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alvenaria estrutural:
projeto em que se faz necessário especificar juntas, existem várias soluções possíveis.”
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.961-1: Alvenaria estrutural – blocos de concreto. Parte 1:
Projeto. Rio de Janeiro, 2011.
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MARCELLI, Maurício. Sinistros na construção civil: causas e soluções para danos e prejuízos em obras. São Paulo: Editora
Pini, 2007.
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RAMIREZ VILATÓ, Rolando; FRANCO, Luiz Sérgio. As juntas de movimentação na alvenaria estrutural. BT/PCC/227. São
Paulo: EPUSP, 1998.
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A junta deve ser contínua ao longo de toda a parede e tem por finalidade
maneira independente. Para a efetividade da junta não podem existir trechos vinculados,
fragilidade construtiva.
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Além dos cuidados usuais, como evitar a queda de argamassa e materiais que
de dilatação:
Juntas de dilatação são introduzidas nos edifícios para que as partes contíguas
a elas atuem como corpos rígidos independentes, isto é, sob ação de
recalques, insolação, entre outros, cada parte movimenta-se lateralmente à
junta, sem introduzir tensões na parte adjacente. Para que ocorra tal
comportamento, as juntas devem seccionar completamente a construção,
não devendo ocorrer a presença de quaisquer continuidades ou materiais
rígidos no interior da junta (concreto, restos de argamassa, etc.)
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TÉCHNE. Juntas de dilatação. São Paulo. Editora Pini. Edição 186. 2012.
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MARCELLI, Maurício. Sinistros na construção civil: causas e soluções para danos e prejuízos em obras. São Paulo: Editora
Pini, 2007.
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Tauil, Carlos Alberto. Nese, Flávio José Martins. Alvenaria estrutural. São Paulo: Editora Pini, 2010.
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alvenaria a fim de que não ocorressem elevadas concentrações de tensões em função das
fiscalização. O funcionamento das juntas previstas torna-se deficiente, pois não permite
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RAMIREZ VILATÓ, Rolando; FRANCO, Luiz Sérgio. As juntas de movimentação na alvenaria estrutural. BT/PCC/227. São
Paulo: EPUSP, 1998.
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Conforme citado, o projeto estrutural definia uma junta de dilatação, ainda que
esta também apresente problemas, como comentado no tópico anterior. No local existe
ainda uma segunda junta de dilatação induzida pela junta de concretagem da laje
com amarração normal dos blocos, induzindo tensões térmicas adicionais nos blocos de
concreto.
descritos na Figura 12 (página 85), sendo tais condições recorrentes nos blocos do
empreendimento.
Foto 128 – Laje superior do térreo: junta de concretagem da laje, dividindo o teto em
dois panos independentes (identificado na Figura 12 com a linha verde)
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Foto 129 – Laje superior do térreo: junta de dilatação da laje prevista em projeto
(identificado na Figura 12 com a linha vermelha)
Foto 130 – Piso do 2º Andar (mesma laje citada na imagem anterior): fissura
induzida pela dilatação diferencial a partir da laje (identificado na Figura 12 com a
linha verde). A seta preta indica paredes sem função estrutural, desvinculadas do
restante da parede
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Foto 131 – 2º Andar: parede sem função estrutural (seta preta), desvinculada da
alvenaria estrutural. A seta vermelha indica a posição de fissuras geométricas, em
virtude da movimentação diferencial das paredes. Naturalmente nestes trechos deve-
se instalar medidas para evitar fissuras (vícios) na interface
Foto 133 – Fachada do bloco 1 (utilizado neste exemplo): fissura induzida pela
dilatação diferencial a partir das lajes (identificado na Figura 12 em amarelo)
Como neste trecho da fachada (ex. da Foto 133) não há uma junta para absorver
concentração de esforços na alvenaria com amarração normal que resultam nas fissuras.
anteriores, as quais são recorrentes nos demais blocos. Eventualmente estas fissuras na
inexistentes atualmente (blocos 2, 3, 7, 8 e 12), o que indica nestes casos que as tensões
Expansão Expansão
térmica da laje térmica da laje
Laje
Tensão na interface de
vinculação da laje à
alvenaria
Foto 134 – Bloco 11: fissura na alvenaria de fachada, induzida pela deformação na
laje vinculada. Em amarelo o trecho de expansão térmica da laje.
