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Departamento de Geografia
Pensando na vida contemporânea Milton Santos escreve sua obra com o pensamento critico
sobre a globalização, movido pelo desejo de construir um mundo diferente do qual vivemos.
Segundo o autor o termo globalização surgiu na imprensa nos anos 80 e vários intelectuais se
propuseram a pensar sobre sua aplicação no espaço geográfico, tendo sendo interpretado no
inicio de aplicações financeiras e de investimentos pelo mundo e sistema que tenta
homogeneizar as diversas culturas. No contexto dos estados-nação, a globalização exige um
protecionismo, o que vai contra ao discurso liberal de mercado livre. Mas é na categoria de
analise lugar, principalmente nas áreas mais pobres é que a globalização mostra sua pior face,
como as desigualdades sociais, com o poder de gerar competitividade no âmbito das grandes
corporações internacionais, deste modo, Milton Santos afirma que a globalização afetou a
cultura atual.
O estudo dos lugares faz com percebamos seus elementos centrais e assim procuremos ações
solidárias, pois para Santos "cada lugar é, ao mesmo tempo, objeto de uma razão global e de
uma razão local, convivendo dialeticamente". Vários autores vão formular criticas sobre o
processo da globalização sobre a cultura, fazendo que essa ficasse homogênea. Incluindo o
geógrafo David Harvey que faz um critica sobre a reprodução da arte gerando um sistema de
produção cultural baseado na produção de subjetividade por meio da propaganda.
Sobre a globalização econômica, Santos, observa o fluxo que o sistema de objetos gera uma a
funcionalização do espaço geográfico, onde o mesmo será produzido pelas demandas de quem
o idealiza, podendo ser "a unicidade técnica, a convergência dos momentos e a unicidade do
motor". Harvey já não considera esses parâmetros de analise mas sim o meio da criação de
novos mercados financeiros, e sua acumulação capitalista. Outros geógrafos sugerem que a
globalização gera um esvaziamento da função do estado, mas para Santos o mercado
globalizado comandam território com o apoio do Estado.
Milton Santos não era contrário a globalização, mas a estudou afim de buscar um sistema de
dinâmica social, sendo a solidariedade como medida base para essas relações. Para isso fez a
distinção entre cidadão e consumidor, adiantando sua critica contra o consumismo que conduz
o modelo de reprodução do capital, primórdio do capitalismo. Santos afirma que o cidadão
tem que ter condições dignas de existência, de vida, através de relações humanas baseadas na
solidariedade e na alteração do uso da base técnica criada para a circulação de capital para
transmitir valores humanos.