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CAROLINE ROCHA COSTA

REDISCUSSÃO DAS QUESTÕES DA RELAÇÃO ENTRE CORPO E


ALMA A PARTIR DO FÉDON PLATÔNICO

Monografia apresentada ao Curso de


Licenciatura Plena em Filosofia, da
Universidade Federal do Piauí - UFPI, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Licenciada em Filosofia.

Orientador: Dr. Antoninho Alfredo.

CASTELO DO PIAUÍ

2020

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Dedico este trabalho à minha mãe Teresinha da Silva
Rocha, sem a senhora nada seria possível. Dedico-lhe
com todo amor e admiração

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AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus Pai todo Poderoso, por nos permitir sentir sua
essência em todos os seres vivos e aos meus mentores espirituais que sempre me guiaram.
Agradeço especialmente a minha mãe Teresinha, que sempre batalhou para nos dar tudo de
que precisávamos, obrigada por sempre me incentivar, pelo amor e por todos os
ensinamentos. Ao meu irmão Railton Costa e padrasto Leonardo Batista, sem vocês não teria
como marcar presença nas aulas presenciais e por outras coisas mais. Agradeço aos meus tios
(as) Sebastião Machado, Francisco Machado, Mateus Machado e Maria José que sempre me
apoiaram e ajudaram quando precisei. Ao meus avós Francisca Pereira e José Machado.
Agradeço também aos meus primos e amigos Quézia Soares, Nilmaura Santos, Daniel
Vicente, Claudio Rocha, Cleidiane Rocha (Baby), Thalia Costa, Taís Costa, Ida Rocha,
Ionaira Rocha e Isa Rocha que sempre me ajudaram direta e indiretamente. A minha nova tia
Elsimira Oliveira que aceitou fazer parte deste trabalho acadêmico. A todos vocês, familiares
e amigos que sempre me apoiaram e me fizeram crescer como ser humano e profissional.
Tenho um amor enorme por cada um de vocês.
A todos os professores que marcaram minha vida acadêmica: Ensino Fundamental:
Fátima Rocha, João Lennon e Marinete Ibiapina; Ensino Médio: Orleide Maia, Desterrinha
Oliveira, Luís Paulo e Aristeu Paixão; Ensino Superior: Gleison Lima, Marcio Morais,
Marcos Amorim e orientador Antoninho Alfredo pela paciência e ensinamentos.

Meu muitíssimo obrigada a todos!

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Estar morto consiste nisto: apartado da alma e separado
dela, o corpo isolado em si mesmo; a alma, por sua vez,
apartada do corpo e separada dele, isolada em si mesma.
Platão

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RESUMO

A obra Fédon é baseada no diálogo entre Sócrates e seus discípulos no dia de sua morte
(Sócrates foi sentenciado à morte por envenenamento com cicuta). O diálogo em Fédon deixa
claro as seguintes questões: a) libertação da alma consiste na morte do corpo; b) aponta-se que
o sensível após a morte, por consequência, acaba se decompondo e o inteligível continua
intacto, perfeito e imortal; e c) a reminiscência da alma, ou seja, uma vaga lembrança que
alma tem de uma vida passada em outros lugares antes de habitar um novo corpo. Percebe-se
portanto, que a relação existente entre corpo e alma não é harmoniosa, o corpo não está livre
de vícios, desejos, sentimentos negativos e, consequentemente a alma sofre com isso, pois
enquanto há vida no físico ela se encontra presa, como um só. A relação existente entre corpo
(mortal) e alma (imortal) no diálogo entre Sócrates e seus discípulos na obra Fédon de Platão
é curiosa. Na obra, quando a alma não está presa à forma humana é imortal, sábio e divino. O
físico é considerado o carcereiro da alma porque sua fragilidade corporal e intelectual pode
afetar a pureza dela e quando se tem consciência disso ele é visto como seu carcereiro.

Palavras-chave: Corpo. Alma. Morte. Reminiscência.

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ABSTRACT

Phaedo’s work is based on the dialogue among Socrates and his disciples on the day of his
death (Socrates was sentenced to death for hemlock poisoning). The dialogue in Fédon makes
clear the following issues: a) liberation of the soul consists of the death of the body; b) it is
pointed out that the sensitive after death, consequently, ends up decomposing and the
intelligible keeps intact, perfect and immortal; and c) the reminiscence of the soul, in other
words, a vague memory that the soul has of a past lived in other places before inhabiting a
new body. It is clear, therefore, that the relationship between the intelligible and the sensitive
is not harmonious, the body is not free from addictions, desires, negative feelings and,
consequently, the soul suffers from it because while there is life in the physical, it is trapped
as one. The relationship between body (mortal) and soul (immortal) in the dialogue with
Socrates and his disciples in Plato's Phaedo work is incredible and curious. In Phaedo’s work,
when the soul is not prisoned in the human form, it is immortal, wise, and divine. The
physical is considered as the jailer of the soul because his bodily and intellectual fragility can
affect its purity and when he is aware of it, he is seen as his own jailer.

