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ESCOLA DE REFERÊNCIA EM ENSINO MÉDIO AUGUSTO LÚCIO DA SILVA

JÚRI SIMULADO: O JULGAMENTO DA RAINHA DE COPAS DO PAÍS DAS


MARAVILHAS.

Cícera Maria da Silva Guedes (Professora orientadora) Turma: 1º ano b.

Roteiro – júri simulado


Caso número 1985/7

OFICIAL DE JUSTIÇA (Alessa): Está aberta a sessão de julgamento da Sra.


Rainha de Copas. Representando o Ministério Público, temos a Dra. Rakely
Maria dos Santos, promotora de justiça, que será auxiliada pelos
advogados de acusação Dra. Maria Gabrielly de Barros Padilha e Dr.
Nicolas Kauê Santos Wanderlei. Na defesa da ré hoje sob julgamento,
temos as doutoras Raquel Ribeiro Wanderley, Vitória Maria da Silva
Umbelino e Maria Joseane Monteiro da Conceição. Peço a todos os
presentes que façam silêncio, desliguem os celulares e fiquem de pé para
a entrada da Excelentíssima Juíza, a Dra. Maria Emilia Freitas Machado.

JUÍZA (Emilia): Boa tarde, senhoras e senhores, podem sentar. Declaro


abertos os trabalhos da Sétima Sessão da Primeira Reunião do Tribunal do
Júri Simulado da Comarca das Correntes-PE, ano 2023.
A princípio dispensaremos a chamada dos 25 jurados dispostos no art. 462
do Código do Processo Penal, tendo em vista que já foram escolhidos os 7
jurados para fazerem parte deste conselho.
À medida que a oficial de justiça for chamando o nome dos jurados, o
jurado chamado deverá levantar a mão e dizer presente.

JUÍZA (Emilia): Nos termos do art. 463 do código do Processo Penal,


estando em ordem as células com os 7 jurados e tendo comparecido o
número suficiente, iniciamos o julgamento do processo número 1985/7
tendo como ré primária a Sra. Rainha de Copas, acusada pelos crimes de
ameaça _ previsto no artigo 147, homicídio qualificado em conformidade
com o artigo 121 parágrafo segundo, cárcere privado de acordo com o
artigo 148, abuso de poder em conformidade com o artigo 74, usurpação
de acordo com o artigo 161 e violência psicológica contra menores
previsto no artigo 5º, tendo como vítima a senhorita Alice e todos os
habitantes do País das Maravilhas.

OFICIAL DE JUSTIÇA (Clara): Os jurados não sorteados estão dispensados


com os nossos agradecimentos.
Peço a atenção dos senhores para a chamada dos jurados e devo adverti-
los que estão impedidos de servir ao mesmo conselho: marido e mulher,
ascendentes e descendentes, sogros e genros e noras, tios e sobrinhos,
pais e filhos. Também advertimos aos senhores jurados que a partir do
momento em que forem anunciados não poderão comunicar-se uns com
os outros nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de
exclusão do conselho e muita de 1 a 10 salários mínimos.
Foram escolhidos sete jurados para fazer parte deste conselho. À medida
que forem chamados os nomes, o jurado deverá levar a mão e dizer
presente.
Neste momento, solicito que a senhora oficial de justiça Alessa Maria
Tenorio Padilha faça o pregão das partes.
Nomes dos jurados:

OFICIAL DE JUSTIÇA (Alessa): 1- Maria Laura do Nascimento Umbelino?


JUÍZA (Emilia): A acusação aceita ou recusa a jurada? A defesa aceita ou
recusa a jurada?
OFICIAL DE JUSTIÇA (Alessa): 2- Sabryna Vitória Alves de Mendonça?
JUÍZA (Emilia): A acusação aceita ou recusa a jurada? A defesa aceita ou
recusa a jurada?
OFICIAL DE JUSTIÇA (Alessa): 3- Myllena Beatriz Monteiro de Melo?
JUÍZA (Emilia): A acusação aceita ou recusa a jurada? A defesa aceita ou
recusa a jurada?
OFICIAL DE JUSTIÇA (Alessa): 4- Ana Luize Bezerra Matías?
JUÍZA (Emilia): A acusação aceita ou recusa a jurada? A defesa aceita ou
recusa a jurada?
OFICIAL DE JUSTIÇA (Alessa): 5- Kaio Henrique Araújo dos Santos?
JUÍZA (Emilia): A acusação aceita ou recusa o jurado? A defesa aceita ou
recusa o jurado?
OFICIAL DE JUSTIÇA (Alessa): 6- Geisilane Rodrigues Dos Santos?
JUÍZA (Emilia): A acusação aceita ou recusa a jurada? A defesa aceita ou
recusa a jurada?
OFICIAL DE JUSTIÇA (Alessa): 7- Jamily Vital Barros Sarmento?
JUÍZA (Emilia): A acusação aceita ou recusa a jurada? A defesa aceita ou
recusa a jurada?
JUÍZA (Emilia): Senhores do júri, levantem a mão direita e após o
juramento repitam: “Assim prometo”.
SENHORES JURADOS, EM NOME DA LEI, CONCITO-VOS A EXAMINAR ESTA
CAUSA COM IMPARCIALIDADE E A PROFERIR A VOSSA DECISÃO DE
ACORDO COM VOSSA CONSCIÊNCIA E OS DITAMES DA JUSTIÇA.

Estando todos os presentes nesta sessão, peço que tragam a ré.


A Sra. Rainha de Copas está sendo acusada pelos crimes de: ameaça,
homicídio qualificado, cárcere privado, abuso de poder, usurpação e
violência psicológica contra menores.

JUÍZA (Emilia): Senhora Rainha de Copas, jura dizer a verdade, somente a


verdade, nada mais que a verdade?

RÉ (Keylla): Sim, eu juro.

JUÍZA (Emilia ):A senhora tem ciência de que se tal não acorrer, será
incriminada por perjúrio, podendo sofrer punições na forma da lei?

Ré (Keylla) : Sim, estou ciente.

JUÍZA (Emilia ):Pode confirmar seu nome?

RÉ (Keylla): Rainha de Copas.

JUÍZA (Emilia):Qual a sua idade?

RÉ (Keylla): 52 anos.

JUÍZA (Emilia):A senhora tem ciência de estar sendo julgada pelos crimes
de ameaça, homicídio qualificado, cárcere privado, abuso de poder,
usurpação e violência psicológica contra menores?

RÉ (Keylla): Sim.
JUÍZA (Emilia):Advirto a ré que terá o direito de permanecer calada, a se
tratar do momento próprio de dar sua visão dos fatos.

JUÍZA (Emilia): A acusação gostaria de inquirir a ré?

PROMOTORA ( Rakely): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.

PROMOTORA (Rakely): Boa Tarde! É com grande satisfação que o


Ministério Público se faz presente hoje nesta sessão de julgamento, a fim
de defender os interesses do Estado em prol da sociedade.
Gostaria de dirigir os cumprimentos a Excelentíssima presidenta deste
egrégio 1º Tribunal do Júri, da Comarca das Correntes, Dra. Maria Emilia
Freitas Machado assim como parabenizá-la pelo excelente trabalho que
Vossa Excelência vem desenvolvendo nesta Comarca, a qual tenha plena
convicção de que está sendo muito bem representada pela senhora.
Receba os meus mais sinceros cumprimentos.
Cumprimento os nobres advogados aqui presentes: Dra. Maria Gabrielly
de Barros Padilha e Dr. Nicolas Kauê Santos Wanderlei, é uma satisfação
atuar ao lado de legítimos advogados, que desempenham seu cargo no
Ministério Privado da advocacia com tanta aptidão; Dra. Raquel Ribeiro
Wanderley, Dra. Vitória Maria da Silva Umbelino e Dra. Maria Joseane
Monteiro da Conceição, é de grande importância que tenhamos
profissionais iguais às senhoras que exercem com tamanha competência a
defensoria. Tenho certeza de que será um trabalho de muita técnica, sem
quaisquer problemas pessoais. Recebam todos os meus cumprimentos.
Aos serventuários da justiça, bem como a polícia militar aqui presentes,
recebam os meus cumprimentos.
A todos os demais, gostaria de agradecer pela presença bem como
cumprimentá-los em nome do Ministério Público.
E por fim, saudações aos mais importantes neste plenário. Senhores
membros do Conselho de Sentença, elevados nessa ocasião ao grau de
autoridade máxima, Vossas Excelências hoje são juízes de fato, para julgar
os crimes que serão aqui apresentados. A missão dada a Vossas
Excelências se reveste na mais democrática das instituições brasileiras.
Hoje os senhores estão aqui para exercer um legítimo ato de cidadania.
Peço aos Excelentíssimos Senhores que decidam de acordo com suas
consciências e não tenham medo de condenar a ré se acharem que esta
de fato é culpada pelos crimes que lhes estão sendo imputados. Vossas
Excelências hoje representam a sociedade e a decisão dada neste
julgamento é soberana. São os senhores quem irão condenar ou absolver
a ré. Portanto, mais uma vez peço que julguem com suas consciências,
com a certeza de que estarão fazendo a melhor não somente para si, mas
como para a sociedade também.

