregular e
tinha a sensação de que iria participar também.
Capítulo Cinco

− Ele está atrás dela, com certeza. − Disse Troy, quando Aiden
colocou Kelly no sofá de couro preto que alugaram, junto com a casa
de estilo vitoriano no centro.

− Você está cem por cento certo sobre isso. Ela, ou está muito
perto de descobrir o segredo por trás do seu pequeno coquetel de
sangue, ou ele simplesmente tem os olhos postos sobre ela.

O olhar de Aiden permaneceu em Kelly por um momento,


bebendo da pele pálida perfeita, seu belo rosto em forma de coração,
antes de olhar para seu irmão.

− Então nós o matamos agora, hoje à noite, antes de acordá-


la. – Concluiu.
Troy sentou em uma cadeira de couro.

− Ei, cara, sou sempre a favor de matar uma sanguessuga que


vai para o lado do mal, mas esse cara está jogando com a máfia e
opera com ela. Ele está trabalhando como um detetive humano,
empregando um exército de vampiros. E está trabalhando agora em
um esquema de drogas com um lobisomem. Não podemos matá-lo,
até que ele nos leve a seus seguidores e a Andres, ou Andres vai
apenas seguir em frente e substituí-lo por outra pessoa.
Os dentes de Aiden apertaram juntos.
− Você o deixou ir intencionalmente.

− Inferno, sim, eu deixei. − Troy concordou. − Temos que


pegar Andres.
− Nós não podemos colocar inocentes na linha de fogo.
− Cada inocente que cruzou o caminho de Andres teve sua
garganta arrancada. − Colocou os cotovelos sobre os joelhos. − O
que há com você Aiden? Você conhece o cenário todo.

− Desde quando a vingança contra a população lobisomem é o


cenário todo?

− Isto não é sobre uma porra de vingança. − Troy cuspiu entre


os dentes. − Trata-se de salvar vidas, muitas vidas e não uma só, a
desta mulher. − Troy estreitou seu olhar, olhando para Kelly e Aiden.
− Não faça isso irmão. Não vá se apegar a uma mulher. Você e eu,
nós não somos Evan. Nós não temos o “felizes para sempre” depois.
Para nós, isso sempre, sempre acaba mal.
− Você acha que não sei?

− Então aja de acordo. − disse Troy. − Acorde-a e vamos falar


com ela. Ela é a única ligação que temos com o Detetive Wright e ele
é a ligação com o Andres.

Ele estava certo de novo. Sentimentos pessoais atrapalhavam o


dever, havia pessoas mortas. Aiden pressionou a mão na cabeça de
Kelly, encontrou a memória do homem que ele matou no bar e a
apagou. Ele não precisava de sua moral, ou do medo dela, ficando no
caminho de mantê-la segura. Ele aprendeu a lição. Limpou a
memória dela, em seguida deu um comando para acordar. No
instante em que ela piscou, ele levantou e caminhou para o lado
oposto da mesinha de centro, colocando distância entre eles, apenas
para se precaver.

Kelly despertou de repente, desorientada e fria. Havia um


ventilador de teto acima dela e por alguns segundos assistiu-o girar,
tentando se orientar. Lentamente, uma memória do detetive Wright
arrastando-a para um corredor veio a ela, em seguida, mordendo-a,
não... Isso era loucura. Ele não poderia tê-la mordido. Seus dedos
foram para o pescoço, mas não havia nada ali. Um flash de Aiden
pressionado a boca em seu pescoço... Ela sentou o olhar viajando
freneticamente em torno do que parecia ser uma sala de estar.

− Aiden. − sussurrou, percebendo que ele estava diretamente


na sua frente, vestido de couro que abraçava cada um de seus fortes
músculos. Outro homem, com cabelo loiro comprido, e igualmente
vestido com couro, estava sentado em uma cadeira à sua esquerda.
− Onde eu estou? O que aconteceu?

− Você está em uma casa bem segura. − Disse Aiden, seu


olhar deslizando para a perna bem torneada que ela estava
mostrando. Kelly puxou a saia, repentinamente consciente de sua
saia muito curta mostrando suas coxas e do decote que estava muito
baixo. – E você precisa de uma casa segura, porque claramente saiu
à procura de problemas e certamente encontrou. − Raiva saia dele. −
Você tem sorte de não ser a vítima número sete. Se tivéssemos
chegado segundos depois, você poderia não estar aqui agora.
Uma atitude defensiva subiu dentro dela e tentou explicar.
− O Detetive Wright disse-me que...
− O Detetive Wright é sujo. − O homem loiro disse.
Sua atenção se voltou para ele.
− Você é do FBI também, presumo?

− Sou o irmão dele, Troy. – Revelou, não exatamente


respondendo à pergunta. − E eu também sou o cara que o detetive, e
um bando de traficantes de drogas, tentaram matar enquanto Aiden
estava dentro daquele bar salvando sua pequena bunda bonita.

− Pequena bunda bonita? − Ela perguntou, indignada. − Você


realmente disse “pequena bunda bonita” para mim?
− Se você está disposta a ostentá-la para obter atenção de
assassinos, então não espere que eu não note.

− Chega Troy. − Aiden disse rispidamente, chamando a


atenção de Kelly, apenas para acrescentar um desafio. − Em que
diabos você estava pensando tornando-se um alvo?
Os olhos dela brilharam com raiva.

− Quem é você para me perguntar o que diabos eu estava


fazendo, em primeiro lugar?
− O homem que salvou a sua vida e não posso mudar o fato de
que você se colocou na linha de fogo, mas está lá agora, e não há um
caminho fácil para sair.

− Estava tentando obter uma amostra da droga para que eu


pudesse salvar vidas. − Kelly justificou-se, embora sentisse os nervos
vibrando em seu estômago. − Qualquer consequência que tenha se
salvar algumas vidas, vou assumir. E para sua informação, o detetive
Wright disse que estava à paisana. Posso não gostar do homem, mas
não sei se está me enganando. Não vou julgá-lo sem fatos.

− Não só o detetive Wright não estava trabalhando hoje à


paisana, − Aiden assegurou. – como também é o líder do que
equivale a uma rede de drogas e de estupros. Ele conseguiu uma
posição dentro da lei e está usando como fachada.

Os nervos agitados de momentos antes se transformaram em


náuseas, quando uma compreensão ruim desceu sobre ela, não
estava exatamente pronta para a verdade.
− Você está certo sobre isso?
− Totalmente certo. − Afirmou Aiden.

Ela inalou e soltou o ar, olhando para o chão de madeira,


sentindo um raro momento de pânico.
A voz de Aiden suavizou.
− O que foi Kelly?
Ela engoliu contra a secura repentina em sua garganta,
forçando-se a adotar o mesmo pensamento metódico que usava no
trabalho, que em muitos momentos era terrível.

− Ele é a pessoa que me contou sobre o bar. − disse ela,


levantando o olhar para ele. − Ele é... Oh Deus, Aiden. Acho que ele
sabia que eu ia aparecer, porque, bem, tendo a me envolver com
meus casos, e ele sabia o quanto queria uma amostra da droga.

− Eu disse a você Aiden. − Troy falou. − Ela é a isca perfeita.


Ela pode nos dar Wright e Wright pode nos dar Andres.

Ela não olhou para Troy, observava o rosto impassível de Aiden.


Tentando não pensar sobre as implicações da palavra "isca".
− Quem é Andres?

− O fornecedor de Wright. − Aiden disse. − Sem ele, não há


nenhuma droga.
− Há sempre outra fonte. − Disse ela.

− Esta é uma situação única. − explicou ele, e foi sentar-se no


braço de uma cadeira de couro igual a que seu irmão estava sentado,
com o olhar agora mais perto, ao mesmo nível do dela. − Temos
razões para acreditar que este coquetel particular, tem distribuição
limitada e não vai além de Andres.

− Como você pode saber disso? − Ela perguntou, ainda


olhando-o de perto. − Quando você foi ao meu laboratório, agiu como
se nem sequer soubesse sobre a droga.

− Recebi novas informações de fontes confiáveis. − Disse


Aiden.

− O que esta droga é não importa neste momento. − Troy


acrescentou. − Destruir o fornecimento, por meio do fornecedor, sim.
E hoje à noite você fez a si mesma a isca que pode derrubá-lo.

− Olhe. Eu quero ajudar. − disse ela, olhando entre eles. − Eu


faço. Fui ao clube esta noite, porque não quero mais ninguém
morrendo, mas não tenho certeza se entendi exatamente como me
tornei um alvo. Wright me induziu a ir lá hoje à noite. Ele me disse
que estava à paisana. Se eu voltar a trabalhar e fingir que acredito
nisso, provavelmente ele vai acreditar.

− Kelly, − Aiden disse gentilmente. − Não acredito que ele


pretendia deixá-la sair de lá com vida.

− Você não pode saber disso. − Disse ela, sentindo-se um


pouco desesperada. De alguma forma, colocar-se em perigo por
opção, e estar lá sem opção parecia muito diferente.

− Não. − Aiden concordou seus olhos capturando os dela,


gentis e suaves. − Mas, baseado no que vi esta noite, é o que
acredito, e a única maneira de mantê-la segura é assumir o pior.
Ele estava certo. Kelly sabia que ele estava certo.
− Como?

− Montaremos uma armadilha para ele. − disse Troy. − E nós o


mataremos antes que ele chegue até você. − Não havia nada da
delicadeza de Aiden em seu irmão, apenas um coração frio, negócios
e raiva, ela pensou.

Kelly focou seu olhar em Troy, curiosa com o tom. Seu rosto
era forte e esculpido como Aiden, mas seus olhos eram diferentes,
perderam a delicadeza que ela via em Aiden. Troy era frio como o
gelo, duro como aço, e ela leu nas entrelinhas.

− Isso é pessoal. Por quê? − Choque deslizou pelo rosto de


Troy e ele riu sem humor.

− Nada é pessoal para mim, querida. Então, você está dentro


ou fora? Tome uma decisão.

− Tenho o direito de saber o que está motivando você quando


minha vida está em perigo. − Ela afrontou.

Ele levantou, elevando-se sobre ela, os olhos azuis brilhando


com aviso.

− Sua vida não está em perigo, porque não temos nenhuma


intenção de deixá-la morrer.
− Até mesmo os melhores planos, às vezes dão errado. − disse
ela. − Especialmente, quando as questões pessoais estão envolvidas.

Ele olhou para ela por vários minutos e depois olhou para o
irmão.

− Vou estar do lado de fora quando você estiver pronto para


sair. − Ele se virou e saiu.

− Sinto muito. − ela disse a Aiden. − Eu só... Preciso saber


com o que estou lidando.
− Você não disse nada que eu não tenha dito a ele também. A
parte surpreendente é que você leu a história dele rapidamente sem
conhecê-lo. Porém, uma coisa que posso garantir é que Troy é muito
bom em seu trabalho. Ele vai protegê-la com sua vida. − Sua voz
suavizou. − Assim como eu.

Ela acreditou nele. Confiava nele. Mal o conhecia, e já o


desejava demasiadamente.
− Fale o que você precisa que eu faça.
Capítulo Seis

Uma hora depois de acordar na casa de Aiden, Kelly saiu, pegou


um táxi e foi em direção ao lugar onde deixou seu carro perto do bar.
Agora, depois de uma curta viagem de carro a oeste do centro,
chegou a sua pequena e pitoresca casa em Tarrytown, mal conseguia
manter a mão sem tremer quando abriu a porta da frente. Ela
estranhou a sanidade do acordo, o plano seria agir como se
acreditasse que o detetive Wright estava disfarçado como ele alegou.
Voltando à sua vida normal e esperando que ele, ou algum de seus
seguidores fosse atacá-la. Aiden e seu irmão estariam lá quando isso
acontecesse e eles tinham certeza que conseguiriam salva-la. Na
hora, o plano parecia fácil, ela realmente queria colocá-lo em ação.
Agora, nem tanto.

Entrou no hall da sua casa e acendeu a luz, certo, o que queria


mais, alguém dentro com um dardo a agarrando, ou correr de volta
para seu carro? Inalou e lembrou que confiava em Aiden, acreditava
que ele poderia mantê-la segura. E ela claramente, acreditava que
estava em perigo e que necessitava de sua proteção, ou não estaria
tão apavorada.
O vento soprou, uma tempestade estava chegando e a
enervava. Kelly correu para dentro e fechou a porta, inclinando-se
contra a superfície de madeira. Ela, então, engasgou quando
percebeu que Aiden estava atrás da porta, situada no canto.

− Droga. − disse ela, virando-se para encará-lo, pronta para


acertá-lo. − Não faça isso. Você me assustou terrivelmente. − Ele a
puxou, até que suas coxas ficaram alinhadas, as pernas agora
vestidas com jeans, sua roupa de couro foi deixada para trás, na
outra casa.

− Calma, querida. − ele murmurou, seus braços fortes em


torno dela. − Não queria assustá-la.

− Você deveria saber que se esconder em minha casa me


assustaria.

− Estava tentando deixá-la saber que a casa está segura. E já


que estou aqui e Troy está cobrindo o exterior, isso não vai mudar.
− Uma mensagem de texto dizendo-me que estava aqui antes
de saltar para fora da escuridão em cima de mim, teria sido muito
eficaz.
− Não saltei em você.
− Não. − ela disse. − Você se escondeu e eu saltei.

− Sinto muito. − ele disse suavemente, com a mão acariciando


os cabelos dela, o pedido de desculpas rolando fora de sua língua
com a facilidade de um homem sem ego. − Realmente não tive a
intenção de assustar.

Ela derreteu com o toque e as palavras, nunca antes reagiu a


um homem como reagia com ele. Dentro do aconchego, embora
fosse uma memória muito menos atraente, havia a lembrança do
detetive Wright pressionando-a contra a parede, a dor penetrante em
seu pescoço, e ela não conseguia aceitar o fato. Será que ele a
mordeu?

− Lamento muito. − disse ela, espantando o pensamento


estranho. − Não é todo dia que uma garota se torna o foco de um
assassino. Não estou no meu eu habitual, geralmente sou calma, mas
no momento estou muito nervosa.

− Com uma boa razão. − ele assegurou. − E assim permaneça.


No extremo, significa que você está alerta o que pode ajuda-la a
continuar viva.
− Continuar viva. − ela repetiu. − Você realmente não está
fazendo uma boa pontuação aqui.

Ele abriu a boca para se desculpar novamente, estava certa


disso, então Kelly colocou a mão em seu rígido, realmente rígido,
peito.

− Está tudo bem. Apenas me diga o que vem a seguir. O que


preciso fazer?

− Assuma que está sendo vigiada, e comporte-se normalmente.


Procurei por equipamentos de monitoramento e sua casa está limpa,
mas isso não significa que sua rotina não foi estudada, especialmente
com o óbvio interesse de Wright em você. Vou estar aqui, mas vou
ficar longe das janelas e Troy não vai a qualquer lugar também.

Seus dedos se enroscaram em torno de sua camiseta azul claro.


Ela não queria deixá-lo se afastar. Um guarda-costas sexy era
realmente danado de atraente agora.
− E quando Troy for dormir?