Keywords: Body. Soul. Death. Reminiscence.

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 10
CAPÍTULO I: VIDA, FILOSOFIA E OBRAS ........................................................................ 12
1.1. Vida e filosofia de Sócrates ........................................................................................... 12
1.2. Vida e obras de Platão ................................................................................................ 13
CAPÍTULO II: RELEITURA DA OBRA FÉDON ................................................................. 15
2.1. Relação entre corpo e alma ............................................................................................ 15
2.2. O corpo como cárcere da alma ................................................................................... 16
CAPÍTULO III: O PÓS MORTE ............................................................................................. 19
3.1. A salvação da alma pela filosofia .................................................................................. 19
2.2. A reminiscência da alma ............................................................................................ 21
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 23
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 24

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INTRODUÇÃO

A obra platônica que será rediscutida nesta monografia é Fédon. Pretende-se


rediscutir a relação entre corpo e alma. Onde almeja-se apontar os principais argumentos
usados por Sócrates para explicar a relação entre corpo e alma na obra de Platão. O diálogo
acontece entre Fédon e Equécrates em Flionte, onde pede-se que Fédon explique
detalhadamente o que Sócrates falou no dia de sua morte.
A obra Fédon é baseada no diálogo entre Sócrates e seus discípulos no dia de sua
morte (Sócrates foi sentenciado à morte por envenenamento com cicuta). Esta obra, discorre
sobre a imortalidade da alma tendo o corpo como sua prisão. O diálogo em Fédon deixa claro
as seguintes questões: a) libertação da alma consiste na morte do corpo; b) aponta-se que o
sensível após a morte, por consequência, acaba se decompondo e o inteligível continua
intacto, perfeito e imortal; e c) a reminiscência da alma, ou seja, uma vaga lembrança que
alma tem de uma vida passada em outros lugares antes de habitar um novo corpo.
Entende-se, portanto que a problemática escolhida pretende explicar a relação entre
corpo e alma. Percebe-se, que a relação existente entre o inteligível e o sensível não é
harmoniosa, o corpo não está livre de vícios, desejos, sentimentos negativos e,
consequentemente a alma sofre com isso, pois enquanto há vida no físico ela se encontra
presa, como um só. Os dois têm essências diferentes, mas um está preso ao outro, incapaz
assim, de ser livre do que o prende e o impossibilita de sua divindade natural. Argumenta-se
também na obra Fédon, que a alma não só é imortal como também existia muito antes de
encarnar em um corpo.
O objetivo geral que se pretende alcançar nesta monografia é: analisar a relação
existente entre corpo (mortal) e alma (imortal) no diálogo entre Sócrates e seus discípulos na
obra Fédon de Platão. Já os objetivos que se pretende alcançar de modo específicos, são: 1)
explicar a relação entre corpo e alma; 2) a imortalidade da alma; e 3) examinar o corpo como
cárcere da alma. Os questionamentos que podem ter surgido aos objetivos desta monografia
são: qual área da filosofia este tema se encaixa? E qual é a especialização dessa área? Sabe-se
sobretudo, que a obra Fédon trata a questão do ser sensível e inteligível. O que significa que a
área do saber que trata sobre esta questão e que procura explicar o ser e todos os seus
derivados é a metafisica.
A finalidade desta monografia é explicar a relação entre ambos (corpo e alma)
através da perspectiva de Platão. É por meio desse ponto de vista, que o corpo é tratado como
cárcere da alma, um ser que quando não está preso à forma humana é imortal, sábio e divino.
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O físico é considerado como carcereiro porque sua fragilidade corporal e intelectual pode
afetar a pureza dela e quando se tem consciência disso ele é visto como seu carcereiro. Os
métodos deste estudo são os seguintes: a) hermenêutico, que consistirá na análise e
interpretação das obras fundamentais e complementares para o estudo; b) o bibliográfico, que
consistirá essencialmente na escolha e estudo de obras, artigos, ensaios, dissertações, etc.

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CAPÍTULO I: VIDA, FILOSOFIA E OBRAS

Este Capítulo irá tratar da vida e filosofia de Sócrates, assim também como vida e
obra de Platão. Em primeiro momento se falará de Sócrates, desde seu nascimento a sua
injusta morte. Logo em seguida será apresentado vida e obra de Platão.

