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Desconforto.

Um baque agudo desperta o Anfitrião e seus sentidos vão


lentamente se adaptando ao ambiente sombrio. Seus olhos passeiam
rapidamente pelos arredores familiares:“Seria isso um sonho?”

Ele pergunta a si mesmo, silenciosamente é claro, pois por mais que


tentasse não havia menção de movimento em seu rosto.

Ele estava ao menos vivo? Por que não se movia? E por que mesmo
assim sentia tudo contra seu corpo?

A constante brisa gélida o lembrava que ainda estava ali, naquele


mesmo lugar, intensificando ainda mais a confusão sobre a situação em
que se encontrava.

Porém, logo essa dúvida se tornou irrelevante, após finalmente


pousar seus olhares sobre sua porta entreaberta e notar a silhueta que
estava lhe observando tão silenciosamente quanto o quarto escuro que o
escondia.

Um arrepio se espalhou pelo seu corpo de ponta a ponta como se


fosse um veneno, era terrível, seus traços faciais eram indistinguíveis pela
falta de luz incidente, mas mesmo assim era claro como o dia que ele
tanto ansiava, ele sentia seu olhar fixo penetrando sua alma como um
punhal frio.

Estava paralisado e sentia seu peito pesado, como se houvesse um


bloco de chumbo sobre seu corpo o impedindo de respirar. Incapaz de se
acalmar, só podia retribuir o olhar da entidade por longos e agonizantes
minutos.

“Por que está aqui? Por que eu? Existem mais deles? O que eles
querem?”. Seu monólogo desesperador foi bruscamente interrompido
após perceber que havia perdido o foco de seu olhar na entidade. Ela já
não estava mais ali.

Uma falsa esperança preenchia seus pensamentos até olhar para o


pé de sua cama e perceber seu cobertor abrindo caminho para o
desconhecido, ele estava muito próximo e mesmo assim não conseguia
discernir se sua presença era de fato real.

Subindo… Subindo… E subindo…

O caos em seu sistema nervoso estava além de sua compreensão. O


Anônimo Finalmente se revelou, era desumanamente magro. E de repente
sentiu que estava preso como uma forma de tortura, parecia
desesperadamente implorar por algo no qual não conseguiu entender

“…...................................”

Um baque agudo desperta o Anfitrião e seus sentidos vão


lentamente se adaptando ao ambiente luminoso. A ansiedade vai dando
lugar à calmaria ao reconhecer que seu ambiente é seguro. O Anfitrião se
encontra ponderando sobre o que aconteceu de fato até que seus
pensamentos se concentram em uma coisa só: Finalmente acabou.

“Afinal foi tudo só um sonho”

“Certo..?”

Um conto por: Luan Bastos

Adaptação para pdf por: João Carnoski

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