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JÚRI SIMULADO

Baseado no caso João Alberto, que foi morto por dois seguranças em uma loja.

DOUGLAS DANILO: Declaro abertos os trabalhos da 6ª sessão, da 1ª reunião do Tribunal do Júri da


comarca da Fraternidade Palmarense do ano de 2021.

DOUGLAS DANILO: Determino ao Senhora Escrivã que realize a chamada dos jurados sorteados (art.
463).

STEPHANY: Este tribunal convida os senhores jurados relacionados abaixo para compor o conselho de
sentença:

DOUGLAS DANILO: Tendo comparecido o número de jurados declaro instalada a presente sessão.

DOUGLAS DANILO: Vai ser submetido a julgamento o ..........

DOUGLAS DANILO: determino que os policiais presentes no auditório apregoem as partes e as


testemunhas, colocado as em salas separadas. (Art. 447 e 454).

DOUGLAS DANILO: Determino ao senhor oficial de justiça que encaminhe o réu ao seu assento.

(Estando presente o réu o Juiz fará as primeiras perguntas)

DOUGLAS DANILO: Qual o seu nome?

ERICK OLIVEIRA: Erick Oliveira Da Silva

DOUGLAS DANILO: Qual a sua idade?

ERICK OLIVEIRA: 24

DOUGLAS DANILO: O Senhor tem advogado

ERICK OLIVEIRA: Tenho sim Senhor.

DOUGLAS DANILO: Quem é?

ERICK OLIVEIRA: Doutor Victor Dutra e Da Taciana Mendes

DOUGLAS DANILO: Determino a Senhora Escrivã que convide o Advogado a ocupar a tribuna de defesa.

STEPHANY: Este Tribunal convida o Doutor Victor Dutra e a doutora Yohana Ackerman. Para ocupar
o lugar da defesa.

DOUGLAS DANILO: Vou fazer a exortação legal, e à chamada dos jurados, cada um dos senhores
deverá responder “Assim prometo”. Todos de pé. “Em nome da lei, concito-vos a examinar com
imparcialidade esta causa e a proferir vossa decisão de acordo com a vossa consciência e com os ditames da
Justiça” (art. 472).

DOUGLAS DANILO: Podem sentar.

DOUGLAS DANILO: O Senhor não é obrigado a responder as perguntas, mas caso não as responda, o seu
silêncio poderá prejudicar sua defesa.
DOUGLAS DANILO: O Senhor conhece as testemunhas?

ERICK OLIVEIRA: Conheço algumas.

DOUGLAS DANILO: É amigo íntimo, inimigo ou parente de qualquer um deles?

ERICK OLIVEIRA: Não.

DOUGLAS DANILO: O Senhor é acusado do seguinte:

Consta no inquérito policial que o senhor está sendo acusado de HOMICÍDIO, na forma CONSUMADA,
por motivo fútil, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, HUMBERTO GONÇALVES,
durante a imobilização este veio a morrer. É verdade essa acusação?

ERICK OLIVEIRA: Eu estava trabalhando como segurança, e vi um indivíduo importunando umas


clientes e umas funcionárias e resolvi dar apoio ao segurança Gustavo Henrique, que estava sozinho. No
momento da imobilização não achei que ele estivesse morto, sinceramente, pensei que estivesse encenando para que
nós o liberássemos. Assim que nos certificamos de que ele estava contido, chamamos a polícia.

DOUGLAS DANILO: Com a palavra o senhor promotor de justiça Raquel/Isabella. (5 minutos para
interrogar o réu)

RAQUEL / ISABELLA: (Interroga o réu)

DOUGLAS DANILO: Com a palavra o advogado de defesa o senhor Victor Dutra/ Yohana Ackerman.
(5 minutos para interrogar o réu)

VICTOR DUTRA/Yohana Ackerman: Senhor Erick, por favor, relate os fatos do dia 19 de novembro, na
padaria Dois Irmãos.

