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FURADEIRA DE BANCADA

Jonathan Antunes dos Santos da Silva; Luis Eduardo Koslwski

Ronei Backendorf

RESUMO
Esse trabalho abordamos temos como, dimensionamento de componentes, detalhamento de peças,
especificações de motores, sistemas de transmissão para variações de velocidades, entre outros
assuntos importantes na formação acadêmica. O tema principal desse trabalho é a fabricação de
uma furadeira de bancada. As furadeiras de bancadas são amplamente utilizadas, tem
características que desempenham furações com precisão e confiabilidade, garantindo a qualidade
esperada no processo. O objetivo geral é aprimorar as matérias desenvolvidas até o momento com
uma metodologia técnica e cientifica, colocando em prática as disciplinas acadêmicas. Podemos
concluir com o desenvolvimento do trabalho a importância de entender as necessidades
especificas, analisar os problemas, propor soluções técnicas afim de garantir que o resultado final,
após todas as analises e ponderações tenhamos um desempenho do equipamento com qualidade
quando da sua utilização.

Palavras-chave
Furadeira de bancada. Sistema de transmissão. Engrenagens.

1. INTRODUÇÃO

O tema de estudo desse paper ao qual engloba matérias multidisciplinares com enfoque em
sistemas de transmissão. As furadeiras de bancada que é o objetivo especifico do estudo são
ferramentas essenciais nas indústrias e oficinas de manutenções. Oferecem precisão e potência para
uma variedade de projetos. Comumente fixadas em bancadas ou mesas portáteis, são projetadas
para proporcionar agilidade na execução das operações sem perder a qualidade esperada.

A furadeira de bancada é composta por um motor elétrico, acoplado a um eixo que suporta
diferentes tipos de brocas. Os sistemas de polia e correia possibilitam o ajuste de velocidade de
rotação da broca que faz parte do objeto de pergunta de pesquisa para o desenvolvimento do
cálculo para atingimento das rotações demandas para perfuração de cada material.

As furadeiras de bancada são indicadas também para trabalhos repetitivos na fabricação de


produtos seriados, garantindo a confiabilidade dos processos de fabricações mecânicas. Sua
estrutura rígida e fixa oferece um alinhamento preciso quando comparado as furadeiras portáteis
onde muitas vezes se faz necessário a adaptação de gabaritos para atingir um alinhamento esperado
no processo.

O objetivo desse trabalho é transpor as teorias encontrada nas literaturas estudadas sobre cálculos
numéricos para encontrar a potência, rotação, velocidade, assim como, materiais a serem utilizados
na fabricação com a pratica da execução do projeto. Essas duas disciplinas, teoria e execução são
1 Nome dos acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I - dd/mm/aa
2

complementares e essenciais para a fixação do aprendizado acadêmico.

Se tratando de pratica versus teoria, um tema que permeia os dois âmbitos e não se pode esquecer
são os comprimentos das normas regulamentadoras no que tange a segurança do equipamento e do
operador. Medidas de projeto e execução são fundamentais para garantir a segurança do
profissional.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A furadeira de bancada é amplamente utilizadas nas indústrias de pequeno, médio e grande porte.
Por serem ferramentas precisas e versáteis são utilizadas também em oficinas de mantenção.
A origem dessa ferramenta tão importante está relacionada à revolução industrial, no século XVIII,
devido a necessidade de fabricação de maquinas mais complexas com maiores precisões de
montagens.

A primeira patente de uma furadeira elétrica de bancada aconteceu em 20 de agosto de 1889, sendo
registrada pelo engenheiro elétrico Australiano Arthur James Arnotdo. “Patente é uma concessão
pública, conferida pelo estado, que garante ao seu titular a exclusividade ao explorar
comercialmente a sua criação” (SOUZA, 2019, p.14).

Para dimensionar uma furadeira de bancada se faz necessário levar em consideração alguns
aspectos importantes para o correto funcionamento do equipamento sendo esses:

Tipo de trabalho: A utilização da maquina pode ser para uso profissional onde a severidade do
fator de trabalho é mais exigente, sendo necessários menanismos mais robustos, ou amador para
utilização de menor frequência não exigindo tanto esforço dos componentes existentes.