− Nenhum de nós precisa de muito sono. Você passou pela


porta há muito tempo. Precisa se movimentar, ligue e desligue
algumas luzes, faça algumas atividades normais.
− Tudo bem. − Mas ela não se moveu. − Você acha que o
detetive Wright virá atrás de mim esta noite, não é? − Ele disse que
não pensava assim, mas suas ações falavam de forma diferente. −
Você acha que ele quer me matar porque sei muito sobre ele.
− Acho exatamente o que já disse antes. Ele vai tentar
descobrir se eu estava lá para ajudá-la, ou caçá-lo. E vai se
preocupar se nós estamos fazendo exatamente o que ele teme, ou
seja, usando-a para chegar até ele, que é contra tudo que acredito
fazer e se houvesse outra solução, eu usaria. Mas não importa o que
acho que ele irá fazer, vou tratar cada segundo como sendo o
momento que ele virá atrás de você. − Ela olhou para seu peito,
reconhecendo a certeza de sua declaração. O momento quando ele
vier atrás dela, não caso ele venha.
O dedo dele deslizou sob o seu queixo, levantando-o.

− Não vou deixar nada acontecer com você. Quis dizer isso
quando afirmei que morreria para salvar sua vida.

− Não. − disse ela. − Não morra para me salvar e não se


machuque. Não quero isso. Não poderia viver com isso. Ninguém
precisa se machucar por mim.
Seus olhos fluíram dentro dela, negros como uma noite sem
estrelas, tão intensos como uma noite de tempestade.

− Você deixa isso para mim e as únicas pessoas que estarão se


machucando serão os maus. − Ele virou-a para a sala de estar, com
a boca perto de sua orelha, a respiração quente em seu pescoço. −
Vou estar aqui se precisar de mim.

Ela inalou e resistiu à vontade de mergulhar de volta contra ele.


Ela conseguiria seguir com o plano. Queria salvar vidas, e era um
risco que valia a pena um pouco de desconforto, e, no final, se tudo
desse certo, era tudo o que importava.
Kelly forçou seus pés para se mover pelo corredor de madeira,
além da aconchegante sala de estar à esquerda, onde muitas vezes
lia sobre histórias de crimes verdadeiros, na esperança de estimular
ideias para resolver casos no trabalho.

Ela pensou que talvez fosse hora de um romance sem mistério,


talvez uma família de cidade pequena, um romance com a promessa
de um final feliz.

Ela virou no corredor e entrou em um dos dois quartos, no


quarto principal, mas não antes de acender as luzes e verificar. Olhou
para a cama desfeita queen size e fez uma careta. Tanta coisa para
pensar que ninguém veria isso, além dela. Poderia arruma-la muito
rápido, talvez ele nem notasse. Era ilógico, ela percebeu, mas era
algo para se preocupar além de ser morta.
− Está segura. − disse Aiden atrás dela. − Você está segura,
Kelly. − Ela engoliu em seco e virou-se para encontrar Aiden
encostado no batente da porta. Ele era espetacular, tão alto, tão
grande, amplo e aquele lindo cabelo. De repente, ela estava muito
consciente de estar a sós com o homem mais quente que conhecia.
Somente ela, ele e sua cama desfeita.
Capítulo Sete

Aiden assistiu Kelly desaparecer no banheiro e fechar a porta.


Ele tentou não olhar para a condenável cama desfeita, que parecia
demasiada preparada para os dois se divertirem. Nus. Ah, sim, ele
conseguia imaginá-los nus, ela nua, em detalhes vívidos, e,
aparentemente, seu pênis também, pois estava pressionado
desconfortavelmente contra seu zíper.

Aiden sentou em uma cadeira de espaldar alto, no canto do


quarto, não longe o suficiente da cama para o gosto dele. Tentou se
concentrar em outros assuntos, mensagens de texto para Troy
confirmar se eles ainda estavam livres de problemas.

Felizmente, ela tinha persiana e cortinas, não precisava se


preocupar com olhares curiosos do lado de fora, nem dos maus, nem
do seu irmão. Ele não poderia sair. Troy não se mostrou satisfeito
quando Kelly falou do seu envolvimento pessoal no caso, e colocando
Troy dentro do apartamento com Kelly era mais problema do que era
seguro.

A porta do banheiro abriu e Kelly saiu lá, com o rosto limpo sem
maquiagem, vestindo uma camiseta vermelha escrito 'I love Paris',
que chegava até os joelhos, e, felizmente, cobria mais dela do que a
roupa que usou no bar. Isso não o impediu de querer ver o que havia
embaixo dela, e silenciosamente se amaldiçoou, até mesmo por
pensar nessa direção.

− Tenho uma pizza inteira na geladeira, você está com fome?


Comprei uma e obtive outra, por cinco reais, o que era bom demais
para deixar passar.
Ele estava com fome, certo, mas por ela.
− Pizza soa bem. − Aiden disse, levantando-se, pronto para
sair do quarto, longe da maldita tentação que era a cama. Ele mais
do que ansiosamente se juntaria a ela na cozinha, onde a pequena
janela sobre a pia não seria difícil de evitar, e a cama seria. − Mostre
o caminho. − E pizza soava muito bem. Aceitaria qualquer tipo de
substância que pudesse domar o desejo de provar o sangue de Kelly
novamente. Ele era um vampiro, e como todos os vampiros, sangue
fazia parte do seu menu.

Sua raça evoluiu dos dias de intolerância à luz solar e da


ingestão de sangue todo dia, há muito tempo. Sangue tornou-se
necessário somente como suplemento mensal.

Quinze minutos mais tarde, sentaram à mesa de madeira da


cozinha com almofadas florais nas costas das cadeiras. Entre eles
estava uma grande pizza de queijo e duas Sprites diet, que era tudo
que ela mantinha em casa.

− Então você ama Paris? − Perguntou ele, polvilhando queijo


extra sobre as duas fatias em seu prato.
Ela engoliu um pedaço de pizza e olhou para sua camisa.

− Amei até os meus pais se aposentarem no ano passado e


irem morar lá. Sinto falta deles terrivelmente.
− Você tem irmãos? − Ele perguntou.
Sua expressão escureceu, e mesmo assim, ele não pôde deixar
de notar como ela era bonita, mesmo sem um pingo de maquiagem.
− Tinha uma irmã.
− Tinha? – Questionou ele.
Ela colocou a pizza no prato.

− Acho que esse é o momento que lhe dou o mesmo tipo de


revelação que eu quis de Troy. Este caso é muito pessoal para mim.
Minha irmã morreu há dez anos. Ela e vários outros estudantes
universitários foram todos mortos por um zelador que trabalhava na
universidade. Cinco deles no total morreram antes que a polícia
descobrisse quem era o assassino. A verdade é que sobrevivi à
tragédia de perder minha irmã fazendo meu trabalho e fazendo bem.
Tento agir de forma profissional, e a maior parte do tempo consigo,
mas tenho que admitir que este caso é um pouco parecido com o da
minha irmã, e sinto uma ligação anormalmente forte com o caso.

Pela primeira vez em anos, Aiden deixou-se levar pela


lembrança de seus pais e de sua irmã mais nova mortos, deitados no
chão, na frente de sua casa, assassinados por uma vampira. Essa
mesma vampira feriu de morte a ele e a seus irmãos, todavia Marcus
apareceu, e os transformou em Guardiões. Esta não era uma
recordação que acessava. Nunca. Ele não gostava de como se sentia.
Detestava conseguir lembrar vividamente as suas expressões sem
vida, depois de tantos anos.

− Você estava certa sobre a busca por Andres ser pessoal para
Troy, mas é a história dele para contar ou não contar. − Aiden
finalmente continuou. − Mas houve uma mulher, uma traição e muito
mais. Não é uma história bonita. Ele está confuso sobre a coisa toda
e acredita erroneamente que Andres, de alguma forma, lhe dará as
respostas e nem mesmo sei para quê. Ele sabe que se envolver
pessoalmente no caso é arriscado, e nem sequer consegue ver o
risco. É perigoso Kelly, para ele e para você também. Não poderá
ajudar ninguém se não estiver viva.
− Eu sei. − disse ela. − Sou uma pensadora lógica, uma pessoa
de fatos, mas, mesmo assim, às vezes, meu passado encontra um
caminho dentro da minha cabeça.

− Entendo, por que a história de Troy, e a minha história,


começou muito antes de Andres. Quando éramos mais jovens, Troy,
eu e nosso irmão mais velho Evan, voltamos para casa e
encontramos a nossa irmã mais nova e nossos pais mortos.
Os olhos de Kelly se arregalaram.

− Oh meu Deus, Aiden. Como? Quem? Por quê? Ah... Sinto


muito. Não quero me intrometer. Esqueça que perguntei. Mas
aconteceu antes ou depois de você se tornar executor da lei?
− Não tocaria no assunto se não quisesse falar sobre isso, mas
não há muito para contar. O que aconteceu foi à razão pela qual
decidimos assumir o trabalho que fazemos. Eles morreram no que foi
um ato aleatório de violência sem sentido. − O que não era uma
mentira. Um vampiro com sede de sangue não escolhe a vítima de
qualquer forma. O caminho mais fácil é matar quem quer que
apareça pela frente. − Meu ponto é que vou tirar você disso viva,
mas fique esperta. Pare de brincar de detetive, ou torne-se uma para
que tenha um parceiro para cuidar das suas costas.
Ela estudou-o por um longo momento.

− Obrigada. Já deveria ter dito isso. Estou feliz que você estava
no bar e por estar aqui agora.

Seus olhos se encontraram e sentiram um crepitar de carga no


ar, a atração era muito forte, quase impossível para ele escapar. E
ele queria. Queria muito fugir por causa da conversa que estavam
tendo. Seu mundo era sobre dor e morte, sobre caçar monstros e ele
não a queria por perto. Precisava trazer a conversa de volta ao
básico, para falar banalidades, para a fome básica compartilhada por
comida. Não para essa fome primitiva crescendo dentro dele por essa
mulher.
Ele pegou sua fatia de pizza.
− Conte-me sobre Paris.

Ela começou a falar, contando histórias, do francês mal falado e


bagagem perdida. Ele não considerou que a ideia de colocar uma
conversa banal entre eles, e uma vez rindo de suas histórias, poderia
se sentir mais e mais ligado a Kelly.

Quando se levantaram para voltar para o quarto, ele pegou a


caixa de pizza vazia e foi colocá-la no lixo que ficava dentro da
despensa, enquanto ela colocava os pratos na máquina. Eles se
viraram no mesmo momento, ele estendeu a mão e a segurou para
impedi-los de colidirem. O toque foi quente, elétrico, consumidor.
Aiden nem sequer pensou conscientemente sobre o que veio em
seguida. Num minuto eles estavam olhando um para o outro e no
próximo a estava beijando, ou mais como a devorando. Ele levantou-
a, removendo a barreira de sua altura, aprofundando o beijo, para
saboreá-la mais plenamente. Kelly envolveu suas pernas em volta da
sua cintura, e Aiden encontrou o traseiro dela, quando a camisa
levantou, e uma pequena faixa de um fio dental não fez nada para
cobri-la. Ele gemeu ao perceber e sabia que deveria parar
imediatamente, antes que pudesse lamentar, ou que fosse longe
demais. Sua mão deslizou no cabelo dela, acariciando seu pescoço, a
fome despertando o animal que era seu vampiro. Cheirava a
excitação dela, quase saboreava a doçura de seu sangue novamente.
Suas gengivas formigavam e ele sabia que estava em apuros.

Aiden colocou-a sobre o balcão, com a intenção de afastar-se,


acabar com isso agora, mas de alguma forma seus lábios viajaram na
curva delicada de seu pescoço, suas mãos nas curvas de seios altos,
fartos. Seus dedos encontraram os bicos duros de seus mamilos
contra a blusa fina. Ela suspirou com o toque íntimo e depois gemeu
quando ele puxou os bicos delicadamente.

Fome rugiu dentro dele e a beijou de novo, desesperado por


uma saída para liberar o calor explosivo dentro dele, a necessidade
de prová-la, a necessidade de beber dela. Sexo iria satisfazê-lo. Já
experimentou. E sexo era apenas sexo. Não significava nada. Ele
sabia disso, vivia assim há tanto tempo, talvez tempo demais. Mas no
fundo de sua mente, ele sabia que Kelly era diferente, que significava
mais do que sexo. Ele rejeitou a ideia, e empurrou a camisa dela para
cima do seu corpo, em seguida puxou-a sobre a cabeça dela e a
jogou de lado.

As mãos dela pousaram no balcão próximas ao quadril, a


posição levantou os seios cheios. Ele pressionou suas coxas
afastadas, seu olhar encantado com a visão da pequena seda no V de
seu corpo. Ele se inclinou para ela, as mãos foram para o balcão ao
lado dela, os olhos se conectando.

− Você é linda. − disse ele, uma de suas mãos acariciando um


caminho subindo no seu estômago, parando sobre um de seus seios,
provocando o broto duro rosado de seu mamilo.

Os cílios dela tremeram, meias luas escuras, pele pálida,


perfeita.
− Obrigada. − Ela sussurrou.
Ele quase riu das palavras educadas, afetadas, enquanto ela se
sentava quase nua, usando nada além de uma tanga preta no balcão
da cozinha, e ele poderia ter brincado com ela, se não fosse pela
urgência crescente dentro dele. Seu olhar deslizou sobre os lábios
cheios vermelhos, então passou sobre seus seios exuberantes e
mamilos eretos, as mãos seguindo o mesmo caminho. Ele baixou a
cabeça, roçou sua boca sobre a dela.

Ele estendeu a mão e deslizou os dedos sobre a seda molhada


entre as coxas.

− Diga-me para parar. − ele pediu, empurrando o material de


lado e acariciando o calor úmido de seu corpo. − Diga-me para parar
antes de ambos esquecermos porque isso é uma má ideia. − Ele
pressionou dentro dela, acariciando-a.

− Normalmente não subo nua no balcão da cozinha para um


homem que acabei de conhecer. − disse ela, sem fôlego. − E desde
que realmente não consigo pensar agora... − Ela fez uma pausa,
balançando contra sua mão, em seguida, gemendo baixinho. − Por
que exatamente isso é errado?

Ele a beijou, os dedos aprofundando dentro dela, movendo-se


com ela. Ela agarrou-se a ele, enterrou o rosto em seu pescoço. Ela
cheirava como lilás, e mulher, e ele sabia que ela tinha um sabor
ainda melhor, sabia quanto erótica degustação ela seria, como isso
seria agradável para ela. E o quanto ele não queria mordê-la e ser
forçado a apagar sua memória, desafiar sua confiança. Ele estava
tremendo quando ela endureceu e começou a ter espasmos em torno
de seus dedos. Ele queria estar dentro dela, tremia, porque queria
cada pedaço dela, de todas as formas possíveis, como nunca quis
algo em toda a sua vida.
Ela riu nervosamente, enquanto ele tirava os dedos dela.

− Acho que eu deveria estar envergonhada por que acabei,


hum, de ter um orgasmo na minha cozinha. − Ela passou os dedos
sobre sua ereção, inclinando o queixo até timidamente olhar para ele.
− Ainda mais que você não gozou. Quero corrigir isso. − O celular
dele vibrou com uma mensagem de texto alto o suficiente para que o
olhar dela fosse para o seu quadril, onde ele estava.

− Troy? − Ela perguntou quando ele urgentemente pegou o


telefone e olhou para a mensagem. − Está tudo bem?

− Sim. − Disse Aiden, mas ele sabia que poderia ser diferente.
Ele baixou a guarda, comprometendo a segurança dela.
Ele pegou sua camisa do chão e entregou a ela.

− Está apenas verificando. − Ele hesitou, sentindo a tentação


de carregá-la para o quarto e esquecer tudo, o que o deixou com
raiva. De si mesmo e dela, por razões que ele não conseguia
identificar. Tudo o que sabia era que estava com problemas, e
precisava colocar espaço entre eles. − Lembra quando perguntou por
que isso era uma má ideia?
O rosto dela empalideceu.
− Sim.

