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SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA:

FURADEIRA DE BANCADA

Beatris Mendonça¹
Aline Castelaci Pelissari²

RESUMO
No decorrer do trabalho será exemplificados alguns elementos de transmissão mais
utilizados, além de explicar o que é torque e potência. Também será tratado o
funcionamento de uma furadeira, além dos tipos existentes de furadeiras utilizadas.
Com o intuito de nos aprofundar os conhecimentos sobre o tema, iremos fabricar uma
furadeira de bancada caseira, onde usaremos elementos como polias, correia e um
motor elétrico. Para isso, dimensionaremos uma polia, exemplificando quais cálculos
utilizados, além de mostrar como fazer um desenho técnico. Iremos, ainda, imprimir em
uma impressora 3D a polia projetada e utilizando da furadeira fabricada, iremos furar
um pedaço de aço de 6mm de espessura com uma broca de 8mm. Ao final, não
pudemos fazer a furação, pois o motor utilizado não estava em pleno funcionamento, e
ainda, não conseguimos utilizar a impressora 3D. Assim, somente podemos
exemplificar e explicar como foi feito.

Palavras-chave: Furadeira de bancada; Elementos de Transmissão; Desenho Técnico.

1. INTRODUÇÃO

O processo de transmissão utiliza de vários elementos para ser gerado. Neste


sentido, este trabalho explica o que é torque e potência, além de mostrar os elementos
de transmissão mais utilizados.
Este trabalho também explica os elementos de uma furadeira, além dos tipos
existentes. Após isso, iremos fazer uma furadeira de bancada de caseira, utilizando
polias, correia e um motor elétrico. Realizaremos também o dimensionamento de uma
polia e faremos um projeto de um desenho da mesma.
A metodologia adotada será a de fundamentação teórica, juntamente com a
pratica, onde montaremos a furadeira e utilizaremos de uma chapa de aço de 6mm de
espessura para fazer um furo de 8mm nela. Iremos exemplificar com imagens, o
processo do projeto de desenho, além de algumas peças utilizadas no projeto.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para transmitir a força gerada pelo motor de um automóvel para as rodas um


processo minucioso é realizado através do sistema de transmissão. Pra entendermos
melhor, vamos explicar o processo com um exemplo.
Vamos imaginar um carro, se esse carro for com o motor e tração dianteira,
esse movimento gerado pelo motor passa pela caixa de câmbio e por dois semieixos
homocinéticos que transferem esse movimento direto para as rodas dianteiras.
Agora se esse carro for com motor dianteiro e tração traseira ou com tração nas
quatro rodas, o processo se torna mais complicado. Neste caso, o motor gera o
movimento que passa pela caixa de câmbio, pelos eixos cardans, pelo diferencial e
somente neste momento chegará as rodas.
Como vimos, o processo de transmissão é bastante complexo e minucioso, por
isso, vamos primeiramente, entender o que é potência, o que é um sistema de
transmissão, e após, descreveremos alguns elementos de transmissão importantes neste
sistema, utilizando o exemplo de uma furadeira.

2.1 POTÊNCIA

Em física, potência é uma grandeza que mede a rapidez com que uma forma de
energia é transformada ou consumida por unidade de tempo.
Já Souza (2019) explica que, “todos os corpos tendem a ficar na inercia, e que
para mudarmos este estado, precisamos aplicar uma força. Ao aplicarmos uma força,
geramos um movimento e velocidade, e que essa força multiplicada pela velocidade
gera potência”.
A potencia mecânica, é aquela que é transmitida através do acionamento de um
mecanismo ou do exercício da força física. Um exemplo de potência mecânica é o
acionamento de um elevador, que através de um motor, pode levantar até 300
quilogramas de peso.
A potencia é encontrada considerando uma força F que, em um intervalo de
tempo ∆t (t0 – t1), realiza um certo trabalho W. Assim, temos a seguinte equação geral
de potência.
P = W/∆t
Onde: P é a potência;
W é o trabalho realizado em Watt;
∆t é o tempo.