Potência do motor: Esse equipamento é o coração da maquina e precisas ser dimensionado de


acordo com as características do material a ser perfurado. Caso tenhamos um motor
subdimensionado haverá problemas de sobreaquecimento e consequentemente sua vida útil será
drasticamente reduzida. Por outro lado se tivermos um motor sobre-dimensionado, além do
elevado custo de aquisição, haverá também um alto consumo de energia elétrica e isto significa que
a operação está ineficiente.

O motor elétrico representa aproximadamente 68% do consumo de energia elétrica dentro


das indústrias, por isso, é um elemento de grande impacto nos índices de fator de potência.
Logo, é imprescindível a utilização de motores com potência e características bem
dimensionadas à sua função, pois, o fator de potência varia com a carga do motor. (WEG,
2023, p. 09).

Precisão de furação: A furadeira de bancada deve ser dimensionada e fabricada de modo a


proporcionar estabilidade no processo de furação. Uma base plana e rígida, assim com uma coluna
robusta e verticalizada são componentes fundamentais para o funcionamento preciso do
equipamento.

As tolerâncias das furações a serem executadas é um ponto importante no detalhamento do projeto


da furadeira. Texto original conforme descrito por Soar (2019, p.114) “Tolerância é definida como
o limite de variação que uma dimensão de uma peça pode possuir que é considerada aceitável.”
Parafraseando o texto pode se dizer que tolerância são as extremidades inferiores e superiores que
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uma peça pode ser considerada como dentro dos limites aceitáveis (SOAR, 2019).

Velocidade: Existem algumas opções disponíveis nos sistemas de transmissão mecânica para
realização da variação de velocidade. Esses sistemas são essenciais para conseguir trabalhar com
diferentes tipos de materiais, onde suas propriedades mecânicas são distintas com maior ou menor
dureza necessitanto da variação de velocidade de acordo com o material a ser realizado a operação.
Materias mais duros precisam de menor velocidade e mais macios podem ser realizados as
furações numa velocidade maior.
Nesse paper vamos utilizar o sistema de engrenagens para variação de velocidade.

As engrenagens, que podem ser consideradas como uma evolução ou aperfeiçoamento das
rodas de atrito são utilizadas para transformar o movimento de um veio rotativo num
movimento de rotação ou de translação, dentre os diversos sistemas de transmissão de
movimentos de rotação as engrenagens são bastante versáteis de fato utilizando rodas
dentadas é possível transmitir movimento entre veios entre si ou não as engrenagens
permitem ainda operar sistemas mecânicos de baixas e altas rotações. Em geral as
engrenagens apresentam rendimentos considerados elevados até 99% sendo exceção as
engrenagens de parafusos sem fim em que os rendimentos são relativamente baixos de
ordem dos 45 a 70% devido ao elevado escorregamento. (NIEMANN, 1971).

FIGURA 1: NOTAS DE AULAS V.2018 – EESC - USP

FONTE: Fortulan (2018).

A figura 01 acima tem a finalidade de ilustrar em diferentes formas o mesmo tipo de engrenagem,
tendo melhor compreensão visual, permitindo perceber diferentes detalhes no sistema facilitando
assim a aprendizagem e fixação do conteúdo.

3. METODOLOGIA

Foi desenvolvido o projeto de uma furadeira de bancada levando em consideração as diversas


normas vigentes para garantir segurança, confiabilidade e conformidade do produto. Algumas
destas que mais apresentam relevância envolvem a ISSO 9001 e ABNT para garantia da qualidade;
normas técnicas específicas para os materiais utilizados; normas específicas para tolerâncias,
soldagem e união de peças e também visando a ergonomia do operador.

Como o intuito deste trabalho é apresentar, desenvolver, dissertar e analisar sistemas de


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transmissão, o foco dos desenhos 2D ficarão voltados para os elementos e peças que envolvam
esses sistemas; sendo assim, não será exposto desenhos de peças e componentes que não fazem a
transmissão.

A seguir se pode observar o desenho com a vista explodida da montagem da máquina em questão,
onde é possível ser indentificado o material, descrição e quantidade de determinado item.

