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COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO
“Tradição em formar Profissionais com Qualidade”
TÉCNICO EM ENFERMAGEM

MÓDULO PROFISSIONAL I

ANO:2013

Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405


Tel.: (11) 4678-5508- colegiosaobento@uol.com.br
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O Colégio Técnico São Bento está no mercado de trabalho desde 1996, tendo
como objetivo promover a formação integral do aluno. Parabéns pela decisão em
continuar seus estudos procurando um curso Técnico Profissionalizante.
Colocamos nossa equipe a inteira disposição para atendê-lo da melhor maneira
possível.

É importante o uso da apostila nas aulas, facilitando assim seu aprendizado,


assim se sentirá preparado para executar a prática de laboratório e
posteriormente o estágio supervisionado.

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São Bento Ltda. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida
em qualquer meio ou forma, seja mecânica, eletrônica, fotocópia, gravação etc.,
nem apropriada em sistema de banco de dados sem expressa autorização.

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Suzi Rybachi Cabral

Marcelo Teixeira Cabral

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Os professores do Colégio Técnico São Bento são profissionais da mais alta competência nas
suas respectivas especialidades.
Você terá aulas teóricas e práticas (a mesma em laboratório específico do curso), onde
disponibilizamos aos professores vídeos, DVDs, transparências, com o intuito de que o
aprendizado seja completo, abrangendo a todos de forma nivelar.
Disponibilizamos aos alunos do Colégio técnico São Bento sala de internet, de uso gratuito
para pesquisa, o uso é liberado fora do horário de aula para a realização de trabalhos, pesquisas
e currículos.
Temos um acervo de livros para pesquisa, para utilizá-los basta solicitar na secretaria.
Lembrete: Os boletos serão emitidos mensalmente e deverão ser retirados na secretaria antes do
vencimento do mesmo. Caso não receba até 24hs antes do vencimento favor entrar em contato
com a secretaria.
CONTROLE DE ACOMPANHAMENTO DE NOTAS - MÓDULO PROFISSIONAL I
Disciplinas Avaliação Trabalho Avaliação Avaliação Avaliação Recuperação Média Final Faltas
Escrita Escrita Prática Substitutiva

1. Noções de Higiene e
Segurança do Trabalho ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/__P ____,____/__/__P ____,____/__/ _________/__/
NADACONSTA
__Pf:_____ __Pf:_____ __Pf:_____ f:_____ f:_____ __Pf:_____ __Pf:_____

2. Introdução à ____,___/__/_ ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/__P ____,____/__/__P ____,___/__/_ _________/__/


Enfermagem _Pf:_____ __Pf:_____ __Pf:_____ __Pf:_____ f:_____ f:_____ _Pf:_____ __Pf:_____

3. Noções de ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/__P ____,____/__/__P ____,____/__/ _________/__/


Farmacologia e Cálculo __Pf:_____ __Pf:_____ __Pf:_____ __Pf:_____ f:_____ f:_____ __Pf:_____ __Pf:_____
em Medicamentos I
4. Enfermagem em ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/__P ____,____/__/__P ____,____/__/ _________/__/
Intercorrências Clínicas __Pf:_____ __Pf:_____ __Pf:_____ __Pf:_____ f:_____ f:_____ __Pf:_____ __Pf:_____

5. Enfermagem em ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/__P ____,____/__/__P ____,____/__/ _________/__/


Intercorrências _f:_____ __Pf:_____ __Pf:_____ __Pf:_____ f:_____ f:_____ __ NPf:_____ __Pf:_____
Cirúrgicas
6. Ética Profissional ____,__
____,____/__/ ____,___/__/_ ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/__P ____,___/__/__Pf ________/__/_
__/__/_
__Pf:_____ _Pf:_____ __Pf:_____ __Pf:_____ f:_____ :_____ Pf:_____
Pf:_____

7. Enfermagem em ____,____/__/ ____,____/__/ ____,___/__/_ ____,____/__/ ____,____/__/__P ____,____/__/__P ____,____/__/ _________/__/


Saúde Coletiva __Pf:_____ __Pf:_____ _Pf:_____ __Pf:_____ f:_____ f:_____ __Pf:_____ __Pf:_____

8. Enfermagem em ____,__
Pediatria ____,____/__/ ____,___/__/_ ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/__P ____,___/__/__Pf ________/__/_
__/__/_
__Pf:_____ _Pf:_____ __Pf:_____ __Pf:_____ f:_____ :_____ Pf:_____
Pf:_____

9. Enfermagem em ____,__
Urgência e Emergência I ____,____/__/ ____,___/__/_ ____,____/__/ ____,____/__/ ____,____/__/__P ____,___/__/__Pf ________/__/_
__/__/_
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Noções de Higiene
e
Segurança do Trabalho

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SUMÁRIO

Introdução...............................................................................................................01
Biossegurança..........................................................................................................01
Higiene e medicina do trabalho...............................................................................02
Segurança do trabalho.............................................................................................03
Acidente do trabalho...............................................................................................05
Profissionais de saúde e tipos de exposições. ........................................................06
Tipos de riscos........................................................................................................07
Os germes e a origem das infecções.......................................................................10
Infecção Hospitalar.................................................................................................10
Como nos proteger durante nosso trabalho em saúde............................................11
Equipamentos de Proteção Individual....................................................................13
Precauções padrão..................................................................................................17
Tipos de precaução para isolamento.......................................................................25
Higienização do ambiente.......................................................................................29
Preparo dos materiais para uso no atendimento ao paciente..................................33
Acidente com sangue e/ou secreções – atendimento do profissional exposto........37
Coleta seletiva dos resíduos sólidos de saúde........................................................43
CIPA – Comissão interna de prevenção de acidentes............................................47
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho.............................................................................................................48
CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar..........................................50
Referências Bibliográficas e Agradecimentos........................................................52

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Introdução
Os trabalhadores de enfermagem inseridos na atividade de prestação de serviço de saúde
executam atividades que requerem grande proximidade física com o cliente devido à
característica do cuidar. Esses profissionais encontram-se expostos a vários fatores de riscos
causadores de acidentes de trabalho. Os riscos podem ser físicos, químicos, mecânicos,
biológicos, ergonômicos e psicossociais, que podem ocasionar doenças ocupacionais e
acidentes de trabalho. Além destes riscos, muitas outras variáveis contribuem para a
ocorrência de acidentes com a equipe de enfermagem: falta de capacitação, inexperiência,
indisponibilidade de equipamento de segurança, cansaço, dupla jornada de trabalho,
distúrbios emocionais, excesso de autoconfiança, falta de organização do serviço, trabalho em
turnos, desequilíbrio emocional em situações de emergência, tecnologia crescente de alta
complexidade. Segundo dados do Ministério da Saúde os fatores que mais contribuem para a
ocorrência do acidente de trabalho são o espaço de trabalho com estrutura física inadequada, a
falta de proteção em máquinas perigosas, as ferramentas defeituosas, possibilidade de
incêndio e explosão, esforço físico intenso, levantamento manual de peso, posturas e posições
inadequadas, pressão do empregador por produtividade, ritmo acelerado na realização das
tarefas, repetitividade de movimento, extensa jornada de trabalho com freqüentes realizações
de hora-extra, pausa inexistente, e presença de substâncias tóxicas.

Biossegurança
A biossegurança é um processo funcional e operacional de fundamental importância em
serviços de saúde, não só por abordar medidas de Controle de Infecções para proteção da
equipe de assistência e usuários em saúde, mas por ter um papel fundamental na promoção da
consciência sanitária, na comunidade onde atua da importância da preservação do meio
ambiente na manipulação e no descarte de resíduos químicos, tóxicos e infectantes e da
redução geral de riscos à saúde e acidentes ocupacionais. A biossegurança é um processo
progressivo, que não inclui conclusão em sua terminologia, pois deve ser sempre atualizado e
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supervisionado e sujeito a exigência de respostas imediatas ao surgimento de microrganismos
mais resistentes e agressivos identificados pelas notificações epidemiológicas da Equipe de
Controle Epidemiológico da SMS.

Higiene e medicina do trabalho


Higiene do trabalho é um conjunto de normas e procedimentos que visa à proteção da
integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às
tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas.
A higiene do trabalho tem caráter eminentemente preventivo, pois objetiva a saúde e o
conforto do trabalhador, evitando que adoeça e se ausente provisória ou definitivamente do
trabalho.
Os principais objetivos são:
1- Eliminação das causas das doenças profissionais
2- Redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas doentes ou
portadoras de defeitos físicos.
3- Prevenções de agravamento de doenças e de lesões
4- Manutenções da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio de controle
do ambiente de trabalho

O programa de higiene no trabalho envolve:


1. Ambiente físico de trabalho: Todo o ambiente que circunda as atividades diárias.
2. Ambiente psicológico: os relacionamentos humanos agradáveis, tipos de atividade
agradável e motivadora, estilo de gerência democrático e participativo e eliminação de
possíveis fontes de estresse
3. Aplicação de princípios de ergonomia: máquinas e equipamentos adequados às
características humanas, mesas e instalações ajustadas ao tamanho das pessoas e
ferramentas que reduzam a necessidade de esforço físico humano

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4. Saúde ocupacional: ausência de doenças por meio da assistência médica preventiva.
A Lei Nº 24/94 instituiu o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional –
PCMSO.
Através do PCMSO é exigido o exame médico pré admissional e os exames médico
periódicos. Estes exames também são exigidos quando houver retorno ao trabalho, no caso de
afastamento superior a 30 dias, e quando ocorrer à mudança efetiva de função (deve ser feito
antes de ocorrer à transferência). No caso de afastamento definitivo da empresa, deve-se
exigir o exame médico demissional, nos 15 dias que antecedem o desligamento do
funcionário.