ACUSAÇÃO (promotora Rakely):Em relação ao crime de ameaça que a


senhora é acusada de cometera, qual sua defesa para essa acusação?

RÉ (Keylla):Ameaçava apenas aqueles que infringiam na lei de meu país, já


que minha lei condena quem não seguisse os mandatos de meu reino.

ACUSAÇÃO (promotora Rakely):Quando e quem implantou essa lei de


mandato de morte no seu país?

RÉ (Keylla): Eu mesma, pois estava apenas querendo garantir a segurança


dos meus cidadãos.

ACUSAÇÃO (promotora Rakely):A senhora não acha que ao executar essa


lei no seu país estaria empregando uma ditadura militar? por quê?

RÉ (Keylla): Não, seria uma ditadura se eu estivesse restringindo os


direitos deles, algo que eu não fiz em meu governo.

ACUSAÇÃO (promotora Rakely):Senhora Rainha de Copas, ao fazer o


mandato de execução das vítimas, sentiu remorso ao mandar matá-las?

DEFESA (Raquel):Protesto! É uma pergunta muito íntima para a ré, peço


que a excelentíssima juíza analise-a

JUÍZA (Emilia):Protesto negado! Acusação, pode continuar.

RÉ (Keylla):Sentia sim, doía ver meu povo executado de tal maneira mas,
aquela é a lei do meu país, e precisa ser cumprida!

ACUSAÇÃO (promotora Rakely): Isso é tudo, meritíssima.


JUÍZA (Emilia): A defesa gostaria de inquirir a ré?

DEFESA (Raquel): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.

DEFESA (Raquel): Desejo, de antemão, cumprimentar a Excelentíssima


Juíza de Direito desta Comarca, Dra. Maria Emilia Freitas Machado,
Presidente deste egrégio Tribunal do júri. Sinto-me honrada de atuar ao
lado de Vossa Excelência na presidência dos trabalhos aqui realizados.
Comungo do saber que serão aqui conduzidos com toda lisura e sensatez
por vossa Excelência.
Quero agradecer a presença do Ministério Público representado pela Dra.
Rakely Maria dos Santos, é uma honra tê-la na acusação juntamente com
os advogados Dra. Maria Gabrielly de Barros Padilha e Dr. Nicolas Kauê
Santos Wanderlei.
Dirijo minhas saudações as minhas colegas no exercício privado de
advocacia Dra. Vitória Maria da Silva Umbelino e Dra. Maria Joseane
Monteiro da Conceição com quem tenho hoje o apreço de compartilhar o
Tribunal de Defesa, não pela ré, mas sempre pelo mesmo ideal: defender
a liberdade dos cativos e representar os acusados e oprimidos.
E por fim, cumprimento os senhores jurados, que terão hoje o papel mais
importante: Definir o futuro da ré.

DEFESA(Raquel): Rainha de Copas, a senhora conhece Alice?

RÉ (Keylla): Sim, quando ela apareceu em meu jardim, a conheci.

DEFESA (Raquel): A senhora convidou Alice para entrar no seu jardim?

RÉ (Keylla): Não.

DEFESA (Raquel):Então a senhora afirma que Alice invadiu seu jardim e


palácio?

RÉ (Keylla): Sim.
DEFESA (Raquel): Como foi seu encontro com Alice?

RÉ (Keylla): Ela invadiu minha propriedade, importunando três de meus


jardineiros com perguntas invasivas. Ao comparecer no local, perguntei
seu nome e, após ela o dizer, me tratou sem respeito, sendo afrontosa,
rude e mal-educada.

DEFESA (Raquel): Isso é tudo, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Neste momento, peço que retirem a ré.


Que entre a vítima.

JUÍZA (Emilia) Como a senhorita se chama?

VÍTIMA (Sofia): Alice.

JUÍZA (Emília): Qual sua idade?

VÍTIMA (Sofia): 7 anos.

JUÍZA (Emília): Senhorita Alice, jura dizer a verdade, somente a


verdade, nada mais que a verdade?

VÍTIMA( Sofia): Sim, eu juro.

JUÍZA (Emilia): A senhora tem ciência de que se tal não acorrer,


será incriminada por perjúrio, podendo sofrer punições na forma da
lei?

VÍTIMA (Sofia): Sim, estou ciente.

JUÍZA (Emília): Com a palavra a advogada de acusação, Dra.


Maria Gabrielly de Barros Padilha, para que interrogue a vítima.

ACUSAÇÃO (Gabrielly): Boa tarde, Excelentíssima Sra. Presidente deste


egrégio do 1º Tribunal do Júri da Comarca das Correntes, Dra. Maria Emília
Freitas Machado. Sinto-me honrada e envaidecida de atuar ao lado ao
lado de Vossa Excelência na presidência dos trabalhos aqui realizados.
Comungo do saber de que os trabalhos de hoje serão conduzidos com
toda lisura e sensatez por Vossa Excelência.
Excelentíssima Sra. Doutora Rakely Maria dos Santos, promotora de
justiça que hoje abrilhanta a tribuna de acusação, é uma satisfação para
esta defensora atuar ao lado de uma legítima promotora da justiça na
sociedade que desempenha seu cargo com tanta maestria e aptidão como
Vossa Excelência.
Excelentíssimas Senhoras Dra. Raquel Ribeiro Wanderley, Dra. Vitória
Maria da Silva Umbelino e Dra. Maria Joseane Monteiro da Conceição,
que ilustram a tribuna da defesa, é para mim um grande contentamento
exercitar a ampla defesa em sua plenitude. Aos serventuários da justiça,
bem como a polícia militar aqui presentes, recebam os meus
cumprimentos.
Cumprimento os mais importantes neste plenário: senhores
membros do Conselho de sentença, elevados nesta ocasião ao grau de
autoridade máxima.
A todos os demais, gostaria de também agradecer pela presença

ACUSAÇÃO (Gabrielly): Como a senhorita conheceu a ré?

VÍTIMA (Sofia): No jardim de seu palácio.

ACUSAÇÃO (Gabrielly): Por que a senhorita estava no jardim do palácio da


Rainha de Copas se ela mesma falou que não tinha convidado- a para
entrar?

VÍTIMA (Sofia): Estava apenas ajudando os soldados a pintar as rosas que


foram pedidas.

ACUSAÇÃO (Gabrielly): Ninguém lhe impediu de entrar no local?

VÍTIMA (Sofia): Não.

ACUSAÇÃO (Gabrielly): Senhorita Alice, conte-nos o que de fato


aconteceu naquele dia.

VÍTIMA (Sofia): Estava em meu jardim quando passou um coelho branco


apressado, então decidi segui-lo. Acabei parando no País das Maravilhas e
enquanto me aventurava com meus amigos, cheguei até o jardim da
rainha de copas onde encontrei três jardineiros que estavam tingindo as
flores brancas de vermelho. Logo em seguida ela apareceu acompanhada
de seus soldados estranhando minha presença por nunca ter me visto,
mas mesmo assim me chamou para uma tarde de chá. Simplesmente por
não me conhecer por completo, me acusou de ter roubado sua torta,
condenando- me a morte.

ACUSAÇÃO (Gabrielly): Em relação a torta, foi senhorita mesmo que


realizou o furto?

VÍTIMA (Sofia): Não, não tenho interesse em tortas.