− Troy estava apenas verificando neste momento, mas isso


poderia não ter sido o caso. Eu poderia facilmente ter sido o
desgraçado que lhe deu um orgasmo e te matou, não posso fazer
isso, Kelly. Não posso te proteger, enquanto estiver fodendo você.

O queixo dela caiu, choque e dor dilacerando seu rosto. Isso o


fez querer puxá-la para seus braços e pedir desculpas, exatamente o
que não faria, por que ele não poderia. Ela estaria muito mais segura
com o Aiden imbecil, mas que não era uma distração, que não
cometeria um erro estúpido como o que teria cometido esta noite. Ela
não sabia, mas ele sim.

Ela lutou para sair do balcão, abraçando a camisa sobre os


seios. Ele estendeu a mão para ajudá-la.

− Não. − ela ordenou. − Não me ajude. − Ela pulou e deu-lhe


as costas, puxando a camisa sobre a cabeça. Isso foi com uma frieza
que ele nunca esqueceria, sem importar o quanto ele merecesse.
Era irrelevante o quanto ele não queria merecer isso.

Ela saiu da cozinha sem dar-lhe outro olhar, e ele a seguiu


como o cão que se sentia.
Ela subiu na cama, apagou a luz e cobriu a cabeça.

Aiden se estabeleceu na cadeira num canto onde ficaria


sentado, protegendo-a e desejando estar na cama com ela.
Capítulo Oito

Kelly piscou para o quarto iluminado, as lembranças da noite


anterior, de Aiden e ela na cozinha correndo de volta sobre ela.
Fechou os olhos novamente. Que idiota se sentiu quando ele declarou
que não poderia “fodê-la e mantê-la a salvo”. E isso foi ontem à
noite. Sempre na manhã logo após um erro estúpido, a sensação é
cem por cento pior. Ela se perguntava se ele ainda estaria na cadeira
do canto, ou se foi a algum outro lugar para dormir. Inalou e decidiu
enfrentar e acabar logo com isso. Pavor só piora as coisas.

Ela sentou o olhar indo para a cadeira que estava vazia, então
ao redor do quarto, e descobriu que estava sozinha.

Suas narinas encheram com o cheiro de café, seguido de um


momento de felicidade, pensando em uma xícara de cafeína que ela
não precisaria preparar. Isso, até que percebeu que as xícaras
ficavam na cozinha, e ela realmente não queria entrar na cozinha
onde as lembranças da noite passada permaneciam. Olhou para o
relógio, chocada com a hora, onze horas. Nunca dormiu até tarde.
Nunca. Não havia o que fazer para passar o tempo na cama. Bem, a
menos que gastasse com Aiden, mas agora sabia que ele era um
completo imbecil, mesmo que continuasse muito tentador. Porém...
Não estava tão certa de que ele era um completo imbecil. Ele levava
seu trabalho a sério, assumiu protegê-la a sério. Não poderia culpá-lo
por isso, mas deixou muito a desejar a maneira como manifestou a
mensagem de cumprir com seu dever.

Kelly afastou o lençol e levantou, decidindo que precisava de


café muito mais do que seu orgulho, considerando que dormiu
metade do seu sábado. Ainda bem que previu a noite difícil e
cancelou seu novo projeto, ioga toda manhã de sábado que ela e
uma das vizinhas, começaram algumas semanas atrás.

Kelly se dirigiu para a cozinha, contornou o canto para


encontrar mais do que ela esperava. Aiden e Troy, sentados à mesa
da sua cozinha com sua caixa de Captain Crunch2, entre eles.

Os dois homens olharam para cima, e ela imediatamente


cruzou os braços na frente dos seios, desejando um roupão. Não
havia nada que Aiden já não tivesse visto, mas Troy era outra
história.

− Pensei que vocês dois estavam tentando ser discretos. −


disse, sentindo os olhos de Aiden sobre ela e recusando-se a olhar
para ele. Ele trocou de roupa e fez a barba, em algum momento, a
sua camiseta azul claro, agora era preta. Perguntou-se como dormiu
com tanta atividade, quando deveria estar temendo por sua vida. −
Não costumo ter um homem ficando aqui, muito menos, dois.

− Entrei antes do amanhecer. − Troy informou. Ele mudou do


couro para jeans, e isso o deixou um pouco menos tenso e
intimidante, mas não muito.

− Portanto, não estamos preocupados com um ataque diurno,


presumo? Deveria me considerar segura e sem a necessidade de
guarda-costas?

− Deve considerar-se segura porque você tem guarda-costas. −


Respondeu Aiden.

Mesmo contra sua vontade, seu olhar encontrou o dele. Seu


estômago deu uma cambalhota como se ela fosse uma espécie de
adolescente tímida e ele fosse o capitão do time de futebol. Isso era
ridículo. Os homens não a faziam se sentir assim. Entretanto, ela não

2
Captain ou Cap'n Crunch é uma linha de produtos adoçados de cereais, milho e aveia introduzido em
1963 e fabricado pela Quaker Oats Company, uma divisão da PepsiCo desde 2001. A linha de produtos é
anunciado por um mascote dos desenhos animados chamado Cap'n Crunch, um capitão de mar (nome
completo: Horatio Crunch Magalhães).
abria as pernas em cima do balcão da cozinha para a maioria dos
homens.

Troy acrescentou, segurando um tipo de controle remoto que


parecia estar ligado.

– E, porque tenho o talento de criar equipamentos de vigilância


completo e com alarme silencioso. − Colocou o dispositivo na mesa.
− Qualquer passo em um pedaço de grama perto da casa, nós vamos
saber. − Levantou o cereal. − Café da manhã?

− Irei me satisfazer com um café e vocês dois me digam o que


devo fazer agora. − Ela não se moveu. De alguma forma, a ideia de
andar ao redor, vestindo uma camiseta, parecia muito, muito errada
agora que Troy estava aqui.

Aiden ficou de pé e caminhou até o balcão, pegando uma


caneca no seu armário.

− Faça o habitual. − Aiden encheu a caneca, e depois tirou o


seu creme favorito da geladeira. De repente, estava na frente dela,
bloqueando-a da vista de Troy e entregando-lhe o café. Ele abriu o
creme e começou a derramar. − Diga quanto.

− Basta. − Kelly disse depois que ele derramou uma grande


quantidade. − Não há nada de habitual em tudo isso.

− Tudo o que importa é o que os bandidos pensem que é. O


que você estaria fazendo agora, se nós não estivéssemos aqui?

− Almoçando com minha vizinha após a ioga, ela me tortura em


vão. − disse, tentando não pensar que ela esteve sentada sobre o
balcão, com as pernas bem abertas, com ele, para ele. − Mas
cancelei ontem à noite antes de ir para o bar.
− O que mais?

− Todas as mesmas coisas que faço nos fins de semana.


Comprar mantimentos e ver filmes de trabalho.
− Trabalho? – Aiden duvidou.
− Sim, trabalho. Costumo ir ao meu laboratório por algumas
horas na tarde de sábado.
Aiden deu um passo atrás e olhou para Troy.
− Wright deve saber disso.
− Maldição, ele sabe. − Troy concordou.

− Certo. – Kelly aceitou os nervos enrolando em seu estômago.


− Hora de ir para o laboratório, onde posso botar um alvo no meu
peito.
− Quanto mais cedo isso acabar, melhor. − Desabafou Aiden.

Seu olhar encontrou o dele, quando Kelly realmente planejava


evitar, mas encontrou um olhar profundo e penetrante. No momento
em que fixou o seu rosto, perguntou-se se ele estava mais ansioso
para acabar com ela, ou acabar com os bandidos.

Quatro horas depois, Kelly estava no laboratório. Aiden e Troy


asseguraram que estavam em um piscar de distância, caso ela
precisasse deles. Desde que provaram ser verdade na noite anterior,
Kelly acreditava neles, mas ainda se sentia inquieta sobre a porta do
laboratório destrancada. Mas a ideia era ser atacada, e não ficar
segura como desejava, não importava o quanto seu instinto de
sobrevivência gritasse.

Exatamente por isso, ela se entregou ao seu trabalho desde


que chegou, ocupando sua mente, testando amostras de resíduos de
substâncias que foram retiradas das seis mulheres mortas,
procurando uma reação, algo que identificasse o material ou o
excluísse. Principalmente, que a impedisse de pensar na porta
destrancada. Contudo não resultou eficaz na busca de respostas
sobre a droga como esperava, nenhuma razão por que deixava os
usuários mortos e esgotados de sangue.

Kelly suspirou e caminhou para sua mesa, pensando que iria


para casa se este fosse um dia normal. Mas sua casa incluía dois
grandes e quentes homens, com um dos quais ela fez papel de boba.
Ela parou brevemente ao encontrar Aiden sentado na cadeira de
frente a sua mesa, um laptop no seu colo.
Ela piscou.
− Como você chegou aqui?

− Você estava examinando muito profundamente, inclinada no


microscópio.
− Há quanto tempo?
Ele olhou para o relógio na sua parede.
− Cerca de quatro horas atrás.
Os olhos dela se arregalaram.
− Você esteve aqui o tempo todo?

− Praticamente. − disse ele. O telefone em sua mesa começou


a tocar e ele pôs o laptop de lado. − Acredito que seja o detetive.
Está sendo gravado. Consiga que ele fale o máximo possível.

Ela inalou e caminhou em direção à mesa, pegando o receptor e


perguntando-se como iria falar com o coração alojado na garganta.
− Alô. − Atendeu nervosa.

− Kelly. Graças a Deus. Eu tive alguns momentos difíceis na


noite passada e estava com medo que não tivesse conseguido sair do
clube de forma segura. − Era Wright e seu olhar foi para Aiden, um
pequeno aceno de cabeça confirmando o que ele suspeitava.

− Estou bem, detetive, embora não tenho certeza se posso lhe


agradecer por isso. Era tudo realmente necessário?

− Sim, e não posso explicar o motivo agora, mas era preciso, e


a manteve viva. − Ele hesitou. − Olha. Vou explicar quando puder,
mas agora, só precisava saber que estava segura. Falei na noite
passada que vou pegar uma amostra do coquetel para você. Só
preciso de alguns dias. Estarei em contato. − A linha ficou muda.
Kelly olhou para Aiden e balançou a cabeça.

− Desligou o telefone na minha cara. ― Lentamente devolveu o


receptor para o lugar. − Ele disse que queria ter certeza de que eu
estava tudo bem e que estava arranjando uma amostra para mim.

− Está se certificando de que você não vai se esconder. −


esclareceu ele. − Planejando observar por alguns dias e verificar se
não está sendo usada como uma armadilha.

− Dias! − Repetiu sem rodeios, olhando para sua mesa para


que ele não visse o pânico que sentia neste momento. Ela gostava de
controle, precisava de controle e não tinha nada disso agora.

− Kelly. − Ele começou, e ela sabia instintivamente que ele


estava prestes a falar sobre a cozinha, sobre ela naquele balcão,
agindo como uma tola desenfreada.
Seu olhar disparou para o dele.

− Estou morrendo de fome. − desconversou, pegando a bolsa


dentro da gaveta. − Estou indo para o supermercado e depois para
casa. Você vem? – Encolheu quando pensou na escolha das palavras
e, em seguida, de alguma forma, sem planejar, deixou escapar. −
Não. Esqueci. Isso é muito perigoso. − Girou sobre os calcanhares e
correu para longe. Sua mãe sempre lhe disse que sua boca iria
colocá-la em apuros, e era verdade. No entanto, a essa altura, já
estava com problemas até o pescoço. Não poderia ficar pior.

Então, novamente, talvez isso pudesse piorar. Ela poderia


acabar morta.
Capítulo Nove

Kelly vestiu o seu moletom rosa favorito e uma camiseta


quando chegou em casa trinta minutos antes. De alguma forma, já
era sete horas da noite e não sabia como isso aconteceu. Aiden
mandou uma mensagem quando chegou em casa, dizendo que
estava tudo bem. Deduziu que ele a estava evitando.

Odiava isso, mas sabia que deveria ficar aliviada. Não queria o
homem quente respirando em seu pescoço, lembrando-a o tempo
todo o quanto gostava desse homem quente respirando em seu
pescoço, e em outros lugares.

Fez uma careta com esse pensamento, e aconchegou-se no


sofá para verificar os filmes pagos. Nada de terror, nada de
assediadores e nada de mistérios. Ok, então ela precisava encontrar
um filme água com açúcar. Ah, não. Queria um filme água com
açúcar, mas sem sexo e romance. Uma comédia seria melhor. Miss
Simpatia, com Sandra Bullock. Esse funcionaria. Ela comprou e a
campainha tocou.

A pizza chegou. Gostava de pizza, ela pedia várias vezes por


semana, e não estava mudando isso porque Aiden comeu na noite
anterior. Nem sabia se ele estaria por perto e ele disse para fazer o
que ela normalmente fazia. Isso significava pizza no sábado à noite e
quinta-feira à noite, era meio constrangedor como ela era estruturada
e previsível.

Hesitou na porta, com o dinheiro na mão. Quando fez o pedido,


realmente assumiu que Aiden chegaria em breve. Inalou, querendo
saber se esta pizza de queijo seria a morte dela. Sessenta segundos
depois, com as caixas de pizza na mão, estava viva e em sua
cozinha, pegando toalhas de papel, um prato, um garfo e uma Sprite
Diet.
Dirigiu-se para a sala, para encontrar Aiden e Troy, sentados
nas cadeiras de couro que emolduravam o sofá. Sem dúvida, eles
vieram pela porta do pátio, fora da sala de estar. Ela não perguntou
como eles conseguiram passar pela porta que estava com a trava de
segurança, mas o faria mais tarde. Se eles puderam entrar, outra
pessoa poderia também e isso não era um pensamento
reconfortante.

− Cheira bem. − Troy disse, esfregando o estômago. − Tem o


suficiente para nós?
− Você pode ter uma fatia.

− E eu? − Aiden perguntou, correndo em seu auxílio, tomando


as caixas da mão dela.
− Você pode ter duas.

− Por que ele conseguiu duas? − Troy questionou a divisão,


quando Kelly sentou-se e abriu o seu refrigerante.
− Ele ajudou com as caixas.
Troy bufou.

− Quer dizer que você acha que ele é melhor do que eu. − Ele
se abaixou ao lado de sua cadeira e botou um pacote de seis latas em
cima da mesa. − Cerveja?
− Não. E a oferta não muda a minha resposta. Aiden é legal.

− E eu não sou. − Troy bufou. − Você está certa. Parece que


não desperto absolutamente nenhum senso de justiça em você, não é
mesmo?

Kelly arqueou uma sobrancelha com a referência sutil sobre ela


pedindo informações da vida pessoal dele, e o julgando insensível.

− Ele tem um lado suave. − Aiden assegurou. − Você apenas


tem que cortar a idiotice para chegar a ele.
− Pois bem. − Kelly estendeu a mão para o controle remoto. −
Tenho apenas um filme. − Apertou o botão para mostrar a imagem
congelada do filme que havia escolhido. − Miss Simpatia. Então Troy,
aqui está o trato. Se prometer que vai assistir ao filme inteiro, você
pode comer o quanto quiser da pizza.
Aiden suspirou.
− Agora você nunca mais vai se livrar dele.
Troy abriu a caixa.

− Poderia ver um show de tricô se tivesse Sandra Bullock nele.


− Kelly ficou surpresa com o pequeno pedaço de informação pessoal,
que de alguma forma fazia Troy mais simpático. Ela riu e se virou
para pegar Aiden a olhando, o olhar em seu rosto enviou uma
vibração através do seu estômago.