ERICK OLIVEIRA: Eu, junto com a fiscal da loja, Sra. Bruna Lopez da Silva Santos, fomos atender uma
ocorrência, que diz respeito ao Sr. Humberto Gonçalves, que naquele momento estava importunando outros
clientes. Devido a isso, nos dirigimos ao cidadão em questão para pedir que ele parasse com aquelas ações e
se retirasse pacificamente.

VICTOR DUTRA/Yohana Ackerman: Sr. Oliveira, de acordo com os fatos que o Sr. relatou, Humberto
Gonçalves aparentava estar sob efeito de alguma substância entorpecente?

ERICK OLIVEIRA: Sim. Não somente eu, como vários clientes relataram que ele os havia importunado
repetidas vezes, demonstrando não estar na sua plena faculdade mental, como se de fato estivesse sob efeito
de algum entorpecente.

VICTOR DUTRA/Yohana Ackerman: E o senhor confirma que não havia outro meio para frear as
investidas do senhor Humberto Gonçalves?

ERICK OLIVEIRA: Não, não tinha. Ele estava bastante irritado e violento, e não respondia aos apelos
para que parasse de se debater e me atacar. Então, não me vi tendo outra escolha a não ser tentar imobilizá-
lo.

VICTOR DUTRA/ Yohana Ackerman: O senhor confirma que sua intenção era apenas conter o senhor
Humberto?

ERICK OLIVEIRA: Sim. No momento da imobilização não achei que ele estivesse morto, sinceramente, pensei
que estivesse encenando para que nós o liberássemos.
VICTOR DUTRA/ Yohana Ackerman: E quando você viu que o Sr. Humberto Gonçalves não reagia,
quem chamou o SAMU e como você agiu?

ERICK OLIVEIRA: Quando viram que a situação estava ficando difícil a fiscal de segurança chamou a
brigada militar, chamou também o SAMU, pois pensou que o rapaz estava numa crise nervosa. Quando ele
relaxou e desfaleceu, o SAMU chegou e eu fiquei do lado tentando ajudar de alguma forma até que eles
verificaram que ele estava morto. Eu fiquei em choque pois não foi nunca a minha intenção. Inclusive já
precisei agir de forma mais enérgica em outras situações e sabia que isso era quase impossível de acontecer.
Não usei nenhuma estratégia de força letal ou doloso.

VICTOR DUTRA/Yohana Ackerman: Sem mais perguntas

DOUGLAS DANILO: Determino que a senhora oficial de justiça chame para depor as testemunhas de
acusação:

FERDANDA: Apresente-se a testemunha de acusação, o senhor JORGE SIMPSON tome seu lugar.

DOUGLAS DANILO: O Senhor Jura dizer a verdade em nome da lei?

JORGE SIMPSON: Juro

DOUGLAS DANILO: Com a palavra a promotoria.

RAQUEL E IZABELLE: (INTERROGAM A TESTEMUNHA)

DOUGLAS DANILO: A defesa deseja interrogar a testemunha?

VICTOR / TACIANA: Sim meritíssimo.

VICTOR / TACIANA: (Interrogam as testemunhas de acusação)

VICTOR / TACIANA: Sem mais perguntas.

DOUGLAS DANILO: Pode se retirar, obrigado.

FERDANDA: Apresente-se a testemunha de acusação, a senhora AISLA GONSALVES e tome seu lugar.

DOUGLAS DANILO: O Senhor Jura dizer a verdade em nome da lei?

AISLA GONSALVES: Juro.

DOUGLAS DANILO: Com a palavra a promotoria.

RAQUEL E IZABELLE: (INTERROGAM A TESTEMUNHA)

DOUGLAS DANILO: A defesa deseja interrogar a testemunha?

VICTOR / TACIANA: Sim meritíssimo.

VICTOR / TACIANA: (Interrogam as testemunhas de acusação)

VICTOR / TACIANA: Sem mais perguntas.

DOUGLAS DANILO: Pode se retirar, obrigado.

