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CAPÍTULO 2

UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS

ARTIGO I

SALTOS ESPECIAIS

2-1. INTRODUÇÃO

a. Chamamos de salto especiais, todos os saltos que fogem as


características normais das atividades inerentes ao salto livre militar.

b. São considerados saltos especiais:


(1) Salto livre noturno
(2) Salto livre em zl aquática
(3) Salto duplo ou tandem
(4) Salto livre operacional – slop (armado e equipado)
(5) Salto livre a grande altitude
(6) High Altitude High Opening (HAHO)
(7) High Altitude Low Opening (HALO)

c. Neste artigo veremos o Salto Livre Noturno e o Salto em ZL Aquática.


O “SLOp” e o “Salto Livre a Grande Altitude” serão vistos no Capítulo 4, Art 8 –
Planejamento das Missões de SLOp.

2-2. SALTO LIVRE NOTURNO

a. Diferença do salto diurno.


(1) Não é um salto praticado com freqüência.
(2) Sensível perda da acuidade visual noturna, acima dos 5.000 ft.
(3) Carência de pontos de referência no solo.
(4) Precária percepção de profundidade, distância e velocidade.
(5) Falta de noção da velocidade na aterragem.
(6) Faixas temperaturas (principalmente nos slop a grande altitude)

b. Normas

(1) Qualificação
(a) Aluno do EMSL.
(b) Ter tido instrução e treinamento específico, até 30 (trinta) dias antes
do salto.
(c) Pode ser realizado como SLOp.

(2) EQUIPAMENTO
(a) Obrigatório:
- Todo o material previsto para um salto diurno.
- Altímetro iluminado.
- 02 (dois) pontos de luz no corpo (além do altímetro).
- Óculos claro.

(b) Facultativo:
2-1
- Bússola;
- GPS;
- Knife;
- Faca e
- Um ponto de luz diferenciado para o LÍDER.

c. Períodos de Treinamento
Cada paraquedista deve ser instruído sobre os seguintes assuntos:

(1) Procedimento de emergência (prática no equipamento suspenso);

(2) Controle em queda livre e os processos de recuperação de


estabilidade.
(3) Utilização correta dos dispositivos de iluminação.
(4) Navegação noturna.

d. Atribuições do MSL

(1) ANTES DO EMBARQUE


(a) Recordar as regras de conduta e segurança em vôo.
(b) Verificar o correto funcionamento dos dispositivos de iluminação.
(c) Verificar o correto funcionamento da sonda.

(2) ANTES DO SALTO


(a) Após LUZ VERMELHA - ordenar o acendimento dos dispositivos de
iluminação.

OBSERVAÇÕES:
(a) No briefing com o piloto, deverá ser acertado o momento exato para
que se apaguem as luzes da aeronave, de forma que NA FINAL PARA O
LANÇAMENTO, só estejam acesos os dispositivos de iluminação dos saltadores.
(b) Durante a inspeção de pessoal no solo, o MSL deverá checar todos os
dispositivos de iluminação dos saltadores.
(c) O comando de “Acender dispositivos de iluminação” será dado
pelo MSL e fiscalizado pelo seu Auxiliar, na final para o lançamento.

e. Atribuições do Aux MSL

Após a ordem do MSL para acender os dispositivos de iluminação (capacete


e instrumento), fazer a inspeção dos mesmos, verificando seu funcionamento.

f. Limite de vento
- 14 nós para adestramento.
- 18 nós para SLOP.

g. Altura de abertura SLOP


- 4.000 pés.

h. Validade
- 01 (uma) hora após o FCVN e 01 (uma) hora antes do ICMN.

i. Equipe de Terra
(1) CHEFE DA EQUIPE DE TERRA
2-2
(a) Cuidado com a preparação e o teste do material específico, como:
seta-alvo, luzes de iluminação de obstáculos, gerador ou baterias, rádio, etc ...
(b) Deve ter consigo o programa de salto e a seqüência dos paraquedistas
na equipe.

(2) TURMA DO ALVO


(a) Fornecer ao MSL, à direção e velocidade do vento.
(b) Balizar com luzes os obstáculos na área de salto.

(3) INFILTRAÇÕES SLOp (APOIO DE SOLO)


(a) Apoiada - quando existe um Comitê de Recepção infiltrado, que terá
atribuições de prestar apoio de ordem tática e técnica (segurança da ZL,
confirmação da ZL, instalação de meios auxiliares ao lançamento, confecção de
cachets de paraquedas etc.). Neste caso, o MSL de bordo receberá a informação do
vento na ZL e haverá uma seta iluminada para orientar a navegação da equipe.

(b) Às Cegas - quando não existe nenhum apoio de solo, e todas as


informações sobre as condições meteorológicas são obtidas pelo estudo
antecipado, durante o planejamento. Estas informações chegam através de rádio -
sondagens, satélites, boletins meteorológicos regionais, elementos infiltrados que
não poderão compor um Comitê de Recepção etc. Neste caso, o MSL se valerá dos
equipamentos da aeronave, de seu conhecimento sobre o terreno e do seu estudo
anterior.