1.1. VIDA E FILOSOFIA DE SÓCRATES

A pergunta que não quer calar é: por que falar sobre vida e obra de Sócrates se a obra
Fédon é escrita por Platão? Bom, há uma resposta plausível e lógica para essa dúvida. Sabe-se
que Platão escreveu várias obras sobre a filosofia de Sócrates. Então o justo é falar sobre sua
vida e como tudo surgiu. Afinal, Sócrates é o motivo do sucesso de Platão, já que a maioria de
suas obras deixam claro que as ideologias são somente de Sócrates. Muitos historiadores da
filosofia não sabem distinguir até que ponto o pensamento é originário de Platão ou de
Sócrates.
Precisa-se falar de Sócrates porque ele foi a inspiração da obra Fédon, é claro que o
mesmo não escreveu, mas se seus feitos e diálogos não tivessem o levado até ali, esta obra
não existiria, o que significa que provavelmente ninguém saberia sobre a imortalidade da
alma e o corpo como carcereiro. É evidente que se Sócrates não tivesse sido sentenciado a
morte e esse diálogo não fosse realmente dele e sim de Platão, em alguma obra ele escreveria
sobre, mas não da mesma maneira e com o mesmo fundamento.
Reale (1990, p.85) diz que Sócrates nasce em 470/469 a.C. na cidade de Atenas. Seu
pai era escultor e sua mãe era parteira. Seu método de ensinar filosofia era diferente dos
outros filósofos. Sócrates não fundou nenhuma escola, realizando assim seus ensinamentos
em locais públicos (praças públicas e em outros lugares), ao longo desses ensinamentos ele
conquistou diversas inimizades, mas também diversos admiradores. Sócrates não escreveu
nenhuma obra ou carta, sua mensagem ficou conhecido pela transmissão de sua palavra e
através de sua dialética, ou seja, um caminho entre as ideias. Sócrates também ficou
conhecido através de seus discípulos (Aristóteles, Xenofonte e Platão), que escreveram várias
obras sobre sua filosofia.
Aristóteles fala de Sócrates como uma pessoa não muito madura. Xenofonte
apresenta um Sócrates limitado, se o pai da dialética fosse como Xenofonte narrou,
provavelmente Sócrates jamais teria sido condenado à morte, pois os atenienses não teriam
motivos para tal situação. Já Platão idealiza Sócrates na maior parte de seus diálogos.

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Aristócles o faz porta-voz de suas doutrinas, o que torna extremamente difícil de distinguir em
seus textos o que Sócrates realmente falou ou o que Platão falou por ele.
Reale (1990, p.85) afirma que Sócrates morreu em 399 a.C., foi condenado à morte
por envenenamento com cicuta. O pai da dialética foi acusado de não crer nos deuses e de
corromper os jovens da cidade, mas por trás de tais acusações, escondia-se a verdadeira
motivação de sua condenação (manobras políticas). O dia de sua morte ficou conhecida pela
obra intitulada Fédon, escrita por seu discípulo Platão. Narrando os últimos ensinamentos que
Sócrates passaria a seus discípulos, seu último suspiro e a tranquilidade diante da morte, pois
como se lê em Fédon ele estava em paz com a possibilidade de conhecer aos deuses e bons
homens que viveram na terra, mas naquele momento não estavam mais entre eles.

1.2. VIDA E OBRAS DE PLATÃO

Segundo Reale (1990, p.125) Aristócles nasceu em Atenas, em 428/427 a.C. Seu
nome verdadeiro ficou pouco conhecido, é pelo apelido que se conhece tal filosofo. Platão,
era o apelido de Aristócles. Alguns preferem dizer que seu apelido derivou do seu vigor
físico, outros dizem que foi por causa da extensão de sua testa (platos em grego significa
precisamente “amplitude, extensão, largueza”). A vida política de Platão teve início na sua
juventude, sua mãe orgulhava-se pelo parentesco com Sólon (considerado um dos maiores
sábios da Grécia) e seu pai em contar com o rei Codros entre seus antepassados.

Inicialmente, Platão foi discípulo de Crátilo, que por sua vez era seguidor de
Heráclito. Posteriormente, passou a ser discípulo de Sócrates. É certo que, Platão frequentou o
círculo que Sócrates não com o intuito de fazer da filosofia a finalidade de sua vida e sim
como o objetivo de se preparar pela filosofia para a vida política. No entanto, os
acontecimentos conduziu à vida de Platão em outra direção.

O primeiro contato de Platão com a vida política segundo Reale, aconteceu em


404/403 a.C, quando a aristocracia assumiu o poder, dois de seus parentes, Cármides e
Crítias, tiveram importante participação no governo oligárquico. É certo que sua experiência
foi frustrante e cítrica. Porém, sua frustrante experiência política praticada em Atenas deve ter
alcançado o máximo de sua expressão com a condenação de Sócrates à morte. Os democratas
que tomaram o poder, foram os responsáveis por essa condenação. Foi naquele momento que
Platão decidiu se afastar da política militante.