FERDANDA: Apresente-se a testemunha de acusação, o senhor THIAGO SILVA e tome seu lugar.
DOUGLAS DANILO: O Senhor Jura dizer a verdade em nome da lei?

THIAGO SILVA: Juro.

DOUGLAS DANILO: Com a palavra a promotoria.

RAQUEL E IZABELLE: (INTERROGAM A TESTEMUNHA)

DOUGLAS DANILO: A defesa deseja interrogar a testemunha?

VICTOR / TACIANA: Sim meritíssimo.

VICTOR / TACIANA: (Interrogam as testemunhas de acusação)

VICTOR / TACIANA: Sem mais perguntas.

DOUGLAS DANILO: Pode se retirar, obrigado.

FERDANDA: Apresente-se a testemunha de acusação, o senhor/senhora e tome seu lugar.

DOUGLAS DANILO: O Senhor Jura dizer a verdade em nome da lei?

TESTEMUNHA: Juro

DOUGLAS DANILO: Com a palavra a promotoria.

RAQUEL E IZABELLE: (Interrogam a testemunha)

DOUGLAS DANILO: A defesa deseja interrogar a testemunha?

VICTOR / TACIANA: Sim meritíssimo.

VICTOR / TACIANA: (Interrogam as testemunhas de acusação)

VICTOR / TACIANA: Sem mais perguntas.

DOUGLAS DANILO: Pode se retirar, obrigado.

FERDANDA: Apresente-se a testemunha de acusação, a senhora -----------------------------------e tome seu


lugar.

DOUGLAS DANILO: O Senhor Jura dizer a verdade em nome da lei?

Testemunha: Juro.

DOUGLAS DANILO: Com a palavra a promotoria.

RAQUEL E IZABELLE: (INTERROGAMA A TESTEMUNHA)

DOUGLAS DANILO: A defesa deseja interrogar a testemunha?

VICTOR / TACIANA: Sim meritíssimo.

VICTOR / TACIANA: (Interrogam as testemunhas de acusação)

VICTOR / TACIANA: Sem mais perguntas.

DOUGLAS DANILO: Pode se retirar, obrigado.


FERDANDA: Apresente-se a testemunha de acusação, o senhor---------------------------------- e tome seu
lugar.

DOUGLAS DANILO: O Senhor Jura dizer a verdade em nome da lei?

Testemunha: Juro

DOUGLAS DANILO: Com a palavra a promotoria.

RAQUEL E IZABELLE: (INTERROGAM A TESTEMUNHA)

DOUGLAS DANILO: A defesa deseja interrogar a testemunha?

VICTOR / TACIANA: Sim meritíssimo.

VICTOR / TACIANA: (Interrogam as testemunhas de acusação)

VICTOR / TACIANA: Sem mais perguntas.

DOUGLAS DANILO: Pode se retirar, obrigado.

FERDANDA: Apresente-se a testemunha de acusação, a senhora----------------------------------- e tome seu


lugar.

DOUGLAS DANILO: O Senhor Jura dizer a verdade em nome da lei?

Testemunha: Juro

DOUGLAS DANILO: Com a palavra a promotoria.

RAQUEL E IZABELLE: (INTERROGAM A TESTEMUNHA)

DOUGLAS DANILO: A defesa deseja interrogar a testemunha?

VICTOR / TACIANA: Sim meritíssimo.

VICTOR / TACIANA: (Interrogam a testemunha de acusação)

VICTOR / TACIANA: Sem mais perguntas.

DOUGLAS DANILO: Pode se retirar, obrigado.

DOUGLAS DANILO: O Senhor Jura dizer a verdade em nome da lei?

Testemunha: Juro

DOUGLAS DANILO: Com a palavra a promotoria.

DOUGLAS DANILO: A defesa deseja interrogar a testemunha?

VICTOR / TACIANA: Sim meritíssimo.

VICTOR / TACIANA: (Interrogam a testemunha de acusação)

VICTOR / TACIANA: Sem mais perguntas.