Segurança do trabalho
Conjunto de normas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas usadas para prevenir
acidentes, seja instruindo/convencendo pessoas da implementação de práticas preventivas.

Qual a relação entre higiene e segurança no trabalho?


A saúde e segurança dos empregados constituem uma das principais bases para a preservação
da força de trabalho adequada. De modo genérico, higiene e segurança do trabalho constituem
duas atividades intimamente relacionadas, no sentido de garantir condições pessoais e
materiais de trabalho capazes de manter certo nível de saúde dos empregados.

Prevenção de acidentes
 Acidente – fato súbito, inesperado, sem intenção, que produz morte, lesão corporal ou
dano material.

Tipos de acidentes
a) Sem afastamento
b) Com afastamento

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 Incapacidade temporária
 Incapacidade permanente parcial
 Incapacidade total permanente

Classificação dos acidentes


 Incapacitante
 Sério
 Relatável
 Trajeto
 Incidente
 Danos materiais
 Lar / lazer
Acidente incapacitante

Acidente do trabalho que resulta em incapacidade permanente total ou parcial, em


incapacidade total por tempo limitado ou ainda em morte.

Acidente sério

Acidente do trabalho que resulta no impedimentodo funcionário de exercer, pelo menos, uma
das atividades da sua função (restrição da função).

Acidente relatável

Acidente do trabalho em que a lesão sofrida pelo acidentado não impede que o mesmo exerça
todas as atividades de sua função.

Acidente de trajeto

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Acidente do trabalho que ocorre no percurso da residência para o local de trabalho ou deste
para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do acidentado.

Acidente com danos materiais

Evento que resulta em perdas materiais para a empresa.

Incidente

Evento que embora não ocasione lesões ou danos materiais, tenha apresentado potencial para
tal.

Acidente no lar/ lazer

Acidente que ocorre com o funcionário em sua residência ou durante uma atividade de lazer,
que implique no seu afastamento de trabalho.

Causas dos acidentes de trabalho

 Condição insegura;

São equipamentos, máquinas ou ferramentas que apresentam defeitos ou estão com falta de
algum acessório que proporcionam uma condição de insegurança. São responsáveis por 10%
dos acidentes.

 Ato inseguro;

São atitudes que você adota, muitas vezes, sem perceber, que podem causar um acidente. São
responsáveis por 90% dos acidentes

Acidente do trabalho

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Considera-se acidente de trabalho o acidente sofrido pelo trabalhador a serviço da empresa na
realização do trabalho ocasionando danos corporais, perturbação funcional ou doença que
cause a morte, perda ou redução temporária ou permanente da capacidade para exercício do
trabalho. São considerados, ainda, como AT os acidentes de trajeto e as doenças
ocupacionais. É importante ressaltar que os acidentes sofridos pelos trabalhadores, no horário
ou local de trabalho, devido agressões praticados por terceiros ou colegas de trabalho também
são considerados acidentes de trabalho. Assim como aqueles acidentes sofridos fora do local e
horário de trabalho, desde que o trabalhador esteja executando ordens ou serviços para a
empresa.

Não são consideradas como doença do trabalho

 A doença degenerativa;
 A inerente a grupo etário;
 A que não produza incapacidade laborativa;
 A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.

Profissionais de saúde e tipos de exposições

São considerados profissionais e trabalhador do setor saúde os que atuam, direta ou


indiretamente, em atividades onde há risco de exposição ao sangue e a outros materiais
biológicos, incluindo aqueles profissionais que prestam assistência domiciliar, atendimento
pré-hospitalar e ações de resgate feitas por bombeiros ou outros profissionais. As exposições
que podem trazer riscos de transmissão ocupacional do HIV e dos vírus das hepatites B(HBV)
e C (HCV) são definidas como:

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• Exposições percutâneas – lesões provocadas por instrumentos perfurantes e cortantes (por
ex. agulhas, bisturi, vidrarias);

• Exposições em mucosas – por ex. quando há respingos na face envolvendo olho, nariz,
boca ou genitália;

• Exposições cutâneas (pele não-íntegra) – p.ex. contato com pele com dermatite ou feridas
abertas

• Mordeduras humanas – consideradas como exposição de risco quando envolverem a


presença de sangue, devendo ser avaliadas tanto para o indivíduo que provocou a lesão quanto
àquele que tenha sido exposto.

Tipos de riscos
Os riscos no ambiente laboral podem ser classificados em cinco tipos, de acordo com a
Portaria n° 3.214, do Ministério do Trabalho do Brasil, de 1978. Esta Portaria contém uma
série de normas regulamentadoras que consolidam a legislação trabalhista, relativas à
segurança e medicina do trabalho. Encontramos a classificação dos riscos na sua Norma
Regulamentadora número 5 (NR-5):

NORMA REGULAMENTADORA 32 - NR 32
Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde

Do objetivo e campo de aplicação


Esta Norma Regulamentadora - NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a
implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços
de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em
geral.

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Para fins de aplicação desta NR entende-se por serviços de saúde qualquer edificação
destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção,
recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade.

Riscos e seus agentes


Riscos de acidentes

Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa afetar sua
integridade, e seu bem estar físico e psíquico. São exemplos de risco de acidente: as máquinas
e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico
inadequado, armazenamento inadequado, etc.

Riscos físicos
Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar
expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes
e não-ionizantes, vibração, etc.

Riscos químicos
Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que possam
penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos
gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade, de exposição,
possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão.

Riscos biológicos
Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitos, entre
outros.

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Riscos ergonômicos
Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador,
causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o
levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura
inadequada de trabalho, etc.
 Ergonomia

Conjunto de ciências e tecnologias que procura a adaptação, confortável e produtiva, das


condições de trabalho às características do ser humano, através do desenvolvimento de
métodos e técnicas, instrumentos, máquinas, ferramentas, dispositivos, etc.

Situações que geram riscos ergonômicos:

 Força física com as mãos;


 Permanência fora do eixo vertical do corpo;
 Trabalhos de pé, imóveis;
 Trabalhos com braços acima dos ombros;
 Trabalhos com braços abertos (“asa aberta”);
 Força estática de pequena intensidade e longa duração (chave de fenda, etc.);
 Desvios do punho fora do eixo horizontal (digitação);
 Peso excessivo na coluna vertebral;
 Transporte de cargas longe do corpo;
 Flexão e torção da coluna;
 Movimentos de grande freqüência sem tempo de recuperação;

Posturas ideais

 Aquela que permite a flexibilidade postural;


 Andando e alternando as posições sentadas e de pé;
 Com pausas para recuperação.
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Os germes e a origem das infecções


Os germes são seres vivos infinitamente pequenos, não sendo possível vê-los a olho nu. Para
serem visualizados, precisamos da ajuda de um microscópio. Por isso são chamados de
microrganismos ou micróbios = micro (pequeno) bio (vida). Estes micróbios são classificados
em: protozoários, fungos, vírus- bactérias. Como exemplo de doenças causadas por
protozoários temos a Giardíase, doença intestinal que causa diarréia. Das doenças causadas
por fungos, temos as micoses de pele e a Candidíase oral (sapinho) ou vaginal. Exemplos de
doenças causadas por vírus temos a Gripe, a Hepatites e a AIDS. Como doenças bacterianas,
os furúnculos, as amigdalites, e as pneumonias causadas por estes germes são alguns
exemplos. Assim, fica ilustrado que os microrganismos, também chamados de agentes
infecciosos, podem causar infecção.
Infecção é uma doença caracterizada pela presença de agentes infecciosos que provocam
danos em determinados órgãos ou tecidos do nosso organismo causando febre, dor, eritema
(vermelhidão), edema (inchaço), alterações sanguíneas (aumento do numero de leucócitos) e
secreção purulenta do local afetado, muitas vezes. O nosso contato com microrganismos não
significa obrigatoriamente que desenvolveremos doenças.

Infecção Hospitalar
A infecção hospitalar é uma síndrome infecciosa (infecção) que o indivíduo adquire após a
sua hospitalização ou realização de procedimento ambulatorial. Entre os exemplos de
procedimentos ambulatoriais mais comuns estão: cateterismo cardíaco, exames radiológicos
com utilização de contraste, retirado de pequenas lesões de pele e retirado de nódulos de
mama, etc.
A manifestação da infecção hospitalar pode ocorrer após a alta, desde que esteja relacionada
com algum procedimento realizado durante a internação. Somente um profissional treinado
(médico ou enfermeiro com qualificação especial em Infecção Hospitalar) pode relacionar

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sinais e sintomas de infecção com procedimentos realizados em unidades de saúde e realizar o
diagnóstico de infecção hospitalar.