ACUSAÇÃO (Gabrielly): Sem mais, meritíssima.

JUÍZA(Emília): A defesa deseja inquirir a vítima?

DEFESA (Vitória): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.

DEFESA ( Vitória): Excelentíssima Dra. Juíza Maria Emilia Freitas Machado


da vara criminal da Comarca das Correntes do Estado de Pernambuco,
diletos colegas de defesa e acusação, primorosos servidões da justiça,
gloriosa polícia militar, conhecidos da vítima e do réu, cumprimento o réu
e por último os jurados sorteado.

Defesa (Vitória): Senhorita Alice, o que te fez chegar até o país das
maravilhas?

Vítima (Sofia): A curiosidade por ver um coelho apressado e atrasado.

Defesa (Vitória): Por você ser menor de idade, porque estava em um país
totalmente fora de sua realidade sem um responsável?

Vítima (Sofia): Não sabia que seguir um coelho iria me levar a um reino de
uma rainha assassina.
DEFESA (Vitória): Você pediu permissão para entrar na residência da
Rainha?

VÍTIMA (Sofia): Não, entrei pelo fundo da casa, não havia ninguém lá.

DEFESA (Vitória): Por que aceitou participar do chá com a Rainha, se você
não a conhecia?

VÍTIMA (Sofia): Justamente para conhecê-la melhor.

Defesa (Vitória): Sem mais, meritíssima.

Interrogatório das testemunhas de acusação:

JUÍZA (Emilia): Neste momento, peço que a vítima se retire!


Que entre a primeira testemunha de acusação.

JUÍZA (Emilia): Como o senhor se chama?

TESTEMUNHA (Miguel): Miguel.

JUÍZA (Emilia): Senhor Miguel, jura dizer a verdade, somente a verdade,


nada mais que a verdade?

TESTEMUNHA (Miguel): Sim, eu juro.

JUÍZA (Emilia): O senhor tem ciência de que se tal não acorrer, será
incriminado por perjúrio, podendo sofrer punições na forma da lei?

TESTEMUNHA (Miguel): Sim, estou ciente.

JUÍZA (Emilia): Com palavra ao Advogada de Acusação, Dr. Nicolas Kauê


Santos Wanderlei, para que interrogue a testemunha.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Boa tarde, Excelentíssima senhora presidenta deste


egrégio do 1° Tribunal do Júri da Comarca das Correntes, doutora Maria
Emília Freitas Machado. Sinto-me honrado e envaidecido de atuar ao lado
de Vossa Excelência na presidência dos trabalhos aqui realizados.
Comungo do saber de que os trabalhos de hoje serão
conduzidos com toda lisura e sensatez por Vossa Excelência.
Excelentíssima senhora doutora Rakely Maria dos Santos, promotora de
justiça que hoje abrilhanta a tribuna da acusação, é uma satisfação para
esta defensora atuar ao lado de uma legítima promotora da justiça na
sociedade que desempenha seu cargo com tanta maestria e aptidão como
Vossa Excelência.
Excelentíssimas senhoras, Dra. Raquel Ribeiro Wanderley, Dra. Vitória
Maria da Silva Umbelino e Dra. Maria Joseane Monteiro da Conceição,
que ilustram a tribuna da defesa, é para mim um grande contentamento
exercer a busca pela justiça ao lado de colegas que exercitam a ampla
defesa em sua plenitude. Aos serventuários da justiça, bem como a polícia
militar aqui presentes, recebam os meus cumprimentos.
Cumprimento os mais importantes neste plenário: senhores membros do
conselho de sentença, elevados nesta ocasião ao grau de autoridade
máxima.
A todos os demais aqui presentes, gostaria de também agradecer pela
presença.

ACUSAÇÃO (Nicolas): O senhor Miguel, sendo Guarda Oficial da Rainha, já


presenciou algum ato agressivo vindo da ré?

TESTEMUNHA (Miguel): Sim. A Rainha costuma cometer atos agressivos e


cruéis com qualquer pessoa.

ACUSAÇÃO (Nicolas): A Rainha já cometeu algum atentado ou ameaça


contra o senhor?

TESTEMUNHA (Miguel): Sim. A Rainha costumava fazer ameaças com os


guardas que se opuseram a ela.

ACUSAÇÃO (Nicolas): O senhor já presenciou alguma infração que vai


contra os direitos humanos direcionados a população?

TESTEMUNHA (Miguel): Não, não presenciei.


ACUSAÇÃO (Nicolas): O senhor já escutou alguma relato que possa acusar
a Rainha?

TESTEMUNHA (Miguel): Sim. Escutei até mesmo vindo de pessoas


comuns.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sem mais, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): A defesa gostaria de inquirir a testemunha?

DEFESA (Joseane): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Com a palavra a advogada de defesa para interrogar a


testemunha.

DEFESA (Joseane): Gostaria de dirigir os cumprimentos á excelência Dra.


Maria Emilia Freitas Machado, presidenta deste egrégio tribunal do júri.
Às oficiais de justiça Maria Clara de Souza França e Alessa Maria Tenorio
Padilha. A promotora Rakely Maria do Santos, representante do ministério
público. As minhas colegas Dra. Raquel Ribeiro Wanderley e Dra. Vitória
Maria da Silva Umbelino, com quem tenho a imensa satisfação de dividir o
tribunal da defesa. Aos advogados de acusação Dra. Maria Gabrielly de
Barros Padilha e Dr. Nicolas Kauê Santos Wanderlei. Aos serventuário da
justiça, bem como a polícia militar aqui presente, recebam os nossos
cumprimentos.
A todos os demais presente, gostaria de agradecer pela presença bem
como cumprimentá-lo em nome da defesa.

DEFESA (Joseane): Como o senhor conheceu a Rainha? E por que se


tornou guarda dela?

TESTEMUNHA (Miguel): Conheci quando criança em um evento do reino.


E me tornei guarda porque precisava de dinheiro.

DEFESA (Joseane): Por que o senhor está acusando a Rainha?

TESTEMUNHA (Miguel): Por ouvir relatos e presenciar atos agressivos


vindo da Rainha.
DEFESA (Joseane): O senhor sabe algo sobre a vida pessoal da Rainha?

TESTEMUNHA (Miguel): Sim. Sei que ela é autoritária e agressiva, que


desde cedo apresentava esses comportamentos, fora os traumas que ela
teve.

DEFESA (Joseane): O senhor sabe sobre algum trauma da Rainha?

TESTEMUNHA (Miguel): Pelos boatos que ouvi, sua infância foi difícil, ela
teve vários traumas. Os mais ousados dizem que teve até mesmo casos de
abuso sexual, onde a Rainha foi vítima. Porém, não acredito que tudo isso
seja real. Acredito que isso seja uma mentira contada estrategicamente
para vitimizar a Rainha.

DEFESA (Joseane): Com base nisso gostaria de apresentar um laudo


comprovando os fatos aqui citados pela vítima.

JUÍZA (Emilia): A testemunha está liberada. Que entre a segunda


testemunha de acusação.

JUÍZA (Emilia): Como o senhor se chama?

Testemunha (Nycolas): Afonso José.

JUÍZA (Emilia): Senhor Afonso, jura dizer a verdade, somente a verdade ,


nada mais que a verdade?

TESTEMUNHA (Nycolas): Sim, eu juro.

JUÍZA (Emilia): O senhor tem ciência de que se tal não ocorrer, será
incriminado por perjúrio, podendo sofrer punições na forma da lei?

TESTEMUNHA (Nycolas): Sim, estou ciente.

JUÍZA (Emilia): A acusação gostaria de inquirir a testemunha?

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sim, meritíssima.


JUÍZA ( Emilia): Pode iniciar.

ACUSAÇÃO (Nicolas): O senhor tem alguma função dentro do castelo?

TESTEMUNHA (Nycolas): Sim, sou jardineiro.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Em algum momento a ré lhe ordenou cometer


algum crime?

TESTEMUNHA (Nycolas): Não.

ACUSAÇÃO (Nicolas): O senhor já notou algum comportamento estranho


vindo da Rainha de Copas? Se sim, qual?

TESTEMUNHA (Nycolas): Sim, a ré ficava muito inquieta e agressiva.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sem mais, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): A defesa gostaria de inquirir a testemunha?

DEFESA (Joseane): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.