DOUGLAS DANILO: Pode se retirar, obrigado.


DOUGLAS DANILO: Determino que a senhora oficial de justiça faça entrar as testemunhas de defesa, o
senhor: Marcos Antônio

FERNANDA: Chamo para depor a testemunha, Senhor Marcos, pela defesa. Que tome seu lugar (a
testemunha entra e senta).

DOUGLAS DANILO: O Senhor Jura dizer a verdade em nome da lei?

MARCOS: Juro.

DOUGLAS DANILO: Com a palavra o advogado de defesa.

VICTOR / TACIANA: Senhor Marcos, o senhor trabalha no estabelecimento onde aconteceu o incidente
com o senhor Humberto, não é verdade?

MARCOS: Sim, trabalho lá há 5 anos.

VICTOR / TACIANA: O Senhor Humberto costumava frequentar o estabelecimento onde o senhor


trabalha?

MARCOS: Ele costumava fazer compras lá.

VICTOR / TACIANA: O Senhor pode nos contar como era o comportamento do senhor Humberto no
estabelecimento?

MARCOS: No dia 17 de novembro, dois dias antes do ocorrido, o senhor Humberto estava no
estabelecimento, e várias clientes procuraram o fiscal dos seguranças para alegando que estavam sendo
importunadas por ele.

VICTOR / TACIANA: É verdade que o senhor Humberto costumava abordar os clientes de forma
grosseira?

MARCOS: Sim. Neste mesmo dia ele apresentava sinais de embriaguez e estava com a voz bem alterada.
Uma das clientes falou que ele a intimidou durante um bom tempo, além de tentar retirar os óculos de outro
cliente

VICTOR / TACIANA: O senhor confirma que o senhor Humberto aparentava estar sobre efeito de
entorpecente?

MARCOS: Ele estava bastante alterado e chegou a gritar com um dos seguranças.

VICTOR / TACIANA: Então o senhor confirma que o senhor Humberto, não era uma pessoa amigável?

MARCOS: Sim. Ele era bem alterado.

VICTOR / TACIANA: Sem mais perguntas.

DOUGLAS DANILO: A senhor promotoria deseja interrogar a testemunha?

DOUGLAS DANILO: (Caso positivo passa a palavra para o promotor)

RAQUEL / IZABELLE: (Interrogam a testemunha)

DOUGLAS DANILO: Pode se retirar, obrigado.


FERNANDA: Chamo para depor a testemunha, Senhor: Ítalo Arcanjo, pela defesa. Que tome seu lugar (a
testemunha entra e senta).

DOUGLAS DANILO: O Senhor Jura dizer a verdade em nome da lei?

ÍTALO ARCANJO: Juro.

DOUGLAS DANILO: Com a palavra o advogado de defesa.

VICTOR / TACIANA: O que o senhor é do réu?

ÍTALO ARCANJO: Sou amigo de infância do mesmo.

VICTOR / TACIANA: E o senhor poderia alegar que nesses anos todos de amizade com o Sr. Erick
Oliveira, ele foi racista em algum momento?

ÍTALO ARCANJO: Não, de forma alguma. Ele sempre tratou de maneira igual os amigos negros dele
(assim como eu) e os amigos brancos.

VICTOR / TACIANA: Como era o comportamento dele?

ÍTALO ARCANJO: Erick sempre foi uma pessoa muito calma e centrada, usando da violência apenas
como o último recurso possível. Foram poucas às vezes em que ele brigou com alguém, buscando sempre
ser muito diplomático e conciliador.

VICTOR / TACIANA: sem mais perguntas.

DOUGLAS DANILO: A promotoria deseja interrogar a testemunha?

DOUGLAS DANILO: (Caso positivo passa a palavra para o promotor)

RAQUEL / IZABELLE: (Interrogam a testemunha)

DOUGLAS DANILO: Pode se retirar, obrigado.

FERNANDA: Chamo para depor a senhora Ana Paula dos Santos, pela defesa. Que tome seu lugar (a
testemunha entra e senta).

