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TORNEARIA MECÂNICA
1- INTRODUÇÃO.
2 - GENERALIDADES.
O Torno mecânico é considerado como a máquina ferramenta fundamental, é a
mais antiga e mais importante das máquinas ferramentas assim como, provavelmente, é
aquela com maior versatilidade no que diz respeito ao número de operações que pode
realizar. Praticamente a partir do torno mecânico, foram desenvolvidas todas as outras
máquinas ferramentas, sua utilização é fundamental na grande maioria das tarefas de
reparo e manutenção assim como é utilizado para produção de peças em escala
industrial.
4.1.1 - Barramento.
É um componente em posição horizontal no qual montam-se todos os demais
componentes do torno, como o cabeçote móvel, cabeçote fixo, incluindo guias pelas quais
se moverão certos componentes. É o componente do torno mecânico que tem a finalidade
Autor: Carlos Abreu Filho 5
Figura 4 - Barramento
4. Não deixe cair placas e peças no barramento e muito menos o utilize como
bancada de trabalho, isto poderá provocar danos irreversíveis às guias.
estes dois materiais são ligas metálicas, ou seja, combinação de dois materiais e, neste
caso, os materiais “ligados” são o ferro e o carbono. A principal diferença entre o ferro
fundido e o aço está no teor ou quantidade de carbono. No aço o teor de carbono fica na
faixa de 0.05 a 2% de carbono, enquanto que no ferro fundido o carbono é encontrado na
faixa de 2 a 4%. Esta diferença faz com que estes materiais tenham propriedades
bastante diferenciadas.
.
Figura 12 - Carro transversal
Autor: Carlos Abreu Filho 11
.
Figura 14 - Avental
Autor: Carlos Abreu Filho 12
5.1 - Placa.
A troca e reposição das castanhas de uma placa universal têm que ser
realizada de forma cuidadosa, observando uma seqüência definida para que as castanhas
mantenham as peças presas concentricamente. Para isto, rasgos e castanhas são
numerados e é necessário que cada castanha seja colocada no rasgo próprio.
O processo para se colocar as castanhas obedece às seguintes instruções:
1 - Estando a placa desmontada (para isso abra completamente a placa até a
liberação das castanhas), limpe as castanhas e os rasgos da placa utilizando
preferencialmente ar comprimindo e não esquecendo de utilizar equipamento de proteção
para os olhos.
2 - Em seguida, acione a placa com a chave “T” em uma das cavidades de
acionamento, até que o início da rosca plana apareça no rasgo número 1, onde deve ser
colocada a castanha correspondente, ou seja, a castanha número 1.
3 - Continue o giro da chave, empurre a castanha até que esta se engate na
rosca. Para a colocação das demais castanhas observe o mesmo procedimento
verificando sempre a numeração da castanha e do rasgo correspondente.
Boa parte dos acidentes que ocorre nos tornos mecânicos é decorrente da
utilização inadequada das placas. A seguir serão apresentadas algumas recomendações
para utilização das placas universais que visão não somente a segurança na utilização,
como também a conservação do acessório. As principais medidas são:
Autor: Carlos Abreu Filho 15
Pontas rotativas com folga excessiva no rolamento não devem ser utilizadas.
Folgas mesmo pequenas podem ocasionar a descentralização das peças durante a
usinagem, levando a produção de peças irregulares.
Para colocar a ponta rotativa no mangote do cabeçote móvel, inicialmente
limpe cuidadosamente o furo cônico do mesmo, em seguida acione o volante de
acionamento para que este se desloque cerca de duas polegadas para fora do corpo do
cabeçote móvel, então, por simples encaixe coloque a ponta rotativa. Para retirá-la basta
recuar o mangote utilizando novamente o volante de acionamento do mesmo.
5.4 – lunetas.
As Lunetas são acessórios de um torno mecânico que tem as seguintes finali
dades:
1 - Apoiar peças ou eixos de grande comprimento que não possam ser
apoiadas pela utilização da ponta rotativa.
2 – Em alguns casos, mesmo com a utilização da ponta rotativa é necessário
utilizar a luneta para evitar o flexionamento de eixos muito finos e compridos sob a
pressão de corte.