Riscos de um indivíduo adquirir infecção hospitalar


O atendimento em unidades de saúde apresenta atualmente grande evolução tecnológica.
Pacientes que no passado iriam evoluir a óbito, atualmente não só sobrevivem, como têm boa
expectativa de vida, muitas vezes, sem seqüelas. Situações como as de acidentes
automobilísticos graves, recém-nascidos prematuros ou de baixo peso e indivíduos que
necessitam de transplante de órgãos, são uma demonstração de como o atendimento hospitalar
evoluiu.
Em contrapartida, esta melhoria no atendimento e avanço tecnológico aumentou o número de
procedimentos possíveis de serem realizados num hospital. Procedimentos que, ao mesmo
tempo em que prolongam a vida, trazem consigo um risco aumentado de infecção. Muitos
destes procedimentos são invasivos, isto é, penetram as barreiras de proteção do corpo
humano. A primeira barreira de proteção do corpo é a pele, entretanto, é a que mais
freqüentemente é rompida por procedimentos hospitalares (ex.: punção de veia para instalação
de soro ou coleta de sangue). Ou seja, a melhoria no atendimento possibilita maior sobrevida,
mas têm o ônus de elevar o risco de infecção. Estas técnicas invasivas favorecem a penetração
de microrganismos que não pertencem ao corpo do hospedeiro. Para evitar que esta
penetração ocorra, os procedimentos precisam ser padronizados de modo a serem
desenvolvidos de maneira asséptica (sem a penetração de microrganismos).

Como nos proteger durante nosso trabalho em saúde


Durante o desenvolvimento de nosso trabalho na área da saúde, tanto no atendimento direto
ao paciente ou nas atividades de apoio, entramos em contato com material biológico. Como
material biológico, nos referimos a sangue, secreções e excreções tipo vômito, urina, fezes,
sêmen, leite materno, escarro, saliva e outros fluidos corporais. Estes materiais biológicos

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podem estar alojando microrganismos, por isso consideramos estes fluidos de pacientes ou
osequipamentos e ambiente que tiveram contato com eles, como potencialmente
contaminados por germes transmissíveis de doenças. Por não sabermos se os germes estão ou
não presentes nestes equipamentos, vamos sempre considerá-los contaminados. Desta forma,
na nossa rotina de trabalho sempre devemos estar conscientes da importância de nos
protegermos ao manipularmos materiais, artigos, resíduos e ambiente sujos de sangue e/ou
secreções.
Para nossa proteção usaremos as Precauções Padrão, que são cuidados e equipamentos que
irão bloquear a transmissão de microrganismos evitando a nossa contaminação, a dos
pacientes e do ambiente de trabalho.

EPI - Equipamento de proteção individual:


Equipamento de Proteção Individual é todo dispositivo ou produto, de uso individual,
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e
a saúde no trabalho. Alguns tipos de EPI são: capacete, capuz, óculos, protetor facial (creme
água resistente, creme óleo resistente e cremes especiais), luvas de proteção, dedeiras,
proteção de mãos, calçados de segurança, botas e botinas, cintos de segurança, trava quedas,
cadeiras suspensas, etc.

Funções do EPI
O EPI não evita o acidente, mas pode evitar suas conseqüências:

- diminuindo sua gravidade;


- impedindo lesões;
- protegendo contra as doenças ocupacionais.

Conceito Legal

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Portaria 3214/78 NR- 06, onde citado os Deveres do Empregador e dos Empregados
quanto ao EPI.

 Obrigações do empregador
Adquirir tipo adequado a atividade;
Fornecer somente EPI aprovado;
Treinar sobre uso;
Tornar obrigatório o uso;
Substituir quando danificado ou extraviado;
Responsável pela higienização e manutenção;

 Obrigações do empregado
Usá-lo apenas para finalidade que se destina;

Responsabilizara pela guarda e conservação;

Comunicar ao empregador qualquer alteração imprópria para uso.

Equipamentos de Proteção Individual

Luvas

As luvas protegem de sujidade grosseira. Elas devem ser usadas em procedimentos que
envolvam sangue, fluidos corporais, secreções, excreções (exceto suor), membranas mucosas,
pele não íntegra e durante a manipulação de artigos contaminados. As luvas devem ser
trocadas após contato com material biológico, entre as tarefas e procedimentos num mesmo
paciente, pois podem conter uma alta concentração de microrganismos. Remova as luvas logo
após usá-las, antes de tocar em artigos e superfícies sem material biológico e antes de atender
outro paciente, evitando a dispersão de microrganismos ou material biológico aderido
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nasluvas. Lave as mãos imediatamente após a retirada das luvas para evitar a transferência de
microrganismos a outros pacientes e materiais, pois há repasse de germes para as mãos
mesmo com o uso de luvas. As luvas estéreis estão indicadas para procedimentos invasivos e
assépticos.

Luvas estéreis

Luva de procedimento

Máscaras e Óculos de Proteção

A máscara cirúrgica e óculos de proteção ou escudo facial são utilizados em procedimentos e


servem para proteger as mucosas dos olhos, nariz e boca de respingos (gotículas) gerados pela
fala, tosse ou espirro de pacientes ou durante atividades de assistência e de apoio. Esta
gotícula gerada por fonte humana tem diâmetro de até 5µ e se dispersam até um metro de
distância quando se depositam nas superfícies. Elas podem ser de sangue, fluidos corporais,
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secreções e excreções ou líquidos contaminados como aquelas geradas durante a lavagem de
materiais contaminados. Os procedimentos de maior risco e dispersão de respingos são:
broncoscopia, aspiração oral, nasal ou endotraqueal, passagem de sonda gástrica, cirurgias,
suturas, técnicas laboratoriais de bioquímica e microbiologia e atendimento odontológico.

Outra indicação de uso destes equipamentos é durante a manipulação de produtos químicos


como em farmácia hospitalar, áreas de expurgo ou de desinfecção de artigos onde existe o
risco químico de contato. As máscaras cirúrgicas devem ter um filtro bacteriano de até cinco
µ de diâmetro. São de uso único, mas durante procedimentos de longa duração, sua troca
deverá ocorrer quando úmidas ou submetidas a respingos visíveis.

Máscara e óculos ou escudo facial

Proteção respiratória

Profissionais de Saúde devem utilizar máscara N95 (equivalente PFF2) ao entrar em contato
com pacientes com suspeita ou confirmação de Tuberculose bacilífera, ou em ambientes com
alto risco de gerar aerossóis (Exemplo: salas de broncoscopia, inalação com pentamidina,
salas de autópsia, manipulação de material biológico potencialmente contaminado). As

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máscaras N95 (PFF2) podem ser reutilizadas por períodos longos pelo mesmo profissional
enquanto apresentar-se íntegra, seca, limpa e com boa vedação;

As máscaras cirúrgicas comuns não oferecem proteção adequada quando utilizadas pelos
profissionais, ficando seu uso restrito na contenção das partículas no momento em que são
geradas. Assim, são indicadas para os pacientes bacilíferos fora dos locais de isolamento;

Máscara cirúrgica e N95

Avental e gorro

O avental (limpo, não estéril) serve para proteger a pele e prevenir sujidade na roupa durante
procedimentos que tenham probabilidade de gerar respingos ou contato de sangue, fluidos
corporais, secreções ou excreções. O avental será selecionado de acordo com a atividade e
quantidade de fluido encontrado (plástico ou tecido). O avental de plástico está indicado para
lavagem de materiais em áreas de expurgo. O avental sujo será removido após o descarte das
luvas e as mãos devem ser lavadas para evitar transferência de microrganismos para outros
pacientes ou ambientes. O gorro estará indicado especificamente para profissionais que
trabalham com procedimentos que envolvam dispersão de aerossóis, projeção de partículas e
proteção de pacientes quando o atendimento envolver procedimentos cirúrgicos. Tanto o
avental quanto o gorro podem ser de diferentes tecidos laváveis ou do tipo descartável de uso
único. A lavagem domiciliar de aventais contaminados deve ser precedida de desinfecção, por
30 minutos em solução de hipoclorito de sódio a 0,02% (10 ml de alvejante comercial a dois a
2,5% para cada litro de água).

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Calçados

Os calçados indicados para o ambiente com sujeira orgânica são aqueles fechados de
preferência impermeáveis (couro ou sintético). Evitam-se os de tecido que umedecem e retém
a sujeira. Escolha os calçados cômodos e do tipo antiderrapante. Se o local tiver muita
umidade, como em lavanderias, usar botas de borracha.

Precauções padrão

Lavagem das Mãos


Introdução

Em 1846, Ignaz Semmelweis, médico húngaro, reportou a redução no número de mortes


maternas por infecção puerperal após a implantação da prática de higienização das mãos em
um hospital em Viena. Desde então, esse procedimento tem sido recomendado como medida
primária no controle da disseminação de agentes infecciosos.

A legislação brasileira, por meio da Portaria n. 2.616, de 12 de maio de 1998, e da RDC n. 50,
de 21 de fevereiro 2002, estabelece, respectivamente, as ações mínimas a serem
desenvolvidas com vistas à redução da incidência das infecções relacionadas à assistência à
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saúde e as normas e projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Esses
instrumentos normativos reforçam o papel da higienização das mãos como ação mais
importante na prevenção e controle das infecções em serviços de saúde.

