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Diante de um ato administrativo que invade competência e funcionamento de uma Câmara de

Vereadores, há a necessidade de demandar uma ação judicial. Surge uma dúvida no gabinete
da Vereadora Ana Amora sobre a possibilidade de que ela própria demande a referida ação
judicial.
A respeito da situação hipotética narrada, assinale a afirmativa correta.
Alternativas:

A)A Câmara de Vereadores não tem capacidade e legitimidade para ingressar com ação judicial,
pois não tem personalidade jurídica.

B)Os Vereadores, enquanto membros da casa legislativa, ostentam a condição de seu


representante legal, detendo poderes para pleitear a ação em nome próprio, já que a Câmara
dos Vereadores não tem personalidade jurídica.

C)A Câmara de Vereadores tem legitimidade para demandar a ação judicial para preservar as
competências ou o funcionamento daquele órgão, pois tem personalidade judiciária. CORRETA

D)A Câmara de Vereadores tem personalidade jurídica e, assim, pode pleitear direitos próprios
em nome próprio, como demandar ação judicial para preservar as competências ou o
funcionamento daquele órgão.

E)Os Vereadores, enquanto membros da casa legislativa, têm personalidade judiciária para
demandar ação judicial para preservar as competências ou o funcionamento da Câmara dos
Vereadores.

Comentário: Súmula 525, STJ - A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica,
apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus
direitos institucionais.
(PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2015, DJe 27/04/2015)

Júlio Silva promoveu ação de curatela em face de sua esposa, Ana, de 42 anos, alegando que
Ana não possui discernimento necessário e não está apta a expressar a sua vontade. No curso
do processo, Ana deduz requerimento ao juízo para a adoção do processo de tomada de
decisão apoiada e indica suas irmãs como suas apoiadoras. A sentença julga improcedente o
pedido de Júlio e defere o pedido de Ana. Em relação ao caso, assinale a afirmativa correta.
Alternativas

A) O deferimento do pedido de Ana pressupõe a prévia declaração da sua incapacidade relativa.

B)O deferimento do pedido de Ana não interfere em sua capacidade civil, que continua sendo
absoluta.CORRETA.

C)O pedido de Ana não poderia ter sido deferido, pois Júlio Silva, em razão da relação de
conjugalidade, deveria ter sido nomeado seu apoiador.

D)Considerando que as alegações de Júlio Silva tenham sido devidamente comprovadas por
laudo médico e testemunhas, o juízo deveria ter declarado a incapacidade absoluta de Ana.
E) O deferimento do pedido de Ana não interfere em sua capacidade civil, mas a validade dos
negócios que ela venha a praticar após o trânsito em julgado da sentença dependem da
anuência das apoiadoras.

Comentário: Art. 1.783-A, CC - A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa
com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e
que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida
civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua
capacidade.

Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil, mas o exercício de certos atos ou a
maneira de exercê-los pode estar submetida a restrições ou condicionamentos. Nos termos da
Lei nº 10.406/2002 — Código Civil, sobre os absolutamente incapazes de exercer pessoalmente
os atos da vida civil, analisar os itens abaixo:

I. Ébrios habituais e os viciados em tóxico.


II. Menores de 16 anos.
III. Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade.

Está(ão) CORRETO(S):
Alternativas

A)Somente o item I. Correta.

B)Somente o item II.

C)Somente os itens I e III.

D)Todos os itens.

Comentário: Art. 3° São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os
menores de 16 anos.
Art. 4° São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;


II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.

OBS.: NÃO CONFUNDIR:


CAPACIDADE DE DIREITO: Conferida a todos, indistintamente.
CAPACIDADE DE FATO (OU DE GOZO): Capacidade de exercer de forma pessoal e direta os atos da
vida civil. Os incapazes não tem (art. 3° e 4° do CC)
CAPACIDADE DE DIREITO + CAPACIDADE DE FATO = CAPACIDADE PLENA.

Com relação à pessoa com deficiência, assinale a alternativa incorreta.