DEFESA (Joseane) O senhor já presenciou a ré mandando alguém cometer


algum crime? Se sim, qual?

TESTEMUNHA (Nycolas): Sim, assassinatos e agressões.

DEFESA (Joseane): O que acontecia com as pessoas que discordavam da


ré?

TESTEMUNHA (Nycolas): Eram assassinadas.

DEFESA (Joseane): De que forma?


TESTEMUNHA (Nycolas): As vítimas eram decapitadas ou espancadas até
a morte.

DEFESA (Joseane): Sem mais, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): A testemunha está liberada. Que entre a terceira


testemunha de acusação.

JUÍZA (Emilia): Como o senhor se chama?

TESTEMUNHA (Allysson): Francisco Silva.

JUÍZA (Emilia): Senhor Francisco, o senhor jura dizer a verdade, somente a


verdade, nada mais que a verdade?

TESTEMUNHA (Alysson): Sim, eu juro.

JUÍZA (Emilia): O senhor tem ciência de que se tal não ocorrer, será
incriminado por perjúrio, podendo sofrer punições na forma da lei?

TESTEMUNHA (Alysson): Sim, estou ciente.

JUÍZA (Emilia): A acusação gostaria de inquirir a testemunha?

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Em algum momento a Rainha obrigou o senhor a


fazer algo? Que ações ela lhe obrigou a fazer?

TESTEMUNHA (Allysson): Sim. Obrigava a refazer todas as comidas do


palácio, e ainda me humilhava na frente de todos quando não gostava de
alguma comida.

ACUSAÇÃO (Nicolas): O senhor já teve um mau pressentimento da


Rainha?
TESTEMUNHA (Allysson): Sim. Não me sinto seguro perto dela.

ACUSAÇÃO (Nicolas): O senhor já teve alguma envolvimento com os


cúmplices da Rainha de Copas?

TESTEMUNHA (Allysson): Já escutei uma conversa de um dos soldados


conversando com a Rainha sobre o jardineiro.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sem mais, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): A defesa gostaria de inquirir a testemunha?

DEFESA (Joseane): Não, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): A testemunha está liberada. Que entre a quarta


testemunha de acusação.

JUÍZA (Emilia): Como a senhora se chama?

TESTEMUNHA (Jayane): Elena.

JUÍZA (Emilia): Senhora Elana, a senhora jura dizer a verdade, somente a


verdade, nada mais que a verdade?

TESTEMUNHA (Jayane): Sim, eu juro.

JUÍZA (Emilia): A senhora ciência de que se tal não ocorrer, será


incriminada por perjúrio, podendo sofrer punições na forma da lei?

TESTEMUNHA (Jayane): Sim, estou ciente.

JUÍZA (Emilia): A acusação gostaria de inquirir a testemunha?

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Há quanto tempo a senhora serve a rainha?


TESTEMUNHA (Jayane): Há 5 anos.

ACUSAÇÃO (Nicolas): O que a senhora fazia?

TESTEMUNHA (Jayane): Eu trabalhava como camareira da Rainha.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Já presenciou algum crime?

TESTEMUNHA (Jayne): Sim, já presenciei ameaças de mortes e prisões,


mas nunca um assassinato em si.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Como a ré lhe tratava?

TESTEMUNHA (Jayane): Mal. Ela era egoísta e além disso era contra os
direitos humanos de seus empregados. Incluindo eu. Ela me gritava,
ameaçava, xingava e desprezava.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sem mais, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): A defesa gostaria de inquirir a testemunha?

DEFESA (Joseane): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.

DEFESA (Joseane): A senhora já viu a ré tomando alguma medicação para


transtorno dissociativo de personalidade?

TESTEMUNHA (Jayane): Não. Nunca presenciei isso. Tanto que na casa


não há remédios. Quando a Rainha precisa se tratar faz uso de ervas
medicinais.

DEFESA (Alessa): A senhora já viu a ré tratando alguém respeitosamente?

TESTEMUNHA (Jayane): Não. Porque até mesmo com o Rei, seu marido,
ela fala aos gritos, sempre dando ordens como se fosse um subordinado
qualquer.
DEFESA (Alessa): Em alguma momento a Rainha já lhe ameaçou para que
não compartilhasse algum segredo?

TESTEMUNHA (Jayane): Não. Na verdade ela não tinha o que esconder ela
só ia lá e fazia.

DEFESA (Alessa): Já presenciou uma ameaça de morte?

TESTEMUNHA (Jayane): Sim. Presenciei várias ameaças dentre elas a da


própria Alice.

DEFESA (Alessa): Sem mais, meritíssima.

Interrogatório das testemunhas de defesa:

JUÍZA (Emilia): A testemunha está liberada. Que entre a primeira


testemunha de defesa.

JUÍZA (Emilia): Como o senhor se chama?

TESTEMUNHA (Otávio): Rei de Copas.

JUÍZA (Emilia): Senhor Rei de Copas, jura dizer a verdade, somente a


verdade, nada mais que a verdade?

TESTEMUNHA (Otávio): Sim, eu juro.

JUÍZA (Emilia): O senhor tem ciência de que se tal não ocorrer, será
incriminado por perjúrio, podendo sofrer punições na forma da lei?

TESTEMUNHA (Otávio): Sim, estou ciente.

JUÍZA (Emilia): A acusação gostaria de inquirir a testemunha?

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.


ACUSAÇÃO (Nicolas): Senhor Rei de Copas, qual a sua ligação com a ré?

TESTEMUNHA (Otávio): Eu sou o esposo dela.

ACUSAÇÃO (Nicolas): A ré a ser julgada já tentou algo contra Vossa


Majestade?

TESTEMUNHA (Otávio): Não. Ela é sempre um amor comigo.

ACUSAÇÃO (Nicolas): O senhor é a favor da ré?

TESTEMUNHA (Otávio): Sim, eu sou. Pois ela é inocente.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sem mais perguntas, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): A defesa gostaria de inquirir a testemunha?

DEFESA (Joseane): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.

DEFESA (Alessa): Rei de copas, de onde Vossa Majestade conhece a ré?

TESTEMUNHA (Otávio): Como eu falei, sou esposo dela.

DEFESA (Alessa): Vossa Majestade é casado com a ré por quanto tempo?

TESTEMUNHA (Otávio): Sou casado com ela a 5 anos.

DEFESA (Alessa): Vossa Majestade sabia que a ré costumava cometer


todos esses crimes?

TESTEMUNHA (Otávio): Não, pois ela apenas seguia as leis do Reino.

DEFESA (Alessa): Vossa Majestade sabia que ela mandou matar a


senhorita Alice?
TESTEMUNHA (Otávio): Não.

DEFESA (Alessa): Sem mais, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): A testemunha está liberada. Que entre a segunda


testemunha de defesa.

JUÍZA (Emilia): Como o senhor se chama?

TESTEMUNHA (Antônio): Valete de Copas.

JUÍZA (Emilia): Senhor Valete, jura dizer a verdade, somente a verdade,


nada mais que a verdade?

TESTEMUNHA (Antônio): Sim, eu juro.

JUÍZA (Emilia): O senhor tem ciência de que se tal não ocorrer, será
incriminado por perjúrio, podendo sofrer punições na forma da lei?

TESTEMUNHA (Antônio): Sim, estou ciente.

JUÍZA (Emilia): A acusação gostaria de inquirir a testemunha?

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Qual o seu cargo dentro do reino?

TESTEMUNHA (Antônio): Chefe da Guarda do palácio.

ACUSAÇÃO (Nicolas): O senhor presenciou alguma vez desprezo da parte


da Rainha em relação a vítima?

TESTEMUNHA (Antônio ): Eu não presenciei nenhuma forma de desprezo


da parte da Rainha em relação a senhorita Alice.
ACUSAÇÃO (Nicolas): O senhor notou comportamento agressivo vindo da
Rainha?

TESTEMUNHA (Antônio): Não fico muito tempo perto da Rainha, pois


sempre estou observando os guardas e o castelo. Porém, todas as vezes
que fui ajudá-la, ela estava calma e gentil.

ACUSAÇÃO (Nicolas): O senhor notou se a Rainha muda de opinião ou


comportamento de forma repentina?