(4) MISSÕES
(a) Locar a Seta - Alvo, transmitindo todas as informações meteorológicas
possíveis.
(b) Prestar socorro imediato aos acidentados.
(c) Realizar a crítica da navegação após o salto.

j. Auxílio ao lançamento
(1) Alvo-seta (Fig 2-1).
(2) Strobre-light
3
10 m

2 4
10 m

5
1 10 m
10 m

10 m

10 m
07 nós 10 nós 14 nós
18 nós
5m 5m 5m 5m

Fig. 2-1 Alvo-seta noturno


OBSERVAÇÕES: A seta indica a direção do vento. O saltador livre deve
aterrar sempre contra o sentido da SETA, (ESPETANDO-SE NELA).
2-3
k. Indicações da seta para o lançamento de pessoal (Fig 2-2)

Lâmpadas vermelhas acesas


Intensidade do vento
(na base da seta)
Nenhuma 4 nós
01 (uma) Até 7 nós
02 (duas) Até 10 nós
03 (três) Até 14 nós
04 (quatro) Até 18 nós
Fig. 2-2 Simbologia para o lançamento de pessoal

l. Impedimentos

(1) Temporário: Retira-se a cabeça da seta (Fig 2-3)

10m

10m

10m

Fig. 2-3 Impedimento Temporário

(2) Definitivo: Apaga-se toda a seta

OBSERVAÇÃO: Sempre que possível, todos os procedimentos devem ser


dobrados com auxílio do RÁDIO.

2-3. SALTO LIVRE EM ZL AQUÁTICA

a. Diferenças do salto livre no solo


(1) Não é um salto praticado com frequência.
(2) Poucas referências para o lançamento.
(3) A percepção de profundidade é difícil.

b. Normas
(1) QUALIFICAÇÕES.
- Saber nadar.
- Ter tido instrução e treinamento específico até 30 (trinta) dias antes do
salto.

(2) EQUIPAMENTO.
(a) Obrigatório
- O tirante das pernas do equipamento do paraquedas deverá ser de
soltura rápida.
- Instrumento mínimo: altímetro a prova d’água ou cronômetro a prova
d’água.
- Uso de um dispositivo de flutuação (LPU).
- Canivete, faca ou knife.

2-4
(b) Facultativo
- Nadadeiras.
- Tubo e máscara.
- Roupa de mergulho (neoprene).
- Pontos de luz à prova d’água (se o salto for noturno)
- Fumígenos preso ao pé do líder, etc.

OBSERVAÇÃO - O paraquedas a ser utilizado para o salto deverá ser o mais


antigo em uso (próximo do fim do tempo de vida útil). Antigamente, os saltos em ZL
aquáticas eram realizados sem DAA, para que os mesmos não fossem danificados.
Atualmente, com a utilização do Cypres Militar 2, todos os saltos em ZL aquáticas
utilizam o Cypres Militar 2.

c. Período de treinamento
(1) Treinamento no equipamento suspenso.
(2) Fases para a desequipagem:

(a) Realizar os três checks;


(b) Acionar o LPU;
(c) Desligar o stevens system;
(d) Ao tocar na água, desconectar; e
(e) Abandonar o equipamento.

d. Atribuições do MSL
(1) ANTES DO EMBARQUE.
(a) Recordar as regras de conduta e segurança.
(b) Recordar os procedimentos de:
- Emergência;
- Desequipagem;
- Utilização dos dispositivos de flutuação; e
- Composição das duplas (cangas).

(c) Inspeção dos equipamentos especiais dos saltadores

e. Limite de vento
- 18 nós

f. Altura mínima de abertura


- 3.000 pés - adestramento
- 4.000 pés - SLOp

g. Equipe de Terra

(1) CHEFE DA EQUIPE DE TERRA


Cuidados com o material específico
(a) barcos
(b) fumígeno
(c) rádio
(d) faixa sonda
(e) rádio terra-avião

(2) TURMA DE ALVO


(a) Deverá lançar o fumígeno flutuante pelo menos 01 (um) minuto antes
do lançamento.
2-5
(3) TURMA DE SALVAMENTO
(a) Barcos - 01 (um) para cada saltador de uma equipe, mais 01 (um) de
segurança.
(b) Guarnição mínima por barco - 01 (um) homem da equipe de terra mais
01 (um) salva-vidas.
(c) Responsável pelo recolhimento dos saltadores e dos paraquedas.

(4) MISSÕES DA EQUIPE TERRA


(a) Locar o fumígeno flutuante, transmitindo todas as informações
meteorológicas possíveis, se for o caso;
(b) Recolher, o mais rápido possível, os paraquedas dos saltadores;
(c) Prestar socorro imediato aos acidentados; e
(d) Realizar a crítica da navegação após o salto.

h. Auxílios ao lançamento

(1) Sonda (Normal)


(2) Fumígeno flutuante

legenda: Fig. 2-4 Salto em ZL aquática


1- Fumígeno flutuante
i.2- Impedimentos
Turma de salvamento
(1) TEMPORÁRIO
- Informa pelo rádio.