Alternativas:

A) pessoa com deficiência é absolutamente incapaz civilmente até completar 16 anos de idade..
B)Os serviços notariais e de registro podem exigir o acompanhamento de um responsável legal para
prestar seus serviços quando evidenciada a deficiência do solicitante. INCORRETA.

C)As instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino, devem ofertar profissionais de apoio
escolar às pessoas com deficiência, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer natureza
em suas mensalidades, anuidades e matrículas.

D) A pessoa com deficiência poderá ser testemunha, em igualdade de condições com as demais pessoas.

E)Na nomeação de curador para a pessoa com deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela
compartilhada a mais de uma pessoa.

Comentário: Gabarito: letra B

(A) CORRETA. CC, art. 3º. “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da
vida civil os menores de 16 anos”

(B) INCORRETA. Estatuto da Pessoa com Deficiência, art. 83. “Os serviços notariais e de
registro NÃO podem negar ou criar óbices ou condições diferenciadas à prestação de seus
serviços em razão de deficiência do solicitante, devendo reconhecer sua capacidade legal plena,
garantida a acessibilidade.”

(C) CORRETA. Estatuto da Pessoa com Deficiência, art. 28. “Incumbe ao poder público
assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: XVII - oferta de
profissionais de apoio escolar; §1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de
ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII,
XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo VEDADA a cobrança de valores
adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas no
cumprimento dessas determinações.”

(D) CORRETA. CC, art. 228, §2º. “A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade
de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de tecnologia
assistiva”.

(E) CORRETA. CC, art. 1.775-A. “Na nomeação de curador para a pessoa com deficiência, o
juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais de uma pessoa”.

A personalidade jurídica das pessoas naturais tem início no momento do registro civil, e a
capacidade plena para o exercício dos atos da vida civil é adquirida automaticamente ao atingir
a maioridade.? ERRADO.
Art. 2: A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro.
A lei não exige o registro da pessoa natural. O registro é meramente declaratório.
O registro civil de nascimento de uma criança tem caráter declaratório da personalidade.
Porém, devemos nos atentar que as pessoas jurídica é diferente de pessoa natural, pois
naquela o registro é constitutivo da sua personalidade, isto é, com registro há personalidade.
Daniel, em 2023, realizou seu sonho de jogar futebol profissionalmente. Desde os 4 anos,
frequentava várias escolinhas de futebol e passava por peneiras de grandes clubes. Agora, com
17 anos, terá sua maior oportunidade. Foi contratado pelo Clip Futebol Clube, com vínculo
empregatício, recebendo R$ 30.000,00 por mês, valor suficiente para prover seu próprio
sustento na cidade de Esquilo, centro-oeste do país. Seus pais, até então, administravam seus
bens e sua carreira e, com a saída dele de casa, por conta da contratação acima exposta,
decidiram pedir um empréstimo para pagar algumas dívidas do casal e ofereceram a casa de
Daniel em garantia, gravando-a de ônus real.
Com base na legislação civil e na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é correto
afirmar que os pais:
Alternativas:

A)não poderiam ter dado a casa de Daniel em garantia, já que ele é emancipado; CORRETO.

B)poderiam ter dado a casa de Daniel em garantia, pois são administradores de seus bens,
sendo ele filho menor;

C)poderiam ter dado a casa de Daniel em garantia, desde que houvesse autorização judicial;

D)não poderiam ter dado a casa de Daniel em garantia, já que ele não foi formalmente
notificado;

E)poderiam ter dado a casa de Daniel em garantia, desde que houvesse prova da necessidade.

Comentário: Art. 5º CC [...]

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde


que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

Com base no dispositivo legal acima entendemos que:

1)Daniel só foi considerado emancipado, pois já tinha idade superior a 16 anos, idade mínima
para ser considerada a emancipação no caso do inciso V.

2)O valor de R$ 30.000,00 define a economia própria de Daniel, requisito positivado na norma
acima.

Caso do Daniel: Idade mínima de 16 anos + economia própria = Foi cessada a incapacidade.

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