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Moradores

reclamam de
vazamento de
água em JP
Cidades 4
4 | QUARTA 21, MAIO, 2014 EDITORA: NATÁLIA XAVIER

CulturaDigital
Ricardo Oliveira
Linha direta com a coluna: culturadigital@jornaldaparaiba.com.br
UFPB estuda nanofibras
Pesquisa pode trazer benefícios para tratamentos de queimados e enxerto ósseo
O PROFETA RUBIK F: A E
Phillipe Xavier pelo pós-doutor e professor do chamada nanotecnologia em “Com as nanofibras, é pos-
Departamento de Engenharia polímeros (espécie de plástico) sível, entre outras coisas, reves-
Partículas mínimas que de Materiais da Universidade biodegradáveis produzida por tir queimaduras por meio da
promovem grandes resultados. Federal da Paraíba (UFPB) Eli- alunos da graduação e da pós- formação de tecidos especiais
A elaboração de projetos cujo ton Medeiros, não foge à regra, -graduação de diferentes cursos que melhoram o processo de
foco são as nanotecnologias principalmente por conta do pode ser responsável por con- cicatrização”, explica. “Elas tam-
vem obtendo amplo destaque caráter inovador. sideráveis avanços na área da bém podem ser incorporadas a
entre acadêmicos. E uma des- De acordo com ele, em- saúde, inclusive na produção medicamentos que seriam len-
tas iniciativas, desenvolvida bora esteja em fase inicial, a de remédios. tamente liberados na área com
ferimento, melhorando, assim,
Conta-se que o professor de design Ernõ Rubik se inspirou o quadro economizando dinhei-
no fluxo do rio Danúbio, em Budapeste, para criar a lógica do seu ro”, acrescenta.
famoso cubo mágico. O quebra-cabeça colorido, que chegou aos Além de auxiliar no trata-
40 anos nesta semana, foi homenageado pelo Google em uma mento de queimados, Medeiros
ótima versão digital em um dos seus Doodles.
O cubo de Rubik é uma metáfora bem adequada para a co-
comenta que as nanofibras são
municação social de hoje em dia, em quaisquer das disciplinas matérias-primas totalmente
possíveis. Na publicidade ou jornalismo, tudo começou com uma viáveis para a produção de te-
comunicação direta, linear, de um único plano. Um quadrado, uma cidos ósseos em laboratórios.
dimensão. Estão nesse prelúdio o jornalismo impresso, os carta- “Com isso, não seria mais ne-
zes, os canais que são de compartilhamento difícil e de pouca cessário fazer cirurgias de re-
complexidade tecnológica.
A seguir, a quantidade de mídias começa a crescer. Na metade
tirada de um pedaço de osso
do século 20 já tínhamos jornais, rádios, canais de TV, cinema e a para implante em outra parte
progressão dessas mídias aumenta a complexidade da comunica- do corpo – o enxerto ósseo”,
ção. Uma marca precisa começar a pensar em anunciar em todos menciona, fazendo questão de
esses formatos, para alcançar o público em diferentes momen- frisar o caráter multidiscipli-
tos e locais. Empresas de jornalismo vão se tornando grupos de nar do projeto. “As habilidades
mídia, que agregam múltiplas empresas de comunicação. É uma
comunicação-cubo, ainda com o compartilhamento travado. São
aprimoradas vão desde os co-
6 faces, cada uma com sua comunicação linear, plana, com uma nhecimentos fundamentais da
complexidade intermediária. nanotecnologia até noções de
A Internet e a sua navegação (no rio Danúbio?) traz à comuni- engenharia de materiais, quí-
cação o universo de múltiplas cores, possibilidades e dimensões mica, odontologia, biologia e
do cubo de Rubik. Sua progressão foi em torno da convergência medicina”, complementa.
