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METAL

MATERIAIS CONSTRUTIVOS,
PATOLOGIAS E TRATAMENTOS

DISCENTES:
BIATRIZ L. DE OLIVEIRA
BRUNO O. DA COSTA
EMILE FREITAS SANTOS
VICTOR HUGO M. PINTO
Índice
1.INTRODUÇÃO
2.HISTÓRICO
3.USO DOS METAIS
4.PROCESSOS FÍSICOS E QUÍMICOS DE DETERIORAÇÃO
5.TRATAMENTO, RESTAURAÇÃO E MANUTENÇÃO
6.CONCLUSÃO
7.REFERÊNCIAS
Introdução
A preservação do patrimônio histórico é um desafio constante para a
sociedade, que busca manter viva a memória e identidade de um povo. Nesse
sentido, a restauração de edificações históricas se mostra fundamental, pois
permite que essas estruturas sejam mantidas em bom estado de conservação
e possam continuar a contar a história da cidade ou região em que se
encontram.

Alguns tipos de Metais

Autor: Desconhecido
Uso de metal de forma
decorativa em fachada

Para a restauração de edificações históricas que


utilizam metais em sua estrutura, é fundamental
realizar um estudo detalhado sobre o material
construtivo, as patologias que podem afetá-lo e as
técnicas mais adequadas de conservação e
restauração. Dessa forma, é possível garantir que a
estrutura será mantida em bom estado de
conservação por muitos anos.

Autor: Desconhecido
Porta de Bronze Catedral
De Monreale (1174 – 1267)

histó
ricoDesde a antiguidade, os metais têm sido
utilizados na construção civil por sua
resistência, durabilidade e maleabilidade. O
cobre e o bronze foram os primeiros metais
utilizados, sendo usados principalmente em
elementos decorativos e estátuas. Na Grécia
e em Roma, o ferro passou a ser utilizado
em pontes e estruturas mais robustas,
como o Coliseu.

2 0 2 3

Autor: Emicristea (2020)


Torre Eiffel em Treliças de

histó
Ferro Forjado (1887-1889)

rico
Com o passar do tempo, novos metais
foram descobertos e incorporados na
construção civil, como o aço e o alumínio. O
aço, por exemplo, tornou possível a
construção de edifícios cada vez mais altos,
como os arranha-céus.

Autor: Gabriel Colman (2013)


usos dos
metais
O uso de metais na construção de edificações históricas
remonta à antiguidade. Os egípcios, por exemplo, já
utilizavam o cobre em diversas construções, como em
ornamentos, estátuas e utensílios domésticos. Já os
romanos utilizavam o ferro para a construção de pontes e
aquedutos.
linha do
tempo

7000 a.C. 3000 a.C. 2000 a.C. 1000 a.C.

Surgimento da Início da utilização Domínio da Expansão do uso


metalurgia do cobre do bronze na metalurgia do ferro do ferro na Europa
no Oriente Médio. Mesopotâmia e na região do Mar e Ásia.
Egito. Negro.
Armas de ferro (4000 a.C.)

usos dos
metais

Autor: Desconhecido Autor: Desconhecido

Reprodução ferramentas de
ferro da antiguidade.
linha do
tempo

Século III a.C. Idade Média Século XV Século XVIII

Desenvolvimento Ampliação do uso Início da utilização Avanços na


do processo de de metais na de metais, como o fundição e
galvanização por construção de ferro e o bronze, fabricação de ferro
meio da imersão do castelos, igrejas e em larga escala e aço, possibilitando
ferro em zinco catedrais na durante o sua utilização em
derretido pelos Europa. Renascimento. pontes e estruturas
chineses. mais complexas.
Estátua de bronze do Faraó
Amasis (570-526 a.C.)

usos dos
metais

Autor: Desconhecido

Ponte de Ferro Forjado sobre


o rio Severn (1777 – 1779)

Autor: Desconhecido
linha do
tempo

Século XIX Século XX Atualidade

Surgimento da Introdução de Uso contínuo e diversificado


arquitetura de ferro novos materiais de metais em diferentes tipos
e vidro, com a metálicos, como o de edificações, desde
construção de aço inoxidável e o construções históricas até
galerias, pavilhões e alumínio, na modernas estruturas
estações de trem. construção civil. arquitetônicas.
One Za’abeel Tower (2016-
2021)

usos dos
metais

Autor: Desconhecido

Autor: Desconhecido
Ponte Manhattan (1909)
usos dos
metais
One Za’abeel Tower (2016-
2021)

