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TEXTO 1
QUESTÃO No 02
Considerando a estrutura sintática e aspectos gramaticais do texto, indique
a alternativa INCORRETA.
a) O período "Quando terminou o estoque de pó estelar, o planeta parou de
crescer e começou a esfriar." é composto por subordinação e coordenação.
b) O adjetivo "estelar" corresponde à locução adjetiva de estrela.
c) Na oração "... a Terra acabou por criar uma massa extremamente quente." o
superlativo absoluto analítico é expresso por meio do advérbio
"extremamente."
d) Na oração "... todos os vegetais são capazes de uma mágica.", o sujeito
"todos os vegetais" pode ser substituído por todo vegetal sem alteração do
sentido da frase.
e) Na oração "Vivemos, portanto, em uma casquinha de maçã, a crosta
terrestre..." a conjunção grifada expressa uma idéia de conclusão.
TEXTO 2
SEGURA A ONÇA QUE EU SOU CAÇADOR DE PREÁ
(José Cândido de Carvalho)
Não passava de um modesto caçador de preá. Era Bentinho Alves, dos Alves de Arió do
Pará. Em dia de semana gastava os olhos no pilulador da Farmácia Brito. Em tempo de feriado
consumia as vistas no rasto dos preás. Até que resolveu caçar bicho de maior escama:
- Comigo agora é na onça! Ou mais que onça! Na tal da pantera negra.
Foi quando deu em Arió do Pará um doutor de erva aparelhado para fazer os maiores
serviços de mato adentro. Mediante uns trocados, o curandeiro botava macaco para desgostar de
banana e tamanduá correr com perna de coelho. Bentinho, exagerado, mandou que o especial em
erva preparasse simpatia capaz de fazer morrer na pólvora de sua espingarda as caças mais grossas,
coisa assim no montante de uma capivara de banhado ou uma onça das mais pintadas. E no ardume
do entusiasmo:
- Ou mais! É aparecer e morrer.
O curandeiro tirou uma baforada do covil dos peitos e mandou que Bentinho largasse no
rodapé do arvoredo mais galhoso uma figa de guiné de sociedade com fumo de rolo e pó de unha
de tatu. Bentinho não fez outra coisa. E montado nessa simpatia, uma quinzena adiante, o aprendiz
de botica entrava no mato. E bem não tinha dado meia dúzia de passos já o trabalho do curandeiro
fazia efeito na forma de uma onçona de três metros de barriga por quatro de raiva. Bentinho, diante
daquela montanha de carne e pêlo, largou a espingarda para subir de lagartixa pelo primeiro pé de
pau que encontrou na alça de mira. E enquanto subia Bentinho falava para Bentinho:
- Curandeiro exagerado! Isso não é onça para aprendiz de farmácia. Isso é onça para doutor
formado. Ou mais!
E voltou para sua caça miúda de preá.
TEXTO 3
O AMIGO DA ONÇA
(Antônio Paulo Pavone)
Entreacordado, o magnífico felino espreguiça-se no chão da floresta, prestes a despertar do
sono induzido por um dardo tranqüilizante. Os inquietos olhos da canguçu ("cabeça grande", no
dizer indígena) já conseguem observar o movimento dos pesquisadores ao redor. É uma fêmea
enorme e saudável de onça-pintada (Panthera onca), agora pronta para ser monitorada. O radiocolar
em seu pescoço causa algum desconforto, mas vai servir para defendê-la da morte precoce. A tarefa
está cumprida.
( ... )
Peter Cranshaw, 49 anos, é o introdutor da biologia da conservação em terras brasileiras.
Ele já percorreu incontáveis florestas e fazendas, a pé e de ultraleve, colocando radiotransmissores
em animais selvagens, estudando seus hábitos e, enfim, criando estratégias para protegê-los de seu
único e temível predador - o homem.
