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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

QUÍMICA BACHARELADO
QUÍMICA GERAL II - Prof. Dr. NELSON LEMES

ANA HELOÍSA DE MELO MACEDO (2022.2.07.001)


ISADORA MEIRELES (2022.2.07.003)
LAURA SOUZA FERREIRA (2022.2.07.012)
LETÍCIA BAYRIL MOURA AZEVEDO (2022.2.07.004)

TEORIAS ÁCIDOS-BASES:
As 3 principais teorias do século XX.

Alfenas/MG

2023
Introdução

O assunto tratado é conhecido há bastante tempo, tanto as teorias, como o


comportamento ácido-base. Os termos “ácido” e “sal” são da Antiguidade, “álcali”, da
Idade Média e “base” do século XVIII.
As teorias procuram explicar o comportamento dessas substâncias
baseando-se em algum princípio mais geral, são também bastante antigas, porém
vamos considerar apenas as do século XX (Chagas, 2000).
As teorias ácido-base têm sido apresentadas nos livros-texto de ensino médio
no Brasil a partir de definições conceituais em uma sequência de eventos sucessivos
que, aparentemente, são interligados ou advém de uma contribuição, consoante entre
os cientistas. Normalmente, limitam-se aos cientistas cujas linhas de pesquisas
tiveram continuidade ao longo do século XX, especificamente Johannes Nicolaus
Brönsted (1879-1947), Thomas Martin Lowry (1874-1936) e Gilbert Newton Lewis
(1875-1946). Entretanto, a nova historiografia da ciência tem mostrado que geralmente
a ciência tem avançado de maneira nada harmoniosa (Chalmers, 2013).

Teoria de Arrhenius

A teoria ácido-base de Arrhenius, proposta pelo químico sueco Svante


Arrhenius no final do século XIX. Discorre que, ácidos são substâncias que quando
dissolvidas em água liberam íons de hidrogênio (H+) formando hidrônio (H3O+), como
pode ser vista na ionização do HCl: HCl + H2O -> H3O+ + Cl-
Enquanto bases são substâncias que liberam íons hidroxila (OH-) quando
dissolvidas em água, visto na dissociação do sódio em meio aquoso: NaOH (aq) ->
Na+ + OH-
Segundo a teoria de Arrhenius, uma solução ácida contém íons de hidrogênio
(H+) em alta concentração, enquanto uma solução básica contém íons hidroxila (OH-)
em alta concentração. Uma solução neutra tem concentrações equilibradas de íons H+
e OH-, como a água pura.
No entanto, desde o seu início, ficou evidente que essa teoria tinha limitações
em relação ao solvente, restringindo-se principalmente à água. Além disso, essa
teoria não explica completamente o comportamento ácido-base de substâncias que
não liberam íons H+ ou OH- em solução, como o amoníaco (NH3) ou o ácido
carbônico (H2CO3).
Apesar de suas limitações, essa teoria desempenhou um papel de extrema
importância, pois, além de abranger uma ampla gama de fenômenos já conhecidos,
estimulou o surgimento de várias áreas de pesquisa, inclusive contribuindo para
estabelecer as bases científicas da química analítica. Além de ter sido fundamental
para o desenvolvimento da química e estabeleceu a base para teorias mais
abrangentes, como a teoria ácido-base de Brønsted-Lowry e a teoria ácido-base de
Lewis.
Teoria Bronsted-Lowry

De forma independente, dois químicos, o dinamarquês Johannes Nicolaus


Brönsted (1879-1947) e o inglês Thomas Martin Lowry (1874-1936), apresentaram, no
mesmo ano, uma teoria sobre o conceito de ácidos e bases. A teoria anteriormente
reconhecida, a teoria de Arrhenius, apesar de bem útil, era limitada a soluções
aquosas; já a que eles criaram era mais abrangente.
Segundo a teoria protônica de Brönsted-Lowry (1923), ácido é a espécie
química que tende a doar prótons (H+) e base é a espécie química que tende a
receber prótons. Neste sentido, cada ácido possuirá sua base conjugada e cada base
possuirá seu ácido conjugado e, desta forma, um único próton passa a ser a diferença
existente entre ambas as espécies de um mesmo par conjugado (Gonsalves, 2013).
( −)
á𝑐𝑖𝑑𝑜(𝐻𝐴) + 𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐵)→𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑎 𝐴 + á𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑜(𝐵𝐻 )
+