Existem dois tipos de lunetas: luneta fixa e luneta móvel. Vamos conhecer
alguns detalhes de cada tipo.
do barramento mantendo esta posição inalterada até a conclusão do trabalho (figura 24).
A luneta possui três castanhas reguláveis por parafusos e a parte da obra que
nela se apoia não deve ser rugosa. O apoio da luneta deve ser constantemente
lubrificado.
5.5 – Mandril.
O mandril (figura 26) é o acessório utilizado principalmente para fixar brocas
utilizadas nas operações de furar no torno mecânico. Assim como a ponta rotativa e o
ponto fixo, o mandril também apresenta sua haste na forma de cone Morse para que
possa ser adaptado ao mangote do cabeçote móvel (figura 27). O mandril apresenta-se
em diversos tamanhos, de forma que, para cada tamanho, existe uma faixa de diâmetros
de brocas adequada para a “pega” do mesmo.
Figura 26 - Mandril.
Autor: Carlos Abreu Filho 22
6- Anel graduado.
O pleno conhecimento do funcionamento dos anéis graduados é de vital
importância para a obtenção de peças usinadas dentro da qualidade dimensional
desejada. É sempre bom lembrar que peças produzidas fora das dimensões desejadas
são peças “mortas” e, portanto, inadequadas para utilização. Desta forma, o anel
graduado tem a importantíssima finalidade de realizar o controle das medidas das peças
produzidas no torno mecânico.
Para remover certa espessura de material da peça usinada, ou seja, “dar um
passe”, o operador do torno necessita avançar a ferramenta contra a peça na medida pré-
determinada, objetivando a execução precisa do trabalho. A medida da espessura a
remover deve ser fixada e garantida por um mecanismo que, além de produzir o avanço,
permita o exato e cuidadoso controle do mesmo. Estes mecanismos são os anéis
graduados e freqüentemente são disponíveis no volante de acionamento do carros
transversal e superior (figuras 28 e 29). Alguns tornos mais atuais apresentam também
anel graduado no volante de acionamento do carro longitudinal.
Autor: Carlos Abreu Filho 23
Passo do parafuso 4 mm
a= ⇒ a= = 0,05 mm
número de divisões do anel 80
Onde:
a = avanço da ferramenta correspondente a uma divisão do anel graduado.
A maioria dos tornos mecânicos tem o valor de cada divisão do anel graduado
indicada perto do volante de acionamento do carro. Isto evita a realização do cálculo
anteriormente indicado.
Atenção, antes de utilizar a indicação do valor de cada divisão do anel graduado do carro
transversal apresentada pelo fabricante do torno mecânico, verifique se esta informação
considera o valor da redução diametral da peça ou, se indica simplesmente o avanço da
ferramenta na direção do raio. Se for o segundo caso, não esqueça que o valor da
redução no diâmetro é o dobro do avanço da ferramenta na direção do raio.
Baseados nos fatores acima citados foram desenvolvidos alguns critérios “práticos” que
você pode utilizar para seleção da rotação de trabalho. Vamos conhecer alguns destes
critérios.
4 – Fase da operação:
A fase inicial da operação, conhecida como desbaste, deve ser realizada em rotação mais
baixa do que a utilizada na fase final que é denominada de acabamento.
Você deve ter percebido que as informações provenientes dos critérios citados são vagas
e podem servir apenas para uma primeira aproximação do valor adequado de rotação a
ser utilizado em determinada operação.
Para a obtenção mais criteriosa do valor da rotação de trabalho torna-se necessário
consultar tabelas técnicas. Estas tabelas indicam valores de rotação de trabalho a partir
da combinação dos fatores anteriormente mencionados.
A seguir é apresentada uma tabela que deve ser utilizada para selecionar a rotação de
trabalho considerando as ferramentas de aço rápido e metal duro. Na condição de
material usinado, são encontrados alguns dos materiais mais frequentemente utilizados
nas operações de usinagem.
Autor: Carlos Abreu Filho 30
Para que você aprenda a utilizar corretamente a tabela vamos recorrer a um exemplo
prático:
Vamos imaginar que você necessite usinar uma peça de aço de baixa dureza com 50 mm
de diâmetro utilizando ferramenta de aço rápido. Qual a rotação que deve ser utilizada na
fase de desbaste e na fase de acabamento, considerando torneamento cilíndrico.
