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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CT-CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO: ENGENHARIA DE MATERIAIS
DESENHO TÉCNICO
PROFESSOR(A): ALUSKA SIMÕES
15/05/19

DEGRADAÇÃO DE MATERIAIS: “CORROSÃO E DESGASTE”

JOSÉ ROSA DE SOUZA FARIAS-20189004695

MAIO 2019
Num aspecto muito difundido e aceito universalmente pode-se definir corrosão
como a deterioração de um material, geralmente metálico, por ação química ou
eletroquímica do meio ambiente aliada ou não a esforços mecânicos. A
deterioração representa alterações prejudiciais indesejáveis, sofridas pelo
material, tais como desgaste, variações químicas ou modificações estruturais.
A deterioração de materiais não-metálicos, como por exemplo concreto,
borracha, polímeros e madeira, devido a ação do meio ambiente, é considerada
também, por alguns autores, como corrosão. Assim, a deterioração do cimento
Portland, empregado em concreto, por ação do sulfato, é considerada um caso
de corrosão do concreto; a perda de elasticidade da borracha, devida á oxidação
por ozônio, pode também ser considerada como corrosão; a madeira exposta á
solução de ácidos e sais ácidos perde sua resistência devido á hidrólise da
celulose, e admite-se este fato como corrosão da madeira.

Considerações gerais

Oxidação: Perda de elétrons por uma espécie química.


Redução: Ganho de elétrons por uma espécie química.

Agente Redutor: É a espécie que sofre oxidação (perde elétrons- aumenta nox)
Agente Oxidante: É a espécie que sofre redução (ganha elétrons- diminui nox)

Reações de oxi-redução (reações redox): São reações em que há variação de


número de oxidação e, em alguns casos, perda e ganho de elétrons. O fenômeno
de oxi-redução é simultâneo, isto é, sempre que há oxidação (perda de elétrons)
há também redução (ganho de elétrons)

Eletrodo: Sistema formado pelo metal e pela solução eletrolítica vizinha ao metal.
Potencial do Eletrodo: Tendência de uma reação se passar no eletrodo, isto é,
da medida da facilidade com que os átomos do elemento metálico perdem
elétrons ou da facilidade com que os íons recebem elétrons. Considera-se como
eletrodo o sistema complexo do metal imerso no eletrólito.


Cimento muito utilizado na construção civil por sua resistência, cujo nome Portland foi dado em 1824
pelo químico britânico Joseph Aspdin, em homenagem a ilha britânica de Portland, no condado de
Dorset.
Célula Eletroquímica

Ânodo: Polo negativo da célula eletroquímica, onde ocorre oxidação


Cátodo: Polo positivo da célula eletroquímica, onde ocorre redução

Mecanismo Eletroquímico: Reações químicas que envolvem transferência de


carga ou elétrons através de uma interface ou eletrólito: são os casos de
corrosão observados em materiais metálicos quando em presença de
eletrólitos, podendo o eletrólito estar solubilizado em água ou fundido.
Mecanismo Químico: Reações químicas diretas entre o material metálico, ou
não metálico, com o meio corrosivo, não havendo geração de corrente elétrica.

Tipos de corrosão

Corrosão Galvânica: Quando dois materiais metálicos, com diferentes


potenciais, estão em contato em presença de um eletrólito, ocorre uma diferença
de potencial, isto é, uma transferência de elétrons. Tem-se então o tipo de
corrosão chamado corrosão galvânica, que resulta do acoplamento de materiais
metálicos dissimilares imersos em um eletrólito, causando uma transferência de
carga elétrica de um para outro, por terem potenciais elétricos diferentes. Ela se
caracteriza por apresentar corrosão localizada, próxima a região do
acoplamento, ocasionando profundas perfurações no material metálico que
funciona como ânodo.
Denomina-se Galvanização o processo de recobrimento de um metal mais nobre
por um metal menos nobre como o zinco, afim de protege-lo contra a corrosão
ou melhorar a sua aparência.