DOUGLAS DANILO: A Senhora Jura dizer a verdade em nome da lei?

MARIANA: Juro sim, Meritíssimo.

DOUGLAS DANILO: Com a palavra o advogado de defesa.

VICTOR / TACIANA: Senhora Ana Paula, a senhora conhecia o senho Humberto?

MARIANA: Não.

VICTOR / TACIANA: A senhora pode relatar o que aconteceu na noite do incidente com o senhor
Humberto?

MARIANA: Sim. Naquela noite eu estava em frente aos caixas, quando ele passou com uma senhora e
ficou me encarando. Depois ele deixou a mulher passando as compras e veio em minha direção. Nesse
momento, eu me afastei, com isso ele foi em direção ao meu colega de trabalho fazendo um gesto com as
mãos como se fosse empurrá-lo. Depois veio novamente em minha direção e fez o mesmo gesto para mim,
eu devei o olhar para evitar uma possível confusão.
VICTOR / TACIANA: A senhora se sentiu intimidada com a atitude do senhor Humberto?

MARIANA: Sim, pois eu não o conhecia nem nunca tinha visto aquele homem, também não sei o porquê
ele ficou me encarando e gesticulando.

VICTOR / TACIANA: A senhora acredita que ele tinha alguma motivo para tal atitude?

MARIANA: Não, pois não o conhecia, nem fiz nada que justificasse essa atitude. Tive medo, pois ele me
olhava de forma ameaçadora e gesticulas coisa que não deu para eu compreender o que era, por causa dos
ruídos no local, mas aquele olhar agressivo, não dar para esquecer, muito assustador.

VICTOR / TACIANA: A senhora presenciou o ocorrido no estacionamento da loja?

MARIANA: Não. Eu continuei no meu posto de trabalho, ele saiu com os dois seguranças e com a fiscal,
Alexandra, aparentemente, todos saíram de forma amigável. Depois soube que ele desferiu socos em Erick
sem motivo algum.

VICTOR / TACIANA: A senhora acredita que o senhor Erick agiu da forma que agiu para se defender?

MARIANA: Sim. Com certeza ele só usou da força porque aquele homem parecia estar sob efeito de algum
tipo de droga. Erick é uma pessoa tranquila, nunca se envolveu em confusão, sempre que precisava resolver
qualquer problema, fazia de forma amigável.

VICTOR / TACIANA: Sem mais perguntas.

FERNANDA: Chamo para depor a senhora Alexandra Mendes, pela defesa. Que tome seu lugar (a
testemunha entra e senta).

DOUGLAS DANILO: A Senhora Jura dizer a verdade em nome da lei?

ALEXÂNIA: Juro sim, Meritíssimo.

VICTOR / TACIANA: Senhora Aline, relate o que aconteceu na noite de 19 de novembro envolvendo o
senhor Humberto.

ALEXÂNIA: Na noite dos fatos, fui acionada em razão de que um cliente teria entrado em atrito com uma
funcionária. Ao chegar no local, avistei Erick, apaziguando a situação, juntamente com o fiscal de piso
Magno. Em seguida eles acompanharam o indivíduo até a saída da padaria. Visto que, ele apresentava
comportamento agressivo e que havia entrado em conflito com outros funcionários dias antes. Quando
estava saindo da loja acompanhado pelos seguranças, ele empurrou uma cliente, e foi orientado a se acalmar.
logo em seguida o mesmo desferiu socos em Erick, que tentou se defender.

VICTOR / TACIANA: Nesse momento a senhora acionou a polícia?

ALEXÂNIA: Sim. Solicitei por rádio, para que chamassem a Brigada Militar e chamei também o SAMU,
pois percebi que ele estava sangrando.

VICTOR / TACIANA: O senhor Humberto pediu ajuda em algum momento?

ALEXÂNIA: Não. Enquanto ele era contido, apenas proferia xingamentos, em nenhum momento pediu
ajuda.