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Platão fundou a Academia em um ginásio situado no parque dedicado ao herói
Academos em Atenas. Provavelmente, o primeiro diálogo divulgado por Platão na nova
escola foi Menon. Posteriormente, a Academia acabou adquirindo grande prestígio, indo até
ela muitos jovens e homens ilustres. Platão permaneceu na direção da Academia até sua morte
em 347 a.C.
Os escritos de Platão foram muitos ao longo de sua vida, a interpretação e avaliação
correta desses escritos indicam uma série de problemas complexos demais, suas obras em
conjunto constituem a questão platônica. Porém, Fédon é a obra que será tratada nesta
monografia, onde irá ser rediscutida suas principais questões, como a relação entre corpo e
alma, a imortalidade da alma, o corpo como seu carcereiro, a filosofia como salvação da alma
e a reminiscência.

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CAPÍTULO II: RELEITURA DA OBRA FÉDON

Neste capítulo a relação entre corpo e alma será rediscutida. Também será
rediscutido o corpo como carcereiro da alma. Cada questão tem sua particularidade e ligação.
É por isso que para entender melhor sobre esses assuntos é preciso ler o que vem a seguir.

2.1. RELAÇÃO ENTRE CORPO E ALMA

A relação entre corpo e alma demonstrado por Sócrates na obra Fédon de Platão, é
desarmoniosa e dolorosa. O corpo e a alma são um só enquanto a matéria vive, enquanto há
vida no corpo humano a alma se encontra presa, subordinada aos vícios e desejos do corpo,
que é impuro e mortal; a alma parte da essência divina, ela é pura e imortal, a morte do físico
a liberta do seu condicionamento de dependência do corpo habitado por ela, pois a alma é
divina e não liga para os vícios mundanos e imorais, sua libertação faz com ela possa ser pura
e divina como ela realmente é. Gazolla apresenta o seguinte:

A complexidade da alma humana está nessa dicotomia que a faz expressar-se


de modo mortal e imortal; e se dissemos, até aqui, que a alma é princípio do
movimento, causa da vida, da ordenação de todas as coisas quando definida
na sua universalidade, na sua particularidade humana ela é causa dos
movimentos específicos que o homem vem a conhecer em si mesmo, e fora
de si, é causa da vida expressa nas sensações, nos sentimentos, vontade e
reflexão. (GAZOLLA, 1993, p.73).
Gazolla apresenta a complexidade que é a relação existente entre corpo e alma. Foi
mencionado, que alma é imortal, que ela é o princípio do movimento, causa da vida etc.
Platão deixa claro, que a alma é parte da essência divina, ou seja, ela é imortal, imaculada,
dotada de pensamento e tem como virtude a verdade. Já o corpo é apenas um ser visível, ou
seja, mortal, impuro, frágil e apegado ao mundo físico.

[...] corpo e alma são apresentados como duas realidades diferentes,


contrapostas, sendo o corpo uma coisa má, por impor à alma inúmeros
flagelos, vários obstáculos e entraves para poder alcançar a sabedoria,
caminho para a virtude. Enquanto a alma estiver enleada ao corpo, essa
busca não será satisfatória, porque essa não será a única preocupação do
homem (ARAÚJO, 2014, p.66).
Em relação ao que foi explicado por Araújo, Platão (1991, p.142) indica que “os
seres invisíveis conservam sempre sua identidade, enquanto que com os seres visíveis tal não
se dá”. Essa afirmativa pode ser exemplificada através da linha de pensamento de dois
filósofos pré-socráticos, de um lado está o pensamento de Heráclito de Éfeso (Séc. VI-V a.C.)
que acredita que o ser está sempre em eterna mudança; e do outro lado está o pensamento de
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Parmênides de Eléia (Séc. VI-V a.C.) que confirma que o ser nunca muda, ou seja, ele está
sempre imóvel. A afirmativa de Platão ressalta que a alma se conserva sempre imutável, essa
afirmativa relaciona-se com o pensamento de Parmênides, enquanto a afirmativa de que o
corpo está em constante mudança relaciona-se com o pensamento de Heráclito. Apresentou-se
a diferença entre ambos os seres (visível e invisível), mas um necessita do outro para existir?

[...]a alma se assemelha ao que é divino, imortal, dotado da capacidade de


pensar, ao que tem uma forma única, ao que é indissolúvel e possui sempre
do mesmo modo identidade: o corpo, pelo contrário, equipara-se ao que é
humano, mortal, multiforme, desprovido de inteligência, ao que está sujeito
a decompor-se, ao que jamais permanece idêntico (PLATÃO, 1991, p.143).
É possível compreender na citação que somente o corpo necessita da alma para
existir, pois ele é mortal, enquanto a alma estiver no corpo ele permanecerá vivo, claro, se ele
estiver livre de doenças e não estiver envelhecido. A alma não necessita do corpo para viver,
já que ela é imortal. O corpo, por sua vez, necessita da alma para ter vida. Platão diz que há
duas espécies de seres: uma visível e outra invisível. Cada uma delas têm sua própria essência
e particularidade.