Corrosão galvânica em Rebite de Parafuso

Corrosão Eletrolítica: Deterioração da superfície externa de um metal forçado


a funcionar como anodo ativo de uma célula ou pilha eletrolítica. Trata-se de um
tipo de corrosão não-espontâneo, isto é, há a presença de correntes
ocasionadas por potenciais externos que produzem casos severos de corrosão.
Tubulações enterradas, como oleodutos, gasodutos, adutoras, minerodutos e
cabos telefônicos, estão frequentemente sujeitas a esses casos devido às
correntes elétricas de interferência que abandonam o seu circuito normal para
fluir pelo solo ou pela água. Essas correntes também chamadas de correntes de
fuga atingem instalações metálicas enterradas ocasionando corrosão nas áreas
onde abandonam essas instalações para retornar ao circuito original através do
solo ou da água. Como as grandezas dessas correntes são maiores que as
originadas na própria estrutura metálica, a corrosão verificada pode ser muito
rápida.
Na corrosão eletrolítica os elétrons são cedidos em determinada região e
recebidos em outra, aparecendo uma pilha de corrosão. Este processo
eletroquímico de corrosão pode ser decomposto em três etapas principais:
Processo Anódico: passagem dos íons para a solução
Deslocamento dos elétrons e íons: Observa-se a transferência dos elétrons
das regiões anódicas para as catódicas pelo circuito metálico e uma difusão de
ânions e cátions na solução.
Processo Catódico: Recepção de elétrons, na área catódica, pelos íons ou
moléculas existentes na solução.
As correntes de fuga que produzem maiores danos são as provenientes de
correntes contínuas ou as de correntes alternadas de baixa frequência. As
principais fontes são instalações de solda elétrica e de eletrodeposição, sistemas
de tração elétrica (trens, bondes, metrô) e sistemas de proteção catódica.
Deve-se notar que os processos anódicos e catódicos são rigorosamente
equivalentes: a passagem de um cátion para uma solução no anodo é
acompanhada da descarga simultânea de um cátion no cátodo, não se
produzindo acúmulo de eletricidade. Como é também seguida a lei de Faraday,
a intensidade do processo de corrosão pode ser avaliada tanto pelo número de
cargas dos íons que passam á solução no ânodo como pelo número de cargas
dos íons que se descarregam no cátodo, ou ainda pelo número de elétrons que
migram do anodo para o catodo.

Corrosão eletrolítica em pino de aço

Corrosão Química: A corrosão química, também conhecida como seca, por não
necessitar de água, corresponde ao ataque de um agente químico diretamente
sobre o material, sem transferência de elétrons de uma área para outra. No caso


Michael Faraday (Newington, Surrey, 22 de setembro de 1791 — Hampton Court, 25 de agosto de
1867) foi um físico e químico britânico. É considerado um dos cientistas mais influentes de todos os
tempos. As suas contribuições mais importantes e os seus trabalhos mais conhecidos tratam dos
fenômenos da eletricidade, da eletroquímica e do magnetismo, mas Faraday fez também diversas
outras contribuições muito importantes na física
de um metal, o processo consiste numa reação química entre o meio corrosivo
e o material metálico, resultando na formação de um produto de corrosão sobre
a sua superfície.

Corrosão química por adição de reagente

Corrosão Grafítica: tipo de corrosão seletiva que ocorre em ferros fundidos


sendo caracterizada pela dissolução seletiva do ferro resultando, na área
atacada da liga, uma massa porosa de grafita intacta.

Corrosão Grafítica

Dezincificação: forma de corrosão seletiva que ocorre nas ligas de latão com
mais de 15% de zinco. Essa corrosão consiste na migração do zinco, ficando a
liga reduzida a um material esponjoso, constituído de cobre quase puro e sem
qualquer resistência mecânica. Observa-se nas áreas dezincificadas o
aparecimento de resíduo branco ou de coloração avermelhada contrastando
com a coloração amarelada inicial da liga. O resíduo branco é produto da
oxidação do zinco.

Dezincificação

Corrosão Microbiológica: Também chamada microbiana ou biológica, é aquela


onde a corrosão do material metálico se processa sob a influência de
microrganismos, quase que exclusivamente bactérias, embora existam
exemplos de corrosão atribuídos a fungos e algas.
Formas de Corrosão

Corrosão Uniforme: Se processa em toda a extensão da superfície, ocorrendo


perda uniforme de espessura. É chamada, por alguns, de corrosão generalizada.

Corrosão por placas: Se localiza em regiões da superfície metálica e não em


toda sua extensão, formando placas com escavações.
Corrosão alveolar: Se processa na superfície metálica produzindo sulcos ou
escavações semelhantes a alvéolos, apresentando fundo arredondado e
profundidade geralmente menor que o seu diâmetro.

Corrosão Puntiforme: Se processa em pontos ou pequenas áreas localizadas


na superfície metálica produzindo pites, que são cavidades que apresentam o
fundo em forma angulosa e profundidade geralmente maior que o seu
diâmetro. É chamada também corrosão por pite ou por pitting.

Corrosão Intergranular: Se processa entre os grãos da rede cristalina do


material metálico, o qual perde suas propriedades mecânicas e pode fraturar
quando solicitado por esforços mecânicos, tendo-se então a corrosão sob tensão
fraturante.