A conexão do contato transmitia atração, desejo e necessidade


compartilhada. Ele queria falar com ela, podia ver isso e para sua
surpresa, viu tormento nas profundidades de seus singularmente,
estranhamente, belos olhos muito negros. Tormento que estava lá no
escritório dela também, ela percebeu, e lamentou não ouvi-lo então.

− Aperte o play e vamos começar a ver o filme. − Troy


interferiu, rompendo a conexão silenciosa entre ela e Aiden.

Relutante, Kelly quebrou o contato com Aiden e apertou a tecla.


Pegou uma fatia de pizza e colocou em seu prato, discretamente
capturou um olhar de aviso de Troy dirigido a Aiden.

Eles comeram silenciosamente. Kelly observava atentamente,


mas não viu mais aquele olhar entre os irmãos de novo, e toda vez
que ela e Aiden olhavam para o outro, ela aquecia por dentro e por
fora. Na metade do filme, estava tão hipersensível para o homem,
que foi para a cozinha pegar outro refrigerante bem gelado. Quando
retornava para a sala, parou um segundo, ao ouvir murmúrios suaves
do irmão.

− Droga, Aiden, estou protegendo você de você mesmo, e ela


de você também. Sabe como isso acaba para nós. As pessoas que
amamos sempre acabam mortas.
− Chega Troy. − Aiden disse rispidamente. − Basta, eu...
Sua voz cessou. Droga. Foi pega ouvindo e sabia disso.

Kelly deu vários passos para atrás, sua atenção se fixando no


balcão onde esteve nua e devassa por Aiden na noite anterior. Suas
palavras, suas ações, voltaram para ela e o tormento que viu em seu
rosto agora fazia sentido. Troy era um desastre, destruído por uma
tragédia que destroçou sua vida e ele talvez não tivesse a intenção,
mas, definitivamente, puxava Aiden para as profundezas do seu
inferno. Ela não deixaria isso acontecer, mesmo se tivesse que fazer
algo muito fora da sua natureza e jogar com audácia. Seduziria Aiden
Brooks. Era o mínimo que poderia fazer para recompensa-lo por sua
proteção.
Capítulo Dez

Aiden se sentia um lixo absoluto por ter sido tão grosseiro com
Kelly na noite anterior e lhe devia uma explicação. Andou em direção
à cozinha, ignorando os avisos de Troy para ficar onde estava, para
ficar longe de Kelly. Como se isso fosse possível. Com certeza não
estava deixando-a aos cuidados extremados de Troy. E extremado
era exatamente o que seu irmão havia se tornado.

Além disso, Aiden não precisava de Troy, ou qualquer outra


pessoa para dizer que ele não era bom o suficiente para Kelly, ou que
fez muita confusão em toda esta situação.

Kelly estava em sua própria casa, claramente se sentindo


desconfortável por causa do que ele ousou deixar acontecer entre
eles. Ela estava magoada, visto que agiu como um perfeito asno
maldito, o que não tornava sua vida mais fácil, ainda a queria, não
duvidava que ela pudesse ver isso escrito em todo ele. Não conseguia
desligar sua atração por ela, não importava o quanto dissesse a si
mesmo que deveria ignora-la, tal descontrole era novo para ele. Na
verdade, quanto mais tempo passava ao seu redor, mais atraente ela
se tornava. Estava enlouquecendo com todo pensamento sobre ela,
do jeito que ela se manteve firme com Troy, pela ondulação entre as
sobrancelhas quando estava pensando profundamente, era muito
sexy.

Entrou na cozinha, não viu Kelly imediatamente, mas a sentiu.


Ouviu as batidas do coração dela vibrando loucamente em seu peito
em sua aproximação, com antecipação, não temor. Seu sangue
engrossou em resposta, contornou a geladeira, para tê-la de repente
na frente dele, empurrando-o contra o balcão. Um minuto depois,
suas curvas suaves estavam pressionadas contra seu corpo potente,
em seguida macios lábios tentadores tocaram os seus.
Ele inalou, dizendo a si mesmo para não corresponder, mas
fracassou instantaneamente, não resistindo ao seu beijo.

Suas gengivas formigaram. Desejo despertando o animal


dentro dele, o vampiro era um animal, um animal faminto que a
queria além da razão. Puxou-a contra ele, uma mão trazendo-a para
mais perto, a outra segurando o seu cabelo. A boca dele inclinada
sobre a sua, a língua acariciando a dela, sugando, possuindo.

Ela gemeu, com os braços envoltos em torno dele, seu cheiro


doce o excitava. Seus dentes começaram a alongar e de alguma
forma, teve um momento de lógica e afastou a boca.
− Kelly. − ele sussurrou. − Pare. Eu disse a você...
− A única coisa perigosa, − ela sussurrou de volta. − é você
viver a vida pensando no passado. Ela escorrega muito rapidamente.
Está aqui e vai-se.
Não para ele. Para ele, a dor da perda era eternizada.
− Você não conhece o meu passado.

− Sei que não conheço. Mas você não pode se esquivar da vida
por causa do que aconteceu com seu irmão. Entendo que a história
dele é para ele contar, mas a sua vida é sua para moldar como bem
quiser. Não importa o quão duro seja combater bandidos perigosos e
viver na estrada, você está se escondendo. Está vivendo no medo.
Isso não é vida Aiden. É isso o que realmente quer?

A verdade de suas palavras caiu nele como o sol da manhã


espanta a escuridão de uma noite sem estrelas, como a força de
sangue novo gerando poder dentro dele. Emoções trovejaram em seu
interior, emoções reprimidas há muito tempo, e uma emoção que ele
não gostava se destacou, não queria, mas possuía. Medo. Medo da
perda. O medo, que o estava controlando desde a morte de Darla. E
ele já sentia medo por Kelly, medo por sua segurança, medo de
conhecê-la ou de não conhecê-la, de não saber o que poderia ser. O
que pode acontecer se virasse as costas para ela, ou se não o fizesse.
E se esse medo já existia, se não podia evitar, queria que existisse
com ela em seus braços, com ela fazendo parte da sua vida. Mesmo
admitindo silenciosamente que poderia ser apenas por um curto
período de tempo.

− Como você não está dizendo nada, então talvez o importante


não seja conversar. − De repente, ela estava de joelhos, a mão
deslizando sobre seu zíper.

− Kelly, − ele a advertiu, tentando não gemer quando ela


acariciou o cume de sua ereção. − Meu irmão está na outra sala.
Troy...

− Não pode afasta-lo de mim. − Ela prometeu, pressionando os


lábios no seu jeans, contra seu pênis, as mãos acariciando o
comprimento duro que provava o quão excitado ele ficou no instante
que ela pressionou seu exuberante corpo perto do dele. Ela abriu o
botão do seu jeans.

− Quero que você tenha as mesmas boas memórias que eu


tenho desta cozinha. − Abriu o zíper e ele não a parou.

Aiden sabia que deveriam parar, mas não lembrava por quê. A
mão dela pressionou, passando pelo jeans, passando pela cueca. Sua
cabeça tombou para trás, toda a lógica desaparecendo ao seu toque
suave, a ereção dolorosamente dura. Ela baixou a cueca o suficiente
para libertá-lo, sua ereção se projetou para frente, logo a mão dela
envolveu a base. Sua pequena língua rosada serpenteava para fora,
lambendo a ponta molhada do seu eixo, provocando-o por um
torturante instante delicioso, antes que seus lábios se fechassem em
torno dele e o chupasse. Desejo cresceu dentro dele e o homem
desapareceu. Havia apenas o vampiro, a luxúria, a necessidade e a
mulher que criou esses sentimentos.

Sua mão foi para a cabeça dela, seus olhos encontraram os


dela quando o teve mais profundo, mais duro, sua língua girando em
torno dele.
− Mais forte. − Ele ordenou incapaz de parar.

Exibia a criatura primitiva que vivia e respirava luxúria, desejo


e sangue. E queria o dela. Queria sentir o seu gosto, transar com ela,
estar dentro dela.
− Mais fundo. – Aiden repetiu incontrolável.

A mão dela deslizou em torno do seu traseiro, puxando-o


contra ela, silenciosamente dizendo que não apenas aprovou o seu
comando, também queria mais dele.
Ele bombeou em sua boca quente e molhada, sentindo-se
absolutamente e fodidamente selvagem.

− Isso é perfeito bebê. – Aiden murmurou, sentindo o aperto


de suas bolas, seu clímax se aproximando. – Você chupa delicioso.
Não pare. − Ele gemeu alto, não dando a mínima para Troy neste
momento. Sua liberação explodiu, com um ímpeto tão grande que o
fez tremer intensamente.

Kelly o chupou, lambeu, calmamente no ritmo da sua boca, e


de sua mão, até que limpou toda a cabeça do seu pênis, como se não
quisesse perder uma gota da sua satisfação. A médica afetada e
altiva, agora estava tentadoramente ajoelhada, e ele já estava duro
novamente.

− Venha aqui. – Aiden a levantou, puxando-a com força contra


ele.

As mãos de Kelly foram para o peito dele, impedindo-o de


beija-la.

− Lembra quando disse que não poderia me foder e me


proteger?
− Lembro e me arrependo amargamente.
− Então prove. − Kelly ordenou de imediato.

Uma mulher no controle, uma mulher sem medo do animal


primitivo nele. Aiden sabia que ela havia percebido, sentido.
Aiden mal conteve um sorriso que mostraria suas presas.
− Você manda. − Ele pegou-a e foi para o quarto, onde
certamente transaria com ela a noite toda, lambendo e gozando.

Aiden entrou no quarto dela e chutou a porta, desligando as


luzes um momento depois. Não importava o quanto desejava o seu
sangue, o quão erótico e prazeroso sua mordida seria para ambos,
ele não se atrevia a ter um gosto de Kelly. As leis do Conselho
Vampiro eram claras. Os seres humanos não eram para ser deixados
com lembranças de sua espécie. Para permitir tal coisa seria arriscar
uma guerra entre as raças, talvez até mesmo levar a mortes em
massa. Sabia que perderia Kelly, seus mundos não se misturavam.
Mas não queria limpar suas memórias, queria que ela soubesse sobre
ele. E, verdade seja dita, sabia que era o homem que ela estava
tentando salvar. Não tinha certeza se ela sentia o mesmo sobre o
vampiro, e não queria descobrir.

Ele virou-a de frente para a cama, determinado a ir devagar,


não importava o quão rápido e quente queria levar as coisas.

Desejou que o vampiro, que ele deixou assumir o comando na


cozinha, ficasse submisso. Hoje à noite, ele seria um homem fazendo
amor com uma mulher, algo que não fez em um tempo muito longo.

Troy encostou-se na parede externa da cozinha e fechou os


olhos, quando a porta do quarto de Kelly se fechou.
Espontaneamente, um sentimento que escondeu, e que não queria
sentir, sangrou na raiva que o mantinha vivo e lutando. Kelly tinha
razão. Ele não era como Aiden. Kelly, ou qualquer de seus irmãos no
que dizia respeito ao assunto, sabiam que era verdade.
O ataque do lobo mudou muito mais do que seu cabelo e cor
dos olhos. Ele não era humano e não era mais totalmente vampiro.
Ele era algo completamente diferente, algo perigoso, escuro. Algo
que há muito tempo percebeu que iria destruí-lo e a todos ao seu
redor, se ele deixasse. Estava errado ao puxar Aiden para baixo com
ele, se sentia defeituoso de muitas formas, sobre muitas coisas.
Errado tentar salvar Kelly de Aiden, quando ela estava salvando
Aiden de ser destruído por um irmão que estava rapidamente se
tornando um monstro, se já não fosse.
Capítulo Onze

Kelly não sabia o que esperar de Aiden, mas não esperava que
ele a despisse por trás, beijando seu pescoço, ombro, e o pescoço
novamente. Não esperava o modo gentil que tocou seu corpo, a
maneira lenta e sensual que explorou e brincou com os lugares
sensíveis que nem sequer sabia que possuía.

− Não se mova. – Aiden pediu suavemente, perto do seu


ouvido, sua respiração quente em seu pescoço. Afastou-se dela, e,
instintivamente, ela começou a se virar.

Mãos desceram para a cintura dela, num aperto suave, mas


insistente, enquanto ele ria perto de sua orelha, um estrondo de
sexualidade masculina que formigou através do seu corpo.
− Que parte de não se mover significa virar?
Ela sorriu para a escuridão, desejando as luzes.

− Por que você tem que decidir quando me virar? – Sentia no


seu traseiro a protuberância de sua excitação pressionando contra
ela, provocando-a como as suas mãos e boca já estavam fazendo.

− Porque, − ele sussurrou, mordiscando seu pescoço, os dentes


deslizando na carne sensível, fazendo seus joelhos fracos e seu
coração disparar, antes de acrescentar. − sou o único prestes a fazer
todos os tipos de coisas maravilhosamente más em você.

− Oh. − ela gemeu, e o calor de sua respiração poderia muito


bem ser considerado um toque. Ela sentiu-o no aperto de seus
mamilos, causando calor úmido entre as coxas. − Bem, se você
coloca dessa maneira...

Ele riu e se afastou dela. Kelly o ouvia se despir, e facilmente


imaginava seu corpo perfeito. Mas não queria imaginar. Queria ver
aquele corpo longo, duro e nu em toda sua glória. Mas a promessa do
prazer perverso que ele prometeu deu-lhe força de vontade para
esperar. Ela o veria e em breve, mesmo se não fosse rápido o
suficiente.

− Pronta para mim? – Aiden perguntou atrás dela, mas não a


tocou. Kelly começou a girar novamente.

Parou-a com o seu corpo, o seu eixo, duro e grosso,


pressionando entre suas coxas.

− Não vou fazer nada do que planejei com você me


desobedecendo. − Suas mãos deslizaram pelos braços dela seus
dedos se entrelaçarem. Ele passou as mãos unidas pelo corpo dela
até pararem nos seios. − Como se sente?
− Como se você estivesse me provocando e gostando. − Disse
ela sem hesitar. Em algum canto distante de sua mente percebeu que
sempre usou de sinceridade com Aiden. Era a primeira vez que
transavam e uma primeira vez muito boa. Sabia que ele iria embora
logo, não era o tipo de cara que permanecia ao redor, isso significava
que ela precisava aproveitar cada segundo dessa liberdade que sentia
com ele.

E quando ele estava de joelhos, com as mãos e a boca


explorando suas pernas, seu traseiro, seus quadris, ela tinha certeza
que seria uma separação muito difícil.

− Abra as pernas para mim, meu amor. − Instruiu ele, os


dentes raspando o traseiro dela, enquanto ela separava as pernas.

A ousada libidinagem deslizou em um momento de


vulnerabilidade devido a sua posição submissa. Estava de costas para
ele, com as pernas abertas. Era terrivelmente erótico, e incrivelmente
excitante. Os dedos dele foram para frente e encontraram seu clitóris
friccionando-o, trabalhando no calor molhado, escorregadio que se
reuniu em torno deles.

− Vou cair. − Ela sussurrou, segurando o suporte da cama. –


Aiden, eu...
Ele se moveu e antes que Kelly descobrisse sua intenção, ele se
virou de modo que estava sentado com as costas pressionadas contra
o suporte da cama.

Ainda de pé, os joelhos dela fraquejaram devido à ansiedade.