TESTEMUNHA (Antônio ):Sim, ela muda de comportamento


personalidade rapidamente. E tem comportamentos estranhos de forma
aleatória.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sem mais, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): A defesa gostaria de inquirir a testemunha?

DEFESA (Joseane): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.

DEFESA (Joseane): Qual é a sua versão sobre os fatos?

TESTEMUNHA (Antônio): Sempre uma relação agradável com a Rainha,


ela sempre me tratou com respeito e vivíamos em constante harmonia.

DEFESA (Joseane): A vítima e as testemunhas de acusação tem algo contra


você?

TESTEMUNHA (Antônio): Acredito que não.

DEFESA (Joseane): A ré é bem vista por todos os seus funcionários?

TESTEMUNHA (Antônio): Sim, gostamos dela, pois ela nos acolheu desde
o início.
DEFESA (Joseane): O senhor já recebeu alguma ordem da Rainha de
Copas para executar alguém?

TESTEMUNHA (Antônio): Não, nunca.

DEFESA (Joseane): Qual seu nível de contato com a ré?

TESTEMUNHA (Antônio): 100%, pois ela convive bastante conosco.

DEFESA (Alessa): Sem mais, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): A testemunha está liberada. Que entre a terceira


testemunha de defesa.

JUÍZA (Emilia): Como o senhor se chama?

TESTEMUNHA (Caio): João.

JUÍZA (Emilia): Senhor João, jura dizer a verdade, somente a verdade,


nada mais que a verdade?

TESTEMUNHA (Caio): Sim, eu juro.

JUÍZA (Emilia): O senhor tem ciência de que se tal não ocorrer, será
incriminado por perjúrio, podendo sofrer punições na forma da lei?

TESTEMUNHA (Caio): Sim, estou ciente.

JUÍZA (Emilia): A acusação gostaria de inquirir a testemunha?

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Quais mandados violentos o senhor presenciou?

TESTEMUNHA (Caio): Nenhum.


ACUSAÇÃO (Nicolas): Qual é a sua versão sobre os fatos?

TESTEMUNHA (Caio): Todos os mandados foram necessários pela


segurança do lugar.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Essa segurança resultou em que?

TESTEMUNHA (Caio): No respeito que as pessoas tinham pelas as leis.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Então, no reinado, medo é sinônimo de respeito?

TESTEMUNHA (Caio): Eu não quis dizer isso, no reinado seguimos leis


Seguras e respeitosas e as pessoas primeiramente respeitam as leis e
concordam.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sem mais, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): A defesa gostaria de inquirir a testemunha?

DEFESA (Joseane): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.

DEFESA (Joseane): Como o Sr. conheceu a Rainha de Copas?

TESTEMUNHA (Caio): Era um dos soldados de seu palácio.

DEFESA (Joseane): O senhor afirma tê-la visto cometer os crimes?

TESTEMUNHA (Caio): Não.

DEFESA (Joseane): Então o Sr. afirma também que ela pode estar sendo
acusada injustamente? Por que?

TESTEMUNHA (Caio): Sim. Porque não há nada dizendo tais coisas.

DEFESA (Joseane): Qual é sua afirmação sobre o inocência da Rainha de


Copas?
TESTEMUNHA (Caio): Sendo assim, eu não estaria aqui para contestar os
fatos sobre a inocência dela.

DEFESA (Joseane): Sem mais, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): A testemunha está liberada. Que entre a quarta


testemunha de defesa.

JUÍZA (Emilia): Como o senhor se chama?

TESTEMUNHA (Gabriel): Rei Gabriel II.

JUÍZA (Emilia): Senhor Gabriel, jura dizer a verdade, somente a verdade,


nada mais que a verdade?

TESTEMUNHA (Gabriel): Sim, eu juro.

JUÍZA (Emilia): O senhor tem ciência de que se tal não ocorrer, será
incriminado por perjúrio, podendo sofrer punições na forma da lei?

TESTEMUNHA (Gabriel): Sim, estou ciente.

JUÍZA (Emilia): A acusação gostaria de inquirir a testemunha?

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.

ACUSAÇÃO (Nicolas): O senhor em algum momento já presenciou alguma


atitude agressiva ou ameaçadora vindo da Rainha?

TESTEMUNHA (Gabriel): Não. Em nenhum momento presenciei algumas


dessas atitudes vindo da Rainha.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Ao decorrer da amizade, o senhor percebeu que a


Rainha tem uma dupla personalidade ou bipolaridade?
TESTEMUNHA (Gabriel): Não. Ao longo da nossa amizade ela se mostrou
muito amável e compreensiva.

ACUSAÇÃO (Nicolas): O senhor afirma ser amigo da Rainha, e jura ao


público que não esta acobertando nenhum crime relacionado a Rainha?

TESTEMUNHA (Gabriel): Não. Eu juro perante a lei que não estou


acobertando nenhum crime ou relatando alguma acusação contra a
Rainha.

ACUSAÇÃO (Nicolas): O senhor já recebeu algum mandato de morte vindo


da Rainha?

TESTEMUNHA (Gabriel): Não. A Rainha é uma boa pessoa com tamanha


compaixão pelo próximo.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Sem mais, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): A defesa gostaria de inquirir a testemunha?

DEFESA (Joseane): Sim, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Pode iniciar.

DEFESA (Joseane): O senhor conhece a Rainha de Copas há quanto


tempo?

TESTEMUNHA (Gabriel): Conheço ela desde a nossa infância.

DEFESA (Joseane): Nesse tempo, o senhor já a ouviu ou a viu ameaçando


algum funcionário?

TESTEMUNHA (Gabriel): Não. Em todo esse tempo, nunca presenciei


nenhum ato agressivo ou ameaçador vindo da Rainha?.

DEFESA (Joseane): Durante todo esse tempo o senhor já presenciou


algum ato de crueldade vindo da ré?
TESTEMUNHA (Gabriel): Não. Nunca presenciei nenhum ato de crueldade
vindo dela.

DEFESA (Joseane): O que o senhor tem a dizer sobre o caráter da ré?

TESTEMUNHA (Gabriel): A Rainha de Copas para mim é uma ótima


pessoa, com muita compaixão pelo próximo.

DEFESA (Alessa): Sem mais, meritíssima.

FIM DO INTERROGATÓRIO.

JUÍZA (Emilia): A testemunha está liberada. Neste momento peço que


tragam a ré para assistir o julgamento.

JUÍZA (Emilia): Iniciamos aqui neste momento, a instalação do processo


aqui no plenário do júri. Esta instrução é uma coleta de provas na
presença dos senhores jurados. Peço aos seis doutores debatedores que
somente façam uso da palavra se for concedido pelo orador do momento
ou com a minha autorização.

Com a palavra a Dra. Rakely Maria dos Santos, representante do ministério


Público. Vossa Excelência terá cinco minutos para a exposição da
acusação.

TESE DA PROMOTORA (Rakely): Gostaria de dirigir os cumprimentos à ré,


senhora Rainha de Copas, ré hoje sob julgamento. Gostaria de deixar claro
que o Ministério Público não tem nada contra a senhora; todavia, estamos
aqui por busca de justiça. Com a licença de todos, vamos aos autos do
processo.
O Ministério Público ofereceu denúncia em face da ré, Rainha de
Copas, sobre quem reside a acusação contra os crimes de ameaça,
previsto no art. 147, homicídio culposo, previsto no art. 121 segundo
parágrafo, cárcere privado, previsto no art. 148, abuso de poder, previsto
no art. 74, usurpação, previsto no art. 161 e também por violência
psicológica infantil, previsto no art. 5, conforme o ECA.
No dia 10 de Julho de 2010, a senhora Rainha de Copas rainha de
Copas, 52 anos de idade, conhece a senhorita Alice, de apenas 7 anos,
uma garota bem educada pelos pais. Porém era curiosa, não tinha noção
de até onde essa curiosidade a ia levar. A senhora Rainha de Copas diz que
Alice invadiu sua propriedade com más intenções e a tratou com
desrespeito mas, que mesmo assim a chamou para um jogo de croqui,
que estava sendo manipulado a seu favor impedindo Alice de ganhar. Isso
se dá justamente por seus subordinados saberem que se ela ganhasse
seria condenada a morte pela rainha. E é importante ressaltar que nesse
jogo as peças eram seus subordinados, o que remete a sua fama em
relação à condenação de morte e ameaça.
Todo esse apanhado de crimes começou no momento em que a Rainha
de Copas assumiu o trono e deu início ao seu reinado. Foi, a partir disso
que os funcionários começaram a receber pouco ou de jeito nenhum. O
mau temperamento da rainha de início não aparentava ser um grande
problema, o que mudou com o tempo. Ela se viu superior e começou a
acreditar que era a única com razão e quem contrariasse ela estaria assim,
indo contra a lei e o reino, merecendo a morte e quando não eram mortos
eram ameaçados de sofrer algo muito pior.
Com base nisso é visto que a senhorita Alice é apenas mais uma vítima
das múltiplas que sofreram a tirania da rainha. Tudo isso por causa da sua
impetulância e alto ego de superioridade que permite tamanha audácia e
injustiça com o povo do seu reino. E como se já não bastasse tanta
opressão e privação de seus direitos todos eram obrigados a satisfazer
suas vontades com a maior perfeição, independentemente da sua idade
ou porte físico.
Sendo assim, para a ré Rainha de Copas além da pena prevista para
homicídio qualificado que é de 20 anos, peço mais 6 meses pelo crime de
ameaça totalizando 20 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado.
Senhores jurados, após lhes apresentar estas contundentes e nítidas
provas, peço que Vossas Excelências façam cumprir a lei e condenem essa
criminosa por seus atos.

