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Amor de Perdição

O NARRADOR SUGESTÃO BIOGRÁFICA

(SIMÃO E NARRADOR)
Está associado à figura do autor, com quem
se identifica em vários momentos do texto.
A novela de Amor de Perdição foi publicada em
1862, época em que o seu autor se encontrava
É não participante e subjetivo, relata a
preso na Cadeia da Relação do Porto, por ter
história de forma parcial, tecendo
raptado Ana Plácido e ter cometido adultério
considerações sobre comportamentos sociais e
com ela.
humanos.
Na altura, isto causou um enorme choque na
Estabelece um diálogo interpessoal
sociedade e Camilo Castelo Branco tinha plena
(interpelando o leitor ou a leitora sensível) a
consciência disso. Por esse motivo, na
quem pede que acompanhe os acontecimentos
introdução da obra, o narrador (que se identifica
e reflita sobre eles, supondo a sua compaixão e
como o autor) alude à documentação
imaginando até as suas reações.
consultada no cartório das cadeias da Relação
do Porto, da qual constava um assento
Apesar do estatuto de omnisciência que
referente a Simão Botelho, que, tendo sido
assume, também se coloca na posição de
encarcerado no mesmo local, também por um
alguém que obteve informações através, por
amor considerado transgressivo, acabará por
exemplo, da leitura de cartas e de outros
ser exilado para a Índia com apenas 18 anos.
documentos, o que confere um tom de
veracidade e verossimilhança à história.
O facto do protagonista, que na conclusão é
identificado como tio do autor da obra, ter um
Comenta o desenvolvimento da narrativa e o
percurso biográfico parecido com o de Camilo
próprio ofício de romancista, chegando a
Castelo Branco virá a conferir um maior
comentar outros textos literários.
dramatismo aos eventos narrados e contribuirá,
de forma decisiva, para um maior interesse dos
É um narrador que chama atenção a si
leitores oitocentistas por esta obra.
mesmo:
✦para que se reconheça como é engenhoso;
Além desta coincidência a nível biográfico, o
✦autor competente que enquanto tal se exibe;
autor procura evidenciar a injustiça subjacente
✦inventor de histórias;
à história trágica de Simão e de Teresa.
✦bom conhecedor dos males e podres
Assumindo uma posição subjetiva em relação
humanos;
aos personagens e aos eventos narrados, o
✦recetor de histórias de outros, que sabe
autor, sublinha o carácter heróico dos
aproveitar e ajeitar, não se eximindo a fazer-se
protagonistas, que, em nome do amor, ousam
encontrado com os protagonistas da ficção.
enfrentar os preconceitos absurdos das famílias
e a repressão que lhes é imposta pela
O ÊXITO DE AMOR DE PERDIÇÃO sociedade da época.

O êxito de Amor de Perdição deve-se à
grandeza trágica da história, a maneira
comovida de contar, a identificação sentimental
de Camilo com o seu herói, a convergência de
todos os efeitos para os lances culminantes da
ação, o valor cénico dalguns passos, a força
realista doutros, o casticismo dos sentimentos,
o lirismo das cartas amorosas e dos
comentários marginais do amor, bem como o
dinamismo e a pureza da linguagem.
Desta forma, Camilo procura justificar a sua
própria transgressão das normas da sociedade
mostrando que, na realidade, se tratava de uma
revolta legítima contra um meio em que a
liberdade e a felicidade dos indivíduos eram
sufocados por convenções mesquinhas.

Descarregado por Ana Silva (ana.silva.sorridente@gmail.com)