QUESTÃO No 03
Nos textos 2 e 3 há diferença na abordagem da relação do homem com o
meio ambiente, o que se expressa na seguinte alternativa:
a) No texto 3, ações como "espreguiça-se", "conseguem observar" revelam, aos
poucos, como protagonista, a onça; já no texto 2, o narrador apresenta, pela
frase inicial, o caçador como personagem principal.
b) "Durante três milhões de anos, vimos tentando proteger o homem contra o
meio ambiente. Agora já é tempo de começarmos a proteger o meio ambiente
contra o homem."
c) "Todos querem voltar à natureza, mas ninguém quer ir a pé."
d) "Interessa à sociedade capitalista a preservação da natureza apenas como
matéria-prima, para prolongar ao máximo a exploração dos recursos naturais."
e) "Até hoje os índios mantiveram intacta a selva amazônica que nós passamos
logo a profanar e a destruir para sempre."
QUESTÃO No 04
Considerando a estrutura do texto 2, marque a alternativa INCORRETA.
a) Trata-se de uma narrativa em que se permite identificar a estrutura mais
comum desse tipo de texto: apresentação, complicação, clímax e desfecho.
b) O tempo verbal que predomina na apresentação é o pretérito imperfeito.
c) Caso Bentinho fosse personagem-narrador, o texto deveria ser narrado em
primeira pessoa.
d) A frase inicial do texto apresenta o protagonista por meio de uma afirmação
que se comprova ao longo da narrativa.
e) O texto é uma narrativa dialogada, o que se comprova pelo uso dos
travessões que indicam mudança do falante.
TEXTO 4
QUESTÃO No 05
Com relação aos elementos destacados no texto, marque a alternativa
CORRETA.
a) As palavras "raciocinar" e "racionar", embora tenham o mesmo radical, têm
significados diferentes.
b) O acento gráfico da letra i nas palavras "raciocínio" e "juízos" justifica-se pela
mesma regra de acentuação.
c) Na frase "... um bando de vaga-lumes ainda lhe escreveu..." a concordância
verbal só pode ser feita com o coletivo "bando".
d) As ocorrências da vírgula no primeiro parágrafo justificam-se pelo mesmo
motivo: isolar o vocativo.
e) Além de uma relação sinonímica, as palavras "Razão", "Causa" e "Motivo" têm
o mesmo radical.
TEXTO 5
AS ESTAÇÕES PERPLEXAS
(Cecília Meireles)
Naturalmente, por culpa desses engenhos clandestinos que gregos e troianos estão atirando
ao espaço, as estações se equivocaram e o Inverno, de barbas brancas, insiste com a Primavera em
que o seu tempo ainda não passou, enquanto a Primavera, com suas coroas desmanchadas, vê
avançar o Verão, de roupas de fogo, e não sabe o que fazer de flores e pássaros.
As estações perplexas, mas bem educadas, apresentam suas razões com bons modos, não
por desejarem estar no cartaz, mas pela disciplina do próprio ofício. Elas, antigamente, executavam
suas danças com grande acerto e, enquanto uma andava no primeiro plano, com seus véus e outros
acessórios, as outras, com muita elegância evoluíam em planos sucessivos, esperando o momento
de se apresentarem, com todo o seu brilho e poder.
Mas com os tais engenhos que perfuram o espaço, embora tão miseráveis, em relação ao
universo como um espinho no pé de um elefante, creio que sempre há distúrbios: e só assim me
parece explicável que neste mês de novembro possamos ainda trazer roupas de lã.
Pelo jardim há numerosos estragos. As plantas andam meio loucas: gardênias que
costumam desabrochar em dezembro, abriram repentinamente em outubro e agora estão secas e
caem melancolicamente, querendo ainda conservar o perfume e o aveludado nas pétalas queimadas.
Qualquer flor que aparece, por saber que estamos na primavera, vem o vento e a desfolha, vem o
frio e a faz murchar, vem a chuva e arrasta-a para o chão. Que aconteceu? pensam as flores. (Sim,
porque as flores pensam). E logo desaparecem, tristes. (Porque as flores também entristecem).
