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GEOGRAFIA URBANA

MILTON SANTOS E SANDRA LENCIONI

URBANIZAÇÃO E
METROPÓLES
MESTRANDA MARA CRISTINA
REFLETINDO...
COMO PODEMOS RESUMIR A
URBANIZAÇÃO BRASILEIRA?
“Desde a revolução urbana brasileira, consecutiva à
revolução demográfica dos anos de 1950, tivemos,
primeiro, uma urbanização aglomerada, com o aumento do
número - e da população respectiva - dos núcleos com
mais de 20 mil habitantes e, em seguida, uma
urbanização concentrada, com a multiplicação de cidades
de tamanho intermédio, para alcançarmos, depois, o
estágio da metropolização, com o aumento considerável
do número de cidades milionárias e de grandes cidades
médias”
E COMO FICAM AS METROP ÓL ES N ESSE CO N T EXT O?
E COMO FICAM AS METROP ÓL ES N ESSE CO N T EXT O?

“A palavra metrópole é, todavia, timidamente


utilizada no Brasil, quando as novas realidades da
mundialização ampliam o processo de sua criação
como ‘o locus por excelência das relações sociais
e económicas’”
O FENÔMENO DE
METROPOLIZAÇÃO VAI MUITO
ALÉM DA DENOMINAÇÃO LEGAL.
“Segundo Langenbuch (1971, p. 1), que escrevia isso há
mais de vinte anos, ’[...] a metrópole constitui um tipo
especial de cidade, que se distingue das menores não
apenas por sua dimensão, mas por uma série de fatos, quer
de natureza quantitativa, quer de natureza qualitativa’.”
As atuais regiões metropolitanas têm como pontos comuns
dois elementos essenciais:
a) são formadas por mais de um município, com o
município-núcleo - que lhes dá o nome-representando uma
área bem maior que as demais;
b) são objeto de programas especiais, levados adiante
por organismos regionais especialmente criados, com a
utilização de normas e de recursos em boa parte federais
@REALLYGREATSITE

QUAIS SÃO AS METROPÓLES BRASILEIRA?


VITÓRIA FLORIANOPOLIS CAMPINAS

SÃO PAULO RIO DE JANEIRO BRASÍLIA

BELÉM CURITIBA MANAUS

FORTALEZA GOIANIA BELO HORIZONTE

RECIFE SALVADOR PORTO ALEGRA


A BUSCA PELA METROPOLE
Fatores de deslocamentos populacionais -
MIGRAÇÃO
“Mas as migrações deslanchadas, num primeiro
momento, após a Segunda Guerra, veem seu
movimento acelerado a partir do "milagre
econômico" e tendem a buscar tanto as regiões
metropolitanas como as cidades intermediárias.”
O problema com o estudo sobre metrópoles pautada em
dois problema

1) tais estudos começaram, no país, com objetivos de um


planejamento limitado e restritivo e estiveram mais preocupados
em obter uma definição formal que mesmo material, isto é, de
conteúdo, do fenômeno metropolitano;

2) esses estudos tiveram prosseguimento para dar resposta a


questões tópicas (casa, transporte...) e foram pesadamente
influenciados, nessa direção, pelas agências financiadoras,
nacionais e estrangeiras, sem que universidades e órgãos de
pesquisa quisessem ou pudessem reverter esse rumo
O resultado foi o empobrecimento da pesquisa urbana
sobre as metrópoles, tornada repetitiva e
monocórdia, e, afinal, praticamente esvaziada. A
pesquisa vai para um lado, a realidade aponta para
outro.
E AS TENDÊNCIAS À
DESMETROPOLIZAÇÃO?
“Os mesmos números que revelam um processo de
metropolização prestam-se a outra interpretação, desde
que demos prioridade ao processo de macrourbanização.
Levando em conta uma desagregação maior da população
urbana segundo o tamanho dos aglomerados, isso pode
levar-nos à conclusão de que, paralelamente ao
crescimento cumulativo das maiores cidades do país,
estaria havendo um fenômeno de desmetropolização,
definida como a repartição, com outros grandes núcleos,
de novos contingentes de população urbana.”
Alguns autores separam os centros urbanos
brasileiros em três grupos:

1) AS DUAS 2) AS 3) OS
MAIORES OUTRAS DEMAI S
REGIÕES REGI ÕES NÚCLEOS
METROPOLITA METROPOLI TA URBANOS
NAS; NAS;
Há, pois, redistribuição da população urbana. Se o
volume da população continua crescendo nas grandes
metrópoles, esse incremento é maior nas outras
áreas metropolitanas, enquanto outras aglomerações
urbanas também mostram evolução significativa.
AGLOMERAÇÃO DA URBANIZAÇÃO EM
OUTRO NÍVEL, PARECEM CONFIRMAR A
TENDÊNCIA A QUE ESTAMOS ALUDINDO,
ISTO É, A UMA DESMETROPOLIZAÇÃO QUE
SE VERIFICA EM PARALELO COM A
PERMANÊNCIA DO FENÔMENO DE
METROPOLIZAÇÃO.
O PONTO DE VISTA DO PAPEL E DA SIGNIFICAÇÃO
DAS METRÓPOLES, HOUVE, AO LONGO DA HISTÓRIA
BRASILEIRA, QUATRO MOMENTOS.

1 QUANDO O BRASIL URBANO ERA UM


ARQUIPÉLAGO, COM AUSÊNCIA DE
COMUNICAÇÕES FÁCEIS ENTRE AS
METRÓPOLES, ESTAS APENAS
COMANDAVAM UMA FRAÇÃO DO
TERRITÓRIO,
2 HÁ ESFORÇOS PELA FORMAÇÃO DE
UM MERCADO ÚNICO, MAS A
INTEGRAÇÃO TERRITORIAL É,
PRATICAMENTE, LIMITADA AO
SUDESTE E AO SUL.
3 SE CONSTITUI UM MERCADO ÚNICO
NACIONAL.

4 HÁ UM AJUSTAMENTO: PRIMEIRO À
EXPANSÃO E, DEPOIS, À CRISE DESSE
MERCADO, QUE É UM MERCADO
ÚNICO, MAS SEGMENTADO; ÚNICO E
DIFERENCIADO
UM MERCADO HIERARQUIZADO E ARTICULADO PELAS
FIRMAS HEGEMÔNICAS, NACIONAIS E ESTRANGEIRAS,
QUE COMANDAM O TERRITÓRIO COM APOIO DO
ESTADO. NÃO É DEMAIS LEMBRAR QUE MERCADO E
ESPAÇO, OU, AINDA MELHOR, MERCADO E TERRITÓRIO,
SÃO SINÔNIMOS. UM NÃO SE ENTENDE SEM O OUTRO.
Agora, a metrópole está presente em toda parte,
e no mesmo momento. A definição do lugar é, cada
vez mais no período atual, a de um lugar
funcional à sociedade como um todo. E,
paralelamente, através das metrópoles, todas as
localizações tornam-se hoje funcionalmente
centrais. Os lugares seriam, mesmo, lugares
funcionais da metrópole.
OBRIGADA!
REFERENCIAS
SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. 5. ed. São Paulo:
Edusp, 2008.

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