Observe que todos os fatores necessários para a seleção da rotação são apresentados:
tipo de ferramenta, tipo de usinável, diâmetro da peça e operação.
Utilizando a tabela 1, para ferramenta de aço rápido e, localizando aço baixa dureza na
coluna de material a ser usinado, encontram-se os valores 26 para desbaste e 30 para
acabamento.
E agora? Será que estes valores, 26 para desbaste e 30 para acabamento podem ser
regulados diretamente no torno mecânico? A resposta é não!
Observe: estes “resultados” indicam a velocidade de corte em m/min (metros / minuto).
Esta grandeza pode ser entendida como o comprimento total do cavaco (aparas do
material usinado) obtido durante 1 minuto de usinagem, entretanto, o torno mecânico é
regulado pelo número de rotações por minuto RPM. É necessário, portanto, converter o
Autor: Carlos Abreu Filho 31
Desta forma, utilizando a relação fornecida para o caso particular do nosso exemplo,
obtêm-se:
RPM para desbaste:
26x320
RPM = = 166,4
50
RPM para acabamento:
30x320
RPM = = 192
50
Logo, estes valores calculados, devem ser regulados no torno mecânico para realizar a
usinagem nas condições descritas. Caso o torno mecânico que você utiliza não tenha
disponíveis exatamente os valores calculados, adote um valor de RPM disponível que
seja imediatamente superior.
10.2 – Avanços – Como citado no início desta unidade, além da rotação de trabalho, os
movimentos de translação da ferramenta de corte quando realizados no modo automático
também são importantes itens na regulagem do torno mecânico. Estes itens são
denominados de “avanços” e, se não forem regulados adequadamente, reduzem a
eficiência da operação de usinagem. Existem dois principais tipos de avanços: avanço por
volta e avanço por minuto, vamos conhecer a seguir, o que representam.
10.2.1 – Avanço por volta (apv) – O avanço por volta representa o deslocamento da
ferramenta a cada rotação da placa. Para sua seleção, devem ser considerados os
mesmos fatores utilizados para a seleção do RPM. Seu valor é obtido a partir de tabelas
Autor: Carlos Abreu Filho 32
técnicas que consideram as diversas condições de usinagem, como por exemplo, a tabela
1 anteriormente apresentada.
Para o mesmo exemplo prático utilizado para demonstrar o cálculo do RPM no item
anterior, a tabela indica um valor médio de avanço igual a 0,8 mm / rotação. O valor do
avanço encontrado na tabela deve ser programado no torno mecânico, caso o valor
tabelado não seja disponível no torno que você utiliza adote o valor imediatamente acima.
10.2.2 – Avanço por minuto (apm) – O avanço por minuto representa o deslocamento da
ferramenta a cada minuto de trabalho. É útil para estimar o tempo necessário para
realização de determinado serviço, não é regulado diretamente no torno mecânico. É uma
grandeza derivada, ou seja, é obtida a partir de outras grandezas. Neste caso, o avanço
por minuto advém do produto do RPM pelo avanço por volta, obtido conforme mostrado
anteriormente.
Portanto, para determinar o avanço por minuto, utilize a relação matemática:
Para exemplificar, vamos utilizar o s exemplo prático anterior considerando o RPM = 154
e o avanço por volta igual a 0,5 mm / rotação.
Então, calculando o avanço por minuto temos:
Embora o número de operações possíveis de serem realizadas pelo torno mecânico seja
bastante elevado, a grande maioria destas operações são derivações ou combinações de
um pequeno número de operações básicas, de simples e fácil execução.
Desta forma, para você tornar-se um bom operador do torno mecânico, além do pleno
conhecimento dos componentes da máquina é necessário que você domine com
segurança as operações básicas de tornearia e, a partir deste ponto, utilizando bom
senso e criatividade realizar operações de maior complexidade. Vamos então ao
conhecimento das operações fundamentais de tornearia. Ao final do estudo de cada
operação será apresentado o conhecimento necessário para você afiar tecnicamente a
ferramenta de corte necessária para realizar a referida operação.
helicoidais paralelas e brocas de centro. Os dois tipos são mostrados nas figuras 35 e 36.