Autor: Desconhecido
usos dos
metais
Apesar da resistência e durabilidade dos metais, o uso
desses materiais em edificações históricas pode trazer
alguns desafios, como a ocorrência de patologias
específicas que podem comprometer a integridade da
estrutura. Por isso, é fundamental realizar um estudo
detalhado sobre o material construtivo, as patologias que
podem afetá-lo e as técnicas mais adequadas de
conservação e restauração, para garantir a preservação
da edificação por muitos anos.
PROCESSOS FÍSICOS
E
QUÍMICOS DE DETERIORAÇÃO
Corrosão dos
metais e sua
deteorização?
CORROZÃO E
A SUA DETEORIZAÇÃO

Corrosão é a deterioração de um material metálico por


ação química ou eletroquímica do meio ambiente. Com
exceção de alguns metais nobres, que podem ocorrer no
estado elementar, os metais são geralmente encontrados
na natureza sob a forma de compostos, sendo comum a
ocorrência de óxidos e sulfetos metálicos. Como os
compostos têm conteúdo de energia inferior ao dos
metais, são relativamente mais estáveis.
corrosão

Eletroquímica

Química

Eletrolítica
corrosão eletroquímica
Corrosão
Alveolar
Corrosão
Intergranular
Corrosão
puntiforme
corrosão Química

A corrosão química também é chamada de corrosão seca,


pelo fato de ocorrer com contato direto entre o material e o
agente corrosivo, sem a necessidade de solução aquosa. Ela
acontece em temperaturas acima do ponto de orvalho, devido
à reação com o oxigênio ou outros gases, formando uma fina
camada de óxido. Porém quando ocorre em temperaturas
mais elevadas, o que é mais usual, essa camada torna-se
mais espessa, a conhecida corrosão ou oxidação em altas
temperaturas.
É muito comum que
esse tipo de corrosão
ocorra em
equipamentos que
trabalham aquecidos
como fornos, caldeiras,
equipamentos de
siderurgia, tubulações
de exaustão, bicos
injetores, etc, pois em
temperaturas elevadas
há mais energia para
reação.
corrosão química
Corrosão
eletrolítica
corrosão Eletrolíca

A corrosão eletrolítica trata-se de um processo


eletroquímico, quando ocorre uma aplicação externa de uma
corrente elétrica. Este tipo de corrosão ocorre por conta de
uma interferência elétrica que ocorre por causa de uma
instalação eletrônica.

Importante frisar que a corrosão eletrolítica não acontece


naturalmente, mas sempre por conta de interferência de um
agente externa.
CLASSIFICAÇÕES
&
SOLUÇÕES
Classificação
Corrosão de ataque geral (Corrosão uniforme)
Corrosão localizada
Corrosão galvânica
Cracking Ambiental
Corrosão intergranular
Corrosão por atrito
Corrosão de alta temperatura
Classificação
Corrosão de ataque geral (Corrosão uniforme)

Ela afeta a superfície como um todo, de


maneira homogênea. Acontece devido à
micro pilhas de ações localizadas e gera uma
perda de material homogênea em toda a
superfície. De certa forma, esse tipo de
corrosão também pode ser considerado uma
corrosão eletroquímica.

Fonte: Puc-rio
Classificação
Corrosão localizada

Atinge sobretudo uma área da estrutura


metálica específica.
Pitting: Um pequeno orifício, ou cavidade, se
forma no metal, geralmente como resultado
da desapassivação de uma pequena área.
Esta área torna-se anódica, enquanto parte
do metal remanescente torna-se catódica,
produzindo uma reação galvânica localizada.

Reprodução da internet
Classificação
Corrosão localizada
Corrosão em frestas: Ocorre em um local específico.
Esse tipo de corrosão costuma estar associado a um
microambiente estagnado, como aqueles encontrados
sob gaxetas, arruelas e braçadeiras. Condições ácidas
ou esgotamento de oxigênio em uma fenda podem
levar à corrosão da fenda.
Frequentemente associada a líquidos estagnados no
interior de furos, superfícies de gaxetas, juntas
sobrepostas, depósitos superficiais, espaços sob a
cabeça de porcas e parafusos (aberturas estreitas e/ou
áreas confinadas).

