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Voltamos ao Brasil colonial onde a agricultura era baseada na

monocultura, na mão de obra escrava e em grandes latifúndios, herança da


distribuição de sesmarias feita pelos portugueses. A Agricultura permanecia
basicamente restrita à cana com alguns cultivos diferentes para subsistência da
população da região, porém de pouca expressividade, ao dar ênfase à imagem
da força do ser humano na construção do espaço. Com o passar dos anos
vemos um considerável aumento demográfico da população brasileira e a
manutenção de grandes latifúndios, gerando assim um desequilíbrio, pois ao
analisar o quadro geral da estrutura fundiária brasileira, podemos considera-la
arcaica e injusta. Após o fim da ditadura, quando o país passava pelo processo
de redemocratização, ou seja, reorganização, com a agitação politica da
população ficou evidente a necessidade de uma reforma agraria.
O filme Terra para Rose, de Tetê Moraes, apresenta de inicio, dados
interessantes a respeito da má divisão de terra que assolava o país, quase
metade da área agrícola total estava inutilizada, onde os grandes proprietários
de terra tinha uma contribuição baixa na agropecuária e quase 12 milhões de
famílias sem terra. Diante deste contexto, com a organização dos
trabalhadores rurais, o filme mostra a luta pela reforma agrária, gravando o
cotidiano da ocupação de 1.500 famílias na fazenda Anoni, considerada um
latifúndio improdutivo com mais de 8.000 hectares, que já estava há 14 anos
em processo de desapropriação na justiça, no Rio Grande do Sul. O
acampamento foi promovido pelo MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra, grupo que havia sido fundado pouco tempo antes deste episódio.

Tendo como ênfase a relação Homem-Meio, constituição do espaço


através da força do seu trabalho na terra. “por suas características e por seu
funcionamento, pelo que ele oferece a alguns e recusa a outros, pela seleção
de localização feita entre as atividades e entre os homens, é o resultado de
uma práxis coletiva que reproduz as relações sociais “. (SANTOS, 1978, p.
171).
Com entrevistas os camponeses acampados demonstram a rotina difícil de
suas vidas, mas ressaltam o valor da luta pela terra, como forma de garantir o
futuro de seus filhos, e o sentimento de união entre si, sua solidariedade uns
com os outros, os quais chamam de “companheiros”.

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