As brocas paralelas são utilizadas para executar furos paralelos passantes (que
atravessam a peça) ou não. As brocas de centro apresentam a ponta cônica e produzem
furos denominados "furos de centro”, estes furos, têm a finalidade de alojar a extremidade
da ponta rotativa em operações onde isto se faz necessário.
Como já estudado anteriormente, o mandril é o acessório do torno mecânico que tem por
finalidade fixar as brocas utilizadas nas operações de furar. É adaptado ao mangote ou
canhão do cabeçote móvel de onde recebe o movimento de avanço através do volante de
acionamento, conforme mostrado na figura 37.
Autor: Carlos Abreu Filho 35
Embora seja de grande simplicidade, é necessária uma série de cuidados para executar
corretamente a operação de furar. As principais recomendações são as seguintes:
a) Tenha bastante cuidado na seleção do nível de rotação adotado para furar no torno
mecânico. Brocas de grande diâmetro devem ser utilizadas com baixa rotação e, brocas
de pequeno diâmetro, ao contrário, devem ser utilizadas sempre em elevadas rotações.
d) Para execução de furos de grande diâmetro, divida a tarefa em várias etapas, ou seja,
comece a executar o furo com uma broca mais fina e vá aumentando gradativamente o
diâmetro da broca até atingir a medida definitiva. Não esqueça de ir baixando a rotação a
medida que aumenta o diâmetro da broca.
e) Não confie na precisão das medidas dos furos produzidos por brocas helicoidais
paralelas. Caso você necessite realizar um furo com precisão dimensional (exatidão na
medida final), utilize uma broca que aproxime a medida sempre deixando o furo menor,
após este procedimento, utilize uma ferramenta mais adequada para usinar até a medida
definitiva.
f) Evite furar com o mangote ou canhão excessivamente para fora do corpo do cabeçote.
Esta condição possibilita oscilações perigosas que podem levar a quebra das brocas,
além de aumentar a imprecisão de furo realizado.
e) Após realizar o furo de centro, o material deve ser fixado na posição definitiva de
trabalho. Para isto, coloque o material na placa com um pequeno comprimento para
dentro da mesma e, aperte levemente (isto é importante). Agora aproxime o cabeçote
móvel, fixe-o em posição adequada e acione o volante de acionamento do mangote de
até a ponta rotativa colocada no mesmo toque a peça de trabalho. Empurre a peça alguns
milímetros para dentro da placa traves do contato com a ponta rotativa e finalmente de o
aperto definitivo. Evite utilizar o mangote excessivamente para fora do corpo do cabeçote
móvel, esta condição permite oscilações da ponta rotativa que provocam irregularidades
na superfície usinada.
Figura 45 - inversor
ATENÇÃO
Nunca acione o inversor assim como as alavancas da caixa Norton com o torno em
funcionamento, pode provocar sérias avarias ao equipamento.
l) Não esqueça que o trabalho deve realizado em duas fases: desbaste e acabamento.
Conforme indicação da tabela 1, ou seguindo as orientações práticas anteriormente
citadas, o desbaste deve ser realizado com menor rotação, maiores avanços e
profundidades de corte. No acabamento, eleva-se a rotação, reduz-se o avanço e a
profundidade de corte. Nesta fase o controle da dimensão é mais rigoroso, pois a medida
definitiva está próxima.
Por meio do faceamento são feitos no torno mecânico os planos dos topos das peças, os
planos transversais dos rebaixos ou os cantos vivos dos rebaixos. Em suma, o
faceamento é uma operação que permite a obtenção de superfícies planas e, sua
principal finalidade é reduzir o comprimento das peças usinadas. Os principais
procedimentos a serem adotados para executar a operação de facear corretamente e com
segurança são apresentados a seguir:
a face de uma castanha escolhida (figura 47). Este procedimento permitira que você
faça o controle das dimensão do comprimento usinado sem haver necessidade de
retirar a peça da placa.
e) Prepare-se para iniciar a usinagem com controle de material retirado. Aproxime o carro
longitudinal a uma distância adequada da face do material, de forma que o curso do carro
superior seja suficiente para a profundidade de corte pretendida. Uma vez posicionado o
carro longitudinal, trave o movimento deste apertando o parafuso trava indicado na figura
48. Este procedimento é fundamental para a precisão das medidas das peças obtidas.
Caso o carro não esteja travado, existe a possibilidade deste desloca-se durante a
usinagem inserindo um erro no valor do deslocamento da ferramenta controlado através
do anel graduado do carro superior.