Corrosão Intragranular: Se processa nos grãos da rede cristalina do material


metálico, o qual, perdendo suas propriedades mecânicas, poderá fraturar á
menor solicitação mecânica, tendo-se também a corrosão sob tensão fraturante.

Corrosão Filiforme: Se processa sob a forma de finos filamentos, que se


propagam em diferentes direções e que não se cruzam. Ocorre geralmente em
superfícies metálicas revestidas com tintas ou com metais, ocasionando o
deslocamento do revestimento.
Corrosão por Esfoliação: Se processa em diferentes camadas e o produto de
corrosão, formado entre a estrutura de grãos alongados, separa as camadas
ocasionando o inchamento do material metálico.
Métodos para combate à corrosão

A corrosão é um permanente desafio ao homem, pois quanto mais a ciência cria,


evolui e a tecnologia avança, mais ela encontra espaço e maneiras de se fazer
presente. Às vezes, o custo de um novo material que substituirá o antigo é de 20
a 50 vezes mais alto, o que inviabiliza a reposição. Assim, na maioria das vezes,
é necessário o emprego de uma técnica anticorrosiva. Os processos mais
empregados para a prevenção da corrosão são a proteção catódica e anódica,
os revestimentos e os inibidores de corrosão.
Proteção Catódica: técnica que transforma a estrutura metálica que se deseja
proteger em uma pilha artificial, evitando, assim, que a estrutura se deteriore
(Dutra e Nunes, 1987). É graças à proteção catódica que tubulações enterradas
para o transporte de água, petróleo e gás, e grandes estruturas portuárias e
plataformas marítimas operam com segurança. A proteção catódica de
estruturas metálicas é baseada na injeção de corrente elétrica por meio de duas
técnicas: a proteção por anodos galvânicos (espontânea) e a proteção por
corrente impressa (não-espontânea).

Revestimentos Protetores: Os revestimentos protetores geralmente são


aplicados sobre superfícies metálicas formando uma barreira entre o metal e o
meio corrosivo e, consequentemente, impedindo ou minimizando o processo de
corrosão. As tintas, como as epoxídicas e o zarcão, são revestimentos muito
utilizados na proteção de tubulações industriais, grades e portões. A
galvanização é um método que consiste na superposição de um metal menos
nobre sobre o metal que será protegido. É uma técnica muita empregada,
como no caso de parafusos de ferro galvanizados com zinco.

Inibidores de Corrosão: Os inibidores de corrosão são substâncias


inorgânicas ou orgânicas que, adicionadas ao meio corrosivo, objetivam evitar,
prevenir ou impedir o desenvolvimento das reações de corrosão, sejam elas na
fase gasosa, aquosa ou oleosa.
Degradação de Materiais Cerâmicos

Produtos elaborados a base de cerâmica, sofrem degradação devido a


diferentes fatores de corrosão visíveis ou não. Por possuir uma rede capilar
através da qual absorve a umidade, necessitam de tratamento preventivo para
conservação por um longo período de suas características originais.

Os diferentes fatores de corrosão dependendo da forma de atuação podem ser


divididos em três grupos:

Fatores Físicos: radiação solar, mudança de temperatura (congelamento),


corrosões pela água, vento e pó.

Fatores Químicos: elementos corrosivos orgânicos e inorgânicos (óxido de


enxofre, nitrogênio, ácido sulfúrico em chuvas ácidas)

Fatores Biológicos: bactérias, fungos, mofo, etc.

ASPECTOS FÍSICOS:

Raios UV, UVA e UVB oxidam o revestimento do material cerâmico com o passar
do tempo, provocando alteração de cor e resistência. Situação essa de processo
muito lento 15/20 anos. Mudança de temperatura, quando a água congela no
interior dos poros e capilares, formando gelo, cujo volume fica maior que seu
equivalente em água, exercendo então pressão sobre as paredes dos mesmos,
gerando força maior que a resistência do material, com o passar do tempo o ciclo
gelo degelo, degrada fisicamente o aspecto e função do revestimento.
A abrasão é outro fator que com o passar do tempo compromete o filme do
revestimento cerâmico.

ASPECTOS QUÍMICOS:

Dissoluções: Ao se formarem estas dissoluções corrosivas, aparecem reagentes


de fácil solubilidade e se produzem ataques ácidos e básicos que atuam no
exterior e avançam até o interior. Também pode se encontrar elementos não
solúveis na água, que com o aumento de volume danificam os materiais. Estes
ataques progressivos são especialmente perigosos porque eles não são visíveis
exteriormente. Fala-se de afloramento quando falamos de sais solúveis como os
nitratos e carbonatos. Quando se lava os elementos de união dos materiais
(cimento que contém cálcio, silicatos, incluindo sulfatos) se fala de desengraxes.
Estes se depositam nos poros e vasos capilares e os obstruem.