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RELAÇÃO ENTRE PERSONAGENS
A ação narrativa centra-se no triângulo
amoroso constituído por Simão, Teresa e
Mariana.
Simão Botelho era filho do juiz Domingos
Botelho e de D. Rita Preciosa. O magistrado
era, no entanto, odiado por Tadeu de
Albuquerque, pai de Teresa, na medida em
que, num litígio, tomara uma decisão
desfavorável àquela personagem. O ódio só
piorou pelo facto do protagonista, no episódio
em que espancou vários criados que se
encontravam junto a uma fonte, ter ferido
também os criados de Tadeu de Albuquerque.
Antes de se apaixonar por Teresa, Simão
destaca-se pelo seu comportamento violento e
irascível. No entanto, o amor tem nele um
efeito redentor: abandona a vida noémia e
passa a concentrar-se exclusivamente nos
estudos, com o objetivo de garantir uma carreira
e o sustento da família com que sonhava.
Contudo, o ódio entre as famílias não permite
que os jovens fiquem juntos. Tadeu de
Albuquerque impõe à filha o casamento com o
seu primo Baltasar, mas esta, tal como Simão,
profundamente corajosa e obstinada, enfrenta o
seu pai, recusando-se a casar com um homem
que não manda. Como represália, é mandada
para um convento.
Ao se deslocar para Viseu, para estar mais
próximo de Teresa, o protagonista instala-se na
casa de João da Cruz, um ferrador a quem o
seu pai salvara de uma sentença de morte. Esta
figura do povo funcionará como figura protetora
para Simão, contrastando, pela sua dimensão
pragmática, com o idealismo do herói. Ele não
só hospeda e aconselha Simão, como também
lhe salva a vida aquando da emboscada
preparada por Baltasar Coutinho.
Mariana, filha de João da Cruz, revela traços
característicos da mulher-anjo do Romantismo.
Com efeito, entrega-se totalmente à sua paixão
por Simão sem esperar nada em troca,
levando-a a cuidar dele com desvelo maternal e
até a entregar-lhe dinheiro. Este seu espírito de
sacrifício é o que permite que Simão continue a
comunicar-se com a sua amada, Teresa.
Mariana chega a abandonar oDescarregado
seu pai, por
por Ana Silva (ana.silva.sorridente@gmail.com)
quem nutria um grande afeto, para cuidar de
Simão. No fim, morre abraçada ao seu cadáver.
Apesar de Teresa também ter características de
mulher anjo (pela sua pureza, fragilidade e pela
sua capacidade ilimitada de sofrer em nome do
amor, contrasta com Mariana, na medida que o
afastamento de Simão que lhe imposto a
converte progressivamente numa figura ideal,
criando uma resistência passiva contra o pai e o
primo.
No entanto, Mariana é uma figura que tem um
papel ativo na vida de Simão mas a quem o
amor não é correspondido de forma tão nobre.
As qualidades da mesma ainda são também
evidenciadas pelo seu pai, que sente um
enorme orgulho pela sensatez, coragem e
determinação da filha, garantindo a Simão que,
caso casasse com ela, seria muito feliz.
O afeto entre João da Cruz e Mariana contrasta
com a relação que tanto Teresa como Simão
mantêm com os seus pais.
No primeiro caso, embora Tadeu ame sua filha,
sobrepõe o seu ódio e a obsoleta noção de
honra à sua felicidade. O afeto que Teresa nutre
pelo pai leva-a a ser uma filha dócil, à exceção
das imposições relativas ao casamento, em que
o amor por Simão é tão grande que se mostra
disposta a abdicar de tudo, inclusive da própria
vida. Com efeito, morre no convento enquanto
assiste à partida de Simão para o exílio.
No segundo caso, Domingos Botelho recusa-se
interceder por seu filho quando o mesmo é
mandado para a prisão e condenado à forca,
intercedendo apenas por imposição de um dos
seus parentes. D. Rita Preciosa pede a Simão,
em vão, clemência, mas apenas para contrariar
seu marido.
À exceção do afeto que nutre pela irmã mais
nova, Rita, Simão parece estar muito isolado no
contexto familiar. Não sendo surpreendente que
o amor por Teresa se converta na questão mais
importante da sua vida. Com efeito, também o
protagonista, após três anos de uma luta
inglória em nome do amor, acabará por morrer,
na sequência da notícia da morte da sua
amada.
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O AMOR-PAIXÃO

O amor é o tema fulcral de Amor de Perdição. A ✦ entra em conflito com a sociedade, numa luta
paixão ocupa um espaço arrebatador e conduz desigual, por recusar as regras e convenções
os personagens à morte. que esta impõe;
✦ define-se pelo isolamento existencial:
Pode desdobrar-se: individualista e egocêntrico;
● no amor sofrimento - só atinge a sua ✦a rebeldia termina normalmente em desgraça
plenitude na morte ⇾ amor impossível. ou profunda frustração.
● no amor sagrado - que enfrenta a barreira do
social e permite a elevação espiritual. ☖ SIMÃO COMO HERÓI ROMÂNTICO