Higienização das mãos

É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das
infecções relacionadas à assistência à saúde. Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi
substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento. O
termo engloba a higienização simples, a higienização anti-séptica, a fricção anti-séptica e a
anti-sepsia cirúrgica das mãos, que serão abordadas mais adiante.

Indicações da lavagem das mãos

Existe uma gama enorme de momentos, durante o nosso trabalho, que a lavagem das mãos
está indicada. Mesmo que, durante os procedimentos, as luvas sejam utilizadas, após a
retirada das luvas as mãos devem ser lavadas. Vamos às indicações dos momentos em que as
mãos são lavadas:

- após tocar fluido, secreções e itens contaminados;

- após a retirada das luvas;

- antes de procedimentos no paciente;

- entre contatos com pacientes;

- entre procedimentos num mesmo paciente;

- antes e depois de atos fisiológicos;

- antes do preparo de soros e medicações.

Para a realização da lavagem das mãos necessitamos das seguintes instalações físicas:
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- pia;

- dispensador de sabonete líquido.

- toalheiro com toalhas de papel;

- torneira com fechamento automático, preferivelmente.

Ao lavarmos as mãos estabelecemos uma seqüência de esfregação das partes da mão com
maior concentração bacteriana. Vejamos a técnica da lavagem das mãos:

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É importante lembrar que para melhor remoção da flora microbiana as mãos devem estar sem
anéis e com as unhas curtas, caso contrário, uma carga microbiana ficará retida nestes locais
sendo passíveis de proliferação e transmissão. Na lavagem rotineira das mãos o uso de sabão
neutro é o suficiente para a remoção da sujeira, da flora transitória e parte da flora residente.
O uso de sabões com anticépticos devem ficar restritos a locais com pacientes de alto risco e
no desenvolvimento de procedimentos cirúrgicos e invasivos ou em situações de surto de
infecção hospitalar.

Uso do álcool gel

Geralmente as instalações físicas no ambiente de trabalho têm poucas pias e temos uma
demanda grande de trabalho, de forma que lavamos pouco as mãos comparadas ao número de
vezes em que a lavagem das mãos está indicada. Para substituir a lavagem das mãos,
indicamos a aplicação de um anticéptico de ampla e rápida ação microbiana que é o álcool
gel. O álcool gel é composto de álcool 70% mais 2% de glicerina para evitar o ressecamento
das mãos. Ele irá destruir a flora aderida nas mãos no momento da aplicação, porém as mãos
não devem apresentar sujidade visível. Neste caso indica-se a lavagem das mãos com água e
sabão. Vejamos como usar o álcool gel:

- aplicar o álcool glicerinado (3 a 5 ml) nas mãos e friccionar em todas as faces da mão até
secar naturalmente;

- não aplicar quando as mãos estiverem visivelmente sujas.

O álcool gel também pode ser usado como antisséptico após a lavagem das mãos. Neste caso,
a lavagem das mãos e posterior antissepsia está indicada antes de procedimentos invasivos
como punções, sondagens, cateterizações e entubações.

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Uso correto do álcool em gel

Antissepsia das mãos

A antissepsia é uma medida para inibir o crescimento ou destruir os microrganismos


existentes nas superfícies (microbiota transitória) e nas camadas externas (microbiota
residente) da pele ou mucosa, através da aplicação de um germicida classificado como
anticéptico. A descontaminação depende da associação de dois procedimentos: a degermação
e a antissepsia. A degermação é a remoção de detritos, impurezas e bactérias que se
encontram na superfície da pele, sendo utilizado para esse procedimento sabões e detergentes
neutros. A antissepsia, como descrito acima, é a utilização de um anticéptico com ação
bactericida ou bacteriostática que irá agir na flora residente da pele. Os anticépticos são

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indicados para a antissepsia das mãos dos profissionais e para peleou mucosa do paciente em
áreas onde serão realizados procedimentos invasivos ou cirúrgicos.

Antissepsia das mãos antes de procedimentos cirúrgicos

Instalações físicas:

- pia;

- escova c/ cerdas macias desinfetadas e de uso individual ou descartável;

Técnica da antissepsia (escovação) das mãos:

- aplicar o sabão ou anticéptico degermante nas mãos (+ ou - 5 ml);

- iniciar com a escovação, somente nas unhas e espaços interdigitais, durante 01 minuto.
Esfregar com uso de escova, a palma, dorso e antebraço do membro durante 04 minutos.
Estabeleça uma seqüência sistematizada para atingir toda a superfície da mão e antebraço num
tempo total de 05 minutos. Proceder à antissepsia no outro membro;

- enxaguar abundantemente as mãos e antebraço com água corrente;

- manter os braços elevados com as mãos acima do nível dos cotovelos;

- fechar a torneira com o cotovelo, caso não tenha fechamento automático;

- secar as mãos e antebraço com compressa estéril;

- aplicar anticéptico alcoólico, obrigatoriamente se foi usado apenas sabão neutro para a
esfregação.

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A 295559

Manipulação de Instrumentos e Materiais

Os instrumentos e materiais sujos com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções


devem ser manuseados de modo a prevenir a contaminação da pele e mucosas (olhos, nariz e
boca), roupas, e ainda, prevenir a transferência de microrganismos para outros pacientes e
ambientes. Todo o instrumento reutilizado tem rotina de reprocessamento. Verifique para que
estes estejam limpos ou desinfetados/esterilizados adequadamente antes do uso em outro
paciente ou profissional. Confira se os materiais descartáveis de uso único estão sendo
realmente descartados e se em local apropriado.

Manipulação de Materiais Cortantes e de Punção

Ao manusear, limpar, transportar ou descartar agulhas, lâminas de barbear, tesouras e outros


instrumentos de corte tenha cuidado para não se acidentar. A estes materiais chamamos de
instrumentos pérfuro-cortantes. Eles devem ser descartados em caixas apropriadas, rígidas e
impermeáveis que devem ser colocadas próximas a área em que os materiais são usados.
Nunca recape agulhas após o uso. Não remova com as mãos agulhas usadas das seringas
descartáveis e não as quebre ou entorte. Seringas e agulhas reutilizáveis devem ser
transportadas para a área de limpeza e esterilização em caixa de inox ou bandeja.

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Exemplo de caixa de descarte de materiais perfuro-cortante

Ambiente e Equipamentos

Toda a unidade de saúde deve ter rotinas de limpeza e desinfecção de superfícies do ambiente
e de equipamentos. Colabore na supervisão para conferir se estas medidas estão sendo
seguidas. Proteja as superfícies do contato direto, como botões, alças de equipamentos,
teclados, mouses e monitores com barreiras do tipo filme plástico (PVC), papel alumínio ou
outros materiais próprios a este fim. Este procedimento impede a aderência da sujidade.

Roupas e campos de uso no paciente

Manipule e transporte às roupas sujas com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções
com cuidado. Transporte-as em sacos plásticos. Os serviços de saúde que utilizam rouparia e
campos reutilizáveis devem ter um sistema de lavanderia, própria ou terceirizada que garanta
a desinfecção destas roupas.

Vacinação

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Todos os profissionais de saúde devem estar vacinados contra a hepatite B e o tétano. Estas
vacinas estão disponíveis na rede pública municipal.

Tipos de precaução para isolamento

As precauções para isolamento, baseadas no modo de transmissão dos microrganismos,


podem ser classificadas em três tipos:

1- Precauções de contato
2- Precauções respiratórias para aerossóis
3- Precauções respiratórias para gotículas

Na maioria das doenças é suficiente a aplicação de um tipo de precaução. Porém para outras,
que podem ser transmitidas por vias diversas, há necessidade da combinação de dois tipos de
precaução. A aplicação de qualquer uma dessas precauções não exclui o uso das precauções
padrão.

1. Precauções de contato

Está indicada para situações em que exista possibilidade de transmissão de agentes


infecciosos por contato direto ou indireto. Isto é, contato entre pacientes, contato através do
profissional de saúde (mãos) ou contato por meio de artigos.

• Quarto: Privativo ou comum para o mesmo microrganismo.

• Luvas: É obrigatório o uso de luvas para qualquer contato com o paciente. Trocas às luvas
entre dois procedimentos diferentes no mesmo paciente. Descartar as luvas no próprio quarto
e lavar as mãos imediatamente com anticéptico degermante (clorexidina ou triclosan).

• Avental: Usar sempre que houver possibilidade de contato das roupas do profissional com o
paciente, com seu leito ou com material infectante. Se o paciente apresentar diarréia,
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ileostomia, colostomia ou ferida com secreção não contida por curativo, o avental passa a ser
obrigatório ao entrar no quarto. Cada profissional deve utilizar um avental individual, que
será dispensado ao final do plantão, ou antes, se houver sujeira visível.

• Transporte do paciente: Deverá ser evitado. Quando necessário o material infectante


deverá estar contido com curativo, avental ou lençol, para evitar contaminação de superfícies.
O profissional deverá seguir as precauções de contato durante todo o trajeto, para qualquer
contato com o paciente.

• Artigos e equipamentos: São todos de uso exclusivo para o paciente, incluindo


termômetro, estetoscópio e esfigmomanômetro. Devem ser limpos e desinfetados (ou
esterilizados) após a alta.