VICTOR / TACIANA: A senhora concorda que a atitude do senhor Erick e do outro segurança foi correta,
não é mesmo?
ALEXÂNIA: Sim. Pois o senhor Humberto já havia importunado alguns clientes em dias anteriores no
interior da loja, chegando a tentar tirar um óculo de um cliente, colocar a mão no bolso de outro, proferir
palavras grosseiras e gestões ameaçadores, tanto para os clientes como para os funcionários. Por várias
vezes, causou transtorno na loja. Dessa forma, não havia outra mineira, há não se de tentar imobiliza-lo. Era
uma pessoa agressiva.

VICTOR / TACIANA: Sem mais perguntas.

FERNANDA: Chamo para depor o senhor Carlos Lopes Fernandes, pela defesa. Que tome seu lugar (a
testemunha entra e senta).

DOUGLAS DANILO: o Senhor Jura dizer a verdade em nome da lei?

VICTOR / TACIANA: Senhor Carlos O senhor trabalha a quanto tempo na padaria onde aconteceram os
fatos envolvendo o senhor Humberto?

MIKAEL: Trabalho lá há 7 anos.

VICTOR / TACIANA: O senhor trabalha no mesmo turno que o senhor Erick?

MIKAEL: Sim, sempre coincide de trabalharmos juntos.

VICTOR / TACIANA: Por favor, nos fale como é a conduta do senhor Erick no ambiente de trabalho.

MIKAEL: Erick é uma pessoa excelente, sempre trata todos de forma cordial, não tem problema com
ninguém. Quando é preciso resolver algum tipo de problema causado por clientes, ele faz com muita
tranquilidade, sem precisara de usar forca ou alterar a voz.

VICTOR / TACIANA: O senhor já presenciou ou ouviu fala que o senhor Erick tenha agredido algum
cliente?

MIKAEL: Não. Sempre que era necessário ele abordar alguém por algum desconforto dentro da loja, ele
falava com esta pessoa de forma amigável, sem usar de força e sem alterar o tom de voz.

VICTOR / TACIANA: É verdade que o senhor Humberto já havia causado transtorno na loja onde o
senhor trabalha?

MIKAEL: Sim. dois dias antes do ocorrido, eu estava no interior da loja e fui chamado pela fiscal Odete,
que me falou que um cliente estava causando um certo tumulto e importunando alguns clientes. Me dirigi até
o local onde ele estava e o encontrei falando coisas totalmente sem nexo, em seguida, ele jogou as mãos para
trás e virou seu corpo, dizendo “me leva… me leva”; logo pensei que ele estivesse sob efeito de álcool ou
drogas.

VICTOR / TACIANA: Então o senhor confirma que Humberto costumava causar transtorno no
estabelecimento?

MIKAEL: Sim. Neste mesmo dia ele estava transtornado, foi preciso pedir à companheira dele que o
retirasse da padaria, pois estava importunando outros clientes. Passados alguns instantes, novamente precisei
me aproximar dele e pedir que se acalmasse, nesse momento ele disse “eu vou virar bandido e a gente vai
se cruzar. Tudo isso sem motivo algum.

VICTOR / TACIANA: O senhor acredita que o senhor Erick agiu dessa forma para se proteger?
MIKAEL: Sim. Não só para se proteger, mas para proteger os demais clientes e os funcionários, pois o
senhor Humberto aparentava estar sob uso de drogas ou alcoolizado. Estava totalmente agressivo,
descontrolado.

VICTOR / TACIANA: O senhor confirma que o que aconteceu não tem nenhuma relação com racismo?

MIKAEL: Sim.; Erick não tem preconceito com nada, ele tem vários amigos negros, já namorou mocas
negras e o pai dele o pai dele é pardo. Ele agiu daquele jeito para proteger as pessoas que estavam na
padaria.

VICTOR / TACIANA: Sem mais perguntas.

FERNANDA: Chamo para depor o senhor, Antônio Pedrosa de Souza, pela defesa. Que tome seu lugar (a
testemunha entra e senta).