Autor: Carlos Abreu Filho 45
No caso de pequenas profundidades de corte em desbaste leve, este pode ser iniciado na
periferia pelo lado do operador ou no eixo (centro) da obra como indicado na figura 50.
a) Os cuidados com relação a fixação do material na placa são os mesmos das operações
citadas anteriormente. As operações de sangrar ou ranhurar normalmente são realizadas
com a metade da rotação utilizada para torneamento cilíndrico ou faceamento, por
exemplo: se você utilizou 400RPM para a operação de cilindrar, é recomendado que
utilize aproximadamente 200 RPM nas operações de sangrar ou ranhurar. Quanto ao
movimento de avanço da ferramenta, o movimento automático deve ser evitado. O bom
senso manda que a operação seja realizada no modo manual.
c) Você deve evitar sangrar ou seccionar uma peça entre pontas. Quando houver
necessidade, seccione a peça parcialmente no torno, depois termine o trabalho com uma
serra estando o torno desligado ou mesmo, fora dele, finalmente, execute um faceamento
para uniformizar a superfície da peça.
D −d
Tg α 2 = .
2L
Onde α o ângulo total ou ângulo do vértice do cone e, α/2 é o ângulo cuja tangente é
calculada pela relação apresentada.
Considerando:
D = Diâmetro maior do cone em milímetros;
d = Diâmetro menor do cone em milímetros;
L = comprimento axial do cone, é o comprimento da linha de centro do cone dado em
milímetros.
Observe que o valor obtido a partir da relação matemática apresentada acima não é
exatamente o valor do ângulo a ser utilizado para inclinar o carro. Este valor na verdade é
o valor da tangente do ângulo desejado. Para obter o valor do ângulo, é necessário que
você consulte uma tabela de valores de tangentes de ângulos ou utilizar uma calculadora
científica.
Para facilitar sua compreensão vamos a um exemplo prático.
Suponha que você necessite realizar a superfície cônica indicada na figura55.
Autor: Carlos Abreu Filho 50
Figura 55 - Cone
α D − d 20 − 15
Tg = = = 0,166
2 2L 2L
Procura-se então na tabela trigonométrica o ângulo cuja tangente é igual a 0,1666
encontrando-se o valor igual a 9°, 29′. O ângulo calculado é exatamente o ângulo a ser
inclinado o suporte da espera.
d) Após calcular o ângulo a ser utilizado na inclinação do carro superior, o próximo passo
é preparar a máquina para produzir o torneamento cônico. Para a obtenção do valor
do RPM, utilize os mesmos critérios utilizados para torneamento cilíndrico.
portanto:
( D − d)
e=
2
sendo:
e = valor do desalinhamento a ser aplicado no cabeçote móvel em mm;
D = diâmetro maior em mm;
d = diâmetro menor em mm.
Solução:
Para calcular o valor do deslocamento basta que seja realizada a metade da diferença
entre os dois diâmetros, ou seja:
( 22 − 20)
e= = 1mm
2
Portanto, o cabeçote móvel necessita ser deslocado (desalinhado) de 1 mm para obter-se
a superfície cônica pretendida.
b.2 - Cálculo do desalinhamento para a caso do cone fazer parte de uma peça mais
comprida que este - Neste caso o desalinhamento do cabeçote móvel não pode ser
apenas igual à diferença dos raios, porque é toda a peça que tem que ficar paralela ao
curso da ferramenta.
(( D − d ).c)
e=
2L
Onde:
e = Desalinhamento
D = diâmetro maior;
d = Diâmetro menor do cone
c = Comprimento total da peça
L = Comprimento da parte cônica
Solução:
Utilizando a relação matemática indicada anteriormente temos:
fabricar uma rosca triangular é necessário que sejam observados alguns requisitos
relacionados ao sistema de padronização ao qual pertence a rosca que será usinada.
