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Dúvidas sobre dispositivos da Resolução Normativa nº 1.

059
de 2023

As discussões regulatórias de geração distribuída têm evoluído constantemente,


junto do crescimento acelerado dessa modalidade de geração. A publicação da
Resolução Normativa Aneel nº 1.059/2023 (REN 1059/23) regulou o novo marco
da GD, trazendo novos dispositivos para o dia a dia dos agentes.

A Raízen, empresa integrada referência global em bioenergia e com amplo


portfólio de produtos renováveis, enxerga a geração distribuída como ferramenta
de protagonismo para o consumidor e investe para o desenvolvimento do
mercado.

O desenvolvimento e o investimento feito pela Raízen passa pelo relacionamento


com as distribuidoras, o que, como será visto a seguir, têm resultado em
interpretações divergentes sobre a recente regulação.

Diante das dificuldades enfrentadas, abaixo encaminhamos os seguintes


questionamentos, que estão baseados no desenvolvimento dos projetos.

1. Recusa de solicitação de acesso por inversão de fluxo de potência

O Art. 71 da Resolução Normativa nº 1.000/2021 (REN 1000/21) estabelece que


a distribuidora tem o prazo de até 5 dias úteis, contados a partir da solicitação,
para verificar a entrega das informações e documentos necessários e adotar uma
das seguintes providências:

I - comunicar ao consumidor e demais usuários que as informações e


documentação recebida estão de acordo com a regulação e que realizará os
estudos, elaboração do projeto e orçamento; ou

II - indeferir a solicitação e comunicar ao consumidor e demais usuários as não


conformidades, observado o art. 416 e o direito ao registro de reclamação

Logo em seguida, no Art. 73, a regulação define a inversão de fluxo de potência


como um estudo, sendo etapa posterior à solicitação de acesso.
Av. Brigadeiro Faria Lima, 4.100
11º andar Itaim Bibi CEP 04538-132
São Paulo SP Brasil
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Dessa forma, se entende que, apenas após a aprovação da solicitação, a
distribuidora realizará os estudos relativos a eventual inversão de fluxo de
potência, que deverão incluir estudos para identificar as opções viáveis que
eliminem tal inversão.

Diante o exposto, solicitamos o esclarecimento quanto:

1.a) Diante da situação de inversão do fluxo de potência, a luz da nova resolução,


há possibilidade de perda do enquadramento como GD I por meio do
cancelamento do protocolo, mesmo que sejam feitas as alterações necessárias
para evitar a inversão?

2. Definição da saída de um consumidor B optante do SCEE

O Art. 292 da REN 1000/2021 definiu que o consumidor pode optar por
faturamento com a aplicação do grupo B para sua unidade consumidora do grupo
A, desde que atendidos critérios específicos.

O mesmo artigo, em seu parágrafo 3º, foi modificado pela REN 1059/2023,
estabelecendo que B optantes participantes do SCEE devem:

I- possuir central geradora na unidade consumidora, que a soma da potência;

II - a soma das potências nominais dos transformadores da unidade consumidora


for menor ou igual a 112,5 kVA; e

III - não haver alocação ou recebimento de excedentes de energia em unidade


consumidora distinta de onde ocorreu a geração de energia elétrica.

O Art. 671-A, incluído pela REN 1059/23, determina que as unidades


consumidoras enquadradas com B optantes em data anterior à 7 de janeiro de
2022 devem se enquadrar ao Art. 292 no prazo de 60 dias, contados da entrada
em vigor da resolução. Caso o consumidor não se adeque dentro do prazo, o
faturamento passa a ser realizado pelo grupo A a partir do ciclo de faturamento
subsequente.

Com o que está definido pela regulação:

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2.a) Uma vez que o Art. 292 fala sobre a impossibilidade de "alocação ou
recebimento de excedentes de energia", a solicitação do consumidor à
distribuidora para a saída do SCEE é suficiente para que este seja mantido como
B optante? Se não, qual o procedimento necessário?

3. Prazos para a aplicação da TUSD-G

O Art. 671-B estabelece que as unidades consumidoras com microgeração ou


minigeração distribuída faturada no grupo A que celebraram CUSD antes da
vigência deste artigo devem se adequar ao disposto no inciso Art. 655-J no prazo
de até 60 dias contados da entrada em vigor deste artigo.

Pelo disposto no texto do Art. 671-B, percebemos um erro material ao não


apresentar a qual inciso do Art. 655-J se refere. Ainda assim, pelo contexto do
restante do Artigo, há dúvidas quando se refere ao inciso III:

III – “... contratação e faturamento de demanda aplicáveis à central geradora


que faça uso do mesmo ponto de conexão para importar e injetar energia
estabelecidas no § 2º do art. 127, no § 3º do art. 149 e no inciso II do § 1º do
art. 294”

Parágrafo único, Art. 18, Lei 14.300/2021 determina a aplicação do custo de


transporte correspondente à forma de uso do sistema de distribuição realizada.
O Art. 26 da mesma Lei esclarece, em seu inciso II, alínea “a”, que a aplicação
deve ser realizada após a revisão tarifária da distribuidora subsequente à
publicação da Lei.

Dessa forma, gostaríamos de entender, por gentileza:

3.a) Se é necessário seguir o limite de sessenta dias, mesmo para aquelas


distribuidoras que não passaram por revisão tarifária?

3.b) Caso se extrapole o prazo, ainda haveria a possibilidade de acesso ao direito


exposto no Art. 18 da Lei 14.300 com um prazo de 60 dias para aplicação do
faturamento?

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