(2) DEFINITIVO
- Informa pelo rádio.

2-6
2-4. SALTO DUPLO OU TANDEM
a. Introdução
(1) O salto com passageiro (duplo ou TANDEM) consiste de uma atividade
realizada por 01 paraquedista experiente e formado Tandem Pilot, que utiliza um
equipamento específico para o salto duplo, com grande capacidade de carga.

(2) Os equipamentos para saltos com passageiros foram desenvolvidos


pelas empresas americanas “RELATIVE WORKSHOP”, “SSP RACER” e “STRONG
CENTER PROSES”, e pela francesa “PARCHUTE DE FRANCE”.

b. Definições

(1) PILOTO DE SALTO DUPLO (OU TANDEM) - É o paraquedista que


tenha concluído com aproveitamento o estágio específico, estando habilitado a
realizar o salto duplo com pessoal ou carga, utilizando equipamento homologado.

(2) PILOTO DE CARGA - É o paraquedista que tenha concluído com


aproveitamento o estágio específico, estando habilitado a realizar o salto duplo com
carga (bundle), utilizando equipamento homologado.

(3) SALTO DUPLO OPERACIONAL COM PESSOAL - É a técnica de


infiltração na qual um piloto TANDEM leva como passageiro, em um único
equipamento, elemento não saltador livre, integrante de uma fração operacional, no
cumprimento de determinada missão.

(4) SALTO DUPLO OPERACIONAL COM CARGA - É a técnica de


infiltração na qual um piloto TANDEM ou piloto de carga, transporta uma carga em
fardo, que poderá aterrar conectada a ele ou ser liberada após a abertura do
paraquedas principal e aterrar com paraquedas próprio. (Fig. 2-5)

2-7
Fig. 2-5 Salto duplo operacional com carga
(5) SALTO DUPLO DE DEMONSTRAÇÃO COM PESSOAL - É a técnica de
infiltração na qual um piloto TANDEM leva como passageiro, em um único
equipamento, elemento não saltador livre, com a finalidade de divulgar a atividade
de salto livre e as possibilidades técnicas da Bda Inf Pqdt.

(6) PASSAGEIRO DE SALTO DUPLO - É um elemento saltador livre ou não,


voluntário ou, quando imposto pela missão, escalado a realizar um salto duplo com
piloto TANDEM, utilizando um único paraquedas principal e reserva.

c. Prescrições Diversas
(1) A formação de piloto TANDEM na Bda Inf Pqdt não habilitará o saltador a
realizar a atividade no paraquedismo civil.
(2) Todos os passageiros, saltadores livres ou não, empregados na formação
e adestramento dos pilotos TANDEM serão voluntários.
(3) Os passageiros empregados em missões reais e exercícios táticos serão
escalados por seu Cmt imediato.
(4) É proibida a utilização dos equipamentos de salto duplo, por elementos
não habilitados como piloto TANDEM ou piloto de carga.
(5) É proibida a realização de trabalho relativo de velame com paraquedas
de salto duplo.

(6) É proibida a realização de trabalho relativo na prática do salto duplo com


pessoal ou carga.

(7) No preenchimento do PQ-2, deverá ser identificado no campo Nr 24 –


OBSERVAÇÕES, o piloto, o passageiro e o tipo de pára-quedas (T-10AC), se for o
caso da carga.

ARTIGO II

SONDA

2-5. FINALIDADE

Verificar o desvio que os ventos de camada e solo provocarão no saltador.

OBSERVAÇÃO: O SLOp é caracterizado pela ausência de sonda, alvo e


biruta.

2-8
2-6. CONFECÇÃO

a. Para a confecção da sonda utiliza-se uma faixa de papel crepon, com


segmentos de cores contrastantes com o terreno, medindo 5,60m de comprimento
por 0,24m de largura, com um lastro (vergalhão de 5/32”Ø) de 20g em uma das
extremidades, e possuindo um peso total de 80g (Fig. 2-6).

PAPEL CREPON

1/2 FOLHA DE VERGALHÃO


TESOURA FITA CREPE
JORNAL 5/32

Fig. 2-6 Material para a confecção da sonda


b. Confeccione 02 (dois) rolos de papel crepon com lastro. Cada rolo deverá
ter 03 (três) cores contrastando entre si. (Fig. 2-7)

48 cm
24 cm 24 cm
PAPEL CREPON

5,60m 5,60m

VERGALHÃO 5/32”

LASTRO 20 g 20g LASTRO 20 g


PESO TOTAL 80 g PESO TOTAL 80 g

Fig. 2-7 Confecção inicial da sonda

c. Corte 02 (dois) pedaços de papel jornal e comece a enrolar com um


destes pedaços um dos rolos de papel crepon. Próximo do término, utilize o outro
pedaço de jornal para enrolar os dois rolos de crepon e restará apenas uma

2-9
sonda. Cole a fita adesiva para fechar o invólucro de forma a utilizá-la como alça.
(Fig. 2-8)

Fig. 2-8 Confecção final da sonda

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