2.2. O CORPO COMO CÁRCERE DA ALMA

De acordo com Platão em Fédon, a alma é escrava dos desejos do corpo. Por
exemplo, no século que existia a escravidão, um escravo A era mandado por seu dono para
açoitar outro escravo B. Se o escravo A negasse a fazer essa obrigação ele seria açoitado junto
com o escravo B ou poderia ter como punição a morte. Suponha-se que seu dono o ameaçasse
de morte se não o fizesse; consequentemente ele realizaria este ato, mesmo não querendo
executar. Isso acontece porque o escravo depende de seu dono para sobreviver, ele tem medo
da morte e prefere uma vida sofrida à morte.

É uma coisa bem conhecida dos amigos do saber, que sua alma, quando foi
tomada sob os cuidados da filosofia, se encontrava completamente
acorrentada a um corpo e como que colada a ele; que o corpo constituía para
a alma uma espécie de prisão, através da qual ela devia forçosamente encarar
as realidades, ao invés de fazê-lo por seus próprios meios e através de si
mesma; que, enfim, ela estava submersa numa ignorância absoluta
(PLATÃO, 1991, p.149).

É notório que há uma diferença entre ambos os seres, e é por meio de tal afirmativa
que se entende que o corpo é o cárcere da alma. É evidente que o corpo é um ser que é parte
do mundo sensível, ou seja, a matéria corpórea não tem nenhum vínculo com o divino. Isso
faz com que ele seja totalmente o contrário do ser perfeito (alma) que uma vez encarnado a
esse, encontra-se preso a ele, sua inconstância é notória e é possível perceber que durante a
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pouca vida humana que o corpo tem, ele muda ao longo dos anos repetidas vezes, cada ano
que passa a matéria sensível tem um ano a menos, sua mudança se torna mais evidente com o
passar do tempo. O corpo é frágil, sensível e jamais ficará livre de sua condição, de sentir dor,
adoecer etc., a morte é a destruição do corpo, o fim de sua trajetória.
Estas três coisas pesam em toda doença: o medo da morte, a dor do corpo, a
interrupção dos prazeres. Já se falou o bastante da morte. Só quero dizer uma
coisa: este medo não é característico da doença, mas da nossa natureza.
Muitos tiveram a morte adiada por uma doença e ela os salvou porque
parecia que iam perecer. Morrerás não porque adoeces, mas porque vives.
Essa condição te acompanha mesmo curado. Uma vez que te recuperaste,
escapaste não à morte, mas a uma enfermidade. (SÊNECA, 2016, p.96).

É por ter esse pouco tempo de vida que o ser humano tenta a todo custo conquistar
tudo o que deseja e quando a alma se limita também a esse pouco tempo ela se deixa levar
pela vaidade do corpo, Platão (1991, p.119) afirma que “na posse de bens é que reside a
origem de todas as guerras, e, se somos irresistivelmente impelidos a amontoar bens, fazemo-
lo por causa do corpo, de quem somos míseros escravos!”, o corpo passa sua pequena vida
amontoando e colecionando fortunas, guerras, propriedades, entre outros. A matéria corpórea
tem a inteligência limitada e para ela, a vida só será bem aproveitada se for regada de
conflitos, guerras e posses de bens; Platão (1991, p.119) afirma que “durante todo o tempo
que tivermos o corpo, e nossa alma estiver misturada com essa coisa má, jamais possuiremos
completamente o objeto de nossos desejos, que é a verdade”, quando a alma se deixa limitar
pela desinteligência do corpo ela se torna uma mísera serva, deixando-se ser vendada e
manipulada por um ser incapaz. Que ver como virtude uma vida regada por riquezas, guerras
e etc.

Vou explicar: alguns julgam ser um bem o que é útil. Desse modo, nomeiam
assim tanto a riqueza como um cavalo e vinho e calçados, a tal ponto
depreciam o bem e o rebaixam ao nível do que é rasteiro. Eles julgam que
honra é cumprir o reto dever ditado pela razão, tal como cuidar
devotadamente do pai na velhice, ajudar um amigo na pobreza, ir à guerra
com bravura, opinar com prudência e moderação (SÊNECA, 2016, p.126-
127).

Entende-se, portanto que o corpo é o cárcere da alma, a argumentativa que Sócrates


usa para explicar esse pensamento é o fato de o corpo ser um ser limitado, inconstante, mortal
e ignorante. Afirma-se também que quando a alma tem consciência de que está submersa (se
encontra presa no corpo) em uma ignorância absoluta, seu desejo é se libertar daquela coisa
má, que a prende e impede de conseguir encontrar o seu objeto de desejo que é a verdade.
Compreende-se que Sócrates tenta provar, através do diálogo com seus discípulos, não

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somente a imortalidade da alma, mas também o corpo como cárcere da alma. Segundo Platão,
como a alma consegue tomar consciência de sua ignorância? O próximo Capítulo responderá
a essa questão.

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CAPÍTULO III: O PÓS MORTE

A rediscussão que será feita neste último capítulo é sobre o pós morte do ser. A
salvação da alma pela filosofia será rediscutida de uma forma simples, para dar mais sentido
ao que se é rediscutido.