de mídias em dispositivos. No livro "A Cultura da Convergência"
(2009), Henry Jenkins menciona a ideia de caixa preta: o Playsta-
Patenteada no Brasil e nos
tion 3 ou os smartphones agregam todas as mídias. TV, cinema, Estados Unidos, a técnica de
rádio, imprensa, podcasts, videocasts estão remixados ali, tendo produção destes polímeros tem
como figura central o consumidor de informação. Ele reposiciona chamado a atenção por conta
as faces desse cubo para onde quiser, para o lado que deseja mais 230925
da publicação frequentemente
se aprofundar agora. em periódicos da área e divul-
A cultura de fãs, o entretenimento casual, a informação factual
ou a educação são os vetores deste ser humano do século 21 em
gação em congressos, tanto na-
sua conexão de rede. Seus interesses se revelam na complexida- cionais quanto internacionais.
de transmidiática e se resumem no cubo de Rubik, que completa Contudo, segundo o professor,
40 anos e previu o futuro. São 43 quintilhões de combinações até que o projeto possa ser apro-
possíveis no cubo - e nas mídias? veitado pelo mercado, existe um
longo caminho a ser percorrido,
PODPESQUISA REVELA PÚBLICO DE principalmente em relação ao
aprimoramento dos produtos.
PODCASTS “Todo pesquisador quer ver
F: D sua pesquisa no mercado. No
entanto, nem sempre é possí-
vel, por falta de transferência de
tecnologia”, ressalta. “Além dis-
so, entre a concepção e comer-
cialização de um produto, são
necessários vários anos, prin-
cipalmente quando animais ou
humanos são envolvidos. Nesse
O formato podcast cresce em ritmo mais lento que os
vlogs do YouTube, mas está presente no Brasil com bas- caso, é preciso fazer vários tes-
tante força há quase 10 anos, adaptando o rádio para a tes, de forma muito criteriosa,
Internet na lógica on demand. O Nerdcast, do site Jovem antes que qualquer produto
Nerd, é notadamente conhecido como o programa mais possa ser vendido”, conclui.
popular, chegando a mais de 200 mil "plays" por semana. DIFICULDADES
Alguns podcasters brasileiros se organizaram para a se-
Mesmo com o apoio de ins-
gunda edição da Podpesquisa, que busca entender quem
é e quais são as impressões do público sobre o que é pro- tituições do Brasil e do mundo,
duzido. Alguns dados: entre quase 17 mil que responde- o projeto enfrenta dificuldades,
ram, a maioria ouve podcast há no máximo 2 anos, o que conforme o professor Eliton Me-
indica um número crescente de novos ouvintes; 80% são deiros. “Uma delas é a falta da
homens e tem 25 anos em média; 54% é universitário e carreira de pesquisador no Bra-
valoriza humor, entretenimento e cultura pop como assun-
sil. Não se contrata um pesqui-
tos de maior interesse. Pesquisa completa em http://po-
dpesquisa.com.br. sador e sim um professor. Isso
nos deixa de mãos atadas, pois
além da pesquisa, normalmente
SIMULE A BALIZA F:D
temos que ministrar muitas au-
las semanais e enfrentar outras
burocracias inerentes à carreira
acadêmica”, reclama.
Medeiros aponta ainda
como outro ponto crítico para a
expansão das atividades a falta
de uma fundação que apoie as
ações dos envolvidos. “As fon-
tes de financiamento das quais
A startup paraibana ThinkBox lançou o jogo VRUM Simulado dispomos são basicamente o
para tablets e smartphones Android. O simulador é focado em Conselho Nacional de Desen-
ensinar o jogador a aprender as regras de trânsito do Brasil, volvimento Científico e Tecno-
como um complemento ao que é ensinado nas autoescolas. A ex- lógico (CNPQ), a Coordenação
periência permite simular balizas, estacionar na garagem, entre de Aperfeiçoamento de Pessoal
outras dinâmicas aplicadas na prova prática do Detran para a
obetenção da CNH. O app está em versão beta e é gratuito para
de Nível Superior (Capes) e a Fi-
um teste de 60 minutos, podendo ser usado livremente caso o nanciadora de Estudos e Proje-
usuário seja aluno de uma das autoescolas parceiras. Mais deta- tos (Finep)”, lamenta. (Especial
lhes em www.vrumsimulado.com.br. para o Jornal da Paraíba)
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