Desenho explodido; fonte: Autor

Em seguida será possível observar o desenho das peças mais importantes para a transmissão de
rotação, que é feita por engrenagens neste equipamento.
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Esta primeira peça é um cubo composto por 4 engrenagens que são nomeadas de 1 a 4, sendo a
número a engrenagem com menor diâmetro, a 2 com o segundo menor diâmetro externo e assim as
demais seguindo a mesma regra.
Estas engrenagens serão relacionadas com as de número 5,6,7 e 8 formando os pares: 1 e 8; 2 e 7; 3
e 6; e por fim, 4 e 5. Não será possível realizar outra configuração de relação nesse sistema de
transmissão que seja diferente aos pares citados anteriormente.
Todas as engrenagens deste projeto deverão ser fabricadas em aço SAE 1045 pelo processo de
usinagem, além disso, deverão sofrer processo de têmpera a vácuo com faixa de dureza entre 60 e
62 HRC e enegrecimento visando a uma maior durabilidade destas peças.
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Peça 1 com engrenagens 1,2,3 e 4; Fonte: Autor


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Engrenagem 5; fonte: Autor.


8

\ Engrenagem 6; fonte: Autor.


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Engrenagem 7; fonte: Autor.


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Engrenagem 8; fonte: Autor.


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A seguir será possível observar as engrenagens que participam da transmissão entre os eixos
paralelos, mas são utilizadas para movimentação e posicionamento vertical do braço.
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Engrenagem 9; fonte: Autor.


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Engrenagem 10; fonte: Autor.

Em seguida terá a representação técnica 2D das cremalheiras que deverão ser fabricadas em aço
SAE 1045 pelo processo de usinagem, além disso, deverão sofrer processo de têmpera a vácuo
atingindo dureza faixa de dureza entre 60 e 62 HRC e enegrecimento visando a uma maior
durabilidade destas peças.
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Cremalheira 1; fonte:Autor
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Cremalheira 2; fonte:Autor
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Cremalheira 3; fonte:Autor
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O motor a ser utilizado é um trifásico da marca WEG, suas principais informações extraídas de seu
datasheet estão apresentadas no próximo desenho.
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Motor; fonte: Autor.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Engrena
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
gem
Dp 47,46 72,48 79,72 91,25 73,75 85,25 92,48 117,50 35,00 32,00
M 2,50 2,50 2,75 1,25 1,25 2,75 2,50 2,50 0,50 1,00
z 19,00 29,00 29,00 73,00 59,00 31,00 37,00 47,00 70,00 32,00
De 52,46 77,48 85,22 93,75 76,25 90,75 97,48 122,50 36,00 34,00
P 7,84 7,85 8,63 3,93 3,93 8,64 7,85 7,85 1,57 3,14
S/V 3,92 3,92 4,32 1,96 1,96 4,32 3,92 3,93 0,79 1,57
Di 41,64 66,66 73,32 88,34 70,84 78,84 86,66 111,68 33,84 29,67
a 5,00 5,00 5,50 2,50 2,50 5,50 5,00 5,00 1,00 2,00
b 5,82 5,82 6,41 2,91 2,91 6,41 5,82 5,82 1,17 2,33
h 10,82 10,82 11,90 5,41 5,41 11,91 10,82 10,83 2,17 4,33
Dc 19,37 29,57 32,53 37,23 30,09 34,78 37,73 47,94 14,28 13,06
Tabela 1

Letra Definição Fórmula


Dp diâmetro primitivo m*z
M módulo (De)/(z+2)
Z número de dentes Dp/m
De diâmetro externo Dp+2m
P passo m*3,14
S Espessura circular e vão p/2
Di Diametro interno m*(z-2,33)
a cabeça do dente De-dp
b altura do pé Dp-Di
h altura total a+b
Dc diametro circulo de base Dp*cos20
Tabela 2

TRANSMISSÃO
Eg Eg i n (RPM) Mt (N)
E1 E8 (Z8/Z1)=2,47 (n1/i1)= 580,9 12,33
E2 E7 (Z7/Z2)=1,27 (n1/i2)= 1129,9 6,34
E3 E6 (Z6/Z3)=1,07 (n1/i3)= 1341,1 5,34
E4 E5 (Z4/Z5)=1,24 (n4/i4)= 1157,2 6,19
Tabela 3

Rotação de entrada = n1 = 1435 RPM


Mt: Momento torçor = (9950*Pot)/n
Pot: Potência do motor [KW]
Tabela 4
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n RPM
n1 580,9
n2 1129,9
n3 1341,1
n4 1157,2
Tabela 5

distância entre os 2 eixos em milímetros; fonte: Autor.