2.2 TORQUE

O torque é uma grandeza física vetorial que representa a tendencia de uma


força de rotacionar um corpo. Basicamente é uma força de rotação, que pode ou não
resultar em um movimento.
Torque é quando ocorre o momento torçor, ou seja, quando a peça ou
elemento tende a torcer em torno de seu próprio eixo longitudinal. Também é
definida como a ação de torque nas extremidades e um contratorque na
extremidade oposta. O efeito é interesse principal no projeto de eixos em
geral, tanto de maquinas e equipamentos, quanto em veículos. (SOUZA,
2019, p. 123).

Assim, quando no momento em que o torque é aplicado, o eixo tende a de


distorcer. Souza (2019) ainda diz que, “a torção faz os círculos permanecerem círculos e
as retas longitudinais deformarem-se como em formato de hélice, já as retas radiais das
extremidades permanecem retas”.

2.1 ELEMENTOS DE TRANSMISSÃO

Os elementos de transmissão são peças e sistemas que permitem a transmissão


de potência, torque e rotação de um lugar a outro. Basicamente na mecânica, é o
processo utilizado para transmitir o movimento gerado pelo motor para outros
elementos de uma máquina, por exemplo, as rodas de um carro.
Existem vários tipos de peças que envolvem um sistema de transmissão. Os mais
comuns são os eixos, engrenagens e correias.
Segundo Souza (2019) “as engrenagens são elementos mecânicos em formato de
roda com dentes padronizados. Tem como objetivo transmitir movimentos entre eixos,
variar o número de rotação ou o sentido da rotação”. Além disso, existem os seguintes
tipos de engrenagens: Cilíndricas com dentes retos, cilíndricas com dentes helicoidais,
engrenagens cônicas com dentes retos e cônicas com dentes helicoidais.

FIGURA 01 – TIPOS DE ENGRENAGENS


FONTE: O Autor

“Os eixos são elementos de construção mecânica que tem a finalidade de


transmitir movimentos em eixos fixos”. (Souza, 2019 p. 187). Podem ser maciços,
vazados, cônicos ou roscados. Dependendo da sua utilização, eles são fabricados em
diferentes tipos de materiais.

FIGURA 02 – TIPOS DE EIXOS

FONTE: Disponível em: <https://slideplayer.com.br/slide/5605543/2/images/16/Eixos+e+


%C3%A1rvores+Tipos+de+eixo%2F%C3%A1rvore+Eixo+maci%C3%A7o+Eixo+roscado.jpg> Acesso
em: 23 nov. 2023.

Já as correias transmitem o movimento entre eixos através de polias. Segundo


Souza (2019) “a polia que transmite a força é chamada de motora ou condutora, já a
polia que recebe o movimento é chamada de movida ou conduzida”. As correias mais
usadas sãs as planas e as trapezoidais. Pala calcular o comprimento de uma correia,
primeiro temos que obter o diâmetro das polias.
Algumas características devem ser levadas em consideração para a escolha da
correia. Correias planas tem valores máximos de 1800 rpm de rotação, e potência de até
2200 CV. Já as correias em V ou trapezoidais tem potência máxima de 1500 CV.
A forma da polia depende do tipo de correia e a maneira como a correia é
colocada depende da rotação das polias. As polias em V é uma das mais utilizadas pois
a sua transmissão de energia de alta velocidade é bastante resistente a escorregões e
desalinhamento, assim a ranhura ajuda a aumentar a aderência entre a polia e a correia.

FIGURA 03 – CORREIAS E POLIAS

FONTE:<https://www.sulforp.com.br/04%20MECANICA%20MANUTEN%C3%87%C3%83O/
CORREIAS%20POLIAS%20ENGREN/CORREIAS%20POLIAS%20ENGREN.htm>. Acesso em: 23
nov. 2023.