Fonte: Usp
Classificação
Corrosão localizada

Corrosão filiforme: Ocorre sob superfícies


pintadas ou chapeadas quando a água
rompe o revestimento, a corrosão filiforme
começa em pequenos defeitos no
revestimento e se espalha para causar
fraqueza estrutural.
Este tipo de corrosão se processa sob a
forma de finos filamentos, mas não
profundos, que se propagam em diferentes Fonte: Puc-rio
direções e que não se cruzam.
Classificação
Corrosão galvânica ou
corrosão bimetálica

A corrosão galvânica, ou corrosão de metal diferente, ocorre


quando dois metais diferentes estão localizados juntos em um
eletrólito corrosivo. Então, um par galvânico se forma entre os dois
metais, onde um metal se torna o ânodo e o outro o cátodo. O
ânodo, ou metal sacrificial, corrói e se deteriora mais rápido do que
aconteceria sozinho, enquanto o cátodo se deteriora mais
lentamente do que ocorreria de outra forma.
Classificação
Corrosão galvânica
Em princípio, existem três condições para
que a corrosão galvânica ocorra:
Metais eletroquimicamente diferentes
devem estar presentes
Os metais devem estar em contato
elétrico e
Os metais devem ser expostos a um
eletrólito

Reprodução da internet
Classificação
Cracking Ambiental

Processo de corrosão que pode resultar de uma combinação de


condições ambientais que afetam o metal. Dessa forma, condições
químicas, de temperatura e relacionadas ao estresse podem resultar nos
seguintes tipos de corrosão ambiental:
Rachadura por corrosão por tensão
Fadiga de corrosão
Rachadura induzida por hidrogênio
Fragilização de metal líquido
Corrosão assistida por fluxo
Classificação
Corrosão intergranular
A corrosão intergranular é um ataque químico ou eletroquímico aos
limites dos grãos de um metal. Muitas vezes ocorre devido a impurezas
no metal, que tendem a estar presentes em teores mais elevados perto
dos limites dos grãos. Bom, esses limites podem ser mais vulneráveis à
corrosão do que a maior parte do metal.

Corrosão por atrito


A princípio, a corrosão por atrito ocorre como resultado do desgaste
repetido, peso e/ou vibração em uma superfície irregular e áspera. A
corrosão, resultando em buracos e ranhuras, ocorre na superfície. Assim,
a corrosão por atrito é frequentemente encontrada em máquinas de
rotação e impacto, montagens aparafusadas e rolamentos, bem como
em superfícies expostas a vibrações durante o transporte.
proteção
Os métodos práticos adotados para diminuir a taxa de corrosão dos
materiais metálicos consistem em modificações nos meios corrosivos e
nas propriedades dos metais; emprego de revestimentos protetores
(metálicos e não-metálicos); proteção catódica e anódica.

Pintura
Galvanoplastia
Plastificação
Proteção catódica
Anodização
proteção
Anodização

A anodização é um processo
químico, feito em banhos à base de
substâncias alcalinas e de ácidos,
com uma corrente elétrica que forma
uma proteção transparente, isolante
elétrica e resistente de óxido de
alumínio. Por ser formada a partir
dessa reação eletroquímica do
alumínio, a camada fica integrada ao
perfil.
proteção
Anodização

Anodização do alumínio

2Al + 2NaOH + 2H2O → 2NaAlO2 + 3H2O


proteção
Anodização

Vantagens
Os benefícios a serem citados são:
Finos revestimentos, quando comparados com pinturas e
revestimentos feitos com pó.
Altamente durável, alta dureza, resistente à abrasão.
O revestimento não descasca ou lasca.
Ecológico, pois o material pode ser facilmente reciclado.
Menores custos, em relação aos outros processos.
proteção
Galvanoplastia ou
Eletrodeposição

É uma técnica industrial que utiliza a Reprodução da internet

eletrólise em meio aquoso para cobrir


uma determinada peça metálica com
outro metal. O objetivo é obter uma ou
mais das vantagens a seguir:

Adquirir resistência a corrosão;


Adquirir proteção contra a oxidação;
Apresentar maior durabilidade;
proteção
Galvanoplastia ou Eletrodeposição

Cromagem: recobrimento de uma peça com o metal crômio (Cr);


Prateação: recobrimento de uma peça com o metal prata (Ag);
Douração: recobrimento de uma peça com o metal ouro (Au);
Niquelagem: recobrimento de uma peça com o metal níquel (Ni);
Zincagem: recobrimento de uma peça com o metal zinco (Zn);
Estanhagem: recobrimento de uma peça com o metal estanho (Sn);
Cadmeação: recobrimento de uma peça com o metal cádmio (Cd).
proteção
Anodização