Precauções Respiratórias para Aerossóis

A transmissão por aerossóis é diferente da transmissão por gotículas. Algumas partículas


eliminadas durante a respiração, fala ou tosse se resseca e fica suspensa no ar, podendo
permanecer durante horas e atingir ambientes diferentes, inclusive quartos adjacentes (são
carreados por corrente de ar). Destinam-se às situações de suspeita ou confirmação de

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tuberculose pulmonar ou laríngea, sarampo, varicela e herpes zoster disseminado ou em
imunossuprimido.

• Quarto privativo: Obrigatório, com porta fechada. Preferencialmente deverá dispor de


sistema de ventilação com pressão negativa e seis trocas de ar por hora, com uso de filtro
HEPA (central ou portátil).

• Máscara: É obrigatório o uso de máscara específica (PFF2 ou tipo N95) com capacidade de
filtrar partículas <0,3 mm de diâmetro, por todo o profissional que prestar assistência ou
realizar procedimento a pacientes com suspeita ou confirmação das doenças citadas acima.
Deverá ser colocada antes de entrar no quarto e retirada somente depois de saída do mesmo,
podendo ser reaproveitada pelo mesmo profissional enquanto não estiver danificada.

• Transporte do paciente: Deverá ser evitado. Quando necessário, o paciente deverá sair do
quarto utilizando máscara comum.

• Artigos e equipamentos: Deverão ser exclusivos para o paciente ou comum para pacientes
acometidos com o mesmo microrganismo

Precauções Respiratórias para Gotículas

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A transmissão por gotículas ocorre através do contato próximo com o paciente. Gotículas de
tamanho considerado grande (>5m) são eliminadas durante a fala, respiração, tosse, e
procedimentos como aspiração. Atingem até um metro de distância, e rapidamente se
depositam no chão, cessando a transmissão. Portanto, a transmissão não ocorre em distâncias
maiores, nem por períodos prolongados. Exemplos de doenças transmitidas por gotículas:
Doença Meningocócica e Rubéola. Destinam-se para situações em que existam pacientes sob
suspeita ou confirmação da transmissão de microrganismos por via aérea (exceto para M.
tuberculosis laríngea e pulmonar, sarampo, varicela e herpes-zóster disseminada ou em
imunossuprimido).

• Quarto privativo: Obrigatório, privativo ou comum para o mesmo microrganismo,


mantendo porta fechada.

• Máscara: É obrigatório o uso de máscara comum (tipo cirúrgica), durante o período de


transmissibilidade de cada doença em particular, para todas as pessoas que entrarem no
quarto. Deverá ser desprezada ao sair do quarto.

• Transporte do paciente: Deverá ser evitado. Quando necessário o paciente deverá sair do
quarto utilizando máscara comum.

• Artigos e equipamentos: Deverão ser exclusivos ao paciente ou comum aos pacientes


acometidos com o mesmo microrganismo.

Responsabilidade, rotina e manutenção das precauções para isolamento.

1. Quando instituir o procedimento: Sempre que houver suspeita ou confirmação de doença


infecciosa ou colonização/infecção por um microrganismo passível de ser disseminado para
outros pacientes ou profissionais que os assistem.

2. Quem deve instituir o procedimento: médico ou enfermeiro que instituiu o procedimento


inicial deverá notificar a CCIH.
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3. Avaliação da indicação do procedimento: O médico ou enfermeiro da CCIH deverão
realizar a avaliação da indicação do procedimento imediatamente após receber a notificação.
O objetivo desta avaliação é ratificar ou não a indicação de precauções para isolamento e
realizar orientações adicionais pertinentes (colocação da placa ilustrativa).

4. Supervisão da aplicação do procedimento: Deverá ser realizada pelo médico ou enfermeiro


da unidade. ACCIH poderá supervisionar a qualidade da efetivação do procedimento indicado
e reorientar se necessário.

5. Suspensão do procedimento: O médico ou enfermeiro da unidade poderão suspender o


procedimento seguindo as orientações técnicas de precauções para isolamento deste manual.

Higienização do ambiente

A limpeza hospitalar é uma dasmedidas eficazes de prevenção e controle para romper a cadeia
epidemiológica das infecções. A disseminação de vírus, de mico bactérias e de diversos
fungos se dá através do ar, da água e das superfícies inanimadas. A limpeza e a desinfecção
com um desinfetante são eficazes em reduzir a infecção cruzada, veiculada pelo ambiente. A
água por si só, não faz a limpeza de forma eficiente, ela não é bem absorvida pela superfície
onde é aplicada (formação de gotas). Para melhorar a eficiência da água na remoção da sujeira

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adicionam-se a ela substâncias, como o sabão ou detergente, de tal modo que ela se espalhe,
promovendo o contato mais íntimo com a superfície a ser limpa. As paredes, janelas, portas e
tetos têm pouca relação com a transmissão de infecção hospitalar. A limpeza de rotina é
necessária, mas não exige uma freqüência tão grande como o piso, o mobiliário e os
equipamentos. Deve ser estabelecida uma rotina de limpeza periódica, de acordo com a área
hospitalar em que se encontram e sempre que houver sujidade visível.

Finalidades do serviço de higienização e limpeza


A principal finalidade do Serviço de Higienização e Limpeza é preparar o ambiente, manter a
ordem, proporcionando maior segurança favorecendo o bom desempenho das ações a serem
desenvolvidas, melhorando assim, a qualidade dos serviços.
O SHL tem como principais finalidades:
• Manter o ambiente limpo;
• Prevenir infecções hospitalares;
• Conservar equipamentos;
• Prevenir acidentes de trabalho.

Classificação das áreas hospitalares:


Para facilitar o discernimento entre a necessidade de limpeza ou desinfecção, o ambiente
hospitalar foi classificado de acordo com o risco de contaminação em áreas: Críticas,
Sincréticas e Não-Críticas.
1. Áreas Críticas: São aquelas onde há maior reunião de pacientes graves (baixa
resistência), maior número de procedimentos invasivos e, portanto, maior número de
infecções:

• Centro Cirúrgico;
• Unidade de Tratamento Intensivo (UTI);

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• Quartos de isolamento;
• Salas de pequenas cirurgias;
• Unidade de Transplante;
• Berçário;
• Hemodiálise;
• Laboratórios;
• Banco de Sangue;

2. Áreas Sincréticas: São aquelas onde os pacientes se encontram internados, mas com
risco de transmissão de infecção menor:
• Enfermarias em geral;
• Ambulatórios;
• Pronto Atendimento;

3. Áreas não Críticas: São todas as áreas hospitalares onde não há risco de transmissão
de infecção, não ocupadas por pacientes, ou destinadas a exames clínicos:
• Almoxarifado;
• Diretoria;
• Coordenação de Ensino e Pesquisa;
• Departamento Pessoal;
• Recepções;
• Salas de aula;
• Serviços de apoio: Rx, CCIH, Comissão de Prontuário, etc.;
• Setores Administrativos em geral;

4. Freqüência da Limpeza:
• Em áreas críticas, duas vezes ao dia (ao iniciar os plantões) e quando necessário;

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• Em áreas semicríticas uma vez ao dia e quando necessário;
• Em áreas não-críticas uma vez ao dia e quando necessário;

Limpeza e desinfecção de ambiente:

Independente da área a ser higienizada, é fundamental que haja remoção mecânica da sujidade
ou da matéria orgânica. É importante diferenciar os termos limpeza e desinfecção, para evitar
confusões que possam comprometer o processo de desinfecção.

• Limpeza/lavagem: é a remoção de sujidade do piso, de paredes, teto, mobiliário e


equipamentos, utilizando-se água e detergente. Esse processo é fundamental para que a
desinfecção se processe adequadamente. A limpeza mecânica com detergente elimina 80%
dos microrganismos e os desinfetantes químicos eliminam cerca de 90% a 95% destes.

• Desinfecção: é o processo de destruição de microrganismos patogênicos na forma


vegetativa existente em superfícies inertes, mediante a aplicação de agentes químicos ou
físicos.

Tipos de Limpeza:

• Limpeza Concorrente: é realizada diariamente, ou quando necessário, em todas as


unidades, inclusive na presença de pacientes.
• Limpeza Terminal: é realizada após alta, óbito ou transferência do paciente. Tem por
finalidade a redução da contaminação do ambiente, bem como a preparação segura e
adequada para receber um novo paciente.
• Desinfecção Concorrente: é realizada após contaminação com material orgânico
(fezes, urina, vomito sangue, secreções).
• Desinfecção Terminal: é realizada após limpeza terminal quando da alta, óbito ou
transferência do paciente.

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Preparo dos materiais para uso no atendimento ao paciente

O preparo dos materiais para uso no atendimento aos pacientes prevê a elaboração de uma
rotina pelo responsável do controle de infecções na unidade de saúde. Para tal, faz-se
necessário que se estabeleça a identificação dos tipos de materiais para utilização nas diversas
ações de saúde básicas ou especializadas que o serviço preste a seus usuários.