A grande participação concomitante no tema sugere que a sociedade científica


tinha como problemática uma definição mais completa de ácidos. Essa nova definição
era uma demanda da sociedade acadêmica na época, por isso muitos pesquisadores
se concentraram em buscar teorias mais abrangentes. Nesse caso, o conhecimento
científico mostrou ser um produto iminente, contudo, não por causa do aumento do
conhecimento humano, ou uso de tecnologia apropriada, mas advindo da necessidade
da comunidade científica (Pérez, Montoro, Alís, Cachapuz, & Praia, 2001).
Segundo Moura Souza e Aricó (2017, p. 213), esse interesse pelo tema ácidos
e bases por parte dos cientistas nessa época pode ter sido ocasionado por muitos
fatores, contudo, infere-se que o real motivo seja a constatação de que a teoria de
S.A. Arrhenius não era mais satisfatória, por não explicar variados fenômenos da
química que vinham sendo estudados e demandavam interpretação. Com o título
“Algumas observações sobre o conceito de ácidos e bases”, o dinamarquês J.N.
Brönsted publicou seus trabalhos na revista "Recueil des Travaux Chimiques des
Pays-Bas". Logo no início do trabalho, ele faz menção às divergências existentes
sobre a definição de S.A. Arrhenius na sociedade acadêmica da época.
Segundo Brönsted (1923, p. 718), citado por Moura Souza e Aricó (2017, p.
213), era inadmissível classificar qualquer ácido ou base segundo os solventes
envolvidos na reação. Ele provavelmente se referia às teorias provenientes da linha de
pesquisa de A. Ure, em que os ácidos são classificados de modo relativo a cada
reação. Ele também aponta que desde a criação da teoria da dissociação eletrolítica
por Arrhenius, a definição dominante de ácidos e bases como substâncias que podem
dividir-se em íons de hidrogênio ou hidroxila em solução nunca foi tão seriamente
atacada no que se refere à definição.
Segundo Lowry (1923, p. 46), citado por Moura Souza e Aricó (2017, p. 214), é
um fato notável que a acidez forte é aparentemente desenvolvida apenas em misturas
e nunca em compostos puros. Até mesmo o cloreto de hidrogênio só se torna um
ácido quando misturado com água. Isto pode ser explicado pela extrema relutância de
um núcleo de hidrogênio para ser conduzido a uma existência isolada, embora seja
bastante desejável para ele juntar-se a qualquer octeto que não seja muito hostil, ou
totalmente ocupado por outros átomos, sem deixar espaço para um núcleo adicional.
O efeito da mistura de cloreto de hidrogênio com água é, provavelmente, de
proporcionar um aceitador de núcleo de hidrogênio, de modo que a ionização do ácido
apenas envolve a transferência de um próton a partir de um octeto para outro.
Diferentemente da teoria de Arrhenius, na de Brönsted-Lowry um ácido pode
atuar como uma base. O conceito de ácido e base é relativo, já que dependem da
espécie química com a qual a substância está reagindo para saber se ela é acida ou
básica.
Entendemos que Brönsted colaborou com interpretação reacional que
descreve a formação de ácidos e bases conjugadas. Entretanto, pouco acrescentou
sobre o termo liberação ou aceitação de próton para a classificação de ácidos ou
bases. Diferentemente dele, T.M. Lowry contribuiu com essa classificação; por isso, a
famosa definição que advém da teoria protônica deve-se mais aos trabalhos de T.M.
Lowry et al. (Jensen, 2016).