Desvantagens
A galvanoplastia pode ser extremamente danosa ao meio ambiente e à
saúde de homens e animais. Isso ocorre porque a solução final do
processo sempre apresenta uma quantidade de cátions que pertenciam
aos metais utilizados.
Se a solução com os cátions dos metais não passar por um tratamento
e for lançada como rejeito em rios, lagos ou oceanos, acumular-se-á nas
espécies vivas, desencadeando diversos males, como alterações nos
órgãos e perda ou diminuição da capacidade de locomoção.
proteção
Proteção catódica

É um método bastante simples de


proteger superfícies contra a
corrosão eletrolítica. Ele consiste em
tornar a superfície a ser protegida
em um cátodo de uma célula
eletroquímica, ou seja, a superfície a
ser protegida vai estar conectada a
um ânodo de sacrifício.

Reprodução da internet
TRATAMENTO,
RESTAURAÇÃO E
MANUTENÇÃO
tratamento e restauração

O processo de tratamento e restauração pode envolver diversas etapas, desde


a limpeza e remoção de sujeiras e oxidações até a aplicação de revestimentos
protetores e reparação de estruturas afetadas por corrosão ou deformação.

Um dos tratamentos mais comuns é a


limpeza mecânica ou química, que remove a
corrosão e os contaminantes da superfície
do metal.
É importante lembrar que a escolha do
método de limpeza deve ser
cuidadosamente avaliada, pois um
tratamento inadequado pode danificar
irreparavelmente a superfície do metal

Autor: Renato Souza/R7 (2023)


tratamento e restauração

Além disso, existem técnicas de proteção como a aplicação de vernizes,


pinturas protetoras e ceras. Outra técnica de proteção é a galvanização,
que consiste em aplicar uma camada de zinco na superfície do metal
para protegê-lo da corrosão.
Restauração com Pintura em Estátua de Cobre
No caso de restauração, pode ser
necessário a utilização de técnicas de
soldagem, fundição ou forjamento para
reparar danos estruturais.

A manutenção pode incluir a limpeza


regular, inspeções periódicas, reparos e
renovação de revestimentos
protetores. A manutenção adequada
pode prolongar significativamente a vida
útil dos metais e prevenir a necessidade
de restaurações mais complexas no
futuro. Autor: Reprodução / Semcom (2023)
tratamento e restauração

Monumento do Museu Ipiranga em São Paulo - Esculturas fundidas em metal


tratamento e restauração

Escultura dos garis em Mato Grosso. A escultura, feita com reaproveitamento de metais,
pesa mais de três toneladas e possui cerca de 10 metros de altura.
tratamento e restauração

Escultura em bronze do busto de D Pedro I. Restauração de uma peça metálica


usada em paróquias.
conclusão
Portanto, conclui-se que o estudo sobre os materiais construtivos, as
patologias e os tratamentos dos metais é essencial para a preservação das
edificações históricas.
A preservação do patrimônio histórico deve ser uma preocupação constante de
arquitetos, urbanistas e demais profissionais envolvidos com a restauração,
garantindo assim que as gerações futuras possam apreciar e aprender com a
história e a cultura de suas cidades.
referências bibliograficas
CRUZ, A. L. A.; GUIMARÃES, A. C. F.; MIRANDA, F. M. Tratamento de superfícies metálicas. 2. ed. São
Paulo: Blucher, 2015.

DINIZ, Ana Maria Ferreira. Manual de Corrosão para Engenheiros. São Paulo: Edgard Blucher, 2005.

LINS, Vanessa Rocha. Degradação e Conservação de Metais. São Paulo: Annablume, 2013.

LEMOS, Carlos A. C. Metais na arquitetura colonial brasileira. Revista do Patrimônio Histórico e


Artístico Nacional, v. 31, p. 105-127, 2005.

ROSA, Fernando. O Uso do Ferro na Arquitetura Colonial Brasileira: Uma Breve História. In: III Seminário
Nacional de História da Construção. Anais... Porto Alegre: ANTAC, 2005.

SILVA, Luiz Carlos da. A Preservação do Patrimônio Histórico: A Importância da Análise e Preservação
dos Sistemas Construtivos Utilizados. In: VII Congresso Nacional de Excelência em Gestão. Anais... Rio
de Janeiro: FGV, 2011.

SOUSA, André Luiz Barros de. Conservação e Restauro de Edificações Históricas. Ed. 2. Editora
Oficina de Textos, 2014.
obrigado!

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