Olhou-o agora, o estômago eroticamente colocado perto da boca
dele. A boca que ela queria desesperadamente na sua pele, em todo
seu corpo e acima de tudo, lambendo a sua intimidade. Ele passou o
braço em torno do traseiro dela, baixou a cabeça, o hálito quente em
seu clitóris, provocando-a por um momento, antes de dar o que ela
mais desejava. Antes de a faminta boca fechar sobre ela, o calor
úmido e perverso de sua língua girou em torno de seu broto inchado.

− Ah... Ah... − Ela não sabia o que estava tentando dizer. −


Aiden eu... − Dedos deslizaram dentro dela, a língua fazendo coisas
maravilhosas, incríveis e ela já estava no limite, pronta para cair em
êxtase.

O orgasmo veio em uma corrida súbita e intensa que lhe


roubou o fôlego, e depois enviou através de seu núcleo espasmos e
calafrios deliciosos para seu corpo. O tempo parou, o prazer
envolveu-a, até que lentamente começou a deslizar para baixo, a
próxima coisa que percebeu, foi que estava em cima de Aiden e ele a
estava abraçando.

Suas respirações se misturaram, mesmo dentro da escuridão do


quarto, e de olhos fechados, sentia a conexão com sua alma. Este
homem não se comparava com nenhum outro antes dele e talvez
nenhum depois. Eles não falaram, mas não era preciso. Isso era
parte do que fazia a relação deles tão diferente.

Ele moveu o quadril e trouxe sua excitação grossa para a


prontidão lisa do seu corpo. Ela sabia em algum canto da sua mente,
que o controle de natalidade seria inteligente, ela era uma pessoa
inteligente. A lógica desapareceu, porém, deslizando para a sensação
dele pressionando dentro dela, de suas respirações se misturando,
quando eles pareciam se tornar um. Lentamente, avançou por toda a
extensão dele, o seu eixo estendendo-a deliciosamente, até que teve
tudo dele. Ele estava enterrado profundamente dentro dela.
A mão dele acariciou o seu cabelo.
− Perigosa. – Ele murmurou contra a boca dela.

Um momento depois, os dentes dele apertaram seus lábios e


ela sentiu a picada, o sangue brotou. Ele lambeu-o, e inclinou a boca
sobre a dela, beijando com uma selvageria não demonstrada antes,
mas que ela sempre pressentiu que existia. Selvageria, que percebeu
naquele momento, desejava desencadear. O calor sensual e lento de
fazer amor passou para um frenesi de tocar, beijar, foder. Sim, ele
estava transando com ela, e ela estava transando com ele,
montando-o com força, balançando contra ele, com um ardor cuja
necessidade precisava responder da mesma forma.

Kelly nunca em sua vida desejou que fazer amor se tornasse


foda absoluta, mas aconteceu, e a mudança de um para o outro, foi
mais quente do que qualquer coisa que já havia experimentado.
Queria que ele continuasse indefinidamente, o prazer era intenso,
delirante. Muito cedo, sentiu a aproximação da sua liberação, sentiu
seu corpo se apertar em torno do seu pênis. Ele tremeu com ela,
bombeando duro e pressionando os quadris contra os dela, e ela
sentiu que o levava consigo. Eles desabaram juntos, abraçados. Foi
completo, absolutamente perfeito, verdadeiro, certo.
Isso foi até ouvirem um grito, o som estridente de uma voz
masculina com dor, que vinha da sala.
Aiden estava de pé em um instante, levando-a com ele.
− Vá para o banheiro e tranque a porta.
Ela o ouvia se vestir no escuro e piscou tentando se concentrar.

− O que foi isso? − Perguntou, correndo em direção ao


interruptor de luz.
Ele agarrou seu braço.
− Não acenda as luzes. − Ele a puxou para o banheiro e
empurrou-a para dentro. − Nem pense em sair até eu voltar.
− O que há de errado?
Ele fechou a porta.
− Tranque-a.

Incomodada pela escuridão, Kelly ignorou uma das ordens.


Acendeu a luz, mas rapidamente trancou a porta.
− Aiden?

Nenhuma resposta. Ele se foi. Respirou fundo, procurou no


banheiro por roupas e encontrou um roupão. Ela rapidamente
empurrou os braços nele e o amarrou. Aiden não tinha arma. Teria
visto. Oh Deus.

Ele não conduzia nenhuma arma. Por que isso? Será que os
agentes do FBI não portavam armas? Não pensava no perigo para si
mesma, mas para Aiden e Troy, não poderia deixá-los morrer por ela.
Foi quando ouviu outro som, quase como um animal com dor, mas de
alguma forma, não era. Era... Oh Deus, era Troy.

Troy estava ferido. Precisava ajudar, tinha formação médica.


Outro grito de dor ecoou pelas paredes.
Um som horrível, triste. Ela se atrapalhou com a fechadura,
abriu a porta e começou a correr em direção ao som.
Capítulo Doze

Aiden ouviu estilhaçamento de vidro, e os baixos grunhidos que


vinham do seu irmão, antes mesmo que ele chegasse ao corredor. Os
sons não eram de um lobo, os sons eram de um vampiro.

− Troy. − Ele gritou, vendo a sala em desordem e o mobiliário


quebrado, retalhado, com o seu irmão no centro de tudo.

Troy se virou para enfrentar Aiden, com os olhos brilhando com


um alaranjado estranho dentro do azul e as presas estendidas.

Aiden viu mais um vampiro com sede de sangue do que um


lobo dentro de Troy. Por que isso oferecia algum alívio, ele não sabia,
mas sentia. Sede de sangue não era algo que um vampiro se
recuperasse. Sede de sangue fazia deles assassinos, como a vampira
que matou sua família e todos os outros em sua aldeia.

− Troy. − ele disse suavemente, dando um passo a frente. −


Fale comigo, irmão. O que está acontecendo?

Troy jogou a cabeça para trás e uivou como um lobo com dor,
como um lobo preso no corpo de um vampiro. Aiden foi em direção a
ele, determinado a derrubar Troy e confiná-lo até que isto passasse.
Senhor, ele esperava que passasse. Mas Troy era tão rápido quanto
Aiden, o uivo não o atrasou. Eles colidiram e ficaram rolando no chão,
depois de bater no que restou do sofá de Kelly.
Aiden caiu de costas com Troy em cima dele.

− Aiden? − Kelly gritou o som de sua voz enviando uma


explosão de medo por sua coluna. Adrenalina subiu dentro dele e
Aiden girou com Troy, colocando-se por cima do seu irmão.

− Pare, porra! − Ele gritou para Troy, tentando fazer contato,


tentando acalmá-lo. Ele não poderia influenciar a mente de um
vampiro, mas ele compartilhava um vínculo com seu irmão, e ele
estava desesperado para chegar até ele. − Seja o que for Troy, não é
mais forte do que você. Combata-o, caramba. Combata-o.

Troy atirou Aiden para o outro lado da sala com uma força que
chocou Aiden, uma força que desafiava a equivalência de idade deles,
de vampiro e força. Aiden bateu na parede com um golpe que
sacudiu seus ossos.

Kelly gritou de novo, ele virou-se para o som, mas Troy já


estava na frente dele, agarrando sua camisa. Aiden agarrou seu
irmão e conseguiu joga-lo contra a parede.

Neste tempo Aiden encontrou os olhos de Troy, prendeu-o em


um olhar fixo.

− Basta! Basta. − Troy rosnou como um lobo para ele, com


aqueles estranhos olhos com fusão azul-laranja que deixaram Aiden
em um impasse silencioso.

Lentamente, muito lentamente, ele sentiu a tensão em Troy


começar a acalmar levemente. Troy começou a escorregar para
baixo, contra a parede.
Aiden o seguiu, agachando de frente ao seu irmão.
− Seja o que for, venceremos juntos. Vamos chamar Marcus.

− Não! − Troy rosnou sua mão torcendo a camisa de Aiden. −


Eles vão me trancar e jogar a chave fora.
− Marcus...
− Não. − Ele ficou em pé e Aiden também.
− Tudo bem. Sem Marcus. Você tem a minha palavra. Evan...

− Não, diabos. − Troy rosnou. − Não traga ele e a mulher dele


para isso. Estou bem.
− Você não está fodidamente bem.

− O pior já passou. − Disse Troy, com uma voz rouca, parecida


com a sua própria.
− Puta merda, pelo que você diz isso já aconteceu antes.
− Pensei que tinha aprendido a controlar.
Aiden amaldiçoado.
− Quantas vezes antes dessa, Troy?

− Quatro. Duas... − Ele fechou os olhos, sibilando através das


presas estendidas. − Duas vezes bem próximas. − A dor irradiava
através de suas feições. − Lutei com isso. Eu pensei... Oh Deus,
minha cabeça. − Ele empurrou Aiden para longe. − Tenho que ir.
Tenho que ir...
− Não. Não, você não está...
− Correr. − Troy rosnou. − Tenho... Que correr fora daqui.
− Sim. − disse Kelly na cozinha. − Precisamos de uma
ambulância. É algum tipo de reação a algum medicamento, nós
pensamos...

Aiden ficou completamente imóvel, quando a compreensão


acertou-o. Kelly estava no telefone e isso não era uma boa notícia.
Estava na cozinha em dois segundos, pegando o telefone da mão
dela.

− Nós não precisamos de uma ambulância. Minha amiga não


sabia que o meu irmão tem convulsões. Ele está se recuperando bem
e não vamos pagar por um passeio de ambulância, que ele não
precisa. − Ele respondeu a algumas perguntas e terminou a
chamada.
Os olhos de Kelly se arregalaram e ela começou a se afastar.

− Aiden, isso não foi uma convulsão. Isso foi... Não sei o que
era, mas não era um ataque.

Poderia limpar sua memória. Poderia fazê-lo agora, o Conselho


ditava isso. Mas essa era Kelly, ele não queria desfazer a sua
memória ou danificar a sua confiança, caso ela descobrisse.
− Nós precisamos conversar Kelly. − Precisava definir o que
diria a ela.
Um som na sala de estar chamou sua atenção e ele amaldiçoou.
Aiden correu para a sala, encontrando a porta deslizante aberta. Troy
se foi. As emoções rugiram dentro dele. Não suportaria perder Troy.
Não aguentaria.
− Aiden?

Segundos se passaram, enquanto acalmava a tempestade que


o assolava, sabendo que controle era a única maneira de mantê-la
segura.
− Vou pagar pelos danos. − Disse ele, virando para ela.

− Não importa o prejuízo, preocupa-me que o seu irmão não


está apenas doente, mas ele pode machucar alguém.

− Ele não vai. – Aiden afirmou, sabendo isso de seu irmão,


esperando que houvesse o suficiente de Troy para ser verdadeiro este
conhecimento. − Ele se mataria antes de machucar um inocente.

− O que inferno está acontecendo Aiden? O que você não está


me dizendo?
Ele esfregou o queixo e inalou.
− Se te contar, você vai ficar em perigo.
− Já estou em perigo.
− Você não entende. Mais perigo. Muito mais.
Ela fechou as mãos em punho ao seu lado.

− Faça-me entender. Droga, Aiden, nós tivemos relações


sexuais desprotegidas, e agora isso com seu irmão está me
assustando mais e mais a cada segundo. Preciso saber no que estou
metida. No que vocês estão metidos.

− Não posso ter filhos e eu, bem, não sou como você Kelly.
Você não vai pegar qualquer coisa de mim, além de um pequeno
pedaço do inferno.
Ela balançou a cabeça, com as mãos no ar.
− O que isso significa? Porque, se era para ser reconfortante,
não foi. Vi Troy se transformar em algo, como em um filme de
monstro, e tenho uma substância no meu laboratório que é o
denominador comum em seis assassinatos. Se essas duas coisas
estão relacionadas, preciso saber e preciso saber agora.
− Não foi Troy. Ele não matou aquelas mulheres.

− Quero acreditar nisso. Quero acreditar em você mais do que


pode imaginar, mas tem que explicar isso para mim. Você tem que
me dar uma resposta lógica para tudo o que está acontecendo aqui.

Percebeu então, que ela não desconsideraria o ocorrido, e era


inteligente demais para aceitar qualquer explicação tola que poderia
lhe dar. Diria a verdade e tiraria a sua memória mais tarde.
A verdade era tudo o que poderia salvá-los agora.

− Se contar, você vai pensar que sou louco. − Disse ele, com o
peito apertado, emocionado com a ideia de contar a ela o que era. O
que sempre seria.
− Tente.
Ele caminhou até a porta de vidro deslizante.
− Aiden! Não se atreva a ir embora!
Ele fechou a porta e virou-se para ela.

− Não vou a lugar nenhum. − Ele apontou para o sofá rasgado.


− Vamos sentar.
Ela balançou a cabeça.
− Vou ficar em pé.

− Muito bem. – Aiden usou sua velocidade superior para fechar


a distância entre eles em um mero segundo.

Ela engasgou com a ação inesperada, mas ele já estava


tocando-a, chegando dentro de sua mente e reproduzindo a sua
história, deixando-a ver quem e o que ele era. Deixando-a ver como
tudo aconteceu.
Capítulo Treze

De repente, Kelly estava na cabeça de Aiden, um Aiden


diferente, ainda jovem, embora só no corpo. Era apenas uma
percepção que ela tinha dele, um sentimento. Engasgou quando seu
rosto ficou à vista, e seus olhos seguiram os dele.

E então ela soube. Este era o homem antes da maior dor da


vida dele, ela estava assistindo isso acontecer, vendo a dor que o
enchia até hoje e que foi criada no seu passado.

Ele estava sobre os corpos de três pessoas que de alguma


forma, ela sabia que eram seus pais e sua irmã. Ao lado dele
estavam dois homens, seus irmãos, mas Troy era diferente, de
cabelos escuros, e sem a rispidez que agora possuía, sem a
escuridão. Havia apenas dor. Kelly sentia a dor também nos outros
homens, todos os três estavam devastados. Mas foi o sofrimento de
Aiden, sua raiva, sua fúria, que cuspiu seu interior para fora.

− Por quê? − Aiden gritou para o céu, caindo de joelhos ao lado


do corpo pálido e sem vida de sua irmã Anna. Ela estava sem sangue,
drenada e seca pelo monstro que matou centenas em sua aldeia,
quando ele e seus irmãos foram caçar.
− Bem. Olá, meus pequenos perfeitos.

De repente, do nada, uma mulher com cabelos negros longos e


as presas estendidas apareceu, o sangue escorrendo de sua boca. Ela
limpou-o.

− Estou pronta para mais e vocês três são adoráveis. − Aiden


levantou, tirando uma lâmina longa das calças de pele de animal que
usava.
− Venha me pegar!
− Venha nos buscar. − Troy gritou, dando um passo para o
lado de Aiden, com uma faca na mão.

− Corram, corram agora! − O irmão mais velho Evan, gritou.


Ele se lançou na frente de Aiden e Troy gritando. − Venha para mim
bruxa!

− Não! − Aiden gritou, sabendo que seu irmão garantiu a


própria morte, um homem contra esse monstro não poderia
sobreviver a um ataque. Mas já era tarde demais. Evan caiu aos pés
de Aiden e Troy, com a garganta rasgada.

Aiden se moveu para o monstro, ciente de que Troy estava com


ele, a lâmina de Troy a cortaria como a sua também. Ela se moveu
muito rápido, porém, e foi atrás deles em segundos. Dor atravessou
seu pescoço, ombro, e tudo ficou em branco. Esmoreceu em
sombras, gritando por sua família. Algo acobreado tocou seus lábios e
uma fome súbita o atacou. Desesperado, ele bebeu da substância.
Lentamente, ele se tornou consciente do impossível, de Evan
inclinando-se sobre ele, de sua boca no braço do seu irmão. Ele
estava bebendo... Sangue. Aiden se afastou longe da miragem, devia
ser um artifício do monstro ver Evan em pé, bem, forte, e vivo.
− Evan?
− Sim, sou eu.