DOUGLAS DANILO: O Senhor Jura dizer a verdade em nome da lei?

VASCO: Juro.

VICTOR / TACIANA: Senhor Antônio, o sr. é perito há quanto anos?

VASCO: Há 20 anos.

VICTOR / TACIANA: O senhor acompanhou a reconstituição do caso ocorrido envolvendo o senhor


Humberto e o senhor Erick, não é verdade?

VASCO: Sim. Acompanhei com bastante atenção toda dinâmica dos fatos.

VICTOR / TACIANA: De acordo com a dinâmica dos fatos, é possível afirmar que a morte do senhor
Humberto foi causada por asfixia mecânica, como consta nos autos?

VASCO: Não. Ele não morreu por asfixia mecânica, foram encontradas drogas no sangue do sr.
Humberto e os efeitos dessa substância foram a causa da morte dele.

VICTOR / TACIANA: O senhor pode nos dizer qual foi a substância encontrada no sangue do senhor
Humberto e como ela age no organismo?

VASCONCELOS: Foi encontrada a substância de lidocaína, que é um anestésico local, meprobamato, um


sedativo, e mais tolueno, um dos componentes da cola. O efeito dessa droga pode causar coma no indivíduo.

VICTOR / TACIANA: O sr. Confirma que ato que o sr. Erick fez de segurar o braço e os socos deferidos
no senhor Humberto não foram responsáveis pelo resultado morte?

VASCONCELOS: Confirmo sim. O que causou a morte do sr. Humberto foi um achaque cardíaco
provocado pela substancia encontrada no sangue dele. Não há dúvidas.

VICTOR DUTRA: Sem mais perguntas. Obrigado.

DOUGLAS DANILO: Passo a palavra ao Dr. Promotor lembrando que terá o prazo de 10 minutos para
expor razoes de acusação.

Raquel/Isabella: (Argumentos para convencer os jurados que Erick é culpado)


DOUGLAS DANILO: Aviso que o tempo de acusação está esgotado. Passo a palavra ao defensor do réu,
Doutor Victor Dutra/ Taciana Mendes que também terá o prazo de 10 minutos para fazer sua defesa.

Senhores jurados, gostaria de cumprimentar a todos que fazem parte deste corpo de sentença e, ao mesmo
tempo, devo alertar que a missão dada a vossas excelências na tarde de hoje é imensa e se reveste na mais
democrática das instituições brasileiras que sobreviveu as mais duras épocas.

O caso submetido à apreciação dos senhores é complexo e deve ser visto em sua amplitude, e jamais deve
ter uma análise superficial ou pronta dos fatos como quer mostrar a promotoria.
Estamos aqui hoje porque, o sr. Erick está sendo acusado pelo ministério público de que no dia 19 de
novembro de 2020 às 21h30 desferiu vários socos em Humberto, e que ocasionaram a sua morte.

Pois bem, na verdade, meu cliente em nenhum momento teve a intenção de ceifar a vida de Humberto, ele
apenas estava tentando se proteger e conter o indivíduo, pois este estava bastante agressivo e agredindo meu
cliente.

Relembro a dinâmica dos fatos: Erick Oliveira estava em seu ambiente de trabalho, quando presenciou uma
movimentação próximo aos caixas do estabelecimento, ao se aproximar, foi informado pelos seus colegas de
trabalho que tenha um indivíduo importunado uma fiscal que trabalha no local e alguns clientes, o mesmo
lançava olhares intimidadores e gesticulava de forma ameaçadora para as pessoas próximas. Ao ser
convidado a se retirar do estabelecimento de forma pacífica, ele desferiu um soco no rosto do senhor Erick,
que nesse momento precisou se defender, tentando imobilizar Humberto.

Após, perceber que o homem estava imobilizado, ele juntamente com outros funcionários do
estabelecimento, chamaram a polícia, foi nesse momento que soube que Humberto estava morto.