3.1. A SALVAÇÃO DA ALMA PELA FILOSOFIA

Sócrates afirma que para realmente alcançar a liberdade é necessário viver uma vida
regada pela filosofia, Robinson (1998, p.62) diz que “a verdadeira purificação é a filosófica (=
“o amor pela sabedoria”, filosofia), o amor ou a virtude filosófica: todos resultam numa
mesma coisa”, isso significa que aquele que vive sem filosofar mancha a alma com as
impurezas do corpo, após a morte ela está tão inerte na profanidade do corpo que não
consegue voltar a sua forma natural, Platão (1991, p.148) diz “quanto à espécie divina, se não
filosofou, se daqui partiu sem estar totalmente purificado, ninguém tem o direito de atingi-la,
a não ser unicamente aquele que é amigo do saber!” para se desprender dessas impurezas é
necessário viver uma vida que tem como virtude a filosofia, só assim ela poderá voltar a ser
pura.
E nem mesmo agora, como imaginas, estou perdendo tempo. De fato, tudo
isso, se não se dissipa nem se dispersa em minúcias inúteis, eleva e alivia o
espírito que, submetido a um pesado fardo, deseja ser desembaraçado dele e
retornar àquilo de que já fez parte. Pois este corpo é peso e castigo para o
espírito: ele fica acossado por aquele peso, acorrentado, se a filosofia não o
alcançou e orientou a que respirasse o espetáculo da natureza, afastando-o
das coisas terrenas em direção às divinas. Esta é a sua liberdade, esta é a sua
evasão: por vezes, ele se subtrai à prisão em que é mantido e se refaz em
contato com o céu (SÊNECA, 2016, p.143).

Entende-se, portanto, que a alma quando se torna escrava do corpo tem medo da
morte, deixando-se levar pelo sangue de poder do corpo. Sócrates explica que a filosofia é a
única saída para a alma (inteligível) não temer a morte: “lida melhor com a realidade quem
consegue se livrar das amarras e fugir da caverna” (Platão). Uma pessoa que vive de acordo
com a filosofia, após a morte, conseguirá alcançar a liberdade e a verdade; a pessoa que não
vive de acordo com a filosofia, após a morte não conseguirá alcançar a liberdade e a verdade.

Pois aquele que se quer colocar no ponto instaurador da filosofia


verdadeiramente livre deve abandonar até mesmo Deus. Isso aqui significa:
aquele que quer conservá-lo deve perdê-lo e quem se despojar haverá de
encontrá-lo. Somente aquele que chegou ao fundo de si mesmo e conheceu
toda a profundidade da vida, que já tudo abandonou e foi ele mesmo por
todos abandonado, para quem tudo naufragou e que se viu sozinho com o
infinito, foi capaz do grande passo, que Platão já comparou com a morte.
(SCHELLING, p.15, 1991).

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Schelling na citação acima, deixa claro que para conseguir ser totalmente livre, a
pessoa tem que se tornar uma grande amiga do saber, que sua liberdade consiste em conhecer
a si mesmo, ser capaz de ser autossuficiente e não sentir falta das coisas do mundo sensível.
De acordo com Platão, a filosofia é única salvação para a alma. Há uma parte em Fédon que
explica:

[...] sua alma, quando foi tomada sob os cuidados da filosofia, se encontrava
completamente acorrentada a um corpo e como que colada a ele; que o corpo
constituía para a alma uma espécie de prisão, através da qual ela devia
forçosamente encarar as realidades, ao invés de fazê-lo por seus próprios
meios e através de si mesma; que, enfim, ela estava submersa numa
ignorância absoluta. E o que é maravilhoso nesta prisão, a filosofia bem o
percebeu, é que ela é obra do desejo, e quem concorre para apertar ainda
mais as suas cadeias é a própria pessoa! Assim, digo, o que os amigos do
saber não ignoram é que, uma vez tomadas sob seus cuidados as almas cujas
condições são estas, a filosofia entra com doçura a explicar-lhes as suas
razões, a libertá-las, [...] (PLATÃO, 1991, p.149-150).

Platão afirma que só é possível sair da servidão se a alma estiver aos cuidados da
filosofia, é com a filosofia que se tem consciência de que vive uma vida de total ignorância;
alheio a imortalidade da alma, pois teme a morte do corpo e não tem consciência de que há
dois seres em um só, que separados um se isola em si mesmo, e o outro também. Em relação a
isso Platão (1991, p.115) declara que “apartado da alma e separado dela, o corpo isolado em si
mesmo; a alma, por sua vez, apartada do corpo e separada dele, isolada em si mesma”, porém
a separação de ambas só é possível após a morte. O indivíduo só tem consciência de o corpo
ser o cárcere da alma se ele for amigo do saber.