Descontroladamente, seu olhar procurou a área na frente da


sua casa, encontrou os corpos de sua família e um homem loiro,
vestido de couro, inclinado sobre Troy, pingando sangue em sua
boca.
− O monstro está morto.

Troy despertou de repente, gritando e lutando também. O


homem loiro levantou-se, movendo-se para ficar ao lado de Evan.

− O que Evan está dizendo é que a vampira está morta. Matei-


a e posso ensiná-los a caçar e matar outros como ela.
Kelly voltou para sua própria mente por um mero instante antes
que outro ataque de imagens chegasse a ela. Os irmãos lutando
juntos, lado a lado, impulsionados em salvar vidas, matando os
monstros. E então... Aiden estava correndo em direção a Troy, em
um beco escuro, desesperado para chegar ao seu irmão, antes que o
lobo o fizesse. O lobo.

Oh Deus, um lobisomem. De repente, ela estava de pé sobre


Aiden, quando ele se ajoelhou no chão segurando Troy, alimentando
seu irmão com seu próprio sangue. A lembrança da dor, raiva, e fúria
do dia em que ele perdeu os pais e a irmã, explodindo em Aiden e
sangrando dentro dela. Sangrando como a garganta de Troy.

Kelly ofegante piscou e a sala entrou em foco. Sentou,


percebendo que estava de alguma forma no sofá rasgado, com Aiden
ao seu lado. Olhou para ele, procurou seu rosto, pensando na dor
dele, quando segurou o corpo de sua irmã, e o medo quando ele
percebeu que Evan seria morto.

− Eu... Não sei o que dizer. Não entendo o que vi. Quer dizer...
Eu vi, mas Aiden...
− Sinto muito. − ele disse suavemente. Colocou a mão dela
sobre suas pernas, no colo dele, e embora ele a tocasse, ela sentia
que ele se afastava dela quando falou. − Revelar memórias não é
uma ciência exata. Não queria que você visse o ataque de Troy. Está
claramente na frente e no centro na minha mente agora, depois do
que aconteceu com ele hoje à noite.
− Memórias. − ela repetiu. − Você me mostrou suas memórias?
Ele acenou com a cabeça.
− Sim.
− O que... Você é?

− Um Guardião. – Declarou Aiden sem emoção, sem hesitar,


mas ela sentia ondas de tensão saindo dele. − A Lei da minha
espécie.
− Sua espécie. − Disse ela, mas não conseguia expressar a
palavra "vampiro".

− Sim, minha espécie. Vampiro, Kelly. − Lá estava ele dizendo


o impossível. Falou o que a sua mente rejeitou apesar do que viu,
não só viu, mas sentiu e reviveu com Aiden.
Ele tentou se afastar e levantar.

− Não. − Kelly disse, agarrando seu braço. Ele ainda estava


gloriosamente sem camisa, calça desabotoada, toda a confusão e
medo sobre esta noite não mudou a forma masculina e perfeita que o
via. Isso tinha que significar alguma coisa, uma parte dela ainda o via
como Aiden, seu amante, seu protetor.
− Kelly...

− Não me diga para deixá-lo ir. − Ela se preparou para levantar


e o seguir, se fosse necessário. − Só preciso entender tudo isso,
Aiden. Como pode ser o que você diz que é? Como isso é possível?

Ele se virou para ela da forma mais completa, com os olhos


muito negros e não natural, ela percebeu isso agora, ao encontrar os
dela.
− As leis da minha raça ditam que nenhum ser humano fique
com uma lembrança da nossa existência. Vou dizer o que você quer
saber, porque é a melhor maneira de protegê-la. Mas quando tudo
isso acabar, vou apagar as suas memórias, Kelly. Se não o fizer, serei
punido com a morte, a sua e a minha.
Ela tomou uma respiração afiada, não tinha certeza se poderia
mesmo processar as implicações do que ele estava dizendo. Não até
que entendesse o estava acontecendo, o que ele era.

− Tudo bem, então vai apagar minhas memórias, assim como


você me deu as suas. Aceito. Então, agora você vai responder às
minhas perguntas?
Ele hesitou e, então, deu um aceno curto.
− Você come comida de verdade. E hoje você estava comigo
durante o dia, quando havia luz do sol.

− Sou um vampiro. − disse ele categoricamente. − Não sou um


mito ou um filme. Não explodo em chamas na luz do sol e o sangue é
uma necessidade em uma base limitada. Ele se torna uma droga em
nível elevado, o que não é tão diferente dos medicamentos de uso
humano. Ele transforma os abusadores nos monstros que caço e
mato.

− E exatamente como alguém se torna um vampiro? −


Perguntou ela, porque o pensamento científico, as perguntas
procurando respostas, era tudo o que estava mantendo sua sanidade
agora.
Ele estudou-lhe um longo momento, então informou.

− Pouparia os detalhes, mas considerando a sua escolha de


carreira, vou assumir que você pode lidar com isso. Um ser humano
deve ser drenado, seco de seu próprio sangue e então alimentado
com o sangue de um vampiro. Outras questões como de onde
viemos? Não sei. Ninguém conhece nossa verdadeira origem.

Ela inalou e soltou o ar, ainda em busca de respostas,


mentalmente buscando o lugar frio e escuro em sua mente que lhe
permitia separar-se dos horrores de seu trabalho.
− E o animal, o lobo que atacou Troy? Como nasce?

− Um lobisomem pode ser gerado, é uma raça própria, a


maioria não é tão diferente dos humanos. Também um lobo pode ser
criado por um vírus que infecta os seres humanos. O vírus cria um
monstro, uma criatura que vive para matar. Andres é isso. Um lobo
que já foi humano.
Seu peito gelou.
− Então você acha que esse Andres matou essas mulheres?

− Não há uma morte arrumada quando um lobo ataca, então


não. Não acho que ele matou, mas Troy tem informantes que dizem
que Andres é o criador da droga, que é indiretamente responsável
pelas mortes. Acreditamos que é uma combinação do seu sangue
com o sangue de um vampiro. E Andres, assim como o lobo que
atacou Troy, não é totalmente compreendido, por ser uma nova raça
de lobo. Nós não sabemos exatamente o que ele é e não temos
amostras de sangue disponível. O informante de Troy nos diz que o
resultado dos dois tipos de sangue é um afrodisíaco extremo, e por
extremo, quero dizer, sem prazer, mas com dor. Dor horrível,
insuportável. Os vampiros dão para uma humana, e, em seguida,
fazem sexo grupal com ela.
Ela sentiu o sangue fugir do seu rosto.
− Eles a drenam, secam e a matam durante o sexo?

− Posso dizer a você que sexo e sangue estão intimamente


ligados para um vampiro. Isso é muito erótico e os vampiros iriam
beber da fêmea. E não, não bebi de você, porém eu queria. Foi minha
decisão. Vampiros têm força de vontade, a menos que nós tenhamos
sede de sangue. Um vampiro com sede de sangue não as arrumariam
eles mesmos depois de mata-las, os corpos das vítimas não foram
visivelmente feridas. A fonte de Troy disse que algumas mulheres
foram atacadas sem a droga e os vampiros foram em frente e as
drenaram.

− Não vi nenhum sinal de ataque. – Kelly ainda se recuperava


da sua referência a não beber dela, lembrando-se dos dois nus e
fazendo amor, a boca dele em seu pescoço. Momentos em que seus
dentes roçaram a pele delicada. Ela sacudiu as memórias, tentou se
concentrar no que era mais importante. As mulheres mortas. A
possibilidade de mais mulheres morrerem. − Mas vou olhar de novo.
Vou olhar mais especificamente.

− Poderia ser simplesmente o que você sugeriu. − disse ele. −


Um grupo de vampiros calculou mal a quantidade de sangue que
tiraram de um humano e abusaram. De qualquer modo, a droga é
perigosa e a fonte, Andres, tem que ser destruída.

− Certo. − Ela disse, com a garganta fechando, o lugar calmo


em sua mente explodindo com o horror de vampiros que drenam
mulheres inocentes.

Aiden esfregou o queixo e ela sentiu que estava prestes a


colocar distância entre eles, intuía que ele pensava que era um
monstro. Ela sabia disso devido as suas memórias, os seus
sentimentos, que agora eram dela também. Possuía uma parte deles.

Repentinamente, ficou ciente de que lhe desagradou muito


mostrar a ela aquelas recordações terríveis da sua vida, expor a si
mesmo, deixá-la ver a sua dor, sentir o seu sofrimento. Instinto era
tudo o que tinha e o instinto lhe disse desde o momento em que o
conheceu, que ele era alguém que podia confiar... Talvez até mesmo
alguém que poderia amar.

Não se deu tempo para pensar. Kelly o agarrou e o empurrou


de volta contra o sofá, subiu em cima dele, sua mão se fixou em seu
peito.

− Sei que você não é um daqueles monstros, Aiden. Não posso


fingir que não estou assustada. Isso realmente me apavora. Só não
sei de que forma expressar. E sim, estou com medo, mas não de
você. − Ela pegou o seu rosto e ele segurou seu pulso.

− Sou perigoso, Kelly. A única vez que esqueci isso, eu fiz da


pessoa que eu gostava um alvo para os meus inimigos.

Tradução. Essa pessoa morreu. Deus, o quanto este homem


sofreu?
− Uma mulher?
− Sim.
− Humana?
− Sim.
− Será que ela sabia o que você era?
− Não até que ela já estava morrendo. − Seu peito se apertou
sobre essas palavras.
− Por que você não a converteu em vampiro?

− É contra as nossas leis converter um ser humano sem a


aprovação do Conselho. Mas teria se pudesse. Ela era...

Ele balançou a cabeça e parecia repensar as suas palavras,


então começou novamente.

− Hesitei quando vi a consciência em seus olhos, o


conhecimento do que eu era. E o ódio. Ela me odiou.

− Não. − disse Kelly, rejeitando essa palavra. − Ela não poderia


ter odiado você porque, simplesmente, de repente, lhe cresceu
presas, Aiden. Você está enganado.

− Não foi repentino para ninguém, além dela. Menti para ela ao
ocultar o que sou. E não estou enganado. Um vampiro a atacou, bem,
não tenho certeza o que ela pensava no final. Talvez pensasse que fui
o responsável quando viu minhas presas. Realmente não sei nada,
exceto que hesitei em convertê-la e nesse curto momento fui
atacado. Quando matei o outro vampiro, já era tarde demais. Ela
estava morta.
− Oh Deus. Aiden.
− Não vou deixar você se tornar um alvo.
− Já sou um alvo.
− Pretendo corrigir isso. Quando sair daqui, você estará segura.
− E sem minhas memórias. Entendo essa parte, alta e
claramente. − Ela se inclinou para ele, envolvendo os braços em volta
do seu pescoço. − Quando você me morder, vai doer?

− Isso não machuca. − Seus olhos escureceram, se


transformando em veludo escuro, carregado de desejo. − Mas não
tenho nenhuma intenção de morder você, Kelly.
− Pretendo corrigir isso. − Ela assegurou, repetindo suas
próprias palavras.
− Você não tem ideia do que você está pedindo.

− Não estou pedindo. − Ela desamarrou o roupão e deixou cair


de seus ombros, em seguida, longe do seu corpo.
Ela estava nua, oferecendo-se a ele.

Puxou-a para ele, com a mão na parte de trás de sua cabeça,


um grunhido em seus lábios.

− Você não tem ideia com quem está jogando, Kelly. − Ele se
afastou, deixando-a ver suas presas. − Olhe para mim. Isto é o que
sou. − Ela respirou com a visão de seus caninos alongados e o
escurecimento de seus olhos já demasiado negros.

Afastou-se dela instantaneamente, mas não antes dela ver o


brilho de tormento em seu rosto bonito.

Ele pensava que Darla o olhou com ódio, e não queria que ele
visse isso nela, ao imaginar suas presas dentro dela.

Seu coração se apertou com a dor que ele sentiu, e que ainda
sentia. Apertou as mãos no rosto dele, incitando-o a lhe olhar.

− Você é um vampiro. – Kelly queria que ele soubesse que


compreendeu totalmente.
Seus dedos traçaram o lábio dele, suas presas.
− Vejo você, Aiden e não tenho medo. Vejo você e não há
nenhum monstro aqui. Há apenas o homem que acordou algo dentro
de mim que nenhum outro fez antes. − Ela se inclinou para ele e
pressionou seus lábios contra os dele, moldando seus mamilos contra
o cabelo escuro do seu peito. − Agora é a sua vez de me ver, Aiden,
e não a alguém do seu passado. Fique comigo.

Um segundo passou, depois outro, e se preocupou que ele não


fosse responder. Então, de repente, ele a estava beijando, sua boca
devorando a dela. Paixão ferveu antes de explodir em um rio
selvagem, furioso de desejo. Minutos empenhados no prazer da sua
boca, no seu toque, até que finalmente, ambos estavam nus e ele
estava enterrado dentro dela. Choramingou com o raspar de suas
presas perto do seu ouvido, calafrios eróticos correndo por sua
espinha e ele ainda não a havia sequer mordido. Seu corpo se
apertou ao redor do seu pênis, uma reação automática, era mais
erótico do que imaginava possível.

− Não há dor. − Ele sussurrou, puxando para trás para olhar


para ela. − Apenas prazer intenso.

− Faça isso. − Implorou, seu corpo dolorido com algum tipo de


antecipação cega. − Faça-o agora.
− Você tem certeza?
− Absoluta.

Um momento depois, ele afundou as presas em seu pescoço e o


prazer bateu nela. Nada se comparava ao que sentiu. Nunca
experimentou nada semelhante. Não queria que acabasse, porém
terminaria. Ele iria embora, levando suas memórias com ele.
Se ela deixasse.
Capítulo Quatorze

Era sábado à noite, ele e Kelly sentaram-se à mesa da cozinha,


revendo as notícias na internet.

− Nada. − disse Kelly, empurrando de lado seu computador. −


Nós estamos nisso há horas, Aiden. Felizmente, a droga parece estar
fora das ruas ou certamente teríamos outra vítima, considerando que
Troy estava certo. Quando descobrimos que havia um indicador de
ataque, tinha certeza que teríamos mais vítimas. Mas não temos, e
não vejo nenhuma história que parecessem ataques de lobo ou
vampiro. − Ela sorriu. − Oh meu Deus.

Ele tentou sorrir para a brincadeira, sabendo que ela estava


tentando aliviar a tensão que estava sentindo, mas ele não
conseguiu. Nem mesmo para Kelly. Aiden passou a mão na
mandíbula e recostou-se na cadeira. Ninguém viu ou ouviu falar de
Troy por semanas e isso estava comendo Aiden vivo. Nem mesmo
Evan ou Marcus sabiam dele, e eles estavam procurando. Não teve
escolha a não ser entrar em contato com eles.

− Pelo menos não houve outro assassinato. − disse Kelly. −


Não aqui e não há nada semelhante em nenhum outro lugar. Nem um
pio sobre o detetive Wright além de alguns telefonemas sobre o caso.

− Sei. Sei. − Ele balançou a cabeça. − Onde diabos ele está,


Kelly? − Ele quis dizer Troy, e sabia que ela entendeu. Passaram cada
minuto juntos e não escondeu nada. Por que disfarçaria? Apenas
apagaria suas memórias e a afastaria da sua vida.

Levantou-se e caminhou para Aiden, deslizando em seu colo,


onde ele voluntariamente a convidou.