2.4 FUNCIONAMENTO DE UMA FURADEIRA

As furadeiras são maquinas que tem a função de fazer furos em diversos


materiais. Para isso, o motor da furadeira aplica uma alta velocidade de rotação a uma
broca posicionada no mandril. Para os diferentes tipos de materiais perfurados, também
existe diferentes tipos de brocas a serem utilizadas.

FIGURA 04 – BROCAS FIGURA 05 - MANDRIL


FONTE: < https://br.pinterest.com/pin/32545551054 FONTE: <https://br.pinterest.com/pin/67976275
7842956/> Acesso em: 23 nov. 2023. 629363972/> Acesso em: 23 nov. 2023.

Para cada trabalho realizado, deve-se utilizar a furadeira ideal seguindo alguns
aspectos, como por exemplo, a forma da peça, número de furos a serem abertos,
quantidades de peças a serem produzidas além de precisão dos furos executados. Segue
alguns tipos de furadeiras e seus aspectos.

2.4.1 Tipos de Furadeiras

2.4.1.1 Furadeiras Portáteis

São ferramentas elétricas, sendo leves e fáceis de transportar, além de serem as


mais simples de operar e usada em diversas posições. A força de avanço da furadeira,
vem do operador, que força a furadeira em direção ao material a ser furado. São as mais
utilizadas em trabalhos simples e de baixa precisão.

FIGURA 06 – FURADEIRA PORTÁTIL


FONTE: < https://br.pinterest.com/pin/905856912537439541/> Acesso em: 23 nov. 2023.

2.4.1.2 Furadeiras de Bancadas

Normalmente são fixadas sobre uma bancada, sendo usada na vertical, onde a
peça a ser perfurada é posicionada na parte inferior abaixo da broca. Esse tipo de
furadeira geralmente é indicado para o uso em materiais mais resistentes. O operador
utiliza a alavanca para fazer a perfuração, sentindo assim, o avanço da broca dentro do
material.
FIGURA 07 – FURADEIRA BANCADA

FONTE: < https://br.pinterest.com/pin/905856912525612198/> Acesso em: 23 nov. 2023.

2.4.1.3 Furadeira de Coluna

As furadeiras de coluna são bem semelhantes aos modelos de bancada, porem


elas são maiores e mais robustas. Como o seu nome, ela tem uma coluna que fixa a base
e o cabeçote, possibilitando assim, a furação de peças e chapas maiores além da
produção em série. Seu avanço e rotação são maiores comparadas a furadeira de
bancada.

FIGURA 08 – FURADEIRA DE COLUNA


FONTE:
<https://static3.tcdn.com.br/img/img_prod/469103/furadeira_fresadora_de_coluna_32_mm_220v_mr_20
0_manrod_1035107_1_20180426131441.jpg> Acesso em: 23 nov. 2023.
2.4.1.4 Furadeira Radial

É parecida com a furadeira de coluna, mas a sua diferença está em seu cabeçote,
que gira em torno do eixo da coluna, podendo assim, fazer movimentos para frente e
para traz. É utilizada em peças grandes, facilitando os movimentos com a furadeira ao
invés de mudar a posição da peça.

FIGURA 09 – FURADEIRA RADIAL


FONTE: < https://www.wessmaquinas.com.br/wp-content/uploads/2021/06/Furadeira-Radial-
Z3032x1000.jpg>. Acesso em: 23 nov. 2023.