O “treino para morrer” e o de “ter morrido” caracterizam assim o alvo de


todo filósofo. Mas o que é a morte e o que tem de semelhante com a
filosofia? Filosofar nada mais é que um preparar-se para morrer, pois a
morte é “a separação do corpo e da alma” e é isso que durante toda a vida
quem se dedica à filosofia faz: separar tanto quanto possível a alma do
corpo. (ARAÚJO, 2014, p. 37).

A pergunta é: quando o indivíduo descobre que o corpo é mortal e a alma imortal,


que só após a morte ela consegue a liberdade, por que o amigo do saber não tenta conquistar a
liberdade tão desejada? Platão (1991, p.111) argumenta que “é uma espécie de prisão o lugar
onde nós, homens, vivemos e é dever não se libertar a si mesmo nem evadir-se”, ele afirma
portanto que a alma pertence a divindade e somente o divino pode libertar o invisível de sua
condição.

Poder-se-ia, com efeito encontrar nisso, pelo menos considerado sob essa
forma, qualquer coisa de irracional. Todavia não é assim, e, muito
provavelmente, aí não falta razão. A esse respeito há, mesmo, uma fórmula
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que usam os adeptos dos Mistérios: "É uma espécie de prisão o lugar onde
nós, homens, vivemos, e é dever não libertar-se a si mesmo nem evadir-se."
Fórmula essa, sem dúvida, que me parece tão grandiosa quão pouco
transparente! Mas não é menos exato, que aí se encontra justamente
expresso, creio, o seguinte: os Deuses são aqueles sob cuja guarda estamos, e
nós, homens, somos uma parte da propriedade dos Deuses. (PLATÃO, 1991,
p.111-112).

Isso significa que o desejo da divindade não pode ser contrariado, sua vontade deve
ser respeitada e aceita. Porém o que acontece após a morte com a alma que teve uma vida
regrada pela filosofia e uma alma que não foi amiga do saber? Platão acredita que o indivíduo
que foi amigo do saber durante sua estadia na matéria corpórea, após a morte consegue a
liberdade e se encontram primeiro ao lado da divindade, de sábios e bons homens.

[...] eu cometeria um grande erro não me irritando contra a morte, se não


possuísse a convicção de que depois dela vou encontrar-me, primeiro, ao
lado de outros Deuses, sábios e bons; e, segundo, junto a homens que já
morreram e que valem mais do que os daqui (PLATÃO, 1991, p.113).

Já os indivíduos que não foram amigos do saber durante a vida, após a morte não
encontram a liberdade, Platão (1991, p.147) afirma “são as dos maus, que se veem obrigadas a
vaguear nesses lugares”, isso significa que as almas se encontram presas ao mundo corpóreo,
segundo Platão (1991) as almas “recebem assim o castigo de sua maneira de viver anterior,
que foi má”, prendidos ao mundo físico.

3.1. A REMINISCÊNCIA

Em Fédon fica claro que a alma existe antes mesmo do corpo humano. Platão (1991,
p.138) afirma que “as almas, existiam, por conseguinte, antes de sua existência numa forma
humana, separadas dos corpos e dotadas de pensamento”, essa afirmativa corrobora duas
questões: a imortalidade da alma e a encarnação dela.
Na verdade, essa tese acaba sendo utilizada por Platão para corroborar a
hipótese da [...] tese do aprendizado como uma Reminiscência. Tais teorias
são lançadas no Fédon como meios de se provar a imortalidade da alma,
perpassando a todo momento a distinção e a certa oposição que vai sendo
feita entre alma e corpo, cuja temática é constante no diálogo (ARAÚJO,
2014, p.46).
Acredita-se que as experiências vividas no presente são apenas recordações de
experiências vividas em uma época anterior. Sócrates deixa em seu diálogo com os discípulos
perceptível não acreditar que o ser humano nasce sem saber de nada e com o tempo através de
experiências aprende. Argumenta-se de forma clara e objetiva que toda experiência não passa
de uma recordação:

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Aprender, não é outra coisa senão recordar. Se esse argumento é de fato
verdadeiro, não há dúvida que, numa época anterior, tenhamos aprendido
aquilo de que no presente nos recordamos. Ora, tal não poderia acontecer se
nossa alma não existisse em algum lugar antes de assumir, pela geração, a
forma humana. Por conseguinte, ainda por esta razão é verossímil que a alma
seja imortal. (PLATÃO, 1991, p.131)

Por exemplo: quando João diz que Pedro aprende mais rápido que José, isso não
significa que Pedro é mais inteligente e sim que ele já havia feito aquilo em vidas anteriores,
mas não lembra que o fez. Entende-se, que a alma existe antes de habitar um corpo. A
experiência vivida em uma vida anterior é passada para a próxima geração (forma humana a
ser habitada). Exemplificando: suponha-se que é a “primeira” vez que Pedro faz comida e,
nessa sua “primeira” vez ele cozinha perfeitamente, segundo a citação acima isso ocorre não
porque ele tem o dom para cozinhar e sim porque a sua alma já havia aprendido
anteriormente. Porém ele não tem consciência disso, pois sua alma aprendeu isso em algum
lugar antes de habitar um corpo.

