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Ácidos e Bases

Os ácidos e as bases são as substâncias mais comuns usadas em


laboratórios e estão envolvidas em importantes processos biológicos e em
sínteses essenciais para a manutenção da vida. 

Mas para entender o comportamento dessas substâncias pertencentes a


esses dois grupos e como ocorrem suas reações caraterísticas. Essas
definições sobre ácido e base baseiam-se no fato de que as reações
envolvendo esses compostos exibem um padrão similar.

As teorias ácido-base desenvolveram-se no final do século XIX e início do


século XX. Aqui trataremos de três delas, que foram: teoria de Arrhenius,
teoria ácido-base de Brønsted-Lowry e a teoria ácido-base de Lewis.:

* Teoria ácido-base de Arrhenius:


Essa foi a primeira das teorias ácido-base a ser criada, sendo que isso
ocorreu no ano de 1887 pelo químico sueco Svante Arrhenius. Ela ficou
conhecida também como teoria da dissociação iônica ou teoria da dissociação
eletrolítica, rendendo o Prêmio Nobel, em 1903, a esse estudioso.
A teoria de Arrhenius baseava-se no comportamento de ácidos e bases em
água, formando soluções aquosas. Esse cientista observou que determinadas
substâncias, quando colocadas em contato com a água, liberavam íons que
tornavam a solução eletrolítica, ou seja, condutora de eletricidade. Ele
observou que alguns íons liberados eram os mesmos para determinadas
substâncias e, por meio da identificação desses íons, formulou as seguintes
definições:

* Ácido é toda substância que, em meio aquoso, sofre ionização, liberando como


único cátion o hidrogênio, H+(aq), ou, mais corretamente, o íon hidrônio, H3O+(aq).
Genericamente, temos:

HA(aq) → H+(aq) + A-(aq)   ou   HA(aq) + H2O(l) → H3O+(aq) + A-(aq)


Exemplo: Ácido clorídrico (cloreto de hidrogênio em meio aquoso):

HCl(aq) → H+(aq) + Cl-(aq)   ou   HCl(g)+ H2O(l) → H3O+(aq) + Cl-(aq)


* Base é toda substância que, em meio aquoso, sofre dissociação iônica, liberando
como único ânion a hidroxila OH-(aq).
Genericamente, temos:

BOH(aq) → B+(aq) + OH-(aq)
Exemplo: Hidróxido de sódio:

NaOH(aq) → Na+(aq) + OH-(aq)

No entanto, os cientistas perceberam que os ácidos e as bases também


reagiam em meios não aquosos, por isso, eram necessárias outras teorias
ácido-base que não se limitassem à presença de água.

* Teoria ácido-base de Brønsted-Lowry ou teoria protônica:


Essa teoria foi criada em 1923 de maneira independente pelo químico
dinamarquês Johannes Brønsted e pelo químico inglês Thomas Lowry. Ela se
baseia na transferência de prótons, que é o íon hidrogênio H +(aq), entre ácidos e
bases. Veja:
* Ácido é toda espécie química capaz de doar um próton (H+(aq)).
* Base é toda espécie química capaz de receber um próton (H+(aq)).
Isso significa que, para uma substância atuar como ácido de Brønsted, ela
precisa estar na presença de uma base de Brønsted. A susbtância não vai
simplesmente liberar o próton sozinha, mas somente se for transferir para a
base.

Por exemplo, o HCl mencionado anteriormente como sendo um ácido de


Arrhenius é também um ácido de Brønsted, pois quando ele reage com a
água, esta atua como uma base de Brønsted, recebendo o próton: HCl(g)+
H2O(l) → H3O+(aq) + Cl-(aq).
Mas essa teoria não precisa da presença de água. Isso é visto, por exemplo,
na reação entre o HCl e a amônia, mostrada a seguir:
Observe que o HCl atuou como um ácido porque doou um próton (um átomo
de hidrogênio que pode transferir-se como núcleo) para a amônia, formando o
cátion amônio (NH4+).
Porém, essa teoria também possui as suas limitações. Entre elas, está o fato
de que ela necessita da presença do hidrogênio. Por isso, surgiu a próxima
teoria ácido-base.

* Teoria ácido-base de Lewis ou teoria eletrônica:


Essa teoria de Gilbert Newton Lewis foi criada em 1923 junto à teoria
protônica de Brønsted-Lowry. Ela diz o seguinte:

* Ácido é toda espécie química que aceita receber um par de elétrons.


* Base é toda espécie química capaz de oferecer um par de elétrons.
Exemplo: Reação entre amônia e o trifluoreto de boro:

Observe que a amônia possui um par de elétrons que é capaz de fornecer e é


exatamente por isso que ela também atua como uma base de Brønsted-
Lowry, pois ela pode compartilhar esse par de elétrons com um íon H +,
recebendo, portanto, esse próton.
Toda base de Lewis é também uma base de Brønsted-Lowry. No entanto,
nem todo ácido de Lewis é necessariamente um ácido de Brønsted-Lowry. No
exemplo abaixo, temos um ácido de Lewis e de Brønsted-Lowry, e uma base
de Lewis e de Brønsted-Lowry:
Veja que o C do CO2 atua como um ácido de Lewis porque recebe o par de
elétrons do oxigênio da água, que, por sua vez, atua como a base de Lewis.
Mas ela também doa um próton (H +), sendo uma base de Brønsted-Lowry, e o
O do CO2 recebe esse próton, sendo também um ácido de Brønsted.

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