Teoria de Lewis

A Teoria de Lewis foi elaborada no mesmo ano da teoria Brönsted-lowry, já que


esta não era suficiente para explicar todos os casos de reações de ácido-base, ela é
vista como muito ampla já que não se limita apenas a transferência de próton. Então
Gilbert Newton Lewis propõe uma nova definição, que tem um enfoque na base, sendo
esta uma espécie capaz de doar um par de elétrons para a realização de uma ligação
covalente, a espécie que recebe esse par de elétrons é denominada ácido.
A base contém um excesso de elétron, por possuir uma maior
eletronegatividade. Segundo a teoria os ácidos de Lewis também são chamados de
eletrófilos (amigo de elétrons), já que este procura substância que contém elétrons
para serem doados, e as bases de Lewis (amido do núcleo), procuram um núcleo com
o qual possa doar seus elétrons, assim sendo chamadas de nucleófilos. Uma reação
que exemplifica essa teoria é do fluoreto de boro com a amônia. Nessa reação o BF3
vai atuar como ácido, já possui a camada de valência incompleta o NH3 como base, e
NH3 como base, já possui um par de elétrons não compartilhados. A reação Na2O e o
SO3 é uma ótima explicação da limitação da teoria Brönsted-lowry, tendo em vista que
não há nenhum próton para ser doado, e mesmo assim, essa é uma reação
ácido-base.

Contribuições e aplicações das teorias

As teorias de ácido-base do XX tiveram contribuições significativas para a


expansão do conhecimento científico, fornecendo novas perspectivas e compreensão
sobre as propriedades e comportamento dos séculos e bases. Na Teoria de Arrhenius,
foi introduzido o conceito de íons em solução aquosa, revelando que os absorventes
se dissociam em íons de hidrogênio (H+) e como bases em íons hidroxila (OH-) e
também foi ampliado a compreensão sobre a condutividade elétrica das soluções
eletrolíticas. Na Teoria de Brønsted-Lowry, foi estabelecido o conceito de ingerir como
doadores de prótons (H+) e bases como receptores de prótons, além de se perceber
que a reação ácido-base não depende apenas da presença de íons hidrogênio ou
hidroxila, mas também da capacidade de transferência de prótons entre as espécies
químicas. E por na Teoria de Lewis, foi ampliado o conceito de ácido-base, incluindo
espécies que não envolvem prótons, também foi introduzido o conceito de ácido como
doador de pares de elétrons e base como receptor de pares de elétrons, além de que
essa teoria permitiu uma compreensão mais abrangente das químicas e das reações
de complexação.
Essas teorias fornecem um arcabouço conceitual sólido para explicar e prever
o comportamento dos ácidos e bases em diferentes contextos químicos. Além disso,
elas abriram caminho para o desenvolvimento de novas aplicações práticas em
diversas áreas, como a química, a biologia, a medicina e a indústria.
Ao expandir o conhecimento científico sobre as propriedades e reações dos
medicamentos e bases, essas teorias também toleram o avanço de outras áreas da
química, permitindo um melhor entendimento das substâncias químicas em geral e
promovendo o desenvolvimento de novas teorias e modelos explicativos.

Referências

CHAGAS, A. P.. O ensino de aspectos históricos e filosóficos da Química e as teorias


ácido-base do século XX. Química Nova, v. 23, n. 1, p. 126–133, jan. 2000.

SOUZA, Felipe de Moura; ARICO, Eliana Maria. Teorias ácido-base no século XX e


uma análise reflexiva do trabalho científico. Educ. quím, Ciudad de México, v. 28, n.
4, p. 211-216, 2017. Disponível em:
<http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0187-893X20170004002
11&lng=es&nrm=iso>. Acessado em: 5 jul.
2023. https://doi.org/10.1016/j.eq.2017.07.002.

Gonsalves, Arlan de Assis et al. Contextualizando reações ácido-base de acordo com


a teoria protônica de Brönsted-Lowry usando comprimidos de propranolol e
nimesulida. Química Nova [online]. 2013, v. 36, n. 8 [Acessado 11 Julho 2023], pp.
1236-1241. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-40422013000800024>.
Epub 04 Out 2013. ISSN 1678-7064.
https://doi.org/10.1590/S0100-40422013000800024.

Química Geral Volume 2 , James E.Brady e Gerard E.Humiston -Livros técnicos e


científicos editora S.A -1986

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