Senhores jurados, a promotoria alega que meu cliente só agiu dessa forma porque Humberto era negro, mas
garanto aos senhores que essa acusação não procede, pois, meu cliente não é racista, nem nunca teve uma
atitude racista. Os seus melhores amigos são negros, seu pai tem a cor parda, além disso, já teve
relacionamento com pessoas negras, como pode uma pessoa dessas ser acusada de racismo? Peço que os
senhores jurados se coloquem no lugar do senhor Erick, fazendo seu trabalho de proteger as pessoas que ali
estavam, tendo que se deparar com uma situação de perigo, sem saber se ia chegar em casa com vida, qual
seria a reação dos senhores.

O objetivo de Erick era defensivo, se livrar de uma agressão. E conter o agressor para que ele não
machucasse outras pessoas, pois ele apresentava sinais visíveis de estar sob efeito de entorpecentes. Meu
cliente não teve intenção de matar, mas apenas o agressor.
Eu lhes afirmo sr. Jurados: qualquer pessoa, inclusive os senhores, estando nas mesmas circunstâncias, nas
mesmas condições, agiriam da mesma maneira.

De acordo com a perícia, a causa da morte pode ter sido um ataque cardíaco, devido a vítima estar sobre
efeito de entorpecente.

Dessa forma, Erick, não deve responder pelo crime de homicídio qualificado, como bem quer a promotoria,
pois estar-se frente a uma descriminante putativa. A presença da legitima defesa putativa afeta o fato típico,
pois exclui o dolo e a culpa quando o erro for invencível, isto é, que não poderia ser evitado. Dessa forma
não há crime!
Hoje, vossas excelências tem um grande fardo, o fardo de decidir o destino desse homem, Erick,
trabalhador, mais um ser humano jogado nos ventos do destino!
Assim, peço aos senhores que quando da votação que reconheçam a existência da legitima defesa putativa, e
assim deem uma chance a Erick, esse homem que agiu com instinto de defesa, e que errou, mas de forma
plenamente justificada como foi demonstrado. Ao decidir desta forma, estarão fazendo justiça! Obrigado.

DOUGLAS DANILO: O prazo da defesa está esgotado.


DOUGLAS DANILO: O réu gostaria de dizer alguma coisa?

ERICK OLIVIERA: Eu sou inocente. Estou sendo vítima de uma campanha difamatória e mentirosa com
vistas a provocar uma convulsão social, tendo sido transformado em pião e massa de manobra com o intuito
de desencadear um conflito racial baseado na ‘Teoria Crítica Marxista’, desejando acabar com as
estruturas de poder vigentes em nossa sociedade, alterando o status quo, substituindo a atual casta
aristocrática política por uma nova. Em suma, trata-se de uma busca por poder da parte inquisidora que me
denomina como algo que não sou e atribui um crime que não cometi tentando atender aos seus próprios
interesses, e não aos da verdade e da justiça, conclamados pela população e pelo cidadão de bem.

DOUGLAS DANILO: Os membros do corpo de jurado podem se retirar para a sala secreta de onde
deverão voltar com seu veredito. (Jurados se retiram para o canto e conversam)

DOUGLAS DANILO: Aviso aos presentes que se qualquer um perturbar a livre manifestação do conselho
será obrigado a deixar o local e pagar uma multa de 100,00 (cem reais).

Jurados: (Depois de voltarem e sentarem nos seus lugares)

Nós já temos o veredito, Excelência.

DOUGLAS DANILO: Que seja anunciado o resultado.

DOUGLAS DANILO: Leitura e justificativa da sentença pelo juiz. O juiz/a juíza deverá pesquisar
previamente qual é a pena prevista para o crime que foi sendo julgado. Caso o réu seja considerado culpado,
logo após a leitura da sentença, o juiz/a dará a sessão por encerrada, lendo o seguinte texto: “Declaro
encerrados os presentes trabalhos relativos à 4ª sessão, da 1ª reunião do Tribunal do Júri da comarca
da Fraternidade Palmarense”.

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