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Tabela 6
(Disponível em: https://acosnobre.com.br/blog/limite-de-escoamento/).

Tabela 7

(Disponível em: https://pt.slideshare.net/JosielPenha/apostila-rm).

Para cálculo do torque utilizaremos a definição de cv (cavalo-vapor) cujo se trata da potência


necessária para levantar 1 cavalo de aproximadamente 75 kg, considerando a gravidade igual
10m/s, 1 cv corresponderá a 750N de força,
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Utilizando a fórmula do torque temos: T = F*d; o qual d é a distância até o eixo de rotação onde a
força é aplicada, nesse caso o raio; então temos:
T=750*r; o r se refere ao raio primitivo da engrenagem movida (5,6,7 e 8);

Logo observa-se:

T1=750*36,88/1000= 27,66N/m
T2=750*42,63/1000= 31,97N/m
T3=750*46,26/1000= 34,38N/m
T4=750*58,75/1000= 44,06N/m

Para cálculo do tensão admissível é possível utilizar a seguinte fórmula:

O fator de segurança será 6 pois a carga ocorre intermitentemente e trata-se de aços duros,
Tensão admissível para SAE 1045 = 650/6= 108,3kg/cm^2
Tensão admissível para SAE 8640 = 750/6= 125kg/cm^2

5. CONCLUSÃO

CHECKLIST RESPOSTA:

Qual será a distância da transmissão? 82,5mm.

Qual a variação de rotação do motor à broca? Maior variação: 1435-580,9 RPM


Menor variação: 1435-1341,1 RPM
Qual o torque transferido? 27,66N/m; 31,97N/m; 34,38N/m; 44,06N/m

Qual o tipo de sistema de transmissão a ser utilizado? Engrenagens.

Qual o material com o qual serão construídas as partes? As partes da transmissão SAE 1045, os eixos que
transmitem a rotação SAE 8640,
Qual é a tensão máxima que o material pode suportar? Verificar tabela de tensões de acordo com os
materiais.
Qual o coeficiente de segurança do projeto? Analisar na tabela fornecida

Há estabilidade na estrutura durante a perfuração? Não foi possível ser confirmada essa informação
devido a falta de produçao do equipamento.

De acordo com os dados fornecidos inicialmente, na entrada com o eixo motor e os resultados
obtidos na saída do mandril é possível obersvar que na relação:
1- Temos o Torque da engrenagem motora (1) = 750*23,73 = 17,8N/m
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Torque na engrenagem movida (8) =750*58,75 = 44,06 N/m; observa-se um aumento do


toque de 247% e uma diminuição da rotação (extraída da tabela 5) de 59,6%.
2- Temos o Torque da engrenagem motora (2) = 750*36,24 = 27,18N/m
Torque na engrenagem movida (7) =750*46,24 = 34,68 N/m; observa-se um aumento do
toque de 127,6% e uma diminuição da rotação (extraída da tabela 5) de 21,3%.
3- Temos o Torque da engrenagem motora (3) = 750*39,86 = 29,9N/m
Torque na engrenagem movida (6) =750*42,63 = 31,97 N/m; observa-se um aumento do
toque de 106,9% e uma diminuição da rotação (extraída da tabela 5) de 6,55%.
4- Temos o Torque da engrenagem motora (4) = 750*45,63 = 34,22N/m
Torque na engrenagem movida (5) =750*36,88 = 27,66N/m; observa-se diminuição do
toque de 19,2% e uma diminuição da rotação (extraída da tabela 5) de 19,4%.

REFERÊNCIAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-6023. Informação e documentação -


Referências - Elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

FORTULAN, Alberto Carlos. Desenho Técnico Mecânico.São Paulo, 2018

SOAR, Henrique Marcelo. Metrologia e confiabilidade de equipamentos, máquinas e produtos.


Indaial: UNIASSELVI, 2019.

SOUZA, Moura Vanessa. Práticas Elementos de Máquinas. Indaial: UNIASSELVI, 2019.

WEG – Guia de Especificação Motores Elétricos. Jaraguá do Sul, 2023.

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