O narrador, como anteriormente referido, adota ✦ dedica a vida a um amor idealizado e sem
uma posição subjetiva, salientando o carácter limites, enfrentando a autoridade dos pais e as
absurdo do ódio entre as duas famílias, bem regras sociais e, por não ser possível realizá-lo,
como as injustiças por parte das mesmas. Em acaba por morrer;
contrapartida, é louvado o carácter heróico de ✦ coragem que revela nos seus atos;
Teresa e de Simão, que, tendo consciência da ✦ determinação;
dimensão sublime da sua paixão, estão ✦ seu conceito de honra;
dispostos a abdicar da liberdade e, ✦ respeito pelos que não são da sua condição
posteriormente, da própria vida. Ambos social;
encaram o amor como um sentimento ideal, ✦ entrega-se à justiça depois de matar Baltasar
que, caso não possa ser vivido na Terra, será e se recusa a ter privilégios;
concretizado depois da morte. ✦ oposição que estabelece entre ele e a
sociedade, esta que evolui para conflito;
Este amor-paixão também é vivido por Mariana, ✦ opõe-se com todas as suas forças às
uma vez que, mesmo sem ter o sentimento convenções, regras e ideias-feitas da
correspondido, dedica toda a sua vida a sociedade, sucumbindo no ato rebelde e
Simão. Pelo seu carácter prático, ao invés de heroico;
projetar na eternidade a esperança de ser
amada pelo mesmo, tem esperança de ser Ele ainda contesta desde cedo as práticas
correspondida a acompanhá-lo no exílio. Ela sociais e os valores hipócritas e vazios que a
sabe que a sua vida não faria sentido sem o comunidade defende:
amado e afirma que caso ele morresse, ela se - falso conceito de honra;
suicidaria, tornando o seu amor equiparável ao - falta de integridade de carácter;
de Teresa. - falência dos valores humanos e cristãos
e dos sentimentos e laços de família.
CONSTRUÇÃO DO HERÓI ROMÂNTICO
☖ TERESA COMO HEROÍNA ROMÂNTICO
narrativas \
✦ opõe-se firmemente ao destino que a família
+ criam a figura do herói romântico.
quer para ela;
dramas /
✦ luta para não se casar com o primo Baltasar;
✦ reflete a fé na injustiça divina e nas injustiças
✦ personagem que acredita em valores
cometidas em função dos preconceitos da
elevados e «humanos»;
época;
✦ personagem de grande vitalidade, força e
✦ rompe com os desígnios da sociedade e de
complexidade interior;
sua família em defesa dos seus sentimentos.
✦ move-se por ideias grandes e, regra geral,
inalcançáveis: o amor, a justiça, a liberdade, a
construção de um mundo melhor, etc.;
✦ traça um grande plano para a sua vida e
dedica a sua existência para o cumprimento do
mesmo;
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A OBRA COMO CRÓNICA DA MUDANÇA LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

SOCIAL
☗ O NARRADOR
Dois sistemas de valores, ideias e
entendimentos do mundo em confronto: Entidade que existe no universo da história e
- por um lado, as noções de honra, de que relata a ação. No caso de Amor de
privilégio das classes sociais Perdição, podemos associar o narrador à
dominantes, de autoridade familiar e de figura do autor, que assume ser sobrinho de
(falsa) virtude cristã associadas ao Simão Botelho na frase final da novela «A
Antigo Regime, última pessoa falecida, há vinte e seis anos, foi
- por outro, os valores de liberdade, Manuel Botelho, pai do autor deste livro.».
igualdade, justiça social, que o
Liberalismo e o Romantismo vêm Não é participante, ainda assim, não relata a
reivindicar. história de forma imparcial nem neutra, a
narração é acompanhada por juízos emitidos
As questões sociais são analisadas de forma sobre as personagens e sobre a sociedade.
crítica em Amor de Perdição.
O narrador denuncia e satiriza os valores O narrador apresenta a sua opinião, tira as suas
caducos da sociedade antiga: conclusões sobre os episódios de intriga e
desenvolve reflexões e críticas sobre
↳ A sociedade é repressiva. comportamentos sociais. Estas intervenções
A relação pais/filhos evidencia o conflito de assumem a forma de julgamentos morais.
mentalidades:
- pais repressivos e inflexíveis que se opõem à Em vários momentos, o narrador dirige-se
felicidade dos filhos (autoritarismo de Tadeu de diretamente a um narratário, que ele designa
Albuquerque, por exemplo, o casamento por por «a leitora» ou «o leitor». Desta forma
conveniência, a restrição à ação das mulheres). cúmplice, envolve os leitores na avaliação do
mundo e das personagens da intriga e veicula
↳ A igreja enquanto instituição que age de as ideias centrais da obra.
acordo com a sociedade por interesse, promove
a clausura das jovens mais rebeldes (aliás, os ☗ TÉCNICA NARRATIVA
vícios e a corrupção dos conventos são bem
salientados ao longo da obra). Dominam na novela a frase curta e a
coordenação, que contribuem para conferir ritmo
↳ A Justiça e a sua arbitrariedade é e vivacidade à narração dos acontecimentos. O
desmascarada através da parcialidade revelada uso do pretérito perfeito e a escolha cuidada dos
nos julgamentos, em que a classe social ou a verbos servem este mesmo fim. Note-se o efeito
influência de determinadas figuras podem de antepor o verbo às restantes palavras da
determinar o desfecho. frase («Conseguiu ele, sempre balanceado da
fortuna, transferência para Vila Real»). Já o
↳ A instituição militar, também ela movida pela adjetivo é usado com moderação.
influência dos mais poderosos, é alvo de
críticas. O uso de recursos expressivos:
- a sutileza da ironia na crítica social
De facto, Amor de perdição é bem uma obra veiculada pelo narrador ou por algumas
que, sendo romântica (na forma como personagens.
expressam as emoções e como se veiculam os - a metáfora é frequentemente usada
valores do Liberalismo), anuncia já a narrativa para exprimir os sentimentos das
da atualidade na medida que estuda e critica a personagens.
sociedade do seu tempo, ainda que a ação se
circunscreve o início do século XIX.