Durante a absorção de água por parte do material de construção os sais são


incorporados dissolvidos, e são transportados do interior do material até sua
superfície durante o período de secagem. Uma vez evaporada a água, os sais
se fazem visíveis em forma de cobertura, geralmente de cor branca. Por efeito
do ar, os sais podem transformar-se, na superfície, em compostos insolúveis,
constituindo um defeito permanente do aspecto do material, ou também podem
permanecer solúveis em água. Neste caso serão dissolvidos por novas
absorções de água, podendo penetrar novamente no material. A mudança
constante de diluição e cristalização dos sais solúveis em água conduz com o
tempo à destruição da estrutura da argila. Paulatinamente, o material vai se
debilitando e começa a degradar-se. Em alguns casos produzem-se
desprendimentos de camadas completas.

Afloramentos: As condições que propiciam os afloramentos é a presença, de


sais solúveis, e a existência de umidade. Os sais se dissolvem e migram até a
superfície onde se depositam com a evaporação da água. Os afloramentos
produzidos por sais procedem dos materiais de construção, da água e dos
elementos que esta conduz. Também podem proceder do solo como resultado
da umidade ascendente e das reações produzidas por gases que entram em
contato com a estrutura.

ASPECTOS BIOLÓGICOS:

A proliferação de musgos, líquens e algas sobre os materiais cerâmicos


representam pelo menos uma deterioração do aspecto visual. Se forem
produzidas as condições adequadas (calor junto à alta umidade do ar), os micro-
organismos desenvolver-se-ão rapidamente sobre as superfícies afetadas, e
será muito difícil eliminá-los.
Degradação de Materiais poliméricos

A degradação de um polímero pode ser inicializada através de uma reação


térmica, mecânica, fotoquímica, química, causando diversas alterações na
estrutura do polímero.
Independente da reação de degradação ela sempre é iniciada da mesma
maneira, via rompimento de uma ligação covalente (dois átomos compartilhando
um par de elétrons), gerando na maioria dos casos radicais livres que serão
responsáveis pela propagação do processo.

REAÇÕES DE DEGRADAÇÃO

Térmica: A principal desvantagem dos polímeros é sua baixa estabilidade


térmica. Enquanto muitos materiais inorgânicos resistem a temperaturas acima
dos 2000°C, os polímeros têm sua temperatura de processamento na faixa de
100 a 200°C e temperaturas de uso ainda mais baixas. Isso ocorre porque seus
átomos são ligados por ligações covalentes, cujas energias de dissociação estão
na faixa de 300 a 850kJ mol-¹ e podem ser quebradas com aquecimento.

Fotoquímica: Reações fotoquímicas são aquelas que ocorrem com a


participação de uma molécula ou espécie química em um estado eletrônico
excitado. Esse tipo de degradação ocorre principalmente com a exposição dos
polímeros por longos períodos a luz do sol, que chega à superfície do planeta
Terra com uma faixa de comprimento de onda que vai do infravermelho até
o ultravioleta. Algumas lâmpadas fluorescentes também deixam passar linhas de
emissão na região do ultravioleta, portanto determinados polímeros podem
sofrer transições eletrônicas ao absorver luz dessa fonte iniciando a degradação.

Radiação de alta energia: Ocorre principalmente nos casos em que o polímero


precisa ser esterilizado, como em embalagens de alimentos, equipamentos
hospitalares e produtos farmacêuticos.
Tomando como exemplo o PVC (usado na fabricação dos produtos citados), ao
receber doses de radiação tal polímero adquire um aumento na absorção de luz
e quebra de ligações C-C na cadeia principal, causando uma redução na
resistência mecânica do material.
Referencias Bibliográficas

GENTIL, Vicente. Corrosão. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1982. 453
p.
USBERCO, João; SALVADOR, Edgard. Química. 4. ed. São Paulo: Saraiva,
1997. 494 p.
MERÇON, Fábio et al. Corrosão: um exemplo usual de fenômeno químico.
2004. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc19/a04.pdf>. Acesso
em: 14 maio 2019.
SHACKELFORD, James F.. Ciência dos Materiais. 6. ed. São Paulo: Pearson
Education, 2008. 546 p.
PADILHA, Angelo Fernando. Materiais de Engenharia: Microestrutura e
Propriedades. Curitiba-pr: Hemus, 2000. 348 p.
VAN VLACK, Lawrence H.. Princípio de Ciência dos Materiais. 13. ed. São
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