ALLEN e IANO (2009)12 lembram que “um edifício que não é devidamente
conjunto de alvenaria sem maiores danos. Na presente obra foi identificado outro vício
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ALLEN, Edward; Joseph IANO. Fundamentos da engenharia de edificações – Materiais e métodos. Editora Bookman. Porto
Alegre. 2009.
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concentração de tensões.
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THOMAZ, Ercio. Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e
Instituto de Pesquisas Tecnológicas. São Paulo: Editora Pini, 1989.
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As vergas e contravergas são peças de concreto acima de janelas e portas (verga), e abaixo de janelas (contra-verga), com a função
de enrijecer estes locais (torná-las mais resistentes).
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UTKU, B. Stress magnifications around openings of blick walls. Internacional Symposium on Housing Problems. Georgia,
EUA. 1976.
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posição de blocos canaletas, o que caracteriza um erro grosseiro sob aspecto do sistema
de alvenaria estrutural.
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Nota-se que neste local era esperado encontrar uma contraverga com graute16, o
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Graute é uma pasta de argamassa com consistência fluida utilizada para o preenchimento de espaços vazios em locais de difícil
acesso, dispensando o uso de vibradores para o seu adensamento.
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verificar que o projeto estrutural exigiu a instalação de fiada dupla com grauteamento
A imagem seguinte mostra que este preceito do projeto estrutural não foi
7. REPAROS POSSÍVEIS
1) Conceito
escopo deste trabalho, está na indução de tensões a partir da laje vinculada à alvenaria
à alvenaria que hoje apresenta fissuração, não há medida corretiva que impeça a
reconstrução da laje, o que seria inviável. As medidas possíveis são apenas paliativas.
edificações:
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ALLEN, Edward; Joseph IANO. Fundamentos da engenharia de edificações – Materiais e métodos. Editora Bookman. Porto
Alegre. 2009.
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SOUZA, V. C. M. V.; RIPPER, Thomaz. Patologia, recuperação e reforço de estruturas de concreto. São Paulo. Editora PINI.
1998.
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de cada bloco residencial (ou ao menos melhorar, já que é difícil mensurar o resultado
nesta etapa). Sabe-se que em trechos internos preenchidos por blocos estruturais não
será possível esta intervenção pela dificuldade de acesso, tampouco seria recomendado
danificar os blocos de concreto para esta tentativa, face o risco de danificar a estrutura.
circulação de cada bloco podem ser enteladas para aumentar a resistência localizada,
porém não é possível afirmar que apenas o reforço no material será suficiente para
Neste caso não será possível fazer uso de monocamada, gesso ou massa diretamente no
fixadas com pinos. Para estes casos, usualmente aplica-se a tela eletrossoldada com
uso comum para aumentar a resistência à tração no revestimento. Não há norma técnica
Nos blocos em que não existem fissuras pode-se fazer o reforço do revestimento
de forma preventiva em posição similar, pois não é possível afirmar que as fissuras não
indicando menor probabilidade de que venham a ocorrer. Caso surjam nestes, sugere-se
aderência entre o trecho novo e antigo na fachada para evitar fissurações térmicas na
parede da janela e porta da circulação, pois a tela eletrosoldada não permite aplicação
diferencial entre a argamassa nova e a antiga, sendo ideal que ambas tivessem
repintadas independente da intervenção citada, portanto para este item será considerado
Figura 21 – Fachada: região sugerida para ser aplicado o reforço com tela
eletrosoldada na argamassa
Figura 22 – Interno: região sugerida para remoção do revestimento atual (gesso) por
chapisco (1 cimento: 3 areia grossa) e emboço ou massa única (1 cimento: 2cal : 8
areia média). Instalar tela eletrosoldada (ver Figura 23) após o chapisco.
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Figura 23 – Interno: região sugerida para ser aplicado o reforço com tela
eletrosoldada na argamassa