Estes materiais estão incluídos nos seguintes grupos:

• equipamentos eletroeletrônicos

• mobiliário médico-odontológico

• instrumentais de uso permanente

• materiais específicos de especialidades

• artigos médico-hospitalares

• equipamentos de proteção individuais não descartáveis

Além do tipo de material é necessário classificá-lo de acordo com sua utilização direta ou
indireta no paciente, o que resultará em três grupos de artigos que determinará a forma de
processamento a que será submetido: limpeza, desinfecção ou esterilização. Os três grupos de
artigos de acordo com a utilização direta ou indireta no paciente são:

- artigos críticos: são os que penetram em mucosas ou pele, invadindo sistemas vasculares e
tecidos subepiteliais e expondo os materiais ao contato direto com sangue ou outros fluidos
contaminantes. Fica indicada sempre a esterilização com todas as etapas que incluem este
processo. Exemplos: instrumental cirúrgico, seringas e agulhas, espéculos ginecológicos, etc.

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- artigos semicríticos: são os que têm contato com pele ou mucosa íntegra, mas que para
garantir seu múltiplo uso devem passar pelo reprocessamento na forma de desinfecção de alto
nível ou esterilização. Exemplos: ponteiras de otoscópios, ambús, nebulizadores, etc.

- artigos não críticos: são de uso externo ao paciente, entrando em contato apenas com pele
íntegra, de manipulação pelos profissionais de saúde, o que exige que tenham um
processamento específico na forma de limpeza ou desinfecção de baixo nível (se foi exposto a
material biológico). Exemplos: termômetro, botões de equipamentos acionados pelo
profissional, mesas auxiliares para procedimentos, comadres, cubas, etc.

A seguir descreveremos o processamento dos artigos, indicando as etapas de cada tipo, e os


produtos mais indicados:

Limpeza

Consiste na remoção da sujidade da superfície de artigos e equipamentos, através da ação


mecânica utilizando água e detergente, com posterior enxágüe e secagem. A grande carga
microbiana está concentrada na matéria orgânica, que conseqüentemente, será removida de
uma superfície durante a remoção da sujidade. A limpeza deve ser sempre realizada como
primeira etapa de desinfecção ou esterilização, pois vai garantir a qualidade destes processos.
O material orgânico aderido abriga os micróbios. Inúmeros estudos comprovam que a
presença da matéria orgânica inativa a ação de germicidas e impede a penetração de produtos
químicos ou meios físicos de esterilização, por não permitir uma exposição direta da
superfície do artigo ao agente desinfetante ou esterilizante. Ao realizarmos a limpeza de
artigos estamos expostos a fluidos contaminados e produtos químicos, sendo imprescindível a
utilização de equipamentos de proteção como óculos, máscara cirúrgica, avental plástico,
braçadeiras plásticas e luvas de borracha.

 Produtos utilizados

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Detergente líquido, neutro e biodegradável.

Detergente enzimático

Desincrostante em pó ou líquido

Peróxido de hidrogênio (10 %) – popularmente conhecida com água oxigenada líquida.

Desinfecção

É o processo de destruição de microrganismos como bactérias na forma vegetativa (não


esporulada), fungos, vírus e protozoários. Este processo não destrói esporos bacterianos.

A desinfecção pode ser dividida em três níveis de acordo com o espectro de destruição dos
microrganismos:

Desinfecção de alto nível: destroem todas as formas vegetativas de microorganismos,


inclusive Mycobacterium tuberculosis, vírus lipídicos e não lipídicos fungos e uma parte dos
esporos. Como exemplo: glutaraldeído 2%, peróxido de hidrogênio 3-6%, formaldeído 1-8%,
ácido peracético e composto clorado a 10.000 ppm.

Desinfecção de médio nível: inativa o bacilo da tuberculose, bactérias na forma vegetativa, a


maioria dos vírus e fungos, exceto esporos bacterianos. Exemplo: compostos clorados de 500
a 5000 ppm, álcool 70%.

Desinfecção de baixo nível: elimina a maioria das bactérias, alguns vírus como o HIV, o da
hepatite B e hepatite C, fungos. Não destrói microrganismos resistentes como bacilo da
tuberculose e esporos bacterianos. Como exemplo: compostos fenólicos 0,5-3%, compostos
de iodo, quaternário de amônia.

Produtos utilizados

Glutaraldeído 2%

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Álcool 70%

Ácido Peracético 0,2%

Esterilização

É o processo utilizado para completa destruição de microrganismos, incluindo todas as suas


formas, inclusive as esporuladas, com a finalidade de prevenir infecções e contaminações
decorrentes de procedimentos cirúrgicos e invasivos com utilização de artigos críticos.

A esterilização pode ser realizada por:

Processos químicos: glutaraldeído, formaldeído, ácido peracético

Processos físicos: vapor saturado/ autoclave; calor seco/ estufa; raios gama/ cobalto
(indústria).

Processos físico-químicos: óxido de etileno; plasma de peróxido de hidrogênio; vapor de


formaldeído.

Os processos físico-químicos são indicados para materiais termos sensíveis, porém seu uso
fica restrito para hospitais de maior porte e pelo alto custo de instalação/manutenção muitas
vezes estes serviços são terceirizados.

Estocagem e Prazo de Validade

Recomenda-se a estocagem em armários fechados ou caixas plásticas com tampa. O manuseio


interno das caixas metálicas para retirada do material deve ser com técnica asséptica e
considera-se contaminada toda a embalagem rompida. Na utilização de grande número de
instrumentos na mesma caixa metálica, se alguns artigos foram retirados para uso recomenda-
se o reprocessamento, no final do turno, de toda a caixa.

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Acidente com sangue e/ou secreções – atendimento do profissional exposto

No desenvolvermos nossas atividades de assistência à saúde de forma direta ou indireta ao


paciente, lidamos com material biológico, isto é, sangue, secreções e excreções corporais.
Estes fluidos contendo ou não sangue, podem estar albergando microrganismos responsáveis
por doenças graves virais e bacterianas. Por isso utilizamos as Precauções Padrão para nossa
proteção no trabalho.

Mesmo assim os riscos de acidentes sempre estão presentes, pois há situações em que fatores
gerais como stress, sobrecarga de trabalho, agitação psicomotora do paciente e a transgressão
das normas de prevenção podem ter sua participação na ocorrência de acidentes com
exposição a materiais biológicos. Doenças virais como a AIDS e a Hepatite B podem ser
inibidas na sua transmissão através de ações profiláticas com a vacina e imunoglobulina, no
caso da Hepatite B, e antiretrovirais, com diferentes composições e indicações, no caso da
AIDS.

Fluxo para exposição ocupacional a material biológico nas unidades de saúde

Entende-se por exposição ocupacional as situações envolvendo sangue ou secreções corporais


em lesões percutâneas (como ferimentos pérfuro-cortantes determinados por agulhas, por
exemplo), contato com membrana mucosa ou pele não-íntegra (quando há alguma lesão de
pele, dermatite ou ferida) ou contato com pele íntegra quando a duração do mesmo é
prolongada (vários minutos ou horas). Secreções corporais incluem: sêmen, secreções
vaginais, líquido cerebroespinhal, sinovial, pleural, peritoneal, pericárdico, amniótico.
Exposição a saliva, lágrimas, vômito, urina e fezes sem a presença de sangue não requer
acompanhamento pós-exposicão.

Se confirmada a exposição ao material biológico, o que fazer:

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1. Recomenda-se como primeira conduta, após a exposição à material biológico, os cuidados
imediatos com a área atingida. Essas medidas incluem a lavagem exaustiva do local exposto
com água e sabão nos casos de exposições percutâneas ou cutâneas. Apesar de não haver
nenhum estudo que demonstre o benefício adicional ao uso do sabão neutro nesses casos, a
utilização de soluções anti-sépticas degermantes é uma opção. Não há nenhum estudo que
justifique a realização de expressão do local exposto como forma de facilitar o sangramento
espontâneo. Nas exposições de mucosas, deve-se lavar exaustivamente com água ou com
solução salina fisiológica. Procedimentos que aumentam a área exposta (cortes, injeções
locais) e a utilização de soluções irritantes como éter, hipoclorito ou glutaraldeído são
contraindicados.

2. Identifica paciente fonte.

3. Busca orientação da chefia imediata.

4. Solicita a Ficha de Notificação de Acidente do Trabalho NAT (as duas vias) para a chefia.

5. Vai ao setor de referência levando amostra de sangue do paciente-fonte rotulada, folha de


consentimento do paciente fonte e NAT.

6. Na referência, faz o boletim de atendimento, dirigi-se à consulta médica (avaliação do risco


para quimioprofilaxia do HIV e hepatite B), faz a coleta de sangue e retira os antirretrovirais,
se for o caso.

Chefia imediata ou representante

1. Providencia consentimento por escrito do paciente fonte para coleta de amostra de sangue.
Caso o paciente não tenha condições clínicas para o consentimento, fazer a coleta
identificando com o número do prontuário.

2. Providencia a coleta de amostra de sangue do paciente-fonte (cinco ml de sangue em tubo


seco com tampa, guardar sob refrigeração de 2 a 8 graus se não encaminhar no momento).
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4. Orienta sobre a rotina e encaminha o acidentado. Caso o acidentado negue-se a seguir a
rotina, solicita ao acidentado que assine o termo de recusa e encaminha o termo de recusa do
acidentado e a ficha de NAT

5. Emite a ficha de NAT (em duas vias) e entrega ao funcionário.

OBS: a coleta do paciente-fonte só será realizada se o acidentado concordar em seguir a

Rotina pós-exposição.