− Eu te amo, Kelly. – Declarou, antes que pudesse se conter. −


Eu te amo fodidamente e a ideia de perder você, como temo perder
Troy, está me comendo vivo.
Ela pressionou seus lábios nos dele, depois sorriu contra sua
boca.
− Também te amo muito e você não vai me perder.

− Kelly, − disse ele, inclinando-se para trás para olhar para ela.
− Você sabe...

− Sei que você acha que pode apagar sua presença da minha
mente, e a nós de minhas memórias, mas somos mais do que isso
Aiden. Você não pode sair do meu coração.
O celular dela começou a tocar, o pegou e depois parou,
levantando o olhar para ele.
− É o Detetive Wright.

− É sábado à noite. − Um calafrio correu pela espinha dele.


Isso era um problema. Sentiu em seus ossos.
− Estou de plantão. − disse ela. − Tenho que responder.

Ele acenou com a cabeça e ela atendeu a chamada. Ele


conseguia ouvir a conversa.

− Outro assassinato. – Wright informou secamente. −


Queremos você na cena para examinar o corpo, neste momento.
− Onde? − Ela perguntou seu olhar tocando o de Aiden.

− Eclipse. − Disse o detetive. − E rápido. Está uma loucura


aqui. Venha para a porta dos fundos. − Ele desligou o telefone.

Kelly estava dura, ainda segurando o telefone no ouvido. Aiden


pegou o telefone dela.
− É uma armadilha, não é? − Ela perguntou.

− Certamente. É uma armadilha. − Ele a beijou. − E vou matar


o desgraçado até mesmo por tentar pegá-la. − Ele a levantou. −
Deixe-me fazer alguns planos rápidos. − Pegou o telefone e ligou
para Evan e Marcus, foi obrigado a deixar uma mensagem para os
dois. Ligou para Troy e deixou outra mensagem. Droga, droga, droga.
Isto estava indo para baixo e ele era tudo o que ficaria entre Kelly e o
inferno.
Kelly estacionou atrás do bar e o celular tocou. Ela sabia que
era Aiden.
− Caia fora deste inferno agora mesmo.
− Não. – Contestou ela. − Precisamos acabar com isso.

− O quê? − Ele exigiu. − Não Kelly. Nós concordamos que você


iria embora se isso não fosse, obviamente, uma operação policial.
Não há nenhuma polícia Kelly. Sem fita amarela e nenhuma polícia de
merda.
Ela fechou os olhos.
− Não posso ir embora se esta é a sua chance de pegar Andres.
− Kelly...

Desligou e abriu a porta, empurrando o telefone na bolsa.


Estava amedrontada. A noite estava escura, úmida, sem estrelas.
Relâmpago cintilou no céu, uma tempestade passando ou vindo, não
sabia. Não importava. Caminhou rapidamente em direção ao prédio,
mas não tão rápido quanto seu coração pulsava.

Usava jeans e sapatos baixos, sentindo-se preparada para


correr. Queria correr. O pensamento a gelou até os ossos.

No instante em que chegou à porta de trás, a porta abriu e o


detetive Wright apareceu, a música explodiu atrás dele. O clube não
estava fechado, ela não sabia para onde dirigir-se. Ele fez sinal para
ela entrar.
Ela não se moveu.
− Onde estão todos?
− Subsolo. Eles estão preocupados com o pânico do público.
Estão guardando isso à chave, tão sigiloso como se pode após o
sétimo assassinato em um curto período de tempo.
− Porão? − Ela perguntou. − Quem tem um porão no Texas?
− Aparentemente este lugar. Um porão e um corpo.

Inalou e deixou sair o ar. Como poderia fugir de um porão?


Não, pensou. Não poderia.
Estava andando direto para uma armadilha.

Caminhou para frente, passando por ele, seu braço roçando o


dele. Sentiu uma onda de náusea. O homem destilava mal, sendo
real ou imaginário, como a tempestade, não importava. Ele
simplesmente era o que era.

Havia uma escada para cima e uma escada para baixo, estava
diretamente em frente a ela.

− Indo para baixo. − Disse ele, dando um passo atrás dela,


com as mãos tocando sua cintura. − Em frente. Nós não queremos
chamar atenção indesejada. − Começou a descer as escadas e a ideia
de ter o homem nos seus calcanhares era quase demais. Estava a
meio caminho quando um homem alto parou no fundo, os olhos
brilhando laranja. A memória dos olhos de Troy durante seu ataque a
atraiu brevemente. Ela se virou para correr e bateu em Wright. Ele
sorriu. Alguém a agarrou por trás. Ela lutou muito, mas não foi o
suficiente para salvá-la do sabor quente e acobreado do líquido que
um dos dois homens derramou em sua garganta.
Capítulo Quinze

Aiden explodiu pela porta dos fundos do bar, não dando a


mínima para nada, além de chegar até Kelly. Jurou protegê-la. Não a
deixaria. Não falharia com ela.

Um vampiro saudou Aiden na entrada com um grunhido. Aiden


voltou a saudação com a lâmina de cobre em sua mão. O vampiro
caiu como uma pedra, não esperava um ataque aberto. Outro veio
para ele, e desta vez uma briga seguiu, o que mais parecia um jogo
de futebol infantil. Deu conta do sujeito e desceu as escadas,
agarrando Wright pela camisa, em segundos. Jogou-o para o lado e
viu alguém a arrastando pelo resto da escada.
− Aiden. − Ela gritou.

A pessoa não parou de arrasta-la para frente. Aiden logo estava


na frente dela, enviando-lhe um comando mental para dormir,
poupando-a de testemunhar a violência que viria a seguir. Puxou-a
para seus braços e perfurou com a lâmina o agressor dela, cortando
até o osso. Um grito de dor se seguiu e ele manobrou Kelly atrás
dele, chutando o que acabou por ser Andres, para baixo do restante
das escadas. Aiden começou a correr, sabendo por experiência que
Andres tomava uma lâmina como uma inconveniência, rapidamente
se recuperando.

Com Kelly em seus braços, chegou rapidamente ao topo das


escadas e chutou a porta para abrir, apenas para descobrir mais uma
vez Troy esperando por ele, o SUV parado, a porta traseira aberta.
Troy, no entanto, não estava no interior do veículo.

Ele tinha o Detetive Wright esparramado sobre o capô, uma


lâmina cortando o ar. Wright caiu no chão, a cabeça rolando, não se
transformou em cinzas, nenhuma presença de sede de sangue.
Apenas um lote inteiro de idiota.

Aiden foi para o banco de trás, em seguida Troy estava ao


volante, eles precisavam de se mover e rápido.

Kelly estava dormindo e tremendo. Por que ela estava


tremendo?
− Onde diabos você estava? − Ele exigiu de Troy.

− Bem aqui. – Contra-atacou ele. − Só não quero ouvir de você


nenhuma recriminação, porra. − Ele encontrou o olhar de Aiden no
espelho. − Eles a drogaram, Aiden. Você precisa acordá-la antes que
ela sinta dor, aqui e agora.
Aiden gelou.
− Você tem certeza?

− Wright disse antes que eu o matasse. − Seu tom era


desagradável. − Aiden. − Ele hesitou. − Eles deram uma dose dupla.

Aiden a acordou e ela piscou para ele, a nebulosidade de sua


visão dizendo que ela realmente não o via.
− Machuca. − Ela murmurou. – Dói muito.
Levantou-a, puxando a sua boca para a dele, preparado para
liberar o que ela quisesse na frente de Troy. Em um minuto ele
estava beijando Kelly, no outro ela estava escarranchada no seu colo,
jogando a camisa sobre a cabeça, em seguida, o sutiã.

Não queria desperta-la. Ela foi drogada e estava fora de sua


mente agora. Mas ela se inclinou para ele, pressionando a boca na
dele e seu pênis engrossou, pulsando contra seu zíper.
Ela pressionou as mãos dele em seus seios.

− Toque-me. − ela sussurrou, contra sua boca. − Por favor, me


toque. − Ele beliscou seus mamilos e ela gritou, arqueando ao seu
toque, esfregando sua virilha contra o pênis duro.
− Mais.
Aiden passou o braço em torno do seu corpo esbelto,
segurando-a firme, sabendo quão facilmente poderia fazê-la gozar,
sabendo que era o que ela precisava para não sentir dor.

Ele lambeu um de seus mamilos, girando a língua em torno


dele e afundando os dentes na carne sensível.

Ela gritou, com a cabeça caindo para trás. Ele sugou os


mamilos, o sabor doce de mel de seu sangue inundando sua boca.
Sugou o mamilo depois lambeu os dois furos de suas presas antes de
sugar o pico pequeno e apertado do segundo, lambendo e brincando
até que afundou suas presas nele também.

O carro parou na entrada da garagem da casa que ele e Troy


alugaram juntos semanas antes, quando Troy ainda estava com ele.
Aiden amamentou o mamilo de Kelly, em seguida, o liberou,
mas antes que ele pudesse selar a ferida, a boca dela desceu sobre a
sua. Beijou-o avidamente, lambendo o sangue em seus lábios. Foi
erótico, excitante. Poderoso.

− Nós precisamos entrar. − Troy advertiu. − Antes de chamar a


atenção que não queremos. − A voz do seu irmão trouxe Aiden de
volta para seus sentidos. Ele tirou a boca de Kelly, levou seu seio à
boca e selou a ferida. Mas ela estava selvagem, tocava-o, beijava-o,
deixando-o louco.

Ele enfiou a mão em seus cabelos e puxou-a para olhar para


ele.

− Sei que dói querida, mas você tem que se comportar até
chegarmos lá dentro. Uma vez que estivermos dentro da casa, vou
foder com você muito duro e pelo tempo que quiser. Entretanto, tem
que ficar quieta e não chamar atenção para nós até chegarmos lá.
Você pode fazer isso por mim? − Ela piscou para ele, um momento
de conscientização tocou seu olhar.
− Depressa. − ela implorou. − Por favor, se apresse.
Sua dor era evidente e ele enviou um comando mental para
Kelly dormir.

Aiden mudou o modo que ela estava em seu colo novamente,


para que ele pudesse levá-la para a casa. Troy a cobriu com um
blusão que ele tinha em algum lugar no veículo antes de Aiden
deslizar para fora da porta e dirigir-se para a varanda.

Poucos segundos depois, os três estavam dentro da casa


antiga, Kelly em seus braços chorando de dor.

Aiden foi para seu quarto, por um corredor curto e colocou-a


sobre o colchão. Ela clamou novamente e então gritou de dor. Seu
corpo estremeceu, seus dedos enrolando no cobertor.
− Acorde-a e se dispa. − Troy disse rapidamente, a ponto de
subir na cama.

Possessividade e raiva rugiram dentro de Aiden e por um


instante ele realmente queria rasgar a garganta do seu irmão. Ele
agarrou Troy pela camisa.
− Toque nela e você morre.

− Este não é o momento para briga de galo, porra. − Troy


rosnou. − Ela está morrendo e não pense que não tenho observado a
situação. Você não vai sobreviver se perdê-la.

Kelly gritou e Aiden sentiu a dor daquele grito até em sua alma.
Ele empurrou Troy longe dele e Troy se recompôs com demasiada
agilidade, subindo na cama e sentando contra a cabeceira. Ele puxou
Kelly contra ele, de costas para o seu peito, as mãos cobrindo os
seios, beliscando seus mamilos.

Kelly gemeu, desta vez com prazer, a dor em seu rosto relaxou.
Compreensão veio sobre Aiden. Isso era sobre dor e alívio para ela.
Sobre necessidade. Isso não era sobre ele ou Troy. Era sobre o que
iria salvar a vida de Kelly. Ela não era sua para compartilhar ou não
compartilhar. Ela era sua para salvar.
− Nós vamos cuidar bem de você. − Uma voz masculina
sussurrou perto do seu ouvido, os dedos puxando e torcendo os
mamilos.

− Mais forte. − Ela implorou. − Mais forte. − Dedos roçaram


seu estômago, suas coxas, o toque quente e maravilhoso, mas
doloroso. Por que o prazer feria? Por que o prazer causava dor? Seu
jeans foi puxado para baixo. Alguém a estava despindo. Oh, muito
obrigada. Sim. Obrigada. Queria que as roupas saíssem.
Queria ser fodida.
− Preciso gozar. − Ela ofegou. − Preciso gozar agora.

− E você vai. − O homem prometeu, fazendo o que ela pediu.


Não sabia quem ele era, não o queria aqui. Queria Aiden. No entanto,
o estranho estava puxando e torcendo os mamilos e estava com
medo que ele parasse, precisava que ele continuasse. Aiden estava
aqui e ele confiava neste homem, o que significava algo para ela.
Aiden. Necessitava de Aiden.

− Aiden. – Kelly gritou, erguendo a cabeça, tentando encontrá-


lo, de repente, não sabia onde ele estava. Ele faria a dor ir embora.

− Estou aqui. − Disse ele beijando sua barriga, seus dedos


deslizando entre suas coxas, pressionando dentro dela. − E não vou a
lugar nenhum. Deite-se com Troy. Deixe-me cuidar de você.

Troy. Ela conhecia o nome. Sabia quem era Troy. Calmamente


deitou de volta contra o homem já não sem nome.

Aiden queria isso, assim ela fez. E ele estava beijando um


caminho delicioso para baixo. Não queria que parasse.
− Depressa. − ela gritou. − Depressa. − Não tinha certeza do
que queria que ele se apressasse a fazer. Só que era imperativo que
fizesse.

Calor morno deslizou entre suas pernas, o fôlego de Aiden


escorrendo ao longo do seu núcleo, um momento antes da sua boca
fechar em seu clitóris, sugando-o. Ela afundou mais nos braços de
Troy, sensações explodindo através dela, prazer, delicioso
maravilhoso que aliviou a dor. Kelly gemeu.
− Sim.

Suas mãos cobriam as de Troy, fundindo-as contra seus seios,


o aumento da construção do orgasmo dentro dela, levando-a para a
borda. Uma das mãos de Aiden cavou seu traseiro, enquanto a outra
levantou uma de suas pernas sobre o ombro, antes que seus dedos
deslizassem para dentro dela, bombeando dentro dela. Ela explodiu
em liberação, espasmos sacudindo o seu núcleo. Finalmente,
finalmente alívio.
Mas tão certo quanto o prazer veio, a dor começou de novo.
− Oh Deus. Isso não vai parar. A dor não vai parar.

Ele a puxou para baixo, para debaixo dele, longe do outro


homem e só então ela percebeu que ele estava nu, seu pau estava
longo e duro, entre as coxas.
− Vou fazer isso parar.

Seu longo cabelo escuro escovando seu rosto e, no meio da


dor, da queimação, sua beleza, sua força a acalmou. Memórias
inundaram sua mente, o detetive, a droga, o medo e a dor.
− E se você não puder? Não quero morrer.

− Eu posso. − Prometeu ele, estendendo-a mais ampla,


deslizando seu pênis contra as dobras sensíveis do seu corpo. − Eu
vou. − Ele entrou nela, pressionando dentro dela, esticando-a. E
nesse momento, acreditou que ele poderia, e iria, salvá-la. Acreditava
que ele iria fazer a dor parar.
Capítulo Dezesseis

Kelly gemeu dando boas-vindas a invasão de Aiden dentro dela.

− Sim. Sim, Aiden. Mais profundo. Por favor, mete mais. − Não
sentia nenhuma inibição, não havia limites. A droga assegurou isso, a
droga e o homem que confiava poderiam levá-la assim. − Beije-me.
− Ordenou. − Preciso que você me beije. − Imediatamente, sua boca
desceu sobre a dela, sua língua acariciando a dela, exigente e
quente. Sim, muito quente.

