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A ESPIRITUALIDADE EXPRESSA NA PARÓQUIA DIVINO ESPÍRITO SANTO EM

MARINGÁ, NO PARANÁ (1970-2000)

Marcia Regina de Oliveira Lupion


Doutoranda em História das Religiões
Universidade Estadual de Maringá-PR
mrolupion2@gmail.com
GT – 16
Contemporaneidade (pós-modernidade) e espiritualidades

Apresentar a formação da espiritualidade de paroquianos e simpatizantes a partir da


vivência destes junto ao padre Bernardo Cnudde na cidade de Maringá, no Paraná, como
resultado de fatos específicos promovidos pelo religioso em vida e na morte marcados
pela suposta capacidade do padre em promover curas e exorcismos e, desta forma,
responder às necessidades daquele que o procuravam. Em estudos recentes realizados
em entrevistas junto a pessoas conhecidas do monsenhor, observou-se que durante os
anos de 1970 e 2000, em pleno processo de aggiornamento promovido pelo Vaticano
II, a paróquia sob sua orientação ficou conhecida internacionalmente como sendo a
Igreja em que o padre promovia curas e exorcismos. Dado o período em que tal
fenômeno ocorreu e, cujos resquícios podem ser vistos ainda hoje nas manifestações
que ocorrem junto ao túmulo do monsenhor e em celebrações específicas de um grupo
específico da Renovação Carismática em Maringá, acredito que a experiência espiritual
vivida pelos paroquianos, simpatizantes e o padre, exemplificam uma característica da
religiosidade moderna citada por Danièle Hervieu-Lèger que é a do indivíduo autônomo
capaz de criar significados que deem sentido à sua existência. Considero que a
individualidade expressa na afirmação de Hervieu-Lèger permite compreender alguns
dos motivos pelos quais o grupo de católicos sob a orientação do monsenhor Bernardo
não implantou efetivamente os pressupostos da renovação do catolicismo que no
período eram as Comunidades Eclesiais de Base e seu caráter coletivo mas, teve como
suporte para sua espiritualidade, o acesso fácil a um padre que podia dar respostas e
muitas vezes sanar dores emocionais, físicas e sociais de cada um especial.

Palavras-Chave: Monsenhor Bernardo Cnudde. Espiritualidade. Individualidade.

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