Os dois principais sistemas de padronização de roscas são os sistemas Métrico e o
sistema Inglês. Vamos conhecer as características das roscas pertencentes a cada
sistema.
a) Com relação aos cuidados para fixação na placa, estes são os mesmos já citados para
as operações anteriores, deve entretanto, ser recomendado, que na operação de
filetagem o cuidado na rigidez da fixação do material à maquina deve ser redobrado. A
qualidade final do trabalho depende fundamentalmente deste aspecto. Devido a isto,
considere sempre a possibilidade de utilizar o apoio da ponta rotativa.
d) Prepare a peça iniciar a filetagem, a ferramenta de corte não deve iniciar o trabalho no
canto vivo do topo da peça; este deve ser chanfrado de aproximadamente 45° ou
arrendado com ferramenta apropriada. Se a rosca deve ser feita até certo ponto da peça,
onde o diâmetro aumenta, deve-se prever um rebaixo para saída da ferramenta, esta
deve ter a profundidade ligeiramente maior que a altura do filete e ser mais larga que a
passo da rosca.
Autor: Carlos Abreu Filho 59
e) Quanto à ferramenta de abrir rosca, esta deve ser preparada com perfil de maneira a
produzir um filete compatível com o sistema de medidas a que pertence a rosca. Por
exemplo: A ferramenta para abertura de rosca triangular métrica terá ângulo de ponta
igual a 60° enquanto que a ferramenta para a filetagem de rosca inglesa deve ter angulo
de ponta igual a 55°.
h) Após acionar a alavanca de roscas, fique atento aos movimentos de usinagem, evite
distrações, a operação de filetagem exige concentração do operador. A partir deste ponto,
todos os movimentos devem ser automáticos, exceto o movimento de profundidade de
corte. Qualquer movimento manual na direção de usinagem tira a ferramenta do filete
Autor: Carlos Abreu Filho 61
i)O movimento de retorno da ferramenta da ferramenta deve ser feito pela inversão da
rotação da placa, porém, se que a ferramenta toque no material. Se o passo da rosca
sendo for múltiplo do passo da rosca do fuso, o retorno pode ser feito manualmente.
Aresta de corte principal (a) – É a aresta que efetivamente entra em contato com o
material a ser usinado, é conhecida também como aresta de corte lateral. Sua
importância é fundamental para a qualidade final do material usinado, durante sua
preparação ou afiação, procure produzir a aresta de corte principal como sendo uma linha
reta e sem imperfeições.
Aresta de corte frontal (b) - Tem importância secundária como removedor de material,
porém, sua posição é importante considerando o conjunto de aresta que representam a
afiação da ferramenta.
representado pelo ângulo (ϒ) conhecido como ângulo de ataque ou ângulo de saída. A
principal finalidade do ângulo de saída é direcionar para fora da região de corte o material
usinado. O valor do ângulo é tanto maior quanto menor a dureza do material usinado.
Para a usinagem do aço, o valor do ângulo de saída fica na faixa de 10 a 14°.
Ângulo de gume (β) _ É ângulo formado entre o plano de incidência da aresta principal e a
superfície de ataque. Para a usinagem do aço e ferro fundido, posiciona-se na faixa de 68
a 82°.
Você deve ter percebido que a afiação da ferramenta é definida ou “amarrada” por uma
série de ângulos que definem os planos principais e, do encontro dos planos surgem as
arestas.
Note que a aresta de corte principal, é o principal componente da afiação da ferramenta,
esta aresta é formada pelo encontro da superfície de incidência da aresta principal (c)
com a superfície de ataque.
Além dos ângulos utilizados para definir os planos da afiação da ferramenta, existem
ainda os ângulos definidos entre as principais arestas da ferramenta de corte e a
superfície do material usinado. Os principais ângulos e sua importância na usinagem
serão apresentados agora considerando as indicações da figura 69.
Ângulo de ponta (ε) – É o ângulo formado entre as arestas de corte lateral e a resta de
corte frontal (figura 65), no caso de ferramentas para torneamento cilíndrico e cônico este
Autor: Carlos Abreu Filho 64
deve ser de 90°, para as ferramentas de faceamento, o ângulo de ponta situa-se na faixa
de 75. A figura 66 indica a forma geral do ângulo de ponta das ferramentas de facear.