1. Faz acompanhamento sorológico em três e seis meses se o paciente tiver sorologia


positiva.

Ficha de notificação de acidente de trabalho com material biológico

1. Nome: .................................................................................................
2. Sexo: masc............ Fem...
3. Idade:.............
4. Endereço: ............................................................................................
5. Telefone para contato: ...............................
6. Ocupação:
Médico (a)
Enfermeiro (a) (nível superior)
Enfermagem (níveis médios – auxiliares e técnicos)
Odontólogo (a)
Equipe de Limpeza Área de Laboratório
Fisioterapeuta Estagiário ou estudantes Outros: Especificar: ...............................................
7. Nome da unidade de ocorrência do acidente:
.......................................................................................................
8. Nome da unidade que forneceu medicação antiretroviral inicial:
..........................................................................
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9. Data de ocorrência do acidente: ......./......./.......
10. Hora de ocorrência do acidente: .........: ........
11. Data da notificação do acidente: ......./......./.......
12. Hora da notificação do acidente: .........: ........
13. Tipo de exposição: percutânea mucosa pele
(lesões puntiformes, escoriativas, (exposição de olhos, boca, (somente contato com a pele,
(Corto - contusas etc. (nariz ou genitália) sem haver perfuração)
14. Tipo(s) de material (is) biológico(s) envolvido(s) na exposição:.
Sangue
Líquor
Líq. pleural
Líq. peritoneal
Líq. pericárdico
Líq. articular
Líq. amniótico
Desconhecido (material encontrado em lixo, p.ex.) Outro: Especificar: .............................................................
15 Topografia da lesão:
Dedo da mão
Outra área de membro superior (exceto dedos)
Membros inferiores
Olhos Outra topografia: Especificar: ...............................................................................
16 Situação:
Recapeamento de agulhas durante punção venosa periférica durante coleta de sangue
administração IM/SC/ID durante cirurgias manuseio de lixo
durante o descarte do material pérfuro-cortante outro: Especificar:.................................................
17. Momento: durante o procedimento depois do procedimento e antes do descarte durante ou após
descarte
18. Situação sorológica da fonte:
Paciente-fonte desconhecido (material em lixo, áreas de expurgo, etc..)
Paciente-fonte identificado

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Nome do paciente-fonte: .................................................................................................
Sorologias não-conhecidas para hepatites B e C e HIV
Paciente-fonte conhecido e sabidamente anti-HIV positivo
Paciente-fonte conhecido e sabidamente HBSAg positivo (hepatite B) .
Paciente-fonte conhecido e sabidamente anti-HCV positivo (hepatite C)
Paciente-fonte conhecido e sorologias recentes negativas para hepatite B e C e HIV
19 Foi feito teste rápido p/ HIV?
Não
Sim e resultado positivo
Sim e resultado negativo
Sim e indeterminado

Situação do profissional acidentado:


20. Funcionário vacinado para hepatite B?
Não
Não sabe informar
Sim (1 dose) Sim (2 doses) Sim (3 doses)
21. Refere acidentes prévios nos últimos 6 meses? Sim........ Não..........

Condutas após o acidente:


22. Foi indicada globulina hiperimune para hepatite B? Não Sim
23. Foi indicada vacina para Hepatite B? Não Sim
24. Foi indicado AZT? Não Sim e Início em ___/___/___ horário: ______: ___
25. Foi indicado 3TC (lamivudina - EpivirR)? Não Sim e Início em ___/___/___ horário: ______: ___
26. Foi indicado indinavir (CrixivanR ) ou nelfinavir (ViraceptR)?
Não
Sim e Início em ___/___/___ horário: ___: ___

Observações:.................................................................................................................................
........................
Responsável pelos dados:
..................................................................................................................em __/__/__
Telefone da unidade: ...................................................... Ramal (is): ....................
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FAX: .....................................

Profilaxia após o acidente

O risco de infecção pelo VIH foi avaliado em situações de exposição ao sangue. Quanto aos
outros fluidos biológicos, o risco existe, ainda que não tenha sido bem definido. O risco
estimado de infecção pelo VIH é de 0,3% para exposição percutânea e 0,09% para exposição
muco cutânea. O uso do AZT como profilaxia, imediatamente após o acidente, reduz em até
81% o risco de soro conversão pós-exposição. O uso combinado dos demais antirretrovirais
(ARV) visa ampliar a proteção para o profissional acidentado.

A probabilidade de infecção pós-exposição ao vírus da hepatite B (com paciente-fonte HB e


Ag positivo) pode atingir até 40%. Para o vírus da hepatite C o risco varia entre 1 e 10%. É

imprescindível a imunização contra hepatite B para todos os profissionais de saúde. Após


exposição, deve ser administrada em profissionais não imunizados, associada ou não à
gamaglobulina hiper-imune. Para o vírus da hepatite C, não há, até o momento, intervenção
específica capaz de prevenir a infecção pós-exposição.

Caracterização dos acidentes biológicos

Acidente leve: contato com secreções, urina ou sangue em pele íntegra;

Acidente moderado: contato com secreções ou urina em mucosas; sem sangue visível;

Acidente grave: contato de líquido orgânico contendo sangue visível com mucosas ou
exposição percutânea com material pérfuro-cortante.

Profilaxia

Logo após o acidente, deverá se proceder à descontaminação do sítio exposto, limpando a


ferida com água e sabão ou irrigando as membranas mucosas com água limpa. A seguir, a
CCIH ou a enfermeira de plantão deve ser comunicada imediatamente, independente do
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horário do acidente, para notificação do caso (em formulário especial) e definição da
profilaxia medicamentosa, juntamente com o médico atendente.

Acidente leve: solicitar sorologias de VIH e hepatites virais do profissional acidentado e


sorologia de VIH do paciente-fonte. Não prescrever ARV. Encaminhar à Coordenadoria de
DST/AIDS para acompanhamento.

Acidente moderado: comunicar a enfermeira para proceder à notificação do caso. Solicitar


sorologias de VIH e hepatites virais do acidentado e sorologia de HIV do paciente-fonte.
Prescrever: AZT (zidovudina) 100mg 02cps. VO 12/12h e Epivir® (lamivudina) 150mg 01cp.
VO 12/12h.

Acidente grave: seguir as mesmas recomendações do acidente moderado e prescrever: AZT


(zidovudina) 100mg 02cps. VO 12/12h; Epivir® (lamivudina) 150mg 01cp. VO 12/12h e
Viracept® (nelfinavir) 250mg 03cps. VO 8/8h.

* Na falta do nelfinavir, pode-se prescrever o Crixivan® (indinavir) 400mg 2 cps. Vo. 8/8h.

Os ARV só deverão ser indicados se o acidente tiver ocorrido em espaço de tempo inferior a
três horas; profissionais acidentados que apresentarem intolerância gástrica aos esquemas
citados anteriormente poderão fazer uso de Biovir® (zidovudina + lamivudina) 01cp. VO
12/12h; profissionais gestantes acidentadas devem utilizar apenas o AZT; profissionais
acidentadas em aleitamento materno devem ser orientadas a suspender o aleitamento durante
o uso dos ARV; a medicação deverá ser prescrita, em caráter de emergência, para os
primeiros sete dias, ficando os demais dias sob-responsabilidade da Coordenação de
DST/AIDS; o profissional deve ser devidamente orientado quanto aos efeitos colaterais dos
ARV. (Encaminhar ao Ambulatório de Acidentes Ocupacionais).

Coleta seletiva dos resíduos sólidos de saúde


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O gerenciamento de resíduos deve ser implantado como rotina e devem ser oferecidas as
condições necessárias para seleção dos resíduos, recolhimento para um local de
armazenamento até a coleta pelo. Deve haver uma Comissão de Gerenciamento de Resíduos
que deverá incluir em sua rotina um programa de treinamento para os profissionais geradores
de resíduos e para os responsáveis pela limpeza e dispensação final dos resíduos. Cada sala de
uma Unidade de Saúde, dependendo do tipo de atividade desenvolvida deverá ter locais
determinados para a localização das lixeiras de Coleta Seletiva. A Coleta Seletiva compreende
a separação, já no momento do descarte, dos diferentes tipos de resíduos. Nas Unidades de
Saúde, geram-se resíduos Comuns, Recicláveis, Infectantes e Químicos. Recomenda-se que,
nas salas, cada lixeira contenha a identificação do tipo de resíduo e acima, com adesivo, seja
fixada uma lista de resíduos que deverão ser desprezados em tais lixeiras. Indica-se o uso de
cores para identificar os recipientes e programação visual padronizando símbolos e descrições
utilizadas.

Resíduos Comuns

São resíduos nos estados sólidos ou semissólidos, semelhantes aos resíduos domiciliares que
resultam de atividades diversas de alimentação, fisiológicas, de limpeza, não oferecendo
nenhum risco à sua manipulação ou à Saúde Pública. Compondo os resíduos comuns, temos
os resíduos recicláveis que serão descartados e recolhidos separadamente.