3. METODOLOGIA

Neste trabalho iremos desenhar uma polia e para isso utilizaremos alguns
conceitos e cálculos para ajudar a dimensionar tanto a correia quanto a polia. Neste
sentido, iremos fabricar uma furadeira de bancada caseira, onde utilizaremos um motor,
duas polias, uma corrente e um mandril para o funcionamento da mesma.
O primeiro passo a ser dado, é saber qual a velocidade que queremos que nossa
furadeira funcione. Para furar um aço qualquer, é necessário usar uma baixa rotação
(entre 300 a 1100 rpm) e uma força de avanço. Neste caso, como a furadeira vai ser uma
de bancada caseira, o avanço utilizado é feito pelo operador.
O motor que iremos utilizar, é um motor igual ao da figura 10, sendo que sua
rotação é de no máximo 1100 rpm, por isso, iremos utilizar duas polias de diâmetros
diferentes, pois neste caso podemos manter a mesma rotação do motor para fazer a
furação. O motor que conseguimos emprestado, aparentemente estava em boas
condições, porem o dono informou que a muito tempo estava fora de uso.
FIGURA 10 – MOTOR ELÉTRICO
FONTE: < https://br.pinterest.com/pin/788341109787464386/> Acesso em: 23 nov. 2023.

A partir destas informações podemos dimensionar o tamanho da polia da


furadeira. A polia do motor utilizado tem um diâmetro de 200mm (20 centímetros), por
isso, iremos utilizar uma polia de igual de 200 mm de diâmetro.
Para calcularmos o comprimento da correia é necessário termos o diâmetro das
polias, assim como a distancia entre os centros dos eixos. A distancia entre os eixos será
de 15 centímetros. Segue a formula para calcular o tamanho da correia.
L=πxd+2xc
Onde:
L = Comprimento total da correia;
d = Tamanho da polia;
c = Distância entre os eixos.
Conforme isso obtemos o número de 923,32 mm, ou seja, precisamos de uma
correia de 92,33 centímetros. Usaremos uma correia plana, por ser mais simples, mas
uma correia em V seria a mais indicada.
A partir disto, iremos desenhar uma polia de 200 mm de diâmetro com 50mm de
largura. Segue abaixo imagens do projeto sendo desenhado no programa SolidWorks,
onde utiliza a tecnologia CAM.
FIGURA 11 – POLIA ESBOÇO
FONTE: O Autor

FIGURA 12 – POLIA RESSALTO/ BASE REVOLUCIONADO

FONTE: O Autor

FIGURA 13 – ESBOÇO FUNDO POLIA


FONTE: O Autor

FIGURA 14 – POLIA COM PERFIL

FONTE: O Autor

CCCCCCCCC
FONTE: O Autor

Após o desenho, iriamos imprimir a polia em uma impressora 3D, porém, não
pudemos fazer a impressão, pois não tivemos acesso a ela. Ao final, verificamos que o
motor utilizado não estava em perfeitas condições de uso, pois como mencionado, o
motor não estava sendo usado, o que causou o emperramento do motor.

FIGURA 16 – MOTOR UTILIZADO NO PROCESSO

FONTE: O Autor
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Ao longo da realização do trabalho podemos compreender como funciona uma


furadeira e seus tipos existentes. Podemos compreender também o que é torque,
potencia e elementos de transmissão.
Podemos dimensionar uma polia, apresentar cálculos, e desenhar o projeto
utilizando o programa de SolidWorks. Ao final descobrimos que o motor que iriamos
utilizar estava estragado, com emperramento devido a falta de uso e uso correto de
lubrificação.
Outro empecilho encontrado, foi que não podemos utilizar uma impressora 3D
para fabricação de uma polia já dimensionada para o projeto.

5. CONCLUSÃO

Após a observação dos aspectos analisados, concluímos que fazer uma furadeira
de bancada caseira é muito mais complexo na pratica do que na teoria. Não pudemos
fazer a utilização da mesma devido aos percalços enfrentados.
Apesar disto, podemos entender como funciona uma furadeira, e os tipos de
furadeira mais comuns. Também podemos entender o que é torque e potência, além de
entender os tipos de elementos de transferência mais utilizados.
Ao final, podemos projetar e dimensionar uma polia, gerando assim, mais
conhecimento e habilidade em desenhar uma peça num programa próprio para o
mesmo.

REFERÊNCIAS

SOUZA, Vanessa Moura de. Elementos de Maquinas I. Indaial: Uniasselvi, 2019.

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