Sem mais, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Com palavra a Dra. Maria Gabrielly de Barros Padilha que
terá cinco minutos para prosseguir a acusação.
ACUSAÇÃO (Gabrielly): Quero, de antemão, cumprimentar a senhora
Rainha de Copas, ré hoje sob julgamento, e assegurá-la de que receberá
de minha parte o respeito deste tribunal do júri para que possamos,
efetivamente, fazer valer a justiça nesta data.
Senhores jurados, peço a total atenção de Vossas Excelências. A decisão
dos senhores é de grande importância, visto que estão aqui
representando a sociedade. A decisão tomada hoje afetará diretamente
no que Vossas Excelências querem para suas vidas e para a vida da
comunidade em geral.
Senhores do júri, minha cliente, a senhorita Alice alega que a ré aqui
citada praticou os crimes de: Cárcere privado, previsto no artigo 148 do
Código Penal Brasileiro; Abuso de poder em conformidade, previsto no
artigo 74. A senhora Rainha de Copas é acusada de cárcere privado e
abuso de poder pela senhorita Alice e os habitantes do País das
Maravilhas. Mantidos em cárcere privado, seus soldados a denunciaram
por tamanha injustiça e crueldade. Foram impedidos de seguirem outra
profissão e saírem do reino, caso isso acontecesse eles teriam suas
cabeças cortadas. Quando ameaçavam abandonar a Rainha e seguir um
novo destino, eram presos na masmorra, sem direito à água, comida e
higiene pessoal básica.
Em abuso de poder, temos as acusações de que a Ré obrigava que todos
trabalhassem para ela conforme ordenasse. Também, sem a consultoria
de demais autoridades criou leis próprias para o seu país, leis
extremamente abusivas e de grande desumanidade. Diante disso,
milhares de pessoas foram mortas por esta lei que por ela foi criada.
Senhores jurados, após lhes apresentar estas contundentes e nítidas
provas, peço que Vossas Excelências façam cumprir a lei e condenem essa
criminosa por seus atos.

Obrigada! Sem mais, meritíssima!

JUÍZA (Emilia): Com a palavra ao Dr. Nicolas Kauê Santos Wanderlei que
terá cinco minutos para prosseguir a acusação.

ACUSAÇÃO (Nicolas): Quero, de antemão, cumprimentar a senhora


Rainha de Copas, ré hoje sob julgamento, e assegurá-la
de que receberá de minha parte o respeito deste tribunal do júri para que
possamos, efetivamente, fazer valer a justiça nesta data.
Senhores jurados, peço a total atenção de Vossas Excelências. A decisão
dos senhores é de grande importância, visto que estão aqui
representando a
sociedade. A decisão tomada hoje afetará diretamente no que Vossas
Excelências querem para suas vidas e para a vida da comunidade em geral.
Senhores do júri, minha cliente, a senhorita Alice: a vítima, está
movendo uma ação contra a senhora Rainha de Copas. Ela alega que a ré
aqui citada praticou os crimes de: usurpação, previsto no artigo 161 e de
violência psicológica infantil, previsto no artigo 5° do Estatuto da Criança e
do Adolescente.
A senhora Rainha de Copas é acusada de usurpação pela senhorita
Alice, tendo ela se apoderado de um titulo originalmente da Rainha
Branca. Negligênciano a escolha do pai, acobertou documentos oficiais
que comprovavam a escolha do seu pai para o título real, tudo para
conseguir o que planejava. Mostro-lhe aqui o testamento do Rei que
autentifica sua escolha de que o trono real seria concedido, originalmente,
a Rainha Branca. O documento realça as opiniões do Rei sobre a sua filha,
de que ela incapaz de promover a paz, pois desde sua juventude se
mostrava agressiva e ignorante. Após apossar-se do reinado, instalou leis
genocidas e promoveu uma ditadura no País das Maravilhas, assassinando
quem a contrariasse.
Senhores Jurados, Devido a agressividade e ignorância da ré, a senhora
Rainha de Copas cometeu violência psicológica infantil, quando faz
ameaças contra a vida de Alice e a humilha e debocha publicamente a
vítima. Seu marido a impede de assassiná-la mas as ameaças continuam
frequentes, gerando medo e angústia em Alice. A ré age de forma bruta
com Alice, que é apenas uma criança indefesa. Esse atitude da ré
desobedece o artigo 5° do ECA que prevê que nenhuma criança será
objeto de qualquer forma de violência. Ao não obedecer-lo a ré pode ser
condenada a 6 anos de prisão. Por isso, Senhores do Júri, a Rainha de
Copas é uma criminosa cruel, a ponto de ameaçar a vida e degradar a
moral de apenas uma criança repetidas vezes.
Senhores jurados, após Ihes apresentar estas contundentes e nítidas
provas, peço que Vossas Excelências façam cumprir a lei e condenem essa
criminosa por seus atos.
Obrigado! Sem mais, meritíssima!
JUÍZA (Emilia): Com a palavra, a Dra. Raquel Ribeiro Wanderley, que terá
cinco minutos para promover a defesa da ré.