Relação dos Resíduos: Cascas de frutas, restos de lanches, erva-mate, papel higiênico,
absorventes higiênicos, papel toalha, papel carbono, esponjas, esponja de aço, folhas e flores,
restos de madeira, isopor, etc.

Como acondicionar dentro da sala: Lixeira com tampa e pedal identificada como Lixo
Comum, com saco preto e uma relação dos resíduosa serem descartados ali. Os sacos destas
lixeiras menores deverão ter seu recolhimento ao final decada turno ou com 2/3 de sua
capacidade preenchida, e serem colocados dentro de um saco preto maior.

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Onde armazenar até a coleta final: Colocar os sacos grandes contendo os resíduos
recolhidos de cada sala dentro de um container.Centralizar os diferentes contêineres com
tampa e identificação, (lixo comum, lixo reciclável, lixo infectante),em uma área protegida de
chuva, de acesso restrito somente a profissionais da limpeza.

Resíduos Recicláveis

É resíduos sólidos que, após o uso, podem ter sua matéria prima reaproveitada, gerando
economia de recursos naturais e financeiros, além gerar novos empregos através das usinas de
reciclagem. São resíduos de plástico, vidro, papel, papelão e metal sem sujidade biológica
visível.

Relação dos Resíduos: Frascos de soro papeis de embrulho, caixas ou tubos plásticos de
medicamentos, rolos vazios deesparadrapo, caixas de papelão, vidros, frascos-ampola vazios,
copos descartáveis, tubos de alvejantes edetergentes, sacos plásticos, embalagens de água,
refrigerantes, embalagens de alumínio, latas em geraletc. Os vidros grandes, frágeis ou
quebrados devem ser protegidos em caixa de papelão antes do descarteno saco plástico.

Como acondicionar dentro da sala: Lixeira com tampa e pedal identificada como Lixo
Reciclável, com saco verde e uma relação dosresíduos a serem descartados ali. Estes sacos de
lixo deverão ter seu recolhimento ao final de cada turnoou com 2/3 de sua capacidade
preenchida, e serem colocados dentro de um saco verde maior.

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"Tradição
Onde armazenar até a coleta final: Colocar os sacos grandes com os resíduos recolhidos
dos diversos locais dentro de um container.Centralizar os diferentes contêineres com tampa e
identificação, em uma área protegida de chuva, de acessorestrito
acessorestrito somente a profissionais da
limpeza.

Resíduos Infectantes

São resíduos que resultam das atividades de assistência, laboratório ou atos cirúrgicos, que
promovam liberação de material biológico, oferecendo risco à Saúde Pública ou à
manipulação. Dentro
ro deste grupo incluem-se
incluem os pérfuro-cortantes
cortantes que devem ter o descarte
em recipiente apropriado antes de serem agregado ao restante dos resíduos infectantes.

Relação dos Resíduos: Gaze, esparadrapo, sondas, drenos, cateteres, luvas usadas, máscaras
usadas,, gorros usados, bolsas coletoras de drenagens, papel de embrulho contaminado,
campos protetores de superfícies, etc.

Como acondicionar dentro da sala: Lixeira com tampa e pedal identificada como Lixo
Infectante, com saco branco e uma relação dosresíduos a serem descartados ali. Estas lixeiras
deverão ter seu recolhimento ao final de cada turno oucom 2/3 de sua capacidade preenchida,
e serem colocados dentro de um saco branco leitoso com espessuramínima de 10 micrometros
contendo o símbolo internacional de risco biológico estampado no saco de100 litros.

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Resíduos Farmacêuticos e Químicos

São resíduos tóxicos compostos por medicamentos vencidos, resíduos corrosivos,


inflamáveis, explosivos, reativos, genotóxicos ou mutagênicos.

Relação dos Resíduos: Medicamentos vencidos, reatores sorológicos vencidos,


quimioterápicos e antineoplásicos, germicidasfora da validade, solventes, mercúrio líquido,
soluções para revelação e fixação de radiografias.

Como acondicionar dentro da sala: Quando vencidos ou contaminados, estes resíduos


deverão ser encaminhados ao fabricante ouempresa tecnicamente competente para tratamento
que elimine a periculosidade do resíduo para a saúdepública ou para o meio ambiente,
conforme consta na Resolução CONAMA n° 283/2001.

CIPA – Comissão interna de prevenção de acidentes

• Imposição legal da CLT –NR 05;

• Representantes do empregado e empregador;

• Aponta condições e atos inseguros;

• Fiscaliza o que já existe.

“O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento das


CIPAs”.

Objetivo da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Cabe à CIPA apontar os atos inseguros dos trabalhadores e as condições de insegurança, uma
vez que o órgão de segurança aponta soluções.

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Alguns requisitos de um plano de segurança:

1 - A segurança em si é uma responsabilidade de linha e uma função de staff

2 - De acordo com as especificações da empresa são os meios materiais preventivos

3 - A segurança deve abranger todos os locais da empresa

4 - O plano de segurança envolve pessoal e trabalho, além dos fatores sócios psicológicos.

5 – A segurança do trabalho treina técnicos e operários, cumpre normas de segurança, simula


acidentes, inspeciona equipamentos, roupagem adequada, etc.

Princípios que regem a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

 Apoio ativo da administração


 Manutenção de pessoal dedicado exclusivamente à segurança
 Instruções de segurança para cada trabalho
 Instruções de segurança a empregados novos
 Integração de todos os empregados no espírito de segurança
 Extensão do Programa de Segurança fora da companhia
 Não deve haver confusão entre CIPA e o Órgão de segurança

SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em


Medicina do Trabalho

Regulamentação do SESMT

Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, Norma Regulamentadora - NR–4, artigo 162 da


Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

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Objetivo do SESMT - Promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de
trabalho.

Atribuições do SESMT:

- Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho;

- Determinar os Equipamentos de Proteção Individual - EPI, de acordo com a NR–6;

- Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas;

- Responsabilizar-se, tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas


NR;

- Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas


observações, além de treiná-la, apoiá-la e atendê-la, conforme dispõe a NR–5;

- Esclarecer e conscientizar o empregador;

- Analisar e registrar os acidentes e doenças do trabalho.

Constituição do SESMT - Todas as empresas com trabalhadores regidos pela CLT, de


acordo com o grau de risco da atividade principal e o número de trabalhadores do
estabelecimento.

Técnico de Segurança do Trabalho - É o profissional que cuida da prevenção de acidentes,


visando a reduzir, em nível mínimo, os riscos profissionais ou, até mesmo, eliminá-los.
Desenvolve suas atividades promovendo a adoção de meios e recursos técnico-
administrativos capazes de criarem e desenvolverem ações de prevenção de acidentes de
trabalho, de modo científico e técnico, para sanar as deficiências das condições do ambiente
de trabalho.

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CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

A CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) foi instituída pelo Ministério da


Saúde em 1983 através da Portaria 196. É um órgão de assessoria à Direção Geral dos
hospitais, composta por médicos, enfermeiros, farmacêuticos, microbiologistas e
representantes da administração do hospital, todos responsáveis pela execução das ações de
Controle de Infecção Hospitalar. Com objetivo de oferecer aos pacientes assistências segura, a
CCIH desenvolve as seguintes atividades no dia-a-dia do Hospital.

· Treinamento dos funcionários e profissionais de saúde quanto às medidas de prevenção e


controle de infecção hospitalar;

· Padronização de procedimentos e técnicas aplicadas na assistência aos pacientes;

· Normas de isolamento de pacientes com moléstias infectocontagiosas;

· Normas para uso de soluções germicidas;

· Orientação para uso racional de antibióticos;

· Vigilância epidemiológica, ativa e permanente, para casos de infecção hospitalar;

· Normas para a proteção e imunização dos profissionais de saúde contra infecções e


afastamento dos profissionais infectados, para maior segurança dos pacientes;

· Interação com o Centro de Vigilância Epidemiológica e notificação de moléstias


infectocontagiosas;

· Assessoria técnica a todos os departamentos do Hospital quanto a temas referentes à


prevenção e controle das infecções hospitalares.

50
Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405
Tel.: (11) 4678-5508- colegiosaobento@uol.com.br
COLÉGIO TÉCNICO
SÃO BENTO
"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”
 Normas gerais de conduta

Nada pode reviver um homem, mas... Algo pode mantê-lo vivo.....???

... a segurança, deverá ser parte integrante de todos os trabalhos, sendo de


responsabilidades de todos... ”

Referencias Bibliográficas
1. Recomendações práticas da SOBECC, 3 edição: Sociedade Brasileira de enfermeiros
de CC/CME e RA, 2009.
2. Riscos Biológicos - Guia Técnico Os riscos biológicos no âmbito da Norma
Regulamentadora Nº. 32 Brasília 2008
3. Manual de Condutas em exposição ocupacional a material biológico, 1999 -
Ministério da Saúde, Recomendações para terapia ARV, 2002/2003
4. Portaria GM nº 485, de 11 de novembro de 2005 e Portaria GM nº 939, de 18 de
novembro de 2008.
5. Resolução COFEN n°311 de oito de fevereiro de 2007
6. www.ucsf.edu/hivcntr
7. www.saude.gov.br

Agradecimentos

Agradecemos a toda equipe de professores e em especial à Professora Débora Cristina


de Jesus Costa que participou da revisão da apostila.

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