Quanto aos passarinhos, nesta região de sabiás e pardais, pintassilgos e cambaxirras, nesta
região onde, o dia inteiro, o ar está cheio de pios, de cantos, de lamentos, de beijinhos d'água e
risadinhas verdes e azuis, os passarinhos não sabem mais onde fazer seus ninhos e, por acharem tão
fria esta primavera, abandonam as árvores de ar condicionado e metem-se pelo vão das telhas e
pelos canos dos aquecedores.
Quanto aos pobres humanos, uns andam com gripes invernais muito prolongadas, outros
não sabem o que fazer do seu belo guarda-roupa de verão. Todas as manhãs, olha-se para o céu:
onde estamos? Na Holanda? Em Paris? Na Suíça? Vem o vento ríspido misturar os nossos papéis,
sacudir as trepadeiras, estremecer as portas e distribuir lumbagos e torcicolos. A lama respinga por
toda a parte. Nunca se sabe se o pé vai entrar numa poça ou num bueiro... E a primavera,
Primadona, espera no seu camarim, um pouco rouca, enquanto gregos e troianos jogam para o alto
seus engenhos, que valem palácios, museus, hospitais, universidades, teatros, pacíficas habitações
terrenas que seriam felizes com um pouco de graça e amor.
QUESTÃO No 06
"As estações perplexas, mas bem educadas, apresentam suas razões (...)"
Sem prejuízo de sentido, a palavra sublinhada acima pode ser substituída
por:
a) obstinadas.
b) vitalícias.
c) intransigentes.
d) atônitas.
e) indisciplinadas.
QUESTÃO No 07
QUESTÃO No 08
"Mas com os tais engenhos que perfuram o espaço, embora tão miseráveis
em relação ao universo como um espinho no pé de um elefante, creio que sempre
há distúrbios (...)"
A melhor interpretação para essa passagem é:
a) Os satélites artificiais, apesar de pequenos, facilitam a comunicação em toda a
Terra.
b) Os engenhos espaciais, embora de proporções reduzidas, causam danos
incalculáveis à natureza.
c) Os aparelhos modernos, lançados ao espaço, são essenciais para o
desenvolvimento do mundo.
d) As máquinas voadoras, ainda que minúsculas, provocam disputas entre os
países mais desenvolvidos.
e) Os engenhos espaciais, mesmo os pequenos, concorrem para o
aperfeiçoamento das previsões meteorológicas.
QUESTÃO No 09
A autora atribui, com freqüência, qualidades e comportamentos humanos
às estações do ano (= personificação).
NÃO apresenta um caso de personificação a seguinte passagem:
a) "Que aconteceu? pensam as flores. E logo desaparecem, tristes."
b) "E a Primavera, Primadona, espera no seu camarim, um pouco rouca."
c) "As estações perplexas, mas bem educadas, apresentam suas razões com
bons modos (...)"
d) "(...) uns andam com gripes invernais muito prolongadas, outros não sabem o
que fazer do seu belo guarda-roupa de verão."
e) "(...) a Primavera vê avançar o Verão, de roupas de fogo, e não sabe o que
fazer de flores e pássaros."
QUESTÃO No 10
A opção que melhor expressa a mensagem do texto é:
a) O equilíbrio ecológico seria restabelecido, se os homens usassem os recursos
financeiros de que dispõem em pesquisas meteorológicas.
b) As estações do ano teriam permanecido disciplinadas, se os homens não
perturbassem a Terra com os satélites artificiais lançados ao espaço.
c) A humanidade seria mais feliz se os recursos gastos com artefatos espaciais,
que comprometem o equilíbrio ecológico, fossem aplicados em prol do bem-
estar do próprio homem.
d) A humanidade seria mais respeitada, se os recursos financeiros usados na
fabricação de armas nucleares fossem aplicados em prol dos países
castigados pelas intempéries.
e) A realização dos sonhos de grandeza de alguns países, embora cause
distúrbios à natureza, beneficia a humanidade, promovendo seu
desenvolvimento sócio-econômico-cultural.