Ela gostava de estar quente. Queria estar mais perto dele,


rastejar debaixo de sua pele. Não queria saber onde ela terminava e
onde ele começava. Perdeu-se no escorregar e bater do seu pênis.
− Mais. − ela gritou. − Mais, Aiden.

Aiden se apoiou em suas mãos, sua flexão de braços poderosos,


seu rosto gravado com paixão. Bateu nela, empurrando mais e mais,
mais e mais rápido. Não havia dor. Havia apenas Aiden. Aiden dentro
dela.

Aiden em cima dela. O prazer. Ela queria, mas doía. Doeu


muito. Sentiu o aumento do orgasmo, sentiu o prazer da liberação, e
se preparou para o que vinha depois, a sensação de estilhaços de
vidro através do seu corpo.
Ela pegou o lençol, sentindo como onda após onda de prazer
caia sobre ela. Aiden se manteve bombeando, manteve empurrando,
e, finalmente, tremendo com sua própria liberação.

As farpas começaram no instante em que ele parou de se


mover. Sua pele era ácida, queimando-a de fora para dentro.

Lâminas de vidro cortando-a de dentro para fora. Umidade se


agarrava a suas bochechas, e ela pensou que poderia estar
soluçando, mas seu corpo não era dela. O corpo dela era estranho,
um monstro muito pior do que qualquer vampiro.

Aiden enterrou seu rosto em seu pescoço, passando a mão


sobre os cabelos.
− Fale comigo, bela. Diga-me o que você precisa.

Cravou as unhas em algo, talvez suas costas. Esperava que não


fossem as suas costas. A dor persistia. Machucava além da
explicação.
− Faça parar. Por favor. Faça parar.

− Vou. − Ele prometeu. − Vou. Só vai levar um tempo. − Aiden


chamou por cima do ombro. − Troy.
− Estou aqui.

Aiden mudou seus corpos, rolando com ela, de modo que eles
estavam frente a frente e de lado. Sua mão acariciava seu cabelo,
seu rosto. Troy estava atrás dela, seu corpo duro envolvendo em
torno dela por trás, seu pênis pressionando contra seu traseiro.

− Aiden? − Kelly perguntou, e depois gemeu quando ele a


beijou em resposta. Ele ainda estava dentro dela, seu eixo espesso,
ampliando-a. Os dedos de Troy a invadiram por trás, acariciando seu
traseiro, pressionando com algo duro, molhado e quente. A mão de
Aiden lhe acariciou o peito, brincou com seus mamilos. Seus dentes
fecharam ao redor do broto inchado. Realidade desvaneceu e as
sensações crepitando assumiram sua mente, seu corpo. Não havia
ácido, nenhum vidro. Havia apenas prazer.

Engasgou na boca de Aiden, quando Troy pressionou dentro


dela, seu pênis entrando por trás. Ambos estavam dentro dela agora,
movimentando, empurrando. Suas mãos viajaram em seu corpo,
tudo em cima dela, e ainda assim, ela queria mais. Precisava de
mais. Precisava deles mais profundo e mais difícil. Arquejou um
apelo, um pedido, um grito.
Não queria que eles parassem, mas não queria gozar. Por
favor, não deixe que goze. A dor sempre seguia o prazer. Contudo,
alcançou seu prazer, veio forte e rápido e não havia dor. Eles não a
deixaram sentir dor. Ambos estavam ainda dentro dela, ainda em
movimento, ainda empurrando. Bombeando, moendo. Não estavam
parando, percebeu, não iam parar de transar com ela até que a dor
fosse embora. Mas, e se a dor nunca fosse embora? Deve ter dito isso
em voz alta, porque Aiden respondeu.
− Vai parar. − Prometeu ele, os dentes rasparam seu lábio, sua
língua acalmando-a. − A dor vai embora, mas eu não vou.

Horas se passaram e Aiden segurava Kelly, puxando seus


mamilos, enquanto Troy se estabelecia entre as pernas dela, sua
boca pegou seu clitóris para mamar. Aiden pegou o telefone e ligou
para Marcus, não sabia o que diabos fazer. Evan havia chamado uma
dúzia de vezes e ele atendeu uma das chamadas. Disse para Evan
encontrar Marcus e desligou.

Mesmo agora, Kelly gritou com a perda de uma de suas mãos


em seu corpo, mais uma prova de que ela não estava melhor agora
do que estava quando eles chegaram em casa.
Para surpresa de Aiden, Marcus respondeu ao primeiro toque.
− Onde diabos você está? − Aiden gritou ao telefone.

Marcus materializou-se no quarto, seus longos cabelos loiros


varrendo seus ombros vestidos de couro.

Aiden não tinha ideia de como Marcus se materializava à


vontade, e não se importava agora.
− Sobre o tempo maldito. Onde diabos você estava?
− Quando foi que não respondi, se pudesse? − Marcus
perguntou abruptamente, seu olhar apreciando a cena diante dele.
Ele arqueou uma sobrancelha. − E apesar de gostar do convite
urgente para uma orgia óbvia, já lhes dei isso alguns séculos atrás.
− Ela está drogada. Faça alguma coisa para ajudar.
Ele desapareceu e reapareceu com um joelho na cama.

− Aiden? − Kelly hesitou e olhou a boca de Marcus que estava


bem perto dela.
− Chame-me Marcus, querida. Aiden devo deixar Troy acabar
com ela ou...
Aiden resmungou.
− Droga Mar...
Marcus tocou sua testa e ela imediatamente ficou mole.

− O sono cura o corpo e a mente. − disse ele, levantando-se.


− Ela vai se sentir bem quando acordar, livre de qualquer sofrimento
emocional ou físico.

− Graças ao bom Senhor. − Troy suspirou, esfregando o queixo


e levantando-se. − Estou fodidamente exausto.
Aiden puxou o lençol sobre o corpo nu de Kelly.

− Você tem certeza? − Ele perguntou a Marcus. O homem tinha


algumas habilidades esquisitas, mas essa droga era muito, muito
poderosa.

− Positivo. − disse ele. − Não apaguei suas memórias. Não


sabia o que ela teria de informações que podem ser úteis. Isso
precisa ser feito, entretanto, e rapidamente. Quando ela acordar,
descubra o que precisa saber, em seguida, apague a memória dela e
a leve de volta para sua vida normal.

Isso deveria ser o que Aiden faria, era o seu dever. Guardiões
protegiam o mundo dos vampiros da exposição, dos perigos de uma
guerra racial. Mas não era tão simples com Kelly, e apesar de alguns
desses motivos serem pessoais, ele se concentrou em um Marcus
preocupado.
− Não é tão simples assim. − Disse Aiden.
Marcus estreitou seus olhos em Aiden.

− Não há nada complicado sobre a Lei. Nenhum ser humano


fica com a memória do mundo dos vampiros. Aqueles que o fazem,
inevitavelmente acabam mortos.

− Andres ainda está à solta. Ele estava lá hoje à noite. Virá por
ela. Ele sabe que ela é importante para mim.

Troy puxou a camisa sobre sua cabeça, suas calças de couro já


de volta.

− Aiden está certo. Ela está nisso profundamente. Não


podemos apagar sua memória, não se quisermos que ela viva. Além
disso, Aiden não vai te dizer, mas eu vou. Ele a ama. E ficará
aniquilado se a perder, o que significa que você vai acabar perdendo
um Guardião muito bom.

Marcus estudou Troy um longo momento sem reagir às suas


palavras.

− Você e eu temos negócios a tratar de modo que nem sequer


pense em sair. − Seu olhar se desviou para Aiden, com a testa
arqueada. − Você está pedindo para a conversão da mulher? Porque
se for isso, mude-a agora. Deixe o Conselho sem opções. Vou dizer-
lhes que aprovei para salvar a vida dela.

− Eles poderiam matá-lo por isso. – Advertiu Aiden. − Você


tem que se lembrar disso.

− Sim, bem, recorda do membro do Conselho que estava


alimentando Andres com informações que quase mataram o seu
irmão? − Ele perguntou, sem esperar por uma resposta. − Ele foi
substituído por uma determinada mulher, que gosta bastante de
mim. Além disso, devo a você uma dívida de gratidão. E não morro
facilmente. Na verdade, sou um bom espinho no traseiro de muitos, e
adoro saber disso.

− Você não me deve nada. – Aiden sabia que Marcus se referia


ao segredo do seu Guardião Responsável, que ele manteve por muito
tempo, e nunca revelou a ninguém, nem mesmo a seus irmãos.

Aiden ficou gelado por dentro, incapaz de suportar a ideia de


que Kelly o odiaria quando acordasse caso não concordasse com a
transformação.

− Você salvou Evan e sua esposa da morte certa. E não vou


mudar Kelly sem a sua permissão. − Ele não se permitiria devanear
que ela aceitasse a conversão.
Marcus sorriu.

− Você é um bom homem, Aiden Brooks, até demais para seu


próprio bem. Você irá proteger a sua nova mulher em meus
aposentos no interior da sede do Conselho. Vou assegurar que sua
conversão seja aprovada, se ela desejar tomar esse caminho. Caso
contrário, você vai limpar suas memórias e devolvê-la a sua vida.

Ele estalou os dedos e transportou Aiden e Kelly para o interior


de um quarto luxuoso. A decoração em couro combinava com o estilo
extravagante de Marcus. O coração de Aiden clamava pela mulher em
seus braços, que o seduziu desde o instante que pôs os olhos nela.

Kelly piscou acordada e sentou.


− Aiden!

− Estou aqui. − Rapidamente puxou-a para seus braços. −


Estou aqui. − Ele acariciou seus cabelos. − Você está bem. Tudo está
bem agora.
− Onde estamos? − Ela perguntou, olhando ao redor no quarto
luxuoso. − Que lugar é esse?

− A sede do Conselho. − Revelou ele. − Este é o melhor lugar


para se recuperar de forma segura. Você dormiu por quase vinte e
quatro horas.

− Por causa da droga? − Ela questionou. − Isso é o que


aconteceu, não é? Wright me drogou.
Ele acenou com a cabeça.
− Uma dose elevada. Você quase morreu.

Memórias passaram por ela em um súbito arquivo estonteante.


O estacionamento, as escadas e o homem com olhos alaranjados. O
sabor acobreado da droga e do sexo. Muito e muito sexo.
− Será que nós... Que fiz? Será que...

Kelly ficou angustiada e enterrou o rosto no ombro largo de


Aiden, lutando através das sombras em sua mente. As memórias de
estar com Aiden e Troy voltaram para ela.

− Nós salvamos a sua vida, Kelly. – Ele a tranquilizou,


acariciando suas costas, acalmando-a com seu toque, convicção em
suas palavras. − Eu tinha que salvar sua vida.
Ele precisava salvá-la e contava com Troy. Em sua mente, ela
repassou os eventos, cavou através das sombras e encontrou Aiden
protegendo-a, dizendo que a amava mais e mais. Aiden tentando
desesperadamente salvar sua vida e Troy desesperadamente
tentando se certificar que seu irmão conseguisse, que Kelly
sobrevivesse. Troy que ela praticamente considerou um monstro,
quando Aiden nunca pensou assim. Agora entendeu a crença de
Aiden em Troy, e sabia que ajudaria Aiden a encontrar respostas para
Troy.
− Deixe-me ajudá-lo a salvar Troy. − Pediu, levantando a
cabeça para ter certeza que ele viu a promessa em seus olhos. − Sei
que você tem que limpar as minhas memórias, mas deixe-me mantê-
las, Aiden. Ninguém tem que saber, só nós.
O corpo de Aiden ficou tenso e a expressão escurecida.

− Queria dar-lhe tempo para se recuperar antes de termos essa


conversa.

Pavor a inundou e ela ficou de imediato em guarda. Cruzou os


braços na frente do peito, percebendo então que estava vestindo sua
camisa de Paris. Mas Aiden estava totalmente vestido de calça jeans
desbotada e uma camiseta Texas Longhorn e essa diferença a fez
mais insegura.

− Este é o momento em que você me diz adeus e apaga


minhas memórias, certo?

− Este é o momento em que te dou uma escolha. − Ele


levantou, imitando sua posição, cruzando os braços na frente do
peito. Eles não poderiam ter sido mais cautelosos se usassem
escudos metálicos.

− O que isso significa? − Perguntou ela, desesperada, seu


temor crescendo, disparando seu coração. − Que tipo de escolha?
− Posso limpar as suas memórias ou converter você em
vampiro.

− Não, eu... − Ela franziu a testa, certamente ouviu errado. −


Pensei que você não pudesse me converter. Pensei que era ilegal.

− Tem sido dada a aprovação com base em circunstâncias


especiais. As circunstâncias, é que enquanto Wright está morto,
Andres ainda está à solta, e, portanto, você ainda está em perigo. Se
você optar por ignorar a conversão, nós vamos lhe oferecer um porto
seguro aqui, até que cuidemos de Andres. Depois que ele estiver fora
de circulação, vamos tomar as medidas necessárias para levá-la de
volta para sua vida, seu trabalho e limpar as suas memórias.

Olhou para ele, procurando seu rosto, tentando entender


porque ele estava tão distante. Mais lembranças, dela e dele, sua
mente inundada com a compreensão. Memórias dele perdendo a
família, da noite em que ele lhe contou sobre Darla. Da sua afirmação
que Darla o olhou com ódio, que ela pensou que ele era um monstro,
por isso hesitou em convertê-la. E então, sua certeza de que ela iria
vê-lo do jeito que acreditava que Darla o via também, como um
monstro. Porém, mais do que qualquer memória, ela se lembrava
dele puxando-a em seu colo na sua cozinha e dizendo-lhe que a
amava “fodidamente”. Ele precisava dela para ver o seu passado sem
reserva, além do seu monstro imaginário.
− Só tenho uma pergunta, Aiden.
− Qualquer coisa. − Concedeu ele, em voz baixa e firme.

− Se for convertida, isso significa que tenho que morder você


também? − Suas sobrancelhas apertaram.
− O que você disse?

− Você me ouviu. Se for convertida em vampiro, começo a


morder você também? Porque devo lhe dizer agora que estou
procurando uma relação de igualdade de oportunidades. Você me
morde. Eu te mordo. − Sua voz suavizou. − Eu te amo. Você me
ama. E neste momento, com você ai, eu aqui, estou me perguntando
se você quer que diga não...
Ele estava lá antes dela terminar a frase, beijando-a, deitando-
a debaixo dele, seu cabelo longo, escuro roçando seu rosto.

− Sim. Sim é a resposta que quero de você. Sim, você vai se


converter. Sim, você quer se converter. Sim, você vai se casar
comigo. E sim, você pode me morder quantas malditas vezes você
desejar. Amo você, Kelly. Mais do que pensei que fosse possível amar
uma mulher. Entretanto, uma vez que isso é feito, não tem volta e eu
precisava saber, preciso saber que isso é o certo para você. Eu...
Ela pressionou seus lábios nos dele.

− Absoluta. − Foi a ultima palavra que ela disse quando ele a


mordeu pela primeira vez. − Eu te amo. Converta-me. Faça-o agora.
Ela virou a cabeça, roçando o seu cabelo nele. Os lábios dele
acariciaram sua bochecha, mandíbula, orelha.

− Eu te amo, Kelly. – Aiden murmurou baixinho, antes de ela


sentir os dentes perfurar a sua pele. Ela gemeu com o prazer, mais
uma vez seduzida pelo vampiro, pelo homem e absolutamente
ansiosa para provar se sua mordida era tão quente quanto a dele.

FIM

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