DEFESA (Raquel): Gostaria de dirigir os cumprimentos a Sra. Rainha de


Copas, ré hoje sob julgamento.
Senhores do júri, o caso submetido à apreciação dos senhores é
complexo e deve ser visto em sua amplitude, jamais devendo ter uma
análise superficial ou pronta dos fatos como quer mostrar a promotoria.
Agindo assim, rapidamente, estamos violando a ampla defesa e o papel do
defensor no tribunal do júri, coisa que não queremos aqui, certo?
Lembrem-se de que o Estado, com todo o seu poder, é como um rolo
compressor contra o indivíduo acusado e tem órgãos equipados e
aparelhos especializados nesta função. No entanto para defender, só
temos a advocacia. O advogado é quem luta para tentar segurar e
moderar esse rolo compressor.
Mas, enfim, estamos aqui hoje porque a Sra. Rainhas de Copas está
sendo acusada pelo Ministério Público de Ameaça e Homicídio qualificado
contra a Sr. Alice, o que segundo a vítima, levou-a danos psicológicos
devido à situação aqui apresentada.
Relembro a dinâmica dos fatos: A senhorita Alice chegou ao país das
maravilhas inesperadamente, alegando estar ali em missão de acabar com
o reinado da Rainha de Copas. Minha cliente não a jugou ou a desprezou
muito pelo contrário, a Rainha apenas acolheu Alice, que lhe traiu
severamente.
Este ato de traição não condiz com as leis do país onde tal fato
aconteceu , esta senhorita claramente planejava um golpe contra o
reinado de minha cliente, golpe esse realizado com sucesso pois a
senhorita Alice conseguiu destruir o reinado da Rainha e em consequência
disso também manchando sua reputação. Para toda ação à uma reação
senhorita Alice, está claro que na monarquia do país das maravilhas era
extremamente legal a pena de morte.
Além do mais, o crime de Ameaça presente no Código Penal na lei de
número 2.848 art. 147, onde descreve que Ameaçar alguém, por palavra,
escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal
injusto e grave, pode atribuir Pena de detenção, de um a seis meses, ou
multa, é aplicada em casos onde não a nexo nessas injúrias ou seja, minha
cliente está sendo acusada de um crime que ela não cometeu, a Rainha
estava apenas pondo em prática as leis de seu país, e agora está sendo
julgada pela justiça brasileira. Deve-se saber diferenciar o que é imoral do
que é ilegal. Já pensaram senhores jurados se para todos os casos que a
sociedade não aprova, houvesse uma lei e todos os indivíduos acusados
fossem condenados retroativamente?
Senhores jurados, minha cliente é a vítima nesta situação, pois estava
em seu país fazendo o seu reinado, quando esta senhorita chegou tirando
a paz e causando essa situação constrangedora na qual ela está sendo
acusada de crimes que a mesma não cometeu.
Eu lhes afirmo senhores jurados: a verdadeira vítima dessa história, é a
Rainha de Copas.
O ato de cortar as cabeças vem como consequência de gestos que não
condizem com as leis do país das Maravilhas, como o país vive em
monarquia qualquer das leis impostas pela rainha serão executadas com
base em seu decreto.
Hoje, Vossas Excelências têm um grande fardo: o fardo de decidir o
destino da realeza, uma grande mulher, filha mais velha, sempre
injustiçada por seus pais seu destino depende deste tribunal do júri!
Assim, peço aos senhores a absolvição dos crimes de ameaça e
homicídio qualificado; que quando da votação, que reconheçam o fato de
que minha cliente está sendo acusada de crimes os quais não cometeu
por circunstancias que não lhe cabem, e assim deem uma chance à
senhora Rainha de Copas. Ao decidir desta forma, estarão fazendo justiça!
Obrigada.

Sem mais, meritíssima.

JUÍZ (Emilia): Com a palavra, a Dra. Vitória Maria da Silva Umbelino, que
terá cinco minutos para promover a defesa da ré.

DEFESA (Vitória): Senhores jurados, A Rainha de Cortes em momento


algum abusou de seu poder. Ela o exercia com sabedoria, apenas
acrescentando consequências VÁLIDAS para aqueles que não
obedecessem as leis e regras do País das maravilhas.
Seus súditos nunca sofreram as ameaças ditas por Alice, como o Cárcere
Privado que ela acusa a minha cliente de ter feito. Que Cárcere? prender
para tentar parar os atos nocivos da Senhorita Alice?
É mostrado no laudo, já aqui apresentado, que a minha cliente tem
transtorno de Dupla Personalidade e Transtorno Explosivo Intermitente.
Isso fez com que a mesma sofresse por toda sua vida, e nesta situação não
foi diferente. Claramente seus problemas psicológicos afetaram sua
decisão de prender Alice. Assumo que, realmente, foi uma decisão
precipitada.
Mas, o artigo 149 do código de processo penal dispõe que, "Quando
houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de
ofício ou requerimento, este submetido a exames médico-legal". Eu
adiantei esse processo e vos trouxe todos os exames que comprovam seu
estado mental.
Então venho a dizer, que por meios dos laudos que os senhores viram
com os próprios olhos, meu cliente é inimputável, ou seja, incapaz de
responsa: pelos seus atos, assim ela precisa de tratamento e não de
punição. Eu quero tentar aqui apelar para a vossa empatia. A Rainha de
Cortes errou sim, mas reconheça sua situação mental.
Enquanto cidadão peço-lhes que vejam por um lado humano, que o
destino do meu cliente está em suas mãos.

Isso é tudo, meritíssimo.

JUÍZA (Emilia): Com palavra, a Dra. Maria Joseane Monteiro da Conceição,


que terá cinco minutos para promover a defesa da ré.

DEFESA (Joseane):

JUÍZA (Emilia): Quer a representante do Ministério Público, Dra. Rakely


Maria dos Santos, usar a faculdade da réplica?

PROMOTORA (Rakely): Sim!

JUÍZA (Emilia): Vossa Excelência está com a palavra. Terá cinco minutos
para a réplica.

RÉPLICA PROMOTORA (Rakely): Sobre todos vós do júri hoje recai uma
grande e decisiva responsabilidade: analisar bem e minuciosamente os
fatos que aqui estão sendo apresentados com clareza. A defesa pede para
que a ré seja absolvida e falar isso é pedir para que a justiça não seja
exercida, pois aqui não estão sendo julgados só “erros”, mas sim “crimes”,
que exigem que a lei seja cumprida em sua plenitude.
Agora é para levarmos em consideração que a senhorita Alice é uma
criança e ainda tem a curiosidade e inocência de uma, esquecendo que a
criminosa causou tramas que a garota vai levar por toda a vida? Preciso
ressaltar os perigos que o povo vai voltar a ter caso a ré seja livre? A
defesa ainda alega que estamos diante de um transtorno dissociativo de
personalidade, que é uma reação a um trauma como forma de ajudar uma
pessoa a evitar memórias ruins. Mas, em que momento alguém
presenciou a ré demonstrar atitudes que diferem das aqui citadas? Tendo
isso em vista, esse argumento é descabível e incoerente.
Quando a senhorita Alice entrou no jardim da ré, foi apenas por ter sido
atraída pela beleza das flores e pela sua curiosidade em saber e ver o que
os jardineiros estavam fazendo. A criminosa não gostou de sua presença e
a chamou para um jogo somente para a humilhar. A ré constrange a vítima
sempre que pode no decorrer da partida, além de exaltar sua
superioridade e habilidades ao longo do jogo. Os seus subordinados
tentavam constantemente dar avisos a Alice para que desistisse do jogo
caso não quisesse morrer. Por isso, tal fato não só aparenta, mas é, de
fato, crime de ameaça. Ela agiu assim porquê é egocêntrica e mau caráter.
Além disso, as recorrentes mortes, os traumas causados as vítimas de
ameaças, a prisão de cidadãos inocentes e o constante abuso de poder é
algo evidente e que não se pode negar. Alice não é a única vítima de tais
atos de imensa crueldade, friamente premeditados pela rainha. A vítima
era tida como “vulgar e inconsequente” e a mesma foi condenada sem
razão. O motivo que levou a ré a cometer os crimes não é explícito, foi
simplesmente sua vontade e pura maldade que a levou a cometer tais
crimes.
Isso mostra a frieza da criminosa que, além de ter ordenado os
homicídios, abusou fisicamente e psicologicamente de suas vítimas.
Agindo com imprudência, incompetência e negligência a respeito do seu
marido, povo e reino.
Devemos descartar qualquer hipótese da ré ter problemas mentais.
Durante todo o seu reinado não apresentou nenhuma deficiência em
momento algum. Outro caso de sua falta de justiça foi o julgamento que
montou para descobrir quem tinha roubado sua torta de maçã e apanhou
somente pessoas as quais não simpatizava e as julgou
inconsequentemente.
Excelências, percebam que há indícios e provas suficientes que
comprovam a culpabilidade da ré. Por isso, é uma verdadeira criminosa,
precisa de fato responder por seus atos. Se Vossas Excelências a
absolverem hoje, irão dar a chance a esta de cometer novos crimes, pois
irá achar que a lei não prevaleceu e a justiça não foi feita.

Sem mais, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Querem as Doutoras defensoras usar a faculdade de


tréplica?

DEFESA (Raquel): Sim!

JUÍZA (Emilia): Vossa Excelência está com a palavra. Terá cinco minutos
para a tréplica.