[...] podemos também nos relembrar das Ideias aprendidas antes da nossa
encarnação pela reminiscência. Afinal, a beleza e ordem do Mundo sensível
não só ostenta o Intelecto [...], mas deve também servir de estímulo e
inspiração para nossas almas racionais procurarem aprender e emular as
Ideias. Nesse sentido a contemplação do Céu poderia ajudar nossas almas a
resgatar seu estado original de retidão (MATSUURA, 2019, p.116).

É através dessas afirmativas que se chega à duas situações explicadas por Sócrates.
Durante todo o diálogo ele reafirma a imortalidade da alma e o corpo como cárcere da alma.
Seu pensamento pode ser explicado da seguinte forma: primeiro a imortalidade da alma,
Sócrates afirma que o ser invisível existe antes de habitar um corpo, que ela parte da essência
divina, o que consequentemente significa que ela é imortal. Ele relata também sobre a
reminiscência da alma, ou seja, ela já existia antes de habitar em uma forma humana e que a
alma não aprende, ela recorda. Segundo Platão (1991, p.131) “aprender, não é outra coisa se
não recordar”, ou seja, o indivíduo não aprende e sim recorda o que já viveu em algum lugar
antes de habitar uma forma humana.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se afirmar que a rediscussão das questões da relação entre corpo e alma a partir
do Fédon platônico chega ao fim. É certo que ao longo desta leitura pode-se refletir, analisar e
aprender com Platão. Portanto, ao adentrar nesta obra, é possível abrir a mente para novas
questões antes não pensadas, na fala de um grande intelectual. Isso quer dizer que uma vez
feita esta leitura a mente do leitor não voltará ao tamanho original, ou seja, essa leitura abrirá
portas para pesquisas sobre o ser visível e invisível.

Os assuntos como a relação corpo e alma, a imortalidade da alma, o corpo como


carcereiro, o poder da filosofia e a reminiscência da alma, deixaram evidente a função, ligação
e importância de cada um na obra Fédon. A convicção que Sócrates demonstra ao discorrer
sobre esses assuntos com seus discípulos, deixa evidente que ele estudou e refletiu sobre eles.
Para cada questionamento de seus discípulos, Sócrates tinha uma resposta logica e plausível.

A relação entre corpo e alma segundo ele é desarmonioso e conflituosa, o corpo tem
a necessidade da alma para manter-se vivo, enquanto a alma não tem necessidade do corpo.
Percebe-se, portanto que os assuntos estão todos interligados e fundamentados. Já o corpo
depende da alma para viver, pois o sensível é mortal, desinteligente, doente e
consequentemente por seu pouco tempo de vida, vive uma vida regada de vícios, riquezas, ou
seja, vive de alimentar o próprio ego.

O inteligível quando não tem consciência de sua imortalidade e parte divina, se deixa
levar pelos prazeres mundanos, afunda-se em um mar de ignorância. Como a alma será capaz
de se manter afastada da ignorância encontrada no corpo? Sócrates acredita que somente a
filosofia é capaz de torná-la lúcida de sua condição, não tem como desprender-se do corpo, a
não ser que seja a vontade dos deuses. A filosofia mantém o amigo do saber afastado do
prazeres, ignorância e etc. do corpo, até o dia de sua morte. A reminiscência da existe, até
porque se não existisse, não seria possível a alma ser imortal, a alma é imortal e por tanto ela
já habitou algum outro lugar antes de encarnar em um corpo.

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REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Hugo F. A estetização da alma pelo corpo no Fédon de Platão. Fortaleza:


Imprensa Universitária, 2014. 176.p, Estudos da Pós-Graduação. ISBN: 978-85-7485-200-3

GAZOLLA, R. Platão: O Cosmo, o Homem e a Cidade: um estudo sobre a alma. Petrópolis:


Vozes, 1993

MATSUURA, Oscar T. Timeu: a Cosmologia de Platão. Oscar T. Matsuura. São Paulo:


Ediçao do Autor, 2019.

PLATÃO. Os pensadores. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991. 447p., il. Bibliografia.
ISBN 85-13-00215-1

REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média.


Giovanni Reale/Dario Antiseri. São Paulo: Paulus, 1990.

ROBINSON, T. M. A psicologia de Platão. Tradução de Marcelo Marques. São Paulo:


Edições Loyola, 2007.

SCHELLING, F.W. A essência da liberdade humana: investigações filosóficas sobre a


essência da liberdade humana e das questões conexas. Tradução de Márcia C. de Sá
Cavalcante. Petrópolis, RJ: Vozes, 1991.

SÊNECA. Edificar-se para a morte/Sêneca. Tradução de Renata Cazarini de Freitas.


Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

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