Descarregado por Ana Silva (ana.silva.sorridente@gmail.com)

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Neste ponto, importa também chamar a atenção ☗ CONCENTRAÇÃO TEMPORAL DA AÇÃO

para a linguagem emotiva empregue por Simão e
por Teresa na expressão dos seus sentimentos, Ação da novela narrada de forma linear,
que revela influências do Ultrarromantismo. relatando-se cronologicamente. Há momentos
de retrospectiva (analepse), em que se narram
↳ As Cartas (de amor, de género epistolar) antecedentes da ação (capítulo I - antecedentes
- extensão moderada; da família de Simão).
- simplicidade e clareza de estilo;
- subjetivismo (tom confessionalista, centrado Inicialmente a narração dos acontecimentos são
no eu); relatados num bom ritmo acelerado, o ritmo
- linguagem sentimentalista; abranda quando se trata das peripécias
- abundância de recursos expressivos e relacionadas com o amor de Simão e Teresa e
pontuação expressiva. o comportamento das duas famílias. Mais
adiante, perde-se a noção de tempo quando a
↳ “Reportagem direta dos acontecimentos” narração se concentra na vivência interior
- rapidez das peripécias; desse amor, que é expressa em cartas e
- concisão dos diálogos; reflexões das personagens.
- ausência de divagações filosóficas;
- linguagem simples. O tempo psicológico traduz-se nos períodos de
reflexão das personagens ou na espera de
↳ Diálogos (estratégia discursiva: introdução de correspondência.
várias «vozes» no discurso)
- concisos;
- vivos e espontâneos: gente do povo (léxico
popular);
- convencionais: nobres (léxico cuidado).
- torna os momentos mais intensos;

↳ Linguagem (síntese)
- predominância do léxico simples;
- relevância do verbo (pretérito perfeito e
imperfeito);
- escassez dos adjetivos;
- frases curtas;
metáforas e imagens (intensificação da
expressão de sentimentos).
- ironia (forma de crítica).

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AS PERSONAGENS PRINCIPAIS

Antes de amar: - tinha 24 anos quando conheceu Simão;

- fisicamente: aos 15 anos, parece ter 20; é
belo, apresentando as «feições da mãe»;
- detentor de um «génio sanguinário»;
- inteligente e talentoso;
- irreverente, provocador e independente
(escolhe amigos e companheiros que a família
não aprova e escarnece das genealogias);
- violento e irascível;
- orgulhoso e arrogante;
- em Coimbra, foi apreciador do espírito da
Revolução Francesa («jacobino»), defendendo
um «batismo de sangue» e a «ideia regicida».
- tem «formas bonitas, um rosto belo e triste»
(«bem mais bonita que a fidalga»);
- crente e mística, acredita nos seus sonhos,
prevendo a desgraça de Simão;
- firme, recusou propostas de casamento;
- é uma mulher nobre e pura («nobre coração
de mulher pura!»);
- a mulher-anjo romântica (o «anjo da guarda»
ou o «anjo da caridade» de Simão, a quem ama
«até ao extremo de morrer»);
- vive o amor como penitência («obscuro
martírio»).

Transformado pelo amor:

- tem 17 anos;
- converte-se «aos deveres, à honra, à
sociedade e a Deus»;
- torna-se pacífico e cumpridor;
- empenha-se no estudo, pensando sempre em
Teresa («alheado»).

Perante os obstáculos:
- age como um animal enjaulado (comparação
com o tigre, Capítulo II);
- mantém a «índole arrogante», que lhe
«escalda o sangue»;
- ao ser confrontado com a possibilidade da sua
morte, diz: «Eu não mudo nunca de cor.»;
- misericordioso (crítica a crueldade de João da
Cruz);
- insubmisso (a submissão «é uma ignomínia»);
- um «homem de ferro».

- nas palavras do narrador, «é mulher varonil,

tem força de caráter, orgulho fortalecido pelo
amor, desapego das vulgares apreensões»;
- trata-se de uma «mulher distintíssima»;
- tinha 15 anos quando conheceu Simão;
- fisicamente, é «regularmente bonita»;
- absolutamente leal a Simão, a quem escreve
cartas profundas e apaixonadas;
- inflexível;
- desobediente em nome do amor.
- verdadeira e honesta.;
-no fim, como mártir, aceita a morte.

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