DEFESA (Raquel): Vossa Excelência e senhores jurados, minha cliente; a


Rainha de Copas, não tinha a intenção de causar traumas a senhorita
Alice. Minha cliente como a mulher solidária que é, não seria capaz disso.
Volto a lhes afirmar que a Rainha é a verdadeira vítima desta situação,
pois está sendo constrangida por crimes que não lhe remete.
Minha cliente, tem provas concretas e, até mesmo a própria Alice, deixa
bem claro que aplicou golpe de governo contra o reinado da Rainha de
Cortes. Minha cliente tinha sim seus motivos para decretar a pena de
morte diante dos atos de traição e desordem da jovem.
Senhores jurados, coloquem-se no lugar de minha cliente, como
reagiriam diante à esta devida situação?
Pois bem, minha cliente apresenta transtornos dissociativos de
personalidade o que justifica sua alteração em certos momentos onde
Alice afirma teimosamemte que veio a sofrer “ameaças”, mas em
momento algum minha cliente a insultou a ponto de gerar
constrangimento a mesma. Muito menos a ameaçou!!
Está claro que a Rainha de Copas está sendo julgada injustamente, pois,
além de não ter praticado nada que a Senhorita Alice a acusa de ter feito,
a lei não vigorava no país do ocorrido.
Além do mais, o crime de homicídio qualificado não lhe cabe, já que
minha cliente nunca chegou a executa nem um de seus súdito sem um
motivo maior. Assim como falei anteriormente, as leis em seu país não são
as mesmas do Brasil, repito que a Pena de Morte era legal no País das
Maravilhas.
Enquanto estamos aqui julgando a vida desta nobre mulher, a verdadeira
criminosa se passa por vítima saindo impune de qualquer acusação.

Sem mais, meritíssima.

JUÍZA (Emilia): Quer a acusação fazer o apelo final?

ACUSAÇÃO (Vitória): Sim.

APELO FINAL ACUSAÇÃO (Gabrielly): Senhores jurados, a senhora Rainha


de Copas comprovou através de suas atitudes ser uma mulher sem
escrúpulos, de má índole e mais: uma assassina frio e calculista. Essa
senhora cometeu os crimes citados anteriormente e claramente não se
arrepende de suas atitudes. Alice é os habitantes não foram as únicas
vítimas que caíram em suas mentiras e acabaram mal. A ré cometeu cerca
de outros 6 defloramentos contra as vítimas. Já foi detida inúmeras vezes
em todas essas ocasiões. O rei Gabriel e seus advogados recorreram às
mais diversas desculpas para livrá-lo da culpa. A própria Rainha alegava
que estava sendo acusada injustamente, que as vítimas já estavam
perdidas, que fora uma cilada para encobrir um mal feito de outra pessoa
e assim conseguia se livrar e sair sem punição. Tenho aqui o histórico
criminal dessa senhora. Vejam só, Excelências, as diversas vezes que essa
mulher foi detida pelo mesmo ocorrido, o que comprova mais uma vez
que em momento algum se arrependeu de seus atos. Excelências, é nítido
que a ré é desprezível e merece ser condenada por suas atitudes.
A Rainha possui amizades de caráter duvidoso, já foi pega mantendo-os
em cárcere privado, e ameaçando também seus funcionários. Aos 34 anos
tirou sua irmã do poder, assim usufruindo do abuso do poder de sua
própria irmã. Mas após 8 meses, foi descoberta. O motivo dela ter tido
essa atitude não se sabe, pois o pai da ré já havia falecido, o que
comprova que foi algo grave.
A ré alega que possui alterações psíquicas, mas como pode ele ter
transtornos mentais agora que é julgado, mas ser capaz de arquitetar um
assassinato e executá-lo de forma tão fria? Isso é apenas uma forma de
tentar enganar a justiça, de fazer com que a lei não seja efetivamente
cumprida. Peço aqui a contraprova deste exame para comprovar que mais
uma vez esta senhora está mentindo. Excelências, esta mulher é de fato
uma criminosa que não deve permanecer impune na sociedade.
Peço mais uma vez que colaborem para que a lei possa ser efetivamente
exercida no dia de hoje. Peço então de 3 anos de reclusão em regime
fechado para a senhora Rainha de Copas pelo crime de cárcere privado,
mais 2 anos pelo crime de abuso de poder, com 30 salários mínimos, 2
anos pelo crime de usurpação, com multa de 20 salários mínimos, 30 anos
por homicídio qualificado, 6 meses por ameaça, 81 dias por violência
verbal, totalizando 84 anos e 8 meses de reclusão, mais 50 salários
mínimos.

Obrigada. Sem mais, meritíssima!

JUÍZA (Emilia): Quer a defesa fazer o apelo final?

DEFESA (Vitória): Sim.

APELO FINAL DEFESA (Vitória): Vossas excelências, hoje recebemos um


caso complicado por ser de “outro mundo. Isso vai requerer de Vossas
Excelências a missão de julgar os crimes imputados à ré com muita
atenção, mais até do que em outros júris. São os senhores que irão dizer
se absolvem ou condenam a ré. Como representante da defesa da ré sob
julgamento, suplico credibilidade para a argumentação que irei proferir, a
qual provará a inocência de minha cliente. Vale ressaltar que a Rainha de
Copas é uma mulher da realeza, educada com os mais altos padrões de
educação de seu país e é detentora de uma generosidade fantástica,
herdada, inclusive, de seus pais.
O caso submetido a aparição dos senhores é complexa e deve ser visto
em amplitude e jamais deve ter uma análise superficial ou pronto dos
fatos como mostra a promotoria , agindo assim rapidamente estamos
violando a ampla defesa e o papel do defensor no tribunal do júri coisa
que não queremos aqui, certo
Minha cliente andava no jardim, governava bondosamente seu país, até
o fatídico momento em que a acusaram e a difamaram com calúnias.
A Alice, ao saber de sua situação mental e de seu cargo poderoso,
claramente está se aproveitando para fins próprios. Seja para tentar
constrangê-la por problemas do passado, ou para impor a força ao
governo da Mirana de Marmoreal isso era tudo que ela estava a procurar
para cuidar do bem mais precioso, seu reino.
A Rainha de Cortes não é uma vilã, mas sim uma mulher justa e
respeitada na sua corte. Além de justa e respeitada ,ela também tenta
trazer harmonia para o reino, quando há alguém irresponsável. Ela faz o
que quer; a fala: "cortem-lhe a cabeça"acontece na vida real quando
alguém está trabalhando e surta no trabalho provavelmente será demitido
com justa causa ,ou seja essa frase foi usada no sentido figurativo, seria
uma forma de corrigir ou cancelar a pessoa que fizer- se algo errado. E
quanto ao julgamento de Alice, bem, é uma menina desrespeitosa ,
deveria ser cortada a cabeça. Pois ela sabia das regras e mesmo assim
insistiu em desobedecer e além de tudo, a rainha foi muito bondosa em
ainda ter tido uma pequena consideração com Alice.
Então, como ficou provado pela defesa, esta menina é uma insolente
,pois ela estava em uma propriedade ilegal e mesmo assim ainda foi bem
recebida . O interessante é que quem está sendo acusada é minha cliente
de cometer crimes e por fazer valer a justiça no País.

Obrigada. Sem mais, meritíssima!

JUÍZA (Emilia): Estão os senhores jurados habilitados a julgar ou


necessitam de outros esclarecimentos?
Como não existe nenhum questionamento a ser esclarecido pelos jurados,
passo agora a leitura do relatório. Logo após, farei a apresentação dos
quesitos.

RELATÓRIO DO JÚRI

JUÍZA (Emilia): Vai-se proceder o julgamento.

JUÍZA (Emilia): Neste momento, convido os senhores jurados a se


dirigirem à sala secreta.

INTERVALO DA VOTAÇÃO.

OFICIAL DE JUSTIÇA (Clara): Todos de pé para a entrada da Juíza e leitura


da sentença.
JUÍZA (Emilia): Passo agora a leitura da sentença.

JUÍZA (Emilia): SENTENÇA FINAL.


De acordo com a autoridade a mim concedida e à decisão proferida
pelo conselho de sentença, sentencio a Sra. Rainha de Copas culpada por
ameaças, homicídio qualificado, cárcere privado, abuso de poder,
usurpação e violência psicológica contra menores, somando 84 anos e 8
meses de reclusão em regime fechado e 45 salários mínimos.
Agradeço à promotora Dra. Rakely Maria dos Santos e os advogados
Dra. Maria Gabrielly de Barros Padilha e Dr. Nicolas Kauê Santos Wanderlei
pelo excelente trabalho realizado e pelas palavras a mim dirigidas.
Agradeço também à policia militar, aos senhores jurados e a todos
pela atenção.
Declaro encerrados os presentes trabalhos relativos à Sétima Sessão
da Primeira Reunião do Tribunal Popular do Júri da Comarca das
Correntes-PE, ano 2023.

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